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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA GCCA 435 – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM _____________________________________________________________________ MONITORES: ÉRICA BARBOZA JAILTON JÚNIOR APOSTILA PARA AUXÍLIO DE ESTUDO ULTRASSONOGRAFIA INTRODUÇÃO Modalidade de diagnóstico por imagem de grande utilidade na rotina clínica, técnica não invasiva. PRINCÍPIOS FÍSICOS • SOM: é uma onda mecânica que se propaga pela vibração das partículas do meio pelo qual se alastra. O som se propaga pelo meio de ondas (ecos). • ULTRASSOM: som cuja frequência é superior àquela que o ouvido humano é capaz de perceber. CARACTERÍSTICAS DO SOM • COMPRIMENTO DE ONDA: distância em que um ciclo completo ocorre ou a distância entre dois pontos similares em uma dada onda. • FREQUÊNCIA: número de ciclos completos decorridos em 1 segundo. • PERÍODO: tempo necessário para que um ciclo completo ocorra. • AMPLITUDE: valor máximo atingindo por uma variável sonora. • INTENSIDADE: medida de força de uma onda sonora. VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO Velocidade com que a onda se propaga no meio. Constante para cada material e está relacionada com sua densidade. v (m/s) = frequência (f) x comprimento de onda (λ) IMPEDÂNCIA ACÚSTICA (velocidade x densidade tecidual) Capacidade do tecido em impedir a transmissão do som gerando ecos. Diferença de impedância acústica dos tecidos moles que torna possível a formação da imagem ultrassonográfica, pois na ausência desta ocorreria uma reflexão homogênea, convertida em uma imagem com um brilho uniforme na tela – sem diferenciação entre várias estruturas. Densidade tecidual – diferentes intensidades dos ecos de retorno. INTERAÇÃO SOM E TECIDOS Atenuação: distância percorrida e a frequência da onda determinam o quão atenuado será o feixe sonoro. Frequência ou distância maior, menor capacidade de penetração do som. • ABSORÇÃO: conversão da energia mecânica por fricção – liberação de calor. • REFLEXÃO: somente os reflexos que retornam ao transdutor é que formam imagem. • DISPERSÃO OU ESPALHAMENTO: onda encontra superfícies irregulares e pequenas. • REFLEXÃO DIFUSA OU NÃO ESPECULAR: formação da textura das estruturas. • REFRAÇÃO: desvio de direção – som não incide perpendicularmente nas estruturas. QUALIDADE DA IMAGEM • RESOLUÇÃO ESPACIAL: diferenciação de duas interfaces que estão próximas. Transdutores de alta frequência produzem melhor resolução. • RESOLUÇÃO LATERAL: dois pontos refletores situados no mesmo plano se distinguem. Quanto menor for a espessura das ondas, melhor será a resolução lateral. • RESOLUÇÃO AXIAL: diferenciação de duas interfaces situadas no mesmo eixo ou sentido. Quanto maior a frequência do transdutor, menor o comprimento de onda e melhor a resolução axial. FORMAÇÃO DA IMAGEM Transdutores: dispositivos capazes de transformar uma forma de energia em outra – efeito piezelétrico. Corrente elétrica – vibração dos cristais Ondas sonoras – velocidade constante Corpo do paciente Atenuação – reflexão, absorção, dispersão Superfície refletora Interior do paciente Eco retorna ao transdutor Corrente elétrica Pontos de luz na tela Obs: Intensidade dos pontos é proporcional à amplitude do eco retornado. (Diferença na impedância de um tecido comparado a outro.) TRANSDUTORES Nele contêm cristais piezelétricos – quartzo ou cerâmica. Podendo ser mecânicos (setoriais) ou eletrônicos (lineares, convexos e setoriais). • Transdutores setoriais mecânicos: menos utilizados, não permitem variações do foco. • Transdutores eletrônicos: números expressivos de cristais em sua superfície. MODO DE EXIBIÇÃO DA IMAGEM • MODO A – AMPLITUDE O mais simples e o primeiro a ser inventado. Ajuda na diferenciação de estruturas sólidas e líquidas. • MODO B – BIDIMENSIONAL Pontos brilhantes determinam a amplitude do retorno dos ecos. • MODO M – MOVIMENTO Fina secção de imagem em dado tempo. Ao invés de pontos na tela, como no modo B, para formar a imagem, linhas paralelas correm na tela em função do tempo. TERMINOLOGIA Ecogenicidade • HIPERECOICO: ecos brancos ou brilhantes. • HIPOECOICO: imagem em vários tons de cinza. • ANECOICO: área negra. • ISOECOICO: quando a ecogenicidade é igual as adjacentes. • MISTA: de diferentes componentes. Ecotextura • HOMOGÊNEA: distribuição regular dos ecos. • HETEROGÊNEA: arquitetura celular irregular. PREPARO DO PACIENTE Tricotomia ampla da região a ser avaliada; Aplicação do gel; Decúbitos – dorsal direito ou esquerdo; Jejum alimentar de no mínimo 8 horas; Administração de antifisiéticos e/ou enema. ARTEFATOS São definidos como erros na apresentação da imagem e podem ser decorrentes de três fatores: problemas no equipamento, interação com os tecidos e a técnica utilizada. • REVERBERAÇÃO: ocorre quando o feixe de ultrassom encontra dois ou mais refletores na trajetória do som. As principais causas são: ausência de gel condutor, ossos, corpos estranhos metálicos e gás. • IMAGEM EM ESPELHO: ocorre pelos ecos reverberantes que voltam ao transdutor e são refletidos de volta para o tecido. Essas reflexões diversas geram atraso no retorno dos ecos e, como consequências, surgem na tela as imagens geradas superficialmente em localização mais distal. • LOBO LATERAL: ocorre quando feixes sonoros secundários são emitidos nas laterais dos transdutores em direção diferente do feixe primário. As principais causas são as superfícies curvadas. • SOMBRA ACÚSTICA: aparece como área de ecos de baixa amplitude (hipoecoicas e anecoicas), criadas por estruturas de alta atenuação. O sombreamento resulta da refração ou absorção do som quase completa. • REFORÇO ACÚSTICO: ocorre distalmente a uma estrutura de baixa atenuação, produzindo aumento do eco no local. O fato do conteúdo líquido presente em determinada estrutura conduzir o som muito bem, faz com que este chegue aos tecidos posteriores a tais estruturas, ocorrendo no local imagem imensamente clara e hiperecoica. Principais causas: estruturas preenchidas com fluidos anecoicos. • SOMBREAMENTO DE BORDO: acontece quando as ondas sonoras sofrem inclinação ao encontrar as bordas laterais de uma estrutura curva ou preenchida com líquido. • CAUDA DE COMETA: é produzida pelo resultado da miscigenação de bolha de ar em meio líquido ou semilíquido. Apresenta-se como faixa hiperecoica que lembra uma cauda de cometa, abaixo da superfície de reflexão.
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