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Abordagem Existencial e Humanista na Psicoterapia A psicologia é uma ciência paraparadigmática, de modo que não existe a psicologia, e sim as psicologias, no plural. Existem as psicologias experimentais, psicodinâmicas, transpessoais e fenomenológicas. Esta ultima não está na busca de uma lei geral e absoluta que explique o mundo e o Homem, mas sim na maneira como o mundo se dá para cada ser humano que o percebe a partir da trama significativa de acontecimentos que compõe sua história de vida. No campo da fenomenologia (que é a psicologia que eu me interesso) temos as abordagens existenciais e humanistas, que são diferentes, mas têm coisas em comum. Nas duas abordagens o homem é visto como fonte e centro de valores. Ele está em permanente fluxo como uma forma de superar a si mesmo. Concordam também que existe uma direção para o crescimento e para se relacionar com outros indivíduos. A capacidade de escolha, crescimento e responsabilidade pelas ações e envolvimento com as mesmas são princípios comuns as duas orientações. Mas existem também as diferenças. É próprio da abordagem humanista a noção de que o homem dispõe de um gigantesco potencial para transformar-se (potencialidade radicada biologicamente) e um irreprimível impulso para experimentar sua plena realização. A capacidade de escolha é sentida como um privilégio. Na abordagem existencial há o reconhecimento do caos, do absurdo, do desespero e do desamparo humano no mundo em que só ele é o responsável pelo seu devir. O indivíduo está fadado à liberdade. Nega que a potencialidade está radicada biologicamente e foca no estudo do ser. No processo psicoterapêutico o individuo vai gradativamente se experienciando no aqui-e-agora, expandindo sua consciência ao que está fazendo e como está fazendo. Desenvolve compreensão de si, suas potencialidades e limitações, tendo mais responsabilidade para atuar sobre seu destino. O terapeuta, por sua vez, precisa ter conhecimentos teóricos, manejo de técnicas e processos e ter uma preparação humanística para estar presente na relação terapêutica, observando as condições básicas desse relacionamento: aceitação incondicional, empatia e autenticidade. Para isto é necessário manter uma awareness bem desenvolvida.
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