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Economia Brasileira Aula 00

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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
1 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Aula Demonstrativa 
Prezados (as) Economistas, 
Trata-se do curso de Economia Brasileira voltado à preparação para a 
prova de profissional básico do BNDES. 
Inicio me apresentando a vocês. Sou Analista do BACEN. Leciono em 
cursos preparatórios para concursos desde 2005, já tendo dado aulas em 
diversos cursos preparatórios presenciais e, em especial, neste único Ponto 
dos Concursos. Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Finanças, 
Economia, Análise de Projetos e matérias afins para concursos como FINEP, 
BNDES (Engenheiro), BACEN, CVM, SUSEP e diversos outros concursos. 
Em relação ao curso, gostaria de informá-los que, para que vocês 
tenham o melhor rendimento possível, a cada aula abordaremos de forma 
pormenorizada cada item componente do conteúdo programático, sendo que 
ao final de cada uma delas serão propostas questões cobradas em provas 
elaboradas especialmente pela CESGRANRIO, mas também das demais bancas 
organizadoras de concursos com provas objetivas de múltipla escolha (ESAF, 
FCC, etc.). No caso específico desta disciplina, é pequena a quantidade de 
questões elaboradas pela CESGRANRIO, motivo pelo qual lançaremos mão de 
questões das demais bancas. 
As aulas seguirão as datas e itens do conteúdo programático descritos 
abaixo. 
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Aula Demonstrativa Economia Brasileira: Introdução
Aula 1 – dia 14 de outubro de 
2011 
Economia Brasileira: crise de 
1930 e a origem do modelo de 
substituição de importações no 
Brasil. As políticas de intervenção 
do Estado na primeira metade da 
década de 1950. O Plano de Metas 
e a industrialização pesada. A crise 
da economia brasileira na primeira 
metade da década de 1960 e as 
reformas estruturais no início do 
governo militar. Auge e declínio do 
“milagre” econômico (1968-1973). 
O primeiro choque do petróleo e o 
II PND. 
Aula 2 – dia 21 de outubro de 
2011 
Economia Brasileira: Crise da 
dívida externa, inflação e políticas 
de estabilização na década de 
1980. As reformas econômicas da 
década de 1990: liberalização 
comercial, abertura financeira e 
privatizações. O Plano Real: 
concepção, implementação e 
principais problemas. Crise e ajuste 
pós-1999: regime de câmbio 
flutuante, metas de inflação e 
ajuste fiscal. 
Aula 3 – dia 28 de outubro de 
2011 
Tópicos especiais em economia 
brasileira: x) marco regulatório a 
partir da década de 1990: o papel 
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das agências reguladoras e do 
Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica (CADE); xi) a crise 
econômica global de 2008: 
impactos na economia brasileira, 
respostas da política econômica e 
resultados; xii) desafios dos 
programas de desenvolvimento 
recentes: a Política de 
Desenvolvimento Produtivo (PDP),o 
Programa de Aceleração do 
Crescimento (PAC) e o Plano Brasil 
Maior; xiii) o papel do BNDES nos 
diferentes estágios do processo de 
industrialização no Brasil; xiv) 
políticas sociais e de 
desenvolvimento regional. i) 
políticas industrial, científica & 
tecnológica, de inovação e de 
comércio exterior a partir da 
década de 1990 até o presente; ii) 
padrões de inovação na indústria 
brasileira. iv) análise do perfil da 
dívida pública e características dos 
títulos públicos brasileiros (NTNs, 
LTNs e LFTs); 
Aula 4 – dia 04 de novembro de 
2011 
Tópicos especiais em economia 
brasileira: v) previdência social no 
Brasil; vi) as características do 
sistema tributário brasileiro; iii) 
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emprego formal e informal no 
Brasil. vii) federalismo fiscal no 
Brasil; ix) transferências 
constitucionais e transferências 
voluntárias. 
Aula 5 – dia 11 de novembro de 
2011 
Tópicos especiais em economia 
brasileira: viii) A Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF); 
Informo a vocês que poderão ocorrer pequenas alterações nos pontos do 
conteúdo programático a serem abordados em cada uma das aulas. Qualquer 
mudança neste sentido objetiva tornar as aulas as mais didáticas possíveis. 
Coloco-me à disposição de vocês para qualquer esclarecimento através 
do e-mail franciscomariotti@pontodosconcursos.com.br. 
Um grande abraço e bem vindo ao curso, 
Mariotti 
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1. Economia Brasileira 
A evolução do entendimento econômico, devidamente aplicado à 
economia brasileira, passou por um grande processo de mudanças a partir da 
ascensão de Getúlio Vargas à Presidência do país ainda nos anos de 1930. 
Começava ali o chamado modelo econômico de Substituição de 
Importações, o qual consistia na troca de compra da produção externa de 
bens e serviços pela escolha de produção interna ao país. Com a queda de 
Getúlio e, posteriormente, com a chegada do mineiro Juscelino Kubitschek na 
presidência da república, foi implantado no país o chamado Plano de Metas. 
Passamos a discorrer mais criteriosamente sobre este período, de forma 
a estruturarmos os impactos econômicos sofridos pela economia bem como o 
modelo de desenvolvimento adotado no pós-guerra (segunda guerra mundial). 
1.1 O Processo de Substituição de Importações 
No período compreendido entre a proclamação da República até a 
chegada de Getúlio Vargas ao poder, a economia brasileira dependia 
basicamente do bom desempenho das exportações, que na época se 
restringiam a algumas poucas commodities agrícolas, especialmente o café, 
caracterizando a economia brasileira como essencialmente agroexportadora. 
O bom desempenho dependia das condições do mercado internacional de 
café, sendo a variável-chave nesta época o seu preço internacional. As 
condições deste mercado não eram totalmente controladas pelo Brasil. 
Mesmo sendo o principal produtor de café, outros países também influíam 
na oferta, e boa parte do mercado era controlado por grandes companhias 
atacadistas que especulavam com estoques. 
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A demanda dependia das oscilações no crescimento mundial, 
aumentando em momentos de prosperidade econômica e retraindo-se quando 
os países ocidentais (especialmente EUA e Inglaterra) entravam em crise ou 
em guerra. Deste modo, as crises internacionais causavam problemas muito 
grandes nas exportações brasileiras de café, criando sérias dificuldades para 
toda economia brasileira, dado que praticamente todas as outras atividades 
dentro do país dependiam direta ou indiretamente do desempenho do setor 
exportador cafeeiro. 
As condições do mercado internacional de café tendiam a tornarem-se 
mais problemáticas na medida em que as plantaçõesdo produto no Brasil se 
expandiam. Nas primeiras décadas do século XX a produção brasileira cresceu 
desmensuradamente. O Brasil chegou a produzir sozinho mais café do que o 
consumo mundial, obrigando o governo a intervir no mercado, estocando e 
queimando café (lembram-se no estudo da história do Brasil do Convênio de 
Taubaté?). Neste período, as crises externas sucederam-se em função tanto de 
oscilações na demanda (crises internacionais), como em decorrência da 
superprodução brasileira. 
Em 1930, estes dois elementos se conjugaram, a produção nacional era 
enorme e a economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história. 
A depressão no mercado internacional de café logo se fez sentir e os preços 
vieram a baixo. Isto obrigou o governo a intervir fortemente, comprando e 
estocando café e desvalorizando o câmbio com o objetivo de proteger o setor 
cafeeiro e ao mesmo tempo sustentar o nível de emprego, de renda e de 
demanda. Ficava, porém, claro que a situação da economia brasileira, 
dependente das exportações de um único produto agrícola, era insustentável. 
A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura no desenvolvimento 
econômico brasileiro; a fragilização do modelo agroexportador trouxe à tona a 
consciência sobre a necessidade da industrialização como forma de superar os 
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constrangimentos externos e o subdesenvolvimento. Não foi o início da 
industrialização brasileira (esta já havia se iniciado desde o final do século 
XIX), mas o momento em que esta passou a ser meta prioritária da política 
econômica. 
Este objetivo, porém, envolvia grandes esforços em termos de geração 
de poupança e sua transferência para a atividade industrial. Isto só seria 
possível com uma grande alteração política que rompesse com o Estado 
oligárquico e descentralizado da República Velha e centralizasse o poder e os 
instrumentos de política econômica no Governo Federal. Este foi o papel 
desempenhado pela Revolução de 30. Dela decorreram o fortalecimento do 
Estado Nacional e a ascensão de novas classes econômicas ao poder, que 
permitiu colocar a industrialização como meta prioritária, como um projeto 
nacional de desenvolvimento. 
A forma assumida pela industrialização foi o chamado Processo de 
Substituição de Importações (PSI). Devido ao estrangulamento externo, 
gerado pela crise internacional ocasionada pela quebra da Bolsa de Nova York, 
houve a necessidade de produzir internamente o que antes era importado, 
defendendo-se dessa forma o nível de atividade econômica. A industrialização 
feita a partir deste processo de substituição de importações foi uma 
industrialização voltada para dentro, ou seja, que visou atender o mercado 
consumidor interno. 
O processo de Substituição de Importações consistiu no processo forçado 
de industrialização brasileira, como forma de superação dos problemas 
externos e, consequentemente, mudar a pauta exportadora do país no médio 
prazo. 
Em linhas gerais, podemos dizer que o PSI foi derivado do chamado 
processo de estrangulamento externo, referenciado na queda no valor das 
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exportações de produtos agrícolas, mas com a crescente demanda interna por 
bens importados. 
Comentário Final: 
Finalizada a abordagem referente ao Processo de Substituição de Importações 
na Economia Brasileira, no contexto da primeira grande alteração na forma do 
governo de pretender o desenvolvimento do país, podemos dar por encerrada 
a aula demonstrativa. Não obstante, destaco a todos que a abordagem da 
evolução da economia do país ao longo dos últimos 90 anos (1930 – 2010), a 
ser feita no decorrer de todo o curso, será bastante analítica, em especial pela 
forma de como a CESGRANRIO costuma eximir a mesma matéria na forma de 
questões de prova. 
Ainda digno de destaque, conforme visto na descrição do conteúdo 
programático da disciplina, ressalto que teremos no curso uma série de 
abordagens cujo tema será “Tópicos Especiais em Economia Brasileira”, os 
quais caracterizam os principais temas em foco na economia do país, e que 
sempre fundamentam discussões acaloradas no âmbito dos entes 
governamentais (União, Estados (DF) e Municípios), haja vista os impactos 
diretos sobre as Finanças Públicas de cada um destes. 
Apenas como exemplo de como a CESGRANRIO aborda os temas da Economia 
Brasileira na forma de questões, destaco uma referente ao assunto tratado na 
aula que ora finalizamos. Como não poderia deixar de ser, ao final de cada 
uma das aulas componentes do curso, serão propostas várias questões 
cobradas em certames anteriores, em especial àqueles realizados pela banca 
organizadora deste concurso para Economista do BNDES. 
 
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Questão Proposta: 
1 – (ENGENHEIRO/BNDES – CESGRANRIO/2008) O processo de 
substituição de importações, como instrumento para a promoção do 
desenvolvimento econômico, NÃO se caracteriza pelo(a) 
a) encarecimento dos produtos importados dentro do país. 
b) aumento dos investimentos produtivos nos setores protegidos dentro do 
país. 
c) estímulo às exportações do país. 
d) proteção tarifária contra as importações, em favor das atividades produtivas 
dentro do país. 
e) intervenção do estado na economia do país. 
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Gabarito Comentado: 
1 – (ENGENHEIRO/BNDES – CESGRANRIO/2008) O processo de 
substituição de importações, como instrumento para a promoção do 
desenvolvimento econômico, NÃO se caracteriza pelo(a) 
a) encarecimento dos produtos importados dentro do país. 
b) aumento dos investimentos produtivos nos setores protegidos dentro do 
país. 
c) estímulo às exportações do país. 
d) proteção tarifária contra as importações, em favor das atividades produtivas 
dentro do país. 
e) intervenção do estado na economia do país. 
Comentários: 
O processo de substituição de importações – PSI foi caracterizado pelo 
estímulo dado pelo governo federal, no âmbito do Estado Novo (ascensão de 
Getúlio Vargas ao poder), no sentido de que a produção do país fosse voltada 
para dentro, sendo a demanda gerada pelos bens suprida por produção interna 
ao invés da importação de bens. Os estímulos realizados estavam associados 
entre outras coisas à imposição de barreiras tarifárias. Do mesmo modo, 
buscou-se a redução da dependência externa do país, uma vez que este não 
mais poderia contar apenas com suas exportações como forma de geração de 
renda ao país. 
Gabarito: letra “c”.

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