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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 1 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Aula Quatro – Parte 2 Olá, Pessoal! Inicio a aula quatro, parte 2, pedindo desculpas a vocês por conta da troca do arquivo disponibilizado na semana passada como sendo da aula quatro, parte 1. Conforme eu comentei no preâmbulo da última aula, tomei a decisão de dividir o assunto Lei de Responsabilidade Fiscal em duas partes devida à extensa abordagem e, consequentemente, quantidade de informações a serem entendidas e assimiladas por vocês. Ocorre que ao enviar a aula ao Ponto para disponibilização a vocês, acabei me passando, e enviando a parte 2 da aula quatro, arquivo este incompleto. Conforme disse um aluno (a) no fórum, “professor, tem alguma coisa errada, a primeira página está em branco!”. Bem, resolvido o problema, agora sim disponibilizo oficialmente a segunda parte da aula quatro. Trata-se da continuação das abordagens referentes aos principais pontos da LRF. De forma especial, na primeira parte da aula são feitos os comentários referentes aos critérios de geração de despesa pela Administração nos três níveis de entes da federação. Em continuidade à abordagem, trataremos de forma pormenorizada os principais pontos relativos à transparência das contas públicas no país. Por se tratar de um único assunto, dou continuidade à numeração do último item da aula quatro, parte 1. Finalmente, e em esclarecimento a alguns alunos (as), informo que a aula cinco será disponibilizada na próxima semana, mais exatamente no dia 18 de novembro. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 2 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Relembro a todos (as) que estou à disposição através do fórum de dúvidas. Um grande abraço e bons estudos. Mariotti CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 3 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1.19 Geração de Despesa O artigo 15 da LRF afirma no seu teor que para toda e qualquer despesa que não esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamentário- financeiro nos três primeiros exercícios de sua vigência, da sua adequação orçamentária e financeira com a LOA, o PPA e a LDO e, no caso de despesa obrigatória de caráter continuado, de suas medidas compensatórias, será considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público. A LRF ainda afirma no parágrafo 4o do artigo 16, que essas regras são condições prévias tanto para a aquisição de bens, serviços e obras, como também para a desapropriação de imóveis urbanos, que, de acordo com a Constituição, deverá ser paga em dinheiro. Até a edição da LRF bastava a existência de crédito orçamentário para que se pudesse gerar despesa. Como a própria estimação da receita pública era feita de maneira muitas vezes aleatória, era pratica comum a criação de despesas sem efetiva contrapartida de crédito. Vamos a análise do artigo 16 da LRF, em partes, que assim dispõe: Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes; II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. A criação de despesa deve possuir a estimativa de impacto para um período de três anos, sendo que a própria letra da lei destaca que este CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 4 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br mesmo período inicia-se na data de entrada em vigor da despesa e nos dois subsequentes. § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se: I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício; O inciso I do parágrafo em análise, além de definir a noção exata da despesa, procura delimitar o prazo de duração desta, limitando-a a um ano. Essa restrição não é estrita, ou seja, nem toda a despesa deve se iniciar e terminar dentro do mesmo exercício financeiro, tanto é assim que a LRF descreve como deve se dar o tratamento da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado, conforme disposto no artigo 17 que analisaremos logo a seguir. II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições. Mesmo parecendo uma redundância, uma vez que a própria LOA deve estar em conformidade com o PPA e com a LDO, o legislador estabelece a necessidade da despesa ser compatível com os mesmos dois instrumentos, ou seja, que, entre outros pontos, a despesa possa não impactar os resultados pretendidos quando da elaboração do planejamento estratégico e do tratamento das prioridades a serem atendidas pela ação governamental. § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas. § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. Conforme dissemos anteriormente, no caso da geração de despesa, esta deve ser estimada a partir de premissas e metodologias factíveis, que evidenciem de fato o gasto a se iniciar. Até em função do princípio da CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 5 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br razoabilidade, a LRF destaca que a LDO disporá sobre a despesa considerada irrelevante, ou seja, a geração de despesa que não venha a alterar os objetivos do governo ou mesmo impactar o resultado orçamentário-financeiro. 1.20 Despesa Obrigatória de Caráter Continuado Conforme dispomos acima, a LRF procurou engessar a geração de despesa por parte do poder público. Em especial, pode se dizer que este engessamento teve por objetivo reduzir a criação de despesas que impactassem as contas públicas por um período superior a dois anos. Assim, segundo a LRF, considera-se como Despesa Obrigatória de Caráter Continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. Atente que se trata de uma despesa corrente, e não de capital, sendo que esta despesa se efetivará durante um período superior a dois anos, uma vez que este período se confunde com o próprio exercício financeiro. A geração de despesa de caráter continuado deve seguir o mesmo rito disposto para a criação de uma despesa que se encerra dentro do mesmo período, inclusive quanto ao que dispõe o parágrafo 4o do artigo 17, quanto à compatibilização desta com o PPA e aLDO, e mais o seguinte: • O ato de criação do gasto deve ser acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 6 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br A LRF ainda define o que consiste no aumento permanente de receita, de tal modo a evitar subterfúgios por parte do gerador da despesa: “...considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.” A execução da despesa de caráter continuado é dependente diretamente dos pontos abordados acima, motivo sem o qual a despesa não poderá se realizar. Não obstante, talvez o ponto mais importante associado à geração de despesa e a própria noção de despesa obrigatória de caráter continuado, a qual está no parágrafo 6o do artigo 17. NÃO É CONSIDERADA DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO A DESPESAS COM O SERVIÇO DA DÍVIDA E AO REAJUSTAMENTO DE REMUNERAÇÃO DE PESSOAL de que trata o inciso X do artigo 37 da Constituição. O serviço da dívida refere-se ao pagamento contínuo dos juros devidos pela dívida pública do ente da federação. Finalmente, para que não exista subterfúgio ou artifício legal por parte do criador/propositor da despesa, a LRF equipara a aumento de despesa à prorrogação daquela já criada por prazo determinado. Vamos assim a fixação deste conteúdo por meio de uma questão: (ANALISTA CONTÁBIL/SEFAZ-CE – ESAF/2007 - modificada) Considerando os dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a geração da despesa pública ou a assunção de obrigação deve obedecer a diversos requisitos, exceto: CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 7 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br a) a despesa é adequada com a lei orçamentária anual quando objeto de dotação específica e suficiente, ou esteja abrangida por crédito genérico, de forma que, somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício. b) a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhada de estimativa do impacto orçamentário financeiro nos exercícios em que se der o aumento. c) a despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. d) a criação da despesa obrigatória de caráter continuado dar-se-á mediante comprovação de que não afetará as metas de resultados fiscais, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento de receita ou pela redução de despesa. e) as condições para aumento ou criação da despesa obrigatória de caráter continuado não se aplicam ao serviço da dívida nem à implantação de planos de carreira dos servidores. Comentários: Esta questão foi montada retirando-se a literalidade do disposto nos artigos 17 e 18 da LRF. a) A letra “a” aborda o disposto no artigo 17, parágrafo 1O, inciso I. CORRETA 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se: I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 8 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br b) O erro na alternativa “b” refere-se ao fato de que a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhada de estimativa do impacto orçamentário financeiro no exercício em que entrar em vigor, e nos dois subsequentes, e não nos exercícios em que se der o aumento. INCORRETA c) Trata-se do conceito narrado no próprio artigo 17. “Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.” CORRETA d) nos moldes da assertiva “c”, a letra “d” refere-se ao parágrafo 2o do artigo 17. “§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.” CORRETA e) literalidade do parágrafo 6o da LRF: “§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.” CORRETA Gabarito: Letra “b”. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 9 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1.21 Despesas com Pessoal Uma crítica constante à Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição de limites para os gastos com pessoal. A definição destes limites pelo legislador buscou simplesmente permitir que o administrador público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcionar bem-estar à população, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma de impostos, utilizando-se recursos humanos de forma eficiente e compatível com as receitas auferidas da própria sociedade. Segundo a LRF, as despesas de pessoal são aquelas relacionadas ao gasto de cada ente da federação com os ativos, inativos e pensionistas. Estas despesas, conforme destaca o artigo 18, são relativas aos gastos com: • Mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias; • Vencimentos e vantagens, fixas e variáveis; • Subsídios, proventos de aposentadoria; • reformas e pensões; • Adicionais de qualquer natureza; • Gratificações, horas extras e vantagens pessoais; • Encargos sociais, e • Contribuições recolhidas pelo Ente às entidades de previdência. A análise dos componentes das despesas de pessoal nos induz a entender que as despesas com terceirizados, em substituição a servidores e empregados públicos, os chamados terceirizados, serão contabilizadas como despesas de pessoal. De todo modo, estas despesas serão alocadas na rubrica outras despesas de pessoal, conforme o destaque do parágrafo 1o do artigo 18: CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 10 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br “§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicosserão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal". Esse tipo de diferenciação pode ser objeto de questão de prova. Vejamos: (ANALISTA CONTÁBIL/SEFAZ-CE – ESAF/2007) Para os efeitos da Lei Complementar n.101/2000, considera-se despesa com pessoal: a) as reparações econômicas a anistiados políticos não membros da administração pública. b) o auxílio-alimentação dos servidores. c) a terceirização de atividades não previstas nos planos de carreira dos servidores. d) as aposentadorias e pensões relativas à ex-chefes de poder executivo. e) as aposentadorias e pensões pagas pelo regime geral da previdência social. Comentários: Pela análise do artigo 18, bem como do parágrafo 1o do mesmo artigo, verifica-se que só se enquadra em despesa contabilizada como de pessoal, a despesa referente ao auxílio alimentação. A alternativa “c” trata de terceirizados de atividades não previstas nos planos de carreiras dos servidores. Se fossem atividades previstas nos planos, teríamos aí uma despesa com pessoal, passiva de verificação dos limites impostos pela LRF. A alternativa “d”, referente às despesas dos ex-chefes do poder executivo enquadram-se no inciso VI, parágrafo 1o do artigo 19 da Constituição. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 11 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Ressalta-se que a inclusão das despesas com terceirizados como uma despesa de pessoal visa garantir que o administrador público não utilizará subterfúgios para aumentar o quantitativo de mão-de-obra no setor público, sempre ressaltando a existência de limites impostos por legislação e regulação específica quanto à terceirização de atividades. Gabarito: Letra “b”. 1.21.1 Apuração das despesas de pessoal A apuração das despesas de pessoal será feita mediante a soma da despesa realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. Conclui-se assim que a apuração das despesas de pessoal será sempre feita para um período de 12 meses. Os limites das despesas de pessoal são regrados pela relação existente entre esta e a Receita Corrente Líquida – RCL, ponto já estudado por nós. A LRF determina dois limites distintos para os gastos com pessoal no setor público. São eles: Para a União, 50% da RCL, distribuídos da seguinte forma: • 2,5% para o legislativo, incluindo o tribunal de contas da união; • 6,0% para o judiciário; • 40,9% para o executivo; e • 0,6% para o Ministério Público Federal Menciona-se que dentro do limite de 40,9% da RCL destinada à despesa de pessoal do poder executivo federal, incluem-se as despesas referentes à organização e manutenção do Poder Judiciário, do Ministério Público e a da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, as polícias civil e CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 12 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br militar, e o corpo de bombeiros do DF, além da prestação de assistência financeira ao DF para execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. Para os Estados e o DF, 60% da RCL, assim distribuídos: • 3,0% para o legislativo, incluindo o tribunal de contas do estado; • 6,0% para o judiciário; • 49,0% para o executivo; e, • 2% para o Ministério Público Estadual Para os Municípios, 60% da RCL: • 6,0% para o legislativo, incluindo o tribunal de contas do município; e, • 54,0% para o executivo. Atenção! O limite de comprometimento de despesa de pessoal do poder executivo no âmbito da União e dos Estados é diferente, mas seus percentuais podem ser utilizados para confundir o candidato. No âmbito da União é de 40,9% enquanto nos Estados e no Distrito Federal é de 49%. Destaca-se que nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites foram repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, tendo como base os três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF. Com fins de aplicação, vejamos uma questão do CESPE que ao invés de trabalhar com os percentuais de comprometimento da RCL em termos de CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 13 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br despesa de pessoal, trabalha com o valor efetivamente gasto, ou seja, exige do candidato a fixação dos percentuais para cada um dos poderes. (Analista Administrativo/STF - CESPE/2008) Na hipótese de a receita corrente líquida da União atingir, em determinado período, R$ 400 bilhões, a despesa de pessoal do Poder Judiciário não poderá exceder R$ 14,4 bilhões. Comentários: Considerando que no caso da União a despesa com pessoal referente ao poder judiciário é de 6%, temos o seguinte resultado para o montante máximo da RCL a ser aplicado em despesas de pessoal: 6% x R$ 400 bilhões = 24 bilhões. Conclui-se assim que a assertiva é incorreta. A cobrança de uma questão em prova de concurso que apresente o valor monetário da despesa de pessoal, partindo do valor da receita corrente líquida, é mais difícil de ocorrer. Se ocorrer, acredito, poderá exigir do candidato a memorização dos percentuais, o que pode ser um pouco mais difícil do que uma questão que apenas trate dos percentuais, que somente pela simples análise, já permite a este mesmo candidato se “relembrar” da sua distribuição entre os Poderes e o Ministério Público Federal. Na apuração das despesas de pessoal, segundo o parágrafo 1o do artigo 19 da LRF, não serão computadas: a. As despesas com indenização por demissão de servidores ou empregados; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 14 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br b. As despesas relativas ao incentivo à demissão voluntária: Trata-se da estratégia da Administração Pública quando da necessidade de realização dos Programas de Demissão Voluntária - PDV. Não faria sentido decisão diferente, já que, por ocasião do afastamento, o servidor recebe valores superiores aqueles que receberia se continuasse na ativa. Em outras palavras, o PDV, em geral utilizado pontualmente e dirigido ao conjunto dos servidores, aumentará a despesa com pessoal no mês em que estiver sendo executado. Sua contagem no limite de pessoal desestimularia programas dessa natureza. c. As despesas com pessoal verificadas em decorrência de convocação extraordinária do Congresso Nacional; Segundo a Emenda Constitucional 50, não é mais devido o pagamento de aos congressistas em caso de convocação extraordinária, não sendo válida esta afirmação para os servidores lotados no poder legislativo. d. As despesas decorrentes de decisão judicial: São em geral as classificadas na rubrica “Sentenças Judiciais”, e da competência de período anterior ao da apuração das despesas com pessoal (somando-se o mês de referência com os onze meses anteriores), de acordo com o § 2º do artigo 18; e. As despesas com pessoal do estado do Amapá, Roraima e do Distrito Federal, custeadas pela União. Parece lógico que, se estas despesas não são pagas com as receitas destes estados, não há porque serem somadas aos limites (60%). f. As despesas com inativos custeadas com recursos defundos próprios. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 15 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Atente-se para o fato de que as receitas originadas das contribuições a fundos não compõem o cálculo da RCL, o que torna nula esta operação do ponto de vista contábil. 1.21.2 Controle da despesa total com pessoal Segundo o artigo 21 da LRF, é nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal, sem atender aos seguintes requisitos: a. Estimativa do impacto orçamentário financeiro, no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; b. Declaração do ordenador de despesas de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO; c. Demonstração da origem dos recursos para o seu custeio; d. Comprovação de que a despesa aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no AMF, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, serem compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa; e. Observância da vedação à vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias, para efeito de remuneração de pessoal do serviço público; f. Atendimento ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo; g. Não ser expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou Órgão. A LRF, além dos limites gerais fixados para cada ente da federação, inclusive para cada poder ou órgão, fixa um limite prudencial que, uma vez atingido, o mesmo poder ou órgão fica proibido de praticar uma série de atos. Verifica-se que esta medida tem o objetivo de realizar um acompanhamento CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 16 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br de perda do crescimento das despesas de pessoal, de forma que esta não extrapole os limites gerais fixados. Assim, segundo o parágrafo único do artigo 22 da LRF, se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedadas: 1. A concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; 2. A criação de cargo, emprego ou função; 3. A alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; 4. O provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; e 5. A contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias. Caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20 da LRF, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22 acima elencadas, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição. As providências narradas nos parágrafos supramencionados são as seguintes: a. Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b. Exoneração dos servidores não estáveis; c. Demissão de servidores estáveis. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 17 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Os parágrafos 1o e segundo do artigo 23 da LRF foram suspensos pelos STF em caráter liminar, nos autos da Adin 2238-5, uma vez que estes parágrafos previam o seguinte: “§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.” Assim, considerando que estes afrontam o disposto no artigo 39, parágrafo 3o, combinado com o artigo 7o, inciso VI, da Constituição Federal, que trata da irredutibilidade dos vencimentos, entende-se que este dispositivo ainda se aplica aos empregados públicos regidos pela CLT, uma vez que a própria Constituição ampara a redução dos vencimentos mediante a realização de acordo ou convenção coletiva. Finalmente, mas não menos importante, o parágrafo 3o do artigo 23 da LRF determina que caso ente não alcance a redução no prazo estabelecido, este sofrerá as chamadas sanções institucionais, não recebendo transferências voluntárias, não podendo obter garantia direta ou indireta de outro ente, e não podendo contratar operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. 1.21.3 Despesas com a seguridade social Nos mesmos moldes das despesas com pessoal, a LRF estabeleceu regramento para as despesas com a seguridade social. Assim sendo, os atos que gerem aumentos de despesa, a criação, majoração ou extensão de qualquer benefício que integre a seguridade social requer, além da indicação CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 18 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br de sua fonte de custeio total, o cumprimento do art. 17, que versa sobre a despesa obrigatória de caráter continuado. Trata-se pois da demonstração da origem dos recursos que custearão qualquer aumento na despesa, assim como a comprovação de que não serão afetadas as metas de resultados fiscais previstas na LDO, a partir de mecanismos de compensação . 1.22 A Dívida Pública e a LRF Em conjunto com o tratamento das despesas de pessoal, a LRF abordou de maneira pormenorizada a gestão da dívida pública dos entes da federação. O controle da dívida e do endividamento é um dos pontos mais importantes da LRF, uma vez que trata de um dos maiores problemas ficais do país, e que tende a pressionar as despesas públicas. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu, nos moldes das despesas de pessoal, limites da dívida pública em função da Receita Corrente Líquida – RCL, sendo que estes limites devem ser atendidos pela União, estados, DF e municípios. O artigo 29 da LRF define os conceitos associados à Dívida. São eles: 1. Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; 2. Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 19 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 3. Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimentoantecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros; 4. Concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada; 5. Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. O Senado Federal, por meio do Capítulo I da Resolução n° 43, de 21/12/01, em atendimento ao disposto no artigo 30, inciso I da LRF, dispôs sobre os termos relacionados à dívida pública consolidada bruta e líquida, dívida pública mobiliária e de operações de crédito. Considera-se dívida pública consolidada bruta ou fundada o montante total apurado, sem duplicidade: • das obrigações financeiras do ente da Federação, inclusive as decorrentes de emissão de títulos, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados; • das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude da realização de operações de crédito para amortização em prazo superior a doze meses ou que, embora de prazo inferior a doze meses, tenham constado como receitas no orçamento; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 20 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br • dos precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos. A dívida consolidada líquida corresponde à dívida pública consolidada, deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros, considerando-se ainda as obrigações a pagar que deverão ser deduzidas das disponibilidades financeiras. O conceito de dívida pública mobiliária é mais restrito do que de dívida fundada, uma vez que é representada apenas pelos títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios. As operações de crédito correspondem a compromissos assumidos com credores situados no País ou no exterior, em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. Ainda equiparam-se a operações de crédito o recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação, a assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de títulos de crédito e a assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. Percebe-se assim que a LRF procurou cercar e ao mesmo tempo consolidar a composição da dívida pública, evitando interpretações dúbias e tendenciosas pelos administradores públicos. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 21 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1.22.1 Os limites da Dívida Pública e as Operações de Crédito O Senado Federal, em cumprimento ao que determina a Constituição, ficou responsável pela fixação de limites para a dívida pública dos Estados e os Municípios. Em consonância com a CF, a LRF, por meio do artigo 30, inciso I, dispôs que o Senado Federal ficaria responsável pela fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada dos três entes da federação. Segundo o mesmo artigo, a proposta poderia ser apresentada em termos da dívida líquida, abatendo-se assim os créditos financeiros existentes (aplicações financeiras, etc.). A fixação de limites, com base na dívida líquida, teve ainda como parâmetro a chamada Receita Corrente Líquida – RCL, sendo a sua apuração realizada a cada quadrimestre (parágrafo 4o). Em adição, no mesmo artigo 30, agora inciso II, a LRF atribuiu ao Congresso Nacional o estabelecimento dos limites para o montante da dívida mobiliária federal líquida, também em proporção da RCL. A LRF ainda previu a possibilidade de flexibilização nos limites estabelecidos, derivados de possíveis instabilidades econômicas ou alterações nas políticas monetária e cambial. Assim sendo, estabelecidas estas definições e atribuições, o Senado Federal editou a Resolução de número 40. De acordo com o artigo 30 desta, em até quinze anos da sanção da Resolução, os entes públicos deverão estar sujeitos as seguintes normas: • O limite máximo de endividamento para os Estados corresponderá a (2) duas vezes a sua RCL anual; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 22 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br • Aos Municípios este limite máximo corresponderá a 1,2 vezes a RCL anual; 1.22.2 Recondução da dívida aos Limites Uma vez que os entes não se enquadrem nos limites estabelecidos, deverão seguir uma regra de redução, que mede a razão entre a dívida líquida e a RCL. Dispõe o art. 40 da Resolução 40: Art. 4º No período compreendido entre a data da publicação desta Resolução e o final do décimo quinto exercício financeiro a que se refere o art. 3, serão observadas as seguintes condições: I - O excedente em relação aos limites previstos no art. 3º apurado ao final do exercício do ano da publicação desta Resolução deverá ser reduzido, no mínimo, à proporção de 1/15 (um quinze avo) a cada exercício financeiro; II - para fins de acompanhamento da trajetória de ajuste dos limites de que trata o art. 3, a relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida será apurada a cada quadrimestre civil e consignada no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da Lei Complementar nº 101, de 2000; III - o limite apurado anualmente após a aplicação da redução de 1/15 (um quinze avo) estabelecido neste artigo será registrado no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da Lei Complementar nº 101, de 2000; IV - durante o período de ajuste de 15 (quinze) exercícios financeiros a que se refere o caput, aplicar-se-ão os limites previstos no art. 3º para o Estado, o Distrito Federal ou o Município que: a) apresente relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida inferior a esses limites, no final do exercício de publicação desta Resolução; e b) atinja o limite previsto no art. 3º antes do final do período de ajuste de 15 (quinze) exercícios financeiros. Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tornarão disponíveis ao Ministério da Fazenda os dados necessários ao cumprimento do disposto neste artigo em até 30 (trinta) dias após a data de referência das apurações. De forma a dar força impositiva nos artigos 3o e 4o da Resolução 40, o Senado Federal ainda dispôs no art. 50 da norma: Art. 5º Durante o período de ajuste, o Estado, o Distrito Federal ou o Município que não cumprir as disposições do art. 4º ficará impedido, enquanto perdurar a irregularidade, de contratar operações de crédito, excetuadas aquelas que, na data da publicação desta CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCOMARIOTTI 23 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Resolução, estejam previstas nos Programas de Ajuste Fiscal dos Estados, estabelecidos nos termos da Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, e, no caso dos Municípios, nos contratos de refinanciamento de suas respectivas dívidas com a União, ou aquelas que, limitadas ao montante global previsto, vierem a substituí-las. Vejamos um exemplo: Um Município, que apresente em dezembro de 2001 uma dívida pública consolidada de R$ 12.500.000,00 (doze milhões e quinhentos mil reais), disponibilidades financeiras de R$ 1.250.000,00 (um milhão e duzentos e cinqüenta mil reais) e uma RCL no período igual a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) estará acima do limite de endividamento previsto na Resolução n° 40/01 do Senado Federal. Este Município apresentará uma relação dívida/RCL de 2,25, portanto, acima do limite de 1,20 definido na Resolução. Vejamos essa operação em detalhes: 1. Dívida Pública Consolidada do Município (DPC) = R$ 12.500.000,00 2. Disponibilidades Financeiras (DF) = R$ 1.250.000,00 3. Dívida Líquida = DPC – DF = R$ 12.500.000,00 – R$ 1.250.000,00 = R$ 11.250.000,00 4. Receita Corrente Líquida do Município (RCL) = R$ 5.000.000,00 5. Relação Dívida Líquida/RCL = 2,25 (ou R$ 11.250.000,00 divididos por R$ 5.000.000,00) Como o limite legal da relação Dívida Líquida/RCL para os Municípios é igual a 1,20, verifica-se que há um excesso de endividamento de 1,05, em termos dessa relação. Na prática, o máximo de endividamento que o Município poderia suportar, dada a RCL de R$ 5.000.000,00, é uma dívida líquida de R$ 6.000.000,00, equivalente a 1,2 vezes a RCL (R$ 5.000.000,00 x 1,2 = R$ 6.000.000,00). De que forma este Município poderá corrigir o excesso de endividamento, retornando aos limites legais? Na verdade, a Resolução n° 40/01 permite que o excesso de endividamento seja corrigido, em termos da relação dívida líquida/RCL, em até 15 anos, em uma proporção de 1/15 avo por ano. Dessa maneira, o excesso de endividamento sobre o limite legal (1,05) deverá ser reduzido em uma proporção de 0,07 a cada ano (ou 1,05 divididos em 15 anos). Em outras palavras, e dentro de uma análise simplificada, a dívida deverá diminuir em R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais) a cada ano. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 24 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Para fins de acompanhamento da trajetória de ajuste dos limites de que trata o parágrafo anterior, a relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida será apurada a cada quadrimestre civil e consignada no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da LRF. O limite apurado anualmente após a aplicação da redução de 1/15 (um quinze avo) será registrado no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da LRF. Durante o período de ajuste de quinze exercícios financeiros (prazo final para retorno ao limite máximo de endividamento), aplicar-se-á o limite de endividamento de 1,20 para o Município que apresente relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida inferior a esses limites, no final do exercício de publicação desta Resolução e atinja o limite previsto no art. 3º antes do final do período de ajuste de 15 (quinze) exercícios financeiros. Os Municípios tornarão disponíveis ao Ministério da Fazenda (entenda-se Secretaria do Tesouro Nacional) os dados necessários ao cumprimento desses dispositivos em até trinta dias após a data de referência das apurações. Devido à incapacidade de atendimento de alguns Estados e de vários Municípios ao disposto na Resolução 40, no ano de 2003 o Senado publicou a Resolução 20, ampliando o prazo para cumprimento dos limites de endividamento em determinado período de tempo. Assim dispôs a norma infraconstitucional: Art. 1º Nos termos do § 4º do art. 66 da Lei Complementar nº 101, de 2000, fica ampliado em 4 (quatro) quadrimestres o prazo estipulado pelo seu art. 31 para o cumprimento dos limites para a dívida consolidada. A implementação se dará (daria) da seguinte forma: CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 25 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br I - de 1º de janeiro de 2003 a 30 de abril de 2005, fica (ficava) suspensa a obrigatoriedade de cumprimento dos limites e condições estabelecidos pelos arts. 3º e 4º da Resolução nº 40, de 2001, do Senado Federal; II - em 1º de maio de 2005, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão estar ajustados aos limites fixados no art. 3º ou à trajetória de redução da dívida definida no art. 4º, ambos da Resolução nº 40, de 2001, do Senado Federal, conforme o caso. De acordo LRF, em seu art. 31, caso a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. Ainda de acordo com o mesmo artigo, caso o excesso perdure, o ente governamental sofrerá as seguintes sanções: • ficará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária; • terá que obter resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho; As medidas destacadas acima terão validade imediata, ou seja, sem a contagem do prazo de três quadrimestres, caso o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano de mandato do Chefe do Poder Executivo. O comentário adicional refere-se ao fato de que estando vencido o prazo de três quadrimestres subseqüentes sem o que o ente tenha promovido as CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 26 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br adequações necessárias, este ficará também impedido de receber transferências voluntárias. 1.22.3 Contratação de Operações de Crédito Segundo o art. 32 da LRF, toda contratação de operação de crédito realizada pelos entes governamentais, inclusive de empresas por eles controladas direta ou indiretamente, deverá ser precedida da verificação, por parte do Ministério da Fazenda, leia-se Secretaria do Tesouro Nacional, quanto ao cumprimento dos limites de dívida pública e de outros mais. Senão vejamos: Art 32 (... § 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o atendimento das seguintes condições: I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica; II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita; III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal; IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo; V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição; VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar.§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades. § 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observado o seguinte: I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 27 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;...) Alguns pontos do art. 32 da LRF saltam os olhos, especialmente o que deriva do inciso III, § 1o que se refere ao atendimento ao disposto no art. 167 da CF, conhecido como REGRA DE OURO. Segundo o artigo da Carta Magna, é vedada a realização de operações de créditos que excedam o montante de despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. Este artigo visou impedir a contratação de dívida pública com o objetivo de financiamento de despesas correntes, tais como pagamento de pessoal e etc.. O problema, entretanto, é que o fundamento deste artigo é citado na LRF (art. 12, § 2º) de uma maneira mais restritiva, em que não é permitida em hipótese alguma exceções em termos de realização de operações de crédito. O resultado de tal restrição foi alvo da ADIN nº 2.238, que acabou por resultar em medida acauteladora pela suspensão da eficácia do § 2º do referido artigo. Desta maneira, verifica-se que a suspensão da eficácia do § 2º em nada atinge o disposto no art. 167 da CF, continuando a serem válidos os demais dispositivos do art. 32, dentre os quais o § 3º, que estabelece, em cada exercício financeiro, a relação entre o total de operações de crédito nele ingressadas e o total de despesas de capital executadas, observando-se ainda: • Não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 28 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br • Se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital. Ainda referente às operações de créditos, os entes da Federação deverão obedecer às condições, limites e procedimentos estabelecidos pela Resolução nº 43/01 do Senado Federal, que foi alterada ainda pela Resolução nº 3, de 2002. Esta Resolução dispõe sobre as operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização, e ainda estabelece outras providências. O art. 6º da Resolução nº 43/2001 do Senado Federal estabelece regras para cumprimento da Regra de Ouro prevista na CF. Art. 6º O cumprimento do limite a que se refere o inciso III do art. 167 da Constituição Federal deverá ser comprovado mediante apuração das operações de crédito e das despesas de capital conforme os critérios definidos no art. 32, § 3, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. § 1º Para fins do disposto neste artigo, verificar-se-ão, separadamente, o exercício anterior e o exercício corrente, tomando-se por base: I - no exercício anterior, as receitas de operações de crédito nele realizadas e as despesas de capital nele executadas; e II - no exercício corrente, as receitas de operação de crédito e as despesas de capital constantes da lei orçamentária. Destaca-se que a “Regra de Ouro” é válida para as Operações de Crédito, que é uma das subcategorias das receitas de capital, sendo que a sua aplicabilidade refere-se ao atendimento as despesas de capital. Não obstante, a realização de operações de crédito em valores superiores às despesas de capital não estão vedadas, uma vez que estejam atendidos, além dos requisitos impostos pela LRF e pelo Senado Federal, o requisito de autorização do poder legislativo, dentro do exercício, demonstrando a finalidade específica do crédito, mesmo que seja para pagamento de despesas correntes. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 29 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Destacamos ainda o que dispõe o art. 7 da Resolução 43, referente aos limites de operações de crédito interno e externo dos entes da federação a exceção da União: Art. 7º As operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios observarão, ainda, os seguintes limites: I - o montante global das operações realizadas em um exercício financeiro não poderá ser superior a 16% (dezesseis por cento) da receita corrente líquida, definida no art. 4; II - o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder a 11,5% (onze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida; (...) Vejamos um exemplo: “O limite de 16% da RCL, para o caso de operações de crédito com liberação prevista para mais de um exercício, será calculado levando-se em consideração o cronograma anual de ingresso, projetando-se a receita corrente líquida, de acordo com os critérios estabelecidos, mediante a aplicação de fator de atualização a ser divulgado pelo Ministério da Fazenda, sobre a receita corrente líquida do período de 12 (doze) meses findos no mês de referência. Esta regra não se aplica às operações de concessão de garantias e de antecipação de receita orçamentária. São excluídas do limite de 16% da RCL as operações de crédito contratadas pelos Estados e pelos Municípios, com a União, organismos multilaterais de crédito ou instituições oficiais federais de crédito ou de fomento, com a finalidade de financiar projetos de investimento para a melhoria da administração das receitas e da gestão fiscal, financeira e patrimonial, no âmbito de programa proposto pelo Poder Executivo Federal. O cálculo do comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada será feito pela média anual, nos 5 (cinco) exercícios financeiros subseqüentes, incluído o da própria apuração, da relação entre o comprometimento previsto e a receita corrente líquida projetada ano a ano. O limite de 16% da RCL para a contratação de operações de crédito não se aplica às operações que, na data da publicação da Resolução nº 43 do SF estejam previstas nos Programas de Ajuste dos Estados, estabelecidos nos termos da Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, e, no caso dos municípios, nos contratos de refinanciamento de suas respectivas dívidascom a União, ou aquelas que, limitadas ao montante global previsto, vierem a substituí-las.” CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 30 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Finalmente, mas não menos importante, destaca-se os procedimentos a serem tomados pelas Instituições Financeiras que contratarem operações de crédito com ente da federação. Diz o art. 33 da LRF: Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos. § 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros. § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte. § 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23. § 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32. 1.23 As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária – ARO’s Segundo a LRF em seu art. 38, as operações de crédito de ARO destinam-se ao atendimento de insuficiência de caixa (pagamentos de compromissos que não possuam receitas imediatas) durante o exercício financeiro. Estas operações necessitam cumprir uma série de exigências além das dispostas no artigo 32, considerando a sua praticidade em termos de utilização pelo governante. Senão vejamos: Art. 38. (... I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício; II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; ...) CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 31 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Destaca-se, ainda, que as ARO’s não poderão ser realizadas no último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, nem tampouco se operações anteriores da mesma natureza não estiverem totalmente saldadas. Todas as operações de ARO’s serão feitas através de abertura de crédito na instituição financeira que for vencedora de processo licitatório promovido pelo Banco Central, que fará também o seu acompanhamento e controle, aplicando as sanções cabíveis em caso de inobservância de limites, pela instituição credora. As ARO’s não estão computadas no saldo devedor que comporá o limite de endividamento dos entes públicos. Estas compõem a chamada dívida flutuante, de curto prazo, devendo ser paga dentro do exercício em que for contratada, conforme disposto no art. 38 da LRF. 1.24 Operações de Crédito Vedadas De acordo com o artigo 34 da LRF, o Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar. Esta proibição imposta permitiu que a emissão da dívida pública federal ficasse restrita ao Tesouro Nacional, aumentando assim o controle da própria dívida. Ainda segundo a LRF, em seu artigo 35, é proibida a realização operações de crédito entre os entes da Federação, sob qualquer forma, incluindo o refinanciamento ou a postergação de dívida anteriormente contraída. Como única exceção, o parágrafo 1º do artigo 35 permite as operações de crédito entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusa a administração indireta, desde que não sejam destinadas a financiar despesas correntes, nem ao refinanciamento de dívidas que não as contraídas com a própria instituição concedente. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 32 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Essa foi mais uma rigidez imposta pela LRF para inibir a constituição de novas dívidas pelos entes da federação por meio de triangulação de suas instituições. Entre as despesas, destacam-se aquelas relacionadas ao pagamento de folha de pessoal, classificada como uma despesa corrente, conforme dispõe a Lei 4.320/64. 1.24 Garantia e Contragarantia A concessão de quaisquer garantias em operações de crédito está sujeita às normas do artigo 32, que dispõe sobre os limites e condições das operações de crédito. Como pré-condição, qualquer garantia exige que o seu beneficiário ofereça contragarantia, em valor igual ou superior à garantia a ser recebida, e, adicionalmente, a plena adimplência para com o ente garantidor. Na concessão de garantias pela União aos estados e municípios, estes poderão vincular as suas receitas tributárias próprias, além das transferências constitucionais. As entidades da administração indireta não poderão conceder garantia, com exceção da que envolva empresa controlada à própria subsidiária, ou por instituição financeira a empresa nacional. Não se esqueça! Na concessão de garantia pode ser feita a vinculação das transferências constitucionais. Por último, toda dívida de ente público que tiver sido honrada em conseqüência de garantia prestada, implica na suspensão de novos créditos até a completa liquidação da dívida em causa. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 33 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1.25 Limites para Dívida e Operações de Crédito Segundo o artigo 7o da Resolução 43 do Senado Federal, as operações de crédito interno e externo dos estados, do Distrito Federal, dos municípios observarão os seguintes limites: I - o montante global das operações realizadas em um exercício financeiro não poderá ser superior a 16% (dezesseis por cento) da RCL, II - o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder a 11,5% da RCL; e III – o saldo devedor das operações de crédito por antecipação de receita orçamentária não poderá exceder 7 % da RCL. 1.26 Transparência A transparência e a fiscalização na gestão fiscal encontram-se como um dos pilares do controle das Finanças Públicas. Segundo o artigo 48 da LRF, são considerados instrumentos de transparência: • Os planos, os orçamentos e a lei de diretrizes orçamentárias; • As prestações de contas e o respectivo parecer prévio; • Relatório Resumido da Execução Orçamentária e a sua versão simplificada; • Relatório de Gestão Fiscal e a sua versão simplificada. A transparência da gestão pública exige também o incentivo à participação popular e pela realização de audiências públicas, tanto durante a CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 34 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br elaboraçãocomo no curso da discussão dos planos, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos. Por sua vez, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar à disposição do público, no âmbito tanto do respectivo Poder Legislativo como do órgão técnico responsável por sua elaboração. A Lei Complementar 131 de 2009 adicionou uma série de pontos ao artigo 48, ao abordar a instrumentalização da transparência. São eles: • Incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos, garantindo pleno conhecimento à população dos objetivos e as prioridades do governo; • liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público, facilitando assim o controle popular dos programas e ações governamentais; Por meio da Lei Complementar 131, foi ainda adicionado instrumento público, através de sistema integrado de administração financeira e controle, para fazer frente ao amplo conhecimento para a sociedade dos gastos públicos. A redação do artigo 48-A assim dispõe: Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes: I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 35 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. Através de uma leitura atenta deste artigo, verifica-se assim o aumento da participação popular na gestão pública, desde o processo de elaboração das ações de governo até o resultado, em termos financeiro e orçamentário, dos gastos públicos. O processo de atendimento à transparência está ainda associado à geração de relatórios sobre a execução do orçamento e sobre a gestão fiscal. 1.26.1 O Relatório Resumido de Execução Orçamentária Trata-se do documento cuja publicação é comandada pela própria Constituição Federal, por intermédio do seu § 3º do art. 165, devendo ocorrer em até trinta dias após o encerramento de cada bimestre. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária - RREO é composto de duas peças básicas e de alguns demonstrativos de suporte. As peças básicas são o balanço orçamentário, cuja função é especificar, por categoria econômica, as receitas e as despesas, e o demonstrativo de execução das receitas (por categoria econômica e fonte) e das despesas (por categoria econômica, grupo de natureza, função e subfunção)1. 1 Ressalta-se que o balanço orçamentário e o demonstrativo de execução das receitas são parte integrante da contabilidade pública, matéria não objeto do edital. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 36 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O RREO e seus demonstrativos abrangerão os órgãos da Administração Direta, dos Poderes e entidades da Administração Indireta, constituídas pelas autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal e de custeio, ou de auxílios para pagamento de despesas de capital, excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de capital. O RREO será elaborado e publicado pelo Poder Executivo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 1.26.2 Relatório de Gestão Fiscal O Relatório de Gestão Fiscal ocupa posição central no que diz respeito ao acompanhamento das atividades financeiras do Estado. Cada um dos Poderes, além do Ministério Público, deve emitir o seu próprio Relatório de Gestão Fiscal, abrangendo todas as variáveis imprescindíveis à consecução das metas fiscais e à observância dos limites fixados para despesas e dívida. Constam, portanto, do Relatório: • As informações necessárias à verificação da conformidade, com os limites de que trata a LRF, das despesas com pessoal, das dívidas consolidada e mobiliária, da concessão de garantias, das operações de crédito e das despesas com juros; • Elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fiscais aos seus respectivos limites; tratando-se do último quadrimestre, demonstração do montante das disponibilidades ao final do exercício financeiro e das despesas inscritas em restos a pagar. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 37 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O Relatório de Gestão Fiscal dos poderes e órgãos abrange a administração direta, autarquias, fundações, fundos, empresas públicas e sociedades de economia mista beneficiários de recursos dos orçamentos fiscal2 e da seguridade social, para manutenção de suas atividades, excetuadas aquelas empresas que recebem recursos exclusivamente para aumentos de capital oriundo de investimentos do respectivo ente. O mesmo relatório, conforme determina a LRF, conterá demonstrativos com informações relativas à despesa total com pessoal, dívida consolidada, concessão de garantias e contragarantias, bem como operações de crédito, devendo, no último quadrimestre, ser acrescido de demonstrativos referentes ao montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro, das inscrições em Restos a Pagar e da despesa com serviços de terceiros. A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o relatório deverá ser publicado e disponibilizado ao acesso público, inclusive em meios eletrônicos, até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder. Este prazo, para o primeiro quadrimestre, se encerra em 30 de maio; para o segundo quadrimestre, se encerra em 30 de setembro e, para o terceiro quadrimestre, se encerra em 30 de janeiro do ano subseqüente ao de referência. A não divulgação do Relatório de Gestão Fiscal - RGF, nos prazos e condições estabelecidos em lei, é punida com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. Além disso, o ente da Federação estará impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária . 2 Empresas como Petrobrás e Eletrobrás não compõem o orçamento fiscal, mas tão somente o orçamento de investimento nas estatais. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 38 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1.27 Transferências Voluntáriase limites de Educação e Saúde Segundo o art. 25 da LRF, as transferências voluntárias caracterizam-se como a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou destinado ao Sistema Único de Saúde. Com base nesse entendimento, ressalta-se que as transferências constitucionais e legais (FPM, SUS e Fundef) não são transferências voluntárias. De acordo com o § 1o, os requisitos estabelecidos para a realização das transferências: • Estarem de acordo com a LDO; • Existência de dotação específica no orçamento; • Não serem destinadas ao pagamento de folha de pessoal (ativos, inativos e pensionistas de Estados, Municípios e do DF), conforme prevê o inciso X do art. 167 da Constituição; • Comprovação previa ao recebimento dos recursos, por parte do ente beneficiário, que se acha em dia com o pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, • Inexistirem pendências quanto à prestação de contas de recursos já recebidos, que obedece aos limites constitucionais para gastos com educação e saúde, além daqueles relativos à dívida, despesas com pessoal e restos a pagar; e • Previsão do orçamento do ente beneficiário; Pode-se dizer que as transferências voluntárias são aquelas realizadas através de convênio ou acordo congênere e que constam do Orçamento da União, mas que ao mesmo tempo não decorrem de uma determinação CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 39 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br constitucional ou legal. É comum a destinação destas para a realização de obras (despesas de capital) via, especialmente, as emendas parlamentares. Conforme verificado acima, alguns requisitos devem ser atendidos para que haja possibilidade por parte do ente de receber transferências voluntárias, dentre eles o atendimento aos limites constitucionais de aplicação em Saúde e Educação. Segundo a CF, em seu artigo 212, a União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os estados, o Distrito Federal e os municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. Já de acordo com parágrafo 2o do artigo 198 da CF, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; II - no caso dos estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; III - no caso dos municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 40 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados o PLP 306/2008, que trata da regulamentação dos valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União na área da saúde. Atualmente, é válido o disposto no artigo 77 do ADCT, quem assim dispõe em seu parágrafo 4o: “§ 4º Na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, § 3º, a partir do exercício financeiro de 2005, aplicar-se-á à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o disposto neste artigo.” Em relação ao artigo 77, temos que: “Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, os recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde serão equivalentes: I - no caso da União: a) no ano 2000, o montante empenhado em ações e serviços públicos de saúde no exercício financeiro de 1999 acrescido de, no mínimo, cinco por cento; b) do ano 2001 ao ano 2004, o valor apurado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto - PIB; II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; e III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que apliquem percentuais inferiores aos fixados nos incisos II e III deverão elevá-los gradualmente, até o exercício financeiro de 2004, reduzida a diferença à razão de, pelo menos, um quinto por ano, sendo que, a partir de 2000, a aplicação será de pelo menos sete por cento. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 41 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br § 2º Dos recursos da União apurados nos termos deste artigo, quinze por cento, no mínimo, serão aplicados nos Municípios, segundo o critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde, na forma da lei. § 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 da Constituição Federal.” Assim, ainda sendo válido o disposto no artigo 77 do ADCT, o valor a ser aplicado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são: União: 5% a mais do que o aplicado em 1999, sendo este valor corrigido ano a ano pela variação nominal do PIB; Estados e Distrito Federal: 12% do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o artigo. 155 e dos recursos de que tratam os artigos. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II (Impostos de competência própria e os repasses obrigatórios da União), deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; Municípios: 15% do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o artigo 156 e dos recursos de que tratam os artigos 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º (Impostos de competência própria e os repasses obrigatórios da União). Para dar maior transparência ao uso de recursos públicos nessas duas funções, e verificação do que dispõe a LRF no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “b”, os gastos com educação e saúde passam a ser demonstrados junto com o Relatório Resumido da Execução Orçamentária, os primeiros bimestralmente (municípios com mais de 50.000 hab.) ou semestralmente (para os que têm menos de 50.000 hab. e fizerem opção pela semestralidade), enquanto que os da saúde devem ser demonstrados semestralmente. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 42 Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br E com base nestas últimas informações podemos dar por encerrada a aula quatro, parte 2. Passemos agora à resolução de questões de algumas bancas,
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