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FUNDAÇÕES DE BARRAGENS I DEFINIÇÃO II CARACTERÍSTICAS III PROBLEMAS QUANTO AO TIPO DE FUNDAÇÃO IV MEDIDAS PARA PREVENIR OS PROBLEMAS 1. FUNDAÇÕES ROCHOSAS: 1.1 RASPAGEM DE CAMADA SUPERFICIAL 1.2 MURO DE CONCRETO 1.3 “KEY TRENCH” 1.4 INJEÇÃO DE CIMENTO 2. FUNDAÇÕES EM SOLOS PERMEÁVEIS: 2.1 TRINCHEIRA IMPERMEÁVEL 2.2 TRICHEIRA PARCIAL 2.3 CORTINAS IMPERMEABILIZANTES 2.4 TRINCHEIRA “SLURRY TRENCH” 2.5 TAPETE IMPERMEABILIZANTE 2.6 DRENO DE PÉ 2.7 POÇOS DE ALÍVIO 2.8 INJEÇÕES 3. FUNDAÇÕES EM SOLOS IMPERMEÁVEIS: 3.1 SUBSTITUIÇÃO DAS CAMADAS 3.2 SUAVIZAÇÃO DOS TALUDES 1 3.3 CONSTRUÇÃO POR ETAPAS 3.4 USO DE DRENOS 3.5 COMPACTAÇÃO DINÂMICA 3.6 CUNHA ANTICISALHANTE 3.7 ELETROSMOSE --------------------------- FUNDAÇÕES DE BARRAGENS I DEFINIÇÃO: Fundação de uma barragem é o local que esta se apóia e as obras abaixo do maciço. II CARACTERÍSTICAS DA FUNDAÇÃO: 1. ESTANQUEIDADE: QF < QQF Q Só é necessário fazer uma fundação estanque se não houver necessidade de deixar uma vazão mínima à jusante. 2 Fundação resistente ao excesso de descarga freática (Forças de percolação) 2. ESTABILIDADE: Aterro compatível com a fundação (h, γ, i) - (altura, peso especifico do solo, gradiente hidráulico). 3 3. HOMOGENEIDADE: Faz-se a retirada do material (trecho específico) que afeta a homogeneidade da barragem: III PROBLEMAS QUANTO AO TIPO DE MATERIAL DE FUNDAÇÃO 1. ROCHA: 1.1 FRATURADA Falta de estanqueidade (Perda d’água – Forças de percolação) • • • • • • • Estabilidade ameaçada devido ao mau contato Maciço- Fundação Resistência (Dureza) – Arenitos → Granitos 1.2 NÃO FRATURADA Estabilidade (Topografia) Resistência 2. SOLO GRANULAR: 2.1 FOFO Estabilidade (Areias Finas) Estanqueidade: Alta permeabilidade (Piping - Heaving) 4 2.2 COMPACTO • • • • • − − − Estanqueidade (Descargas Freáticas Excessivas) 3. SOLO FINO: 3.1 RIJO – sem problemas 3.2 MOLE Estabilidade (Ruptura por Cisalhamento) Recalques Excessivos MÉTODOS DE TRATAMENTO: A. ELIMINAR A PERCOLAÇÃO: QFUND. < Q MÍN B. REDUZIR A PERCOLAÇÃO C. CONTROLAR A SAÍDA DA ÁGUA IV MEDIDAS PARA PREVENIR OS PROBLEMAS: 1. FUNDAÇÕES ROCHOSAS: 1.1 RASPAGEM DA CAMADA SUPERFICIAL: Tornar a superfície da rocha regular para permitir a compactação diretamente na rocha; Melhorar o contato através de: Equipamentos de terraplenagem Compactação manual Concreto “Dental” 5 1.2 FUNDAÇÃO COM MURO DE CONCRETO: PROBLEMAS: Compactação no contato Muro-Maciço Explosivos – Causa fraturas na rocha. SITUAÇÃO MAIS INDICADA: Quando a rocha é mole e as ombreiras são muito íngremes. 1.3 DENTE (“KEY TRENCH”): FINALIDADE: • Quebrar a descontinuidade entre maciço e fundação • Interromper o caminho de uma possível percolação no contato Maciço-Fundação. 6 Preenchido com solo impermeável compactado 1.4 INJEÇÃO DE CIMENTO: FINALIDADE: • Tornar a fundação rochosa impermeável e consolidada; • Redução da descarga freática; • Controle da pressão da água nas fraturas na porção de jusante da barragem. 7 NECESSIDADE DE CORTINA DE INJEÇÃO: FATORES QUE INFLUENCIAM: A. NATUREZA DO MACIÇO ROCHOSO (SUAS FRATURAS E PERMEABILIDADE) B. QUANTIDADE DE ÁGUA PERDIDA PELA FUNDAÇÃO C. RISCOS DE EROSÃO INTERNA D. EFEITO DAS INJEÇÕES SOBRE AS PRESSÕES INTERSTICIAIS DENTRO DO NÚCLEO ARGILOSO E. EFEITO DAS INJEÇÕES NO ALÍVIO DO SISTEMA DE DRENAGEM PROFUNDA PARA REDUZIR AS SUBPRESSÕES NO MACIÇO DE FUNDAÇÃO (BARRAGENS DE CONCRETO) F. ALTURA DA BARRAGEM Os critérios a serem utilizados para verificação da necessidade de injeção de impermeabilização são mostrados em um quadro (Adam C. Houlsby) que orienta e define quando injetar e quanto injetar. ETAPAS DA INJEÇÃO: - Perfuração dos furos na rocha - Limpeza do furo e do local - Ensaio de Perda d´água - Bombeamento da calda de cimento para dentro dos furos 8 DETERMINAÇÃO DA PERMEABILIDADE DA ROCHA Ensaio de Perda d´água: Pressão de injeção X Absorção d´água 1 Lugeon = Absorção d´água num trecho de 1 m, sob pressão equivalente a 10 kg/cm2, para 10 minutos de ensaio. 1 Lugeon ≅ 1,3 x 10-7 m/s Exemplo: Pressão máxima = 0,2 kg/cm2 1 Lugeon Î 1 l/min/m quando P = 10 atm = 10 kg/cm2 q < 1 Lugeon Î não se injeta 10 l/min em 3 metros = (10 / 3) x (10 / 2) Lugeon = 33 L INJEÇÃO DE CIMENTO Î Processo de tentativa e experimento ESPAÇAMENTO DOS FUROS: Linhas primárias (principal) (LP) Linhas secundárias (LS) Linhas terciárias (LT), etc. PROFUNDIDADE DOS FUROS: H = 2/3 HS 9 HS = coluna máxima d´água INCLINAÇÃO DOS FUROS: vertical e inclinados (maior eficiência) ETAPAS DE CADA FURO: ascendente ou descendente PRESSÃO DE INJEÇÃO: Função de: - Tipo e continuidade das fraturas na rocha - Resistência da rocha - Consistência da calda a ser usada - Permeabilidade da rocha - Forma do vale - Profundidade do furo a ser preenchido - História prévia da rocha TÉCNICAS DE INJEÇÃO DE CIMENTO: - Escola Européia - 0,45 kg/cm2/m - Escola Americana - 0,25 kg/cm2/m Definem as pressões a serem adotadas nos ensaios de perda d'água e nas injeções, o espaçamento, a profundidade e inclinação dos furos, etc. DIÂMETRO DOS FUROS: pequeno efeito na injeção (EX, NX,...). EQUIPAMENTO: sondas rotativas 10 (Portabilidade – altas velocidades de perfuração) CALDA DE CIMENTO: Função do tamanho da fissura: Traço: 1:1 até 1:10 Maioria (mais utilizado): 3:1 e 5:1 PROTEÇÃO DA SUPERFÍCIE DOS FUROS DE INJEÇÃO: Î Contra a fuga da calda 1. Construção de um “grout cap” ou um muro de concreto. 2. Construção do aterro compactado (plataforma de injeção) de 2,0 a 8,0 m ao longo da linha de injeção. A injeção atravessa o aterro. BARRAGENS DE TERRA Injeção antes ou após da construção do maciço? Vantagens: (antes) - Período de construção menor 11 - Calda preenche os espaços ou furos remanescentes no contato maciço-fundação - Algumas fraturas ou planos de ruptura desenvolvidos durante a construção serão preenchidos (depois) - Com rede de fluxo estabelecida – observação real da percolação, definindo a necessidade ou não de se injetar. Desvantagens: (antes) - Perigo de erosão no contato maciço-fundação devido às pressões de teste e limpeza dos furos. - Pressões altas – fraturas no maciço (depois) - Menor controle do processo de injeção - Maior custo. 3. FUNDAÇÕES EM SOLOS PERMEÁVEIS: Problemas: Estabilidade: • • Areias Fofas de baixa densidade - Suporta pequenas cargas estáticas - Sujeita ao colapso quando submetida a uma tensão dinâmica Estanqueidade: Areias fofas e compactas 12 1 - Quantidade de fluxo subterrâneo – diminuição da quantidade de água perdida Î função da finalidade da barragem. A . Vazão pela fundação: - Precisão na determinação do coeficiente de permeabilidade. B . Homogeneidade da fundação 2. - Forças exercidas pela percolação - Alta permeabilidade (Piping - Heaving) Se F4 > Ws Î o solo bóia – Heaving (levantamento) Ws = Peso da água F = Força de percolaçãoR = Resultante de forças efetiva 13 TRINCHEIRA IMPERMEÁVEL (“cut-off”) - Vertical ou inclinado - Aplicável para impermeabilização da camada de areia na fundação, eliminando ou reduzindo a percolação. Parte de montante para jusante, devido a colocação do dreno. Dimensionamento: P ≤ 25 m U. S. Bureau of Reclamation: B = (H – P) e B ≥ 6,00 m (trabalhabilidade) Limitantes: nível d´água deve ser rebaixado - necessidade de um sistema de rebaixamento do lençol freático. Esgotamento para construção da fundação na trincheira. Bombeamento direto ou poços filtrantes. 14 TRICHEIRA PARCIAL - É utilizada quando ocorrem lentes de material impermeável, distribuídas na fundação. - Tem pequena influencia na redução da vazão (descarga).e pressões – penetração de 95 %. - Para 80% de penetração – redução da percolação de 50%. - Baixo custo - Indicada para pequenas barragens 15 Calcula-se a linha de rastejamento: abc = L Para a barragem ser segura: o gradiente médio deverá ser menor que o valor "crítico". L hicr 〉 O coeficiente de rastejamento (é função do tipo de solo): cr cr h LC = Onde: L = Comprimento mínimo do caminhamento da partícula d'água através da fundação (linha de corrente na fundação) =crh Altura máxima d'água que deve possuir a barragem. CORTINAS IMPERMEABILIZANTES 1) Cortina de estacas - pranchas: - Não é mais utilizada devido à presença de matacões ou rocha alterada que causam descontinuidades na cravação, tendo como conseqüência percolação elevada nos pontos de fuga. - Custo elevado 2) Diafragma moldado "in-situ": - Misto de cortina de injeção e cortina de estacas pranchas 16 TRINCHEIRA “SLURRY TRENCH” Indicada quando existe: 1. Dificuldade de escavação de deposito de areia, pedregulho, cascalho grosso, matacões, etc, em grandes profundidades (> 25 m). 2. Necessidade de rebaixamento de lençol freático (muito elevado). Sistema: Consiste na execução de uma cortina impermeabilizante, sem esgotamento, por meio de escavadeira e preenchimento de uma lama 17 bentonítica, com função de película impermeabilizante, para permitir o posterior lançamento do aterro. Seção AA Largura = 3 a 10 feet Vantagens: 1) Grande Flexibilidade - resistência aos esforços dinâmicos 2) Continuidade da cortina - não há juntas 3) Grande eficiência 18 4) Execução possível em terrenos onde há presença de matacões e de cascalhos grossos 5) Execução em aluviões altamente permeáveis associado a nível d'água elevado - não há necessidade de rebaixamento do lençol freático 6) A partir de certa profundidade as trincheiras de lama são mais econômicas do que as compactadas Desvantagens: 1) Limitação da profundidade – aproximadamente 25 metros (valor máximo = 30 metros) 2) Dificuldade de escavação de materiais compactos e duros (matacões, blocos), principalmente a grandes profundidades. 3) Impossibilidade de escavar um engastamento dentro da rocha alterada 4) Resistência ligeiramente menor dos materiais de preenchimento da trincheira (reaterro), em comparação com os materiais aluvionares substituídos. TAPETE IMPERMEABILIZANTE - Indicado quando d é muito elevado - Redução da descarga através da fundação: aumento do caminho de percolação Î redução do gradiente hidráulico Î redução da descarga freática. 19 Dimensionamento: Descarga através da fundação: d L hkq F= Espessura do tapete: d LL k ke TX F T= Limite da espessura: 100 60,0 XLe +≥ d ≅ 10%h e d ≥ 3 feet - O comprimento é função da vazão regularizada - Mais eficiente do que o cut-off parcial - Mesmo material do núcleo DRENO DE PÉ Coletor das águas freáticas conduzindo-as ao leito do rio e filtros. 20 POÇOS DE ALÍVIO Controle das pressões de percolação. 21 Desvantagens: - Requerem inspeção e manutenção permanente – devem ser substituídos periodicamente - Diminuem o caminho médio de percolação e aumentam a quantidade de percolação subterrânea Espaçamento dos poços: 15 a 30 m (podem ser utilizados poços intermediários) INJEÇÕES - Cimento - Asfalto - Argila - Misturas químicas Cimento: - Solo granular fino: Não tem sucesso devido ao tamanho das partículas do cimento que limitam a penetração. - Solo granular grosso: Utiliza-se apenas o cimento ou o cimento- argila. Asfalto: também é limitado pelo tamanho das partículas. Argila: eficiência duvidosa devido à argila ser facilmente carreada pelas forcas de percolação. 22 Misturas químicas: mesma viscosidade da água podendo ser injetada em solo permeável. Custo muito elevado. Desvantagens: - Processo oneroso - Técnicas complexas - Seleção do tipo mais adequado – considerável estudo de campo e laboratório - Resultados difíceis de avaliar 3. FUNDAÇÕES EM SOLOS IMPERMEÁVEIS: (SOLO SATURADO) 3.1 SUBSTITUIÇÃO DAS CAMADAS - Substituição das camadas de solo de baixa resistência por material apropriado, geralmente o do maciço compactado. - Limitante: profundidade das camadas. 3.2 SUAVIZAÇÃO DOS TALUDES Aumento da área de distribuição das tensões de cisalhamento da fundação. 23 Bermas de equilíbrio: Redução da inclinação dos taludes: A suavização dos taludes e a introdução de bermas causam o aumento da área sobre a qual a barragem se assentará, diminuindo assim as tensões cisalhantes sobre a fundação. 3.3 CONSTRUÇÃO POR ETAPAS Construção por etapas: facilita a expulsão da água dos poros do solo. Maior tempo facilita a dissipação das pressões neutras. O solo consolida e ganha resistência 24 3.4 USO DE DRENOS Estacas de areia: - A drenagem através de estacas de areia é utilizada para médias e grandes barragens devido ao seu alto custo. - As estacas de areia permitem o alívio gradual da tensão neutra, aumentando assim a tensão efetiva da fundação. - Drenagem radial e vertical – mantêm as poro-pressões baixas - Controlam a percolação - Alto custo 25 Fitas de polietileno. (SOLO NÃO SATURADO) 3.5 COMPACTAÇÃO DINÂMICA Pré-umedecimento e compressão – grande espessura. 3.6 CUNHA ANTICISALHANTE (shear key) Objetivo: Absorver grande parte das tensões cisalhantes. Difícil computação de sua influência na estabilidade. (Resistência – tensão x deformação) 3.7 ELETROSMOSE 3.8 SUBSTITUICAO DE CAMADAS – pequena espessura 26
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