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AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL

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Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
 
AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL 
1 Anamnese: 
A anamnese do paciente é a parte mais importante da avaliação, pois a história é usada para 
descobrir a natureza do problema neurológico do paciente e como o problema o está afetando. 
Além disso, coloca esses dados no contexto de seus problemas clínicos pregressos, dos 
problemas clínicos da família, sua profissão e circunstâncias sociais, bem como outros aspectos 
da vida do paciente. 
 
 Dados pessoais 
É importante obter dados como a idade, sexo, lateralidade, procedência, profissão atual, profissão 
prévia, cuidador ou responsável, médico responsável, telefone de contato. 
 
 Queixa principal 
Dê ao paciente a oportunidade de descrever seu problema em suas próprias palavras. A queixa 
principal freqüentemente oferecerá dados importantes para os objetivos do tratamento 
fisioterápico, entretanto, as principais queixas variam de acordo com a fase da doença, 
conhecimento do paciente sobre sua doença, entre outros. Por exemplo: um paciente paraplégico 
na fase aguda poderá ter como queixa principal “não conseguir andar”, enquanto um paciente 
paraplégico na fase crônica poderá ter como queixa principal “dificuldade de se equilibrar durante 
uma transferência”. 
 
 História da moléstia atual 
O fisioterapeuta deve deixar o paciente relatar a história da patologia que o trouxe aos cuidados 
do fisioterapeuta, destacando: a data ou período de inicio dos sintomas, sua evolução temporal, a 
descrição e distribuição dos sinais e sintomas existentes, fatores de melhora e piora e a evolução 
da perda funcional. De acordo com o diagnóstico clínico do paciente, é necessário saber sobre o 
socorro no momento após um trauma, os tratamentos clínicos e cirúrgicos realizados, o tempo de 
internação do paciente, as possíveis complicações que ocorreram, como pneumonia, infecções 
urinárias, úlceras de decúbito, etc. 
 
 Antecedentes pessoais (também conhecido como história de moléstias pregressas) 
São questionadas neste item outras doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus, 
osteoporose, artrose, bronquite, arritmias cardíacas, tumores etc., tratamentos clínicos, cirúrgicos 
já realizados, hábitos de vida, como, por exemplo, o tabagismo, etilismo, prática de exercícios. 
Devem-se levar em conta doenças pregressas de interesse para o diagnóstico ou condição do 
paciente que está sendo pesquisada. Por exemplo: interessa ao fisioterapeuta saber se um 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
paciente idoso com AVE já realizou cirurgia de prótese de quadril, ou ainda se um paciente com 
Síndrome de Guillain-Barré apresenta diagnóstico de DPOC. 
 
 Antecedentes familiares 
Muitas das doenças neurológicas são de caráter hereditário ou familiar, como as ataxias, 
miopatias e doenças metabólicas. Deve-se levar em conta o diagnóstico clínico que está sendo 
pesquisado. Por exemplo, os antecedentes familiares são item importante na pesquisa da história 
associada a doenças degenerativas, neoplásicas ou inflamatórias mais do que em traumas. 
 
 Uso de medicamentos. 
O fisioterapeuta deve questionar sobre o uso de medicamentos pelo paciente, com destaque para 
medicamentos que possam causar efeitos colaterais ou que possam interferir no desenvolvimento 
da conduta do fisioterapeuta, como relaxantes musculares, anticonvulsivantes, analgésicos, anti-
hipertensivos, insulina. Pode-se a critério, anotar o horário de administração destes 
medicamentos, pois pode ser necessário adaptá-los aos horários das sessões ou vice-versa. 
 
 Outras informações relevantes: pode-se questionar também as expectativas do paciente 
quanto ao tratamento fisioterapêutico, se já realizou fisioterapia anteriormente, resultados obtidos, 
contatos de profissionais que já acompanharam o paciente. Deve-se levar em conta os preceitos 
éticos da profissão e questionar informações que sejam relevantes para o fisioterapeuta na 
condução do tratamento do paciente. 
 
2 Exame físico 
 Inspeção 
Adaptar a inspeção aos diferentes estágios das patologias e necessidades do paciente e registrar 
aspectos relevantes para o tratamento fisioterapêutico: 
 Ambiente hospitalar (UTI, enfermaria) 
 Ambiente ambulatorial 
 Ambiente domiciliar 
Aspectos gerais: Uso de dispositivos: Uso de dispositivos auxiliares 
de locomoção: 
coloração da pele acesso venoso cadeira de rodas 
hidratação monitor de pressão arterial andador 
edema monitor de PIC muletas 
equimose sonda nasoenteral bengalas 
hematomas sonda vesical ou coletor de urina 
cicatrizes traqueostomia 
postura tubo orotraqueal 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
padrão de posicionamento 
adotado pelo paciente 
monitor cardíaco 
deformidades dreno de tórax 
movimentos anormais 
 
 Sinais vitais: PA, FC, FR, SpO2, PIC 
 Nível de consciência 
O paciente pode estar inconsciente, pode estar deitado, de olhos fechados diferente de um estado 
de sono por não ser possível despertar, sendo considerado estado de coma. Neste caso, existe 
uma escala que é amplamente usada para avaliar o nível de consciência: a Escala de Coma de 
Glasgow (ECG), em que se avalia a abertura ocular, a resposta motora e a resposta verbal e, em 
uma pontuação mínima de 3 e máxima de 15, é considerado estado de coma pontuação 8 ou 
menos. Segue abaixo a ECG: 
 
 
 
Quando o paciente estiver em um estado de sono não despertável, na presença de sedação, 
deverá ser avaliado o nível de sedação. Entre as escalas utilizadas para avaliação do nível de 
sedação encontra-se a Escala de Ramsay, que segue: 
 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
O paciente poderá estar inconsciente, porém agitado e se movimentando, neste caso não 
conseguirá manter um diálogo coerente. Estes casos são chamados de estados confusionais. 
Se o paciente está consciente, avaliaremos a orientação no tempo (dia, mês, ano, idade) e nos 
espaço (onde está agora, endereço onde reside). O mini exame do estado mental pode ser usado 
para triagem de alterações da função cognitiva, sendo importante para o fisioterapeuta, pois pode 
assegurar que o paciente compreenderá suas instruções, etc. 
 
 Tônus Muscular 
O tônus é o estado de tensão permanente do músculo. Existe um tônus de repouso, tônus 
postural e tônus de ação. O tônus depende essencialmente de mecanismos reflexos, sendo o arco 
reflexo miotático sua base. 
 
Sobre o arco reflexo miotático atuam centros supra-segmentares (centros localizados acima da 
medula espinhal), que podem agir como facilitadores ou inibidores da contração reflexa e cujas 
lesões determinam: hipotonia ou hipertonia muscular, por liberação dos centros inferiores. 
O sistema inibidor é constituído pelas áreas supressoras corticais (áreas 4 e 6), por alguns 
nucleos da base, pelo cerebelo (paleocerebelo) e pela formação reticular inibidora (a formação 
reticular localiza-se no tronco encefálico). Os impulsos são enviados para a medula espinhal pelo 
tracto reticuloespinhal inibidor, que ocupa o funículo lateral da medula. 
A lesão de estruturas inibidoras (lesão dos hemisférios cerebrais, tronco encefálico, medula 
espinhal acima do cone medular, também chamada de lesão do neurônio motor superior) faz com 
que o arco reflexo miotático não receba influencias inibitórias, gerando um estado de hipertonia. 
Entretanto, durante a fase aguda das lesões acima mencionadas, a hipotonia será encontrada 
devido à presença de edema e da desorganização da atividade elétrica dos neurônios, deixando 
de facilitar o arco reflexo miotático. Serão observadas ainda hipotonias todas as vezes queo arco 
reflexo miotático for interrompido, como ocorre nas lesões do cone medular / cauda eqüina e do 
sistema nervoso periférico. As lesões que afetam o neocerebelo também causam hipotonia. 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
Avaliação é realizada através da mobilização passiva dos segmentos, buscando observar 
possíveis alterações de tônus ou normalidade. Os segmentos freqüentemente avaliados são as 
articulações do cotovelo, quadril e joelho. Outras articulações podem ser avaliadas e, ainda, 
podem ser observados sinais de hipertonia e hipotonia durante a demonstração das atividades 
funcionais e atividades de vida diária. 
As possíveis respostas encontradas no exame de tônus são: 
• hipertonia 
• hipotonia 
• normal 
A hipertonia pode ser dividida em: hipertonia elástica (lesão do neurônio motor superior) e 
hipertonia plástica (lesão dos núcleos da base, sendo a causa mais comum o parkinsonismo). 
Na hipertonia elástica observa-se o sinal do canivete e na hipertonia plástica o sinal de roda 
denteada ou cano de chumbo. 
 
 Reflexos 
Os reflexos tendinosos ou profundos são reflexos sinápticos único, tendo como receptores os 
fusos neuromusculares, que são sensíveis ao estiramento do músculo. Portanto, ao se percutir o 
tendão de um músculo com o martelo de reflexos, o fuso neuromuscular estirado estimula fibra 
sensitiva Ia que fará sinapse direta com o neurônio motor alfa do músculo estimulado, no mesmo 
nível segmentar na medula espinhal, determinando sua contração. Ao mesmo tempo, a fibra 
sensitiva Ia realiza sinapse inibitória, através de interneurônio com o neurônio motor alfa do 
músculo antagonista, determinando seu relaxamento. 
Se a transmissão for interrompida, seja por lesões sensitivas periféricas ou por lesões do neurônio 
motor inferior, o reflexo diminui ou desaparece. Os reflexos estão diminuídos nas doenças 
musculares. Se houver uma lesão de neurônio motor superior, o reflexo é exacerbado porque 
foram removidos fatores inibitórios. 
As possíves respostas obtidas nos exames dos reflexos são: 
• Normal 
• Arreflexia 
• Hiporreflexia 
• Hiperreflexia. 
Os reflexos devem ser testados de forma comparativa entre os lados do corpo ou entre membros 
superiores e inferiores. São importantes, pois oferecem um sinal objetivo de anormalidade e dão 
indícios no nível da anormalidade. 
Para se testar os reflexos o paciente precisa estar relaxado, com o músculo a ser testado na parte 
média de sua amplitude de movimento (entre o máximo alongamento e encurtamento). Pode-se 
interpor o dedo do examinador sobre o tendão a ser percutido com o martelo. Ao se testar o 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
reflexo é proveitoso lembrar o nível segmentar que está sendo avaliado, especialmente em casos 
de lesão medular. 
Os principais reflexos tendinosos avaliados são: 
Patelar: L3 Bicipital: C5 Tricipital:C7 
 
Aquileu: S1 Estilorradial: C6 
 
 
 
 
Os reflexos cutâneos ou superficiais têm seus receptores localizados na pele e são 
polissinápticos. Os receptores sensoriais da pele estimulada determinam a contração do músculo 
referente ao mesmo segmento medular através de sinapse com interneurônios. Entre os reflexos 
cutâneos, estão o reflexo cutâneo abdominal e o reflexo cutâneo plantar. 
O reflexo cutâneo abdominal é testado pela estimulação cutânea da parede do abdome na 
região epigástrica, umbilical e hipogástrica. A resposta obtida é o desvio da linha alba e da cicatriz 
umbilical para o lado estimulado pela contração dos musculos abdominais ipsilaterais. A pesquisa 
destes reflexos pode estar prejudicada por alterações da parede abdominal, cicatrizes operatórias, 
obesidade, ascite, e flacidez. É provável que a facilitação exercida desde os níveis superiores 
favoreça a obtenção destes reflexos, ocorrendo abolição nas lesões encefálicas que provoquem 
alteração dos centros facilitadores. 
O reflexo cutâneo plantar é um reflexo cutâneo mais importante, pois a resposta em extensão 
geralmente significa lesão da via córtico-espinhal. A pesquisa do reflexo é feita com o paciente 
em decúbito dorsal, estando os membros inferiores em extensão. A excitação é feita com o dorso 
do dedo do examinador ou com uma ponta romba desde o calcanhar, contornando a borda lateral 
do pé até a região do primeiro metatarso. A resposta normal é a flexão do hálux (em adultos e 
crianças após o desenvolvimento da marcha). Este reflexo pode estar abolido (arreflexia) pela 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
interrupção de sua via aferente ou eferente ou, então, haverá o sinal de Babinski, que é a 
extensão do hálux, acompanhada ou não de abdução e extensão dos demais artelhos em leque. 
Outras formas de estímulo deste reflexo são através da compressão da panturrilha (sinal de 
Gordon) ou pelo atrito sobre a crista da tíbia (sinal de Oppenheim). 
 
 
 
Clonus: o clonus é a contração rítmica de um músculo quando estirado. É mais comum no 
tornozelo, mas pode se encontrado nos flexores do punho e no quadríceps. Pode ser evocado 
pela percussão do tendão ou pelo estiramento manual do músculo e indica lesão do neurônio 
motor superior. Classifica-se com esgotável, quando as contrações rítmicas cessam quando o 
músculo é sustentado em estiramento ou inesgotável quando as contrações rítmicas apenas 
cessam quando o estímulo de estiramento é retirado. 
 
 Sensibilidade 
Existem varias classificações da sensibilidade. Do ponto de vista clinico podemos dividir as 
sensibilidades em superficiais e profundas. Entre as primeiras estão a sensibilidade tátil, térmica e 
dolorosa. As sensibilidades profundas incluem a vibratória, cinético-postural, barestésica 
(pressão), estereognosia (reconhecimento de objetos sem estímulos visuais) e tato epicrítico 
(discriminação de dois pontos). Nestas duas últimas intervêm elementos do tipo superficial. 
 
As modalidades de sensibilidade superficial têm seus receptores localizados na pele e são 
conduzidas pelas vias aferentes até o tálamo e córtex cerebral, onde tornam o estímulo recebido 
consciente. 
Sensibilidade tátil – via espino talâmica anterior 
Sensibilidade térmica e dolorosa – via espino talâmica lateral 
 
A sensibilidade tátil pode ser testada com o uso do pincel ou chumaço de algodão e representará 
o exame de sensibilidade superficial. Quando não houver a colaboração do paciente ou quando 
houver suspeita de que a lesão dissocia o trajeto das vias que conduzem estes impulsos 
nervosos, a sensibilidade dolorosa poderá ser útil. 
Para testar a sensibilidade tátil, primeiro ensine: mostre ao paciente como o estimulo será 
percebido em uma área não afetada. Teste: comece estimulando as áreas necessárias e peça ao 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
paciente que lhe conte quando sentir o estímulo e se a sensação é normal. Verifique: peça 
confirmação do local estimulado; varie a freqüência da avaliação. 
Importante: quando for avaliar um paciente com lesão medular ou de raízes nervosas 
(polineuropatias), a sensibilidade deverá ser testada por dermátomos, visto que na medula 
espinhal, a representação sensitiva é segmentar. Quando avaliar um paciente com lesão de 
nervos periféricos, deve-se pesquisar o território de invervação cutânea daquele nervo. Quando 
avaliar um paciente com lesão encefálica, a sensibilidade poderá ser testada por partes do corpo, 
visto que a representação sensorial no córtex cerebral é por partes do corpo, de acordo com os 
estudos de Penfield. 
 
Representação senstiva no córtex cerebral: 
Homúnculo de Penfield 
Representação sensitiva na medula espinhal: 
dermátomosAs modalidades de sensibilidade profunda têm seus receptores localizados nos músculos, 
tendões, articulações e receptores profundos da pele e são conduzidas pelas vias aferentes até o 
tálamo e córtex cerebral, onde tornam o estímulo recebido consciente. 
cinético-postural 
vibratória 
barestésica fascículo grácil e cuneiforme. 
estereognósica 
tato epicritico 
A sensibilidade cinético-postural pode ser pesquisada segurando a articulação estudada de forma 
que ocorra um contato mínimo. Ensine: mova a articulação com o paciente mantendo os olhos 
abertos, mostrando o movimento para cima e para baixo. Teste: peça ao paciente que feche os 
olhos e depois mova a articulação para cima e para baixo e que lhe informe qual a posição da 
articulação e a direção do movimento. Verifique: repita o teste com movimentos de menor 
amplitude. 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
Em geral são pesquisadas as articulações: interfalangeana do polegar e interfalangeana do halux. 
As respostas esperadas são: 
 Normal 
 Anestesia 
 Hipoestesia 
O paciente pode também referir parestesia (percepção de sensibilidade alterada, freqüentemente 
referida como dormência, formigamento, alfinetadas e agulhadas, embora as sensações possam 
incluir a dor) 
 
 Trofismo 
O trofismo refere-se à massa muscular. A manutenção do trofismo normal depende da integridade 
do arco reflexo miotático, bem como dos contatos sinápticos excitatórios e inibitórios que agem 
sobre o NMI, portanto tanto as lesões do NMS e NMI levam à hipotrofia. As lesões do NMI, que 
implicam em perda da integridade do arco reflexo, levam a maior perda de massa muscular do 
que as lesões que afetam o NMS. Ao processo de perda de massa muscular dá-se o nome de 
atrofia muscular, que não deve nunca ser confundido com encurtamentos musculares ou 
deformidades ósseas. 
Pode ser avaliado através da palpação dos ventres musculares, de forma comparativa; através da 
inspeção e pode ser quantificado através da perimetria, método em que o diâmetro dos ventres 
musculares é mensurado com fita métrica em pontos de referência pré-estabelecidos. 
As possíveis respostas encontradas no exame de trofismo são: 
• normal 
• hipotrofia 
• hipertrofia 
• *pseudohipertrofia – característica da DM de Duchenne, em que o aumento do diâmetro do 
ventre muscular das panturrilhas se dá devido ao acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo. 
 
 Motricidade voluntária: 
A exploração da motricidade voluntária deve incluir o exame da amplitude de movimento, da 
força muscular e as manobras deficitárias. 
O exame da amplitude de movimento é feito solicitando-se ao paciente que realize todos os 
movimentos possíveis nos diferentes segmentos do corpo, de maneira sistemática, a fim de testar 
todos os principais movimentos. Muitos pacientes com doenças neurológicas apresentam 
restrições da amplitude de movimento ativa, devido às alterações de forma muscular ou tônus. 
Desta forma, deve ser realizado o teste de amplitude de movimento passiva, a fim de conhecer a 
natureza da limitação. Realiza-se a amplitude de movimento passiva e ao final da restrição é 
aplicada uma força adicional e percebe-se uma sensação terminal, que pode ser de caracterísitca: 
elástica – refletindo encurtamento muscular; resistente – refletindo retração de partes moles como 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
cápsula articular; rígida – refletindo deformidade óssea. A amplitude de movimento pode ainda 
estar limitada por dor. 
O fisioterapeuta deve conhecer as amplitudes de movimento normais para cada articulação e 
realizar o exame comparando com o padrão de normalidade. Sabe-se, ainda, que a amplitude de 
movimento pode ser quantificada através do método de goniometria das articulações. 
 
O exame da força muscular é realizado solicitando-se ao paciente que realize um movimento 
ativamente e em seguida sustente uma contração muscular contra resistência oposta pelo 
fisioterapeuta, ma amplitude de movimento intermediária daquela articulação. Deve ser realizada 
sistematicamente, a fim de que todos os grupos musculares de interesse sejam testados. 
Para quantificar a força muscular, a seguinte graduação é utilizada: 
Grau 0 – ausência de contração muscular (paralisia) 
Grau 1 – presença de contração muscular sem deslocamento do segmento (a contração é 
perceptível apenas à palpação) 
Grau 2 – contração muscular com deslocamento do segmento, desde que eliminada ação da 
gravidade. 
Grau 3 – movimento ativo contra a ação da gravidade. 
Grau 4 – movimento ativo contra uma resistência mínima. 
Grau 5 – movimento ativo normal. 
O exame da força muscular deve levar em conta a doença neurológica em questão e seu nível de 
acometimento do sistema nervoso. Por exemplo, quando a doença ou trauma afetar um nervo 
periférico, o exame deverá ser feito pesquisando-se os músculos por ele inervados. Assim 
teremos, em um caso de lesão do nervo músculo-cutâneo, que pesquisar a força muscular do 
bíceps braquial, coracobraquial e braquial (ver tabela em anexo). 
Quando a doença ou trauma afetar a medula espinhal ou raízes nervosas, o exame deverá ser 
feito pesquisando-se músculos que representam os segmentos da medula espinhal e que dão 
origem às raízes nervosas. Por exemplo: o músculo tríceps representa o segmento medular C7. 
Quando a doença ou trauma afetar o encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico), deve-se 
considerar que as alterações de força muscular seguirão a representação cortical, ou seja, partes 
do corpo. 
Existem testes complementares para a avaliação da força muscular, usados quando se deseja 
detectar déficits mínimos de força muscular. Estes testes são chamados de manobras deficitárias 
e são realizados posicionando-se o paciente na postura da manobra, solicitando ao mesmo que 
feche seus olhos e que sustente a posição por cerca de um minuto. Quando houver queda do 
membro ou desarranjo da posição, a manobra é positiva e significa que há déficit de força 
muscular quando o músculo é solicitado em contração isométrica. Para que a manobra seja 
realizada é necessário que o paciente tenha no mínimo grau 3 de força muscular. São elas: 
 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
Barré: avalia isquiotibiais Queda dos membros inferiores 
em abdução: avalia adutores de 
quadril 
Mingazzini: avalia quadríces e 
ílio-psoas 
 
 
 
Braços estendidos: avalia 
deltóide, tríceps, extensores 
de punho e dedos 
Raimiste: avalia rotadores 
externos do ombro, flexores do 
cotovelo, extensores de punho e 
musculatura intrínseca da mão 
 
 
 
 
 
 Coordenação motora 
A coordenação motora proporciona um movimento harmônico e integrado das diversas 
articulações, incluindo a velocidade, distância percorrida e recrutamento muscular para 
determinada atividade. Basicamente a coordenação depende da sensibilidade profunda e do 
cerebelo. 
Por intermédio da sensibilidade profunda, o individuo é constantemente informado da posição 
exata de cada segmento de seu corpo e de suas mudanças e esta noção é indispensável para a 
coordenação normal. O cerebelo recebe informações do córtex cerebral para cada comando 
motor e informações dos músculos em relação com o movimento a ser efetuado. Da comparação 
destas informações, de origens central e periférica, resulta um sinal que é enviado ao córtex motor 
que pode modificar sua mensagem aos músculos com o objetivo de tornar o movimento adequado 
e harmônico. Desta maneira o cerebelo atua por retroação para estabilizar os comandos motores. 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
A coordenação (taxia) pode seravaliada através de testes padronizados, como o índex-nariz e 
calcanhar-joelho, realizados com o paciente de olhos fechados. 
No teste índex-nariz, peça ao paciente para abduzir seu ombro em 90º, com cotovelos estendidos 
e em seguida tocar a ponta do nariz. No teste calcanhar-joelho peça ao paciente que, em dd, 
toque o seu joelho com a ponta do calcanhar do lado oposto. A sensibilização da prova é feita 
solicitando-se ao paciente para deslizar o calcanhar ao longo da crista da tíbia após ter tocado o 
joelho. 
Podem-se observar alterações da distância percorrida no movimento (dismetria), e também a 
realização do movimento por etapas (decomposição do movimento). 
 
Diadococinesia: capacidade de realizar movimentos rítmicos e alternados. Solicita-se ao paciente 
que estenda os antebraços e mãos e efetue, com a maior velocidade possível, movimentos 
sucessivos de pronação e supinação. Seu distúrbio chama-se disdiadococinesia. 
 
 Equilíbrio 
A manutenção do equilíbrio do corpo no espaço é um fenômeno complexo que depende de 
mecanismos múltiplos. Esta função complexa só é possível graças à integração de várias 
estruturas: 
 O sistema motor (força muscular, tônus, reflexos posturais) 
 As sensibilidades proprioceptivas (que a partir dos músculos, tendões e articulações 
informam ao sistema nervoso central a posição e os movimentos do corpo) 
 O aparelho vestibular (cujos receptores informam ao sistema nervoso a posição e os 
movimentos da cabeça) 
 O aparelho da visão (encarregado da percepção das relações espaciais) 
 O cerebelo (encarregado da coordenação muscular) 
Das estruturas vestibulares assume particular importância o trato vestibuloespinhal, por controlar 
músculos antigravitacionais, e do cerebelo (o vérmis) por presidir a coordenação da musculatura 
axial do corpo – ambos desempenham papel fundamental na manutenção da posição ereta. 
O equilíbrio é investigado em posição ereta (equilíbrio estático) e durante a marcha (equilíbrio 
dinâmico). Na impossibilidade de o paciente se manter de pé, o equilíbrio pode ser investigado na 
posição sentada. 
A pesquisa do teste de Romberg deve ser realizada com o paciente em posição ortostática, pés 
unidos e olhos fehcados. O teste é positivo quando houver oscilações do corpo no espaço ou a 
queda. O teste Romberg sensibilizado é realizado solicitando-se ao paciente que coloque um pé 
na frente do outro e mantenha a posição ortostática. O sinal d Romberg ocorre frequentemente 
nos pacientes com distúrbios da sensibildiade profunda. 
 Atividades funcionais 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
Consideraremos o exame das atividades funcionais como a avaliação das mudanças de postura. 
Através da observação das mudanças de postura, podem-se elaborar hipóteses sobre a causa da 
incapacidade, bem como elaborar estratégias para o tratamento. O fisioterapeuta solicitará ao 
paciente para que mude (considerando o ambiente e as condições de cada paciente) de: 
DD  DLD 
DD  DLE 
DD  DV 
DD  SENTADO 
SENTADO  GATO 
GATO  AJOELHADO 
AJOELHADO  SEMI-AJOELHADO 
SEMI-AJOELHADO  EM PÉ 
SENTADO  EM PÉ 
Fará analise do movimento observado em comparação com o movimento esperado como normal. 
É interessante relatar no prontuário os pontos principais para que sirvam de base para a 
elaboração da conduta e para antecipar possíveis dificuldades do paciente. Desta forma pode-se 
trabalhar para que ele atinja o seu máximo potencial, sem frustrar-se por não atingir objetivos que 
não são possíveis naquele momento. 
 
 Atividades de vida diária 
Este inclui a avaliação do paciente no desempenho em atividades como alimentação, higiene, 
vestuário. Pode-se classificar em independente, semi-dependente ou dependente. 
O exame das atividades de vida diária pode ser feito através de instrumentos de avaliação já 
validados, entre eles o Indice de Barthel. 
 
 Nervos cranianos 
Um roteiro rápido para o exame dos nervos cranianos pode ser assim descrito: 
I – percepção do olfato 
II – acuidade visual 
III, IV e VI – movimentos dos olhos 
O exame das pupilas é parte importante do exame neurológico e deve ser observado 
principalmente dois itens: simetria e reação à luz. Quando as pupilas estão simétricas, dá-se o 
nome de isocoria e a presença de miose (contração da pupila) decorrente de estímulo luminoso 
chama-se fotorreação. Pupilas isocóricas e fotorreagentes podem indicar normalidade do 
mesencéfalo, porção mais cranial do tronco encefálico, onde se localiza o núcleo do III par de 
nervos cranianos, o nervo oculomotor. Importante destacar que a reação à luz deve acontecer em 
ambos os olhos, isso se chama reflexo consensual e indica preservação das conexões dos III par 
entre os dois olhos. 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
V – sensibilidade da face e músculos da mastigação 
VII – motricidade da face 
VIII – equilíbrio e audição 
IX, X, XII – deglutição 
XI – ECM e trapézio. 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
Sanvito, W. L. Propedêutica neurológica básica. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005. 
Fuller, G.; Manford, M. Neurologia: um texto ilustrado em cores. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2002. 
 
Organização: 
Profª Angela Cristina de Lima 
Especialista em Fisioterapia Neurológica Adulto 
Mestre em Ciências da Saúde
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
Anexo A – Índice de Barthel 
 
 Atividade Pontos Critérios 
1 
Alimentação: consegue usar o garfo e faca 
para cortar alimentos, manteiga, passar 
manteiga e temperar alimentos. 
10 Sozinho, sem nenhuma ajuda. 
5 Necessita de ajuda. 
0 Precisa de ajuda total. 
2 
Asseio/ cuidados pessoais: consegue lavar as 
mãos, pentear-se, fazer a barba e escovar os 
dentes. 
5 Sozinho. 
0 Necessita de alguma ajuda. 
3 
Evacuação: consegue controlar a saída das 
fezes. 
10 Controla as fezes. 
5 Controla parcialmente. 
0 Não controla. 
4 Micção. 
10 
Controla a urina (apto a usar qualquer 
instrumento ex. sonda). 
5 Controla parcialmente. 
0 Não controla. 
5 Vestuário. 
10 Sozinho. 
5 Necessita de alguma ajuda. 
0 Necessita de ajuda total. 
6 Transferência: cadeira/cama, cama/cadeira. 
15 Consegue transferir sozinho. 
10 Necessita de pequena ajuda. 
5 Necessita de grande ajuda. 
0 Necessita de ajuda total. 
7 
Utilização do banheiro: consegue entrar e 
sair, usar toalha, dar descarga e usar o papel 
higiênico. 
10 Faz tudo sozinho. 
5 Necessita de pequena ajuda. 
0 Necessita de grande ajuda. 
8 Marcha ou uso de cadeira de rodas. 
15 
Anda sozinho por mais de meia quadra sem 
nenhuma ajuda. 
10 Necessita de pequena ajuda (verbal ou física). 
5 
Usa cadeira de rodas mas consegue manejá-la 
sozinho, sem nenhuma ajuda. 
0 Não consegue andar ou usar cadeira de rodas. 
9 Escada. 
10 Consegue subir sozinho sem nenhuma ajuda. 
5 Necessita de ajuda (verbal ou física). 
0 Necessita de ajuda total. 
10 
Banho: lava todo o corpo (inclui entrar e sair 
do chuveiro). 
5 Sozinho, sem nenhuma ajuda. 
0 Precisa de alguma ajuda. 
 Score Total: 
 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
 
Anexo B – Escala de Ashworth modificada 
 
 
Grau 0 – Sem aumento de tônus. 
Grau 1 – Leve aumento de tônus, manifestado por resistência mínima ao final do arco de movimento. 
Grau 1+ – Leve aumento de tônus, manifestado por resistência mínima em até metade do arco de 
movimento. 
Grau 2 – Leve aumento de tônus manifestado por resistência mínima em todo o arco de movimento. 
Grau 3 – Aumento considerável do tônus, manifestado pela dificuldade em realizaro movimento passivo. 
Grau 4 – Rigidez em extensão ou flexão. 
 
Fisioterapia Neurofuncional I – V semestre de Fisioterapia 
 
Anexo C – Mini Exame do Estado Mental 
 
Nome (iniciais): ________________________________ Data de nasc.: ______________ 
Escolaridade:__________________ 
 
Score 
máx. 
Score 
5 
Orientação Temporal - Que dia é hoje? ___ Em que mês estamos?____ Em que 
ano estamos?___ Em que dia da semana estamos?_____ Qual o horário 
aproximado?______ 
5 
Orientação Espacial - Em que local nós estamos? (apontando para o chão)_____ 
Que local é este aqui?(Apontando num sentido mais amplo____Em que bairro nós 
estamos ou qual o nome de uma rua próxima? ______ Em que cidade nós 
estamos?______ Em que estado nós estamos?______. 
3 
Memória Imediata - Eu vou dizer três palavras e você vai repeti-las a seguir: CASA, 
VASO, TIJOLO (d~e um ponto para cada palavra repetida corretamente na primeira 
tentativa). 
5 Cálculo 100-7____, 93-7______, 86-7______, 79-7______, 72-7_____. 
3 
Evocação de palavras - Pergunte quais palavras o sujeito acabara de repetir: CASA 
____ VASO _____TIJOLO______. 
2 
Nomeação - Peça para o sujeito nomear os objetos mostrados RELÓGIO____ 
CANETA______. 
1 Repetição - Repetir a frase: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ _____ 
3 
Comando - Pegue esse papel com a mão direita______, dobre-o ao meio ________ e 
coloque-o no chão________. 
1 
Leitura - Mostre a frase escrita: “FECHE OS OLHOS” e peça para o sujeito fazer o 
que está sendo feito. 
1 
Frase - Peça para o indivíduo escrever um frase 
 
_________________________________________________________ 
1 Cópia do desenho - Copiar figura dos pentágonos entrelaçados

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