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Economia do Setor Público Aula 01

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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
1 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Aula Um 
Caros (as) Alunos (as), 
Dando início ao curso de Economia do Setor Público, informo a vocês que 
serão abordados nesta primeira aula os seguintes itens do conteúdo 
programático: 
Classificação de bens: público, semipúblico e privado. Bens públicos e 
externalidades. Funções governamentais. Princípios gerais de tributação. 
Destaco que nesta primeira aula volto a abordar alguns pontos da aula 
demonstrativa, haja vista que alguns estudantes acabam por não ler a aula 
inicial. 
Estou à disposição de vocês para dúvidas e/ou esclarecimentos por meio 
do fórum de dúvidas. 
Vamos em frente. 
Um grande abraço, 
 Mariotti 
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 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
2 
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1. Economia do Setor Público 
A disciplina de Economia do Setor Público, ou Finanças Públicas, estuda o 
processo de intervenção governamental na atividade econômica do país. De 
acordo com Musgrave1, “Finanças Públicas é a terminologia que tem sido 
tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que 
envolvem o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos”. 
Esta definição baseia-se no fato de que a necessidade da atuação 
econômica do poder público prende-se na constatação de que a simples 
existência do sistema de mercado (consumidores versus produtores) não 
consegue cumprir adequadamente algumas tarefas e funções que visam o 
bem-estar da população. A maneira pela qual o Estado intervém no processo 
econômico é dependente da série de instrumentos que este dispõe, inclusive 
em termos do financiamento de suas atividades. 
Sendo assim, podemos dizer que o estudo das Finanças Públicas abrange 
a emissão de moeda e títulos públicos, a captação de recursos pelo Estado, sua 
gestão e seu gasto, para atender às necessidades da coletividade e do próprio 
Estado. Na captação dos recursos são estudadas as diversas formas de 
receitas, obtidas em decorrência do patrimônio do Estado, do seu 
endividamento ou por força do seu poder tributário. Uma vez captados os 
recursos impõe-se a sua administração até o efetivo dispêndio. 
 
 As fontes geradoras de receitas são a tributação, classificada como 
receita derivada do poder coercitivo do Estado e o endividamento público, 
representado pela emissão e resgate de títulos da dívida pública. 
 A capacidade do Estado de tomar empréstimos está substancialmente 
determinada pelo potencial de recursos compulsórios que, ano a ano, ele tem 
 
1 MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo. Atlas, 1974. 
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condições de mobilizar da sociedade. Deste ponto, ressalta-se o porquê da 
tributação constituir um dos principais condicionantes do endividamento 
público. 
2. Funções Governamentais - Visão clássica das funções do Estado; 
evolução das funções do Governo. 
As Funções do Estado e sua intervenção na economia derivam de duas 
correntes de pensamento econômico. A visão clássica, advinda do século 
XIX, defendia o que se poderia chamar de Estado mínimo, ou seja, a atividade 
estatal deveria ser voltada apenas para as funções típicas do Estado, em que a 
atividade privada não seria permitida ou mesmo não pudesse auto-equilibrar a 
relação existente entre oferta e demanda. A presença do Estado seria 
representada apenas pelo controle da Segurança Nacional do país, a 
Segurança Pública, bem como pelos serviços de natureza social não atendidos 
pelo setor privado. 
Segundo a visão clássica, o Estado delimitaria a sua atuação aos 
chamados bens públicos e semipúblicos, que seriam os bens em que o 
consumo por parte de um indivíduo não limitaria o consumo pelos demais 
indivíduos. Um bom exemplo de bem público2 é a Segurança Nacional, onde 
o serviço é disponibilizado a todos habitantes de determinado país sem 
qualquer distinção. 
Da mesma forma, podemos nos ater à análise do serviço de Educação 
Universitária Pública. Tratando-se de um bem semipúblico ou também 
chamado de bem meritório, de forma que, mesmo sendo restrito às 
pessoas capacitadas em processos seletivos, está disponível a todos que 
nela desejarem entrar. 
 
2 Os conceitos referentes às bens públicos, semipúblicos e privados serão tratados de forma pormenorizada nos tópico 
seguintes da aula. 
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De volta à análise sobre as funções do Governo, podemos dizer que com 
o grande crescimento da atividade privada já no século XIX, geradora de 
lucros, passaram a existir na Economia questionamentos referentes à 
distribuição da riqueza nas mãos de uma pequena fatia da sociedade. Tratava-
se do chamado pensamento marxista, fundamentado na idéia de que o 
Estado deveria atuar diretamente na redistribuição igualitária da renda entre a 
população. 
Este pensamento teve grande eco em países como a França, que 
passaram a conviver com o chamado Socialismo democrático. 
Não obstante, no início do século XX, mais especificamente com a 
chamada Grande Depressão, que foi o período em que a economia norte-
americana passou por um grande período de recessão econômica, com grande 
aumento do desemprego e queda na produção de bens e serviços, uma nova 
defesa na dimensão da atuação do Estado passa a existir. 
Com o nível de oferta agregada – representada pela oferta de bens e 
serviços pelas empresas - muito superior ao da demanda agregada – consumo 
realizado pelas famílias -, John Maynard Keynes, influente economista inglês, 
realizou a proposição, posteriormente chamada de visão keynesiana, de que 
o Estado deveria intervir na economia de forma a estimular a demanda 
agregada. Esta intervenção se daria pelo que hoje chamamos de Política Fiscal, 
na qual o Estado, antes apenas regulador e oferecedor de bens públicos, 
deveria aumentar os seus gastos, comprando o excedente de produção, como 
forma de minimizar e, se possível, contribuir para a geração de emprego e 
renda. 
 A visão de Keynes propugnava que o Governo deveria intervir de 
forma a evitar o aparecimento de crises sistêmicas, atuando diretamente 
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na demanda agregada através da realização de investimentos e no controle 
inflacionário diante de excessos de procura por bens e serviços pelos 
consumidores. 
Adendo: Com a Primeira Grande Guerra, os americanos ficaram responsáveis 
em prover de bens e serviços as economias européias arrasadas. Esta provisão 
de recursos fazia com que toda a produção industrial tivesse destino, fosse 
pelo consumo interno do país, fosse pelo consumo externo. Na medida em que 
as economias se reerguiam, diminuía-se a necessidade por bens importados, o 
que culminou no excesso de oferta pelas empresas americanas. Este excesso 
levou a queda no preço das ações das empresas na bolsa de valores, ficando 
assim conhecido ochamado crash da bolsa, e o grande aumento do nível de 
desemprego acompanhado de uma recessão profunda no país. 
Como forma de enxergarmos a possível cobrança na prova por parte da 
banca, vejamos duas questões, respectivamente, do último (2008) e do 
penúltimo (2005) concurso para a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, que 
abordou as funções do Governo dentro do processo econômico: 
(AFC/STN – ESAF/2008) Sobre a Escola Clássica (Liberalismo) é 
correto afirmar: 
a) trata-se de um sistema econômico baseado na livre-empresa, mas com 
acentuada participação do Estado na promoção de benefícios sociais, com o 
objetivo de proporcionar padrões de vida mínimos, desenvolver a produção de 
bens e serviços sociais, controlar o ciclo econômico e ajustar o total da 
produção, considerando os custos e as rendas sociais. 
b) admite, por princípio, que a ação do Estado deve restringir-se ao mínimo 
indispensável, como a defesa militar, a manutenção da ordem, a distribuição 
da justiça e pouco mais, pois a iniciativa privada faz melhor uso dos recursos 
públicos. 
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c) deu-se a partir das décadas de 1980 e 1990, a reboque da crise fiscal, do 
início do processo de globalização da economia e da ineficiência do Estado na 
produção de bens e serviços. 
d) de caráter nacionalista e intervencionista, preconiza para o Estado uma 
política econômica e financeira fundada na maior posse de dinheiro e metais 
preciosos, acreditando que nisso reside a base da prosperidade. 
e) corresponde fundamentalmente às diretrizes estatais aplicadas nos países 
desenvolvidos por governos social-democratas. Nos Estados Unidos, certos 
aspectos de seu desenvolvimento ocorreram, particularmente, no período de 
vigência do New Deal. 
Comentários: 
a) A Escola clássica não se tratava de um sistema econômico, mas sim de um 
pensamento econômico, que de fato defendia a chamada livre-empresa, 
realizando negócios com consumidores de forma a gerar o equilíbrio de 
mercado. Adiciona-se que a Escola Clássica defendia a existência de um Estado 
mínimo, sem intervenção direta no ciclo econômico e no controle da produção. 
Resposta incorreta 
b) Trata-se da própria definição do pensamento econômico que defende a 
participação do Estado no processo econômico, restringindo-se esta ao mínimo 
indispensável. 
Resposta correta 
c) Não se trata de uma visão econômica recente, mas advinda ainda do século 
XIX. 
Resposta incorreta 
d) No mesmo sentido, não se trata de uma política de caráter nacionalista, e 
tão quanto intervencionista. 
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Resposta incorreta 
e) Está diretamente associado ao pensamento Keynesiano de intervenção do 
Estado no processo econômico. O New Deal consistiu na série de programas 
implementados nos EUA no início da década de 1930, objetivando promover a 
recuperação e a reforma da economia americana assolada pela grande 
depressão. 
Resposta incorreta 
Gabarito: letra “b”.
(AFC\STN – ESAF/2005) Baseada na visão clássica das funções do 
Estado na economia, identifique a opção que foi defendida por J.M. 
Keynes. 
a) As funções do Estado na economia deveriam ser limitadas à defesa nacional, 
justiça, serviços públicos e manutenção da soberania. 
b) As despesas realizadas pelo Governo não teriam nenhum resultado prático 
no desenvolvimento econômico. 
c) A participação do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a 
responsabilidade por atividades de interesse geral, uma vez que o setor 
privado não estaria interessado em prover estradas, escolas, hospitais e outros 
serviços públicos. 
d) A economia sem a presença do governo seria vítima de suas próprias crises, 
cabendo ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, 
do crédito e do nível de investimento. 
e) A atuação do Governo se faria nos mercados onde não houvesse livre 
concorrência e sua função seria a de organizá-la e defendê-la, para o 
funcionamento 
do mercado e para seu equilíbrio. 
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Comentários: 
a) A afirmação de que o Estado deve limitar a sua atuação na economia 
apenas à defesa nacional, justiça, serviços públicos e manutenção da 
soberania, vai de encontro à visão clássica de intervenção do governo na 
economia. Trata-se do chamado Estado mínimo, em que o governo deve 
pautar sua atuação apenas através do oferecimento de bens públicos e 
semipúblicos. 
Opção incorreta 
b) As despesas (gastos) do governo são um dos instrumentos propostos por 
Keynes para efetivação do estímulo à demanda agregada e assim minimizar a 
ocorrência de crises sistêmicas. 
Opção incorreta 
c) Segundo a visão keynesiana de intervenção do Estado na economia, esta 
deve ser mais ampla, não se limitando somente aos bens não oferecidos pelo 
setor privado, tais como estradas, escolas e hospitais. Não obstante, esta 
participação não deve pautar-se de forma irrestrita, mas sim através da 
intervenção via estímulos na demanda agregada, especialmente através do 
aumento dos gastos governamentais. 
Opção incorreta 
d) A assertiva “d” representa a própria necessidade de intervenção do governo 
na economia segundo a visão keynesiana. O controle da moeda e do crédito 
excessivo na economia, com o objetivo de conter piques inflacionários, bem 
como a expansão dos investimentos públicos, geradores de estímulos na 
demanda agregada, visa evitar que a economia seja refém das crises não 
controláveis pela simples interação entre compradores e vendedores. 
Opção correta 
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e) Esta opção de resposta é, num primeiro momento, a mais capciosa, e que 
pode induzir o concursando ao erro. É verdadeira a interpretação de que o 
governo deve intervir nos mercados de forma a regulá-los, promovendo assim 
a maior competição possível entre os ofertantes de bens e serviços. Destaca-
se, entretanto, que não é possível o estabelecimento pelo governo de padrões 
iguais nos diferentes mercados, já que não é em todos estes que a iniciativa 
privada teria interesse em desenvolver suas atividades. Um bom exemplo seria 
a chamada exploração de petróleo em águas profundas, em que o custo para 
tal atividade é altíssimo, impedindo a entrada de novos concorrentes. Este 
caso é o que chamaríamos de monopólio natural, derivados das chamadas 
falhas de mercado, ponto a ser estudado na sequência desta aula. 
Opção incorreta 
Gabarito: letra “d”.
Destaca-se que a participação do Estado na Economia ampliou-se 
consideravelmente a partir do século XIX, ocasionado especialmente pela II 
Revolução Industrial e pelas Guerras ocorridas ao longo do século XX. 
O Estado que antes se voltava apenas ao atendimento das demandas que 
não encontravam oferta na atividade privada (visão clássica), tais como 
defesa, justiça, saúde, passa agora a ser importante ator do processo 
Econômico (visão keynesiana), estimulando e contraindo a demanda 
agregada conforme as necessidades de estímulo ao processo econômico. A 
evolução da atuação estatal aolongo do século XX permitiu o estabelecimento 
de funções básicas a que os governos, responsáveis pela adoção de políticas 
econômicas e sociais, deveriam direcionar suas atividades, buscando atuar 
diretamente no intuito de minimizar os impactos negativos gerados pelo que a 
literatura define por falhas de mercado. 
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3. Funções governamentais 
O Estado necessita realizar atividades de cunho intervencionista nas 
relações existentes no restante da sociedade. Essa atuação é devida à 
existência do que denominamos de “Falhas de Mercado”, situação na qual a 
simples interação entre consumidores e produtores não leva a melhor alocação 
possível dos recursos econômicos. A base de intervenção do Estado no 
processo econômico é associada às funções básicas que este deve exercer, 
assim denominadas de função alocativa, distributiva e função estabilizadora. 
3.1 Função Alocativa 
A função alocativa é aquela que atribui ao Estado a responsabilidade 
pela alocação dos recursos existentes na economia quando, pela livre iniciativa 
de mercado, isto não ocorrer. Um bom exemplo desta função é representado 
pela iniciativa do Estado em realizar obras que trarão grandes benefícios à 
população. Um caso polêmico, mas revestido da função básica de alocação dos 
recursos pelo Estado é a transposição do Rio São Francisco, que mesmo 
podendo trazer custos ambientais e sociais negativos para parte da população 
do Sertão Nordestino, resultará em um significativo aumento do bem-estar da 
própria população, levando água, saúde e riqueza a uma região bastante 
castigada pela seca. 
3.2 Função Distributiva 
A função (re)distributiva é representada de fato pela melhoria na 
chamada distribuição da renda gerada na economia. Políticas de tributação 
progressiva da renda com a consequente adoção por parte do governo de 
programas como o Bolsa Família representam claramente uma política 
distributiva do governo, retirando, a princípio, daqueles que ganham mais e 
repassando àqueles que ganham menos. 
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3.3 Função Estabilizadora 
A função estabilizadora está diretamente associada às políticas fiscal e 
monetária realizadas pelo governo. A política fiscal é implementada tanto por 
meio do aumento dos gastos do governo como pela redução dos tributos. A 
diferença encontra-se apenas em qual a variável impactada diretamente. No 
caso do aumento dos gastos, a variável estimulada inicialmente é a próprio 
gasto ( DA = Y = C + I + G + X – M). Sua disseminação se dá pelos 
diferentes ramos da economia. O ciclo é baseado no gasto inicialmente 
realizado em determinado setor (ex: Construção Civil) gerando emprego e 
renda. Como resultado da renda e do emprego gerado neste setor, os 
trabalhadores aumentam a sua demanda nos demais setores da economia, 
gerando novos impactos em termos de crescimento da renda. No caso da 
redução dos tributos, o resultado se dá nas variáveis consumo dos 
trabalhadores e no investimento das empresas ( DA = Y = C + I + G + X – 
M). Com maior renda disponível os trabalhadores aumentam o seu consumo, 
estimulando as empresas a investirem mais, gerando impactos sobre a oferta 
de bens e serviços (oferta agregada). Esse ciclo se multiplica gerando impactos 
novamente sobre toda a economia. 
Adicionalmente à política fiscal, a política monetária realizada pelo Banco 
Central visa controlar o excesso de moeda na economia, fazendo que a 
circulação desta seja suficiente para dar lastro às transações de bens e 
serviços no mercado real. O resultado desta política é a busca pela 
manutenção do nível constante dos preços e o estimulo à geração de renda e 
emprego via estímulo ao crédito. 
Digno de destaque são as diferenças existentes entre as políticas fiscal e 
monetária e seus impactos diretos sobre a economia. A política fiscal tem o 
caráter de ter seu objetivo direcionado, atingindo inicialmente o setor no qual 
o governo deseja estimular. Ocorre, no entanto, que toda esta política deve ser 
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pautada na estruturação do orçamento anual, necessitando de tempo e 
aprovação por parte do poder legislativo. De forma contrária, ao apontarmos 
as vantagens da política monetária, podemos verificar que sua eficácia é 
imediata, uma vez que as decisões da autoridade monetária quanto ao 
controle da liquidez são tomadas diariamente. De forma contrária, as 
desvantagens se encontram no fato de que a política monetária tem caráter 
nacional, não atingindo um setor econômico específico, nos moldes da política 
fiscal. 
3.4 Adendo: A função reguladora 
Com a o processo de desestatização implementado pelo Estado 
brasileiro no fim dos anos 70 e intensificado a partir dos anos 90, surgiu a 
necessidade de que este mesmo Estado passasse a controlar as atividades 
em que antes atuava diretamente, constituindo para isso uma série de 
Agências Reguladoras que passaram a ter como missão a regulação dos 
serviços públicos concedidos à iniciativa privada, nos moldes dos regimes 
de concessão de rodovias, portos, distribuição de energia elétrica e 
telefonia. 
Vejamos agora a resolução de uma questão cobrada no penúltimo certame 
realizado para o cargo de APO de São Paulo, prova elaborada pela ESAF. 
(APO/SEFAZ-SP – ESAF/2009) A atuação do governo na economia tem 
como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de 
promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação 
pode se dar das seguintes formas, exceto: 
a) complemento da iniciativa privada. 
b) compra de bens e serviços do setor público. 
c) atuação sobre a formação de preços. 
d) fornecimento de bens e de serviços públicos. 
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e) compra de bens e serviços do setor privado. 
Comentários: 
Essa questão a princípio parece ser pouco objetiva em termos das respostas 
disponíveis, uma vez que algumas assertivas visam mais confundir o candidato 
do que ajudá-lo a resolver a questão proposta. Vejamos a análise de cada uma 
das assertivas: 
a) O complemento da iniciativa privada pode estar ligado, por exemplo, à 
participação do governo no processo de melhoria no processo produtivo 
implementado por determinada empresa. Ex: A implantação de um pólo 
produtivo, em região pouco explorada economicamente, imputa ao Estado a 
necessidade de complementar, em termos de infra-estrutura, a atividade 
privada. A construção de uma rodovia/ferrovia para escoamento da produção 
pode ser considerada como um atendimento por parte do governo dentro da 
sua função alocativa. 
Opção correta 
b) A compra de bens e serviços do setor público não gera resultados em 
termos de estímulo à atividade econômica uma vez que a própria ação do 
gasto fica restrita à atividade estatal. Uma segunda questão é o fato de que a 
participação do Estado no processo econômico visa estimular a maior interação 
entre consumidores e produtores, o que, a princípio, não ocorreria na situação 
em análise. 
Opção Incorreta – gabarito 
c)O processo de atuação sobre a formação de preços está diretamente ligado 
a mais nova função governamental, qual seja a função reguladora. Nesta 
assertiva o termo “formação de preços” parece não estar associado à subida 
ou queda de preços devido ao problema inflacionário, mas sim a formação de 
preços a partir das chamadas estruturas de mercado, tais como o monopólio, o 
oligopólio e outras. Adicionalmente, esta intervenção pode ainda estar 
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relacionada à participação das chamadas agências reguladoras na formação 
dos preços que remunerarão a atividade exploratória concedida à iniciativa 
privada. 
Opção correta 
d) O fornecimento de bens e serviços públicos pode ser entendido como o 
oferecimento pelo Estado daquelas atividades associadas a própria existência 
de uma sociedade organizada, tais como justiça, educação, serviço policial e 
forças armadas. 
Opção correta 
e) A compra de bens e serviços do setor privado é a própria caracterização de 
uma política fiscal expansionista, na qual o Estado se utiliza dos recursos 
captados da sociedade por meio de tributos para realizar o aumento de gastos 
públicos, o que tende a estimular a demanda agregada, gerando impactos 
positivos sobre a renda e o emprego. 
Opção correta 
4. Falhas de Mercado – Bens Públicos e Externalidades 
Ao abordarmos os conceitos de Bens Públicos e Externalidades, busca-se 
destacar o que a literatura econômica define por “falhas de mercado”. 
 
Podemos interpretar como “falha” tudo aquilo que acontece de modo 
ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar “mercado” como sendo o 
local onde indivíduos e empresas transacionam bens e serviços com o objetivo 
de atingir, respectivamente, o maior bem-estar possível, derivado da sua 
renda de trabalhador, e a maximização do lucro, obtido pela produção e venda 
dos mesmos bens e serviços. 
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 Temos a seguinte definição dada pela Organização para Cooperação 
Econômica e Desenvolvimento (OCDE) para as Falhas de Mercado: 
"Pode ser definida como a incapacidade de o mercado levar o processo 
econômico a uma situação social ótima. Um aspecto importante disto é que se 
deixa de incluir, nos custos e nos preços, os efeitos externos (externalidades) 
ou a redução dos lucros de outros agentes que não aqueles diretamente 
envolvidos nas transações de mercado e atividades afins. Com relação aos 
bens e serviços ambientais, podem-se destacar as externalidades referentes à 
poluição, à exploração dos recursos e à degradação de ecossistemas. Assim, as 
falhas de mercado impedem o mercado de alocar os recursos no mais alto 
interesse da sociedade" (OECD, 1994). 
As Falhas de Mercado são representadas por toda alocação ineficiente 
de recursos econômicos, derivada das transações ocorridas entre todos os 
componentes da sociedade, destacando-se, entre estas as externalidades e os 
bens públicos. 
A chamada teoria do bem-estar econômico, conhecida como welfare 
economics, afirma que os mercados perfeitamente competitivos, sem 
interferência governamental, promovem a alocação eficiente de recursos entre 
os agentes econômicos, de tal forma que qualquer realocação em benefício de 
um agente prejudicará os demais agentes. Este conceito é comumente 
conhecido como “Ótimo de Pareto”. 
4.1 Externalidades 
 As externalidades representam a forma como as ações de determinado 
indivíduo ou empresa impactam os demais indivíduos ou mesmo empresas. A 
existência de externalidades implica que os chamados custos e benefícios 
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privados – ocorridos em função da ação da iniciativa privada – sejam 
diferentes dos custos e benefícios sociais destas mesmas ações. 
O que estamos dizendo é que os preços negociados entre consumidores 
e produtores refletem apenas a negociação privada, sendo necessária a 
presença do Estado imputando, por exemplo, a tributação ou subsídios fiscais 
como forma de corrigir as externalidades ocorridas. 
As externalidades se subdividem em positivas e negativas. Um bom 
exemplo de externalidade positiva, e que nos dias de hoje é tão importante, 
seria o caso da realização de uma limpeza geral da casa por parte de um 
indivíduo que visasse à eliminação de possíveis focos de reprodução dos 
mosquitos transmissores da dengue. Nesta situação, o benefício privado será 
superior ao custo privado, da mesma forma que o consequente benefício social 
será muito maior do que o custo social de adoção da medida. 
 
 De forma contrária, as externalidades negativas são representadas 
por determinadas ações que de forma direta ou indireta prejudicam os demais 
indivíduos participantes da sociedade. Um caso clássico de externalidade 
negativa é representado pelo despejo por parte de empresas, de produtos 
poluentes nos rios. Esta ação tende a tornar o custo social superior ao custo 
privado, especialmente pelo fato de que as comunidades ribeirinhas às 
margens do rio serão diretamente atingidas. 
A existência destas falhas justifica a atuação do governo que deve coibir 
a externalidade negativa através da aplicação de uma tributação 
desestimuladora da poluição, da mesma forma que deve oferecer subsídios às 
atividades geradoras de externalidades positivas. 
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 4.2 Bens Públicos 
 Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo, 
tendo a caracterização de que o seu consumo por um indivíduo ou por um 
grupo de indivíduos não prejudica o consumo pelos demais indivíduos. 
Destaca-se que, mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros, todos 
podem desfrutar do bem. 
De outra forma, pode-se afirmar que os bens públicos são aqueles em 
que o seu consumo é indivisível ou mesmo “não rival”, dado que não existe 
rivalidade quanto a quem consumirá mais de um ou outro bem. 
São exemplos de bens públicos tangíveis (que podem ser tocados), as 
praças e as ruas. Como bens públicos intangíveis, temos a segurança pública, 
a justiça e a defesa nacional. 
Uma questão importante sobre os bens públicos é que o seu consumo 
não pode estar passivo de exclusão – princípio da não-exclusão -, de tal forma 
que, por exemplo, quando colocado à disposição da população de um 
determinado bairro o policiamento extensivo, todos serão beneficiados pela 
decisão governamental. Em outras palavras, pode-se dizer que o custo de 
exclusão do consumo de um bem público é alto, dada a quase impossibilidade 
de se medir a utilização deste por cada indivíduo. 
A existência do princípio da não-exclusão no consumo dos bens públicos 
é que leva a existência das Falhas de Mercado. Isto ocorre pelo fato de que 
como o governo não consegue mensurar o “quantum” do bem público está 
sendo consumindo por cada indivíduo, ele não conseguirá repartir o ônus 
imposto à sociedade na forma da tributação, que é justamente a fonte de 
recursos para o oferecimento de bens públicos. Com este conceito é possível 
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afirmar que o custo marginal de provisão de bens públicos é igual a zero, já 
que o custo por si só já é dado. 
Devido ainda ao princípio da não-exclusão, passam a existir na economia 
os chamados “free riders” ou também chamados de caronas, que se 
beneficiam dos bens públicos sem pagar nada por isso, alegando que não 
precisam do bem oferecido ou simplesmente por não pagarem a tributação 
imposta aos mesmos. 
Assim sendo, podemos afirmar que, para que o mercado possa funcionar 
adequadamente, um dos quesitos será a validade do princípio da exclusão, 
podendo o consumo ser mensurado para cada um dos consumidores. 
4.3. Destaque: O Bem Privado (Não caracterizado como uma Falha 
de Mercado) 
 Considerando as informações descritas acima, podemos conceituar o 
chamado bem privado, que seria aquele cujo consumo não pode ser 
compartilhado simultaneamente por quaisquer dois ou mais usuários, em 
função dos direitos de propriedade bem demarcados. De outra forma, passa 
a ser válido o princípio da exclusão. Da mesma forma, o bem privado é 
considerado como um bem rival, uma vez que o consumo por parte de um 
agente econômico reduz o consumo pelos demais agentes. 
 Um bom exemplo de um bem privado seria a contratação de uma 
empresa de vigilância privada que atenderia a determinado condomínio de 
moradores. Considerando que a segurança deve atender somente um círculo 
restrito de moradores, caso ocorra assaltos na redondeza do condomínio, mas 
sem impactos para este, de nada se poderá cobrar da empresa de vigilância. 
 
É aquele velho ditado, só desfruta quem paga! 
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 4.4 Bens Semipúblicos ou Meritórios 
Os chamados bens semipúblicos são aqueles bens que possuem 
associados a si o princípio da exclusão. 
Nas palavras de Viceconti e Neves (2007, pág. 412) encontramos outra 
definição para os bens semipúblicos: 
“São os bens que, embora possam ser explorados economicamente pelo setor 
privado, devem ou podem ser produzidos pelo governo para evitar que a 
população de baixa renda seja excluída de seu consumo, por não poder pagar 
o preço correspondente: é o caso de educação e saúde”. 
Os bens semipúblicos são também chamados de meritórios pelo fato de 
serem disponibilizados (oferecido) às pessoas que adquirem mérito para tal. 
Um bom exemplo é a Universidade Pública. Somente aqueles que possuem o 
mérito de passar no vestibular é que terão a si concedidos o mérito de cursar 
gratuitamente o ensino superior. 
 Importante considerar, conforme vemos no dia-a-dia que o ensino 
superior também é oferecido pela iniciativa privada, sendo, no entanto, 
passível de cobrança, ficando assim garantido o princípio da exclusão. 
Igualmente, o objetivo lógico do governo é o de garantir o direito ao ensino 
público gratuito à população, exigindo, em contrapartida, o mérito de passar 
no vestibular. 
 
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Box de Comentários: 
As definições de bens públicos e semipúblicos são variáveis em 
decorrência do uso dos bens e do mercado no qual este é ofertado. 
Bens Públicos: 
Em decorrência da impossibilidade de exclusão, que implica que os 
indivíduos não podem ser privados dos benefícios do bem ou serviço, 
mesmo se não tiverem contribuído para o seu financiamento, geram 
algumas conclusões. 
Um exemplo de bem que apresenta essa característica é um espetáculo 
pirotécnico, que pode ser visto pelas pessoas de quintais, jardins e praças 
públicas. Isto dificulta a provisão privada desse tipo de evento porque a 
impossibilidade de exclusão impede que sejam cobrados ingressos para 
financiar os custos, incluindo-se aí os lucros do organizador. Afinal, porque 
pagaríamos por esse show, se podemos vê-lo gratuitamente? 
Portanto, nenhum empresário privado se interessaria pela sua produção e, 
então, apesar da forte demanda, o espetáculo poderia não ser produzido. 
A impossibilidade de exclusão, ao inviabilizar o uso do sistema de preço 
para racionar o consumo, reduz os incentivos para o pagamento 
voluntário dos bens públicos. Essa relutância em contribuir, 
voluntariamente, para financiar esses bens é conhecida como o problema 
do “carona” (free rider). 
A não rivalidade no consumo é outra característica do bem público. Isto 
implica que uma vez que o bem está disponível, o custo marginal de 
provê-lo, para um indivíduo adicional, é nulo. Considere, por exemplo, o 
caso do espetáculo pirotécnico. O custo do espetáculo, uma vez 
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determinado, não é alterado pelo fato de um grupo adicional de turistas 
decidir vê-lo. Ademais, essa decisão dos turistas em nada reduz o 
usufruto do evento pelos habitantes locais. Portanto, o custo marginal de 
provisão do espetáculo para esses espectadores adicionais é zero. Isso 
representa um franco contraste com os bens privados, que se 
caracterizam por níveis elevados de rivalidade no consumo. De fato, 
quando ocupamos um lugar, por exemplo, no cinema ou no teatro, este 
lugar deixa de estar disponível para outras pessoas. 
Bens Semipúblicos
A definição de bem público, anteriormente discutida, não é absoluta, mas 
varia com as condições de uso, de mercado e com o estado da tecnologia. 
Esse serviço, quando usado nos domicílios privados, é um bem 
eminentemente privado: caso a conta de energia não seja paga, o serviço 
é suspenso e, portanto, os usuários são excluídos do seu consumo. Por 
outro lado, trata-se de um bem cujo consumo é rival. Quando eu consumo 
uma determinada quantidade de quilowatts, ela já não mais está 
disponível para os demais consumidores. 
Por outro lado, quando essa energia é usada para iluminar os locais 
públicos, ela torna-se um bem público puro. Isto porque é impossível 
excluir alguém do benefício da iluminação pública, além de desnecessário; 
o custo de prover esse serviço para passantes adicionais é zero. 
Outro exemplo menos extremo é o caso das estradas de rodagem. Assim, 
o uso de uma estrada vicinal, semideserta, pode ser não rival na medida 
em que, nela, o tráfego é muito inferior a sua capacidade e, portanto, o 
custo marginal de utilização por um veículo adicional é muito baixo. Por 
outro lado, embora seja possível excluir os veículos de seu uso por meio 
da introdução de um pedágio, provavelmente os custos de instalação e de 
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manutenção desse pedágio serão superiores à arrecadação e, por 
conseguinte, não valerá a pena introduzi-lo. Porém, quando a estrada é, 
por exemplo, a Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, além do 
custo de exclusão ser compensatório, a rivalidade no consumo se 
expressa por meio do congestionamento. Nesse caso, essa rodovia pode 
ser vista como um bem privado. 
Podemos, assim, pensar que grande parte dos bens satisfaz, apenas 
parcialmente, as condições de impossibilidade de exclusão e não-
rivalidade no consumo.Os bens que atendem parcial ou totalmente a pelo 
menos uma dessas características são chamados de bens públicos 
impuros ou bens quase-públicos. 
Os serviços de saúde pública são bens semipúblicos, tais como vacina 
contra doenças infecto-contagiosas, que beneficiam não somente as 
pessoas vacinadas, mas a população como um todo, já que previnem o 
surgimento de epidemias. Adiciona-se o custo marginal da vacinação é 
positivo e a exclusão de não pagantes é possível. Porém, não é possível 
excluir dos benefícios aliados à redução das epidemias (nem cobrar por 
tais benefícios) aqueles que não se vacinaram. Isso torna esses serviços 
bens públicos impuros e por essa razão, muitos governos mantêm 
programas gratuitos de vacinação para encorajar, e até mesmo obrigar, a 
imunização maciça da população. 
4.5 Bens ou Recursos Comuns e Naturais 
Os bens comuns são considerados bens não-exclusivos, mas, 
entretanto, rivais, pois muito embora não seja possível excluir o consumo por 
parte de um agente, o próprio consumo do bem impede o consumo do mesmo 
bem por outro agente. 
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O exemplo mais claro de um bem comum são os recursos ambientais, e 
que inexiste a possibilidade de se excluir os consumidores, uma vez que não 
existe direito de propriedade sobre os bens, mas, entretanto, o consumo de 
um causa externalidades para outros, a exemplo da poluição ambiental e a 
extinção de espécies animais, pela caça por exemplo. 
Uma expressão comumente utilizada para os bens comuns é a 
denominada "tragédia dos bens comuns", caracterizada pela utilização 
desordenada e competitiva dos recursos naturais que, ao mesmo tempo em 
que pertencem a todos, não pertencem a ninguém privativamente. Com 
exceção dos recursos naturais do subsolo que, constitucionalmente pertencem 
à União, os recursos naturais como o ar pertence a todos nós. Por conta disto, 
não se pode cobrar pelo ar que se respira. O uso desse recurso em si nunca 
poderá ser impedido. 
Se poluirmos o ar com gases e partículas, a exemplo de automóveis 
desregulados, os proprietários de automóveis não poluidores terão direito de 
reclamar. Percebe-se assim que o uso indevido de bens comuns leva a uma 
privatização (por parte dos poluidores) sem uma contrapartida para os não 
poluidores. 
Pelo todo exposto, verifica-se que, para que o Estado possa realizar a 
intervenção necessária à correção das falhas de mercado, deve criar 
mecanismos que possibilitem o financiamento de suas atividades, 
especialmente através da imposição do seu Poder de Império. Através da 
tributação incidente sobre a renda auferida pela sociedade, o Estado realiza a 
necessária intervenção no processo econômico. De forma a tornar esta 
intervenção a menos onerosa possível a própria sociedade, o Estado deve 
balizar o financiamento de suas atividades segundo os chamados Princípios 
Gerais (ou teóricos) da Tributação. 
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Destarte, com fins de adentramos ao estudo destes princípios, importa-
nos destacar que o próprio processo de tributação deve adotar determinados 
pressupostos, em especial aquele que diz que a utilidade marginal da renda 
(Umg) é decrescente. O entendimento do conceito de Utilidade Marginal 
decrescente é o de que quanto maior a renda adicional recebida pelos 
componentes da sociedade, menor é a utilidade que essa mesma renda 
propicia ao seu recebedor. Como os indivíduos de classes de renda mais altas 
já possuem, em tese, melhores condições de vida, o ganho adicional de renda 
será utilizado na compra de bens e serviços que são, não exaustivamente, 
supérfluos para uma qualidade de vida digna. 
Considerado assim os pontos abordados, caminhemos para o 
entendimento dos chamados Princípios Gerais da Tributação. 
5. Princípios Gerais da Tributação 
5.1 Princípio da Neutralidade 
O princípio da neutralidade impõe que os impactos gerados pelo ônus 
tributário não devem interferir na alocação de recursos na economia. 
Considerando que os preços são a melhor forma de se estabelecer uma relação 
de troca de recursos em uma economia, pode-se inferir que o impacto da 
tributação sobre os preços dos bens e serviços deve ser neutro, ou seja, a 
relação de preços existente entre os diversos bens deve-se manter igual (preço 
de um produto em relação aos outros). Vamos a um exemplo simples: 
Antes de incidência da tributação o bem X custava R$ 10 e os demais 
bens chamados de Y, R$ 5. Com isso o preço relativo do bem X em relação 
ao bem Y era igual a 2. 
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Preço X / Preço de Y = 10/5 = 2 
Para que seja mantida a neutralidade tributária, a incidência da 
tributação sobre o bem X deve ser igual aos dos demais bens (Y). 
Imaginemos o caso de um aumento de cerca de 10% na tributação 
para todos os bens. O preço do bem X passa a custar R$ 11 e o bem Y R$ 
5,50, mantendo-se a neutralidade sobre os preços mesmo com um nível 
maior de arrecadação. 
Preço de X / Preço de Y = 11/5,5 = 2 
Este exemplo simples é a elucidação básica do que chamamos de 
princípio da neutralidade. Na verdade uma tributação neutra é aquela que 
procura minimizar os impactos nas decisões econômicas dos agentes 
atuantes no mercado (famílias, empresas). 
Quando nos referimos à imposição de impostos sobre consumidores de 
maneira neutra, estamos falando de impostos denominados “lump-sun 
tax”, ou seja, impostos que recaiam de forma igual entre os agentes. De 
forma diferente, a imposição pelo governo de imposto dito seletivo, ou 
seja, que recaia sobre o bem X e não sobre o bem Y, tende a impactar os 
preços relativos, deixando de ser neutro. Por tudo isso, a alocação de bens 
deixa de ser eficiente, tornando possível a existência do que chamamos de 
peso morto dos impostos, assunto a ser tratado por nós oportunamente. 
O Sistema Tributário deve privilegiar a eficiência econômica, 
podendo ser utilizado inclusive para corrigir distorções existentes no 
mercado. O princípio da neutralidade está intimamente ligado ao conceito 
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econômico chamado de Ótimo de Pareto3, que seria a aplicação da 
tributação pelo governo da forma mais eficiente possível. 
Destaca-se ainda que as regras de um sistema tributário que gerem 
eficiência econômica devem ser simples (princípio implícito da simplicidade), 
de forma que a operacionalização do processo de cobrança seja fácil e 
objetiva. 
5.2 Princípio da Equidade 
O princípio da equidade afirma que os impactos gerados pela 
tributação devem ser equânimes, isto é, o ônus da tributação deve ser 
distribuído de maneira justa entre os componentes da sociedade. 
 A equidade é baseada em critérios estabelecidos entre os indivíduos. 
Para isso, temos que nos valer do chamado princípio da equidade 
horizontal, em que deve ser dispensado tratamento igual entre indivíduos 
considerados iguais. Adicionalmente a este, temos o chamado princípio da 
equidade vertical, em que os indivíduos considerados desiguais devem 
ser tratados de formadesigual. Trata-se, pois, de garantir o tratamento 
justo àqueles que possuem as mesmas condições, realizando a devida 
diferenciação apenas quando estes de fato puderem ser diferenciáveis. Até 
devido a isto, que o mesmo princípio da equidade ainda se divide em outros 
dois princípios, os chamados princípio do benefício e princípio da 
capacidade de pagamento. 
 
3 Em sentido ao Ótimo de Pareto, a tributação incidente sobre os agentes econômicos não pode ser reorganizada para 
aumentar o bem-estar de alguns indivíduos sem prejudicar o bem-estar dos demais indivíduos. 
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5.3 Princípio do Benefício 
O princípio do benefício afirma que o consumidor deve pagar ao 
governo na forma de tributos o equivalente ao total de benefícios que este 
recebe. Trata-se de um princípio de fácil entendimento mas de difícil aplicação. 
O problema encontrado para sua correta aplicação é devido a dificuldade de se 
conseguir individualizar os serviços recebidos do governo, uma vez que 
estamos falando de bens e serviços chamados públicos, em que o acesso da 
sociedade é amplo e irrestrito. 
Um bom exemplo da aplicação do princípio do benefício é o referente às 
contribuições previdenciárias feitas pelos indivíduos ao longo do seu período de 
trabalho. Quanto maiores forem as suas contribuições ao longo da vida 
profissional, maiores serão – limitados ao teto do regime geral de previdência 
– os benefícios percebidos após a sua aposentadoria. 
Em termos econômicos poderíamos ainda dizer que o princípio do 
benefício garante que o preço do tributo deve ser igual ao chamado 
benefício marginal adquirido com a cobrança tributária. (O que eu tenho de 
benefício a mais por pagar um pouco mais). 
5.4 Princípio da capacidade de pagamento 
A capacidade de pagamento está diretamente relacionada à renda 
recebida pelos agentes. Quanto maior a renda maior é a capacidade de 
pagamento dos indivíduos. Um exemplo típico da aplicação do princípio da 
capacidade de pagamento é o imposto de renda. Quanto maior a faixa salarial 
maior a alíquota incidente sobre a renda. 
O princípio em questão é mais fácil de ser medido do que o princípio do 
benefício concedido pelo Estado, haja vista que a própria renda, o consumo e o 
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patrimônio são os parâmetros utilizados pelo Estado para a imposição da sua 
atividade de tributação. 
Veremos adiante que o governo procura redistribuir a renda gerada na 
economia evitando a sua concentração nas mãos de poucos. A maneira pela 
qual ele executa essa atividade é, ao menos em teoria, através da imposição 
dos chamados impostos progressivos, de forma que, para níveis maiores de 
renda, consumo e patrimônio, maior é a carga fiscal4 incidente. O objetivo da 
tributação progressiva é que, com a maior arrecadação, o governo pode 
executar os chamados programas de transferência de renda para a população 
de menor poder aquisitivo. 
Pelo exposto e como forma de fixar os conceitos estudados até o 
momento, vamos à resolução de questões solicitadas em provas para Auditor 
Fiscal da Receita Federal do Brasil, concurso exigente com os candidatos: 
(AFRF/SRF – ESAF/2000) A teoria econômica moderna estabelece 
critérios de imposição de tributos. O critério que postula que a 
tributação não introduza distorções nos mecanismos de funcionamento 
e alocação de recursos da economia de mercado é o da 
a) Universalidade 
b) eqüidade 
c) neutralidade 
d) justiça social 
e) adequação 
Comentários: 
 
4 Existem diferenças entre carga fiscal e carga tributária. No cálculo da carga tributária está computado apenas os 
valores decorrentes da imposição das chamadas receitas tributárias, tais como os receita de impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. No caso da carga fiscal, deve-se adicionar as demais receitas de caráter impositivo, tais 
como as receitas previdenciárias. 
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A questão é direta ao afirmar que: O critério que postula que a tributação 
não introduza distorções nos mecanismos de funcionamento e alocação de 
recursos da economia de mercado. Conforme verificamos, para que não 
haja distorções nos mecanismos de mercado e na atual alocação de 
recursos é necessário que a tributação realizada pelo Estado não altere os 
preços relativos dos produtos, ou seja, que os preços de um produto em 
relação ao outro sejam mantidas constantes. Essa definição refere-se ao 
princípio que conceituamos por neutralidade da tributação. Essa mesma 
neutralidade está associada à idéia de eficiência do sistema tributário. 
Gabarito: letra “c”.
(AFRF/SRF – ESAF/2002) Segundo o princípio da eqüidade, na 
teoria da tributação, dois critérios são propostos: a classificação 
dos indivíduos que são considerados iguais e o estabelecimento de 
normas adequadas de diferenciação. Indique quais são esses 
critérios: 
a) Neutralidade e eficiência 
b) Benefício e capacidade de pagamento 
c) Unidade e universalidade 
d) Eficiência e justiça 
e) Produtividade e eficiência. 
Comentários: 
Perceba que a questão já fala do princípio da equidade, solicitando ao 
concursando os critérios utilizados para a aplicação deste princípio. A única 
estranheza, na forma de pegadinha, refere-se à conceituação do primeiro 
critério utilizado: a classificação dos indivíduos que são considerados 
iguais. Esse conceito remete ao que definimos por equidade horizontal, 
em que é dispensa de tratamento igual aos iguais. O segundo critério vai 
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direto ao ponto: estabelecimento de normas adequadas de diferenciação. O 
estabelecimento de diferenciação, no que se refere à equidade, está 
diretamente relacionado ao princípio da capacidade de pagamento. 
Bem, por eliminação já poderíamos marcar a letra “b” que é o gabarito, 
mas é importante considerarmos o seguinte: Conforme verificamos, de 
acordo com o princípio do benefício, o consumidor deve pagar ao governo, 
na forma de tributos, o equivalente ao total de benefícios que este recebe. 
Ou seja, todos aqueles que recebem benefício na forma de bens públicos, 
iguais, devem pagar a mesma tributação. 
Gabarito: letra “b”. 
(AFRF/SRF – ESAF/2002) A principal fonte de receita do setor 
público é a arrecadação tributária. Com relação às características 
de um sistema tributário ideal, assinale a opção falsa: 
a) A distribuição do ônus tributário deve ser eqüitativa. 
b) A cobrança dos impostos deve ser conduzida no sentido de onerar mais 
aquelas pessoas com maior capacidade de pagamento. 
c) O sistema tributário deve ser estruturado de forma a interferir o 
minimamente possível na alocação de recursos da economia. 
d) O sistema tributário deve ser eficiente e maximizar os custos de 
fiscalização da arrecadação. 
e) O sistema tributário deve ser de fácil compreensão para o contribuinte e 
de fácil arrecadação para o governo. 
Comentários: 
Essa questão é moleza. Entendoque mesmo não tendo estudado a matéria, 
e estando atento na interpretação das alternativas, marcaríamos a letra 
“d”. Não é razoável que os custos de fiscalização da arrecadação tributária 
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sejam maximizados. Quando o sistema tributário é eficiente - parte 
correta da questão – o custo para o controle da arrecadação já é 
minimizado. Não obstante, é importante que o trabalho de fiscalização da 
arrecadação seja feito de forma mais eficiente possível e menos custosa 
aos cofres públicos. 
As demais alternativas tendem a maximizar o chamado “sistema tributário 
ideal”. 
 Findadas a abordagem da parte teórica da aula, passamos agora a 
realização de exercícios baseados em provas anteriores. 
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Questões Propostas: 
1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Quando um 
determinado imposto é criticado por ser regressivo, o princípio 
tributário no qual a crítica se baseia é o princípio da(o) 
(A) capacidade econômica do contribuinte. 
(B) eficiência econômica. 
(C) neutralidade alocativa. 
(D) facilidade administrativa. 
(E) benefício ao contribuinte. 
2 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) No estabelecimento 
de um sistema tributário, o clássico Princípio da Equidade sugere que 
(A) um imposto que incida mais de uma vez sobre uma atividade produtiva 
não é adequado. 
(B) os tributos devem incentivar os investimentos e o crescimento da 
economia. 
(C) os impostos devem corrigir as distorções na alocação de recursos causadas 
pelas imperfeições de mercado. 
(D) a capacidade individual de contribuição é um critério importante para a 
escolha dos tributos. 
(E) a política fiscal deve ser usada para a estabilização da economia. 
3 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008)Uma das razões 
importantes para a presença do estado na economia é a existência de 
externalidades negativas e positivas. A esse respeito, pode-se afirmar que 
(A) a poluição das águas pelas indústrias é uma externalidade negativa e 
deveria ser totalmente proibida. 
(B) a solução eficiente para resolver o problema do ruído excessivo nos 
aeroportos é mudar a localização dos mesmos para longe das áreas 
residenciais. 
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(C) as externalidades só ocorrem quando as pessoas produzem ou consomem 
bens públicos. 
(D) o consumidor de certo bem, cuja produção implicou em poluição 
ambiental, não deveria pagar pela poluição; o produtor é que deveria. 
(E) quando uma pessoa não se vacina contra uma doença infecciosa está 
impondo aos demais uma externalidade negativa. 
4 – (ECONOMISTA/ELETROBRÁS – CESGRANRIO/2010) Uma das 
diferenças dos bens privados, em relação aos bens públicos, é que 
são 
a) produzidos por empresas privadas. 
b) produzidos para um grupo privado e específico de consumidores. 
c) rivais, isto é, quando uma pessoa consome o bem impede que outra o 
faça. 
d) geradores de benefícios privados, apenas. 
e) superiores, isto é, o custo de excluir uma pessoa de seu consumo é 
baixo. 
5 – (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2010) Analise as 
possíveis características de um certo bem. 
I - O público em geral tem acesso a ele. 
II - O custo de excluir pessoas de usá-lo é muito elevado. 
III - Ele é produzido por uma empresa do setor público. 
IV - Uma pessoa pode consumi-lo sem que isto impeça outra pessoa 
de fazê-lo também. 
V - Traz benefícios para o público em geral. 
Para ser considerado um bem público, deve atender APENAS às 
características 
a) I e II. 
b) I e V. 
c) II e III. 
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d) II e IV. 
e) III e V. 
6 – (APO/MPOG – ESAF/2008) O sistema de mercado não leva a uma 
justa distribuição da renda, sendo necessário que o Estado exerça essa 
função: 
a) alocativa 
b) estabilizadora 
c) distributiva 
d) planejadora 
e) de crescimento econômico 
7 - (AFC/STN – ESAF/2008) A aplicação das diversas políticas 
econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a 
estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o 
atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte função do 
Governo: 
a) Função Estabilizadora. 
b) Função Distributiva. 
c) Função Monetária. 
d) Função Desenvolvimentista. 
e) Função Alocativa. 
8 - (AFC/STN – ESAF/2008) Sob determinadas condições, os 
mercados privados não asseguram uma alocação eficiente de 
recursos. Em particular, na presença de externalidades e de bens 
públicos, os preços de mercado não refletem, de forma adequada, o 
problema da escolha em condições de escassez que permeia a 
questão econômica, abrindo espaço para a intervenção do governo 
na economia, de forma a restaurar as condições de eficiência no 
sentido de Pareto. Nesse contexto, é incorreto afirmar: 
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a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produção de um 
determinado bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros 
mercados, e esses impactos não são considerados no preço de mercado do 
bem em questão. 
b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-
versa. 
c) a correção de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante 
tributação corretiva, no caso de externalidades positivas, ou aplicação de 
subsídios, no caso de externalidades negativas. 
d) um exemplo de bem público puro é o sistema de defesa nacional, cujo 
consumo se caracteriza por ser não-excludente e não-rival. 
e) falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance 
o estado de bem-estar social, por meio do livre mercado, sem interferência 
do governo. 
9 - (AFC/CGU – ESAF/2004) A necessidade de atuação econômica do 
setor público prende-se à constatação de que o sistema de preços não 
consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou funções. Assim, 
é correto afirmar que 
a) a função distributiva do governo está associada ao fornecimento de bens e 
serviços não oferecidos eficientemente pelo sistema de mercado. 
b) a função alocativa do governo está relacionada com a intervenção do Estado 
na economia para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego. 
c) o governo funciona como agente redistribuidor de renda através da 
tributação, retirando recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e 
transferindo-os para os segmentos menos favorecidos. 
d) a função estabilizadora do governo está relacionada ao fato de que o 
sistema de preços não leva a uma justa distribuição de renda. 
e) a distribuição pessoal de renda pode ser implementada por meio de uma 
estrutura tarifária regressiva. 
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10 - (AFC/STN – ESAF/2005) Devido a falhas de mercado e tendo em 
vistaa necessidade de aumentar o bem-estar da sociedade, o setor 
público intervém na economia. Identifique a opção correta inerente à 
função alocativa. 
a) O setor público oferece bens e serviços públicos, ou interfere na oferta do 
setor privado, por meio da política fiscal. 
b) O setor público age na redistribuição da renda e da riqueza entre as classes 
sociais. 
c) Adotando políticas monetárias e fiscais, o governo procura aumentar o nível 
de emprego e reduzir a taxa de inflação. 
d) Adotando políticas monetárias e fiscais, o governo procura manter a 
estabilidade da moeda. 
e) O governo estabelece impostos progressivos, com o fim de gastar mais em 
áreas mais pobres e investir em áreas que beneficiem as pessoas carentes, 
como a educação e saúde. 
11 – (Analista em Gestão Adm./Sec. Estado de Pernambuco – FGV-
RIO/2008) A respeito das funções do governo, é correto afirmar que: 
a) a função alocativa está associada às chamadas “falhas de mercado” e se 
justifica quando o resultado distributivo do mecanismo de mercado não for 
considerado socialmente desejado. 
b)quando o governo decide destinar parte de recursos públicos para os setores 
de saúde e educação, está exercendo sua função estabilizadora. 
c) a atividade de compra e venda de títulos pelo governo em mercados 
primários e secundários está associada à sua função reguladora. 
d) as três funções tradicionais associadas ao governo na literatura das finanças 
públicas são as funções alocativa, estabilizadora e reguladora. 
e) a função estabilizadora diz respeito à manutenção da estabilidade 
econômica e justifica-se para atenuar o impacto de crises. 
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12 - (AUDITOR/TCE-AL – FCC/2008) Analise as assertivas abaixo. 
I. A implementação de programas como o Bolsa Família visa promover 
melhor distribuição de renda. 
II. A função estabilizadora ou anticíclica das políticas governamentais 
pode ser cumprida por meio da adoção de medidas tais como a 
concessão do seguro desemprego. 
III. A redução da alíquota do IPI incidente sobre perfis de ferro ou aço 
não ligado de 5% para 0%, conforme Decreto no 6.024/07, é um 
instrumento válido para que o governo cumpra a função alocativa da 
política econômica. 
IV. A adoção de medidas como as que integram o Programa de 
Aceleração do Crescimento não contribui para que o governo cumpra 
nenhuma das funções da política econômica, a saber: alocativa, 
redistributiva e/ou estabilizadora. 
Estão corretas: 
a) I, II e III, apenas. 
b) I, II e IV, apenas. 
c) I, III e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
13 - (AFC/STN – ESAF/2005) No que diz respeito aos bens públicos, 
semipúblicos e privados, indique a única opção incorreta. 
a) Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não consegue 
orientar os investimentos a fim de efetuar sua produção. 
b) Bens públicos têm a característica de serem usados por todos, 
indistintamente, não importando o nível de renda ou condição social. 
c) Bens semipúblicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas são produzidos 
pelo Estado. 
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d) O serviço meteorológico é um exemplo de bem de consumo não rival. 
e) Serviços de saúde e saneamento são bens públicos, uma vez que seus 
custos podem implicar preços muito altos para que as pessoas pobres possam 
ter acesso aos mesmos. 
14 - (AFC/CGU – ESAF/2004) Com base na Teoria das Finanças 
Públicas, assinale a única opção falsa. 
a) Um bem público puro é caracterizado por ter seu consumo não rival e 
não excludente. 
b) Bens privados são aqueles cujo consumo é tanto rival quanto excludente e 
são providos eficientemente em mercados competitivos. 
c) A exclusão permite que o produtor do bem privado possa ser pago sempre 
que um consumidor fizer uso do mesmo. 
d) Um exemplo de bem público puro é segurança nacional. 
e) Há rivalidade no consumo de um bem se o consumo desse bem por parte de 
uma pessoa aumenta a disponibilidade do mesmo para as outras. 
15 - (AFC/CGU – ESAF/2006) No mundo real, mercados perfeitamente 
competitivos são raros, existindo falhas de mercado que justificam a 
intervenção do governo. Identifique a opção falsa. 
a) São exemplos de falhas de mercado a existência de bens públicos e de 
externalidades. 
b) Os bens públicos puros possuem as características de não-rivalidade e de 
impossibilidade de exclusão de seu consumo. 
c) O sistema de preços reflete apenas os custos e os benefícios privados, 
sendo necessária a presença do governo para incorporar as externalidades ao 
custo privado, mediante, por exemplo, a tributação ou incentivo fiscal. 
d) Diz-se que uma externalidade tem lugar quando a atividade econômica dos 
indivíduos, na produção, consumo ou troca, não afeta e não interfere com o 
interesse dos outros indivíduos. 
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e) Há externalidades positivas que podem demandar a intervenção do governo 
para que não haja uma suboferta. 
16 - (AFC/STN – ESAF/2008) Assim entendida como a atuação do 
governo no que diz respeito à arrecadação de impostos e aos gastos 
públicos, a política fiscal possui como objetivos, exceto: 
a) prestação de serviços públicos (atendimento de necessidades da 
comunidade). 
b) redistribuição de renda (bem-estar social). 
c) estabilização econômica, que corresponde ao controle da demanda agregada 
(C+I+G+X-Z) no curto prazo. 
d) promoção do desenvolvimento econômico, que corresponde ao estímulo da 
oferta agregada. 
e) controle da moeda nacional em relação a outras moedas. 
17 – (APO/MPOG – ESAF/2008) A política fiscal pode ser dividida em 
duas grandes partes: a política tributária e a política de gastos 
públicos. No que se refere à política fiscal, assinale a única opção 
incorreta. 
a) Quando o governo aumenta os gastos públicos,diz-se que a política fiscal é 
expansionista. 
b) Os gastos do governo podem ser divididos em dois grandes grupos: 
despesas correntes e as de capital. 
c) A política fiscal será expansionista ou contracionista dependendo do que o 
governo está pretendendo atingir com a política de gastos. 
d) O governo também pode atuar sobre o sistema tributário de forma a alterar 
as despesas do setor privado (entre bens, entre consumo e investimento, por 
exemplo) e a incentivar determinados segmentos produtivos. 
e) As despesas correntes do governo referem-se às despesas que o governo 
efetua para manter e aumentar a capacidade de produção de bens e serviços 
no país (construção de escolas e de hospitais, por exemplo). 
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18 - (APO/Séc. Fazenda de São Paulo – ESAF/2009) Assinale a opção 
falsa com relação aos Princípios Teóricos da Tributação. 
a) Do ponto de vista do princípio do benefício, os impostos são vistos como 
preços que os cidadãos pagam pelas mercadorias e serviços que adquirem por 
meio de seus governos, presumivelmente cobrados de acordo com os 
benefícios individuais direta ou indiretamente recebidos. 
b) A neutralidade, na ótica da alocaçãode recursos, deveria ser 
complementada pela equidade na repartição da carga tributária. 
c) O princípio da capacidade de pagamento sugere que os contribuintes devem 
arcar com cargas fiscais que representem igual sacrifício de bem-estar, 
interpretado pelas perdas de satisfação no setor privado. 
d) Não existem meios práticos que permitam operacionalizar o critério do 
benefício, por não ser a produção pública sujeita à lei do preço. 
e) A equidade horizontal requer que indivíduos com diferentes habilidades 
paguem tributos em montantes diferenciados. 
19 – (APO/MPOG – ESAF/2008) O financiamento para que o Estado 
cumpra suas funções com a sociedade é feito por meio de 
arrecadação tributária, ou receita fiscal. Identifique a única opção 
errada referente aos princípios de tributação. 
a) Pelo princípio da eqüidade, um imposto, além de ser neutro, deve ser 
equânime, no sentido de distribuir o seu ônus de maneira justa entre os 
indivíduos. 
b) De acordo com o princípio do benefício, um tributo justo é aquele em 
que cada contribuinte paga ao Estado um montante diretamente 
relacionado com os benefícios que recebe do governo. 
c) A neutralidade pode ser avaliada sob dois princípios: princípio do 
benefício e princípio da capacidade de pagamento. 
d) Os impostos podem ser utilizados na correção de ineficiências do setor 
privado. 
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e) Os argumentos favoráveis à utilização da renda como capacidade de 
pagamento baseiam-se na abrangência desta medida, pois renda inclui 
consumo e poupança. 
20 - (EPPGG/GOV. BAHIA – FCC/2004) Com base na teoria da 
tributação, é INCORRETO afirmar: 
a) O princípio do benefício afirma que o contribuinte deve contribuir com uma 
quantia proporcional aos benefícios gerados pelo consumo dos bens públicos. 
b) O conceito da neutralidade afirma que o imposto não deve provocar 
distorção na alocação de recursos da economia. 
c) O conceito de simplicidade relaciona-se com a facilidade da 
operacionalização da cobrança do tributo. 
d) O princípio da eqüidade vertical afirma que as contribuições dos 
contribuintes devem diferenciar-se conforme suas respectivas capacidades de 
pagamento. 
e) O princípio da eqüidade horizontal afirma que quem recebe menos renda 
deve pagar uma proporção maior de impostos relativamente às pessoas com 
renda mais alta. 
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Gabarito Comentado: 
1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Quando um 
determinado imposto é criticado por ser regressivo, o princípio 
tributário no qual a crítica se baseia é o princípio da(o) 
(A) capacidade econômica do contribuinte. 
(B) eficiência econômica. 
(C) neutralidade alocativa. 
(D) facilidade administrativa. 
(E) benefício ao contribuinte. 
Comentários: 
Conforme entendimento definido em aula, um imposto regressivo é aquele que 
onera mais, proporcionalmente, aqueles que ganham menos. Um imposto com 
alíquot de 20% sobre a renda de quem ganha R$ 2.000,00 e com alíquota de 
15% sobre quem ganha R$ 10.000,00 é um exemplo clássico de imposto 
regressivo. 
Essa característica faz com que o imposto regressivo não obedeça o princípio 
da capacidade de pagamento ou capacidade de contribuição de cada 
contribuinte. 
Gabarito: letra “a”. 
2 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) No estabelecimento 
de um sistema tributário, o clássico Princípio da Equidade sugere que 
(A) um imposto que incida mais de uma vez sobre uma atividade produtiva 
não é adequado. 
(B) os tributos devem incentivar os investimentos e o crescimento da 
economia. 
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(C) os impostos devem corrigir as distorções na alocação de recursos causadas 
pelas imperfeições de mercado. 
(D) a capacidade individual de contribuição é um critério importante para a 
escolha dos tributos. 
(E) a política fiscal deve ser usada para a estabilização da economia. 
Comentários: 
Essa questão não é tão fácil de ser resolvida. Conforme verificado em aula, o 
princípio da equidade se subdivide em equidade vertical e equidade horizontal. 
A equidade vertical afirma que indivíduos considerados desiguais (em termos 
econômicos) devem ser tratados de forma desigual. Já o princípio equidade 
horizontal afirma que os indivíduos considerados iguais devem ser tratados de 
forma igual. 
Os conceitos de equidade vertical e horizontal permitem a adequação da 
tributação incidente sobre as classes sociais existentes na economia do país. 
Caso estivesse regulamentado, o imposto sobre grandes fortunas deveria 
incidir somente sobre aqueles que possuíssem um nível de renda (e riqueza) 
consideravelmente alto, valendo para isso o estabelecimento de critérios 
objetivos. Assim sendo, estaria valendo o critério da equidade vertical, em que 
indivíduos desiguais seriam tratados de forma desigual. Da mesma forma, caso 
indivíduos com o mesmo nível de renda/riqueza alta fossem tributados, estaria 
sendo aplicado o princípio da equidade horizontal. 
Este entendimento leva a conclusão de que a assertiva correta é a letra “d”. 
As demais alternativas se associam a: 
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A – Trata-se de um imposto em cascata, o qual não se relaciona com o 
enunciado. 
B – Trata-se de uma dos objetivos da função alocativa a ser seguida pelo 
governo. 
C – Também se trata de uma alternativa relacionada à função alocativa. 
E - Trata-se de uma dos objetivos da função estabilizadora, aplicada mediante 
a utilização das políticas fiscal e monetária. 
Gabarito: letra “d”. 
3 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) Uma das razões 
importantes para a presença do estado na economia é a existência de 
externalidades negativas e positivas. A esse respeito, pode-se afirmar que 
(A) a poluição das águas pelas indústrias é uma externalidade negativa e 
deveria ser totalmente proibida. 
A poluição das águas pelas indústrias é uma externalidade negativa 
decorrente da produção de bens necessários à sociedade. A forma de 
minimizar esta externalidade é por meio da imposição de sanções, a 
exemplo da cobrança de taxa que tem sua arrecadação destinada à 
despoluição ambiental. Assim sendo, pode-se afirmar que a melhor 
solução não seria a total proibição do processo de industrialização, 
mas sim a correção das externalidades geradas. 
(B) a solução eficiente para resolver o problema do ruído excessivo nos 
aeroportos é mudar a localização dos mesmos para longe das áreas 
residenciais. 
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Muito embora a mudança dos aeroportos para locais distantes dos 
grandes centros seja uma solução quanto ao problema do barulho 
excessivo, a própria mudança tende a trazer um considerável aumento 
de custos, uma vez que aumenta a distância de locomoção até, 
conjuntamente, o nível do trânsito para outras áreas da cidade. Em 
suma, esta política uma vez adotada,

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