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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula Dois Prezados (as) Alunos (as), Como foram os estudos da aula um? Tudo tranquilo? Espero que sim. Relembro que estou à disposição por meio do fórum de dúvidas. Nesta segunda e última aula do curso serão abordados os seguintes itens do conteúdo programático: O cálculo do déficit público: as Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP) nos conceitos primário, nominal e operacional. Tendências gerais da evolução do gasto público no mundo. Praticamente inexistem questões elaboradas pela CESGRANRIO sobre os temas abordados nesta aula. Sendo assim, para que não ficássemos sem opção de questões de provas anteriores, acabei adicionando uma série de questões de outras bancas. Um grande abraço e bons estudos, Mariotti CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 2 1. O cálculo do déficit público De forma genérica podemos definir o déficit público como sendo o excesso de gastos públicos sobre as receitas públicas. Segundo o Manual de Finanças Públicas do Banco Central, o conceito de setor público utilizado para mensuração da dívida líquida e do déficit público é o de setor público não-financeiro adicionado do Banco Central. Considera-se como setor público não-financeiro as administrações diretas federal, estaduais e municipais, as administrações indiretas, o sistema público de previdência social e as empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais, além da Itaipu Binacional. Ainda segundo o mesmo Manual, o Banco Central é incluído na apuração da dívida líquida pelo fato de transferir seu lucro/prejuízo automaticamente para o Tesouro Nacional. O déficit público ou estritamente falando, o resultado das contas públicas, é medido durante determinado período de tempo (normalmente um ano). É chamado de variável fluxo, dado que seu resultado, um fluxo, é incorporado à variável estoque dívida pública, formada pelos sucessivos déficits das contas públicas. Não obstante à análise do déficit e da dívida pública, merece atenção o desenvolvimento de alguns conceitos pertinentes ao assunto. O somatório das receitas fiscais arrecadadas pelo governo é chamado de carga fiscal bruta. Desta carga tributária devem ser excluídas as chamadas transferências realizadas pelo próprio governo (lato sensu), tais como o pagamento dos juros sobre a dívida pública, os subsídios concedidos a setores da economia bem como os gastos para a manutenção dos regimes de assistência e previdência social. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 3 O que sobra da carga tributária, agora chamada de líquida, é utilizada pelo governo inicialmente para administrar a máquina pública, ou seja, realizar o pagamento das chamadas despesas correntes. O resultado da receita líquida do governo menos o pagamento de pessoal e custeio é o que chamamos de poupança (ou saldo) do governo em conta-corrente. O resultado do governo em conta corrente, uma vez positivo, deve ser utilizado para fazer frente às chamadas despesas de capital, divididas em investimento, inversões financeiras e amortização da dívida. De forma ampla, chamaremos as despesas de capital de Investimento Público (ou governamental). Dessa maneira, pode-se afirmar que, caso o volume de investimentos públicos seja superior a poupança do governo em conta corrente, teremos o chamado Déficit Público. Déficit Público = Investimento Público - Poupança Pública No caso de o governo apresentar um déficit na relação entre saldo em conta corrente e investimento público, este deverá buscar recursos para honrar seus compromissos, tendo as seguintes opções: • Realizar a venda de títulos públicos aos bancos1, com o objetivo de auferir recursos financeiros para realizar o pagamento de suas contas; • Vender títulos públicos ao Banco Central2, o que caracteriza a emissão de moeda, recebendo os recursos para fazer frente aos seus compromissos. 1 Dizemos bancos e não setor privado pois grande parte dos títulos públicos são adquiridos por Instituições Financeiras Públicas, tais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 4 A venda de títulos públicos aos bancos provoca a diminuição da poupança do setor privado, dado que parte dos recursos antes administrados pelas instituições financeiras é agora destinado ao pagamento dos compromissos do poder público, trazendo ainda a diminuição da capacidade de fornecimento de crédito à população em geral. Já a venda de títulos ao BACEN é condição não recorrente, em especial porque conforme dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF3, o BACEN somente poderá refinanciar o Tesouro se este financiamento for derivado de dívida do Tesouro (títulos públicos) vincendos na carteira da Autoridade Monetária. Nas duas situações acima, o Tesouro Nacional, em nome do governo, estará promovendo o crescimento da Dívida Pública. A conseqüência natural do crescimento da dívida, partindo-se do pressuposto de que ela é um resultado de déficits passados, é a necessidade da ampliação dos gastos do governo com o pagamento de juros, o que torna ainda menor a capacidade de geração de poupança corrente do governo, já que verificamos que esta é obtida diminuindo-se da carga tributária líquida, as despesas correntes, sendo que nesta última encontram-se os pagamentos de juros da dívida do período passado. Ainda do resultado da formação da dívida pública, existe a necessidade de quitação do seu principal (amortização), que se enquadra como despesa de capital, item também já traduzido por nós como Investimento Público, o que tenderá a aumentar ainda mais o Déficit Público do período de seu pagamento. 2 Cabe-nos destacar que conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 39, § 2º, o Banco Central só pode adquirir títulos diretamente do Tesouro Nacional se for com o objetivo de refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo em sua carteira. 3 § 2o do art. 39 da LRF. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 5 A dívida pública que ora fazemos menção é representada não somente pela dívida pública interna do país, mas também a dívida pública externa, já que o governo financia-se via emissão de títulos no mercado internacional. São os conhecidos Bonds do governo brasileiro. 1.1 Mensuração do Déficit Público Conceituamos o déficit público a partir da chamada identidade macroeconômica fundamental, a qual diz que o investimento da economia (privado e público) será financiado pelas poupanças privada, pública e externa. IPRIVADO + IPÚBLICO = SPRIVADA + SPÚBLICA (ou do governo) + SEXTERNA Da mesma forma, o resultado do déficit público será obtidoconforme descrito no tópico anterior, ou seja, verificando-se o excesso de investimento público sobre a poupança pública. IPÚBLICO - SPÚBLICA (ou do governo) = SPRIVADA - IPRIVADO + SEXTERNA Déficit Público = SPRIVADA - IPRIVADO + SEXTERNA O governo possui um instrumento eficaz para verificar os motivos que estão levando ao surgimento de constantes déficits. É o chamado critério “acima da linha”, que mede como se comportam as suas contas de receitas e de despesas. Esta medição capacita o governo (Secretaria do Tesouro Nacional) a verificar quais são as contas governamentais que são responsáveis pelo excesso de gastos frente aos recursos arrecadados. O primeiro conceito do critério “acima da linha” é a mensuração do excesso de investimento público sobre a poupança pública, chamado de CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 6 déficit primário. Seu resultado é calculado pela diferença entre as despesas operacionais ou primárias (ou despesas não-financeiras), menos as receitas operacionais ou primárias (ou não-financeiras). Perceba que como estamos falando de déficit, utilizamos primeiramente as despesas no cálculo e só depois as receita, sendo logicamente as despesas maiores do que as receitas primárias. Caso estivéssemos falando em superávit teríamos que colocar no cálculo primeiramente as receitas e só depois as despesas primárias. Importa mencionar que o mais adequado é o termo resultado primário que, caso negativo, caracteriza um déficit e, caso positivo, caracteriza um superávit. Déficit Primário = Despesas Primárias – Receitas Primárias No Brasil tem vigorado ano a ano a necessidade de geração de Superávits Primários, consubstanciado na Lei de Diretrizes Orçamentárias. O parâmetro de análise sempre se dá como uma percentagem do Produto Interno Bruto da Economia - PIB. O segundo conceito de cálculo do Déficit é o Operacional, que leva em consideração além do Resultado Primário, o pagamento dos juros reais (descontada a inflação) relativos ao estoque de dívida pública existente. Destaca-se que não estamos falando em pagamento/amortização do principal da dívida, mas tão somente o pagamento dos juros reais (que é contabilizado dentro das chamadas despesas correntes do governo). Déficit Operacional = Déficit Primário + Juros Reais da Dívida Passada Temos ainda o terceiro conceito de déficit, aquele calculado via resultado nominal. O déficit nominal inclui, além do resultado operacional, a atualização monetária das dívidas interna e externa. Destaca-se que uma outra forma de mensurar o déficit nominal é calculando o déficit primário e, adicionado a este, CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 7 o resultado entre o balanceamento das despesas e receitas Financeiras (também chamadas de não-operacionais) do governo. Déficit Nominal = Déficit Primário + (Despesas Financeiras – Receitas Financeiras) Observação Importante: Um aspecto importante a ser considerado é o que se refere ao chamado imposto inflacionário que consiste na perda do valor do dinheiro devido à inflação. É como se disséssemos que R$ 100 daqui a 1 mês venha a valer somente R$ 99,00. De outra forma, é como se não conseguíssemos mais comprar com o mesmo dinheiro o que antes comprávamos. O governo, em nome do Banco Central, tem o poder de pagar suas contas via emissão indireta de moeda (compra de títulos públicos do Tesouro pelo Bacen), apropriando-se da diferença entre o valor emitido (R$100) e o quanto o dinheiro efetivamente vale hoje (R$ 99). Ao resultado do Déficit Nominal é adicionada a chamada atualização monetária da dívida, de tal forma que é desconsiderado, neste, o ganho percebido pelo governo com o próprio imposto inflacionário. No caso do Déficit Operacional vemos que isto não acontece, dado que no seu cálculo não é adicionado o componente da atualização monetária como pagamento a ser feito (na forma de despesas) pelo governo. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 8 1.2 As Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP Toda vez que o governo apresenta um déficit em suas contas este necessita financiar-se para fazer frente aos seus compromissos. As formas de mensuração das necessidades de financiamento do setor público - NFSP são as adotadas pelo Banco Central – seguindo orientação do Fundo Monetário Internacional -, sendo caracterizada como o critério “abaixo da linha”. As NFSP representam a Variação da Dívida Líquida do Setor Público - DLSP em relação ao setor privado interno e externo, durante um determinado período de tempo. Assim, caso ocorra uma variação positiva na Box: A partir da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008, aplicada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a partir da execução orçamentária de 2009, em sua 1ª edição, estabelece que o regime da competência tanto para a receita quanto para a despesa aplica-se na sua integralidade. Anteriormente o regime de cálculo do resultado das contas públicas era misto, ou seja, as despesas eram calculadas pelo regime da competência e as receitas são calculadas pelo regime de caixa. O regime misto permitia uma maior prudência da condução das contas públicas. Isso pode ser representado da seguinte forma: As despesas com salários do funcionalismo de fevereiro de 2010 e pagos em março de 2010 sensibilizam as contas de fevereiro e não de março. Diferentemente, no caso das receitas, mesmo que o fato gerador ocorra no mês de fevereiro, mas o pagamento feito pelo contribuinte só ocorra em março, esta receita só sensibilizará as estatísticas de março e não de fevereiro. Com a edição da Portaria STN/SOF nº 3, consubstanciada na convergência do Brasil à s normas contábeis internacionais, tanto as despesas como agora as receitas devem ser apuradas pelo regime da competência. Sendo assim, na hora da prova, não bobeie, vale o regime da competência! CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 9 dívida, temos um conseqüente déficit nas contas públicas. Logicamente, uma variação negativa na dívida consistirá num superávit das contas públicas. 1.2.1 Necessidade de Financiamento no Conceito Nominal A chamada NFSP conceito nominal corresponde ao próprio déficit nominal. Seu resultado é chamado de variação da Dívida Líquida do Setor Público – DLSP, descontados os ajustes patrimoniais ocorridos no período. Estes ajustes são representados pelas privatizações (ajuste positivo), que abatem parte da dívida, e o reconhecimento dos esqueletos4 (ajuste negativo na dívida), que tendem a aumentar (variação positiva) a dívida líquida. Um conceito importante que deve ser firmado refere-se à diferença existente no cálculo das NFSP quando considerada a desvalorização cambial5. De acordo com o BACEN, por meio do seu Manual de Finanças Públicas, temos: • NFSP sem desvalorização cambial: corresponde à variação nominal dos saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre adívida externa e sobre a dívida mobiliária interna indexada à moeda estrangeira (ajuste metodológico). Abrange o componente de atualização monetária da dívida, os juros reais e o resultado fiscal primário. • NFSP com desvalorização cambial: corresponde à variação nominal dos saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes 4 Um esqueleto pode ser representado por uma perda de ação do governo no Supremo Tribunal Federal. As correções das perdas dos antigos planos econômicos também são uma boa representação de esqueletos do governo. 5 Desvalorização cambial refere-se à perda de valor da moeda nacional em relação à moeda estrangeira, normalmente representada pela dólar americano. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 10 patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa (ajuste metodológico). Abrange o componente de atualização monetária da dívida, os juros reais, a apropriação da variação cambial sobre a dívida mobiliária interna e o resultado fiscal primário. Destacamos ainda, para fins metodológicos, conforme disposto anteriormente, que a diferença entre a DLSP e os ajustes patrimoniais é denominada pelo Manual de Finanças Públicas de Dívida Fiscal Líquida – DFL. 1.2.2 Necessidade de Financiamento no Conceito Operacional Para calcularmos as NFSP no conceito operacional precisamos excluir da DFL os resultados da atualização monetária da dívida (o chamado imposto inflacionário); NFSP operacional = Variação da Dívida Fiscal Líquida – Atualização Monetária da Dívida 1.2.3 Necessidade de Financiamento no Conceito Primário O chamado conceito de NFSP primário é definido como o conceito de NFSP Nominal excluindo-se, além da atualização monetária da dívida, o pagamento dos juros reais. NFSP primário = Variação da Dívida Fiscal Líquida – Atualização Monetária – Juros Reais Considerados todos estes pontos, é importante destacarmos que a existência de déficit público leva a redução da poupança nacional e a CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 11 consequente subida dos juros, dado que o governo utiliza a parcela da poupança privada para financiar os seus gastos e também os chamados investimentos públicos. O redirecionamento da poupança nacional para o setor público torna o crédito mais caro diante da escassez de recursos de empréstimos, elevando assim as taxas de juros. 1.2.4 Dívida Pública e Inflação Argumentamos que a inflação, na sua vertente de imposto inflacionário, é fonte de arrecadação do governo, conforme ficou caracterizado nos cálculos e análises das Necessidades de Financiamento do Setor Público. A questão é que a inflação também gera males na arrecadação tributária governamental. Esta definição baseia-se no chamado efeito TANZI, que afirma que a inflação reduz a receita tributária real, evidenciada pelo fato de que a data do fato gerador do imposto é diferente da data de recolhimento da obrigação tributária. Um pequeno exemplo pode ilustrar este entendimento: a geração de obrigação tributária – fato gerador - no montante de R$100,00, ocorrida no início de um mês que apresentou inflação de 10%, gerará perdas de arrecadação tributária até o seu recolhimento no valor de R$10. Conforme TANZI, uma das formas de evitar esta perda de arrecadação e o consequente crescimento do déficit do governo é através da indexação, uma vez que esta corrigiria o valor da dívida da data do fato gerador até o seu efetivo recolhimento. No passado inflacionário da economia brasileira foram criados vários instrumentos que procuraram minimizar estas perdas, tais como a transformação das receitas tributárias em obrigações, inicialmente conhecidas como Obrigações do Tesouro Nacional - OTNs e posteriormente em CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 12 Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs, que garantiam a manutenção das receitas fiscais em níveis reais. De certa forma contraditória a idéia de TANZI, PATINKIN afirmou que a inflação não ocasionaria o aumento do déficit, mas sim a sua redução. A proposição de PATINKIN baseou-se na idéia de que o simples atraso no pagamento de dívidas reduziria o montante a ser pago, fazendo com que a inflação gerasse a diminuição das obrigações do governo agora corroída pela própria inflação. 2. Tendência Geral de Crescimento do Gasto Público no mundo Os estudos das tendências de evolução do gasto público no mundo são embasadas em uma série de analisadas realizadas por renomados autores das Finanças Públicas Mundiais. O resultado de cada estudo baseou o surgimento de hipóteses, as quais sustentam a evolução dos gastos governamentais ao entorno do mundo. As hipóteses teóricas de crescimento das despesas públicas baseiam-se na identificação dos verdadeiros determinantes da expansão de gastos do governo. A constatação é feita segundo a análise empírica de dados, utilizando-se, em grande maioria, a ferramenta estatística e os conceitos econômicos derivados. A primeira teoria a respeito do crescimento das despesas públicas foi formulada por Adolph Wagner, sendo assim chamada de “Lei de Wagner”, cientificamente denominada de “Lei de Crescimento Incessante das Atividades Estatais. De acordo com Wagner: CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 13 “À medida que cresce o nível de renda dos países industrializados, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país.” Assim sendo, na medida em que ocorra o crescimento da renda dos países ditos industrializados, o setor público crescerá a taxas superiores, fazendo com que a participação do governo em sua atividade interventiva na economia seja cada vez maior. A primeira constatação feita por Wagner é relacionada ao crescimento das funções administrativas e de segurança pública, derivadas da complexidade da vida urbana. Já a segunda razão para o crescimento da atividade do Estado na economia é ocasionada pelo crescimento das necessidades de promoção ao bem estar social, cuja própria demanda deve crescer sustentada pelo maior crescimento do país. Por fim, a terceira razão encontra-se no maior desenvolvimento de condições para a criação de monopólios, principalmente pela crescente realização de investimentos para expansão de setores industriais, tais como petróleo, energia elétrica, dentre outros. A atuação do Estado se daria pela intervenção direta ou indireta, reduzindo os prejuízos à sociedade. Diferentemente de Wagner, Peacock e Wiseman, assinalam que o crescimento da participação do setor público, através do aumento dos gastos, está mais condicionado às possibilidades de obtenção de recursos do que da expansão dos fatores que explicam o crescimento da demanda de serviços produzidos pelo governo6. Segundo destaca Giacomoni (pág. 9, 2009), a proposição dos referidos autores ensejou uma explicaçãosobre o mecanismo de geração de recursos, como condição indispensável para a expansão da oferta. Segundo Peacock e Wiseman, o crescimento da oferta, 6 Associa-se à teoria da oferta de bens públicos. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 14 está condicionado ao crescimento da tributação. Em condições normais, não há fácil aceitação pela sociedade quanto ao aumento da tributação. De todo modo, em situações de anormalidade, como em caso de guerras, os indivíduos da sociedade enxergam no governo a responsabilidade pela adoção de medidas para enfrentar a situação momentânea, aceitando assim o aumento da tributação. Não obstante, muito embora venha a ocorrer a sustação do período anormal, a sociedade continua a aceitar a geração de fonte adicional de receita via aumentos da tributação. A essa situação os autores denominaram de efeito “translação”. Destaca-se ainda que o efeito “translação” pode ser adaptado a vivência da economia brasileira até o início da década de 1990. Essa explicação é defendida por Rezende (pág. 31), segundo a qual na medida em que os componentes da sociedade sofrem de ilusão monetária, a impossibilidade de expansão da receita tributária pode ser contornada pela emissão de papel-moeda. Geradora de inflação, esta política permite ao governo cobrar o “imposto inflacionário”, derivado da diferença entre o valor dado à moeda na sua emissão e o efeito corrosivo no seu valor com a existência da inflação. Ainda relacionado às hipóteses teóricas de crescimento das despesas públicas, adiciona-se os entendimentos de Musgrave e Musgrave, Rostow e Herber. Para Musgrave e Musgrave, a expansão dos gastos esta diretamente associada ao desenvolvimento da economia de um país. Países em estágios de desenvolvimento iniciais, nos moldes dos países subdesenvolvidos, necessitam realizar atendimentos às demandas básicas de infra-estrutura econômica e social, relacionadas à saúde, educação, transportes, além de energia e telecomunicações. Diferentemente, para países em estágio intermediário de desenvolvimento, os gastos públicos estão associados à CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 15 complementação da atividade privada, nos moldes das propostas de parcerias público privadas – PPP’s propostas pelo governo federal. Finalmente, para Musgrave, os países em estágio avançado de desenvolvimento têm seus gastos na forma de investimentos públicos novamente aumentados, derivados do crescimento da renda e da necessidade de aplicação e criação de estruturas produtivas modernas e com alta tecnologia. Rostow destaca de forma particular o crescimento dos gastos públicos em economias desenvolvidas. Segundo o autor, o Estado necessita ampliar os seus investimentos nos serviços sociais, face ao processo da própria evolução da expectativa e da qualidade de vida da população. Não menos importante, Herber, em linha com as proposições teóricas de Wagner, afirma que os gastos públicos crescentes estão associados à necessidade de intervenção estatal devido à grande industrialização e a necessidade de regulação destes setores. O entendimento do crescimento dos gastos públicos é crucial para os formuladores e avaliadores das políticas públicas realizadas pelo governo. Cabe mencionar que as hipóteses teóricas são baseadas em constatações empíricas ao longo dos últimos cem anos, em que a figura do governo tornou- se encorpada especialmente pela necessidade de atendimento das demandas sociais. E com base nestes últimos comentários podemos dar por encerrada a aula dois. Passemos agora à resolução de alguns questões cobradas em provas anteriores. Um abraço, Mariotti CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 16 Questões Propostas: 1 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) A paulatina redução da dívida do setor público no Brasil, em relação ao PIB do país, tende a (A) encurtar o prazo médio para vencimento da dívida pública. (B) reduzir a participação percentual das despesas com juros nos gastos totais do governo. (C) aumentar a taxa de juros paga pelos títulos públicos. (D) aumentar a arrecadação fiscal obtida com o Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras. (E) aumentar os lucros do setor bancário. 2 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Com relação ao Déficit Público, Dívida Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte a opção incorreta. a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser feita em relação a determinado período de tempo. b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por meio da venda de títulos da dívida pública ao setor privado. c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado pela diferença entre receitas e despesas não financeiras. d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do Setor Público e o ajuste patrimonial. 3 - (AFC/CGU – ESAF/2008) Suponha os seguintes dados extraídos do Anexo de Metas Fiscais-AMF do Governo Federal: CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 17 Os dados consideram a metodologia de apuração de Resultados Fiscais, sob a ótica “acima da linha”, utilizada no Brasil. De acordo com os dados e a metodologia de apuração das Necessidades de Financiamento do Setor Público, marque a opção correta. a) Quando da elaboração da Proposta Orçamentária para o ano de 20X1, as despesas primárias estarão limitadas a 22% do PIB. b) A previsão é de que, em 20X2, os juros nominais sejam de 5% do PIB. c) Somente em 20X3 o Superávit Primário será maior do que os juros nominais do exercício. d) O Resultado Nominal nulo, em 20X2, indica que o país conseguirá pagar toda a sua dívida. e) A redução da dívida líquida ao longo dos três exercícios é em parte decorrente da diminuição das despesas primárias ao longo dos três exercícios. 4 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Nos últimos anos tem crescido o debate em torno da atuação do governo na economia, particularmente no Brasil. Com relação aos conceitos de déficit e dívida pública, não se pode afirmar que: a) o déficit público é a diferença entre o investimento público e a poupança do governo em conta corrente. b) o endividamento do setor público representa nova categoria de gastos públicos: a rolagem e o pagamento dos serviços dessa dívida. c) quanto maior for o estoque da dívida, maior será o gasto com juros e, conseqüentemente, menor será a diferença entre carga tributária bruta e líquida. d) como alternativas de financiamento do déficit público, podem ser citadas a venda de títulos ao setor privado e a venda de títulos ao Banco Central. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 18 e) o tamanho do déficit público, em últimainstância, dá a participação do governo na atividade econômica em termos de complementação da demanda privada. 5 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considere a seguinte definição: “A necessidade de financiamento do setor público - resultado nominal sem desvalorização cambial - corresponde à variação _________ dos saldos da dívida líquida, _________ os ajustes patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). _________, ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida _________ interna indexada à moeda estrangeira (ajuste metodológico).” Completam corretamente a definição acima as seguintes palavras, respectivamente: a) nominal, incluídos, Inclui, mobiliária b) real, deduzidos, Inclui, líquida c) real, deduzidos, Inclui, mobiliária d) nominal, deduzidos, Exclui, mobiliária e) nominal, incluídos, Inclui, bruta 6 – (Consultor de Orçamento/Senado Federal – FGV-RJ/2008) A respeito das Necessidades de Financiamento do Setor Público, é correto afirmar que: (A) as Necessidades de Financiamento do Setor Público servem para apurar o montante de recursos que o setor público financeiro e não-financeiro necessita captar com o setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus dispêndios. (B) a apuração do resultado “acima da linha” é feita a partir da variação líquida do estoque da dívida pública. (C) a apuração do resultado “abaixo da linha” parte da execução orçamentária, isto é, dos fluxos de receitas e despesas do governo. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 19 (D) em nível federal, o resultado dos orçamentos fiscal e da seguridade social recebe o nome de "Necessidades de Financiamento do Governo Central", enquanto o resultado do orçamento de investimentos recebe o nome de "Necessidades de Financiamento das Empresas Estatais". (E) um dos principais problemas para a adequação dos resultados pelo método “abaixo da linha” e “acima da linha” no Brasil é a não-inclusão, nas Necessidades de Financiamento do Setor Público segundo o resultado "acima da linha", das operações primárias do Banco Central. 7 – (Economista/DPU – CESPE/2010 – com alterações) Acerca dos conceitos relativos ao déficit e dívida públicos, julgue os itens seguintes. A – A mensuração do déficit com base na execução orçamentária – receitas e despesas – representa o conceito acima da linha, que corresponde à medição do déficit pelo lado do financiamento, ou seja, pela forma como o déficit foi financiado. B – O déficit fiscal, como proporção do PIB, corresponde ao déficit primário acrescido dos juros sobre o estoque da dívida, sendo que o governo financia esse déficit aumentando o endividamento em títulos públicos e não considerando a expansão monetária. 8 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Com relação às hipóteses teóricas do crescimento das despesas públicas, indique a única opção falsa. a) Os modelos microeconômicos do crescimento dos gastos públicos são desenvolvidos com a finalidade de explicar as variações nas demandas pelos produtos finais do setor público. b) As mudanças demográficas são uma importante variável para explicar as alterações e o crescimento dos gastos públicos, seja pelo acréscimo absoluto da população ou por sua própria distribuição etária. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 20 c) Wagner estabeleceu como lei de expansão das atividades do Estado uma situação em que os gastos cresceriam inevitavelmente mais rápido do que a renda nacional, em qualquer Estado progressista. d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor público, em que pese o crescimento da oferta, estaria limitado pelas possibilidades de expansão da demanda, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de crescimento da tributação. e) O grau de urbanização é destacado como variável importante na análise e determinação do crescimento dos gastos nas diferentes funções exercidas pelo governo. 9 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Ao longo da história e, principalmente, nos dois últimos séculos, a participação do Estado na economia vem crescendo por várias razões. Identifique a única opção incorreta no que se refere às razões do crescimento da participação do setor público na atividade econômica. a) Durante períodos de guerra, a participação do Estado na economia aumenta, mas o gasto público se reduz. b) Mudanças tecnológicas, como, por exemplo, a inovação do motor de combustão significou maior demanda por rodovias e infra-estrutura. c) Crescimento da renda per capita, que gera um aumento da demanda de bens e serviços públicos. d) Novos grupos sociais passaram a ter maior presença política, demandando assim novos empreendimentos públicos. e) Mudanças da Previdência Social, pois, à medida que essa instituição passou a ser também um instrumento de distribuição de renda isso levou a uma participação maior do Estado no mecanismo previdenciário. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 21 Gabarito Comentado: 1 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) A paulatina redução da dívida do setor público no Brasil, em relação ao PIB do país, tende a (A) encurtar o prazo médio para vencimento da dívida pública. (B) reduzir a participação percentual das despesas com juros nos gastos totais do governo. (C) aumentar a taxa de juros paga pelos títulos públicos. (D) aumentar a arrecadação fiscal obtida com o Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras. (E) aumentar os lucros do setor bancário. Comentários: Como é sabido, o PIB corresponde ao somatório de riquezas gerada por um país a cada ano. Um aumento do PIB tende a contribuir com o aumento da arrecadação tributária, naturalmente em função do aumento das transações econômicas. Uma maior arrecadação tributária permite ao país aumentar as suas fontes de receita e, desta forma, poder pagar com mais tranqüilidade a sua dívida. Esta condição, por si só, já justificaria a queda da relação entre a Dívida e o PIB. Enquanto a primeira se reduz, a segunda cresce. Um segundo aspecto refere-se ao fato de que muito embora possa não ocorrer uma queda da dívida pública, por meio da amortização de parte da dívida, a própria queda da relação dívida/PIB demonstra que maior é capacidade de pagamento por parte do governo nacional. Considerando que toda dívida pública é referenciada em taxa de juros, e que esta mesma taxa de juros sempre tem um componente de remuneração que precifica o risco de “calote” por parte do governo, caso diminua cada vez mais a relação entre dívida/PIB, CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 22 menor tenderá ser a taxa de juros cobrada e, consequentemente, menores serão também as despesas com o pagamento de juros. Gabarito: letra “b”. 2 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Com relação ao Déficit Público, Dívida Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte a opção incorreta. a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser feita em relação a determinado período de tempo. Comentários:Não se pode afirmar que o déficit público é uma medida de caixa, uma vez que a partir da edição da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008, tanto as despesas como as receitas atendem o regime da competência. b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por meio da venda de títulos da dívida pública ao setor privado. Comentários: Resposta correta, conforme exposto em aula. c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado pela diferença entre receitas e despesas não financeiras. Comentários: Conforme verificado, o resultado primário, que pode tanto ser superavitário como deficitário (caso em foco), é medido pelo CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 23 batimento entre receitas e despesas não financeiras, também chamadas de receitas e despesas operacionais. d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. Comentários: Uma primeira leitura desta alternativa poderia gerar dúvida uma vez que o conceito de NFSP é também chamado de critério abaixo da linha. De todo modo, a assertiva fala em correspondência, o que acaba por dirimir a dúvida. As necessidades de Financiamento do Setor Público podem também ser calculadas pelos conceitos primário e operacional. No entanto, as NFSP estão associadas ao conceito nominal que inclui além do resultado não financeiro, o batimento dos juros reais pagos e recebidos e as atualizações monetária e cambial da dívida. e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do Setor Público e o ajuste patrimonial. Comentários: Conforme extensa explicação disposta na aula. Gabarito: Letra “a”. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 24 3 - (AFC/CGU – ESAF/2008) Suponha os seguintes dados extraídos do Anexo de Metas Fiscais-AMF do Governo Federal: Os dados consideram a metodologia de apuração de Resultados Fiscais, sob a ótica “acima da linha”, utilizada no Brasil. De acordo com os dados e a metodologia de apuração das Necessidades de Financiamento do Setor Público, marque a opção correta. a) Quando da elaboração da Proposta Orçamentária para o ano de 20X1, as despesas primárias estarão limitadas a 22% do PIB. Comentários: O resultado primário é derivado da diferença entre as receitas não financeiras ou primárias e as despesas não financeiras ou primárias. Sendo assim, se o resultado para o ano de 20x1 é igual 4% do PIB e se as receitas não financeiras são iguais a 25% do PIB, as despesas não financeiras ou primárias precisam ser iguais a 21% do PIB e não 22%. b) A previsão é de que, em 20X2, os juros nominais sejam de 5% do PIB. Comentários: A diferença entre o resultado nominal e o primário são os juros nominais. Se a previsão é de que o resultado nominal seja igual a 0% do PIB e de que o resultado primário é de 4,5% do PIB, os juros nominais devem ser de 4,5% do PIB, gerando-se o resultado nominal. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 25 c) Somente em 20X3 o Superávit Primário será maior do que os juros nominais do exercício. Comentários: Se o resultado nominal é de 1,5% do PIB e o resultado primário é de 5% do PIB, verifica-se que os juros nominais são iguais a 3,5% do PIB. d) O Resultado Nominal nulo, em 20X2, indica que o país conseguirá pagar toda a sua dívida. Comentários: Ele não pagará toda a sua dívida, apenas os juros nominais da dívida. e) A redução da dívida líquida ao longo dos três exercícios é em parte decorrente da diminuição das despesas primárias ao longo dos três exercícios. Comentários: Esta afirmação esta incorreta pelo seguinte motivo: Veja que as receitas não financeiras crescem 5% do PIB a cada ano. O próprio resultado primário, resultado do batimento entre receitas e despesas primárias, está aumentando apenas 0,5% do PIB a cada ano, demonstrando assim que as despesas primárias também estão crescendo. Gabarito: Letra “c”. 4 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Nos últimos anos tem crescido o debate em torno da atuação do governo na economia, particularmente no Brasil. Com relação aos conceitos de déficit e dívida pública, não se pode afirmar que: CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 26 a) o déficit público é a diferença entre o investimento público e a poupança do governo em conta corrente. b) o endividamento do setor público representa nova categoria de gastos públicos: a rolagem e o pagamento dos serviços dessa dívida. c) quanto maior for o estoque da dívida, maior será o gasto com juros e, conseqüentemente, menor será a diferença entre carga tributária bruta e líquida. d) como alternativas de financiamento do déficit público, podem ser citadas a venda de títulos ao setor privado e a venda de títulos ao Banco Central. e) o tamanho do déficit público, em última instância, dá a participação do governo na atividade econômica em termos de complementação da demanda privada. Comentários: A diferença entre a carga tributária bruta e líquida é a seguinte, conforme exposto na aula: O somatório das receitas fiscais arrecadadas pelo governo é chamado de carga fiscal bruta. Desta carga tributária devem ser excluídas as chamadas transferências realizadas (lato sensu), tais como o pagamento dos juros sobre a divida pública, os subsídios concedidos pelo governo bem como os gastos para a manutenção dos regimes de assistência e previdência social. Sendo assim, a definição correta da assertiva será: c) quanto maior for o estoque da dívida, maior será o gasto com juros e, conseqüentemente, maior será a diferença entre carga tributária bruta e líquida. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 27 Gabarito: Letra “c”. 5 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considere a seguinte definição: “A necessidade de financiamento do setor público - resultado nominal sem desvalorização cambial - corresponde à variação _________ dos saldos da dívida líquida, _________ os ajustes patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). _________, ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida _________ interna indexada à moeda estrangeira (ajuste metodológico).” Completam corretamente a definição acima as seguintes palavras, respectivamente: a) nominal, incluídos, Inclui, mobiliária b) real, deduzidos, Inclui, líquida c) real, deduzidos, Inclui, mobiliária d) nominal, deduzidos, Exclui, mobiliária e) nominal, incluídos, Inclui, bruta Comentários: Trata-se da própria definição exposta na aula. NFSP sem desvalorização cambial: corresponde à variação nominal dos saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida mobiliária interna indexadaà moeda estrangeira (ajuste metodológico). Abrange o componente de atualização monetária da dívida, os juros reais e o resultado fiscal primário. Gabarito: Letra “d”. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 28 6 – (Consultor de Orçamento/Senado Federal – FGV-RJ/2008) A respeito das Necessidades de Financiamento do Setor Público, é correto afirmar que: (A) as Necessidades de Financiamento do Setor Público servem para apurar o montante de recursos que o setor público financeiro e não-financeiro necessita captar com o setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus dispêndios. (B) a apuração do resultado “acima da linha” é feita a partir da variação líquida do estoque da dívida pública. (C) a apuração do resultado “abaixo da linha” parte da execução orçamentária, isto é, dos fluxos de receitas e despesas do governo. (D) em nível federal, o resultado dos orçamentos fiscal e da seguridade social recebe o nome de "Necessidades de Financiamento do Governo Central", enquanto o resultado do orçamento de investimentos recebe o nome de "Necessidades de Financiamento das Empresas Estatais". (E) um dos principais problemas para a adequação dos resultados pelo método “abaixo da linha” e “acima da linha” no Brasil é a não-inclusão, nas Necessidades de Financiamento do Setor Público segundo o resultado "acima da linha", das operações primárias do Banco Central. Comentários: Esta questão aborda os conceitos pertinentes aos métodos “acima da linha” e “abaixo da linha”, referentes à mensuração do resultado das contas públicas. A – Verifica-se de antemão que o erro desta assertiva é decorrente da afirmação de que as NFSP apuraram o montante de recursos que o setor público financeiro e não-financeiro necessita captar com o setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus dispêndios. Conforme verificado, o conceito de setor público utilizado para CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 29 mensuração da dívida líquida e do déficit público, e, consequentemente, das NFSP, é o de setor público não-financeiro adicionado do Banco Central. INCORRETA B – Também visto nas abordagens realizadas, tem-se que a apuração feita a partir da variação líquida do estoque da dívida pública e conhecido como critério “abaixo da linha”. Stricto Sensu, as NFSP no conceito nominal correspondem à mensuração da variação da Dívida Líquida do Setor Público – DLSP. INCORRETA C – Inversamente à assertiva “B”, a apuração do resultado “acima da linha”, e não “abaixo da linha” parte da execução orçamentária, ou seja, dos fluxos de receitas e despesas do governo. Destaca-se fração do texto da aula: “É o chamado critério “acima da linha”, que mede o desempenho fiscal do Governo mediante a apuração dos fluxos de receitas e despesas orçamentárias em determinado período, a partir da execução do orçamento.” INCORRETA D – Trata-se de assertiva narrada literalmente no corpo da aula. “O resultado dos orçamentos fiscal e da seguridade social recebe o nome de “Necessidades de Financiamento do Governo Central”, enquanto o resultado do orçamento de investimentos recebe o nome de “Necessidades de Financiamento das Empresas Estatais”.” CORRETA CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 30 E – Esta assertiva está incorreta em decorrência dos próprios conceitos iniciais narrados em aula que tratam da composição do resultado das contas públicas. Vejamos alguns trechos destacados do segundo parágrafo do item 1 da aula: “Segundo o Manual de Finanças Públicas do Banco Central, o conceito de setor público utilizado para mensuração da dívida líquida e do déficit público é o de setor público não-financeiro adicionado do Banco Central. (...) Ainda segundo o mesmo Manual, o Banco Central é incluído na apuração da dívida líquida pelo fato de transferir seu lucro/prejuízo automaticamente para o Tesouro Nacional.” INCORRETA Gabarito: letra “d”. 7 – (Economista/DPU – CESPE/2010 – com alterações) Acerca dos conceitos relativos ao déficit e dívida públicos, julgue os itens seguintes. A – A mensuração do déficit com base na execução orçamentária – receitas e despesas – representa o conceito acima da linha, que corresponde à medição do déficit pelo lado do financiamento, ou seja, pela forma como o déficit foi financiado. De fato a mensuração do déficit com base no batimento entre receitas e despesas é baseado no critério “acima da linha”, apurado pela Secretaria do Tesouro Nacional. De todo modo, a medição da forma como o déficit é financiado, é feita pelo critério das Necessidades de Financiamento do Setor Público – NFSP, caracterizado como o critério abaixo da linha e apurado pelo Banco Central do Brasil. ERRADO B – O déficit fiscal, como proporção do PIB, corresponde ao déficit primário acrescido dos juros sobre o estoque da dívida, sendo que o governo financia CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 31 esse déficit aumentando o endividamento em títulos públicos e não considerando a expansão monetária. O conceito de déficit fiscal é bastante genérico, vezes associado ao déficit operacional, vezes associado ao déficit nominal. Estes déficits, atualmente, inclusive se confundem, dado a baixa inflação existente no país e o baixo volume da dívida com cláusula de variação cambial. Não obstante, mesmo estando correta a primeira parte da questão, a segunda está incorreta, uma vez que a expansão monetária é uma das formas do governo financiar o déficit. Trata-se pois do uso do chamado imposto inflacionário ERRADO Gabarito: E,E 8 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Com relação às hipóteses teóricas do crescimento das despesas públicas, indique a única opção falsa. a) Os modelos microeconômicos do crescimento dos gastos públicos são desenvolvidos com a finalidade de explicar as variações nas demandas pelos produtos finais do setor público. b) As mudanças demográficas são uma importante variável para explicar as alterações e o crescimento dos gastos públicos, seja pelo acréscimo absoluto da população ou por sua própria distribuição etária. c) Wagner estabeleceu como lei de expansão das atividades do Estado uma situação em que os gastos cresceriam inevitavelmente mais rápido do que a renda nacional, em qualquer Estado progressista. d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor público, em que pese o crescimento da oferta, estaria limitado pelas possibilidades de expansão da demanda, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de crescimento da tributação. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 32 e) O grau de urbanização é destacado como variável importante na análise e determinação do crescimento dos gastos nas diferentes funções exercidas pelo governo. Comentários: Analisando cada uma das assertivas: a) Os modelos microeconômicosdo crescimento dos gastos públicos são desenvolvidos com a finalidade de explicar as variações nas demandas pelos produtos finais do setor público. Cada uma das hipóteses teóricas está relacionada a uma forma de modelagem microeconômica para explicar o crescimento das despesas públicas. b) As mudanças demográficas são uma importante variável para explicar as alterações e o crescimento dos gastos públicos, seja pelo acréscimo absoluto da população ou por sua própria distribuição etária. Assertiva correta. Conforme destaca Rostow, o Estado necessita ampliar os seus investimentos nos serviços sociais, face ao processo da própria evolução da expectativa e da qualidade de vida da população. c) Wagner estabeleceu como lei de expansão das atividades do Estado uma situação em que os gastos cresceriam inevitavelmente mais rápido do que a renda nacional, em qualquer Estado progressista. A afirmativa feita refere-se exatamente à proposição teórica de Wagner narrada anteriormente. d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor público, em que pese o crescimento da oferta, estaria limitado pelas possibilidades de CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 33 expansão da demanda, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de crescimento da tributação. Na verdade, segundo os autores, o crescimento do setor público, em que pese o crescimento da demanda (em termos de atendimento às suas necessidades), estaria limitado pelas possibilidades de expansão da oferta, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de crescimento da tributação. e) O grau de urbanização é destacado como variável importante na análise e determinação do crescimento dos gastos nas diferentes funções exercidas pelo governo. Estas são as explicações dadas por Musgrave e Musgrave quanto aos estágios de desenvolvimento das sociedades. Gabarito: letra “d”. 9 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Ao longo da história e, principalmente, nos dois últimos séculos, a participação do Estado na economia vem crescendo por várias razões. Identifique a única opção incorreta no que se refere às razões do crescimento da participação do setor público na atividade econômica. a) Durante períodos de guerra, a participação do Estado na economia aumenta, mas o gasto público se reduz. b) Mudanças tecnológicas, como, por exemplo, a inovação do motor de combustão significou maior demanda por rodovias e infra-estrutura. c) Crescimento da renda per capita, que gera um aumento da demanda de bens e serviços públicos. d) Novos grupos sociais passaram a ter maior presença política, demandando assim novos empreendimentos públicos. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 34 e) Mudanças da Previdência Social, pois, à medida que essa instituição passou a ser também um instrumento de distribuição de renda isso levou a uma participação maior do Estado no mecanismo previdenciário. Comentários: a - Conforme bastante discutido na análise da questão anterior, referente às explicações de Peacock e Wiseman para a expansão dos gastos públicos, a participação do Estado na economia aumenta, em decorrência especialmente do aumento do gasto público para atendimento das necessidades momentâneas vividas pelos países. Segundo os autores os gastos são financiados pelo aumento da tributação. Assertivas b, c, d e e. Estas estão todas destacadas nas hipóteses teóricas destacados na explicação da questão anterior. Gabarito: letra “a”.
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