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material didático: LINGUÍSTICA

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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE 
MINAS GERAIS 
 
 
 
Módulo Específico 
Apostila 8 – Linguística da Língua Portuguesa 
Coordenação Pedagógica – IPEMIG 
Em parceria com a FACEL 
 
 
 
 
Belo Horizonte - 2011 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
1 LINGUÍSTICA ............................................................................................... 05 
1.1 A divisão para estudos linguísticos ............................................................ 07 
2 OS ASPECTOS DA LÍNGUA ....................................................................... 09 
2.1 O dialeto .................................................................................................... 10 
2.2 As gramáticas e a linguística ...................................................................... 12 
3 AS VARIAÇÃOES LINGUÍSTICAS .............................................................. 17 
3.1 Variação geográfica ................................................................................... 17 
3.2 Variação estilística ..................................................................................... 19 
3.3 Variação histórica ....................................................................................... 21 
3.4 Variação social ........................................................................................... 22 
4 AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ............................................................... 24 
4.1 A inteligência linguística ............................................................................. 26 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .......... 29 
AVALIAÇÃO .................................................................................................... 32 
 
3 
 
 
IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.ipemig.com.br 
 (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" 
INTRODUÇÃO 
 
Sejam bem vindos ao curso de Especialização em LÍNGUA PORTUGUESA 
E LITERATURA BRASILEIRA, oferecido pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais 
- IPEMIG. 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e 
melhorar nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
Esta apostila explicita os fenômenos linguísticos, sociolinguísticos e seus 
aspectos fonológicos. Apresentam-se pressupostos de Labov, Chomsky, Saussure, 
Bakhtin entre outros. 
Os pressupostos estudados por Willian Labov, em sua corrente teórico-
metodológica salienta a relação entre língua e sociedade. Sua teoria se opõe ao 
gerativismo proposto por Noam Chomsky. 
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Saussure defendia a relação entre língua e sociedade, mas tal concepção foi 
relegada por Chomsky, representando uma contradição, pois a língua falada é 
heterogênea. Este fenômeno é estudado pela Sociolinguística. 
Portanto, esta apostila traz as correntes que influenciaram os estudos da 
linguística e que até hoje são usados para explicar os fenômenos da linguagem. 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 LINGUÍSTICA 
 
A Linguística trata-se de um estudo de cunho científico da linguagem e seus 
fenômenos. O especialista em linguística é o linguista. 
A partir do início do século XIX, através do pensamento moderno sobre a 
linguagem, aparece a linguística comparativa. O seu objeto de estudo são as formas 
no seu próprio processo de mudança. Há uma investigação para saber como a 
linguagem era. A partir daí, busca-se reconstruir por meio da comparação, o 
passado da forma em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois apareceu o estruturalismo, pois havia no campo da linguística o 
problema da descrição. Saussure, ao estabelecer a língua como objeto da 
linguística, constituiu um objeto no qual não estavam incluídas as questões do 
sujeito, da relação com o mundo, e mesmo a questão da significação. 
 
No início do século XX, as pesquisas sobre os 
fenômenos da linguagem passaram por mudanças e 
apresentaram alguns principais movimentos nos estudos 
linguísticos através de Ferdinand Saussure, na 
universidade de Genebra, com um curso que mais tarde 
tornou-se em livro. 
 
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Com os problemas suscitados, Benveniste instala estudos enunciativos, 
levando em consideração o funcionamento da língua marcada pela relação daquele 
que fala, que se marca na estrutura da língua, desenvolvendo a semântica 
argumentativa. Esta salienta que o sentido são as relações retóricas que se marcam 
na língua, ou seja, a fala é um instrumento das relações de argumentação. 
Neste sentido, nesta semântica, o sentido não constitui uma relação da 
linguagem com o mundo, mas uma relação própria do acontecimento de enunciação 
que constitui os lugares do locutor e seu destinatário. 
Outro movimento dos estudos linguísticos do século XX ocorreu com 
Chomsky. Ele busca fundamentar uma nova posição biológica para a linguagem: o 
cognitivismo do século XVI. Deste modo, a linguagem está ligada à questão do 
pensamento, isto é, trata-se de um instrumento de expressão do próprio 
pensamento. 
Chomsky lança, portanto, a Gramática Gerativa e Transformacional que 
focaliza as relações das unidades linguísticas entre si, ou seja, a sintaxe. Para este 
pesquisador, as pessoas falam porque têm um órgão da linguagem, isto é, a 
capacidade ou competência para falar é inata à medida em que é biológica. 
Para Chomsky a questão é que o Humano é biologicamente universal e é o 
mesmo para todos, e a linguagem é parte desta caracterização naturalista e 
universal. 
Um outro movimento é a sociolinguística de Labov. Para ele,a língua é 
pensada como uma estrutura variável, através do qual é possível estabelecer 
relações entre uma divisão estratificada da sociedade e a variabilidade estatística da 
língua. 
Assim, a língua é pensada como algo distinto do linguístico e a 
socioliguística estabelece as correlações entre uma estratificação social e a 
variabilidade das estruturas linguísticas, suscitando ideias antropológicas e 
sociolinguísticas. 
Um terceiro momento dos estudos da linguagem no século XX busca pensar 
a relação entre a exterioridade e o linguístico como uma relação histórica e 
constitutiva: a Análise de Discurso. Pêcheux afirma que a análise do discurso 
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constitui como instrumento para pensar o histórico e o político como próprios do 
processo de significação do dizer (no qual se insere o sujeito). Para esta concepção, 
o objeto dos estudos é o discurso enquanto objeto linguístico e histórico. 
1.1 A divisão para estudos linguísticos 
 
Os linguistas dividem o estudo da linguagem em certo número de áreas que 
são estudadas mais ou menos independentemente. Estas são as divisões mais 
comuns: 
 Fonética: é o estudo dos diferentes sons empregados em linguagem; 
 Fonologia: é o estudo dos padrões dos sons básicos de uma língua; 
 Morfologia: é o estudo da estrutura interna das palavras; 
 Sintaxe: é o estudo de como a linguagem combina palavras para formar 
frases gramaticais. 
 Semântica: formal ou lexical, trata do estudo dos sentidos das frases e das 
palavras que a integram; 
 Lexicologia: é o estudo do conjunto das palavras de um idioma; 
 Terminologia: é estudo que se dedica ao conhecimento e análise dos léxicos 
especializados das ciências e das técnicas; 
 Estilística: o estudo do estilo na linguagem; 
 Pragmática: o estudo de como as oralizações são usadas (literalmente, 
figurativamente ou de quaisquer outras maneiras) nos atos comunicativos; 
 Filologia: é o estudo dos textos e das linguagens antigas. 
Essas divisões não são aceitas por todos os linguistas. 
Nas gramáticas pedagógicas e nos livros didáticos adota-se a abordagem 
normativa da língua que apresenta um conjunto de regras que devem ser seguidas 
para a obtenção de uma fala e escrita correta, privilegiando a norma culta da língua. 
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A abordagem descritiva tem a preocupação com o efetivo uso, com as 
regras que são seguidas pelos falantes, havendo a preocupação com a descrição 
e/ou a explicação do que acontece na realidade e não do que deveria acontecer. 
Pode-se dizer que a abordagem normativa se preocupa com o que deve ser 
seguido, prescrevendo o que deve ocorrer, enquanto a abordagem descritiva orienta 
o trabalho dos linguistas, descrevendo o que deve ser seguido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 OS ASPECTOS DA LÍNGUA 
 
De acordo com Chomsky (1978), cada língua em particular é uma 
manifestação específica do estado inicial uniforme. A língua no modelo gerativista é 
concebida como uma capacidade inata do ser humano devido aos fatores neuro-
genético-biológicos. 
Desta forma, para este mesmo autor, a criança teria sua capacidade de 
aprender a língua devido à faculdade da linguagem, seria capaz de reconhecer 
sentenças como gramaticais ou agramaticais da sua língua por meio da 
competência linguística e só seria capaz de aprender uma língua que seguisse os 
princípios da gramática universal. Chomsky (1978) considera que o sujeito que 
dominar um conjunto finito de regra é capaz de produzir um número infinito de 
sentenças. 
Pode-se dizer que os estudos chomskyanos são chamados de gerativismo 
que propõe o uso de uma gramática gerativa, relacionada com as possibilidades de 
cada língua de gerar expressões. 
Segundo Perini (1985), a língua é tida como um conjunto de sentenças, 
sendo que cada uma delas é formada por uma cadeia de elementos, palavras e 
morfemas. 
Para este mesmo autor, o uso da língua é resultado desse complexo de 
fatores linguísticos e extralinguísticos que se denomina desempenho. Para Perini 
(1985), o desempenho é aquilo que a pessoa realiza quando fala, ou quando ouve, 
ou escreve ou lê. 
De acordo com Crystal (1988), há vários conceitos para a palavra língua e 
um desses conceitos seria que o ato concreto de fala como um dos sentidos que a 
língua tem, em seu nível mais específico. 
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Para Saussure (1995), a língua é um fenômeno interdisciplinar, sendo que 
em que cada uma das disciplinas que a estuda lhe conceitua da forma que melhor 
lhe convém, levando em consideração o seu objeto e objetivo. 
Ainda, segundo Saussure (1995), a língua é um objeto homogêneo, 
caracterizado como um sistema de forma que se caracteriza pelas relações que têm 
umas com as outras. 
Saussure (1995) salienta que a língua é um sistema de signos em que o seu 
funcionamento baseia-se em um número de regras. Sendo assim, é considerado um 
código que permite estabelecer uma comunicação entre um emissor e um receptor. 
Para ele, a língua é um fenômeno social, adquirido e resultante de uma convenção, 
sem sua apropriação não é possível a compreender o outro, mas nenhum sujeito é 
detentor da língua, ela somente existe e é completa no todo. 
Para esse mesmo autor, a língua é um sistema finito de signos utilizados 
para a comunicação. O seu significado está no plano das ideias, os significantes 
estão no plano da expressão. 
A partir de Chomsky e de Saussure, pode-se dizer que a língua é um 
sistema de signos linguísticos, e que o conhecimento deste sistema pelos sujeitos 
pode criar sentenças. 
Há outras abordagens linguísticas que introduzem aspectos em que a língua 
é um ato concreto de fala, através da realização da interlocução humana, sendo que 
a própria língua se constitui como o instrumento fundamental para que esse 
processo ocorra. 
Para Saussure (1995), a língua é um sistema de signos; e para Chomsky 
(1978), um conjunto de sentenças. 
 
2.1 O dialeto 
 
O dialeto trata-se de: 
 Uma variedade da língua; 
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 Maneira de falar própria de determinado grupo de falantes da língua; 
 Identifica-se por peculiaridades de pronúncia, de vocabulário e de gramática. 
O dialeto refere-se ao uso da língua próprio de determinada região (dialeto 
regional ou geográfico). Em sentido mais amplo e corrente em sociolinguística este 
termo se aplica ao uso da língua que identifica: 
 Estratos sociais diferentes (dialetos sociais); 
 Gerações diferentes (dialetos etários); 
 Sexo diferente (dialeto feminino, dialeto masculino). 
 
2.2 As gramáticas e a linguística 
 
Conforme Geraldi (1997),toda metodologia de ensino articula uma opção 
política com os mecanismos utilizados em sala de aula. A opção política envolve 
uma teoria de compreensão da realidade, aí incluída uma concepção de linguagem 
que dá resposta ao “para que ensinamos e o que ensinamos”. 
De acordo com Travaglia (1997), o fenômeno linguístico é reduzido a um ato 
racional, a um ato monológico, individual, que não é afetado pelo outro nem pelas 
circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação acontece. 
O fato linguístico é um ato individual, cuja expressão só depende da 
capacidade do falante em organizar o pensamento de maneira lógica. O conceito 
que mais se vê na gramática normativa está na ideia de que saber uma língua é 
saber teoria gramatical. Este pensamento lógico proporciona uma linguagem lógica 
e deve incorporar regras, segundo a gramática normativa. 
Para Franchi (1991), a gramática normativa trata-se de um conjunto 
sistemático de normas para falar e escrever bem, estabelecidas pelos especialistas, 
com base no uso da língua consagrado pelos bons escritores. Neste sentido, fala e 
escreve bem aquele que organiza logicamente o seu pensamento. 
Franchi (1991) também ressalta que a língua é um código, um conjunto de 
signos, combinados através de regras, que possibilita ao emissor transmitir uma 
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mensagem ao receptor, servindo como meio de comunicação entre os indivíduos. 
Nesse aspecto, privilegia-se a forma, o componente material da língua, em 
detrimento do conteúdo, da significação e dos elementos extralinguísticos. 
Diante disso, Travaglia (1997), considera que nessa concepção, o que o 
indivíduo faz ao usar a língua não é tão somente traduzir ou exteriorizar um 
pensamento ou transmitir informações a outrem, mas sim realizar ações, agir, atuar 
sobre o interlocutor (ouvinte/leitor). 
Deste modo, através dessa proposta, a concepção interacionista contrapõe-
se às visões conservadoras da língua, que a considera um objeto sem história e sem 
interferência dos fatores sociais. 
Essa concepção é vista na linguística textual, Análise do Discurso, Análise 
da Conversação, Semântica Argumentativa e Estudos da Pragmática, correntes que 
colocam as condições de produção do discurso no centro de toda a reflexão sobre a 
linguagem. 
Bakhtin (1977) salienta as correntes linguísticas conservadoras, ao afirmar 
que: 
Na prática viva da língua, a consciência linguística do locutor e do receptor 
nada tem a ver com o sistema abstrato de formas normativas, mas apenas com a 
linguagem no sentido de conjunto dos contextos possíveis de uso de cada forma 
particular. 
De acordo com Bakhtin (1977), a língua é produzida socialmente. Isto quer 
dizer que a sua produção e reprodução é fato cotidiano, localizado no tempo e no 
espaço da vida dos homens: uma questão dentro da vida e morte, do prazer e do 
sofrer. 
No Brasil, por exemplo, em que a sociedade é dividida em relação à 
economia e política, isola-se também os grupos, distribuindo a miséria entre a 
maioria. A língua não poderia deixar de ser a expressão dessa mesma situação. 
Para Suassuna (1999), ao analisar as gramáticas antigas do Português e 
comparando-se com as mais recentes, pode-se constatar que todas mantêm as 
características, seguindo o rigoroso método histórico-comparativo através das 
descrições e normas apresentadas para falar e escrever corretamente. 
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Os problemas relativos à gramática são devidos a várias questões, entre 
elas aparecem: 
 O ensino de terminologias; 
 De metalinguagem, e não da língua propriamente; 
 As definições das classes das palavras; 
 A visão preconceituosa da língua, expressa ora na censura a certos usos, ora 
na exclusão de determinadas construções; 
 A análise pela análise, ou seja, não se discutem regras de construção, dando-
se prioridade a certas informações acerca da língua, levando os alunos a 
reproduzir e quase nunca a sistematizar; 
 A abordagem da língua sem referência a seus usos ou às situações concretas 
em que ela é produzida; 
 Exemplificações falhas e classificações errôneas; 
 Consideração da frase como limite máximo de análise, como ocorre com 
muitas gramáticas que não resultam de um trabalho de pesquisa ou de um 
acompanhamento das transformações sofridas pela língua; e, 
 Distribuição aleatória de conteúdos, sem adequação a determinados objetivos 
de ensino (SUASSUNA, 1999). 
Em relação aos problemas supracitados, postula-se que o componente 
gramatical é tanto mais efetivo quanto mais sua organização se assemelhar à 
produção linguística do indivíduo. (HENGEVELD, MACKENZIE, 2009). 
Assim, como a produção começa com as intenções comunicativas e procede 
em direção descendente até a articulação, propõe-se uma implementação 
dinâmica da gramática como pode ser observado na figura a seguir: 
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Para estes autores, é preciso começar com a informação que provém do 
componente conceitual e termina com uma representação fonológica a ser 
transmitida ao componente de saída dentro do discurso. É preciso observar os 
operadores para compreender o texto, descomplicando, assim, o uso das 
gramáticas. 
Para tanto, cabe dizer que a Gramática Discursivo-Funcional deriva-se do 
fato de se enfatizar o ato discursivo, a fim de não restringir a orações completas; 
abrangendo tanto as unidades maiores quanto as menores do que as orações 
completas na compreensão do texto (HENGEVELD, MACKENZIE, 2009). 
Na descrição de atos discursivos, deve-se reconhecer a necessidade de 
postular tanto um componente gramatical quanto três componentes adicionais que 
interagem com o componente gramatical: 
 O componente conceitual: surge a intenção comunicativa; 
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 O componente contextual: armazena todos os aspectos da comunicação que 
podem influenciar o funcionamento do componente gramatical; 
 O componente de saída: responsável pela tradução da representação 
fonológica do ato discursivo para a forma fonética (HENGEVELD, 
MACKENZIE, 2009). 
 
Deste modo, há que se concordar com os autores acima quando inferem 
que o professor que domina tais conhecimentos tem mais chances de obter sucesso 
no ensino da produção e interpretação textual de seus alunos, uma vez que 
conhecem os fatores gramaticais que operam a linguagem. 
Outro problema é o da ortografia que dificulta o ensino de português. O erro 
ortográfico é supervalorizado, passando a ser o único critério de avaliação do texto 
escrito para muitos professores. 
As variedades linguísticas são aceitas como formas legítimas de expressão 
e a norma culta é vista como uma variante, apenas mais uma variante, e não como a 
única responsável pelo que é certo, nem como exclusiva expressão da cultura 
linguística (SUASSUNA, 1999). 
O texto (escrito e oral) deve ser visto como instrumento de ensino-
aprendizagem, possibilitando-se o diálogo com outros textos que remetem a textos 
passados e que farão surgir textos futuros (GERALDI, 1997). 
Diante disso, percebe-se que a língua oral tem mais riqueza na 
comunicação, uma vez que o falante conta com muitos recursos para expressar 
suas ideias. Ao relacionarsignos linguísticos com o contexto, todo falante, 
independente da sua condição de vida ou faixa etária, carrega em sua fala 
elementos extralinguísticos. 
Para a complementação do discurso oral, parece não haver situação em que 
os dêiticos deixem de aparecer. Em situações correntes de uso da linguagem 
humana a dêixis constrói a ligação entre uma expressão linguística e um elemento 
da situação de enunciação. A situação é tomada como ponto de partida, num ato 
particular de produção discursiva, feitos pelo sujeito egocêntrico Eu, no momento 
presente. 
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Para Lavarda e Bidarra (2007), a Dêixis é uma palavra de origem grega 
deíknymi, que significa, ação de mostrar. Este conceito passou a fazer parte da 
teoria linguística, tendo sido introduzida para indicar os traços orientacionais da 
língua relacionados ao tempo e ao lugar do enunciado. 
Trata-se de uma referência exofórica que se estabelece entre uma 
expressão linguística e um elemento externo ao enunciado. É uma manifestação 
típica presente na comunicação aberta, com finalidade de enfatizar os referentes e 
situá-los no momento da enunciação, num determinado espaço, em relação ao 
emissor e ao receptor durante uma conversação. 
Para Ilari e Geraldi citados por Lavarda e Bidarra (2007), os dêiticos realizam 
os fenômenos da dêixis que é o ato de mostrar, apontar (aqui, ali, lá) que é um dos 
traços que distinguem a linguagem humana das linguagens artificiais. 
Geraldo (1995) afirma que aceitar a interação verbal como fundante do 
processo pedagógico é deslocar-se continuamente de planejamentos rígidos para 
programas de estudos elaborados no decorrer do próprio processo de ensino e 
aprendizagem, assim, deve-se levar em conta toda manifestação da língua, seja ela 
escrita ou falada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
 
3.1 Variação geográfica 
 
Sabe-se que o Brasil possui um imenso território, com regiões geográficas 
diversificadas, ricas em cultura. Desta forma, o país apresenta diferentes formas de: 
 Pronúncia; 
 Vocabulário; 
 Estrutura sintática entre outros. 
 
No Brasil, os estudos sobre os dialetos teve início por volta de 1920, com o 
Dialeto caipira, de Amadeu Amaral. Este trabalho teve grande significado, uma vez 
que perceberam a necessidade de recolher os falares, condenados a perecerem 
pela progressiva nivelação cultural. Foi Amadeu Amaral quem iniciou as pesquisas 
e, posteriormente, abriu caminho para outras novas pesquisas, como por exemplo, o 
de Antenor Nascentes sobre o linguajar carioca publicado em (1922). 
De acordo com Antenor Nascentes, foi necessário dividir o falar brasileiro em 
seis subfalares que reuniu em dois grandes grupos os quais foram chamados de 
Norte e Sul. 
Basta uma frase ou uma palavra para caracterizar as pessoas pertencentes 
a cada um destes grupos. Eles estão separados por uma zona que ocupa os 
extremos setentrional e meridional do país. Esta zona se estende da foz do rio 
Mucuri, entre Espírito Santo e Bahia, até o Estado de Mato Grosso. 
Para Nascentes o falar do Norte e do Sul apresenta traços diferenciadores 
fundamentais: 
 A abertura das vogais pretônicas no Norte em palavras que não sejam 
diminutivos nem advérbios terminados em –mente; 
 A cadência do ritmo frasal, “cantada” no Norte, e normal ou descansada no 
Sul. 
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Estes espaços admitem seis subfalares – no Norte: amazônico e nordestino; 
e no Sul: baiano, fluminense, mineiro e o sulista. 
A variação se manifesta com maior evidência no léxico (vocabulário), nas 
realizações de determinados sons, como o “r”, “o”, “e”, “t” e no ritmo da fala, de 
maneira a distinguir áreas linguísticas e falares. 
Para exemplificar, podemos usar o nome de uma planta conhecida da 
família da euforbiáceas. Em cada região ela possui uma denominação. Em Minas 
Gerais é conhecida como mandioca, no Rio de Janeiro como aipim e em 
Pernambuco, macaxeira. 
Isso trata-se de uma manifestação lexical da sinonímia. É relevante lembrar 
que tal fenômeno se encerra no âmbito geográfico, mas é fundamentado no 
histórico; uma vez que todas as variações provêm da língua indígena tupi, que por 
um período breve – durante a colonização – foi largamente utilizada no país. 
Em uma comunidade ampla, formam-se comunidades linguísticas menores 
em torno da cultura, política e economia, definindo os padrões linguísticos utilizados 
na região de sua influência. 
O fenômeno da globalização é um processo que homogeneíza os falares, 
trazida pela mídia, incorporando ao falar das regiões. Outras expressões também 
manifestam as variações como: 
 “ficar para titia” que significa ficar solteirona era usada mais na região 
Sudeste. 
 Nas regiões Norte e Nordeste se falava “ficar vitalina”, expressão feita com 
em alusão à Santa Vitalina; 
 E “ficar no caritó” era uma espécie de prateleira rústica, nas casas pobres, 
onde são colocados os objetos de pouco uso, com o advento da televisão, 
hoje “ficar vitalina” e “ficar caritó” são usadas mais nas dramaturgias como 
forma de evidenciar o falar nortista e nordestino. 
Entende-se que as diferenças linguísticas entre as regiões são graduais e 
que nem sempre coincidem com as fronteiras. A definição de áreas linguísticas 
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fundamenta a indicação de diferenças e identidades, além de estabelecer as 
variáveis sociais ligadas à distribuição espacial. 
 
3.2 Variação estilística 
 
Pode-se dizer que a variação estilística trata-se da expressividade individual 
da língua. Tal expressividade, mesmo para um único indivíduo, pode ser 
diversificada em vários contextos e/ou situações de comunicação. Por exemplo: 
 Situação de comunicação em cenário familiar; 
 No âmbito profissional; 
 Deve-se levar em consideração o nível de intimidade; 
 O assunto a ser tratado; 
 E emissores e receptores. 
 
É preciso levar em consideração os elementos de comunicação: 
 Emissor; 
 Receptor; 
 E situação. 
 
A identidade do emissor pode influenciar as variedades linguísticas. 
Enquanto que a identidade do receptor pode implicar a escolha do tratamento e uma 
busca de adaptação. Uma pessoa que tem muito estudo e precisa comunicar-se 
com pessoas que não tiveram contato com a linguagem culta, deve levar em 
consideração a situação comunicativa, determinando uma variedade menos formal e 
mais próxima de entendimento do receptor. Desta forma, a comunicação será 
eficiente. 
Há dois limites de estilo: 
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 O informal, quando há pouca reflexão do falante sobre as normas linguísticas 
utilizadas no processo de comunicação do dia-a-dia. 
 O formal, quando o grau de reflexão é alto, as conversações não são 
coloquiais e o assunto é culto, bem elaborado. 
Há vários fatores que determinam a escolha da variação linguística nas 
diversas situações de comunicação. Pode-se destacar a influência dos seguintes 
fatores: 
 Profissional: por exemplo, um sujeitoque faz parte de um grupo de baixa 
escolaridade, e desenvolve um vocabulário mais complexo, pode passar por 
situações difíceis em relação aos outros sujeitos que não desenvolveram tal 
competência. 
 Familiar: uma pessoa de baixa escolaridade ouve uma notícia jornalística 
(padronizada, com o uso da norma culta da língua), mas está fora do 
conhecimento do ouvinte; 
 Um parecer: quando um magistrado, um advogado expõem os fatos 
analisados para um júri, que apesar de ter uma escolaridade média, não 
compreendem o que falaram. 
 
As pessoas apresentam desvios em relação às normas gramaticais na 
língua falada, uns com mais desvios, outras como menos. 
Como o processo de comunicação é dinâmico, essa variação pode ocorrer. 
No entanto, ao se registrar a língua de forma escrita é preciso zelar e ter 
preocupação com o intuito de respeitar as normas gramaticais. 
As modalidades de variação linguística não acontecem de forma isolada, há 
relação entre elas. Assim, pode-se dizer que no caso de uma variante histórica pode 
resultar em uma variante geográfica; uma variante geográfica pode ser vista como 
uma variante social ao se considerar a migração entre regiões. 
As variedades linguísticas manifestam, no Brasil, a diversidade e riqueza da 
língua portuguesa. No entanto, mesmo o país apresentando tamanha diversidade, 
ainda se considera que a norma padrão é a forma considerada a certa. 
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Este pressuposto é reforçado pelo fato de as escolas a usarem e a terem 
como meio de ascensão social. A variante formal é importante e sustenta a língua, 
mas não pode ser considerada como única. Devem-se levar em consideração as 
raízes do português arcaico. A priorização do ensino da norma culta e o desrespeito 
às demais variações trata-se de um preconceito linguístico. 
Segundo estudiosos, a norma culta está relacionada à linguagem da classe 
dominante. Todavia, esta classe não é composta por indivíduos de um único meio 
nem com a mesma formação. Uma minoria sente-se capaz e confiante em utilizá-la. 
A grande maioria dos brasileiros utiliza a língua despreocupadamente; 
comunicam-se de acordo com o dialeto em que estão inseridos. 
 
3.3 Variação histórica 
 
Com o passar dos tempos, pode ocorrer a variação histórica que pode ser 
identificada através da comparação do uso da língua. Por exemplo, alguns textos 
antigos, de séculos passados, apresentam registros linguísticos bem diferentes dos 
textos atuais. 
Certas palavras ou expressões não são mais usadas ou estão em desuso. 
Alguns vocábulos permanecem, sofrendo modificações. Pode-se citar como 
exemplo, o uso de mesóclise. 
O sistema linguístico apresenta manifestações que têm origem nas 
necessidades expressivas do processo de comunicação. A mudança que ocorre na 
linguagem é gradativa e não acontece de um dia para o outro. Isso leva tempo. 
Muitas vezes acontece que uma variante utilizada por um grupo pequeno 
passa a ser falada por muitos indivíduos e torna-se popular. O novo termo passa a 
substituir o antigo. 
As mudanças na linguagem, através do tempo, ocupa uma dimensão 
histórica da variação linguística. Não acontece de repente e aponta formas 
diversificadas do falar de um povo em um determinado espaço de tempo. 
 
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3.4 Variação social 
 
Os fatores sociais determinam a variação linguística social. Essas variações 
envolvem: 
 Etnia; 
 Sexo; 
 Faixa etária; 
 Grau de escolaridade; 
 Grupo profissional. 
 
A relação da língua com os fatores sociais denomina-se, portanto, variação 
social. Esta variedade não compromete a compreensão entre os sujeitos, ou entre 
os indivíduos, pois certos casos em que pode ocorrer incoerência são sanados 
devido ao contexto em que ocorre o processo de comunicação. 
Percebe-se também que a norma culta toma vieses ou aspectos diferentes, 
tais como: 
 Político; 
 Econômico; 
 Social; 
 Cultural. 
 
Vale dizer que, no país, há um hiato entre as normas gramaticais e o 
respeito dos falantes em relação a essas normas. Segundo pesquisas, a língua 
possui muitos tipos de variações que implica a identidade do sujeito. A língua 
caracteriza o indivíduo através da fala, apontando qual é o seu perfil ou grupo a que 
indivíduo está inserido. 
Por isso é que se pode dizer que a língua é um meio de comunicação 
variável de um grupo social, isto é, de uma comunidade. Nesta acontecem a 
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experiência humana, indivíduos que ocupam papéis sociais diferentes, fatos sociais 
entre outros que estão carregados de processos comunicativos com conteúdo 
semântico diferente. 
Percebe-se que sociedades diferentes podem, também, vivenciar 
experiências diferentes que resultam em sistemas linguísticos: 
 Léxico; 
 Morfológico; 
 Sintático. 
Deste modo, pode-se dizer que a língua é um signo que identifica a 
identidade. Sendo assim, ela não é neutra. É um elemento da comunicação 
privilegiado. 
Pode-se concluir também que a língua trata-se de uma manifestação do 
processo de comunicação entre os sujeitos. A língua é concebida como uma 
capacidade inata do ser humano devido aos fatores neuro-genético-biológicos. 
Enfim, a variação da língua abrange os aspectos social, histórico, geográfico 
e estilístico. As transformações que ocorrem são gradativas. Pode-se dizer que os 
fatores geográficos, históricos, sociais e estilísticos são elementos de transformação, 
agilizando o processo evolutivo da linguagem. 
O hiato existente entre a língua considera certa divergência daquela que é 
falada pelos brasileiros, causando a marginalização. A unidade linguística e seus 
caracteres similares estão presentes em todas as variações, sendo que a maneira 
de se expressar influencia no processo da comunicação. 
 
 
 
 
 
 
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4 AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPAS 
 
Segundo Gama (1998) pesquisas recentes em desenvolvimento cognitivo e 
neuropsicologia sugerem que as habilidades cognitivas são bem mais diferenciadas 
e mais específicas do que se acreditava no começo do século XX. 
Neurologistas como Howard Gardner têm documentado que o sistema 
nervoso humano não é um órgão com propósito único nem tão pouco é infinitamente 
plástico. Acredita-se, hoje, que o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que 
diferentes centros neurais processem diferentes tipos de informação. 
Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, baseou-se nestas 
pesquisas para questionar a tradicional visão da inteligência, uma visão que enfatiza 
as habilidades linguística e lógico-matemética. Segundo Gardner, todos os 
indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e, 
até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Ele sugere que não existem 
habilidades gerais, duvida da possibilidade de se medir a inteligência através de 
testes de papel e lápis e dá grande importância a diferentes atuações valorizadas 
em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a habilidade para 
resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais 
ambientes culturais.A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma 
alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, 
que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de 
atuação. Sua insatisfação com a ideia de QI e com visões unitárias de inteligência, 
que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou 
Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para 
resolver problemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais 
em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de 
soluções, culturalmente apropriadas, para os seus problemas, Gardner trabalhou no 
sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às 
inteligências que deram origem a tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner 
estudou também: 
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(a) o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e 
crianças superdotadas; 
(b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de 
sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras 
habilidades sejam sequer atingidas; 
(c) populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como 
os primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes 
nas demais funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências 
nas suas habilidades intelectuais; 
(d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios. 
Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se 
de seu colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os 
aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que 
ele acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o 
indivíduo lida com símbolos linguísticos, numéricos gestuais ou outros. 
Segundo Gardner, uma criança pode ter um desempenho precoce em uma 
área (o que Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo 
abaixo da média em outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). 
Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez 
maior de entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados 
num contexto cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a 
capacidade ou estágio de desenvolvimento em uma área de desempenho e 
capacidades ou estágios em outras áreas ou domínios (MALKUS e col., 1988 apud 
GAMA, 1998). 
Num plano de análise psicológico, Gardner (1982) afirma que cada área ou 
domínio tem seu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada 
domínio se caracteriza pelo desenvolvimento de competências valorizadas em 
culturas específicas. 
Gardner sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de 
forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas 
verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a 
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memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e 
aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas, 
mas não necessariamente uma relação direta (GAMA, 1998). 
Gardner identificou as inteligências linguística, lógico-matemática, espacial, 
musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competências 
intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos 
próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos 
cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de 
cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e 
organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e 
criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo 
ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. 
Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos 
as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por 
exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada 
com a destreza da cinestésica. 
 
4.1 A inteligência linguística 
 
Os componentes centrais da inteligência linguística são uma sensibilidade 
para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção 
das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para 
convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias. Gardner indica que é a habilidade 
exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta habilidade se 
manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com 
precisão, experiências vividas. 
A Linguística Verbal está relacionada às palavras e à linguagem escrita e 
falada. Domina a maior parte do universo educacional no ocidente. A produção da 
linguagem através de suas diversas formas, como poesia, humor, o contar histórias, 
gramática, metáforas, similaridades, raciocínio abstrato, pensamento simbólico, 
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padronização conceitual, leitura e escrita. Está presente em poetas, teatrólogos, 
escritores, novelistas, oradores e comediantes. 
Perfil: Entendimento da ordem e do significado das palavras. Capacidade de 
convencer alguém sobre um fato. Capacidade de explicar, ensinar e aprender. 
Senso de humor. Memória e lembrança. Análise metalinguística. 
Exemplos: Monteiro Lobato. 
Capacidade de lidar com a linguagem tanto na expressão verbal como 
escrita. Competência esta verificada nos escritores, oradores, políticos, professores, 
etc. De todas as inteligências, talvez a linguística seja a mais fácil de perceber em 
uma pessoa, pois a forma de comunicação verbal é um excelente termômetro para 
expressar às habilidades nesta área do espectro. 
Outros exemplos não tão extremos quanto o dos escritores, poetas, autores, 
etc. seriam aquelas pessoas que mesmo não tendo nenhum livro editado, possuem 
facilidade em elaborar relatórios, cartas comercias, petições judiciais, atestados, e 
todo e qualquer documento que exija uma boa e clara redação. 
Segundo Zenhas (2005) a característica marcante da inteligência linguística 
é o uso da linguagem. 
Os estudantes com este tipo de inteligência têm muita sensibilidade para os 
sentidos das palavras e para a sua manipulação. Manifestam gosto pela leitura e 
pela escrita. Comunicam bem, oralmente e por escrito. São eficazes na ligação das 
ideias e têm facilidade na sua transmissão. Pensam utilizando palavras. 
Abaixo, para finalizar esta apostila, Zenhas dá dicas de como os 
professores/educadores podem ajudar os alunos no desenvolvimento desta 
inteligência: 
 Modelando a utilização de uma linguagem correta. 
 Motivando-os a escrever e apoiando o seu trabalho. 
 Demonstrando formas eficazes de comunicação. 
 Lendo alto para os alunos, com frequência. 
 Criando/desenvolvendo o gosto pela leitura. 
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 Dando aos alunos oportunidades para, individualmente, lerem, escreverem, 
ouvirem e falarem. 
 Promovendo debatessobre assuntos do programa de qualquer disciplina. 
 Criando jornais de turma/escola. 
 Promovendo correspondência em português com alunos de outras 
escolas/países lusófonos ou em língua estrangeira com jovens de outros 
países. 
A língua materna é transversal a todo o currículo. Ela está presente em 
todas as disciplinas. Por conseguinte, as atividades sugeridas são pertinentes em 
qualquer disciplina. A língua materna está também presente em qualquer contexto 
da vida cotidiana. É na família que a criança começa a ter contato com ela. As 
sugestões dadas são exequíveis igualmente em contexto familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ZENHAS, Armanda. Inteligência linguística (2005). Disponível em: 
http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=103762311BAA3A1F
E0440003BA2C8E70&channelid=0&schemaid=&opsel=2 Acesso em: 12 set. 2011. 
 
UECE, Vestibular, Prova de Português, 2005, PP. 1-4. 
 
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AVALIAÇÃO 
 
 
1) Foi a partir do início do século XIX, através do pensamento moderno sobre a 
linguagem, que apareceu a linguística comparativa. Marque a alternativa que 
apresenta o correto objeto de estudo da linguística comparativa. 
A( ) é a linguagem estática. 
B( ) são as formas no seu próprio processo de mudança. 
C( ) são as formas fora do seu próprio processo de mudança. 
D( ) n.d.a. (nenhuma das alternativas) 
 
2) No século XX, ocorreu com Chomsky um outro movimento dos estudos 
linguísticos. Marque a alternativa correta sobre a fundamentação de 
Chomsky. 
A( ) Ele buscou fundamentar uma nova posição biológica para a linguagem através 
do cognitivismo, pensamento do século XVI. 
B( ) Para ele, a linguagem não está ligada à questão do pensamento, isto é, trata-
se de um instrumento de expressão do próprio pensamento. 
C( ) Para Chomsky, a linguagem está ligada à questão do pensamento, isto é, 
trata-se de um instrumento de expressão desligada do próprio pensamento. 
D( ) Ele buscou fundamentar uma nova posição biológica para a linguagem através 
do cognitivismo do século XVII. 
 
3) Chomsky lança a Gramática Gerativa e Transformacional que tem como 
foco o seguinte: 
A( ) focaliza as relações das unidades linguísticas entresi, ou seja, a morfologia. 
B( ) as pessoas falam porque têm um órgão da linguagem, isto é, a capacidade ou 
competência para falar é nata à medida em que é biológica. 
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C( ) Para este pesquisador, a capacidade ou competência para falar é inata à 
medida em que é psicológica. 
D( ) focaliza as relações das unidades linguísticas entre si, ou seja, a sintaxe. 
 
4) Os linguistas dividem o estudo da linguagem em certo número de áreas que 
são estudadas mais ou menos independentemente. A alternativa abaixo 
contempla corretamente essas divisões mais comuns: 
A( ) Fonética: é o estudo dos diferentes recursos gráficos empregados em 
linguagem; 
B( ) Fonologia: é o estudo dos padrões da grafia de uma língua; 
C( ) Morfologia: é o estudo da estrutura interna das palavras; 
D( ) Sintaxe: é o estudo de como a linguagem combina palavras para formar 
léxicos gramaticais. 
 
5) Nas gramáticas pedagógicas e nos livros didáticos adota-se a 
abordagem normativa da língua. O que esta apresenta está afirmado na 
seguinte alternativa: 
A( ) apresenta um conjunto de regras que não devem ser seguidas para a obtenção 
de uma fala e escrita correta, privilegiando a norma culta da língua. 
B( ) apresenta um conjunto de regras que devem ser seguidas para a obtenção de 
uma fala e escrita correta, mas não privilegia a norma culta da língua. 
C( ) apresenta um conjunto de regras que devem ser seguidas para a obtenção de 
uma fala e escrita correta, privilegiando a norma culta da língua. 
D( ) n.d.a. 
 
 
 
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6) As afirmações abaixo falam sobre a abordagem descritiva, mas apenas 
uma está correta. 
A( ) tem a preocupação com o efetivo uso, regras que não são usadas pelos 
falantes. 
B( ) tem a preocupação com o efetivo uso, com as regras que são seguidas pelos 
falantes, havendo a preocupação com a descrição e/ou a explicação do que 
acontece na realidade e não do que deveria acontecer. 
C( ) só tem preocupação com a descrição e/ou a explicação do que acontece na 
realidade. 
D( ) não tem a preocupação com o efetivo uso, com as regras que são seguidas 
pelos falantes. 
 
7) Sobre a abordagem normativa, tem-se a afirmativa correta: 
A( ) a abordagem normativa não se preocupa com o que deve ser seguido, 
prescrevendo o que deve ocorrer. 
B( ) a abordagem normativa se preocupa com o que deve ser seguido, mas não 
prescreve o que deve ocorrer. 
C( ) Sobre a abordagem normativa, pode-se dizer que esta se preocupa com o que 
pode ser seguido, prescrevendo o que deve ocorrer. 
D( ) Sobre a abordagem normativa, pode-se dizer que esta se preocupa com o que 
deve ser seguido, prescrevendo o que deve ocorrer. 
 
8) Sobre a abordagem descritiva, tem-se a afirmativa correta: 
A( ) a abordagem descritiva de nada orienta o trabalho dos linguistas, no intuito de 
descrever o que deve ser seguido. 
B( ) a abordagem descritiva orienta o trabalho dos linguistas e descreve o que deve 
ser seguido. 
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C( ) a abordagem descritiva orienta o trabalho dos linguistas, embora não descreva 
o que deve ser seguido. 
D( ) n.d.a. 
 
9) As citações (definições) abaixo correspondem corretamente com os autores 
que as formularam, exceto: 
A( ) De acordo com Chomsky (1978), cada língua em particular é uma 
manifestação específica do estado inicial uniforme. A língua no modelo gerativista é 
concebida como uma capacidade inata do ser humano devido aos fatores neuro-
genético-biológicos. 
B( ) Segundo Crystal (1988), há vários conceitos para a palavra língua e um desses 
conceitos seria que o ato concreto de fala como um dos sentidos que a língua tem, 
em seu nível mais específico. 
C( ) De acordo com Perini (1985) a língua é tida como um conjunto de sentenças, 
sendo que cada uma delas é formada por uma cadeia de elementos, palavras e 
morfemas. 
D( ) Para Crystal (1988), a língua é um fenômeno interdisciplinar, sendo que em 
que cada uma das disciplinas que a estuda lhe conceitua da forma que melhor lhe 
convém, levando em consideração o seu objeto e objetivo. 
 
 
10) Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: 
I – A relação da língua com os fatores sociais denomina-se, portanto, variação 
social. 
II – Quando alguns textos antigos, de séculos passados, apresentam registros 
linguísticos bem diferentes dos textos atuais temos um exemplo de variação 
histórica. 
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III – Podemos considerar como exemplo de variação linguística uma pessoa de 
baixa escolaridade ouvir uma notícia jornalística (padronizada, com o uso da norma 
culta da língua), mas estar fora do conhecimento do ouvinte. 
A( ) todas as afirmativas são verdadeiras 
B( ) todas afirmativas são falsas 
C( ) somente é correta a afirmativa I 
D( ) somente é correta a afirmativa II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
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