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Metodologia da Análise Econômica-NOVOS SLIDES-UERJ.pptx

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Metodologia da Análise Econômica
Miguel Bruno
Definições fundamentais para a Metodologia
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Epistemologia = teoria do conhecimento científico 
Estuda o processo de produção dos saberes da ciência, sua validade, o problema da verdade científica; 
Se um conhecimento é ou não é verdadeiramente científico
Quais os critérios de validade do conhecimento científico?
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Ontologia = “teoria do ser”, daquilo que existe no mundo; procura apreender as particularidades, singularidades do que existe
Ontologia = “teoria do ser”, daquilo que existe no mundo; procura apreender as particularidades, singularidades do que existe
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Metodologia 
estudo dos métodos, estudo dos meios de investigação para que o pesquisador possa dispor de pensamento correto e verdadeiro, isto é, do pensamento científico que efetivamente expresse o conteúdo dos fenômenos, sua natureza, suas propriedades reais
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Conhecimento: o que significa?
Representa uma relação do sujeito que pensa, analisa, reflete (nossa mente, o pesquisador, o economista, o analista econômico, o cientista) e o objeto estudado a ser conhecido (fatos e fenômenos econômicos, relações socioeconômicas, etc.).
Pode ser tanto o processo de conhecer, a pesquisa científica, por exemplo, como o resultado ou produto desse processo (novas teorias, explicações, modelos, livros de macro e de microeconomia, etc.)
Existem vários tipos de conhecimento: conhecimento religioso, filosófico, científico, vulgar ou do senso comum. O conhecimento científico é uma vertente participar
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Conhecimento científico
conhecimento causal e metódico dos fatos e dos fenômenos, relacionando-os entre si, para buscar a uniformidade e determinar as leis ou as regularidades que expressam
O conhecimento científico em geral provoca uma ruptura com relação às crenças ou outras formas de conhecimento derivadas do senso-comum
Como Bachelard dizia: “não é o que deveríamos acreditar, mas sim o que deveríamos ter pensado” 
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Ciência = palavra que vem do latim scientia que significa saber, conhecimento.
Segundo Aristóteles, “saber uma coisa da modo absoluto é saber a causa que a produziu e que esta causa não poderia ser outra.”
A ciência é o conhecimento produzido a partir da investigação das causas reais e naturais dos fenômenos
É um sistema de conhecimento metódico sobre a natureza, a sociedade, o pensamento
A verdade desse conhecimento deve ser verificada e precisada no decorrer da prática social
Tem por objetivo descobrir as causas reais dos fenômenos e descobrir as leis objetivas pelas quais eles se regem ou se organizam, num conjunto determinado de regularidades
Só é científico o conhecimento que for comprovado, verificado e demonstrado pela prova teórica e pela prova prática.
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Visão social de mundo
Conjunto orgânico, articulado e estruturado de valores, representação, ideias e orientações cognitivas, internamente unificado por uma perspectiva determinada, por um certo ponto de vista socialmente condicionado
Essas ideias se referem aos seres humanos, à sociedade, à história e sua relação com a natureza; está ligada à certas posições sociais, isto é, aos interesses e à situação de grupos e classes sociais
Podem ser, na concepção de Mannheim tanto ideologias (ideias que justificam e pretendem perpetuar o que existe, o stablishment, o status quo) quanto utopias (ideias questionadoras do que existe, criticam o status quo e buscam nova realidade social e econômica)
Mas a mesma visão de mundo pode ter um caráter utópico num determinado momento da história e em seguida, tornar-se numa etapa posterior, uma ideologia
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O positivismo
Sistema filosófico criado por Augusto Comte (1798-1857) e desenvolvido por vários outros autores que considera o modelo de cientificidade das ciências da natureza o único modelo válido
A visão social de mundo do positivismo decorre da consolidação do capitalismo industriale da afirmação da Física, Química e Biologia como modelo de cientificidade
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Como observa Lowy (1994), o positivismo está fundamentado em premissas que o estruturam em um sistema coerente e operacional
A sociedade é regida por leis naturais, isto é, leis invariáveis, independentemente da vontade e da ação humanas; na vida social, reina uma harmonia natural
A sociedade é ontológica e epistemologicamente assimilada à natureza (uma visão típica dos economistas fisiocratas): o naturalismo positivista e então pode e deve ser estudada com os mesmos métodos 
As ciências da sociedade e as da natureza, incluindo a ciência econômica, devem limitar-se à observação e à explicação causal dos fenômenos, de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos de valor ou ideologias, descartando previamente todas os preconceitos e crenças
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O positivismo então
Postula uma ciência axiologicamente neutra
Para Lowy, um pesquisador especializado na Sociologia do Conhecimento, o positivismo tem um nítido conteúdo ideológico:
 surge em fins do século XVIII e princípio do XIX, como uma utopia crítico-revolucionária da burguesia antiabsolutista, mas no decorrer do século XIX até a atualidade, torna-se uma ideologia conservadora identificada com a ordem burgesa-capitalista estabelecida.
Se a sociedade e a economia é regida por leis invariantes, o capitalismo é um sistema eterno, um resultado da natureza humana e a melhor forma de se organizar a economia e sociedade.
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A declaração de Compte (apud Löwy, 1994), fundador do positivismo, é bem representativa dessa posição:
“há que se preparar os proletários para respeitarem, e mesmo reforçarem, as leis naturais da concentração do poder e da riqueza”. 
Löwy lembra que Marx lhe dedicou uma nota irônica no primeiro livro de O Capital:
“Auguste compte e sua escola procuraram demonstrar a eterna necessidade dos senhores do capital; eles teriam, tão bem quanto e com as mesmas razões, podido demonstrar a eterna necessidade dos senhores feudais.”
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Além disso, se a economia é regida por leis com as da Física:
Os conflitos sociais, incluindo os conflitos distributivos, são apenas perturbações provenientes da insistência dos seres humanos, trabalhadores, capitalistas, governos, em desrespeitar essas leis
Se os membros da sociedade respeitassem suas leis invariantes, não poderia haver conflito, apenas paz e ótimização dos resultados econômicos.
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Mas se existe “lei” que organiza a sociedade e a economia, esta lei é a de sua transformação incessante na história, provocando mudanças inesperadas, rupturas e o surgimento de novos fenômenos que não podem ser simplesmente deduzidos dos comportamentos individuais
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A realidade concreta está fundada em três sistemas inter-relacionados
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Se existem leis invariantes na economia e sociedade, as ações humanas conscientes seriam irrelevantes e ineficazes
Contra a posição ontológica implícita no positivismo e sua unicidade do método, argumentou Castoriadis (2008):
“[...] ou há, verdadeiramente, leis da história – e, nesse caso, uma genuína atividade humana é impossível, a não ser, na melhor das hipóteses, enquanto técnica; ou então os homens fazem a sua história – e a tarefa do trabalho teórico não é mais a descoberta de ‘leis’, mas a elucidação das condições que enquadram e delimitam essa atividade, das regularidades que ela pode apresentar etc.”
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Qual economista disse isso? (I)
“Os trabalhadores desejam ganhar o máximo possível, os patrões pagar o mínimo possível. 
Os primeiros procuram associar-se entre si para levantar os salários do trabalho, os patrões fazem o mesmo para baixá-los. 
Não é difícil prever qual das duas partes, normalmente, leva vantagem na disputa e no poder de forçar a outra a concordar com as suas próprias cláusulas. (...). 
Em todas essas disputas, o empresário tem capacidade para aguentar por muito mais tempo. “
Qual economista disse isso? (II)
“Um proprietário rural ou um comerciante, mesmo sem empregar um trabalhador sequer, conseguiria viver um ano ou dois com o patrimônio que já puderam acumular. Ao contrário, muitos trabalhadores não conseguiriam
subsistir uma semana, poucos conseguiriam subsistir um mês e dificilmente algum conseguiria subsistir um ano, sem emprego. 
Os patrões estão sempre e em toda parte em conluio tácito, mas constante e uniforme para não elevar os salários do trabalho acima de sua taxa em vigor. (...). Frequentemente, os patrões fazem conchavos destinados a baixar os salários do trabalho, mesmo aquém de sua taxa em vigor.” 
Quem escreveu essa argumentação sobre o conflito distributivo? 
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek
Karl Marx
David Ricardo
Joseph A. Schumpeter
Milton Friedman
Adam Smith
“Adam Smith em “A Riqueza das Nações: uma investigação sobre sua natureza e suas causas”(pág. 64).
RESPOSTA
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