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Visão histórica e conceitos 
fundamentais da organização 
Gelson Benatti
Introdução
Desde os primórdios da história humana, o homem realiza atividades que envolvem outras 
pessoas, com algum objetivo específico. É só pensar em nossos ancestrais saindo das cavernas 
para caçar. Encontrar o animal, capturá-lo e transformá-lo em pedaços de alimento eram tarefas 
que um homem sozinho não conseguia fazer. 
Por isso, conhecer as atividades e organizar o trabalho são projetos coletivos. Essa reunião 
de recursos (homens e lanças) para realizar um objetivo (obter comida) é o que caracteriza uma 
Organização, objeto de estudo deste tema. 
Objetivos de aprendizagem
Ao finalizar o tema, você será capaz de:
 • conhecer a evolução histórica da Teoria das Organizações e suas perspectivas;
 • compreender a relação entre a Organização e um sistema;
 • identificar os conceitos básicos de Organização, Sistemas e Métodos.
1 A evolução da Teoria das Organizações
Vamos começar com uma pergunta: você sabe o real significado do termo ‘teoria’? Uma teoria 
é uma forma organizada de explicar um determinado aspecto da realidade. No caso das Organiza-
ções, a teoria iniciou pela abordagem científica, a partir do trabalho de Frederick Winslow Taylor, que 
buscava eliminar desperdícios e aumentar a produtividade. Focando na racionalização das ativida-
des, ele deixou como principais contribuições o estudo e a padronização dos tempos e movimentos.
FIQUE ATENTO!
Em 1908, o tempo médio do ciclo de montagem na Ford chegava aos 514 minutos. 
O trabalhador ficava sempre na mesma área e, a cada nova etapa, buscava as peças 
necessárias no estoque. Usando o estudo dos tempos e movimentos, foi eliminado 
o deslocamento do trabalhador, logo, reduzindo o tempo médio para 2,3 minutos.
A Teoria Clássica, iniciada por Henri Fayol, focou no formato da estrutura organizacional e 
apresentou a Organização como “[...] uma entidade social na qual as pessoas interagem entre si 
para alcançar objetivos específicos” (CHIAVENATO, 2014, p. 84). Surge a visão administrativa da 
Organização a partir do estabelecimento de relações entre as partes.
SAIBA MAIS!
No vídeo “Virtudes e defeitos do taylorismo na atualidade”, Mário Sérgio Cortella 
aborda a influência das ideias de Taylor hoje em dia. Aproveite e aprofunde seus 
conhecimentos sobre o assunto no link disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=N3FAPQOPW2A>.
E o que veio para se opor à Teoria Clássica? A principal crítica a ela era a visão mecanicista e 
simplificada da Organização. Em uma tentativa de resposta, a abordagem Humanística mudou o 
foco para as pessoas e as relações estabelecidas entre elas no ambiente de trabalho.
Figura 1 – Teoria Humanista: foco nas relações entre os trabalhadores
Fonte: GaudiLab/Shutterstock.com.
O próximo movimento a surgir foi a eclética Teoria Neoclássica. Sobre o que ela tratava? As 
principais contribuições foram as noções de:
 • divisão do trabalho: o processo produtivo complexo pode ser subdividido em tarefas 
menores e simples; 
 • especialização: cada operário dedica-se somente a uma atividade; 
 • hierarquia: divisão em níveis com base no tipo do trabalho executado.
FIQUE ATENTO!
A principal característica da abordagem Neoclássica foi a multiplicidade de temas 
abordados, como liderança, motivação e gestão de conflitos.
Saiba que a partir das críticas realizadas ao mecanicismo dos Clássicos e ao romantismo 
dos Humanistas, ficou evidente a ausência de uma teoria que abordasse a organização como 
entidade. Max Weber supriu essa lacuna com a Teoria da Burocracia, que estabeleceu as 10 carac-
terísticas da organização eficiente por excelência. São elas:
 • caráter legal da norma;
 • caráter formal da comunicação;
 • divisão racional do trabalho;
 • impessoalidade nas relações;
 • hierarquia da autoridade;
 • rotinas padronizadas;
 • competência técnica e meritocracia acima das preferências pessoais;
 • especialização da administração; 
 • profissionalização dos participantes;
 • completa previsibilidade do funcionamento.
SAIBA MAIS!
No capítulo 12 do livro “O que é a burocracia” (p. 67-72), Max Weber aborda o Poder 
da Burocracia. Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto e leia o material 
disponível em: <http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/o-que-e-a-burocracia/
livro_burocracia_diagramacao_final.pdf>.
Por outro lado, os Estruturalistas defendiam o conceito de que “[...] a sociedade moderna [...] é 
uma sociedade de organizações” (CHIAVENATO, 2014, p. 290), e consideraram o ambiente externo, 
entendendo que as organizações funcionam na base de transações com outras organizações.
Assim, surgiu a visão das Organizações como sistemas abertos, onde ocorrem infinitos pro-
cessos de intercâmbio para trocas de energia e informação. Vamos compreender melhor do que 
se trata este universo das Organizações como sistemas? Então, acompanhe-nos a seguir!
2 A organização vista como um sistema
Você já deve ter reparado que em uma Organização, todas as partes dependem de tudo, 
gerando um complexo mosaico de relações, que avaliamos com o pensamento sistêmico. 
E o que seria um sistema? Um sistema é “[...] um conjunto de partes ou elementos que for-
mam um todo unitário ou complexo” (MAXIMIANO, 2014, p. 315) que, interagindo, geram uma nova 
entidade. Todo sistema é composto por três elementos essenciais: entradas, processos e saídas. 
E o que seria cada um desses elementos? Vejamos a seguir.
Figura 2 – Uma Organização é um sistema em constante movimento
Fonte: Yevhen Tarnavskyi/Shutterstock.com.
As entradas são todos os recursos que compõem o sistema, isto é, todas as influências rece-
bidas do ambiente. Por sua vez, os processos são os elementos que fazem o sistema funcionar, a 
partir das relações entre as entradas para, por fim, gerar resultados, que são as saídas.
Nas Organizações, o enfoque sistêmico decompõe a empresa em três sistemas: 
 • social (pessoas e grupos);
 • tecnológico (máquinas e equipamentos); e 
 • estrutural (hierarquia e normas).
Perceba que a capacidade de construir sistemas que funcionem de maneira adequada é 
essencial para que as Organizações consigam atingir a eficácia. 
3 Conceitos Fundamentais em 
Organização, Sistemas e Métodos
Lembre-se de que a Teoria das Organizações lida com relações sociais, isto é, os conceitos 
não são estanques. Por isso, é importante que, em cada estudo, os conceitos sejam delimitados. 
Maximiano (2012) afirma que uma organização é um sistema que tem como componentes 
os processos de transformação, cultura, tecnologia e divisão de trabalho, utilizados para realizar 
algum objetivo. Existem organizações formais, onde áreas de decisão e canais de comunicação 
são formalmente criados; e as informais, que surgem da interação social voluntária dos membros. 
Saiba que ao analisar a realidade, o pensamento científico organiza as informações de modo 
que as partes da realidade apresentem relações de interdependência, evidenciando a conclusão 
de que nada acontece por acaso. Resumindo: cada ação gera uma reação e cada evento tem 
um objetivo. Essa noção define um sistema como “[...] um conjunto organizado e complexo, uma 
reunião de [...] partes, inter-relacionadas e interdependentes, que formam uma unidade, visando à 
realização de um objetivo” (D’ASCENSÃO, 2001, p. 50). 
Já um método pode ser definido como um jeito de realizar uma tarefa. 
EXEMPLO
Em uma seguradora, o método para preencher uma cotação pode ser descrito da 
seguinte maneira:
1. abrir o formulário “Cotação”;
2. preencher os dados pessoais do cliente;
3. preencher os dados do veículo;
4. consultar a tabela de valores e selecionar os dados correspondentes ao veículo 
do cliente;
5. atualizar o formulário “Cotação”.
Figura 3 – Processo: evidenciando as relações entre as partes da Organização
Fonte: NicoElNino/Shutterstock.com.Além desses três conceitos, é importante termos em mente o conceito de processo, que é o 
“[...] conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos” (D’ASCENÇÃO, 2001, p. 56). Ou seja, há 
um evento inicial (ENTRADA), seguido por ações que modificam sua natureza e produzem uma 
coisa nova (SAÍDA).
EXEMPLO
Em uma padaria, o processo de fabricação do pão começa com a seleção das quan-
tidades de ingredientes (farinha, sal, fermento, água) – ENTRADA –, que são modifi-
cados (misturados e cozidos) – AÇÕES –, tendo, ao final, um pão quentinho – SAÍDA. 
É importante que você domine esses conceitos básicos para estabelecer as relações entre eles.
4 Tendências na Teoria das Organizações
As primeiras teorias sobre as Organizações datam do início dos anos 1900, ou seja, pouco 
mais de um século, período que testemunhou grandes transformações que acontecerem, prin-
cipalmente, relacionadas e causadas pelo desenvolvimento tecnológico, que fez emergir uma 
nova lógica organizacional.
Figura 4 – O que nos reserva o futuro?
Fonte: turbodesign/Shutterstock.com.
Você já percebeu que, cada vez mais, a tendência é a extinção de níveis hierárquicos para 
proporcionar estruturas horizontais e achatadas nas Organizações? Podemos perceber que isso 
favorece a fluidez e a flexibilidade para rápidas respostas ao ambiente, não é mesmo? Essa ênfase 
na horizontalidade dos processos está movendo o foco da autoridade de um chefe ou superior 
para o objetivo das organizações, que é o cliente.
Repare que a redução das cadeias de comando aumenta a autonomia e a responsabilidade 
das pessoas, deslocando as decisões para a ponta da operação. Departamentos cedem espaço 
para equipes de projeto ou multifuncionais, definitivas ou transitórias, buscando agilidade, ino-
vação e flexibilidade.
Outra questão é a disponibilidade da informação, que elimina a necessidade de canais hierár-
quicos formais de comunicação, permitindo que as pessoas possam trabalhar de qualquer lugar, 
por meio da integração de sistemas e de acessos remotos.
Gradativamente, perceba que uma porcentagem crescente da força de trabalho se ocupa 
mais do trabalho mental, em detrimento do trabalho braçal. Na prática, isso significa que a criativi-
dade, a inovação e a busca por novas soluções são, atualmente, competências essenciais.
FIQUE ATENTO!
Uma das mais significativas transformações que a tecnologia proporcionou foi a 
eliminação das noções de espaço e tempo, reduzindo espaços dos escritórios e 
arquivos de documentos.
E o futuro?
Enquanto falamos sobre este assunto, a teoria administrativa busca consolidar visões, como 
a gestão do conhecimento e do capital intelectual; as organizações de aprendizagem; a ética e 
responsabilidade social. Isto é, não sabemos exatamente o que o futuro reserva para as organi-
zações, mas podemos afirmar que a velocidade da mudança será cada vez mais vertiginosa e a 
adaptação constante será a habilidade diferencial do futuro. 
Fechamento
Concluímos esta aula sobre a visão histórica e apresentamos os conceitos fundamentais 
para o estudo das Organizações. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
 • conhecer a evolução histórica da Teoria das Organizações e suas perspectivas;
 • compreender a relação entre a Organização e um Sistema;
 • identificar os conceitos básicos de Organização, Sistemas e Métodos.
Referências
CHIAVENATTO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. São Paulo: Editora 
Manole, 2014.
D’ASCENÇÃO, Luiz Carlos. Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: Editora Atlas, 2001.
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revo-
lução Digital. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012.