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- -1 Teoria Comportamental da Administração Silvana Bortoluzzi Balconi Introdução Um administrador precisa ter habilidades para trabalhar com as mais diferentes organizações, enfrentando situações adversas diariamente. A Teoria das Organizações pode auxiliar nesse processo, a partir de uma bagagem de conceitos e ideias já elaborados. Assim, os fundamentos teóricos existem para nos ajudar a pensar, diagnosticar e inovar. Neste tema trabalharemos algumas das teorias mais democráticas e humanística da Administração, a Teoria Comportamental. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • descrever as principais teorias comportamentais da administração; • compreender a hierarquia das necessidade de Maslow; • entender a teoria dos dois fatores de Herzberg. Teoria Comportamental da Administração A Teoria Comportamental da Administração surge a partir de estudos focados no comportamento dos trabalhadores de fábrica, com base nisso, emergem diversas críticas sobre a organização formal. Nesse cenário, as proposições normativas e descritivas de Taylor e as teorias humanísticas de Fayol, entram em declínio no final da década de 1950. (MAXIMILIANO, 2011) Assim, as primeiras tentativas de introduzir a ciência do comportamento na Administração não tiveram êxito, o que ocasionou o desdobramento para a Teoria Comportamental, com ênfase nas pessoas e opondo-se às concepções ingênuas e românticas da teoria das relações humanas. (CHIAVENATO, 2014) Após a Revolução Industrial, a abordagem organizacional ganhou força, tendo em vista que o pensamento estava voltado à produção massiva e visava atender às necessidades da expansão industrial. Assim, era indispensável mão de obra, matéria prima, máquinas e muitas regras, pois quanto maior a produção mais eficiente era a organização. Em 1947, Herbert Simon lança , que marcou o início da teoria doO Comportamento Administrativo comportamento, que ia de encontro ao pensamento industrial. (CHIAVENATO, 2014) • • • - -2 Figura 1 - Trabalhador é o centro da organização Fonte: Jirsak, Shutterstock, 2018. A Teoria Comportamental, também chamada de behaviorista, teve contribuições fundamentais baseada na Psicologia, com autores como Chester Irving Barnard, Douglas McGregor, Rensis Likert e Chris Argyris. A escola behaviorista, desenvolvida pelos estudos de Watson, buscou na Psicologia uma metodologia objetiva e científica, fundamentada na comprovação experimental, que enxergava o indivíduo no centro da pesquisa sobre o comportamento humano. (CHIAVENATO, 2014) Assim, a abordagem comportamental tem o intuito de promover o ser humano, ou seja, é necessário conhecer cada indivíduo para que, a partir disso, seja possível trabalhar a motivação humana, baseando-se em entender o comportamento de cada indivíduo e, ao mesmo tempo, entender suas necessidades. (CHIAVENATO, 2014) A psicologia social evoluiu para a psicologia organizacional, apoiada nos estudos de Kurt Lewin, em 1930. Em sua pesquisa sobre dinâmica de grupos, o pesquisador evidenciou a influência do comportamento individual no coletivo. Esse movimento contribuiu para o surgimento de uma teoria administrativa mais democrática e humanística: a Teoria Comportamental da Administração. (MAXIMIANO, 2011) A experiência de Hawthorne Uma experiência realizada por pesquisadores da Universidade de Harvard, entre 1927 e 1933, com funcionários na fábrica de Western Electric Company, em Chicago, no bairro de , tinha como intuito determinar aHawthorne relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários. O cientista social, Elton Mayo, quem FIQUE ATENTO A abordagem comportamental evidencia as pessoas nas relações de trabalho. A preocupação é motivar os indivíduos, baseando-se em seus comportamentos dentro das organizações. ( CHIAVENATO, 2014) - -3 relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários. O cientista social, Elton Mayo, quem coordenou a pesquisa, identificou que a quantidade dos itens produzidos pelos funcionários não era alterada por elementos controlados, como iluminação ou benefícios. (MAXIMIANO, 2011). Nesse estudo, foram realizadas entrevistas com os colaboradores da fábrica, assim, foi possível concluir que o desempenho dos funcionários não estava apenas calcado nos métodos de trabalho, como pensado previamente, mas também no comportamento humano. (MAXIMIANO, 2011) Entre os pontos observados, destacam- se a relação com a chefia, ou seja, as boas relações entre chefes e funcionários geravam um bom desempenho, e a condução da administração, isto é, se a direção estivesse alinhada com as políticas da empresa o trabalho resultava positivo. (MAXIMIANO, 2011) A partir destas transformações, o conceito de administração passou por significativas mudanças, na década de 1950. A produtividade do trabalho começou a ser vista sob a perspectiva do trabalhador, suas variáveis psicológicas e sociais. As empresas começaram a entender que para alcançar maior produtividade não bastava somente máquinas, mão de obra e matéria-prima, mas sim, motivação humana. (MONTANA, CHARNOV, 2010) Hierarquia das Necessidades de Maslow Um dos autores que mais dedicou-se aos estudos da motivação humana foi Abraham Harold Maslow. Seu estudo sugere cinco sistemas de necessidades responsáveis pela maior parte do comportamento humano, em ordem hierárquica de satisfação, são elas: necessidades fisiológicas; necessidade de segurança; necessidades sociais; necessidades de estima; e necessidades de autorrealização. Assim, o ser humano só começa a responder aos estímulos quando supre os níveis de necessidades. Na visão de Maslow, esta é uma tendência natural do ser humano, que tem consciência das necessidades mais primárias até as mais elevadas. (MONTANA, CHARNOV, 2010) SAIBA MAIS Para saber mais sobre experiência de , a obra , de Montana eHawthorne Administração Charnov (2010), relata a história sobre a fábrica . O livro destaca as tentativasWestern Eletric feitas para aumentar a produtividade da companhia, utilizando as técnicas da administração científica. FIQUE ATENTO O enfoque comportamental considera as pessoas em sua totalidade como parte mais importante das organizações e do próprio desempenho. - -4 Figura 2 - Necessidades segundo Maslow Fonte: SCOTTCHA, Shutterstock, 2018. Na base da pirâmide estão as necessidades as fisiológicas ou de sobrevivência, como alimentação, sono, sexo, abrigo e vestuário. Desse modo, se houver um padrão de suprimentos contínuo, não necessariamente por completo, haverá um alivio de pressão e naturalmente surgirá o desejo de buscar a suprir as necessidades secundárias, ou seja, de segurança. No segundo nível da pirâmide estão as necessidades de segurança, como estabilidade, busca de proteção contra ameaça ou fuga de perigo. Assim, após sentir-se seguro, e isto inclui o próprio emprego dentro da organização, o ser humano buscará suprir a necessidades do terceiro nível da pirâmide, as sociais. (CHIAVENTATO, 2014) Figura 3 - Necessidades sociais no trabalho Fonte: Phovoir, Shutterstock, 2018. No terceiro nível encontram-se as necessidades sociais, que estão relacionadas à associação em grupos, isto é, participação, aceitação, troca de amizade, afeto e amor. Neste nível está o desejo de ser aceito e considerado pelos outros. Caso não aconteça o ser humano torna-se hostil e resistente em relação às pessoas, por isso, o afeto é importante nas relações pessoais (CHIAVENATO, 2014). No quarto nível estão as necessidades de estima, envolvendo a maneira como o indivíduo enxerga a si, como a doação de esforços, recompensas de aprovação social, respeito, status e prestígios. A frustação desses elementos pode ocasionar um sentimento de inferioridade, fraqueza e desamparo. No quinto e mais elevado nível está a autorrealização do indivíduo, que são satisfeitas no momento que se prova - -5 No quinto e mais elevado nível está a autorrealização do indivíduo, que são satisfeitas no momento que se prova da realização pessoal, crescimento e conquista máxima, isto é, aquela sensaçãoque podemos sempre mais, confiando totalmente em nossas competências. (CHIAVENATO, 2014) É fundamental para um administrador entender as motivações de sua equipe, essa ferramenta é um poderoso meio para aperfeiçoar a qualidade de vida dentro de qualquer organização. Teoria dos dois fatores de Herzberg Enquanto a teoria proposta por Maslow refere-se às necessidades de satisfação da vida de um modo geral do indivíduo, Frederick Irving Herzberg, psicólogo americano, adotou abordagens pertinentes ao trabalho do indivíduo. Herzberg seguiu em seu estudo com a pirâmide de necessidades de Maslow, considerando apenas dois grandes grupos: os fatores higiênicos ou frustradores e os fatores motivadores. (CHIAVENATO, 2014) Figura 4 - Fatores motivacionais de Herzberg Fonte: SCOTTCHA, Shutterstock, 2018. Nesse modelo, quando as necessidades primárias não são atendidas, o funcionário acaba frustrando-se, porém, diferentemente do pensamento de Maslow, se as necessidades são atendidas não causam motivação, pois são consideradas condições mínimas de sobrevivência para o ser humano. (CHIAVENATO, 2014) Outro ponto que a visão de Herzberg distancia-se da pirâmide de Maslow é sobre as necessidades de estima e EXEMPLO Um indivíduo encontra-se desempregado há algum tempo e pede uma vaga de emprego em uma empresa. Naquele momento, ele tem apenas o desejo de conseguir um cargo qualquer para receber o salário e atender às necessidades básicas. Após um tempo, será possível encontrá-lo estudando e aprendendo ao máximo, tendo em vista que supridas as necessidades fisiológicas e sociais, o indivíduo desejará prosperar, buscando recompensas de respeito e status dentro da empresa. - -6 Outro ponto que a visão de Herzberg distancia-se da pirâmide de Maslow é sobre as necessidades de estima e autorrealização, que quando não atendidas, não são desmotivadoras, pois naturalmente não são esperadas. Assim, as necessidades sociais estariam presentes nos dois grupos, mas algumas funcionam como agentes desmotivadores e outras como fatores motivacionais. (CHIAVENATO, 2014) Fechamento A motivação está muito presente na vida cotidiana do ser humano, porém é difícil gerenciá-la, e por isso há muitas teorias sobre o tema. Os estudos na área da Administração evidenciam a maneira como o fator motivacional impacta na produtividade dentro das organizações. Assim, sua compreensão é fundamental para auxiliar no gerenciamento de qualquer equipe. A teoria de Maslow compreende que o estágio motivacional de uma equipe possibilita alterar o patamar de produção. Já a perspectiva de Herzberg aproxima-se da anterior, por considerar os fatores de necessidades básicas do indivíduo, mas, ao mesmo tempo, distancia-se quando compreende que alguns fatores são tão básicos que não funcionam como agentes motivacionais. Referências CHIAVENATO, I . 9. ed. Barueri, São Paulo: Manole. 2014. Introdução à Teoria Geral da Administração MAXIMIANO, A. 8. ed. São Paulo: Atlas. 2011Introdução à Administração MONTANA, P. J., & CHARNOV, B. H. 3. ed. São Paulo: Saraiva. 2010Administração. SCHERMERHORN JR. J. . Rio de Janeiro: LTC. 2014Administração - -1 Estilos de Gestão, Processo decisório e Comportamento Organizacional Silvana Bortoluzzi Balconi Introdução Neste tema abordaremos os estilos de gestão clássica da Teoria X e da Teoria Y, compreendendo seus benefícios e contrariedades. No início dos estudos administrativos, pensava-se que todo funcionário era preguiçoso por natureza, entretanto, também descobriu-se que todo indivíduo tem o real desejo em assumir responsabilidades dentro da organização. Mas como podemos enxergar esses conflitos de forma positiva? Como tomar decisões inteligentes nesses momentos? Essas e outras perguntas serão respondidas no decorrer do tema. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • descrever os principais estilos de gestão, embasados na Teoria X e Teoria Y; • conceituar o processo decisório, discutindo a Teoria das decisões; • explicar a Teoria do Equilíbrio Organizacional, a Teoria da Aceitação de Autoridade, a Teoria do Conflito entre objetivos organizacionais e objetivos individuais, reconhecendo como um comportamento organizacional. Teoria X e Teoria Y A Teoria Comportamental recebeu contribuições de grandes autores ao longo da história, esse movimento fez com que processos administrativos dentro das organizações evoluíssem, possibilitando um leque de opções sobre as formas de planejar, organizar, dirigir e controlar os processos e as pessoas. As teorias que vamos estudar influenciaram não apenas na forma de gestão das pessoas, mas também na forma como se divide o trabalho. (CHIAVENATO,2014) • • • - -2 Figura 1 - Leque de opções Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2018 Após algumas críticas feitas por Taylor sobre os estudos de Elton Mayo, no que tange ao gerente como principal articulador das condições de trabalho, que utiliza recompensas e punições para motivar o funcionário, Douglas McGregor, economista nos anos 1960, apresentou novas concepções sobre o trabalhador, definindo a Teoria X e Teoria Y. (CHIAVENATO,2014) McGregor, ao apresentar as duas teorias, propõe estilos antagônicos de administrar uma empresa. A Teoria X está fundamentada na teoria tradicional, isto é, mecanicista e pragmática. Na prática, quando um administrador aplica a teoria X, isto implica em estruturar arbitrariamente um esquema de trabalho, de cima para baixo, que passa a controlar o comportamento dos subordinados. (CHIAVENTATO, 2014) A teoria X parte do pressuposto que as pessoas são preguiçosas por natureza e precisam do trabalho apenas como necessidade para ganhar dinheiro, assim, para motivar os funcionários dentro da organização o gerente deveria agir de forma firme, impositiva e controladora. Já a Teoria Y acredita que as pessoas não necessitam dessas ameaças para serem motivadas, pois o indivíduo é responsavelmente capaz por suas funções. (MONTANA & CHARNOV, 2010) A Teoria Y é o oposto da Teoria X. A moderna concepção de administração baseia-se em fundamentos e premissas atuais, sem preconceito em relação à natureza humana. Esta teoria vale-se de uma visão otimista da natureza do trabalhador, orientando aos gerentes que abordem o lado psicológico do funcionário. (MONTANA; CHARNOV, 2010) A tabela a seguir apresenta as descrições feitas por McGregor. - -3 Figura 2 - A Teoria X e a Teoria Y de McGregor Fonte: MONTANA; CHARNOV, 2010, p. 25. De acordo com a Figura 2, podemos observar as características analisadas sobre os funcionários dentro das organizações. Assim, para que haja colaboradores mais dispostos e produtivos nas empresas, a Teoria Y defende que é necessário delegar autoridades para níveis mais baixos, tornar os cargos mais interessantes, aumentar o nível de responsabilidade e criar novas recompensas para motivar o trabalhador. (MONTANA; CHARNOV, 2010) Processo decisório O processo decisório é aquilo que envolve o ato de tomar uma decisão, este processo era pouco explorado antes do behaviorismo na Teoria das Organizações. Assim, segundo Motta (1970, p.104) “(...) o behaviorismo veio preencher essa lacuna teórica, colocando grande ênfase no processo de tomada de decisão, que considera central na administração”. Desse modo, diversas técnicas foram criadas para auxiliar às organizações durante os processos de seleção de futuros gerentes, tendo em vista que é muito importante um administrador saber como tomar decisões. Assim, os candidatos são avaliados pela aptidão para analisar e resolver problemas, individualmente ou em grupos. (MAXIMIANO, 2011) - -4 Figura 3 - Tomada de decisões Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2018. Dentro desse contexto, há dois tipos de decisões: as decisões programadas e não programadas. As decisões programadas são utilizadas para questões bem compreendidas, problemas altamente estruturados, rotineiros e repetitivos. Assim, uma vez tomada as decisões, as próximas serão muito semelhantes. Já as decisões não programadas destinam-se a problemas pouco estruturados, singularese que acontecem esporadicamente. ( MONTANA; CHARNOV, 2010) O processo de tomada de decisões apresenta algumas fases, são elas: • identificação do problema; • diagnóstico; • geração das alternativas; • avaliação das decisões. (MAXIMIANO, 2011) FIQUE ATENTO As decisões programadas são rotineiras, já as decisões não programadas são inusitadas. • • • • - -5 Teoria do Equilíbrio Organizacional A Teoria do Equilíbrio Organizacional apresenta qual medida um gestor deve implantar na organização, dada a quantidade de diferentes participantes que interagem por meio de uma diferenciação de tarefas. Desse modo, a partir da divisão do trabalho, que envolve empregados, investidores, fornecedores e clientes, as ações organizacionais devem voltar-se para a perspectiva da reciprocidade para, assim, chegar a um estágio de equilíbrio. (CHIAVENATO, 2014) Teoria da Aceitação de Autoridade A Teoria da Aceitação de Autoridade está relacionada à ideia da efetividade da autoridade, ou seja, de ordens a serem cumpridas. Os estudos de Chester Barnard (1886-1961) concluíram que um indivíduo apenas obedece a uma ordem quando é capaz de entendê-la, a julga compatível com os objetivos da empresa ou pessoais ou sente- se capaz de cumpri-la. Assim, a aceitação da autoridade depende do subordinado em aceitá-la ou não, e não do gerente em ordená-la. (CHIAVENATO, 2014) Desta forma, os motivos pelos quais o indivíduo aceita ordens e decisões definem as relações de autoridade, podendo ser por confiança, por identificação, por sanções ou por legitimação. (MOTTA, 1970) SAIBA MAIS Para saber mais sobre a tomada de decisões no contexto administrativo consulte a obra , de Maximiano (2011). O livro apresenta algumas ferramentasIntrodução à Administração para resolver os problemas dentro das organizações Estas técnicas auxiliarão o gestor a resolver problemas de forma mais clara e, assim, tomar decisões mais precisas. (MAXIMIANO, 2011) EXEMPLO Um exemplo de equilíbrio organizacional é quando a empresa investe em cursos de capacitação para seus funcionários. Ainda que o intuito seja aumentar o número de vendas, o funcionário ao perceber que a empresa está investimento em sua própria qualificação, esforça- se para realizar um bom trabalho. - -6 Teoria do Conflito: entre objetivos organizacionais e individuais A Teoria do Conflito apresenta a divergência entre os objetivos organizacionais e os individuais. Barnard e Chris Argyris, foram dois behavioristas que contribuíram para o desenvolvimento desse pensamento. Esta teoria acredita que quando a empresa confia tarefas medíocres, isto é, com poucas chances de expressão dos funcionários, eles tendem a não valorizar seu trabalho e se comportam de forma hostil. (CHIAVENATO, 2014) Figura 4 - Objetivos organizacionais Fonte: Shutterstock, 2018. Aproximando a Teoria do Conflito à Teoria do Equilíbrio, vamos imaginar que se um funcionário não recebe responsabilidades para desenvolver seu cargo, ele também não irá responsabilizar-se pela empresa, assim, surgindo um conflito, ou seja, um desiquilíbrio entre funcionários e a empresa. Entretanto se a empresa demandar maior criatividade e responsabilidade do indivíduo, terá um funcionário criativo e responsável, havendo um equilíbrio. Desse modo, o trabalho realizado é eficaz e poderá almejar os objetivos de lucro, capital e potencial humano. (CHIAVENATO, 2014) Os conflitos podem ser analisados como destrutivos ou construtivos. O conflito será destrutivo quando consome tempo e recursos gerenciais, que normalmente são limitados e atrapalham o fluxo e a eficácia da comunicação organizacional. Já o conflito construtivo é aquele que gera uma situação de estímulo e inovação para a resolução de problemas, apontando para opções não pensadas antes. (MONTANA; CHARNOV, 2010) FIQUE ATENTO A Teoria do Conflito estabelece uma correlação entre a empresa e o funcionário, ou seja, um depende do outro para acontecer. O alcance dos objetivos de um não pode prejudicar o objetivos do outro. (CHIAVENATO, 2014) - -7 Fechamento Neste tema vimos os diferentes estilos de gestão dentro da organização. Estudamos a Teoria X, que concentra-se no comportamento dos subordinados, e a Teoria Y, que destaca-se pela visão participativa e pela preocupação com os valores humanos. Além disso, estudamos a Teoria do Equilíbrio que manifesta a reciprocidade ou retribuição de recompensa entre as partes envolvidas na organização (empresa, clientes, investidores, funcionários), e a Teoria do Conflito, que auxilia a compreender comportamentos para ter o melhor de cada uma das partes, podendo ajustar tanto os objetivos da empresa quanto dos funcionários. Referências CHIAVENATO, I. . 9. ed. Barueri, São Paulo: Manole.2014.Introdução à Teoria Geral da Administração MAXIMIANO, A. 8. ed. São Paulo: Atlas.2011.Introdução à Administração. MONTANA, P. J., & CHARNOV, B. H. 3. ed. São Paulo: Saraiva.2010.Administração. MOTTA, F. C. O Behaviorismo na Teoria das Organizações. 1970. 97 - 113.rev. Adm. Emp. SCHERMERHORN JR., J. Administração. Rio de Janeiro: LTC.2014 - -1 Teoria da Delimitação dos Sistemas Sociais Silvana Bortoluzzi Balconi Introdução Sabemos que dividir espaços nem sempre é fácil, entre os indivíduos e as organizações não é diferente. Em nossa vida, estamos cercados por organizações, sejam elas simples, como a igreja da comunidade, ou grandes organizações mundiais, como Organização Mundial do Comércio -OMC. Assim, estabelecer os limites dos espaços que cada organização ocupa na sociedade faz estabelecer o equilíbrio organizacional. E a Teoria das Organizações pode nos auxiliará a entender este processo. Neste tema, compreenderemos a Teoria da Delimitação dos Sistemas Sociais, seus enclaves sociais, sua razão, origem e a evolução de seu significado, por meio das correntes filosóficas. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • definir os conceitos de normas e hierarquia; valores e objetivos; e ação social e relações ambientais, interpretando a teoria da delimitação dos sistemas sociais. A Teoria dos Sistemas Sociais A Teoria da Delimitação dos Sistemas Sociais (TDSS) teve sua origem na Sociologia. Muitos autores estudaram as relações entre indivíduo e organizações, entre eles Alberto Guerreiro Ramos (1989), que realizou descobertas importantes para o entendimento dessa relação. (SOUZA;ORNELAS, 2015) Entre os séculos XVI e XVIII, a Filosofia considerava que para haver harmonia e estabilidade social, o indivíduo deveria gozar das paixões e reprimir tudo que era considerado destrutivo, pois até o momento o interesse estava relacionado ao conjunto de aspirações do indivíduo e não a aspectos materiais. Algumas correntes filosóficas da corte alteram este pensamento, assim, a busca por bens materiais e enriquecimento passam a ser socialmente aceitos, e não se faz mais necessário controlar as paixões do indivíduo. (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) • - -2 Figura 1 - O enriquecimento socialmente aceito Fonte: Lightspring, Shutterstock, 2018. No século XIX e XX, o controle e a estabilidade social começam a estar relacioandos à riqueza material, surgindo o paradgmia econômico. Além disso, as empresas proliferam-se e começam a controlar a establidade e impor a ordem na vida social humana. Desse modo, as paixões e os interesses próprios dependem do comportamento do mercado (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004). Entretanto, o mercado não foi capaz de suprir todas as necessidades individuais, a sociedade esperava serviços de qualidade e, no entanto, as organizações estavam preocupadas com os lucros. Este movimento em que o mercado é considerado como ponto de referência para a organização social é chamado de paradigma de mercado unidimensional. (SCHROEDER ;SCHROEDER, 2004 Figura 2 - Racionalidade Instrumental x Substantiva Fonte: ASDF_MEDIA, Shutterstock, 2018. Porém, a necessidade do mercado em suprir, exclusivamente, as demandas da sociedade não era favorável. Assim, tornou-se necessário abrir espaço para outras organizações, que não só as financeiras, para auxiliarno processo de estabilidade social. (SCHROEDER ;SCHROEDER, 2004) - -3 Razão substantiva e razão instrumental A TDSS percebeu que só seria possível estabelecer limites entre as organizações a partir do modelo social multidimensional. Esta organização multidimensional refere-se a dois atores fundamentais: o paradigma paraeconômico e o posicionamento do governo. O primeiro diz respeito ao o mercado e as organizações financeiras dividirem espaços com as organizações sem fins lucrativos. E o segundo é o posicionamento do governo para resolução de questões sociais básicas. (BOEIRA; MUDREY, 2010) Neste ponto, esta teoria tem como concepção sociológica a ideia de que o homem pode exercer suas escolhas, a partir da razão. Segundo Souza e Ornelas (2015, p.448) a razão “habilita o indivíduo a distinguir entre o bem e o mal, entre o conhecimento falso e o verdadeiro e, assim, a ordenar sua vida pessoal e social”. A partir disso inicia- se os estudos sobre as duas dimensões que a razão apresenta: a razão substantiva e a instrumental. (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) Figura 3 - Mercado unidimensional Fonte: Nav, Shutterstock, 2018 A razão substantiva orienta as escolhas do indivíduo no sentido de controlar suas paixões, envolvendo valores, crenças e virtudes. Enquanto que a razão instrumental orienta o indivíduo a agir de forma ambiciosa e interesseira para alcançar seus objetivos. Logo, a racionalidade humana imersa no âmbito econômico acaba por desprezar a racionalidade substantiva e enfatizar a racionalidade instrumental. (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) Dessa forma, os processos organizacionais envolvem hierarquia e normas, valores e objetivos e ação social e relações ambientais, direcionam a atuação do indivíduo, que depende da racionalidade, podendo ser pela razão instrumental ou pela razão substantiva. (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) O objetivo da TDSS está em emergir a aplicação da racionalidade plena, ou seja, desfrutar tanto do potencial da racionalidade instrumental como da substantiva, convergindo ao desafio de superar a internalização do mercado como fonte exclusiva de orientação da vida social. (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) - -4 Os processo organizacionais Os processos organizacionais estudados por Serva (1997), dividem-se em onze. Entretanto, os três: hierarquia e normas, valores e objetivos, ação social e relações ambientais, são os que nos interessam para compreender a realidade da organização, quanto ao tipo de atuação racional dos indivíduos, pois são considerados processos organizacionais essências. • Normas e Hierarquia: o significado está associado aos diferentes comportamentos pelo qual o poder é exercido. São os arranjos que apresentam a estrutura hierárquica e as condições para a ocupação de cargos, enquadrando-se as normas, que podem ser escritas ou não, a elaboração delas e a difusão na organização, definindo as posições a serem ocupadas, evitando conflitos e enfrentamentos desnecessários. (BOEIRA; MUDREY, 2010) • Valores e Objetivos: é a forma como os indivíduos interagem perante o grupo para sua realização pessoal. Os valores e objetivos demonstram a intenção de agir pelo bem ou pelo mau, pelo certo ou errado. Se analisados pela perspectiva substantiva esses emergiriam da atuação do indivíduo, mais preocupada para com o bem-estar, a qualidade de vida e o autoconhecimento (SERVA, 1997). • Ação Social e Relações Ambientais: estão direcionadas para o estabelecimento da empresa no meio social a partir de suas as ações. Segundo Serva (1997, p. 28) referem-se aos “valores emancipatórios responsáveis por direcionar a ação social da empresa, compor o sistema de valores principais da organização, povoar suficientemente o imaginário do grupo alicerçando os processos de reflexão coletiva sobre a empresa”. A partir desses processos organizacionais, podemos compreender como atuam os indivíduos dentro das organizações. A racionalidade, modificada pelos organizações e mercados econômicos, é categorizada sob duas perspectivas: racionalidade instrumental e racionalidade substantiva. FIQUE ATENTO A aplicação da racionalidade plena é desfrutar tanto do potencial da racionalidade instrumental como da racionalidade substantiva. • • • EXEMPLO Um exemplo de análise dos processos organizacionais essências é em uma organização em que a hierarquia é baseada no respeito mútuo, sem imposições rígidas e que os valores e objetivos são vistos com liberdade. - -5 racionalidade instrumental e racionalidade substantiva. Figura 4 - Comparativo da racionalidade Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em SERVA (1997). A figura anterior apresenta os três processos organizacionais e a cada um deles está vinculado aos valores que cada racionalidade apresenta. A compreensão é de que essas definições são concorrentes, mas, ao mesmo, são complementares. Ao analisar esses processos, define-se o tipo de racionalidade que cada organização institui internamente para seu funcionamento. (BOEIRA; MUDREY, 2010) Há ainda críticas quanto a utilização predominante da racionalidade instrumental em razão da racionalidade substantiva. Em estudos realizados em empresas durante análise dos processos organizacionais, não foi possível observar o compartilhamento dessas duas racionalidades empiricamente, pois a “racionalidade substantiva na gestão das empresas, por meio de exemplos reais, apenas se observou na tomada de decisão, na divisão do trabalho, no controle, no estabelecimento de normas, na comunicação e em outras variáveis tipicamente administrativas”. (SERVA, 1997, p.26) A hegemonia da racionalidade instrumental prevalece na economia moderna, pelo seu caráter utilitarista, SAIBA MAIS Para saber mais sobre os conceitos organizacionais e as racionalidades, leia o artigo Teoria da , de Boeira & Mudrey (2010).Delimitação de Sistemas Sociais em Duas Unidades da Uni-Yôga FIQUE ATENTO É fundamental que o compartilhamento seja tanto instrumental quanto substantivo, para não haver apenas um domínio de sistema. - -6 A hegemonia da racionalidade instrumental prevalece na economia moderna, pelo seu caráter utilitarista, impessoal e mecanicista. No entanto, os conceitos como comunicabilidade, inerentes a “psique humana por meio de atributos éticos e morais, constituem, provavelmente, a melhor alternativa sustentável para a reversão do processo de unidimensionalização.” (SOUZA;ORNELAS, 2015, p 438). Fechamento Neste tema, compreendemos como acontece o movimento entre os diferentes sistemas sociais, sob a óptica da Sociologia, do entendimento da razão e da racionalidade que move os indivíduos e os orienta de forma contínua pela busca da estabilidade social. Identificamos a evolução da saciedade das necessidade e das paixões humanas, que muda com a ausência das organizações, o pois o indivíduo começa a controlar os próprios interesses. Estudamos as diferenças da racionalidade instrumental e da racionalidade substantiva. Enquanto a primeira prioriza um comportamento mercadológico e de individualismo, a outra considera o indivíduo agindo em prol das virtudes. Além disso, analisamos os processos organizacionais a partir dos conceito de: hierarquia e normas, valores e objetivos, ação social e relações ambientais. Referências BOEIRA, S. L; MUDREY, D. Teoria da Delimitação de Sistemas Sociais em duas unidade da Uni-Yôga. Revista . 2010. p 157-173. Disponível < Organizações e Sociedade . https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes /article/view/11099 > Acesso em 11/09/18. SCHROEDER, J. T; SCHROEDER, I. Responsabilidade Social Corporativa: Limites e Possibilidades. RAE eletrônica, 2004. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676- 56482004000100002&script=sci_abstract&tlng=pt > Acesso em 11/08/18. SERVA, M. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. Revista de Admnistração , 1987. p.18-30.Brasileira SOUZA, G. C., & ORNELAS, A. L. Alberto Guerreiro Ramos e a autonomia dos estudos organizacionais críticos brasileiros: escorços de uma trajetória intelectual. 2015. Disponívelem < Cadernos EBAPE.BR. http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512015000300438 > Acesso em 11/09/18. https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/11099 https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/11099 https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/11099 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-56482004000100002&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-56482004000100002&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-56482004000100002&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512015000300438 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512015000300438 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512015000300438 - -1 Teoria do desenvolvimento Organizacional (DO) Silvana Bortoluzzi Balconi Introdução Neste tema estudaremos as teorias administrativas que apresentam abordagens mais modernas e democráticas, muito próximas ao modelo atual de administração. Mas qual o segredo para adaptar a organização às mudanças do ambiente? Ao estudar sobre o processo, as técnicas e os modelos da Teoria do Desenvolvimento Organizacional entenderemos melhor a estrutura de uma organização. Assim, podemos otimizar os processos, pois a teoria preocupa-se com a cultura organizacional. Além disso, analisaremos técnicas de gerenciamento e os estilos de gestão que o administrador pode utilizar para entregar os resultados. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • definir e distinguir os principais conceitos da Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO), auxiliando no processo de aprendizagem da Teoria das Organizações. Sobre a Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO) A origem da Teoria do Desenvolvimento Organizacional - DO surge no momento em que a teoria comportamental não consegue acompanhar as mudanças que o ambiente exercia nas organizações. As rápidas transformações sociais, o aumento do tamanho das organizações e as complexidades das tecnologias tornaram necessário repensar a administração das empresas, focando sobre os aspectos inter-relacionados de ambiente, organização, grupo e indivíduo. (CHIAVENATO, 2014) A abordagem DO trabalha com a ideia da resolução de conflitos na organização, utilizando histórias organizacionais já vivenciadas e resgatando situações do passado já resolvidas. (MONTANA;CHARNOV, 2010) Quando definimos processos e estruturas o conceito da DO fica claro, pois a estrutura refere-se a elementos • FIQUE ATENTO Para o processo DO as mudanças organizacionais não podem ocorrer de forma imediata ou provisória, ou seja, apenas de acordo com a urgência do problema. A mudança deve ser planejada (CHIAVENATO, 2014) - -2 Quando definimos processos e estruturas o conceito da DO fica claro, pois a estrutura refere-se a elementos estáticos da organização, como divisão do trabalho, níveis hierárquicos e autoridade. Já os processos que tratam da dinâmica acontecem na comunicação da organização, como as definições de cargos, a cultura organizacional, os estilos de autoridade e as tomadas de decisões, ou seja, tudo que envolve os procedimentos adotados pelas pessoas. Logo, na perspectiva da DO para que haja desenvolvimento de uma organização é necessário modificar os processos da cultura organizacional, ou seja, ir além da estrutura. (CHIAVENATO, 2014) Figura 1 - Cultura na mudança organizacional Fonte: iQoncept, Shutterstock, 2018. A mudança de uma cultura implica em rupturas e desconstruções nada fáceis de enfrentar na organização, no entanto, é a condição básica de sobrevivência em tempos de constantes turbulências. O processo DO leva em consideração o modelo de Kurt Lewin (1947) que envolve três fases: descongelamento, mudança e recongelamento. (CHIAVENATO, 2014) Figura 2 - Processo de Mudança Fonte: CHIAVENATO, 2014, p. 371 A Figura 2 apresenta as etapas das mudanças que ocorrem com foco nos processos, essencialmente, para readaptação da empresa diante das adversidades do mercado competitivo. - -3 O Processo de DO O processo DO dentro da organização ocorre lentamente, porém quando aplicado corretamente transforma o âmbito organizacional. Ainda que dentro da própria abordagem DO autores tenham perspectivas diferentes sobre os processos, todos compartilham do entendimento que a pesquisa e coleta de dados, para realizar o diagnóstico sobre mudança organizacional, é essencial, pois planeja a ação de mudança na organização. (JUNIOR;VASCONCELOS;SILVA, 2010) O processo apresentado pela Teoria de Desenvolvimento Organizacional, mais popularmente realizado, define-se em oito etapas. (CHIAVENATO, 2014) A Figura 3 a seguir apresenta, detalhadamente, as oito etapas. (KOTTER, 1998 Figura 3 - Etapas do processo DO Fonte: CHIAVENATO, 2014, p. 383. As oito etapas do processo DO são: • decisão em utilizar DO - conscientização e decisão da alta administração pela utilização do DO como instrumento de mudança; • diagnóstico inicial - define o melhor modelo e inicia a identificação dos problemas organizacionais; • coleta de dados - coleta e obtenção dos dados apropriados para a solução dos problemas organizacionais EXEMPLO Um exemplo de resolução de conflitos com base na abordagem DO é quando o gerente reúne a equipe para tratar de situações a partir de problemas que já aconteceram no passado, mas que foram superadas com êxito, tornando-se, assim, casos de sucesso. Desse modo, o gerente mostra com exemplos práticos o que pode ser adaptado para a atual situação da empresa • • • - -4 • coleta de dados - coleta e obtenção dos dados apropriados para a solução dos problemas organizacionais a partir de informações dos grupos; • retroação de dados e confrontação - grupos de trabalho são organizados para avaliar e rever os dados obtidos e confrontação entre grupos de trabalho; • planejamento de ação - desenvolvimento de planos de ação pelos grupos de trabalho, visando solucionar os problemas organizacionais; • desenvolvimento de equipes - encorajamento das equipes de trabalho para a análise mais aprofundada e detalhada dos problemas organizacionais, incentivando a comunicação; • desenvolvimento intergrupal - reuniões de confrontação entre as equipes de trabalho visando o melhor relacionamento intergrupal; • aliação e acompanhamento - avaliação e acompanhamento dos resultados por parte do consultor. (CHIAVENATO, 2014, p. 382) As oito etapas ainda podem ser resumidas em três fases distintas: coletas de dados; diagnóstico organizacional e ação de intervenção, que envolvem elementos em cada uma das etapas. (CHIAVENATO, 2014). Assim, dividindo- se em: • coleta de dados - decisão de utilizar DO, diagnóstico inicial, coleta de dados, retroação de dados e confrontação; • diagnóstico organizacional - identificação de problemas, as fraquezas da organização, o planejamento de ação e a solução de problemas; • ação de intervenção - desenvolvimento de equipes, desenvolvimento grupal, avaliação e acompanhamento. (CHIAVENATO, 2014, p. 382) A partir das três fases, utilizam-se várias técnicas para realizar o processo DO e implementar as mudanças organizacionais. Técnicas de DO As técnicas desenvolvidas têm como objetivo aprimorar a eficácia dos indivíduos de modo a melhorar as etapas do processo DO, trabalhando com indivíduos, grupos e a organização como um todo. Neste cenário, destacam-se as seguintes técnicas utilizadas na administração: • técnicas de intervenção para indivíduos - utilizada para desenvolver habilidade de efetividade do indivíduo, como definir seus papéis na empresa, melhorar a forma de percepção por terceiros ou ainda aprimorar habilidades de relacionamento interpessoal, ou seja, o posicionamento dentro do grupo por meio dos ( );T-groups learning groups • técnicas de intervenção para duas ou mais pessoas - orientada para direcionar indivíduos a conhecerem o contexto das organizações e para identificar os processos estratégicos paraa empresa, ou seja, realiza- se o autodiagnostico. Além disso, define o papel do administrador sobre as técnicas para resolutividade, autoridade e competição e torna a comunicação mais eficaz, sem ruídos, com clareza e respostas ágeis entre emissor e receptor. • técnicas de intervenção para criar e desenvolver equipes - utilizada para grupos e um consultor, visa o desenvolvimento da capacidade de encontrar um ponto comum para a equipe e empresa, que gere maior produtividade. Desse modo, é realizada uma autoavaliação e reconhecimento de comportamento por meio de variáveis, minimizando distanciamentos ou de hierarquia. O resulto é um ambiente gaps favorável à criatividade e inovação. • técnicas de intervenção para relações entre equipes - empregada para a relação intergrupal, ou seja, os diferentes grupos dentro da empresa. A principal técnica é o enfrentamento entre equipes em confronto, em que cada uma realiza uma autoavaliação e avalia a outra equipe, baseando-se no relacionamento • • • • • • • • • • • • • - -5 em que cada uma realiza uma autoavaliação e avalia a outra equipe, baseando-se no relacionamento ideal, e, assim, compartilham suas opiniões com propósitos de melhorar as relações e a produtividade na empresa. • técnicas de intervenção para a organização como um todo - é a técnica final das intervenções, pois analisa as relações sob o contexto do de dados ou da retroação de dados. Assim, quanto mais feedback dados os indivíduos receberem maior é a chance de organizar os dados e agir efetivamente. A organização distribui estrategicamente as informações, divulga os resultados a partir de pesquisa internas, realiza discussões periódicas nas diferentes áreas da organização e estabelece ações de informações contínuas, como palestras, programas e planos de trabalho. (CHIAVENATO, 2014) Modelos de DO Os principais modelos da Teoria DO não são considerado inovadores ou revolucionários, pois já existiam e apenas foram adaptados para a utilização de acordo com a ênfase nas mudanças organizacionais. Veremos a seguir aqueles que mais se destacam. • Managerial (Grade gerencial): a grade gerencial está pautada sobre duas variáveis que influenciam Grid diretamente a ação do indivíduo na organização: produção e pessoas. Na Figura 4 a seguir podemos analisar este modelo, que está representado pelo eixo horizontal, dando ênfase à produção, e pelo eixo vertical, enfatizando as pessoas. São cincos pontos que administradores utilizam para trabalhar com sua equipe; • SAIBA MAIS Para saber mais sobre as técnicas de intervenção, leia o artigo Desenvolvimento , de Lobos (1975). O texto evidencia o desenvolvimento dasorganizacional: teoria e aplicações organizações. • - -6 Figura 4 - Esquematização da Grade Gerencial Fonte: Elaborado pela autora, 2018 • Modelo de DO de Lawrence e Lorsch: este modelo propõe o diagnóstico e a ação a partir das concepções de diferenciação e integração, que refletem a capacidade de coordenação da empresa em diferentes atividades para a ação planejada. Além disso, entende que conceito de defrontamentos está na avaliação que cada setor e indivíduo faz sobre o sentimento de reciprocidade daquilo que oferece em razão àquilo que recebe. Assim, se sentimento de reciprocidade diminuir ou desaparecer, pode haver problemas no intercâmbio de recursos materiais, de ideias, de conhecimento, de habilidades e de sentimentos. • Modelo 3-D da Eficácia Gerencial de Reddin: é um modelo pautado na eficácia gerencial do administrador, que trabalha sua capacidade em ser eficaz no alcance dos resultados esperados. A avaliação do gerente será a partir do estilo que escolhe para realizar suas tarefas e os resultados que é capaz de entregar. (CHIAVENTO, 2014) A mudança positiva estimula a organização para inovação, na tentativa de quebrar o retorno aos processos já conhecidos. Apesar das adversidades que possam sugerir, quando o desejo é mudança na organização, faz-se necessário olhar para as principais áreas de problemas, que residem nas relações de defrontamentos, sejam elas entre organização e o ambiente, entre diferentes grupos ou entre os indivíduos e a organização. (CHIAVENATO, 2014) • • FIQUE ATENTO O administrador sempre deve estar atento às mudanças, ser capaz de manter um nível saudável de descontentamento em relação aos resultados e assim manter a equipe sempre alerta para inovar, para acompanhar a volatilidade do mercado. (CHIAVENATO, 2014) - -7 Fechamento Neste tema, compreendemos como as organizações são assessoradas e quais as ferramentas que as possibilitam mapear os problemas internos e traçar novos objetivos, com o intuito de permanecerem no mercado. Entendemos que para haver desenvolvimento organizacional é preciso que a empresa tenha motivação, pois a organização precisa ter fôlego para enfrentar o processo de mudança. Estudamos as etapas do processo DO que se inicia pela coleta de dados, na qual abrange a decisão de utilizar DO, depois passa para o diagnóstico do modelo ideal a ser utilizado, até a ação de intervenção, que abrange o desenvolvimento e encorajamento das equipes e avaliação e acompanhamento dos resultados. Compreendemos os modelos DO que mais se destacam, como: ou Grade Gerencial; Modelo de DO de Lawrence eManagerial Grid Lorsch; e Modelo 3-D da Eficácia Gerencial de Reddin Referências BOEIRA, S. L; MUDREY, D. Teoria da Delimitação de Sistemas Sociais em duas unidade da Uni-Yôga. rev. (O&S). 2010. Disponível em <https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaoesOrganizações & Sociedade /article/view/11099> Acesso em 05/09/18. CHIAVENATO, I. 9. ed. Barueri, São Paulo: Manole. 2014.Introdução à Teoria Geral da Administração. JUNIOR, A. D., VASCONCELOS, K. C; SILVA, P. D. Desenvolvimento organizacional e a formação de lideranças: um estudo no setor de papel e celulose. R. Adm. FACES Journal,abril-jun, 2010 p.. 15-31 KOTTER, J. Organization dynamics: diagnosis and intervention. (Addison-Wesley, Ed.) Reading.1978. LOBOS, J. Desenvolvimento organizacional: teoria e aplicações. . 1975.Revista de Admnistração de Empresas p. 21-32 MAXIMIANO, A. 8. ed. São Paulo: Atlas.2011.Introdução à Administração. MONTANA, P. J., & CHARNOV, B. H. 3. ed. São Paulo: Saraiva.2010.Administração. MOTTA, F. C. O Behaviorismo na Teoria das Organizações. 1970 p. 97 - 113Revista Adm. Emp, . SCHERMERHORN JR., J. Rio de Janeiro: LTC, 2014.Administração. - -1 A abordagem comportamentalista e as organizações Silvana Bortoluzzi Balconi Introdução Neste tema, estudaremos os pontos da abordagem comportamental, que são capazes de realizar grandes mudanças quando aplicados na organização, como a gestão da qualidade total, o empreendedorismo estratégico e a reengenharia. Compreenderemos a liderança e a comunicação nas organizações, pois uma mensagem sem ruído é muito importante no ambiente organizacional. Além disso, abordaremos a diversidade e a identidade nas organizações, pensando em valorizar as diferenças para otimizar os processos organizacionais. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar temas de interesse na abordagem comportamentalista e nas organizações, prevendo novos contextos da administração. Temas emergentes da Administração As organizações oscilam na mesma proporção das mudanças que ocorrem no mercado. Assim, as pessoas responsáveis por comandarem estes processos, precisam vivenciar o aprimoramento constante, vislumbrando as novas oportunidades (ROBBINS, 2005). Existem três processos, para acompanhar as mudanças de mercado: qualidade total; empreendedorismo estratégico e reengenharia. Vejamos a seguir suas características. Gestão da Qualidade Total A Gestão da Qualidade Total também é conhecida como TQM ( ). O termo faz umaTotal Quality Management alusão às organizações que dispendem esforços para melhorar a qualidade de seus produtos ou serviços. (ROBBINS, 2005) A expressão foi cunhada há mais de 80 anos, mais ainda é muito atual, como o Ciclo PDCA para o controle estatísticode qualidade (MAXIMIANO, 2011). O ciclo PDCA é um grupo de pessoas responsáveis por melhorar os processos de produção, por meio do planejamento e implementação de ações de melhoria, observação dos resultados, correção, quando necessário, e adequação dos processos. Este procedimento irá repetir-se, sempre que necessário, na forma de ciclos, para ajustar processo e manter a qualidade (MONTANA & CHARNOV, 2010). • - -2 Figura 1 - Ciclo PDCA Fonte: Dusit, Shutterstock, 2018. O sucesso da Gestão da Qualidade Total depende do envolvimento de todos dentro da organização, tanto direção quanto do operacional da empresa. Este modelo determina que uma equipe, entre 8 e 10 funcionários, seja treinada semanalmente para realizar vistorias e corrigir problemas, recomendado soluções para aumentar a eficiência dos processos (MONTANA;CHARNOV, 2010). Neste modelo, os funcionários são os principais responsáveis pelo elevado padrão de qualidade. A esquipe recebe empoderamento para assumir o controle da situação. (CHIAVENATO, 2014). Empreendedorismo Estratégico O empreendedorismo estratégico direciona a empresa a vislumbrar oportunidades no mercado que possam ser aproveitadas de forma estratégica para alavancar o potencial, as vendas ou a visibilidade no mercado. (HITT, IRELAND, & HOSKISSON, 2008) Nesse sentido, o termo empreendedorismo refere-se a detectar as oportunidades e apropriar-se das ideias diferenciadas, sempre acompanhando as táticas dos concorrentes. Já o termo estratégico incumbe-se de gerenciar de forma eficaz os processos para aproveitar essas oportunidades. (HITT, IRELAND;HOSKISSON, 2008) O empreendedorismo estratégico só é possível quando na empresa há pessoas com um perfil empreendedor. Por FIQUE ATENTO O controle na Gestão de Qualidade Total é descentralizado, pois está baseado no empoderamento ( ) das pessoas envolvidas nos processos. (CHIAVENATO, 2014)empowerment - -3 O empreendedorismo estratégico só é possível quando na empresa há pessoas com um perfil empreendedor. Por isso, é necessário saber identificá-los, para aprimorar suas habilidades, tendo em vista que são uma poderosa ferramenta para a organização. Quando há funcionários com este perfil é preciso oportunizar novas formas de operacionalização, gerando produção e motivação a toda organização. (FILION, 2010) Reengenharia A reengenharia surgiu como forma de reação aos impactos que as organizações sofreram pela volatilidade do mercado, mas que não foi possível acompanhar. Desse modo, a organização precisou se reinventar, modificar processos, começando do zero, se necessário. (CHIAVENATO, 2014). A reengenharia é a noção de refazer tudo, não apenas organizar de outra forma. Por isso, se trabalha a ideia de revisar os processos e substituí-los por outros novos processos, a fim de atender uma demanda vigente (CHIAVENATO, 2014). Liderança nas organizações A abordagem comportamental estuda a liderança para entender o que de fato funciona na aplicabilidade de administração de organizações. Este estudo analisa as relações entre funcionário, gerente e resultados alcançados, proporcionando aprofundamento sobre a origem e a eficácia da liderança. (MONTANA & CHARNOV, 2010) . A liderança é a ação do líder sobre determinado grupo, na busca por objetivos, não usando da coerção, mas da SAIBA MAIS Para saber mais sobre formação empreendedora, leia o artigo Empreendedorismo e , de Filion (2000). O estudo égerenciamento: processos distintos, porém complementares pautado tanto na pesquisa sobre empreendedorismo quanto na criação e administração de programas educacionais, voltados para empreendedorismo e pequenos negócios. EXEMPLO Vamos imaginar a situação hipotética a seguir: em um Campus universitário, o diretor centraliza as decisões de todas as subunidades. Em cada uma delas está designada uma chefia imediata, que responde pelas decisões sobre aquele setor, ou seja, o gerenciamento das pessoas e os recursos financeiros. Desse modo, o diretor apenas controla os resultados das equipes. Isto caracteriza um exemplo de reengenharia. - -4 A liderança é a ação do líder sobre determinado grupo, na busca por objetivos, não usando da coerção, mas da influência de seus comportamentos. O líder exerce domínio e comando a partir de atitudes, influenciando o comportamento do grupo conforme os objetivos. (MAXIMIANO, 2011) Figura 2 - A figura do líder Fonte: CoraMax, Shutterstock, 2018. O administrador pode manter o controle e a autoridade, ao mesmo tempo, que proporciona aos subordinados autonomia na tomada de decisões, pelo estilo democrático. (CHIAVENATO, 1979) As dimensões das lideranças são estudas sob dois aspectos: a primeira é quando o líder apresenta um comportamento direcionado para a tarefa, isto é, designa-se tarefas para gerenciar a equipe e analisar resultados; e a segunda refere-se ao comportamento direcionado para o indivíduo, ou seja, é o tratamento do gerente com a equipe. (MONTANA; CHARNOV, 2010) Os estilos de liderança que um líder pode utilizar são vários, mas o que influencia esta escolha são os resultados alcançados e a satisfação da equipe (MAXIMIANO, 2011) . A figura a seguir apresenta os principais estilos de liderança. - -5 Figura 3 - Estilos de lideranças Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em JUNIOR;VASCONCELOS;SILVA, 2010, p.24. O melhor estilo de liderar, considerando a ênfase nas tarefas e a ênfase no funcionário, é aquele que o gestor consegue atrelar o espírito de equipe entre os funcionários junto com a maior quantidade de produção. (MAXIMIANO, 2011) . Atualmente, a grande tendência sobre liderança está fundamentada na autogestão dos funcionários, ou seja, sob certas condições os funcionários atuam com eficácia sem a necessidade de um líder. Porém, há algumas condições necessárias para que isto ocorra, como os funcionários conhecerem o processo de autogestão, possuírem tarefas estruturadas e flexíveis às novas circunstâncias. Além disso, a organização precisa permitir a autonomia, a autogestão e a capacitação permanente. (MAXIMIANO,2010) FIQUE ATENTO Não há um modelo pronto para seguir quando falamos de liderança na organização. O gestor deve encontrar um modo que consiga equilibrar a maior quantidade de produção e a melhor relação dos funcionários. - -6 A comunicação nas organizações A importância da comunicação é concludente, quanto melhor a comunicação mais qualidade nas relações interpessoais, seja para motivar, delegar, orientar, negociar, avaliar ou desenvolver competências que proporcionam uma comunicação eficaz. Esta é uma condição essencial dos administradores e demais indivíduos (MAXIMIANO, 2011) . No processo de comunicação é imprescindível que exista a transmissão de informação e o significado, abrangendo as seguintes etapas: emissor; receptor; mensagem; canal de comunicação; ruídos e feedback. É possível perceber estes elementos na figura a seguir. Figura 4 - Processo de comunicação Fonte: MAXIMIANO, 2010, p.305 O processo de comunicação ocorre com base em um canal de comunicação, que pode ser telefone, carta, e-mail, conversa. O emissor ao codificar a mensagem (sons, letras, idiomas) irá transmiti-la para o receptor. Este irá decodificar e interpretar a mensagem, para depois retornar a informação ao emissor. Este retorno é o que chamamos de feedback, quando o emissor sabe que a mensagem chegou. (MAXIMIANO, 2011) Quando a mensagem não chega da forma prevista, supõe-se que há ruídos e interferências que a distorceram. Há muitos elementos que influenciam esta entropia, como desatenção do receptor, a dificuldade de expressão do emissor, a linguagem incorreta, etc. Portanto, é o feedback que sinaliza a eficácia da comunicação. (MAXIMIANO, 2011) - -7 A diversidade e identidade nas organizações A diversidade dentro do ambiente organizacional é capaz de oportunizar um ambiente repleto de “troca de informações sobre experiências, valores, atitudes e a apreensão de novas abordagens, estimulando a criatividade, a flexibilidade, a inovação e a mudança, além de aprimorar o processo decisório”.(SARAIVA; IRIGARAY, 2009,p.339) Porém, alguns indivíduos tornam-se alvo de discriminação, devido a alguns estereótipos, como cor de pele, preferências sexual, altura, etc., que podem ser consideradas como identidades minoritárias. Por isso, é preciso estar atento aos sinais de preconceitos que possam existir dentro da organização, no esforço de criar um ambiente em que as diferenças beneficiem as trocas de experiências. (SARAIVA;IRIGARAY, 2009) Fechamento Neste tema, estudamos as pessoas como os principais agentes para melhorar o desempenho das organizações. Compreendemos a Gestão da Qualidade Total, que entende que o sucesso depende do empoderamento dos funcionários. Abordamos o empreendedorismo estratégico, que é fundamental para inovação e vislumbre de novas oportunidades. Além disso, entendemos como a liderança, em sua totalidade, possui papel fundamental para articular as relações na organização. Por fim, interpretamos o conceito de comunicação dentro dos ambientes organizacionais, com todos os elementos que envolvem esta prática, como emissor, receptor, mensagens, ausência de ruídos e .feedback Referências CHIAVENATO, I. . vol.1.São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979. Teoria Geral da Administração _____. . 9. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2004.Introdução à Teoria Geral da Administração FILION, L. J. Empreendedorismo e gerenciamento: processos distintos, porém complementares. Revista de . jul./set. de 2000. p.2-7.administração de empresas. HITT, M. A., IRELAND, R. D., & HOSKISSON, R. E. competitividade e globalização. 2.Admnistração Estratégica: ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. JUNIOR, A. d., VASCONCELOS, K. C., & SILVA, P. d. Desenvolvimento organizacional e a formação de lideranças: um estudo no setor de papel e celulose. abril/junho de 2010. p.15-31.R. Adm. FACES Journal. MAXIMIANO, A. . 8. ed. São Paulo: Atlas, 2011.Introdução à Administração MONTANA, P. J., & CHARNOV, B. H. . 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.Administração ROBBINS, S. P São Paulo: Saraiva, 2005.. Administração Mudanças e Perspectivas. SARAIVA, L. A., & IRIGARAY, H. A. Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso? .ERA 2009. p. 337-348. SCHERMERHORN JR., J. Rio de Janeiro: LTC, 2014.Administração. - -1 Teoria de sistemas e suas aplicações à Administração Carlos Augusto Correia Lima Reis Introdução Nesta aula abordaremos a Teoria de Sistema e suas aplicações compreendendo o contexto da Administração de empresas. A Teoria de Sistema ou Teoria Geral dos Sistemas - TGS é um conteúdo, dentre outros, que compõem a disciplina Teoria da Organizações. Você sabe o que é um sistema? O que significa a sigla TGS? Qual sua principal finalidade? Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo do tema. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • definir os principais conceitos de sistemas e a Teoria da Informação, identificando suas aplicações à administração. Principais conceitos de sistemas Embora o conceito de sistema seja abstrato, o que dificulta um pouco seu entendimento, precisamos entende-lo para melhor compreensão da Teoria de Sistemas. A definição clássica de sistema é “um conjunto de elementos interagentes e interdependentes relacionados cada um ao seu ambiente de modo o formar um todo organizado” (SILVA, 2008, p.320). Um sistema pode ser entendido como um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado e cujas características são diferentes de suas unidades, caso estas funcionassem independentemente. (CHIAVENATO, 2003) Assim, é possível notar as semelhanças entre as definições e destacar os elementos que elas possuem em comum, conforme podemos observar na figura a seguir. • - -2 Figura 1 - Comparando os conceitos de sistemas Fonte: Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Ao compararmos as semelhanças e diferenças entre as definições propostas por Silva (2008) e Chiavenato (2003), já é possível apresentarmos uma definição própria, assim, sistema é um conjunto de elementos interdependentes que formam um todo organizado. A Teoria de Sistemas ou Teoria Geral dos Sistemas - TGS, foi criada pelo biólogo europeu Ludwig von Bertalanffy, no início do século XX. Essa teoria propõe que a organização funcione como um organismo vivo, da mesma forma que um sistema. (CHIAVENATO, 2003) Dentro da Teoria das Organizações destacam-se dois pensadores: Taylor e Fayol, ambos engenheiros, que deram origem as teorias clássicas administrativas, no início do século XX. Assim, Bertalanffy apesar de ter feito uma grande contribuição para a área administrativa, não tem papel de destaque como Taylor e Fayol. (MAXIMIANO, 2012) Dessa forma, podemos destacar que as contribuições da TGS para a Administração foram: incorporar elementos FIQUE ATENTO Sistema é compreendido como um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado e cujas características são diferentes das suas unidades, caso estas funcionassem independentemente. (CHIAVENATO, 2003) SAIBA MAIS Para conhecer mais a respeito de sistemas leia a obra (1973), deTeoria Geral dos Sistemas Ludwig von Bertalanffy. Além de abordar os conceitos, o livro apresenta a história da Teoria de Sistemas. - -3 Dessa forma, podemos destacar que as contribuições da TGS para a Administração foram: incorporar elementos e conceitos da biologia à administração; compreender a organização como um sistema aberto que interage com o seu meio; e comparar a empresa a um organismo vivo. A figura a seguir apresenta uma análise comparativa entre a Abordagem Clássica da Administração e a Teoria Geral dos Sistemas. Dessa forma, podemos destacar que as contribuições da TGS para a Administração foram: incorporar elementos e conceitos da biologia à administração; compreender a organização como um sistema aberto que interage com o seu meio; e comparar a empresa a um organismo vivo. A figura a seguir apresenta uma análise comparativa entre a Abordagem Clássica da Administração e a Teoria Geral dos Sistemas. Figura 2 - Comparação entre a Abordagem Clássica e a Teoria de Sistemas Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2003. O quadro indica de forma sintetizada que a TGS provocou uma ruptura no modelo clássico, na metade do século XX. Portanto, os elementos básicos de um sistema são: entradas, processamento, saídas e feedback. A compreensão destes elementos é fundamental para entendermos a Teoria da Informação. Para isso precisamos compreender a definição de cada um desses conceitos. • Entradas (input): tudo que entra em um processo e que passa por uma transformação. Tem origem ambiental e pode ser: matéria prima, dados, pessoas, recursos financeiros, entre outros; • Processamento: é o elemento que transforma as entradas recebidas em futuras saídas. Este elemento é essencialmente organizacional, ou seja, ocorre dentro da empresa; • Saídas (output): tudo aquilo que sai de um processo. Geralmente esses elementos organizacionais são produtos ou serviços e são destinados ao ambiente, ou seja, local externo à organização; • Feedback: também conhecido como realimentação ou retroalimentação, e o elemento que serve para avaliar se os objetivos do sistema foram atingidos. Frequentemente a avaliação das saídas gera uma oportunidade para melhorar as entradas ou o processamento. (SILVA, 2008, p. 305-306) Todos esses elementos são considerados como estrutura do sistema, pois se o sistema se alterar, mesmo assim, você será capaz de reconhece-lo. (MAXIMIANO, 2012) • • • • - -4 Outro conceito importante para esta teoria é a ‘caixa preta’ ou que consiste em um sistema oublack box, processo cujo interior não pode ser acessado por dois motivos: quando o sistema é impenetrável ou quando é muito complexo e de difícil explicação. A figura, a seguir, demostra a interação entre os elementos sistêmicos e o ambiente organizacional. Figura 3 - Elementos sistêmicos & ambiente organizacional Fonte: SILVA, 2008, p. 326. A observação e análise da figura nos permite identificar a organização como um sistema aberto, ou seja, com uma interaçãocom o seu meio. A influência da biologia traz consigo a ideia de sistemas biológicos, como o sistema nervoso central, sistema sanguíneo, sistema endócrino, sistema circulatório etc. A concepção de sistema é muito presente em nossa sociedade, tendo em vista que temos o sistema solar, financeiro, de tecnologia, social, político, de comunicação. Por isso, a ideia de sistemas é multidisciplinar, pois perpassa diversas áreas do conhecimento. (MAXIMIANO, 2012) EXEMPLO Veja um exemplo de alguns elementos do sistema no processo produtivo de uma empresa: • Fornecedores: empresa Alfa; • Entradas: pés e suporte; • Processo: Departamento de Produção; • Saída: cadeira; • • • • • Cliente: empresa Ômega;• - -5 Teoria da Informação Toda teoria está imbricada em alguma abordagem, assim, a Abordagem Clássica da Administração, engloba a Teoria Clássica de Taylor, e a Teoria da Administração Científica, de Fayol. Além disso, as teorias possuem ramos, o que sugere uma certa hierarquia entre elas. (CHIAVENATO, 2003) Assim, a Teoria da Informação é um ramo dentro da Teoria da Matemática que, por sua vez, está contida na Abordagem Sistêmica, sendo esta última parte integrante das teorias administrativas. Figura 4 - Hierarquia das teorias Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. A Teoria da Informação surgiu na década de 1920, mas só ganhou destaque em 1949, com o trabalho de Claude E. Shannon e Warren Weaver, para a , com a utilização de dados estatísticos eBell Telephone Company probabilísticos a respeito do sistema de comunicação. Portanto, a Teoria da Informação trata de um tipo específico de sistema, o sistema de comunicação. Conforme Chiavenato (2003, p.423), os seis componentes de um sistema de comunicação são: • emissor ou transmissor: pessoa, animal ou processo que transmite a mensagem; • mensagem enviada: dado que será transmitido; • codificador: equipamento capaz de transmitir dados; • canal: meio no qual os dados são transmitidos; • decodificador: equipamento que recebe os dados; • mensagem recebida: informação recebida; FIQUE ATENTO Os elementos do sistema são: entradas ou input, processamento ou transformação, saídas ou output e realimentação ou feedback. (SILVA, 2008) • • • • • • - -6 • mensagem recebida: informação recebida; • receptor: pessoa, animal ou processo que recebe a mensagem. Os componentes de um sistema de comunicação fazem analogia aos elementos de um sistema. A diferença entre eles é a que a Teoria de Sistemas é mais genérica e teórica e a Teoria da Informação é mais específica e prática. (CHIAVENATO, 2003) Além dos componentes anteriormente abordados, ainda existem outros conceitos associados aos sistemas de comunicação. Destacam-se os ruídos, a redundância da mensagem enviada e a entropia do sistema. Assim, a definição de cada um deles é: • ruídos: todo sistema de comunicação, pode também apresentar ruídos que são entendidos como tudo aquilo que contribui para a falta de clareza na comunicação. Em uma ligação os ruídos são os barulhos ou chiados na linha que interferem no entendimento da mensagem recebida; • redundância: quando a mensagem encaminhada ao receptor é repetida uma ou mais vezes com o objetivo de eliminar ou reduzir ruídos de comunicação • entropia: é a perda de energia do sistema para o ambiente o que pode levar a desintegração do sistema e a perda da comunicação entre as partes. (CHIAVENATO, 2003) A utilização de uma comunicação eficaz, ou seja, sem ruídos, sem entropia, com foco no receptor e na redundância da mensagem é uma das principais ferramentas que podem ser utilizadas no exercício de liderança empresarial em pró dos objetivos organizacionais. (CHIAVENATO, 2003) Fechamento Neste tema estudamos os conceitos de sistema, a origem da Teoria Geral dos Sistemas – TGS e seu autor mais influente, Ludwig von Bertalanffy. Além disso, compreendemos os elementos e as tipologias de um sistema. Abordamos a Teoria da Informação, seus componentes e principais conceitos, com destaque para o sistema de comunicação e o seu uso, que contribui para o exercício da liderança do administrador dentro das organizações. Referências BERTALANFFY, L. von. . Petrópolis: Editora VOZES, 1973.Teoria Geral dos Sistemas CHIAVENATO, I. . 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.Teoria Geral da Administração MAXIMIANO, A. C. A. : da escola cientifica a competitividade em economiaTeoria Geral da Administração globalizada. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. SILVA, R. O. da. . São Paulo: Pearson do Brasil, 2008.Teorias da Administração • • • • • - -1 Características dos sistemas abertos Carlos Augusto Correia Lima Reis Introdução Neste tema abordaremos as características da organização enquanto sistema aberto. Estudaremos os comportamentos probabilístico e não-determinístico de um sistema, as organizações como partes de uma sociedade maior que constituem partes menores. Além disso, compreenderemos os conceitos de homeostase ou ‘estado firme’, fronteiras ou limites, morfogênese e resiliência. Você sabe como funciona um sistema? Entende como o conceito de sistemas foi incorporado à Administração? Essas e outras perguntas serão respondidas no decorrer do tema. Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar as características das organizações enquanto sistemas abertos, descrevendo os principais tópicos da área. Contextualização da Teoria de Sistemas A Teoria Geral de Sistemas – TGS ou Teoria de Sistemas surgiu no final século XX, com as contribuições do biólogo Ludwig von Bertalanffy (1951). Esta teoria rompeu com o modelo clássico da Administração, que predominava no início do século XX. (CHIAVENATO, 2003). Chiavenato (2003, p.476) define sistema como sendo “um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si para a formação de um todo”. Embora os sistemas possam variar conforme o modelo, seus elementos mantém um padrão que são facilmente identificados. Os elementos de um sistema são como a nossa estrutura corporal, ainda que uma pessoa pinte o cabelo de outra cor é possível reconhece-la, o mesmo acontece com os sistemas. (MAXIMIANO, 2012) • FIQUE ATENTO A Teoria Geral dos Sistemas que aborda o tema de sistemas surgiu a partir das contribuições do biólogo Bertalanffy. A definição clássica de sistema para essa teoria é “um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si para a formação de um todo” (CHIAVENATO, 2003). - -2 Comportamento probabilístico e não- determinístico A Abordagem Clássica da Administração surgiu no início do século XX, em um momento que a economia era impulsionada por grandes monopólios e não havia concorrência no mercado. A preocupação organizacional estava pautada no contexto interno, tendo em vista que a mudança no ambiente organizacional era lenta e gradativa. (CHIAVENATO, 2003) Já a Teoria Geral de Sistemas surgiu no final do século XX, em um contexto histórico que muitos países ainda se recuperavam da Segunda Guerra Mundial e o mundo passava por grandes transformações. Nesse contexto, a Teoria de Sistema fez uma ruptura com modelo clássico da Administração, pois a economia já não estava mais fundamentada nos monopólios. (CHIAVENATO, 2003) Assim, sob influência da Biologia a organização começa a ser vista como um organismo vivo, que interage constantemente com o ambiente. Diferentemente do modelo clássico proposto pelos engenheiros Taylor e Fayol, que compreende a organização a partir das Ciências Exatas, com uma visão mais linear, racional e determinista. Na figura a seguir podemos observar a diferença nos dois modelos de interpretação das organizações. Figura 1 - Comparação entre a Abordagem Clássica e a Teoria Sistêmica Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2003. Se antes o comportamento organizacional era pouco influenciado pelo ambiente, sendo possível a organização determinar o resultado esperado de maneira mais precisa, com a mudança social pós-guerra o planejamento sofre influência de diversas variáveis ambientais, tornando-o mais incerto. (SOBRAL, 2013). - -3 Figura 2 -Variáveis ambientais Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018 Assim, em um ambiente em que o ritmo da mudança era baixo e existiam poucos fatores ambientais que influenciavam a gestão, a organização adotava um modelo mais determinista, pois a incerteza era baixa. Entretanto em um ambiente em que o ritmo era acelerado e os fatores externos, como política, econômica, modelo social e tecnológica, impactavam na gestão, a organização adotava um modelo mais probabilístico, pois havia pouco certeza. (SOBRAL, 2013) As organizações como sistemas As organizações são partes de uma sociedade maior, mas que são constituídas de partes menores. Essas partes menores podem ser denominadas de subsistemas. Conforme Silva (2008, p.326), são cinco tipos de subsistemas identificados: • subsistemas produtivos estão relacionados com o trabalho que é feito; • subsistemas de apoio ou de obtenção, referem-se a compras, disposição e relações institucionais; • subsistemas de manutenção estão vinculados a pessoas e seus papéis funcionais; • subsistemas adaptativos são relacionados a mudanças organizacionais; • subsistemas administrativos estão relacionados à avaliação e controle dos muitos subsistemas e da estrutura. Além disso, a organização participa da sociedade como um elemento ou parte de um sistema maior. Observe na figura a seguir como acontece essa relação. • • • • • - -4 Figura 3 - Organização como parte de um ambiente Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2018. A organização interage com outras organizações, isto é, empresas clientes, fornecedores, governo, sociedade civil organizada, entre outros. Isso caracteriza a relação dos sistemas e subsistemas. Os principais conceitos das características de sistemas Um sistema possui uma série de conceitos, como fronteiras ou limites, homeostase ou ‘estado firme’, morfogênese e resiliência. A noção de fronteiras ou limites serve para separar a organização de seu ambiente, além de delimitar o que é externo ou interno dentro da organização. Assim, o que estiver dentro da fronteira fará parte da organização, ou seja, é o ambiente interno. Já o que estiver fora da fronteira fará parte do ambiente externo. Um aspecto a ser considerado em relação a fronteiras é a chamada transposição. Um exemplo de transposição é quando as pessoas que trabalham na organização vão ao ambiente externo. Isto ocorre porque busca-se um melhor entendimento dos clientes ou até mesmo influenciar outras organizações que impactam no resultado das instituições. (SOBRAL, 2013) Conforme Chiavenato (2003, p.481), “a permeabilidade das fronteiras é o que define o grau de abertura do EXEMPLO Um exemplo de transposição das fronteiras é o profissional de marketing que entende as necessidades dos clientes por meio de pesquisas de mercado, fazendo uma saída de campo. - -5 Conforme Chiavenato (2003, p.481), “a permeabilidade das fronteiras é o que define o grau de abertura do sistema em relação ao seu ambiente”. Dessa forma, o modelo mecanicista da abordagem clássica também pode ser entendido como um sistema, mas nesse caso, um sistema fechado e sem interação com o ambiente. Outro conceito importante para a Teoria Geral de Sistemas é homeostase ou ‘estado firme’, que é a propriedade de um sistema em equilíbrio se manter em equilíbrio. Esse conceito permite a troca entre a organização e seu ambiente, assim, situações em que há um desequilíbrio podem provocar uma entropia ou uma perda ou ganho de energia para o ambiente. (CHIAVENATO, 2003) Podemos fazer uma analogia ao corpo humano, se pensarmos que um indivíduo precisa de gordura e o próprio organismo adquire essa gordura por meio da alimentação, quando há excesso ou falta de gordura no corpo isto indica que aquele organismo não está em equilíbrio. Desse modo, a falta de produção é tão prejudicial quanto o excesso. Sendo assim, o que é necessário para manter um sistema vivo é um ‘estado firme’ de equilíbrio ou homeostase. (CHIAVENATO, 2003) Outro conceito ligado aos sistemas é a morfogênese, que é a capacidade inerente aos sistemas organizacionais, pois não ocorre em sistemas mecânicos ou biológicos. Somente a organização tem a capacidade de modificar sua estrutura. (CHIAVENATO, 2003) Figura 4 - Reestruturação organizacional Fonte: Eviart, Shutterstock, 2018. Portanto, morfogênese é a capacidade que a organização tem de modificar seus próprios elementos, ou seja, a sua estrutura. Uma organização pode incluir ou excluir órgãos sem comprometer sua existência. Já em um sistema biológico a exclusão de um órgão pode comprometer todo o sistema. (CHIAVENATO, 2003) Ainda na perspectiva organizacional, podemos trazer o conceito de resiliência, que é a capacidade que um sistema tem de voltar ao seu estado natural, depois de sofrer uma pressão ambiental. Em um sistema biológico, por exemplo, uma árvore pode, após sofrer a ação do vento, envergar-se e, ainda assim, voltar ao seu estado natural. No sistema organizacional também, a empresa pode atravessar uma crise ocasionada por pressões SAIBA MAIS Para saber mais sobre como a superprodução pode prejudicar uma organização, assista o documentário de Joanna Bartholomew (2009). (CINE ESCOLA, 2012)A grande crise de 1929, - -6 natural. No sistema organizacional também, a empresa pode atravessar uma crise ocasionada por pressões externas, mas depois retornar ao seu estado natural. Esta condição nem sempre é favorável, pois poderá dificultar a capacidade de mudança e de inovação. (CHIAVENATO, 2003) Fechamento Neste tema estudamos os conceitos de sistema e a sua origem na Biologia. Além disso, com base no contexto histórico, abordamos as mudanças que ocorreram nas organizações, na transição do comportamento determinista para um comportamento probabilístico. Compreendemos que empresa faz parte de um sistema maior, além de ser composta por partes menores, os subsistemas. Por fim, conceituamos as noções de ‘estado firme’ ou homeostase, fronteiras ou limites, morfogênese e resiliência. Referências A GRANDE crise de 1929. Cine Escola, 2012. Disponível em <https://www.youtube.com/watch? v=P7igyrCM4Fw&feature=youtu.be>. Acesso em: 31/08/18 ARAUJO, L. C. G. de. : aplicação e resultados nas empresas brasileiras. São Paulo:Teoria Geral da Administração Atlas, 2004. BARTHOLOMEW, J. Cine Escola, 2012. Disponível em < https://youtu.beA grande crise de 1929. /P7igyrCM4Fw >. Acessado em 28/08/18. CHIAVENATO, I. .7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.Teoria Geral da Administração MAXIMIANO, A. C. A. : da escola cientifica a competitividade em economiaTeoria Geral da Administração globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. SILVA, R. O. da. . São Paulo: Pearson do Brasil, 2008.Teorias da Administração SOBRAL, F. : teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,Administração 2013. FIQUE ATENTO A origem da Teoria Geral dos Sistemas - TGS está relacionada com a Biologia, devido ao seu mais influente pensador, Ludwig Von Bertalanffy. Por isso, há uma comparação entre os sistemas organizacionais e os sistemas biológicos. https://www.youtube.com/watch?v=P7igyrCM4Fw&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=P7igyrCM4Fw&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=P7igyrCM4Fw&feature=youtu.be - -1 Abordagem sistêmica de Katz e Kahn Carlos Augusto Correia Lima Reis Introdução Nesta aula, iremos abordar aabordagem sistêmica de Katz e Kahn e suas aplicações na administração de empresas. Além disso, compreenderemos as contribuições dos autores para a Teoria de Sistemas, também conhecida como Teoria Geral de Sistemas – TGS. Você sabe o que é a abordagem sistêmica da administração? Você sabe quem foram os autores Katz e Kahn? As respostas para estas perguntas serão respondidas ao longo do tema. Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • descrever o Modelo de Katz e Kahn, identificando sua aplicação na área de administração. Contextualização Muito autores ajudaram no desenvolvimento da Teoria de Sistemas, entre eles destacam-se os psicólogos Robert Katz e Daniel Kahn.
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