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Gestao Ambiental - Resumo AULAS 01 a 10


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AULA 01
Hoje, a gestão e a legislação ambiental estão, inclusive, como atividades que envolvem o meio ambiente, pois não deixam de ser ferramentas de prevenção e controle de impactos ambientais que causam também riscos à vida humana.
Historicamente, foi somente a partir de meados de 1960, que se iniciaram, oficialmente, discussões que integravam ambientes físicos aos sociais. Foi exatamente a partir do momento em que a sociedade tomou consciência dos graves efeitos que as ações humanas imprimiram sobre o planeta.
Conforme o conceito de meio ambiente vai se construindo, o mesmo começa a influenciar as ações formais da sociedade. Vemos isso na inserção do conceito nas leis (Federais, Estaduais e Municipais) apresentadas pela FEEMA (1990) e pelo IBAMA (1994): Decreto Lei nº. 134, de 16/6/1975; Art. 3º., Lei 6.938, de 31/8/1981; Art. 2º., Lei nº. 33, de 12/2/1981; Decreto-Lei nº. 28.687 de 11/2/1982. Destaca-se o art. 225, Capítulo VI da Constituição Brasileira de 1988, que trata do estabelecimento de direitos e deveres do Estado e dos cidadãos no que tange ao meio ambiente.
Alguns autores contemporâneos oferecem abordagens complexas de meio ambiente, incluindo variáveis que contemplam não só seus elementos. Vejamos abaixo, várias definições de ambiente em um contexto de evolução histórica recente, segundo a Feema (1990) e o Ibama (1994):
1976 - As condições, influência ou forças que envolvem ou influem ou modificam: o complexo de fatores climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre um organismo vivo, ou uma comunidade ecológica, e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência, a agregação das condições sociais e culturais que influenciam a vida de um indivíduo ou uma comunidade (Webster’s, 1976).
1977 - O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos e biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel & Wasserman, 1977).
A soma das condições externas e das influências que afetam a vida, o desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo (Banco Mundial, 1977).
1978 - O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e os outros organismos (Pnuma, 1978).
O conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência (Conferência de Tibillisi, 1978).
1988 - Conjunto de componentes naturais e sociais, e suas interações em um determinado espaço de tempo, no qual se dá a dinâmica das interações sociedade-natureza, e suas consequências, no espaço que habita o ser humano, o qual é parte integrante deste todo. Desta forma, o ambiente é gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço da sociedade (Gutman, 1988).
1992 - “Qualquer espaço de interação e suas consequências entre a sociedade (elementos sociais, recursos humanos) e a natureza (elementos ou recursos naturais)” (Queiroz e Tréllez, 1992).
Muitas definições, não é mesmo? Mas a que adotamos em nossa aula é a definição de Queiroz e Tréllez (1992), por relacionar o meio ambiente aos elementos sociais e recursos humanos, pois meio ambiente é isso mesmo: tudo que nos cerca.
Ao instituir uma política ambiental, é necessário que o governo estabeleça os objetivos, defina as estratégias de ação, crie as instituições e estruture a legislação que a contém e que orienta sua aplicabilidade. Com isso, a gestão ambiental é, portanto, a implementação pelo governo de sua política ambiental, pela administração pública, mediante a definição de estratégias, ações, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de garantir a qualidade do meio ambiente, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável (Philippi Junior e Maglio, 2009). É preciso salientar que existem outras definições para gestão ambiental, mas o conceito original, segundo a Lei 6.938/81, diz respeito à administração, pelo governo, do uso de recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar  a qualidade do meio ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e desenvolvimento social. A Encyclopédia Britannica (1978 apud Verocai, 1997) realça a visão de gestão relacionando-a ao uso racional de recursos naturais: o controle apropriado do meio ambiente físico, para propiciar seu uso com o mínimo abuso, de modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem.
Já Hurtubia (1980 apud Philippi Junior e Maglio, 2009) coloca a perspectiva da gestão ambiental relacionada ao uso produtivo de recursos naturais em atividades primárias. A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade.
Outro enfoque relaciona a gestão ambiental ao conceito de capacidade  de suporte dos ecossistemas. Tentativa de avaliar valores-limites das perturbações e alterações que, uma vez excedidos, resultam em recuperação bastante demorada do meio ambiente, e a tentativa de manter os ecossistemas dentro de suas zonas de resiliência, de modo a maximizar a recuperação dos recursos do ecossistema natural para o homem, assegurando sua produtividade prolongada e de longo prazo (Interim Mekong Committee, 1982 apud Philippi Junior e Maglio, 2009).
Numa visão mais moderna, a gestão ambiental desenvolve-se com base na formulação de uma política ambiental, em que estejam definidos os instrumentos de gestão a serem utilizados (controle ambiental, avaliação de impactos ambientais, planejamento ambiental, objetos de conservação ambiental, planos de gestão etc.). Como elementos dessa política, devem ser também definidos os critérios de uso, de manejo e de controle da qualidade dos recursos ambientais (Philippi Junior e Maglio, 2009).
Nos últimos anos, o conceito de gestão vem sendo utilizado para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas de ação desenvolvidos por empresas e instituições não governamentais para administrar suas atividades dentro dos modernos princípios de proteção ao meio ambiente. Estes podem complementar a ação pública em aspectos não relacionados com a ação normativa e de controle, que é exclusiva da instância governamental. Dessa forma, o conceito de gestão ambiental tem evoluído na direção de uma perspectiva de gestão compartilhada entre os diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, segundo os mesmos autores.
Gestão ambiental é, portanto, um processo político administrativo de responsabilidade do poder constituído, destinado a, com  participação social, formular, implementar e avaliar políticas ambientais a partir da cultura, realidade e potencialidade de cada região, em conformidade com os princípios de desenvolvimento sustentável.
A preocupação com a qualidade ambiental vem crescendo com a evolução da sociedade, paulatinamente, à medida que os problemas se tornam cruciais e exigem soluções. Soluções essas que vêm sendo tomadas pelo poder público em seus códigos e nas demais legislações, muitas vezes exigindo intervenções diretas nos diferentes níveis de governo. O conhecimento de situações como essas, não só pelos cidadãos locais, mas especificamente por viajantes de outros estados e países, observa-se no século XIX como a oportunidade de troca de experiências, levando a inovações e ao aperfeiçoamento das tecnologias usuais (Bruno, 2009).
Nesse panorama, destaca-se a importância da formação de profissionais que saibam compreender as diferentes dificuldades de suas sociedades, podendo então contribuir com soluções adequadas, não predatórias e voltadas para a conservação, a preservação e o controle dos recursos da natureza (Philippi Junior, Roméro e Bruna, 2009).
Meio ambiente é o conjunto de relações entre os meios físico, biológico e antrópico.
Os principais constituintes do meio físico são as rochas,solos, águas superficiais e subterrâneas, geomorfologia e climas. No meio biológico, os constituintes são a flora e a fauna. E no meio antrópico ou sócio econômico são todas as atividades do homem, nos setores primário, secundário, terciário e até quaternário, conforme os autores mais modernos.
Mas afinal o que são as relações? Quando alguém preserva um bioma, protegendo, evitando incêndios, impedindo caça e pesca predatórias, está construindo um tipo de relação com o bioma. Quando alguém vai lá e incendeia um pedaço de cerrado está estabelecendo uma outra relação entre o homem e o bioma.
Biomas que são constituídos por elementos físicos e biológicos além do antrópico, que interagem entre si dentro de uma relação sistêmica hierarquizada por vários fatores.
AULA 02
A política ambiental é o conjunto de metas e instrumentos que visa reduzir os impactos negativos da ação antrópica – aquelas resultantes da ação humana – sobre o meio ambiente. Como toda política, possui justificativa para sua existência, fundamentação teórica, metas e instrumentos, e prevê penalidades para aqueles que não cumprem as normas estabelecidas. Interfere nas atividades dos agentes econômicos e, portanto, a maneira pela qual é estabelecida, influencia as demais políticas públicas, inclusive as políticas industriais e do comércio exterior. Por outro lado, as políticas econômicas favorecem um tipo de composição da composição e da produção e do consumo que têm impactos importantes sobre o meio ambiente. 
O poder público no Brasil começa a se preocupar com o meio ambiente na década  de 1930. Não que antes não houvesse nada a respeito, mas as poucas iniciativas que existiam até então, além de pouco significativas em termos práticos, se alcançavam algum efeito sobre o meio ambiente era pela via indireta, quase sempre subalterna a outros interesses.
Essas ordenações diferiram em muito das medidas criadas na Europa nos séculos XVII para proteger os remanescentes de florestas nativas e promover o plantio, e que Castro (1998) considera o início dos processos de gestão ambiental. 
Ainda conforme Castro (1998), a criação dos jardins botânicos a partir do século XVI decorre de uma preocupação dos biólogos viajantes com a pura proteção das espécies aclimatadas.
O que ocorreu por aqui, não foi muito diferente; o objetivo inicial de D. João VI foi utilizar o Jardim Botânico para o cultivo de especiarias das Índias Orientais e da Ásia, para suprir o mercado português, segundo Acot (1990 apud Barbieri, 2010).
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava  com os problemas ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os apontassem. A abundância de terras férteis e de outros recursos naturais, enaltecida desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie de dogma que impedia  enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da colonização.
A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política, pois sempre havia outras a ocupar com o trabalho escravo. As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não encontravam ecos na esfera política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, como José Bonifácio, Joaquim Nabuco e André Rebouças.
Nenhuma legislação explicitamente ambiental  teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem ser considerados os precursores dos movimentos ambientalistas nacionais e que, já nas suas origens, apresentavam uma tônica socioambiental dada pela luta contra a escravatura, a monocultura e o latifúndio. Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma política ambiental.
A adesão do Brasil aos acordos ambientais multilaterais das primeiras décadas do século XX, praticamente não gerou nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como início de uma política ambiental efetiva (Barbieri, 2010).
Outras iniciativas governamentais importantes desse período foram: Criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico nacional. 
Conforme Bartieri (2010), uma data de referência é o ano de 1934, quando foram promulgados os seguintes documentos relativos à gestão de recursos naturais: Código de caça, Código Florestal, Código de Minas e Código de Águas.
As políticas públicas dessa fase procuram alcançar efeitos obre os recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração, etc), para as quais foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos Minerais, Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros. 
1960 – Os problemas relativos à poluição só seriam em meados da década de 1960, quando o processo de industrialização já havia se consolidado.
1930 – No início dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era usado para lazer de muitos paulistas, que se tornaria inviável algumas décadas depois.
1970 – Até meados da década de 1970, a poluição industrial ainda era vista como sinal de progresso e, por isso, muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos.
Política de Comando e Controle, que assumiu duas características muito definidas, segundo Lustosa, Cánepa e Young (2003) - A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor. A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e cumprimento do padrão de emissão. 
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado crescimento das economias ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção maciça por parte do Estado. Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça. Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade de sua implementação, segundo os mesmos autores.
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental e que, à falta de melhor nome, poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle.
Nessa modalidade de política ambiental, os padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a ser instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente.
Temos assim, a adoção progressiva dos padrões de qualidade dos corpos receptores como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursos naturais, ainda conforme Lustosa, Cánepa e Young (2003).
Voltando ao Brasil, após a Conferência de Estocolmo de 1972, quando as preocupações ambientais se tornam mais intensas, embora nessa ocasião o governo militar brasileiro não reconheceu a gravidade dos problemas ambientais e defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico, na verdade um mal desenvolvimento, em razão da ausência de preocupação com o meio ambiente e a distribuição de renda. Porém, os estragos ambientais em dimensões planetárias exigiram do poder público uma nova postura. Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente e diversos estados criaram sua agência ambientais especializadas, como a Cetesb no Estado de São Paulo e Feema no Estado do Rio de Janeiro (Barbieri, 2010).
Em matéria ambiental, o Brasil também seguiu uma tendência observada em outros países. Onde os problemas ambientais sãopercebidos e tratados de modo isolado e localizado, repartindo o meio ambiente em solo, ar e água, e mantendo a divisão dos recursos naturais: água, florestas, recursos minerais e outros.
Só no início da década de 1980 é que passariam a ser considerados problemas generalizados e interdependentes, que deveriam ser tratados mediante políticas integradas.
Política nacional do Meio Ambiente - A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase, procurava atender problemas específicos, dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente e percebe-se isso através dos textos legais abaixo:
Decreto-lei 1.413 de 14/8/1975 sobre medidas de prevenção da poluição industrial.
Lei 6.453 de 17/10/1977 sobre responsabilidade civil e criminal relacionada com atividades nucleares.
Lei 6.567 de 24/9/1978 sobre regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias minerais.
Lei 6.766 de 19/12/1981 sobre o parcelamento do solo urbano.
Lei 6.902 de 27/4/1981 sobre a criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental.
Foi com o advento da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio ambiente. 
Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida como um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira. 
Embora tenha sido editada no início da década de 1980, continua sendo de fundamental importância para o meio ambiente (Funiber, 2009).  
Princípios da PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente) - O artigo 2º. Da referida lei, estabeleceu que a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propiciem à vida, visando assegurar no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios, segundo Funiber (2009):
Equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público.
Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar.
Planejamento e fiscalização do uso dos recursos naturais.
Proteção dos ecossistemas.
Controle e zoneamento das atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras.
Incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias voltadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais.
Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.
Recuperação de áreas degradadas.
Proteção de áreas ameaçadas de degradação. E
Educação ambiental em todos os níveis de ensino.
Princípios da PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente) - A Lei da PNMA foi em quase todos os seus aspectos, recepcionada pela Constituição Federal de 1988, pois, valoriza a dignidade humana, a qualidade ambiental propícia à vida e ao desenvolvimento socioeconômico e tem uma abrangência grandiosa.
A preservação referida na lei tem sentido de perenizar, de perpetuar, de salvaguardar, os recursos naturais. Já a melhoria do meio ambiente significa dar-lhe condições mais adequadas do que aquelas que se apresentam.
O art. 3º. da lei em comento, considerou o meio ambiente como sendo o conjunto de condições, leis influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Funiber, 2009).   
“Meio Ambiente” é a expressão incorporada à língua portuguesa para indicar, segundo o Aurélio, o conjunto de condições naturais e de influências que atuam sobre os organismos vivos e os seres humanos.
José Afonso da Silva (segundo Funiber, 2009), observou que a palavra “ambiente” indicando a esfera, o círculo, o âmbito que nos cerca, em que vivemos, em certo aspecto, já contém o sentido da palavra “meio”. Justifica o uso, na língua portuguesa, pela necessidade de reforçar o sentido significante de determinados termos diante do enfraquecimento no sentido a destacar ou, porque sua expressividade é mais ampla e mais difusa. E afirmou, o meio constitui uma unidade que abrange bens naturais, e culturais e que compreende a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida humana.
Objetivos da PNMA - Estão dispostos no artigo 4º. (Lei n. 6.938/81) e visará:
A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativas à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
Ao desenvolvimento de pesquisa e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
À preservação e restauração dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
À imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Quanto ao art. 5º., este faz referência às diretrizes da PNMA, que deverão orientar a ação dos governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, determinando que esta ação seja reformulada em normas e planos, buscando a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico (Funiber, 2009).
Importante também saber que, a Lei 6.938/81 instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), responsável pela proteção e melhoria do ambiente e constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Espelhando-se no Sisnama, os estados criaram os seus Sistemas Estaduais do Meio Ambiente para integrar as ações ambientais de diferentes entidades públicas nesse âmbito. Outra inovação foi o conceito de responsabilidade objetiva do poluidor. O poluidor fica obrigado, independente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por suas atividades (Barbieri, 2010).
Observação: Embora aprovada em 1981, a implementação da Lei 6.938/81 só deslanchou efetivamente ao final desta década de 1980, principalmente a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
A política ambiental é necessária para induzir ou forçar os agentes econômicos a adotarem posturas e procedimentos menos agressivos ao meio ambiente, ou seja, reduzir a quantidade de poluentes lançados no ambiente e minimizar a depleção dos recursos naturais (Lustosa, Cánepa e Young, 2003).
Segundo os mesmos autores, no caso das indústrias, os recursos naturais são transformados em matérias-primas e energia, gerando impactos ambientais iniciais (desmatamento, emissões de gases poluentes, erosão de solos, entre outros). As matérias-primas e energia são insumos da produção, tendo como resultado o produto final e os rejeitos industriais - fumaça, resíduos sólidos e efluentes líquidos.
Como os recursos naturais usados nos processos industriais são finitos e muitas vezes não renováveis, a utilização deve ser racional a fim de que o mesmo recurso possa servir para a produção atual e também para as gerações futuras – esse é o princípio do desenvolvimento sustentável.
Com isso, vemos a necessidade urgente do cumprimento da Lei 6.938/81 e de sua fiscalização para que possamos ter esperança na sobrevivência humana e das espécies no meio ambiente de forma harmônica e sustentável.
AULA 03A crise ambiental tem significado uma mudança transcendente em todas as áreas do conhecimento. 
O direito ambiental representa uma delas: apesar de mais de trinta anos de desenvolvimento, é considerado uma nova disciplina jurídica, podendo-se situar sua origem na década de 70 (Funiber, 2009).
No entanto, a ideia de que o direito ambiental é um ramo jurídico “novo” pode nos levar a pensar que, antes de seu surgimento, não existiam normas jurídicas que tratavam dos principais problemas ambientais e do esgotamento dos recursos naturais. Muito pelo contrário, há séculos podemos situar os primeiros antecedentes nas normas de verdadeira tutela de recursos naturais.
Dizemos que uma disciplina jurídica é autônoma quando apresenta um objetivo e princípios próprios e é capaz de desenvolver suas próprias instituições (Funiber, 2009).
O direito ambiental tem por objetivo estabelecer limites àquelas atividades humanas que podem representar um risco, um perigo a causar danos ao meio ambiente.
Segundo o mesmo autor, o Direito Ambiental foi conformando-se a partir de instâncias políticas no âmbito internacional e transformando-se – da mesma forma que outras ciências – em um campo de conhecimento produtivo visando acompanhar a elaboração de soluções necessárias para evitar o agravamento da crise ambiental e paliar os impactos negativos.
Uma das formas encontradas para que isso ocorresse, foi o surgimento da questão das responsabilidades: civil, administrativa e criminal.
Direito ambiental - Dentre os países que consagram o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado em suas legislações, uma coisa é certa: o simples fato de o terem feito traz em si latente o reconhecimento da importância em tratar a questão ambiental admitindo-se sua especificidade a partir do acompanhamento dos princípios gerais do Direito Ambiental (Pedro e Frangetto, 2009).  
Tanto isso é verdade que países que incluíram esse direito em suas Constituições vêm estabelecendo, de forma explícita, inúmeras determinações que contêm em si orientações dos citados princípios dentre as obrigações que impõem. Entre eles:
Uma constituição analítica, como é a Constituição da República Federativa do Brasil de 1998, claramente absorve a orientação dos princípios gerais do Direito Ambiental. ao, por exemplo, prever o Estudo de Impacto Ambiental – um dos instrumentos de implementação do Princípio da Prevenção – para toda atividade potencialmente degradadora do meio ambiente (Pedro e Frangetto, 2009).
A Declaração de Estocolmo afirma que o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e às condições de vida satisfatória, em um ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar; que ele tem o dever solene de proteger e melhorar o ambiente para o presente e as futuras gerações; e que; sob esse ponto de vista, as políticas que encorajam ou permitem que perpetuem o apartheid, a segregação racial, a discriminação, as formas, coloniais ou outras, de opressão ou de dominação estrangeiras são condenadas e devem ser eliminadas (Princípio 1, Declaração de Estocolmo, 1972).
Com isso, percebemos que não há o que não esteja relacionado ao meio ambiente e, logo, precise, sob ao menos um aspecto, sofrer influência das leis e princípios que regulam o uso dos recursos naturais.
Por esse motivo, ressalta-se ser o Direito Ambiental dotada da transdisciplinariedade.
O meio ambiente, como tema transversal, implica atrelar, principalmente nas avaliações ambientais, opiniões de toda ordem, vindas dos entendimentos das mais diversas disciplinas. A composição mista das comissões e conselhos ambientais é a exata demonstração disso (Pedro e Frangetto, 2009).
Ainda segundo os mesmos autores, cada um tem seu papel a exercer no processo de desenvolvimento sustentável. As pessoas (naturais ou jurídicas; públicas ou privadas) têm uma função a cumprir na gestão do meio ambiente.
Isoladamente, mantendo ao menos uma conduta ambiental não destrutiva. Em conjunto, sendo pró-ativos na administração e recuperação dos bens ambientais. A essa forma conjunta de participação dos atores ambientais costuma-se dar o nome de função jurídica ambiental. Ressalva-se que são titulares dessa função, nos termos do art. 225, caput da Lei Maior, o Poder Público e a coletividade.
Na função jurídica ambiental, os titulares ao direito ecologicamente equilibrado estão na posição de sujeitos ativos deste direito (eles são a primeira parte da relação jurídica ambiental) e, por isso mesmo, podem exigir dos sujeitos passivos (outra parte) as prestações objeto da relação jurídica em questão (Pedro e Frangetto, 2009).
Para podermos falar sobre responsabilidade civil, administrativa e criminal perante danos ao meio ambiente, temos que primeiro entender o que é o dano ambiental.
A obrigatoriedade da reparação do dano ambiental está inserida na Lei n. 6.938/81 em seu 1. do art. 14, que estabelece: “Sem obstar a aplicação das penalidades deste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência da culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. (...)” Sendo essa norma uma ferramenta de fundamental importância para a garantia de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais, com consequente degradação – alteração adversa ou in pejus – equilíbrio ecológico. Atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora” (Lei n. 6.938/81. Art. 3º., V).
Podemos então concluir, que dano ambiental é toda e qualquer degradação que afete o equilíbrio ecológico do meio ambiente, tanto físico quanto estético. Denota-se pelo próprio conceito acima, que é muito difícil a reparação do dano ambiental (Funiber, 2009).
Para o Prof. Paulo de Bessa Antunes (apud Funiber, 2009), a reparação dos danos ambientais é, provavelmente, o momento, mas crítico da delicada relação entre o meio ambiente natural, desenvolvimento socioeconômico e a aplicação das normas do Direito Ambiental.
Tal fato é indiscutível, pois, a dedicação ao cuidado com o meio ambiente é diretamente proporcional ao maior ou menor rigor com a qual é encarada a responsabilização dos causadores de danos ao meio ambiente.
A primeira hipótese a ser considerada é a repristinação do ambiente agredido ao seu status quo ante. Todos nós sabemos que não é simples a reconstrução de um local degradado. Muitas vezes a degradação de um determinado local implicou na extinção de uma espécie vegetal, ou animal, por exemplo. E em muitas situações não será possível colocar na natureza espécie destruída.  
Segundo a Revista de Direito Ambiental (Revista dos Tribunais, 1997), no nosso ordenamento jurídico há duas formas de reparação do dano ambiental: A primeira pela reconstituição do bem lesado, A segunda pela indenização em dinheiro
A reconstituição do bem lesado seria a forma mais adequada ao ressarcimento do evento prejudicial ao meio ambiente, pois o objetivo primordial em sede de direito ambiental é preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as gerações presente e futuras. Contudo, na prática, isto muitas vezes torna-se impossível e em alguns casos, embora na composição do dano, o responsável, replante a mesma espécie florestal que desmatou, o ambiente agredido não retorna ao seu status quo ante, é só verificarmos os casos de exploração florestal nas reservas indígenas, onde foi retirada vegetação, que a natureza levou 50 anos para formar.
Por outro lado, não há no nosso ordenamento jurídico, normas legais que versem sobre critérios de reparação de danos ambientais. Ficando muitas vezes difícil apurar o valor do dano ambiental, posto que os elementos que o compõem são insuscetíveis de fixação valorativa.
Poderão responder pelo dano ambiental os autores diretos ou indiretos da lesão ambiental, a administração pública e os entes público, basta que exista: Atividade danosa ao meio ambiente + Existência do nexo causalentre estes e a atividade danosa
Nos termos da lei, o responsável principal é o “poluidor”. De acordo com dispositivo legal, poluidor é: “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental” (Lei n. 6.938/81, art. 14, 1º. e art. 3º. , IV).
“Embora quem quer que contribua para a degradação do meio ambiente é civilmente responsável pelos danos daí decorrentes, não há dúvida que a responsabilidade primeira - mas não exclusiva – reside com o empreendedor. É ele o titular do dever principal de zelar pelo meio ambiente e é ele que aproveita, direta e economicamente, a atividade lesiva”.
Havendo mais de um empreendedor, pode a reparação ser exigida de todos e de qualquer um dos responsáveis, segundo as regras da solidariedade. É que, como sustenta Jorge Alex Nunes Athias (apud Funiber, 2009): “uma das maiores dificuldades que se pode ter em ações relativas ao meio ambiente é exatamente determinar de quem partiu efetivamente a emissão que provocou o dano ambiental, máxima quando isso ocorre em grandes complexos industriais onde o número de empresas em atividade é elevado. Não seria razoável que, por não se poder estabelecer com precisão a qual deles cabe a responsabilização isolada, se permitisse que o meio ambiente restasse indene”.
Ao que pagar pela integridade do dano caberá ação de regresso contra os outros corresponsáveis, pela via da responsabilização subjetiva, e onde se poderá discutir a parcela de responsabilidade de cada um. Tratando-se de conduta comissiva, a administração pública e o ente público respondem objetivamente pelas lesões que causarem ao meio ambiente, ressalvado o direito de regresso contra o servidor que agiu com dolo ou culpa.
A simples autorização do órgão ambiental para funcionar uma atividade não gera por si só a responsabilidade da Administração Pública. É preciso que haja nexo causal entre a autorização emitida e o dano efetivamente causado ao meio ambiente.  
Se o IBAMA expede as licenças ambientais para a instalação de uma grande hidrelétrica sem exigir o EIA/RIMA, pode ser responsabilizado, pois o EIA/RIMA é uma exigência legal, o qual não fica a critério do poder discricionário do administrador público. Portanto, não é só como agente poluidor que o Poder Público pode ser controlado pelo Poder Judiciário, mas também quando se omite do dever constitucional de proteger o meio ambiente (Funiber, 2009).
Da Responsabilidade Penal, Civil e Administrativa
O desenvolvimento econômico e social indispensável à civilização dos tempos modernos, tem sido a justificativa para a acelerada e muitas vezes, irreversível devastação, do nosso patrimônio natural.
Nas últimas décadas a poluição, o desmatamento, a caça, a pesca predatória não são mais praticadas em pequena escala. A degradação ambiental tem alcançado níveis tão assustadores, que levou a sociedade a repensar esse modelo de desenvolvimento, e ao mesmo tempo, buscar a tutela jurídica penal dos bens ambientais, por entender, serem os mesmos, necessários à vida.
Com efeito, o controle a ser exercido sobre o homem predador, dar-se-á pela aplicação de normas penais ambientais, rígidas, onde se objetiva, efetivamente, combater a degradação ambiental, utilizando-se estes instrumentos normativos para proteção do meio ambiente.
A responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, de acordo com os preceitos do 1º. Do art. 14º. Da Lei n. 6.938/81, é uma responsabilidade objetiva e se fixa independentemente de culpa. O que significa que quem danificar o ambiente tem o dever legal de repará-lo. Não se perguntando a razão da degradação para que haja o dever de reparar. Caberá ao acusado provar que a degradação era necessária, natural ou impossível de ser evitada.
As pessoas que vivem em sociedade são obrigadas a: 
Abstenções - Deixar de fazer algo. 
Ações - Fazer algo
Prestações - Pagar algo
Nasce assim, para cada um, certo dever de comportamento, uma obrigação de suportar essa imposição. Esse comportamento passivo, juridicamente é denominado de dever jurídico. O dever de conhecer essa delimitação é de suma importância para todos, sob pena de sujeitarmo-nos à punição. A noção de dever jurídico é fundamental para o entendimento do que seja um ilícito.
Os atos ilícitos civil, administrativo ou penal, encontram-se absortos no mesmo conceito, ou seja, a antijuricidade, a qual é entendida não só como uma transgressão de um preceito jurídico, mas também como agressão aos valores guardados e protegidos na norma legal ou regulamentar.
Os atos ilícitos constituem-se nos atos praticados em desacordo com as normas legais. São assim considerados, por serem contrários ao direito por serem irregulares e proibidos. Podemos considerar ato ilícito, como sendo a violação do direito ou dano causado a outrem, por dolo ou culpa, podendo ser decorrente de uma ação ou omissão do sujeito.
Infração Administrativa - É o cometido de uma transgressão contra a administração pública, cuja sanção pode ser aplicada isolada ou cumulativamente. Na verdade, é a transgressão cometida em desacordo com as normas legais ou regulamentos da administração pública, a qual se impõe a penalidade administrativa. A Lei 9.605/98 preencheu uma importante lacuna no que se refere aos ilícitos administrativos ambientais e quanto à previsão de sanções a serem impostas pela Administração Pública.
Infração Civil - É a infração cometida em desacordo com as leis, normas, ou regras jurídicas, ou contra o interesse privado de outrem, onde se impõe obrigatoriamente a responsabilidade civil de reparação ao dano.
Infração Penal - A Lei 9.605/98 sistematizou os tipos penais antes de dispersos em vários diplomas legais e deu um tratamento mais rigoroso aos responsáveis pelas condutas criminosas que agridem o meio ambiente. A infração penal é a violação da lei penal que resulta no crime ou na contravenção e dá margem à aplicação da pena restritiva de liberdade.
É ressaltado que é imposta aos infratores de forma repressiva e abarcam uma graduação que vai desde a pena de advertência, até a reparação dos danos causados. 	
Diante do exposto, espera-se que, em conjunto, os instrumentos de implementação dos princípios ambientais continuem sendo reforçados, organizados e efetivamente utilizados, para que todos, exercendo os respectivos papéis de atores ambientais, viabilizem a vida saudável almejada no processo de desenvolvimento sustentável por meio de mecanismos de harmonização entre as chamadas dimensões humana e natural do meio ambiente (Pedro e Frangetto, 2009).
É importante sabermos que quando estamos estudando as responsabilidades e suas sanções, há uma infinidade de coisas a serem observadas e estudadas. O aqui exposto, foi apenas um pequeno resumo do que consideramos necessário para que você possa começar a procurar o que mais considere necessário para seu próprio conhecimento.
AULA 04
Crimes Ambientais
A história mostra que a mudança significativa geralmente ocorre de baixo para cima, quando indivíduos se juntam para atingir essa mudança. Sem ações políticas básicas de cidadãos e grupos organizados, o ar que você respira e a água que você bebe hoje estariam mais poluídos, e muito mais biodiversidade terrestre teria desaparecido.
Quando leis ambientais são aprovadas, os cidadãos devem insistir para que sejam implementadas, trabalhar juntos para evitar que sejam enfraquecidas e para melhorá-las (Miller Junior, 2007).
Os indivíduos fazem tanto a diferença que você pode influenciar e modificar políticas governamentais nas democracias constitucionais. A participação política ativa é guiada pelo critério de Aldo Leopold: Foi exatamente nessa situação que surgiu a Lei de Crimes Ambientais. “Toda ética se apoia na premissa de que o indivíduo é membro de uma comunidade de partes independentes”.
Conceituação
Sabe-se que as democracias foram designadas para lidar principalmente com problemas isolados de curto prazo.
Mas o que são democracia e política afinal?  Segundo Miller Junior (2007):Política - É o processo pelo qual indivíduos e grupos influenciam ou controlam as políticas e ações dos governos nos níveis local, estadual, nacional e internacional. A política está preocupada com quem tem poder sobre a distribuição de recursos e quem recebe o quê, quando e como. Muitas pessoas pensam em política no âmbito nacional, mas o que afeta diretamente a maioria das pessoas é o que acontece nas comunidades locais.
Democracia - É o governo das pessoas por meio de delegados ou políticos e representantes eleitos. Em uma democracia constitucional, a constituição fornece a base de autoridade governamental, limita o poder do governo ordenando eleições livres e garantias de liberdade de expressão.
As instituições políticas nas democracias constitucionais são designadas para permitir mudança gradual a fim de assegurar a estabilidade econômica e política.
Nos Estados Unidos, por exemplo, mudanças rápidas e desestabilizantes são controladas por um sistema de verificações e equilíbrio que distribui o poder entre os três poderes do governo – Legislativo, Executivo e Judiciário – e entre os governos, federal, estadual e municipal.
Aprovando leis, desenvolvendo orçamentos e formulando regulamentações, os representantes eleitos e nomeados pelo governo devem lidar com a pressão de muitos grupos competitivos de interesse especial.
Cada grupo defende a aprovação de leis, a concessão de subsídios ou a redução de impostos, ou o estabelecimento de regulamentações favoráveis à sua causa e enfraquecem ou repelem leis e regulamentações desfavoráveis à sua posição (Miller, Junior, 2007).
Hoje, por estarmos em uma democracia, sabemos que existem fatores que podem influenciar  as decisões e regulamentações, principalmente na política ambiental, pois a cada conhecimento adquirido sobre o meio ambiente, mais a necessidade de mudança de leis para sua preservação e proteção.
De forma individual, podemos exercer a liderança ambiental de quatro maneiras, segundo Miller Junior (2007):
Podemos liderar, por exemplo, usando nosso estilo de vida para mostrar aos outros que a mudança é possível e benéfica.
Podemos trabalhar dentro dos sistemas econômicos e políticos existentes para conseguir a melhora ambiental. Nós podemos influenciar as decisões políticas fazendo campanhas, votando e nos comunicando com os representantes eleitos. Podemos também enviar mensagens para empresas que fabricam produtos ou que tenham políticas prejudiciais ao meio ambiente, pressionando-as com nosso poder de consumo e mostrando-lhes as escolhas que fizemos. Além disso, podemos fazer parte do sistema ao escolher carreiras na área ambiental.
Podemos nos candidatar a cargos públicos em instituições locais. Olhe-se no espelho. Talvez você seja a pessoa que pode fazer a diferença em um cargo público.
Podemos propor e trabalhar por melhores soluções para os problemas ambientais. Liderança é mais do que ser contra algo. Ela também envolve buscar melhores maneiras de atingir os objetivos e persuadir as pessoas a trabalhar juntas para atingi-los. Se nos preocuparmos o suficiente, cada um de nós pode fazer a diferença.
Crimes Ambientais
São considerados crimes ambientais: “Agressões ao meio ambiente e seus componentes (flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que ultrapassam os limites estabelecidos por lei. Ou ainda, a conduta que ignora normas ambientais legalmente estabelecidas mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente”.
Por exemplo, no primeiro caso, podemos citar uma empresa que gera emissões atmosféricas. De acordo com a legislação federal e estadual específica há certa quantidade de material particulado e outros componentes que podem ser emitidos para a atmosfera. Assim, se estas emissões (poluição) estiverem dentro do limite estabelecido então não é considerado crime  ambiental.
No segundo caso, podemos considerar uma empresa ou atividade que não gera poluição, ou ainda, que gera poluição, porém, dentro dos limites estabelecidos por lei, mas que não possui licença ambiental. Neste caso, embora não cause danos ao meio ambiente, ela está desobedecendo uma exigência da legislação ambiental e, por isso, está cometendo um crime ambiental passível de punição por multa e/ou detenção de um a seis meses.
Da mesma forma, pode ser considerado crime ambiental a omissão ou sonegação de dados técnico-científicos durante um processo de licenciamento ou autorização ambiental. Ou ainda, a concessão por funcionário público de autorização, permissão ou licença em desacordo com as leis ambientais.
Segundo Faria, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais, ou Lei da Natureza (Lei N.º 9.605 de 13 de fevereiro de 1998), os crimes ambientais são classificados em cinco tipos diferentes: 
Crimes contra a fauna - Agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória, como caçar, pescar, matar, perseguir, apanhar, utilizar, vender, expor, exportar, adquirir, impedir a procriação, maltratar, realizar experiências dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro meio, mesmo que para fins didáticos ou científicos, transportar, manter em cativeiro ou depósito, espécimes, ovos ou larvas sem autorização ambiental ou em desacordo com esta. Ou ainda a modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo ou criadouro natural. Da mesma forma, a introdução de espécime animal estrangeira no Brasil sem a devida autorização também é considerado crime ambiental, assim como o perecimento de espécimes devido à poluição.  
Crimes contra a flora - Destruir ou danificar floresta de preservação permanente mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção assim como as vegetações fixadoras de dunas ou protetoras de mangues; causar danos diretos ou indiretos às unidades de conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta. Extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização. Neste caso, se a degradação da flora provocar mudanças climáticas ou alteração de corpos hídricos e erosão a pena é aumentada de um sexto a um terço.
Poluição e outros crimes ambientais - A poluição acima dos limites estabelecidos por lei é considerada crime ambiental. Mas, também o é, a poluição que provoque ou possa provocar danos a saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. Também é crime a poluição que torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. São considerados outros crimes ambientais a pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida e a não recuperação da área explorada; a produção, processamento, embalagem, importação, exportação, comercialização, fornecimento, transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso de substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas a saúde humana ou em desacordo com as leis; construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar empreendimentos de potencial poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se encaixa nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou espécies que posam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e aos ecossistemas.
Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural - Destruir, inutilizar, deteriorar, alterar o aspecto ou estrutura (sem autorização), pichar ougrafitar bem, edificação ou local especialmente protegido por lei, ou ainda, danificar, registros, documentos, museus, bibliotecas e qualquer outra estrutura, edificação ou local protegidos quer por seu valor paisagístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico e etc.. Também é considerado crime a construção em solo não edificável (por exemplo áreas de preservação), ou no seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a autorização concedida.
Crimes contra a administração ambiental - Os crimes contra a administração incluem afirmação falsa ou enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados técnico-científicos em processos de licenciamento ou autorização ambiental; a concessão de licenças ou autorizações em desacordo com as normas ambientais; deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental; dificultar ou obstar a ação fiscalizadora do Poder Público.
A Lei de Crimes Ambientais
Em 12 de fevereiro de 1998 foi a aprovada a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). Essa lei disciplinou o capítulo de Meio Ambiente da Constituição Federal quanto ao estabelecimento de punições civis, administrativas e criminais para as condutas lesivas ao meio ambiente.
Por meio dela, são uniformizadas as penalidades antes dispersas em várias leis e as infrações são claramente definidas. Como destaque dessa nova legislação estão a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica, e também da pessoa física autora e co-autora da infração, e as medidas de controle da atuação de funcionários de órgãos de controle ambiental (Brasil, 1998 apud Philippi Júnior e Maglio, 2009).
AULA 05
Licenciamento Ambiental
Na visão ecologista, a questão econômica estava agredindo o meio ambiente brasileiro. Na visão econômica, a questão ecológica estava dificultando o desenvolvimento do país.
Ambas as visões se julgando corretas nos seus direitos. Ora, é sabido que, cada vez que o direito de um se contrapõe ao do outro, a pendência se decide pela força ou por algum tipo de compromisso recíproco (Philippi Junior & Bruna, 2009).
Segundo os mesmos autores, não se pode esquecer, entretanto, que ambas as questões – retrato de uma causa econômica e de uma causa ecológica – têm sua importância na base do significado desses dois vocábulos: ECO = OIKOS (oikos, em grego, significa ”casa”). Trata-se, pois, de proteger em última instância essa casa, o planeta Terra. Indistintamente.
Conforme Braga et al. (2005), no Brasil e em muitos outros países, durante um longo período de tempo, a poluição era vista como um indicativo de progresso. Essa percepção foi mantida até que os problemas relacionados à degradação do meio ambiente, contaminação do ar, da água e do solo – com efeitos diretos sobre os seres humanos – se intensificaram.
Nesse momento surge a necessidade de regulação das atividades das empresas, desde seu projeto até a sua operação: o licenciamento ambiental!
Princípio do poluidor-pagador
A cobrança de tributos ambientais objetiva internalizar os custos ambientais produzidos pelos particulares. Nas economias de mercado, as decisões sobre o que, como, quando e onde produzir são feitas considerando: Os preços dos bens que serão produzidos  e... ...seus custos internos de produção e distribuição. 
Para o empresário, os custos incorridos pela empresa devem ser os mínimos possíveis para que ele possa maximizar os lucros. Além desses custos de produção e distribuição, as atividades produtivas também geram outros custos, que se não forem pagos pela empresa, recaem sobre a sociedade, daí porque são denominados custos externos ou sociais (Barbieri, 2010).   
Um desses custos refere-se à perda da qualidade do meio ambiente, seja decorrente do uso de recursos naturais, seja da poluição resultante de processos da produção, distribuição e utilização dos bens produzidos pela empresa.
A poluição de um rio causada por um processo produtivo representa custos reais desse processo, porém, é a sociedade que paga por eles, constituindo-se dessa forma, em custos externos à empresa poluidora. Os custos totais da produção dos bens e serviços são, portanto, constituídos pelos custos internos e externos: os primeiros são aqueles que a empresa paga para poder produzir e comercializar, o segundo são pagos por todas as pessoas desta e das futuras gerações (Barbieri, 2010).
PPP - O Princípio do Poluidor-Pagador é o conceito mais utilizado na formulação de instrumentos econômicos de políticas ambientais. É estabelecido como instrumento de política ambiental aplicado como diretriz pelos países-membros da OECD, é entendido com a seguinte definição: Princípio a ser aplicado para a imputação de custos das medidas de prevenção e de controle da poluição, que favorecem o emprego racional de recursos limitados do meio ambiente, evitando-se as distorções do comércio internacional (Barbe, 1991; Bernstein, 1993).
Nesse caso, a aplicação do princípio atribui ao poluidor a responsabilidade pelas despesas relativas aos serviços públicos executados pelo Estado para que as condições do meio ambiente permaneçam aceitáveis. Assim, o custo das medidas deverá repercutir sobre os custos dos bens e serviços que estão na origem da poluição, gerados na produção ou no consumo (Philippi Junior e Maglio, 2009). 
Segundo os mesmos autores, no PPP, o poluidor deve arcar com o ônus financeiro proporcional às alterações que provoca no ambiente. Já no no Princípio Usuário-Pagador, o usuário deve pagar o custo social total decorrente de seu consumo, incluindo a diminuição da oferta e os custos de tratamentos eventualmente necessários, ou mesmo incluindo os custos indiretos como as taxas que recaem sobre o uso de produtos (combustíveis fósseis).
Você sabe quais são as modalidades de instrumentos econômicos adotadas nos países desenvolvidos? As modalidades são: 
Cobranças Variáveis
Mercados de licenças negociáveis
Subsídios
Sistemas de depósito-restituição (caução)
Incentivos de enforcement (sanção)
O Licenciamento Ambiental no Controle das Atividades Poluidoras
Licenciamento de Atividades Poluidoras
É constituído de um conjunto de leis e decretos, normas técnicas e administrativas que consubstanciam as obrigações e responsabilidades dos empresários, de Poder Público ou de outros agentes promotores de projetos, com vistas à autorização para implantação de qualquer empreendimento, seja potencial, seja efetivamente capaz de alterar as condições do meio ambiente (Philippi Junior e Maglio, 2009).
Licenciamento de Atividades Poluidoras
É o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades que utilizam os recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (Funiber, 2009).
Segundo no mesmo autor, a licença ambiental é ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades que utilizam os recursos ambientais, consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
A Constituição Federal de 1988, determinou que para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, deverá ser exigido na forma da lei, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (artigo 225, 1º., II), recepcionando, assim: 3º. do art. 10 da lei n. 6.803/80, que dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição: in verbis: “Além de estudos normalmente exigíveis para o estabelecimento de zoneamento urbano, a aprovação das zonas a que se refere o parágrafo,será precedida de estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto, que permitam estabelecer a confiabilidade da solução a ser adotada”.
O licenciamento é uma exigência contida no art. 10 da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n. 99.274/90, que dispõe: “A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades que utilizam os recursos naturais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como capazes, sob qualquer forma de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, e do IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”.
Nos termos do caput do artigo 10 da Lei n. 6.938/81, e do artigo 17 do Decreto 99.274/90, a competência para o licenciamento ambiental é dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do IBAMA em caráter supletivo. SISNAMA é um órgão e entidade da união, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios e as Fundações institucionais pelo poder Público para a proteção e melhoria da qualidade ambiental.
O artigo 4º. comanda que é de competência privativa do IBAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos, no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional e regional. Exemplo dessas atividades de competência do IBAMA são as relacionadas a atividades nucleares e radiativas (Funiber, 2009).
As licenças previstas, estabelecidas pela Lei n. 6.938/81, conforme Philippi Junior e Maglio (2009) são:
Licença Prévia (LP)
A ser expedida na fase de planejamento e concepção de um novo empreendimento; deve conter os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação da atividade. Sua concessão depende das informações sobre o estágio de concepção do projeto, sua caracterização e justificativa, a análise dos possíveis impactos sobre o ambiente, e as medidas que serão adotadas para o controle e mitigação desses impactos ou dos riscos ambientais. Dessa forma, estabelece as condições para a viabilidade do empreendimento do ponto de vista da proteção ambiental. Em projetos de maior complexidade e com possíveis impactos ambientais relevantes, os órgãos de controle poderão exigir a realização de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA), como condição para obter a licença prévia. Esse instrumento foi normatizado pela Resolução n. 001/86 do CONAMA.
Licença de Instalação (LI)
A ser emitida de acordo com as especificações do projeto executivo; deve conter o plano de controle ambiental do empreendimento. Requer também a apresentação de informações detalhadas do projeto por meio de plantas, layouts, unidades que o compõem, métodos construtivos, processos e tecnologias, sistemas de tratamento e disposição de efluentes, corpos receptores etc. A concessão da licença de instalação autoriza o início da implantação do empreendimento.
Licença de Operação (LO)
A ser expedida em fase anterior à operação; após o atendimento dos requisitos necessários, autoriza o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle ambiental, de acordo com o previsto na Licença Prévia e na Licença de Instalação. Autoriza a operação do empreendimento.
Todas as licenças ambientais são válidas por tempo determinado. A Resolução Conama 237/1997 estabelece para cada tipo de licença um prazo de validade mínimo e um máximo. O prazo de prorrogação não pode ultrapassar o prazo máximo estabelecido para a modalidade de licença. No caso da licença de operação, o órgão ambiental, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou do empreendimento, poderá aumentar ou diminuir o prazo de validade da licença, respeitando os prazos mínimos e máximos dessa modalidade. A prorrogação da licença de operação deve ser requerida com antecedência mínima de 120 dias do término do seu prazo de validade, ficando esta automaticamente prorrogada até manifestação definitiva do órgão ambiental.
AULA 06
Estudos Ambientais
Nos estudos ambientais, o meio ambiente é tratado como um sistema, isto é, o conjunto das partes que se integram, direta ou indiretamente, de modo que de cada uma delas dependa o comportamento das demais. Os fenômenos no interior do sistema processam-se por meio de fluxos de matéria e energia que resultam em conexões e relações de dependência entre suas partes (Philippi Júnior e Maglio, 2008).
O ecossistema, unidade funcional da ecologia, é um sistema aberto, integrado por todos os organismos vivos e os elementos físicos presentes em uma determinada área, cujas propriedades de funcionamento e de autorregulação derivam das relações entre eles (Branco, 1989).
Um sistema ambiental inclui todos os processos e as interações que compõem o ambiente, os fatores físicos e bióticos e os fatores de natureza socioeconômica, política e institucional (Moreira, 1991 apud Philippi Júnior e Maglio, 2008).
Segundo Philippi Júnior e Maglio (2008), o planejamento ambiental que utiliza esses conceitos em seu processo de trabalho, é um processo de planejamento de caráter multidisciplinar e interdisciplinar, uma vez que o estudo dos sistemas ambientais, cujos elementos estão em permanente interação, exige como ferramenta a interação do conhecimento de várias disciplinas, para que cada uma delas, interagindo com as demais leve a resultados e interpretações que permitam conhecer o sistema a ser estudado.
Dessa forma, os métodos e as técnicas de análise ambiental devem absorver a interdisciplinaridade como um pressuposto. Do ponto de vista dos participantes dos estudos, tal análise requer profissionais de várias especialidades atuando em conjunto, em equipe multidisciplinar.
Fica claro que os indicadores ambientais têm de abordar a forma mais ampla e complexa dos ecossistemas, para que assim possamos pensar na melhor forma de protegê-lo e preservá-lo.
Política Nacional do Meio Ambiente
Já dispomos da maioria dos dispositivos legais necessários para a consolidação da nossa Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Entretanto, a participação popular, a despeito de todo respaldo legal que a abriga e contempla, tem sido restrita, desarticulada e insuficiente (Dias, 2004).
Segundo o mesmo autor, dos instrumentos da PNMA, devemos dar destaque ao estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, ao zoneamento ambiental, aos indicadores ambientais (EIA, RIMA), ao Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (Sisnima), à criação de unidades de conservação (reservas ecológicas, parques nacionais, áreas de proteção ambiental – APA – e outros.
É importante relembrar que para a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou capazes de causar degradação ambiental, dependerão do prévio licenciamento pelo órgão estadual de meio ambiente, integrante do Sisnima, sem prejuízo de outras licenças exigíveis, conforme vimos na aula 5 desta disciplina.
Meio Ambiente integrado
Percebemos, que cada vez mais, há a tendência à valorização e apreciação do meio ambiente como bem a integrar a produção e o consumo de bens e serviços (FUNIBER, 2009).
Segundo Granato e Oddone (2007 apud Funiber, 2009), ao aumentar o preço do meio ambiente, por exemplo, pela via da aplicação de um imposto, a conduta de produtores e consumidores mudará “produzindo-se um uso socialmente ideal dos recursos naturais”.
Mas há a alternativa de o setor público incidir sobre o desenvolvimento da produção de bens e serviços ambientais a partir do estabelecimento de regulamentações para prevenção e combate à contaminação ou mediante incentivos à produção de tais bens e serviços.
Conforme Funiber (2009), tendo em conta que a sustentabilidade está especialmente relacionada ao consumo de bens ambientais capazes de satisfazer às necessidades das atuais gerações sem prejudicar o direito ao consumo e à satisfaçãode necessidades das gerações vindouras, cabe se perguntar como se traduzem em termos econômicos esta preocupação e, em particular, “os direitos das futuras gerações”. 
É aqui que reside uma fundamental contraposição entre a economia ambiental e a denominada economia do bem-estar.
Indicadores
Para que possamos começar a pensar numa reversão de valores para que efetivamente façamos ações em prol da sustentabilidade, é necessário que indicadores nos forneçam informações do meio natural e socioeconômico para a análise, que deve ser sistemática e relevante, no planejamento de um sistema de gestão ambiental.
Um indicador é uma informação processada, geralmente de caráter quantitativo, que gera uma noção clara e acessível sobre um fenômeno complexo e sua evolução, de modo a dar uma ideia da situação em que ele se encontra, podendo-se estabelecer, então, qual a diferença existente entre seu estado em relação à ideal situação (Comissão Nacional de Meio Ambiente, 1999).
Por exemplo, no âmbito econômico, o PIB é um indicador de evolução da economia de um país, reunindo informação sobre processos produtivos, riqueza, empregos, etc.
Os indicadores são instrumentos auxiliares na avaliação e no acompanhamento de um projeto no decorrer do tempo. Por exemplo, indica o grau de conservação de uma região, a qualidade ambiental de uma área urbana (FUNIBER, 2009).
O uso de indicadores como instrumentos para a gestão e para a tomada de decisões políticas é uma prática habitual em setores como o da economia, da sociologia, da educação, etc. No terreno ambiental e no âmbito dos países da União Europeia, o desenvolvimento de planos nacionais de política ambiental teve início nos anos 80, momento em que surgiu a necessidade de se por em prática a utilização de instrumentos que avaliassem a situação do meio ambiente (Funiber, 2009).
Segundo ainda o mesmo autor, a história do desenvolvimento de indicadores ambientais teve início oficial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Natural e Desenvolvimento, quando se produziu um consenso geral a respeito da necessidade de avançar para a implementação de um desenvolvimento sustentável.
Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)
Não podemos começar a falar de indicadores, sem antes apresentar a Avaliação de Impactos ambientais (AIA). Embora muito pouco divulgado, esse instrumento da PNMA é “constituído por um conjunto de documentos, Estudos e respectivos Relatórios de Impacto Ambiental, com o objetivo de assegurar o exame sistemático e prévio dos impactos ambientais de uma determinada proposta e de suas alternativas, de cujos resultados, tornados públicos, depende a decisão sobre a proposta. Tem um alcance muito amplo, e por isso necessita da contribuição de diversos peritos, técnicos e científicos, cujo objetivo é fornecer informações valiosas no processo decisório” (Funiber, 2009).
Conforme o mesmo autor, a AIA investiga, avalia e documenta a informação que permite aos cidadãos e órgãos governamentais ter conhecimento dos riscos e dos benefícios da ação proposta e suas alternativas. 
Visa assegurar o exame sistemático dos impactos ambientais de uma determinada ação (projeto, programa, plano, política) e de suas alternativas com resultados apresentados ao público e aos responsáveis antes que a decisão de sua implementação seja tomada. Não deve ser confundido com o EIA, pois são instrumentos diversos.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Para agir sobre os impactos ambientais é necessário conhecê-los, daí a necessidade de estudá-los, tanto os que resultam das atividades humanas em curso, quanto os que podem vir a ocorrer no futuro em decorrência de novos produtos, serviços e atividades.
Em qualquer caso, o estudo dos impactos constitui um instrumento de gestão ambiental sem o qual não seria possível promover a melhoria dos sistemas produtivos em matéria ambiental. Qualquer abordagem de gestão ambiental de uma organização, seja ela corretiva, preventiva ou estratégica, requer a identificação e análise de impactos ambientais para estabelecer medidas para agir em conformidade com a legislação ou com a sua política ambiental.
Estudos de impacto ambiental podem ser efetuados a qualquer momento, antes de realizar ações e depois que tais ações foram realizadas, ou seja, para produtos, atividades e empreendimentos existentes e propostos.
Para atender os requisitos do SGA (Sistema de Gestão Ambiental) e de acordo com a ISO 14001, uma organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços que possam ser controlados por ela e os aspectos que possam ser influenciados, para determinar aqueles que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente.
A identificação dos aspectos ambientais deve ser feita mediante um processo contínuo que determina os impactos, positivos ou negativos, passados, presentes e potenciais das atividades da organização sobre o meio ambiente.
Assim, o estudo dos impactos ambientais faz parte do processo de implantação e operação de um SGA e das auditorias ambientais pertinentes.
Na compreensão dos indicadores ambientais como o EIA e o RIMA, é imprescindível que a definição de impacto ambiental, esteja clara (Garcia, 2011).
Para efeito do EIA, entende-se por impacto ambiental qualquer mudança decorrente de ação humana no ambiente natural e social decorrente de uma atividade ou de um empreendimento proposto. A palavra impacto se refere, portanto, às alterações no meio ambiente físico, biótico e social decorrentes de atividades humanas em andamento ou propostos, ou seja, o impacto pode ser real ou potencial, neste caso, se a atividade vier a ser implementada no futuro.
Os impactos podem gerar efeitos positivos e negativos. Há uma tendência em associá-los apenas aos efeitos negativos sobre os elementos do ambiente natural e social, pois a degradação ambiental que nos rodeia é basicamente um resultado indesejável dessas ações. Porém, não se deve esquecer dos impactos positivos, que em última instância são os que conferem sustentabilidade econômica, social e ambiental ao empreendimento ou atividade.
A resolução n. 1 de 1986 do Conama, que estabeleceu os critérios básicos e as diretrizes para uso e implementação do EIA, considera como impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam: A saúde, a segurança e bem-estar da população; As atividades sociais e econômicas; A biota; As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; E a qualidade dos recursos ambientais.
Segundo essa definição apenas os impactos negativos são considerados. De acordo com o artigo citado no parágrafo anterior, o entendimento a respeito de impacto ambiental corresponde ao de poluição. De fato, conforme a Lei 6.938/81, poluição é a degradação da qualidade ambiental.
O EIA deve ser um processo formal, tanto para quem o faz, o empreendedor, quanto para o poder público que o exige e toma decisões baseadas em seus resultados. 
Como instrumento de gestão ambiental, o EIA é importante não só para o país, a região e o município, mas também para o próprio proponente do projeto, que pode ser inclusive uma entidade do próprio poder público. 
Seu objetivo é tomar ciência antecipadamente das agressões ao meio ambiente físico, biótico e social decorrentes da implantação de certos tipos de empreendimentos e atividades.
Dessa forma, o EIA deve ser entendido como uma etapa integrante do próprio projeto de obra ou de atividade potencialmente causadora de degradações significativas do meio ambiente.
Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA)
A Resolução 01/1986 do Conama diferencia o EIA do RIMA, conforme tradição já consagrada no mundo todo.
O EIA é o estudo mais amplo, envolvendo identificação e classificação de impactos, predição de efeitos, pesquisa de campo, análises laboratoriais, valoração monetária dos recursosambientais, avaliação de alternativas, entre outros trabalhos.
O RIMA deve expressar todos esses trabalhos de modo conclusivo, trazendo uma avaliação valorativa que identifique se o projeto é ou não nocivo ao meio ambiente e em que grau. Deve incluir, também, medidas mitigadoras dos impactos negativos, programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos e recomendações quanto às alternativas mais favoráveis.
AULA 07
Auditoria Ambiental
Se examinarmos a formação do direito ambiental, é possível identificar basicamente duas fases:
Primeira fase - A proteção ambiental é setorial, ou seja, não exclusivamente específica ao meio ambiente, como bem juridicamente protegido.
Segunda fase - A especificidade do meio ambiente é considerada, fazendo com que as normas de controle ambiental, efetivamente, caminhem para o aperfeiçoamento (Pedro & Frangetto, 2009).
A partir disso, vemos a importância das formas fiscalização e controle das atividades potencialmente poluidoras ou efetivamente poluidoras para que o meio ambiente seja protegido e assim preservado em prol da sustentabilidade. Isso é praticado pela chamada auditoria ambiental.
Recentemente, as auditorias ambientais passaram a ter papel de destaque entre os instrumentos de gestão ambiental.
Desde o momento em que os gestores ambientais perceberam que a disponibilidade de tecnologias e o monitoramento dos resultados não bastavam para alcançar resultados nessa área, as auditorias passaram a ser cada vez mais utilizadas. A competição internacional conduziu as exigências ambientais ao status de barreiras não tarifárias, levando à elaboração e implementação das normas ISO 14001 e do correspondente sistema de auditoria e certificação ao redor do mundo.
O processo acelerado de aquisições e fusões de empresas passou a requerer verificações rigorosas, para que eventuais passivos pudessem ser avaliados e seu valor levado em conta nos negócios, levando à necessidade de auditorias de passivo ambiental.
A migração de indústrias internacionais para países em desenvolvimento obrigou as matrizes das empresas a estabelecer processos sistemáticos de verificação dos cuidados com o meio ambiente em suas filiais, a fim de evitar problemas graves que possam ferir sua imagem (Philippi Junior e Aguiar, 2009).
Para compreendermos melhor o surgimento das auditorias ambientais, vamos ler um pouco da história da relação da questão ambiental com as auditorias, contata por Philippi Junior e Aguiar (2009)?
ISO 14000
Por causa de pressões sociais, comerciais e das lições aprendidas na década de 1980, a International Organization for Standartization  (ISO) anunciou no Rio de Janeiro em 1982, a decisão de desenvolver uma série de normas sobre gestão ambiental.
Inclui normas com diretrizes para sistemas de gestão ambiental e auditorias.
A ISO 14000 foi uma evolução importante, porque as normas não se concentravam em padrões técnicos específicos e características desejáveis de produtos, mas sim como a empresa se organiza para tratar de gestão ambiental de suas atividades, produtos e serviços. Também foi desenvolvida uma estrutura para certificação dos sistemas de gestão ambiental por meio de auditorias. No Brasil, vários estados criaram leis exigindo auditoriais ambientais, tais como Rio de Janeiro, o Espírito Santo, o Paraná e Minas Gerais, no entanto, em alguns casos as leis não estão regulamentadas o que dificulta sua aplicação (La Rovere, 2000).
Definições
A partir desse histórico, podemos nos aprofundar nas definições sobre auditoria ambiental.
As auditorias ambientais são instrumentos de múltiplos propósitos e um dos mais antigos que se conhece. A auditoria entendida como exame, conferência ou apuração de fatos já era empregada há muito tempo e existem relatos de seu uso na Antiguidade, como atestam diversos textos de auditoria contábil. 
No início, as auditorias ambientais buscavam basicamente assegurar a adequação das empresas às leis ambientais dentro de uma postura defensiva, ou seja, procuravam identificar os possíveis problemas relacionados com multas, indenizações e outras penalidades ou restrições contidas nas diversas leis federais, estaduais e locais.
Muitas organizações começaram a realizar auditorias voluntárias e os órgãos governamentais passaram a estimular tal prática. 
Ao final da década de 1980, já existia uma razoável experiência internacional sobre esse instrumento, que em grande parte de beneficiou dos avanços em outros tipos de auditoria, como a contábil e a de qualidade.
A preocupação legalista predominava nessas auditorias, denominadas: Auditoria de Conformidade.
Com o tempo, outras considerações foram sendo acrescentadas e, com isso, a expressão auditoria ambiental tornou-se bastante elástica, podendo significar uma diversidade de atividades de caráter analítico voltadas para identificar, averiguar e apurar fatos e problemas ambientais de qualquer magnitude e com diferentes objetivos (Barbieri, 2007).
Praticamente todas as iniciativas voluntárias, recomendam a realização de auditorias ambientais de modo regular e sistemático.
A Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável da ICC estabelece no seu 16º. princípio que a empresa deve medir o desempenho ambiental, realizar auditorias ambientais regularmente, obedecer as normas legais e divulgar informações apropriadas ao conselho de diretores, aos empregados, aos acionistas, às autoridades e ao público em geral.
As auditorias anuais e a divulgação de seus resultados constam do 10º. princípio Ceres. A realização de auditorias de modo regular faz parte dos estágios mais avançados de preocupação ambiental, como são as abordagens de prevenção da poluição e estratégica, conforme o mesmo autor.
Aplicações
As auditorias ambientais podem ser aplicadas em: 
Organizações
Processos
Locais
Sistema
Produtos
Os principais tipos de auditoria ambiental quanto a seus objetivos, indicando para cada um os seus principais instrumentos de referências para efeito de averiguação e análise, estão expostos por Barbieri na tabela a seguir.
As auditorias ambientais tendem a ser cada vez mais compreendidas e aplicadas. Num ambiente econômico extremamente competitivo internacionalmente, no qual as sociedades de mostram cada vez mais conscientes e exigentes quanto à preocupação com o meio ambiente nas atividades econômicas, as auditorias são um instrumento adequado para gerar informações relativas à gestão e à comunicação ambiental. Sua eficácia depende da adequada capacitação dos auditores, e nesse sentido as próprias organizações deveriam se esforçar para se fortalecer no atendimento da necessidade de auditorias internas e para realizar exigências quanto a seus parceiros econômicos (Philippi Junior e Aguiar, 2009).
AULA 08
Sistema de Gestão Ambiental – Parte 01
Você sabe qual a diferença mais importante, relacionada ao exercício das atividades relativas à gestão ambiental? É o entendimento da dinâmica do ambiente com o qual se trabalha, independentemente de se tratar de um ambiente mais primitivo, no sentido de menos modificado, ou de um ambiente já muito alterado, por exemplo, uma área urbana.
Esta dificuldade é compreensível, na medida em que se aprofunda cada vez mais o conhecimento de qualquer aspecto do ambiente, repentinamente, surge a incumbência de compreender o todo sem que se possua um ferramental metodológico adequado para tal tarefa (Nakazawa, 2009).
Com isso, surge a necessidade da criação de sistemas de gestão, que quando integrados ao conhecimento ajudam significativamente na minimização do impacto, ou mesmo na prevenção dele.
Sistema de Gestão + Conhecimento = Menos impacto
Ecologia e Economia
Na visão ecologista, a questão econômica estava agredindo o meio ambiente brasileiro. Na visão econômica, a questão ecológica estava dificultando o desenvolvimento do país.
Ambas as visões se julgando corretas nos seus direitos. Ora, é sabido que, cada vez que o direito de um se contrapõe ao do outro, a pendência se decide pela força ou por algum tipo de compromisso

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