Buscar

MBA GESTÃO AMBIENTAL Reciclagem

Prévia do material em texto

MBA GESTÃO AMBIENTAL
Gestão de Resíduos Sólidos – Plástico
Caio Faro
Caroline Rangel
Raphael Morais
Trabalho apresentado ao Curso de MBA em Gestão Ambiental da Universidade Estácio de Sá como requisito à aprovação na Disciplina Gestão de Resíduos Sólidos ministrado pela profª. Tatiana Freitas.
Niterói
Novembro/2013
INTRODUÇÃO
O plástico é um dos produtos mais utilizados na sociedade atual e, consequentemente, um dos principais poluidores da natureza. 
O nome “plástico” originou-se do grego plassein e exprime a característica deste material quanto a maleabilidade. Este termo foi adotado para identificar materiais que podem ser moldados por intermédio de alterações de condições de pressão e calor, ou por reações químicas.
O desenvolvimento do plástico teve início em 1860 nos estudos com nitrato de celulosa do inglês Alexandre Pakers. A resina estudada ganhou o nome de “Parkesina” e tinha como características principais flexibilidade, resistência a água, cor opaca e fácil pintura. Em 1862, Pakers apresentou na Exposição Internacional de Londres as primeiras amostras do que podemos considerar o antecessor da matéria-plástica.
No mesmo ano, por conta de um concurso de uma empresa fabricante de bolas de bilhar querendo substituir o marfim utilizado na fabricação, John Wesle Hyatt iniciou pesquisa do marfim artificial, obtendo sucesso em 1870 com celuloide, a primeira matéria artificial. Por sua facilidade de trabalho, a celulóide foi um sucesso e nos anos posteriores acabou definindo a nomenclatura das matérias plásticas que eram criadas a partir da celulóide.
Em 1920, Hermann Staudinger através de seus estudos teóricos de estrutura e propriedade dos polímeros naturais (celulosa e isoprene) e sintéticos, mostrou que os polímeros são constituídos de moléculas em forma de longas cadeias formadas a partir de moléculas menores, por meio da polimerização. As teorias de Staudinger não foram bem aceitas por todos os cientistas e a discussão continuou durante os anos 20.
Por volta dos anos 30 nasceu o poliestireno, mas sua produção comercial só foi iniciada em 1936, na Alemanha. Em 1949 foi inaugurada a primeira fábrica de poliestireno, a Bakol S.A, em São Paulo. Logo foi iniciada a produção comercial do poliestireno de alto impacto. No início dos anos 60, F.H. Lambert desenvolveu o processo para moldagem de poliestireno expandido. O plástico substitui com vantagens uma série de matérias-primas utilizadas pelo homem há milhares de anos, como vidro, madeira, algodão, celulose e metais. Além disso, ao substituir matérias-primas de origem animal, como couro, lã e marfim, possibilitou o acesso a bens de consumo pela população de baixa renda. 
Depois da descoberta do poliestireno, polietileno, PVC, poliamidas (Nylon) e poliéster, o conhecimento dos mecanismos de polimerização contribuiu, nos últimos anos, para o nascimento de outros materiais plásticos com características físico-mecânicas e de alta resistência ao calor, os chamados tecnopolímeros ou polímeros para engenharia.
A partir de 1945, as matérias-primas plásticas entraram com tudo na casa das pessoas, independentemente de condição social. Foi um fenômeno, pois, na época, o aço predominava. A substituição progressiva dos materiais tradicionais pelas novas substâncias sintéticas mudou o conceito de forma, ergonomia e utilidade dos objetos que o homem estava acostumado a manusear em seu dia-a-dia. 
Com a introdução do plástico no mercado mundial novas demandas foram surgindo, como produtos descartáveis, artigos para o lazer, eletroeletrônicos entre outros. No setor de eletrodomésticos, por exemplo, a utilização do plástico está em constante crescimento e evolução. 
Nos dias de hoje, o plástico é considerado essencial para o progresso da humanidade. O aperfeiçoamento das tecnologias de transformação viaja na mesma intensidade da história dos polímeros.
Particularmente o plástico, do ponto de vista ambiental, é um grande problema já que o baixo custo de produção e a alta maleabilidade fazem dele um insumo largamente consumido em todo o mundo, nos mais diversos setores de produção e serviços. A construção civil, embalagens, têxtil, telecomunicações e eletroeletrônicos, por exemplo, são grandes “consumidores” deste material. São produtos que vão desde sacolinhas de plástico a chassis de tratores e caminhões.
O descarte de plásticos é dividido em dois grupos distintos: pós-industriais (descarte feito por indústrias) e pós-consumo (embalagens e outros produtos que vão para o lixo dos consumidores). O problema é que o plástico é produzido do petróleo, um combustível fóssil não-renovável, altamente poluente quando queimado ou derramado, e tóxico, quando inalado ou ingerido. Como agravante, a biodegradabilidade da maioria dos plásticos é muito lenta. Por isso, enquanto não inventam um material para substituí-lo, é muito importante reciclá-lo.
Felizmente o plástico é amplamente reaproveitado, sendo que hoje em dia boa parte desse material descartado vai para a reciclagem, gerando produtos com praticamente as mesmas características do plástico original, e deixando de ir para os aterros sanitários e até para os mares, rios, lagos, solos e matas, onde além de poluir representa grande perigo para diversas espécies. 
Figura 1: Tartaruga comendo plástico.
A Lei 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), não contempla especificamente a gestão do material plástico, tratando este (assim como o alumínio e papel, por exemplo) como materiais recicláveis.
Dentre as diretrizes da PNRS, podemos destacar para os materiais reciclados o Art. 6º, que trata dos princípios da referida Política:
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; 
De fato podemos dizer que quanto a isto o plástico tem dado sua contribuição. Por conta de sua reciclagem, milhares de brasileiros consegue sua renda, seja trabalhando como catadores ou em cooperativas de materiais reciclados, como veremos adiante.
A PROBLEMÁTICA PET E A RECICLAGEM
O politereftalato de etileno, mais conhecido como PET, é um polímero termoplástico desenvolvido por dois químicos em 1941. Uma de suas vantagens é poder ser reprocessado várias vezes, facilitando e favorecendo o seu processo de reciclagem e uso contínuo na cadeia produtiva.
O PET proporciona alta resistência mecânica (impacto) e química, suportando o contato com agentes agressivos, além de possuir excelente barreira para gases e odores. Por isso é capaz de conter os mais diversos produtos com total higiene e segurança para o produto e para o consumidor. (ABIPET, 2010).
Com essas características, o PET tem se mostrado o recipiente ideal para a fabricação de garrafas (refrigerante, água, sucos, óleos, isotônicos, produtos de limpeza, etc) em todo mundo por conta de sua resistência e pela redução dos custos de transporte e produção, evitando desperdícios em todas as fases de produção e distribuição (ABIPET, 2010).
As garrafas PET só começaram a ser fabricadas na década de 70 e no começo dos anos 80 iniciou-se sua coleta com vista à reciclagem, inicialmente para enchimento de almofadas. Com o avanço da tecnologia e a melhoria da qualidade do material, surgiram novas aplicações como o uso em tecidos, lâminas e garrafas para produtos não alimentícios.
Com o uso em grande escala das garrafas PET, principalmente a partir da década de 90, surgiu um problema ambiental sério. Muitas destas garrafas eram descartadas e acabavam parando em terrenos, rios, esgotos, mares e matas. Como este material pode se manter durante anos na natureza, tornou-se fundamental a sua coleta e reciclagem.
O material obtido após a reciclagem do PET, bem como de outros materiais plásticos, pode dar origem a diversos produtos:
Figura 2: Quadro demonstrativo de material produzido com reciclagem de plásticos.
Figura 3: Rio poluído por garrafas PET.
TIPOS DE RECICLAGEMExistem 3 tipos de reciclagem do material plástico:
1)Reciclagem Mecânica
É o método mais comum. Ele consiste em transformar os plásticos (tanto os oriundos de sobra industrial, quanto os descartados pós-consumo) em pequenos grânulos que podem ser utilizados na produção de novos materiais, como sacos de lixo, pisos, mangueiras, embalagens não-alimentícias, peças de automóveis, etc. O modo de funcionamento já é conhecido por quem está antenado no mundo da reciclagem. Primeiro, ocorre a coleta dos plásticos descartados por meio de associações de catadores, cooperativas ou pela coleta municipal. Em seguida, nesses locais, ocorre a separação, a triagem dos diferentes tipos de plástico e a limpeza para retirar restos de sujeira dos conteúdos. Depois de todo esse processo, o plástico granulado é produzido.
2)Reciclagem Química
Trata-se do modelo mais elaborado, que reprocessa os plásticos para transformá-los em materiais petroquímicos básicos que servem de matéria-prima para a criação de produtos de elevada qualidade.
Se compararmos a reciclagem química com a mecânica, a primeira tem uma maior flexibilidade sobre a composição e é mais tolerante a impurezas (ou seja, não requer uma triagem tão minuciosa). No entanto, é mais cara e necessita de enormes quantidades de plástico para ser economicamente viável.
Alguns processos mais comuns ocorridos na reciclagem química são a hidrogenação, a gaseificação, a quimólise e a pirólise.
3)Reciclagem Energética
Infelizmente, esse tipo de reciclagem ainda não existe no Brasil, apesar de ser amplamente difundido no exterior. Os plásticos são coletados e transformados em energia elétrica e térmica por meio de incineração, além de serem aproveitados até como combustível. Esse método ajuda na redução de resíduos, além de contribuir como um novo modelo de matriz energética.
Figura 4: Triagem do plástico em uma cooperativa.
Os plásticos são derivados de produtos orgânicos. Os materiais utilizados na produção de plástico são produtos naturais tais como celulose, carvão, gás natural, sal e petróleo. Os dois principais processos utilizados para a produção de plásticos são denominados como polimerização e policondensação. Num reator de polimerização, monômeros como o etileno e o propileno são unidos de modo a formar longas cadeias poliméricas. Cada polímero tem a suas próprias propriedades, estruturas e tamanhos. Em relação às suas propriedades físicas os plásticos podem ser classificados como:
Termoendureciveis – ganham a forma de produtos rígidos por ação do calor e de reações químicas e não são susceptíveis de serem moldados novamente por ação do calor. 
- Exemplos: Poliuretano (PU), Resinas insaturadas de poliéster (UP), Politetrafluoretileno etileno (PTFE), Fenol formaldeído (PF).
Termoplásticos – amolecem quando aquecidos e endurecem de novo quando arrefecem, o que permite moldá-los sucessivas vezes. Mais de 80% dos plásticos vulgarmente utilizados são deste tipo. 
- Exemplos: Policarbonato (PC), Polietileno (PE), Politereftalato de etileno (PET), Policloreto de vinilo (PVC), Polipropileno (PP), Poliestireno (PS); Poliestireno expandido (EPS).
DADOS DE GERAÇÃO, COLETA E RECICLAGEM
Segundo o CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), plástico compõe cerca de 77% das embalagens no Brasil. De acordo com a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), o PET é responsável por 1,4% do lixo urbano do Rio de Janeiro. Além de ser um material de difícil degradação em aterros sanitários, não pode ser transformado em adubo, o que torna a reciclagem a única alternativa para que esse material seja reaproveitado e não descartado na natureza.
Estima-se que as garrafas de PET levem mais de 500 anos para se decompor na natureza. Neste contexto, a reciclagem evita a extração de novas matérias-primas das fontes naturais e economiza recursos utilizados durante a fabricação de produtos, como água e energia.
Segundo a ABIPET, sua reciclagem utiliza apenas 3% da energia total necessária para a produção da resina virgem, além de desviar grandes quantidades de resíduos dos aterros sanitários. E tem a vantagem de poder ser reciclado várias vezes sem prejudicar a qualidade do produto final.
A reciclagem das embalagens PET, como as garrafas de refrigerantes de 1L, 1,5L, 2L e 2,5L descartáveis, está em franca ascensão no Brasil.
O Brasil consumiu 515.000 toneladas de resina PET na fabricação de embalagens em 2011, dessas, 57,1% das embalagens pós-consumo foram efetivamente recicladas no mesmo ano, totalizando 294 mil toneladas. As garrafas são recuperadas principalmente através de catadores e cooperativas, além de fábricas e da coleta seletiva operada por municípios. O volume de PET reciclado no Brasil seguiu crescendo em 2011. De 1994 a 2002, o percentual de reciclagem das embalagens PET pós -consumo no Brasil subiu de 19% para 35% do total comercializado. De 2003 à 2006 subiu de 43% para 51% e desde então a alta anual tem variado de 1,5% à 2%. Em 2009, o Brasil alcançou novamente o segundo lugar na reciclagem do PET, perdendo apenas para o Japão que reciclou 72,1% (CEMPRES, 2012).
Tabela 1: Índice de reciclagem de material PET em 2011.
	País
	% Reciclagem
	Japão
	77,9
	Brasil
	57,1
	Austrália
	42,3
	Argentina
	34
	EUA
	29,3
O crescente uso de materiais plásticos em embalagens de produtos alimentares resulta não só da sua flexibilidade, como também da possibilidade de conjugar diversos tipos de plástico, com vista à produção de uma barreira protetora entre os alimentos e os possíveis contaminantes. O plástico pode também ser concebido de forma a que o alimento possa “respirar” e esteja simultaneamente protegido de qualquer ataque bioquímico – condições ideais para a produção de embalagens para produtos frescos, tais como as frutas e outros produtos hortícolas. O próprio plástico é um material asséptico, por não permitir que nele se desenvolvam quaisquer microrganismos. Por ser um ótimo isolante térmico, o plástico diminui substancialmente as perdas energéticas. Assim, os plásticos são utilizados como isolamento térmico na construção civil, em congeladores e frigoríficos, contribuindo para a redução dos gastos de energia. 
Estima-se que por quilograma de petróleo usado para produzir poliestireno expandido utilizado em placas de isolamento poupam-se 150 kg de petróleo em energia para climatização.
O plástico não corrói, não enferruja e requer menor manutenção do que qualquer outro material tradicional. É praticamente inquebrável. Por outro lado, os produtos fabricados em plástico podem ser concebidos para ter uma durabilidade limitada (plásticos biodegradáveis), encontrando assim aplicações específicas na agricultura e, com especial destaque, na medicina, onde têm vindo a ser utilizados na produção de seringas descartáveis, próteses, embalagens diversas e válvulas artificiais, entre outras aplicações. Diversos milhões de toneladas de comida e produtos são transportados desde os produtores até ao consumidor final. A proteção destes bens, que têm de ser entregues ao consumidor final de forma rápida e intactos, normalmente consome uma quantidade significativa de energia. Dificilmente existirá um material mais versátil e adequado que os plásticos para as inúmeras soluções inteligentes e amigas do ambiente que existem atualmente. 
Figura 5: Alguns tipos de embalagens plásticas existentes.
Filmes finos pesando apenas algumas miligramas protegem e selam carne, fruta, vegetais, queijo, e garantem que estes produtos chegam ao consumidor frescos e em bom estado de conservação. O peixe é um exemplo perfeito da versatilidade e segurança que os plásticos conferem: desde o minuto em que são pescados no mar até a sua armazenagem no frigorífico, é necessário que se mantenha constantemente fresco. Seria impossível caso não existissem os modernos materiais poliméricos. 
Independentemente da elevada variedade de plásticos de embalagem existentes, todos têm algo em comum: têm vindo a se tornar mais leves, menos volumosos e mais resistentes.Estas características ajudam não só em nível de questões ambientais (produção de menos resíduos), menor consumo de matérias-primas e menor custos de transporte.
Em média, as embalagens de plástico perfazem apenas para 1 a 3% do total do peso do produto. Por exemplo, são necessárias apenas 2 gr. de filme de plástico para embalar 200 gr. de queijo. 1,5L de água pode ser seguramente embalada numa garrafa que pesa apenas 38 gramas e um pacote de iogurte que pesa apenas 4,5 gramas embala 125 gramas de produto. 
Todos os materiais de embalagens para contato alimentar devem subscrever todos os requisitos legais aplicáveis, tanto a nível nacional como internacional. Os plásticos respondem a estes requisitos, sendo indispensáveis enquanto materiais de embalagem. Cerca de metade de todo o plástico é utilizado neste setor. São incomparavelmente versáteis, para embalar alimentos frescos, água e refrigerantes, óleos alimentares e molhos, fruta, iogurtes, manteiga, entre outros produtos essenciais.
O sucesso comercial dos plásticos como produto de embalagem deve-se à combinação de diversas características: flexibilidade (aplicações rígidas e flexíveis), resistência, cor, brilho, impermeabilidade e higiênico. As embalagens plásticas de contacto alimentar não alteram o sabor e a qualidade dos alimentos e têm propriedades barreira que asseguram que a comida mantém o seu sabor original e garante proteção do exterior. Estudos realizados por Institutos da Comunidade Europeia indicam que se os plásticos fossem abolidos como material de embalagem, o volume de resíduos domésticos aumentaria em 150%, o peso das embalagens aumentaria em 300% e a energia consumida pela Indústria de Embalagens—da produção ao transporte – duplicaria!
O uso de embalagens de plástico no transporte de produtos alimentares e bens de consumo reduz o consumo de combustível até cerca de 40%. Mais ainda, a utilização de plásticos no fabrico de veículos permite ainda reduzir o consumo de combustível da viatura em si mesma em mais 4%. Os benefícios ambientais são evidentes: menos combustível consumido significa menos emissão de poluentes.
Por outro lado, desenvolvimentos nos métodos de fabrico de produtos de plástico permitiram reduzir substancialmente o peso desses produtos nos últimos 20 anos. A título de exemplo refira-se que um saco de hipermercado que permite transportar 10 kg de mercadoria pesa hoje 6 g, quando na década de 70 pesava 20 g.
CICLO DE VIDA DO PLÁSTICO
No caso da embalagem PET o ciclo de vida se inicia com a extração do petróleo, a fabricação da pré-forma, produção da garrafa, lavagem e encaminhamento para envase.
Após esse procedimento as embalagens vão para as prateleiras para o consumo dos cidadãos, posteriormente deveriam ser destinados corretamente em coletas seletivas, ecopontos ou ecocentros e assim recolhidos pelas entidades municipais, para que sejam entregues as cooperativas e então iniciado o processo de reciclagem até a produção de novos objetos.
Figura 6: Ciclo de vida do plástico, tipo PET.
A reciclagem ocorrem em três etapas básicas:
Recuperação: que se inicia no momento do descarte e termina com a confecção do fardo, que se torna sucata comercializável;
Revalorização: com início na compra da sucata em fardos e fim na produção de matéria-prima reciclada; e
Transformação: final do processo completo de reciclagem, é a utilização da matéria-prima oriunda das garrafas de PET pós-consumo para a fabricação de inúmeros bens de consumo.
Na primeira etapa destaca-se o papel da coleta seletiva, das cooperativas e dos catadores de material reciclável. São esses que evitarão o destino incorreto desse material, triar e prensar, para só então vender o fardo ideal.
A segunda etapa é caracterizada pela moagem e lavagem dos PET’s, enxágue, separação, pré-secagem, secagem e eliminação de pó, classificação das partículas (opcional) e ensacagem. E a terceira etapa caracteriza-se pela fabricação de bens de consumo.
Figura 7: Processo de reciclagem do plástico.
A transformação do PET reciclado pode acontecer de maneiras diferentes conforme o produto final que irá ser fabricado com a matéria-prima reciclada. Vários setores da economia utilizam produtos que levam PET reciclado. Dessa forma, estamos sempre em contato com algum artigo feito com esse material, como: aplicações têxteis, cordas e vassouras, chapas, filmes, resinas, tubos e conexões e madeiras.
A educação para a reciclagem de resíduos começa em casa. Para os materiais mais usados nas residências, como plástico e vidro, a reutilização é um ótimo caminho para a conscientização e o consumo consciente (UNILEVER, 2013). A reutilização é realizada transformando o material manualmente, produzindo, por exemplo, vasos, luminárias, quadros, hortas verticais, jardineiras, cofres, porta-lápis, entre outros. A Reciclagem de PET colabora para preservação ambiental, mas não só: a atividade alcança plenamente os três pilares do desenvolvimento sustentável: Benefícios sociais, ambientais e econômicos (ABIPET, 2010). Dentre os benefícios sociais pode-se citar a comercialização do material pelas cooperativas e seus catadores, garantindo uma remuneração a esses trabalhadores; dentre os ambientais cita-se o reaproveitamento de centenas de milhares de toneladas de embalagens que seriam indevidamente destinadas, além de economizar recursos naturais e energia; e dentre os econômicos é possível citar a geração de impostos, empregos e renda. 
Figuras 8 e 9: Exemplos de reutilização do material plástico.
PROJETOS
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) oferece às empresas associadas e divide com outras associações interessadas, o seu Programa “Dê a Mão para o Futuro” – Colabore com a Reciclagem e Ajude a Gerar Trabalho e Renda, que tem como princípio básico a responsabilidade compartilhada, que pressupõe que, para resolver a questão da adequada destinação das embalagens pós-consumo é preciso que toda a sociedade se mobilize (Mão para o Futuro, 2009).
Em 2002, foi implantado o projeto PET pela Suvinil (marca de tintas), que utiliza garrafas de plástico para produção de um dos principais componentes das tintas e vernizes: a resina. Desde o início do projeto, mais de 450 milhões de garrafas PET (cerca de 20 mil toneladas) foram retiradas do meio ambiente. Para cada galão de 3,6 litros de esmaltes e vernizes são utilizadas cinco garrafas PET na composição. (Repórter Diário, 2011).
A petroquímica Braskem, também recicla parte de sua produção de resíduos. A Coca-Cola possui o projeto “Reciclou, ganhou”, foi criado para estimular a reciclagem de embalagens e apoiar as cooperativas de catadores. (Instituto Coca-Cola Brasil, 2013).
Atualmente, existe um projeto chamado Rota da Reciclagem, que disponibiliza um roteiro para que a população possa encontrar as iniciativas de reutilização de embalagens Tetra Pak (embalagens longa vida) mais próximas as suas residências. Ainda não existe prática semelhante em relação ao PET, mas ações desse tipo são boas ideias para que todos possam cooperar para um Brasil mais sustentável (Akatu, 2013).
CONCLUSÃO
Para mudar o quadro em que se encontra o Brasil, de importação do PET reciclado, é necessário que mais empresas e consumidores realizem ações de coleta seletiva e reciclagem do PET. A esperança está no desenvolvimento de programas de conscientização, que incentivem a participação da sociedade.
Percebe-se que os benefícios do uso do plástico reciclado vão além da questão da poluição pelo próprio material. Uma parcela da população brasileira sobrevive através da coleta de plásticos e outros materiais recicláveis e isso só é possível pois as empresas tem se interessado em utilizar o material reciclado ao invés de extrair nova matéria prima. A não necessidade de extração da matéria prima para produção do plástico, por si só, já é um tremendo benefício gerado pela reciclagem.
Outro benefício muito importante é a utilização de muito menos energia na produção do material reciclado em relaçãoa um novo. Além disso, a ausência do plástico no meio ambiente é extremamente benéfica para diversas espécies que são afetadas e podem vir a óbito pela ingestão ou contato com o material plástico.
Diversas maneiras de se reutilizar o plástico são conhecidas atualmente, inclusive já se sabe que é possível produzir madeira através da reciclagem desse material. Diante dos dados apresentados deve-se refletir o consumo e a maneira de descarte desse tipo de material. É necessário que cada cidadão se informe sobre o ciclo de vida do material e a melhor maneira de descarte, bem como maneiras de reutilizá-lo em sua própria residência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 ago. 2010.
http://abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=81 – acessado em: 20/11/2013
http://ciclovivo.com.br/noticia/10_maneiras_de_reutilizar_garrafas_pet – acessado em: 20/11/2013
http://www.abipet.org.br/noticias/ABIPET-folheto-A4-web.pdf – acessado em: 20/11/2013
http://www.maoparaofuturo.org.br/sobre/ – acessado em: 20/11/2013
http://www.cempre.org.br/ft_pet.php – acessado em: 20/11/2013
http://www.agenda21comperj.com.br/noticias/reciclagem-de-garrafas-pet-aumenta-no-brasil – acessado em: 20/11/2013
http://www.unilever.com.br/aboutus/destaques_do_site/o_ciclo_da_reciclagem_de_embalagens.aspx – acessado em: 20/11/2013
http://www.aguanajarra.com.br/nossa-causa/?id=12 – acessado em: 20/11/2013
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/09/madeira-plastica-evita-derrubada-de-arvores-para-fabricar-moveis.html – acessado em: 20/11/2013
http://www.suapesquisa.com/reciclagem/reciclagem_garrafa_pet.htm – acessado em: 20/11/2013
http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/299727/projetos-da-iniciativa-privada-auxiliam-na-destinacao-do-lixo - Acessado em 21/11/2013
http://www.institutococacola.org.br/projeto-meioambiente.htm - acessado em: 21/11/2013
http://www.nossofuturoroubado.com.br/arquivos/julho_09/historia_plastico.html acessado em: 25/11/2013

Continue navegando