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Geografia Cultural. Tema 3: O Lugar Simbólico e a relação do homem e do meio. • Lugar é uma categoria geográfica, com conotações variadas entre os geógrafos, teóricos de outras áreas e do senso comum. • As várias definições de lugar nem sempre são suficientes para a compreensão e a co- municação no diálogo entre interlocutores. O Lugar como categoria. como a espacialidade simbólica e a decifra-ção das suas repre- sentações. • “Onde você está?” estou sentado na cadeira azul. Veja o exemplo apresentado por Nordi (2015): • “Onde você está?” “De que lugar você é?” “Ponha-se no seu lugar!” • As respostas podem ser variadas, envol- vendo a espacialidade geométrica e escalar presentações simbóli- cas que constroem juntamente com a materialidade dos lu- gares, e com as quais também interagem.” O conceito de lugar de acordo com os Parâ- metros Curriculares Nacionais de Geografia: • “... o lugar deixou de ser simplesmente o espaço em que ocorrem interações entre o homem e a natureza para incorporar as re- • O Lugar como simples localização faz parte do senso comum e já foi referência fundamental na geografia. • Para La Blache, Lugar possui caráter locacio- nal tendo como base o espaço enquanto chão em que os fenômenos acontecem. Concepções de Lugar. • A simbologia do lugar é relacionada à percepção e aos vínculos afetivos dos seres humanos na experimentação do mundo. • Para Yi Fu Tuan senti- mento e pensamento são inseparáveis em que a percepção sensória se realiza conjuntamente. Lugar simbólico e fenomenologia: Yi Fu Tuan em conta a relação com o tempo e a mobilidade espacial. • O lugar é marcado pe- la Familiaridade: o lar, a vizinhança, a cidade, a região, o país. • Para Tuan o espaço é orientado e estru- turado a partir do corpo humano. • Visão, audição, tato, olfato e paladar são canais sensórios para a percepção da dis- tância e direção entre lugares, levando-se cterísticas de organiza- ção espacial associa- das à criação de lugares. Atribui perso- nalidade ao espaço, transformando-o em Lugar. • Espaço mítico: não pode ser afirmado ou negado pela constatação sensória. • O espaço mítico cósmico não responde qual é o lugar do homem na natureza. • O espaço mítico orientado apresenta cara- • Considerado o primeiro geógrafo a se inspirar na fenomenologia para reelaborar os conceitos de espaço e lugar. • Para Relph o Lugar é um fenômeno definido a partir de sua essên- cia e de suas fontes de significado. Lugar simbólico e fenomenologia: Edward Relph • A singularidade do Lu- gar está em sua es- sência, que é dada pela vivência e experi- ência do ser humano na sua relação com a espacialidade. • A principal propriedade da essência do lugar é o envolvimento pessoal. • A concepção de lugar, tanto em Relph como em Tuan, rompe com o paradigma positivis- ta do determinismo e do possibilismo. • Para Tuan e Relph a existência estável caracteriza o lugar e lhe dá a tangibilidade que o constitui como entidade (NORDI, 2015). • As identidades dos lugares, garantem a sua singularidade. Estão relacionadas com os padrões físicos, os traços observáveis e os produtos de atitudes, tudo de forma indis- sociável. la “experiência de in- ternidade” em oposi- ção à “externalidade”, Sendo que a identida- de do lugar está ligada às variações e altera- ções desses limites. • Para Relph, o espaço é amorfo e intangível. não se constituindo como uma entidade que possa ser diretamente descrita e analisada como é o caso do lugar (NORDI, 2015). • Para Relph a essência do lugar se define pe- A deslugaridade é incentivada pela mídia de massa, pelos governos, pelo sistema econômico, visando uniformizar produtos e lugares criados. • Para Relph só é lugar o espaço constituído pelos significados simbólicos. • Para Relph, deslugaridade significa a dimi- nuição de lugares significantes e a perda do sentido de lugar. Continuando Tema 3: O Lugar Simbólico e a relação do homem e do meio. • Perspectiva da fenomenologia e do existen- cialismo, buscando aproximar o conheci- mento intelectual à experiência vivida. • A perspectiva positivis- ta trata do espaço representacional (geo- métrico) e a fenome- nologia trata do espaço vivido. Lugar simbólico e fenomenologia: Anne Buttimer tos ou forças estabili- zantes e inovativas como tensões latentes que são reveladas diante de situações de desarmonia entre a pessoa e o mundo. • O modo intersubjetivo de se conhecer a experiência social e espacial levaria à transcendência do dualismo entre o subje- tivo e o objetivo. • Identifica no lugar (mundo vivido) elemen- de alcance”, conside- rando três dimensões: imaginação pessoal, filiações sociais e a localização física do lar e do alcance. • Buttiner elabora os conceitos de “lar” e “horizontes de alcance” como movimentos recíprocos que dimensionam a identidade do lugar. • Cria diferentes níveis de “lar” e “horizontes • Buttiner se mostrou preocupada com a deslugarização na vida das cidades contempo- râneas, propondo a- ções de manutenção e criação de lugares. • O mapeamento do “lar” e dos “horizontes de alcance” forneceria a compreensão da identidade dos lugares, o que dependerá do aprofundamento do diálogo intersubjetivo entre o observador e o residente. • Abordagem calcada no materialismo históri- co-dialético. Sua contribuição está na análi- se crítica na construção e criação de lugares levando em conta a dimensão de poder político e econômico na configuração e or- denação espacial dos lugares. Lugar e o simbólico na Geografia Cultural Radical • para a corrente radical a realidade material e sua distribuição espa- cial ganham ênfase na análise explicativa e construção do conceito de lugar. • O lugar é concebido como uma construção histórica e social; • As concepções de lugar: aprofundamento da compreensão da relação entre lugar e poder no mundo capitalista; materiais e de classes sociais. • Crítica à visão limita- dora da premissa da intencionalidade hu- mana na criação dos lugares. • Críticas às premissas que nortearam a construção das concepções de lugar entre os geógrafos humanistas: referência aos limites críticos da Geografia Humanística por não dar a devida atenção às estruturas • Harvey critica a ideia de deslugaridade de Relph. Para ele, os lu- gares possuem confi- guração de permanên- cia relativa, dialéticas e dinâmicas. • Crítica à produção de trabalhos pelos geó- grafos culturais por considerarem a indivi- dualidade dos lugares, partindo de uma concepção de cultura restritiva no caso dos teóricos da Escola de Berkeley. • Harvey critica a ideia de deslugaridade de Relph. Para ele, os lugares possuem configuração de permanência relativa, dialéticas e dinâmicas. • Para Harvey deve-se perceber a criação e recriação de lugares dentro do sistema capi-talista devido à necessidade de expansão. • Cosgrove realiza um confronto positivo entre a Geografia Cultural e o materialismo histórico marxista identificando a com-plementaridade na oposição entre as duas concepções que ele chamará de síntese. sua mobilidade e ex- pansão global na orga- nização dos lugares e suas relações, na for- mação de redes e na sobreposição aos luga- res. • Na concepção de lugar é valorizada a importância do contexto planetário na produção, criação, recriação e manutenção dos lugares. • Considera-se o importante papel do capital, economia a sua deter- minação, assumindo a condição de deslugar em função de sua apa- rência “natural” des- provida” de cultura. • Harvey indica as relações entre lugar e podercom foco na expansão do poder político e econômico do capital. • Cosgrove, o modo de produção capitalista, como modo de produção simbólica tem na Agora é sua Vez Tema 3: O Lugar Simbólico e a relação do homem e do meio. tir do corpo humano, pelos canais sensórios para a percepção da distância e direção entre lugares, conside- rando-se o tempo e a mobilidade espacial. Pensando na Geografia Cultural, responda as seguintes perguntas: 1. Como o espaço é orientado, de acordo com Yi Fu Tuan? - o espaço é orientado e estruturado a par- • O espaço mítico orien- tado apresenta cara- cterísticas de organi- zação espacial associa- das à criação de luga- res. Personalidade do espaço: cria o Lugar. 2. Como Yi Fu Tuan concebe o espaço mítico? • o espaço mítico: não pode ser afirmado ou negado pela constatação sensória. • O espaço mítico cósmico não responde qual é o lugar do homem na natureza. ência de internidade” em oposição à “exter- nalidade”, sendo que a identidade do lugar está ligada às varia- ções e alterações des- ses limites. 3. Qual a definição de lugar para Relph? • o Lugar é um fenômeno definido a partir de sua essência e de suas fontes de significado. • a essência do lugar se define pela “experi- • Desta forma, o des- lugar refere-se às for- mas reduzidas a um único ou a poucos modelos, repetidas e com uniformidade de sequência. 4. O que é deslugaridade? E deslugar? • Para Relph, deslugaridade significa a dimi- nuição de lugares significantes, de paisagens diferenciadas, levando à perda do sentido de lugar. de alcance” forneceria a compreensão da identidade dos luga- res, conforme o apro- fundamento do diálogo intersubjetivo observador-residente. 5. Quais os conceitos elaborados por Buttiner que dimensionam a identidade do lugar? • os conceitos de “lar” e “horizontes de alcance” como movimentos recíprocos. • O mapeamento do “lar” e dos “horizontes da dimensão de poder político e econômico na configuração e or- denação espacial dos lugares. • Lugar: construção his- tórica e social. 6. Como é discutido o Lugar e o simbólico na Geografia Cultural Radical? • A abordagem calcada no materialismo histórico-dialético realiza uma análise crítica na construção e criação de lugares a partir Finalizando Tema 3: O Lugar Simbólico e a relação do homem e do meio. • O lugar como categoria geográfica. • A espacialidade simbólica e a decifração das suas representações. • O conceito de lugar de conforme os Parâme- tros Curriculares Na- cionais de Geografia. • As concepções de lugar. Considerações Finais • Para Yi Fu Tuan: simbologia do lugar ligada à percepção e aos vínculos afetivos; • sentimento e pensamento são inseparáveis. • o espaço é orientado e estruturado a partir do corpo humano. • o lugar é marcado pe- la Familiaridade. • o espaço mítico. Considerações Finais • Edward Relph: primeiro geógrafo a se inspirar na fenomenologia para reelaborar os conceitos de espaço e lugar. • o Lugar é definido a partir de sua essência. • a singularidade do Lu- gar está em sua es- sência: vivência e ex- periência. Considerações Finais • As identidades dos lugares e singularidade; • a existência estável do lugar; • pode ser descrito e analisado; • Possui significado sim- bólico. • Deslugaridade: dimi- nuição de lugares significantes e a perda do sentido de lugar. Considerações Finais • Buttimer: aproximar o conhecimento intele- ctual à experiência vivida; • perspectiva positivista: espaço geométrico e a fenomenologia: es- paço vivido. • os conceitos de “lar” e “horizontes de alca- nce” possuem dife- rentes níveis. Considerações Finais • Buttiner considera três dimensões: imagina-ção pessoal, filiações sociais e a localização física do lar e do alcance; • o diálogo intersubjetivo entre o observador e o residente: mapeamento do lar e dos horizontes; • preocupação com a deslugarização. Considerações Finais • A abordagem calcada no materialismo histórico-dialético realiza uma análise crítica na construção e criação de lugares a partir da dimensão de poder político e econômico na configuração e or- denação espacial dos lugares. • Lugar: construção his- tórica e social. Considerações Finais • valorização do contexto planetário na pro- dução, criação, recriação e manutenção dos lugares. O modo de produção capitalista co- mo um modo de produção simbólica, assumindo a condição de deslugar em função de sua aparência “natural” desprovida” de cultura. Considerações Finais Referências FERREIRA, Luiz Felipe. Iluminando o Lugar: Três Abordagens. Boletim Goiano de Geografia. Vol. 22, N 1. Junho/julho 2002. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/ bgg/article/view/15378/9428>. Acesso em: 01 nov. 2014. CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (Orgs). Introdução à Geografia Cultural. 5ª. Edição. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2011. NORDI, Iara Castellani. Geografia Cultural: O lugar simbólico e a relação do homem e do meio. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
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