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Nota de Aula Estado Jurídico Grego 2014.1.

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Av. Dom Luís, 911, Meireles 
Fortaleza-Ceará – CEP 60160-230 
Tel. (0xx85) 3461-2020 / FAX (0xx85) 3461.2020 Ramal 4074 
 E-mail: fc@christus.br 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ESTADO JURÍDICO GREGO E SEU IDEAL DE CIDADÃO 
– VIDA PRIVADA E VIDA POLÍTICA 
 
WERNER JAEGER - PAIDÉIA 
 
A questão social que aflige algumas cidades gregas, a partir de meados do século 
VII a.C., encontra-se, por vezes, vinculada à reforma agrária (pobreza, 
exploração e escravidão), visto que o constante crescimento das famílias 
aristocráticas, grandes detentoras de terras e de poder, implicou o aumento da 
exploração de camponeses, subjugados pelos nobres que, por meio da aquisição 
de novas terras e exploração de mão de obra, consolidavam ainda mais a sua 
hegemonia. 
 
“Quando o novo estado jurídico apareceu, a virtude dos cidadãos consistiu na 
livre submissão de todos, sem distinção de dignidade ou de sangue, à nova 
autoridade da lei. Para essa concepção de virtude política o ethos era muito mais 
importante que o logos.” 
 
I ) APONTAMENTOS IMPORTANTES: 
 
- Sólon foi uma coluna fundamental no processo de formação helênica. Nas 
criações de Sólon repousam o novo espírito grego e nos poemas de Homero se 
vêem os primeiros reflexos da vida política. 
- O comércio marítimo atraiu a nobreza rural para o mundo mercantil. Surge a 
cunhagem do ouro e as trocas mercantis são mediadas pelo sistema monetário. 
Com as mudanças das formas de vida deve ter nascido um novo espírito. 
Vivacidade, liberdade, largueza de visão e iniciativa pessoal são as características 
do novo espírito grego. Exigências de normas de pesos e medidas. 
- Há, por outro lado, uma série de testemunhos que exaltam a justiça como 
fundamento da nova sociedade humana que se estende, na literatura jônica, 
desde os tempos primitivos da epopéia até Heráclito de ÉFESO (Séc. VIII até o 
inicio do VI), através de Arquíloco e Anaximandro. Esta elevada estima de poetas 
DISCIPLINA: Filosofia 
Prof.: Nicodemos F. Maia 
CARGA HORÁRIA: 
80h / a 
GRAU DE ENSINO: 
GRADUAÇÃO (Bacharelado) CURSO DE DIREITO 
CÓDIGO: 
31076 
 
NOTA DE AULA 
DISCIPLINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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e Filósofos pelo direito não precede a realidade. A realidade influencia a formação 
e a transformação do direito. 
- A administração da justiça estava, inicialmente, nas mãos de nobres que, sem 
discussão, entregavam o direito, sem leis escritas (basileus). 
- Do campo à cidade eclodem transformações políticas, jurídicas e econômicas. 
O comércio jônico cresceu rapidamente. O enriquecimento de cidadãos livres, 
fora da nobreza, possibilitou o aumento da oposição de classes (nobres e 
cidadãos livres). 
- O abuso político da magistratura levou o povo a exigir leis escritas. Em 
Hesíodo a palavra direito, dike, se converte no lema da luta de classes. Direito 
escrito era direito igual para todos. Essa nova ideia de Justiça (dikaiosyne) 
torna-se a virtude por excelência desde o instante em que se julgou ter nas leis 
escritas o critério infalível do justo e do injusto. 
- Em Homero, o direito era designado por têmis. Baseava-se na tradição do 
direito consuetudinário. Etimologicamente significa lei (nomos). Em Aristóteles, 
thesmos era a palavra grega mais antiga para designar a lei. Um thesmothetes 
era um legislador. O termo que mais tarde assume esse significado é nomos. Daí, 
nomothetes designa a atividade de um legislador. 
- Em Aristóteles, existe uma justiça em sentido estrito, jurídico, e outra num 
sentido mais geral, que engloba a totalidade das normas morais e políticas. A lei 
é a razão livre de paixão. 
- O conceito de dike não é tão claro: nos litígios as partes dão e recebem dike: 
decisão e pena. O culpado dá dike, o que equivale a indenização ou 
compensação. O lesado recebe dike. O juiz reparte dike. Assim, dike equivale a 
dar a cada um, o que lhe é devido. É assim: processo, decisão e pena (fase 
de efetivação do direito e cumprimento da justiça). 
- Para Aristóteles: O igual é o meio-termo entre a linha maior e a linha menor, de 
acordo com uma proporção aritmética, e essa é a origem do termo dikaion 
(justo), em razão de ser uma divisão em duas partes iguais (dikha), como se 
devesse ser entendida como dikaion; e um dikhastés (juiz) é aquele que divide 
ao meio. 
- Surge a palavra hybris: ação contrária ao direito. Adoção da justa medida e do 
meio termo como referenciais de justiça. Enquanto têmis refere-se à 
autoridade do direito, à sua legalidade e à sua validade (fase de 
produção do direito). Dike significa o cumprimento da justiça. A palavra 
dike se converte no grito de combate dos excluídos (mediador de luta de 
classes). Em dike estava implícito o conceito de igualdade (formal e material). 
- A exigência de um direito igualitário se constitui a mais alta meta para 
os tempos antigos. Procurava-se uma medida justa para atribuição do direito e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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foi no conceito de igualdade, implícita em dike que se encontrou essa medida. (p. 
136). 
- A igualdade significa (p. 136): 1) todos são iguais perante o juiz ou perante 
a lei (isonomia); 2) participação ativa de todos na administração da justiça 
(isocracia); 3) igualdade constitucional de votos nos assuntos do Estado ou nas 
assembléias (isogoria/isegoria). 
- O que caracteriza o regime democrático é encontrar-se o Estado não 
sob o domínio da lei, mas da massa (p. 136), pois nos regimes oligárquicos e 
monárquicos se encontra também o fenômeno da igualdade. 
- A pólis é a fonte de todas as normas de vida válidas para os indivíduos. O valor 
do homem e de sua conduta mede-se exclusivamente pelo bem ou mal que faz a 
pólis. O homem forja-se com a lei. O Estado expressa-se na objetivamente na 
lei. A lei converte-se em rei. Este senhor invisível não só subjuga os 
transgressores do direito e impede a usurpação dos mais fortes. Todo o homem 
deve ser educado no ethos da lei. Assim, a lei representa o marco mais 
importante no caminho que leva à ideia do Homem formulada e defendida pelos 
filósofos. 
- Na medida em que engloba no seu cosmos político, o Estado dá ao homem, ao 
lado de sua vida privada, uma espécie de segunda existência, o bios polítikos. 
Todos pertencem a duas ordens de existência, e na vida do cidadão há uma 
distinção rigorosa entre o que lhe é próprio (idion) e o que é comum. O homem 
não é só “idiota”; é “político também”. 
- Em Sólon, pela primeira vez, o nexo causal entre a violação do direito e a 
perturbação social é enunciado objetivamente. É superado o individualismo, mas 
são reconhecidos os direitos políticos. E dá-se, pela primeira vez, a estes direitos 
um fundamento ético (p. 189). 
 
II) COMENTÁRIOS À CONSTITUIÇÃO DOS ATENIENSES: 
ARISTÓTELES 
 
- DRÁCON: a cidadania era atribuída a quem tivesse a capacidade para se 
equipar como hoplita. Os aeropagistas elegiam os nove arcontes. O Conselho do 
Areópago tinha a função de salvaguardar as leis e administrar a cidade. 
Aplicavam castigos e multas aos infratores. Zelavam para que os magistrados 
cumprissem suas funções dentro da legalidade. O cidadão podia denunciar ao 
areópago as injustiças, indicando a lei violada. Os empréstimos resolviam-se na 
hipoteca da liberdade pessoal. A terra encontrava-se nas mãos de uma minoria 
nobre e feudal. Amaioria era escrava de uma minoria. Houve uma revolta e o 
Sólon foi escolhido como árbitro e arconte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- SÓLON (639 a.C – legislador e poeta): institui o direito à denúncia para crimes 
que pusessem em perigo à Constituição (eisangelia: tratava-se de uma forma de 
denunciar às autoridades). Liberta o povo da escravidão por dívidas 
(seisachtheia). Perdoou todas as dívidas. Revoga as leis de Drácon, à exceção das 
leis sobre o homicídio. Estabeleceu uma nova Constituição e promulgou outras 
leis. A atimia era um tipo de redução dos direitos cívicos. Podia chegar à 
proscrição. As leis de Sólon foram colocadas no Pórtico Real e todos juravam 
cumpri-las. Ele chegou a cunhar as primeiras moedas. Os nove arcontes juravam 
cumpri-las diante do Pórtico, sob pena de construírem uma estátua de ouro em 
caso de inobservância do juramento. Estabeleceu que as magistraturas fossem 
tiradas à sorte a partir de uma lista selecionada previamente por cada uma das 
tribos. Em período anterior, os nove arcontes eram selecionados pelo Conselho 
do Areópago que selecionava e sabatinava os candidatos, elevando ao poder os 
mais capazes, por um ano. 
- criou o Conselho dos quatrocentos. Cem pessoas por cada tribo. Ao areópago 
deu a missão de salvaguardar as leis, a começar pela CONSTITUIÇÃO. 
- SÓLON foi considerado pelo sofista ISÓCRATES o mais puro dos democratas. 
- Orgulho dos gregos era a Constituição: a alma de uma República não é outra 
coisa senão sua Constituição, tão poderosa como a mente mergulhada num 
corpo, dizia ISÓCRATES. Ela delibera sobre todas as questões, preserva a 
prosperidade e afasta-nos das desgraças. 
 
III ) Instituições Democráticas em Atenas 
Assembléia do Povo 
Na Assembléia eram dirigidos os negócios do Estado. Nos tempos mais antigos a 
Assembléia reunia-se na ágora. Teoricamente, todos os cidadãos com 20 anos 
completos, provenientes de qualquer classe social e que não tivessem sofrido 
perda de direitos políticos e civis (atimia), tinham a obrigação de assistir aos 
debates. Para decisões importantes, tais como para decretar o ostracismo 
(afastar uma pessoa da cidade por um período de 10 anos) ou atribuir o direito 
de cidadania a um estrangeiro que se houvesse notabilizado por serviços 
prestados a Atenas, eram necessários no mínimo seis mil votos, o que serve para 
atestar a grandiosidade desta forma de democracia direta. 
Existiam quatro Assembléias ordinárias convocadas por cada Pritania (como 
existiam 10 pritanias, havia 40 Assembléias ordinárias por ano). Neste ponto, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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qualquer cidadão podia pedir a palavra. Os cidadãos que pediam para falar eram 
classificados por idade, subindo à tribuna sucessivamente. Era-lhes então 
colocada uma coroa de mirto na cabeça o que lhes conferia um caráter sagrado e 
inviolável. Acabada a discussão, os Prítanes submetiam a proposta a votação que 
se fazia por braço no ar. Cada cidadão podia, uma vez por ano, propor uma lei na 
primeira Assembléia. Esta era levada ao Conselho dos Quinhentos (que 
acumulava as funções de conselho de Estado e de comissão executiva) que a 
estudava e discutia. 
Conselho dos Quinhentos 
Também conhecida por Bulé, o Conselho dos Quinhentos acumulava as funções 
de conselho de estado e de comissão executiva. Era aqui que eram preparadas 
as ordens de trabalho da Assembléia através do estudo preliminar dos projectos 
de lei. Tinha ainda poder de decisão sobre os assuntos quotidianos e mão forte 
no que diz respeito à administração e política. A Bulé era composta por 
quinhentos cidadãos, maiores de 30 anos de idade, escolhidos por sorteio. Estes 
cidadãos eram escolhidos dentro de cada uma das dez tribos existentes, sendo 
que cada uma delas podia eleger cinquenta e só cinquenta elementos para cada 
mandato (que tinha a duração de um ano). Os buleutas (assim eram conhecidos 
os membros do conselho dos quinhentos) reuniam-se diariamente no buleutário, 
exceto nos feriados, e recebiam uma pagamento de um dracma por dia. 
Tribunais 
Areópago 
É o mais antigo tribunal de Atenas. De acordo com a lenda, foi instituído pela 
própria deusa Atena. As suas atribuições nunca foram bem definidas, pois eram 
muito amplas. Como tal, acabou por se tornar numa corte de justiça e num 
conselho político que exercia vigilância sobre a cidade e sobre as suas leis. Tinha 
um caráter aristocrático uma vez que era formado pelos antigos arcontes 
(sempre escolhidos entre as duas classes mais elevadas) e porque as funções 
dos seus membros eram vitalícias. Foram estas aliás as duas principais causas 
das reformas democráticas que o Areópago sofreu, aliado ao fato de que este 
tribunal se tornava, por vezes, numa autêntica força de bloqueio das decisões 
tomadas pela Assembléia. Como tal, os seus poderes foram sendo 
progressivamente reduzidos, limitando-se finalmente a funções judiciárias. Até 
mesmo estas foram sendo enfraquecidas com o surgimento de outros tribunais. 
Assim, no Século IV a.c. , o Areópago apenas efetuava o julgamento dos casos 
de homicídio premeditado, incêndios e envenenamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÉFETAS 
É um tribunal também muito antigo. Na época clássica, os cinquenta e um Éfetas 
julgavam certos crimes, em quatro tribunais especiais. No Pritaneu, julgavam o 
autor desconhecido de um crime de morte e os animais ou objetos que tinham 
causado a morte de um ser humano. No Paládio, julgavam os homicídios 
involuntários. No Delfínio, eram julgados os homicídios com justificativa legal 
(legítima defesa). Em Freátis (pequeno golfo perto do Pireu), eram julgados os 
cidadãos que tivessem sido banidos e que, após o exílio, tivessem praticado um 
homicídio em terra estrangeira. Tal como aconteceu com o Areópago, as suas 
atribuições foram sendo progressivamente diminuídas e transferidas para a 
Heliéia. 
Heliéia 
Era aqui que era julgada a maioria dos processos judiciais. E, tal como nos 
assuntos políticos, o povo ateniense era soberano em matéria judiciária. Assim, 
anualmente, os arcontes sorteavam seis mil jurados de entre todos os cidadãos 
com mais de trinta anos. Depois escolhidos, os heliastas (nome que tinham os 
membros da Heliéia), prestavam juramento. Aos heliastas era-lhes paga uma 
indenização diária, o que levava a que a função de jurado se tenha tornado um 
meio de vida para os Atenienses pobres. Esta situação foi ridicularizada por 
Aristófanes, na comédia As Vespas. 
Jurisdições Inferiores 
Os negócios sem grande importância não chegavam à Heliéia. Em vez disso, 
eram resolvidos pelos árbitros que podiam ser privados (escolhidos pelos 
litigantes envolvidos na disputa, que se comprometiam a acatar a decisão) ou 
públicos (sorteados entre os cidadãos com mais de 60 anos, cuja decisão era 
passível de apelação). Esta justiça era mais rápida e menos custosa, procurando 
essencialmente conciliar os litigantes. 
Uma situação semelhante a esta era a dos juízes dos demos. O objetivo destes 
era facilitar a vida dos habitantes dos campos, libertando-os de uma ida à cidade. 
Percorriam os demos e resolviam diretamente os pequenoslitígios desde que o 
montante dos mesmos não excedesse os dez dracmas. Quando os delitos eram 
mais graves, competia a estes mesmos juízes a investigação preliminar prévia e 
o envio do processo aos tribunais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POEMAS POLÍTICOS DE SÓLON: FRAGMENTOS 
 
 “Entendo meu coração encher-se de dor, 
ao ver a mais antiga terra da Jônia 
em chacina.” 
 
“A chuva e o granizo vêm das nuvens, 
ao relâmpago segue-se necessariamente o trovão; 
a cidade sucumbirá ante homens poderosos 
 e o demos cairá nas mãos do ditador.” 
 
“Mas eu, dos objetivos com que reuni 
o povo, algum há que deixei por atingir? 
Pode testemunhá-lo na justiça do tempo 
a mãe suprema dos deuses olímpicos, 
a melhor, a Terra negra, de quem eu, outrora, 
os marcos arranquei, por todo lado enterrados; 
dantes era escrava, agora é livre. 
Muitos a Atenas, pátria fundada pelos deuses, 
Reconduzi, vendidos ora injustamente 
Ora com justiça. Uns, ao jugo de dívidas fugiam – e já nem a língua ática 
Falavam, por tanto andarem errantes; 
outros, na própria escravidão vergonhosa 
sofriam, trêmulos aos caprichos dos senhores; 
eu os tornei livres. Isto atingi com o poder 
a um tempo força e justiça harmonizando, 
e cumpri tudo que havia prometido. 
Leis, tanto para o vilão como para o nobre, 
Que para cada um reta justiça escrevi.” 
 
“Essa ferida inevitável já atinge toda a pólis, 
e rapidamente conduz à perversa escravidão, 
que desperta a stasis e a guerra adormecida, 
a qual põe termo à agradável juventude de muitos;” 
ATENÇÃO: dados extraídos de fontes diversas: Aristóteles, Olga Pombo, Carlos 
Maia, Werner Jaeger, etc..

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