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Nota de Aula 2014.1 Poesia - Hesíodo e Píndaro Copy

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Av. Dom Luís, 911, Meireles 
Fortaleza-Ceará – CEP 60160-230 
Tel. (0xx85) 3461-2020 / FAX (0xx85) 3461.2020 Ramal 4074 
 E-mail: fc@christus.br 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
POESIA E FILOSOFIA 
 
 
HESÍODO: OS TRABALHOS E OS DIAS 
 
Hesíodo é posterior a Homero e foi considerado o criador da poesia didática. 
Viveu na Beócia, provavelmente no final do século VIII ou no começo do século 
VII a.C., época de luta entre proprietários de terras e a população excluída de 
privilégios, trabalhadores agrícolas, pastores, artesãos. Em “Os trabalhos e os 
dias”, esse autor mostra a organização do mundo dos mortais, 
salientando a mão humana, o trabalho do homem, como princípio para 
uma existência digna. Hesíodo, nessa última obra, estabelece os 
fundamentos da condição humana falando da necessidade do trabalho para 
o homem como libertador e ao mesmo tempo sacrificante e, desta forma, 
apresenta as transformações ocorridas na passagem de um período guerreiro 
para um período que valoriza a agricultura. Hesíodo – se comparado com 
Homero – nos oferece condições para examinar essa nova lógica, ou 
seja, os indicadores de uma nova sociedade em oposição à sociedade 
homérica. Os princípios guerreiros, a moral homérica, a louvação dos combates 
proclamados por Homero vão dar lugar as exigências de Hesíodo que vão entrar 
em conflito com os velhos valores e com as velhas formar de agir. A fase de 
louvação guerreira entra em depreciação, em decadência, morre aos 
poucos a lógica sustentada pela poesia homérica, e, no seio da 
desagregação dos pequenos reinos, surge uma nova lógica ou uma nova 
forma de organização social, que dará ao homem a idéia de que a 
riqueza se conquista (também) pelo trabalho disciplinado, 
principalmente na agricultura, e pela independência dos poderosos. 
Esse processo de transformação da sociedade grega ocorreu de forma lenta e 
não de forma uniforme, embora Hesíodo tenha percebido a incorporação dessas 
novas formas de ser e de viver dos homens, tal situação não pôde ser percebida 
em todas as regiões da Grécia e pela maior parte de seus habitantes. Nossa 
análise sobre o processo de transformação social recairá, fundamentalmente 
DISCIPLINA: Filosofia 
Prof.: Nicodemos F. Maia 
CARGA HORÁRIA: 
80h / a 
GRAU DE ENSINO: 
GRADUAÇÃO (Bacharelado) CURSO DE DIREITO 
CÓDIGO: 
31076 
 
NOTA DE AULA 
DISCIPLINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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sobre alguns aspectos que consideramos que possam caracterizar esse período 
de transição e o próprio modelo de homem exigido: 
· o valor social do indivíduo; 
· a família; 
· a contradição entre campo x cidade; 
· o coletivo x individual; 
O padrão de vida social e econômica das aldeias do período Homérico era 
simples, possuindo como lógica a propriedade particular; de uma sociedade 
guerreira, que satisfazia suas necessidades através de lutas, conquistas e do 
pastoreio. Já o padrão de vida social e econômica da cidade-estado do período de 
Hesíodo era um pouco mais complexo, passando de um regime patriarcal para 
um regime oligárquico. Assim, há a passagem da primitiva forma de 
pastoreio para uma rudimentar agricultura, a sociedade começa a 
valorizar o trabalho da terra e a produção de alimentos para sua 
sobrevivência, o trabalho tido como essencial para o desenvolvimento da 
nova sociedade e do próprio homem; de uma sociedade preocupada com 
os membros da comunidade, com o coletivo para uma sociedade 
individualizada. O momento histórico apresentado, por Hesíodo, é um 
período de transição entre a destruição de uma sociedade antiga, 
fundamentada na estrutura familiar e no princípio do coletivo e a criação 
de uma nova sociedade estruturada na figura do indivíduo e da 
propriedade privada. OIKOS: propriedade familiar, rural e inalienável – 
se mantém presente no seio dos homens até o século V, sendo o ideal de 
estrutura social, embora sempre em fase de lenta extinção. Pode ser 
definida como uma instituição social, econômica e de produção, auto-suficiente, 
baseada na subordinação ao chefe – representado pela figura do grande 
guerreiro -, e formada de pessoas livres, escravos e parentes. À época de 
Hesíodo é um momento onde a pequena propriedade aparece, lutando 
para sobreviver. Esse momento ainda não garantiu o abandono da zona rural 
pela cidade. A vida urbana ainda não é uma realidade hegemônica, pois 
essa transição do campo para a cidade não é comum em todos os lugares 
ao mesmo tempo, diferentes regiões da Grécia vivem, acompanham, ou 
se afastam desse modelo. Desse modo, essa transição do campo para a cidade 
não implica em deixar de ser guerreiro, principalmente porque aumentando a 
população aumenta a necessidade de terras que seriam conquistas por 
intermédio das conquistas nas guerras. Aos poucos percebemos que a 
sociedade homérica, constituída basicamente por aldeias e clãs, cede 
lugar para uma nova forma de organização social, a cidade. Contudo, a 
construção da cidade também é um processo lento, que vai se construindo e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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consolidando aos poucos. Entre a propriedade rural, o oikos da família, e a cidade 
existe uma organização intermediária, uma mediação que se chama 
propriedade privada de um indivíduo na zona rural. Portanto, nessa fase, 
ainda, a cidade não se constituiu, está em uma fase formação. Os homens 
ao organizarem a cidade (em oposição ao campo) apresentam novos valores, 
necessidades diferenciadas e que se consolidam na medida em que vão 
consolidando a cidade. Portanto, a construção, organização e consolidação da 
cidade vai também estruturar uma nova série de atividades que vão definindo e 
configurando um novo modelo homem, em oposição ao homem rural, do 
oikos familiar. Pelas manifestações de Hesíodo pode-se perceber a importância 
que a terra começa a adquirir para o sustento e a sobrevivência do homem. 
Pode-se considerar que a agricultura começa a surgir como o fundamento da 
civilização, assim, a terra é explorada sob diversas formas, tais como: agricultura 
e a atividade pastoril. Enquanto que, a sociedade homérica tinha como 
princípio o coletivo, a comunidade, o todo; a sociedade de Hesíodo tinha 
como características a individualidade e a propriedade particular. 
Enquanto que a sociedade homérica estava pautada sobre o “coletivo” a 
sociedade em transformação, compreendida por Hesíodo, sem, contudo 
racionalizar ou explicar, está pautada sobre a figura do indivíduo. É o 
reconhecimento do homem como único, desmembrado do todo, separado (não 
mais substantivo, ou parte integrante de um conjunto maior). Portanto, uma 
diferença fundamental entre esses dois momentos é a forma como o homem se 
vê e se sente inserido na sociedade e no mundo. A transformação social exigida 
pelo novo tipo de sociedade é complexa, pois o homem deixa a vivência, 
exclusivamente, familiar e grupal para habitar a cidade-estado, com princípios, 
valores e características totalmente diversas. Cada sociedade exige uma 
lógica e um modelo de homem que sustentam a prática social vigente. 
Assim, o homem de Homero, o herói, o guerreiro, não poderá possuir as 
mesmas características e conhecimentos do homem de Hesíodo, o 
homem do campo, o camponês. Em Homero o homem é um sujeito que 
se pensa miticamente, é a expressão de uma época mítica, 
diferentementedo homem de Hesíodo. Portanto, o homem de Hesíodo 
ainda não é o cidadão, da cidade-estado acabado, pois a mesma ainda 
está em construção, ele encontra-se num estágio intermediário. De fato, 
a gênese da cidadania começa com a consciência que ele não é o todo 
(família), e Hesíodo já tem consciência disso, posto que está a viver a 
pequena propriedade privada, particular, individual, que não mais tem 
obrigações com o clã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O conceito de trabalho em Hesíodo remete-nos a um período longínquo e 
de formação de uma nova concepção e forma de encarar o trabalho, em 
que o trabalho passa a ser necessário à sobrevivência humana. Assim, 
pode-se dizer que o trabalho passa a ser o princípio norteador da nova 
sociedade, pois este leva à riqueza e ao “progresso” da sociedade. Além da 
função de impulsionador do “progresso” da sociedade, de elemento de 
sobrevivência humana, o trabalho apresenta outra função não menos importante, 
servindo como base de justiça entre os homens. 
Para Hesíodo, o trabalho é a base da justiça entre os homens, sem um não 
há outro. O trabalho, por sua vez, ao exigir disciplina, requer igualmente medida. 
Sua nova função social exigirá novos conhecimentos, técnicas e aptidões até 
então desconhecidas. Com essa nova função e exigência social surgirá o 
conceito de trabalho como sendo essencial ao homem e à sociedade, o 
trabalho passa a ser o princípio norteador dessa nova sociedade. Como 
destaca Arendt, os gregos no período de Hesíodo, conscientemente, já faziam a 
distinção entre trabalho e labor. Contudo, o labor, o trabalho realizado, com 
outras finalidades, sem ser a de satisfazer as necessidades básicas de 
sobrevivência, como por exemplo, para o acúmulo de riqueza ou necessário para 
a troca de mercadorias era tido como uma coisa ruim e destrutiva para a 
integridade humana. O labor e o trabalho (ponos e ergon) são diferenciados em 
Hesíodo; só o trabalho é devido a Eris, a deusa de emulação, mas o labor, 
como todos os outros males, provém da caixa de Pandora e é punição 
imposta por Zeus porque Prometeu “o astuto o traiu”. Desde então, “os 
deuses esconderam a vida dos olhos dos homens”, e sua maldição atinge “o 
homem que se alimenta de pão”. Assim, o conceito de trabalho, enquanto 
sinônimo de cidadania, de possibilidade de ascensão social, de melhoria 
das condições de vida material e de prazer, será formulado e instituído 
formalmente com o início do modo de produção capitalista, embasado 
nos princípios burgueses de compra e venda da mão-de-obra 
assalariada. (Comentários: Alexandre Shigunov Neto & Lizia Helena 
Nagel). 
 
CARACTERÍSTICAS EXTRAÍDAS DE OS TRABALHOS E OS DIAS: (WERNER 
JAEGER) JUSTIÇA E TRABALHO COMO NOVOS PILARES QUE FUNDAMENTAM A 
SOCIEDADE 
 
“Na verdade sabemos dizer mentiras que parecem verdades, mas também sabemos, se 
quisermos, dizer a verdade.” (Teogonia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Introduz a ideia de dike, filha de zeus, como uma nova personagem imbuída de 
executar Justiça entre os homens; 
- A Grécia exige de seus habitantes uma vida de trabalho e de Justiça; 
- A HÉLADE se defende da pobreza e da escravidão através do trabalho e da Justiça; 
- A luta entre a força bruta e o direito. Critica o abuso de poder; 
- Introduz a ideia de luta pelo direito contra a usurpação de poderosos; 
- O poema é considerado reflexo de um processo judicial travado contra seu irmão: 
Perses; 
- Observa W. Jaeger que em Homero, o direito é normalmente, designado pela têmis: 
«Asim como têmis se refere à autoridade do direito, a legalidade e a sua validade e diké, 
em Hesíodo, significa o cumprimento da Justiça; 
- Vivo já na Odisséia, o conceito de Justiça dir-se-ia nascido na obra de Hesíodo ao 
contato com novas experiências culturais e humanas. Brota das próprias vicissitudes 
históricas, como algo que é inerente ao processo da evolução espiritual do homem, 
participante da sua realidade e natureza. 
- Hesíodo é o profeta do direito. A ideia do direito é a raiz da qual deverá brotar uma 
sociedade melhor; 
- Os versos constituíram, na ética filosófica posterior, o fundamento primeiro de toda 
doutrina ética e pedagógica. Na ética a Nicômaco, Aristóteles aceita-a integralmente; 
- É um educador grego orientado para o ideal do trabalho e da estrita Justiça. É no 
intuito educativo de Hesíodo que está a verdadeira raiz de sua poesia. 
 
 
POESIA GREGA: Píndaro – Oitava Pítica (522 Ac) 
 
Para Aristomeno de Egina, vencedor na luta. 
Serenidade, filha benévola da Justiça, 
que engrandece a cidade, 
tu, que tens as chaves supremas 
dos conselhos e das guerras, 
acolhe esta honra ao vitorioso Pítico, Aristomeno. 
Tu sabes o momento exato de proporcionar o contentamento 
e de, do mesmo modo, recebê-lo. 
Tu, quando alguém introduz em teu coração 
o amargo ressentimento, 
vais rude contra os inimigos, 
colocando o poder da 
Intemperança no fundo do mar. Nem Porfírio escapou, 
à margem de seu interesse, ao te provocar. O ganho mais alto é 
consentido se alguém o traz de casa. 
A força, com o tempo, abate o arrogante. 
Tifon, o Cilício de cem cabeças, não a evitou, 
nem, na verdade, o rei dos Gigantes, domados pelo raio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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e pelas flechas de Apolo, o qual com a mente bem disposta 
recebeu, vindo de Cirra, o filho 
coroado de Xenarques, com louro do Parnaso e coro Dórico. 
Ela não é indiferente às Graças, 
esta ilha que tange a cidade justa 
e conheceu as famosas 
virtudes dos Eácidas. Desde a origem tem 
sua reputação perfeita. Aos muitos canta, 
tendo nutrido heróis em lutas vitoriosas e na rapidez 
eminentes nos combates. 
Entre os homens ela também brilha. 
Estou sem tempo de dispor 
todo o longo falatório 
na lira e em linguagem doce, 
pois o tédio vindo incomoda. Que minha dívida para ti 
venha correndo, ó rapaz, dentre as mais recentes belezas, 
devido ao meu engenho alado. 
Nas lutas triunfantes, no rastro de teus tios maternos, 
não desonres Teogneto, prêmio em Olímpia, 
nem a vitória da vigorosa musculatura de Clitômaco, no Istmo. 
Abrilhantando a família Midílida, levas o discurso, 
que certa vez a criança de Ecles, na Tebas de sete portas, vendo os filhos, 
pronunciou enigmas, mantendo-se em pé, ao lado de sua lança, 
quando os Epígonos partiram de Argos 
na segunda expedição. 
O Ecleida pronunciou aos combatentes: 
“Por natureza a bravura inata dos ancestrais 
brilha sobre os filhos. Vejo com clareza 
Alcmeon agitando o dragão listrado sobre seu escudo luzente, 
primeiro nas portas de Cadmo. 
Adrasto, o herói, cansado do sofrimento anterior 
agora é surpreendido 
por um anúncio de uma ave 
de bom agouro. Mas o contrário se 
fará em seu lar. No exército dos dânaos, só 
ele recolhe os ossos do filho morto, pela sorte dos deuses 
ele chegará com a armada intacta 
entre as ruas largas de Abas”. Tais coisas 
pronunciou Anfiarao. Com igual encanto 
eu lanço coroas em Alcmeon, irrigando com meu hino, 
porque meu vizinho é guarda de meus pertences 
e veio ao meu encontro quandoeu ia ao umbigo da terra muito celebrado, 
e tocou-me nas artes adivinhatórias, inatas à sua família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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E tu, lança-dardos, que a todos acolhe 
governando na famosa ilha 
nos vales de Pito, 
lá concedes em dar as maiores 
jóias. E, em tua casa, antes, conduziste o almejado prêmio 
do pentatlo, com as vossas festas. 
Ó soberano, de bom grado suplico ao pensamento 
detectar alguma harmonia 
quando eu discorro sobre cada coisa. 
A Justiça está ao lado da Dança e 
da doce melodia. Aos deuses rogo a proteção 
imortal, ó Xenarques, pelas vossas sortes. 
Se alguém adquire bens sem grande fadiga, 
a maioria cogita: parece um sábio quem, entre néscios, 
prover a vida com retos conselhos para maquinar. 
Mas essas coisas não cabem aos homens. Um nume decide: 
ora um lançando para cima, ora outro, sob o peso das mãos, 
derrubando, na medida”. Tens os prêmios em Megara 
e no vale em Maratona, na competição nacional de Hera, 
com três vitórias, ó Aristomeno, tendo vencido com este feito. 
Caíste por cima de quatro 
corpos, com maus pensamentos, 
e para eles nem o retorno igualmente 
agradável é decidido em Pito, 
nem impele riso doce de alegria tendo voltado 
para a mãe. Junto nos becos agachados, 
alheios aos inimigos, feridos pela desgraça. 
Aquele que obtém algum sucesso recente, 
magnânimo voa a partir de sua 
grande esperança 
nas asas da satisfação, tendo 
maior interesse que a riqueza. Em breve instante 
o prazer dos mortais aumenta. E, assim, cai por terra, 
pelo conhecimento adverso abalado. 
Efêmeros! O que é alguém? O que não é alguém? Sonho de uma sombra: 
o homem. Mas quando o brilho do dote divino vem, 
a luz radiante sobrepaira nos homens e a vida se torna doce como mel. 
Egina, mãe querida, conduz o livre curso 
desta cidade, com Zeus, com o forte Eaco, 
com Peleu, com o audaz Telamon, e com Aquiles

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