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Estudo de coorte sobre uso de telefones celulares e câncer cerebral

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DEPARTAMENTO DE MEDICINA DE LAGARTO 
PRÁTICAS DE ENSINO NA COMUNIDADE II 
 
Exercício de Fixação 
1. Você passou os últimos 10 anos realizando um estudo longitudinal para avaliar se o uso de 
telefones celulares está associado ao câncer cerebral. No grupo de 5000 pessoas que usaram 
telefones celulares, a incidência de câncer cerebral foi de 0,50%. No grupo de 3500 pessoas que não 
usaram telefones celulares a incidência de câncer cerebral foi de 0,34%. (Nota: esses dados são 
fictícios) 
O primeiro ponto é compreender que se trata de um estudo observacional longitudinal (uma coorte 
prospectiva). 
Desenhando o estudo (isso sempre ajuda uma melhor compreensão): 
 
 
 Inc Ca = 0,5% 
 
 
 Inc Ca = 0,34% 
 
 
 
Calcule o odds ratio de câncer cerebral para os usuários de telefones celulares, comparados como os que 
não usaram telefones celulares: 
Como é um estudo de coorte além do Risco Relativo, pode ser calculado a Razão de Chances (odds ratio - 
OR). Para isso o primeiro passo é colocar todas as informações numa tabela de contingência (tabela 2 x 2). 
E calcular o número de pessoas para ocupar cada espaço (e fazer as aproximações necessárias) 
 
 Desfecho = Ca Cerebral 
 
 
Exposição 
(uso do 
 celular) 
 
 
 
 
 Presente Ausente 
Presente 25 4975 5000 
Ausente 12 3488 3500 
 37 8463 8500 
Amostra – 
 8500 pessoas 10 anos 
Expostos – 5000 Usaram celular 
Não Expostos – 3500 Usaram 
celular 
Número de casos de Ca cerebral 
em expostos = (5000 x 0,5)/100 = 
25 pessoas 
 
Número de Ca cerebral em Não 
expostos = (3500 x 0,34)/100 = 
11,9 ~ 12 pessoas 
 
 
 
 
 
Agora é só calcular o OR, pelas fórmulas conhecidas 
 
 
 
Chance dos casos = [(25/37) / (12/37}] = 2, 08 
Chance dos não casos = [(4975/8463) / (3488/8463)] = 1,42 
 
Razão de Chances ou OR = (2,08)/(1,42) = 1,46 
 
Isto significa que os pacientes que desenvolveram de Ca cerebral estiveram expostos 1,46 vezes 
mais ao uso do celular do que os não doentes. 
 
A OR também pode ser calculada usando a fórmula simplificada (razão dos produtos cruzados), ou seja 
 
OR = = (25 x 3488) / (12 x 4975) = (87200)/(59700) = 1,46 
 
2. Com respeito ao mesmo estudo de coorte, realizado nos últimos 10 anos para avaliar se o uso de 
telefones celulares e câncer cerebral. No grupo de 5000 pessoas que usaram telefones celulares, a 
incidência de câncer foi de 0,50%. No grupo de 3500 pessoas que não usaram telefones celulares a 
incidência de câncer do cérebro foi de 0,34%. 
Qual o risco relativo de câncer cerebral para os usuários de telefones celulares comparados com os não 
usuários de telefones celulares? 
Como é uma coorte podemos calcular o RR. Para isso utilizaremos a mesma tabela 2x2 já elaborado na 
questão anterior 
 
 
 
 
 
 Presente Ausente 
Presente 25 4975 5000 
Ausente 12 3488 3500 
 37 8463 8500 
 ad 
 bc 
Ca cerebral 
Uso do celular 
RR = Risco dos expostos/ 
risco nos não expostos 
 
RR = (25/5000) / (12/3500) 
RR = 1,458 ~ 1,46 
 
Isso significa que o risco de desenvolver Ca cerebral foi de 1,46 vezes maior nos expostos (em 
usuários de celular) do que em não expostos. 
ATENÇÃO: Como vimos o OR e o RR nesse exercício ficou igual, mas nem sempre é assim. O Risco 
Relativo e o Odds Ratio sempre apontam para a mesma direção, embora possa haver diferenças numéricas 
entre as duas medidas. Tais diferenças são mínimas, quando as frequências das doenças são baixas, e se 
tornam mais evidentes em doenças de maior frequência. 
3. Com respeito ao mesmo estudo. No grupo de 5000 pessoas que usaram telefones celulares foi de 
0,5%. No grupo de 3500 que não usaram telefones celulares a incidência de câncer do cérebro foi de 
0,34%. 
Assuma que a incidência total de câncer cerebral na população é de 0,4%. Que proporção da 
incidência de câncer cerebral na população total se deve ao uso dos telefones celulares? 
Aqui teremos um conceito que não foi trabalhado diretamente em sala de aula, mas, vamos lá... 
Quando falamos de Risco Atribuível, estamos questionando o “quanto de uma doença pode ser atribuído 
há uma exposição?”, sendo assim, ele pode ser definido como a quantidade ou proporção da incidência 
da doença (ou risco da doença) pode ser atribuído a uma exposição específica. 
RA (Risco atribuível) = Incidência em expostos – Incidência em não-expostos 
. 
RA (Risco atribuível) = Incidência em expostos – Incidência em não-expostos = (0,05 – 0,034) = 0,016 por 
100. 
Significa que 0,016 casos de cada 0,05 casos por 100 habitantes são atribuídos ao fato de que essas 
pessoas usam o celular. 
Se preferirmos (ou se for pedido), podemos expressar isso como uma proporção. A proporção da 
incidência total no grupo exposto que é atribuível à exposição, pode ser calculada dividindo-se o 
RISCO ATRIBUÍVEL pela incidência do grupo exposto. 
= {(0,05) – (0,034)} / 0,05 = 0,32 ou seja 32%. 
Assim, 32% dos casos de Ca Cerebral entre os usuários de celulares por ser atribuível a esse uso e 
poderia, presumivelmente, ser prevenida por sua eliminação. 
 
Mas com esses achados podemos fazer a seguinte pergunta: “Qual será o impacto de proibirmos o uso 
do celular nas taxas de Ca Cerebral? Ou seja, o quanto diminuiríamos a taxa de incidência se essa 
exposição fosse banida?” 
Veja que o questionamento é na população geral e não só nos usuários de celulares... pois a população em 
questão é composta de pessoas que utilizam e das que não utilizam. 
Para responder a essa questão precisamos calcular o Risco Atribuível para a população total: qual a 
proporção da incidência da doença na população total (incluindo expostos e não expostos) que pode 
ser atribuída à exposição? Qual seria o impacto de acabar com a exposição? 
Para calcular o Risco Atribuível na população total, o cálculo é similar ao usado para as pessoas expostas, 
porém vamos iniciar com a incidência na população total e, outra vez, subtrair o risco basal (a incidência 
na população não exposta). 
Sendo assim, a incidência na população total decorrente da exposição pode ser calculada pela fórmula 
seguinte: 
 
(Incidência na população total) – (Incidência no grupo não exposto) 
 
 
Agora vamos calcular o risco atribuível populacional (PAR): o risco para a população total. 
 
Utilizando os nossos dados: 
Incidência na população = 0,4% 
Incidência nos expostos = 0,34% 
 
 RAP = 0,4 – 0,34 = 0,06 
 
O que isso nos diz? Quanto do risco total de Ca Cerebral na população é atribuível ao uso do celular? 
Desta forma podemos dizer que da incidência de Ca Cerebral devida ao uso de celulares é 0,06 por 100. 
 
Se preferirmos calcular a PROPORÇÃO de incidência na POPULAÇÃO TOTAL que é atribuível à exposição, 
devemos dividir o risco atribuível populacional pela incidência na população total. 
 
 = {(Incidênciana população) – (Incidência no grupo de Não-expostos)} / Incidência na população 
 % RAP = (0,4 – 0,34) / 0,4 = 0,15 ou 15% 
 
Assim, 15% dos casos de Ca Cerebral na população total podem ser atribuídos ao uso do celular, e se 
ocorresse a proibição total do uso de celulares, o melhor que alcançaríamos seria uma redução de 15% na 
incidência de Ca Cerebral na população total. 
 
4. Assuma que num estudo de 10 casos e 10 controles, cada controle foi pareado com um caso, 
resultando em 10 pares. A situação da exposição (E) para cada indivíduo se apresenta no seguinte 
quadro: 
Caso Controle 
E E 
N E 
 E N 
N E 
E E 
N N 
 E E 
N N 
N E 
E E 
(E – Expostos, N – Não Expostos) 
Monte a tabela de contingência, calcule o RR e OR. Interprete os resultados encontrados: 
 
 Casos Controles 
 
 
 
 
Não é possível calcular o risco relativo, pois trata-se de uma estudo casos-controle., onde não há como calcular a 
incidência e desta forma o RR. 
OR = (5 x 3) / (5 X 7) = 15/35 = 0,428 ~ 0,43 (pelo razão dos produtos cruzados) 
OR = {(5/10) / (5/10)} / {(7/10) /(3/10)} = 1 / 2,33 = 0,429 ~ 0,43 (pela fórmula padrão) 
Isto significa dizer que os doentes foram expostos 0,42 vezes mais quando comparados aos não 
doentes. (isso fica difícil de compreender quando dito desta forma, por isso não é adequado) 
Quando o OR fica menor que um, indicando que seja uma exposição protetora, para ficar mais 
claro, podemos diminuir o número encontrado da unidade (ex, 1 – 0,42 = 0,58 ou 58%), então 
podemos dizer que: 
 
“Os doentes foram expostos 58% a menos do que os não doentes.” 
 
5. Durante o período compreendido entre janeiro/1988 a dezembro/1994, no Instituto de Oncologia, 
de um grande hospital de Porto Alegre, Santana et al. realizaram um estudo para avaliar a associação 
entre o uso de mate (Chimarrão) e o risco de câncer de pulmão em homens. Para esse este estudo 
selecionaram 497 pessoas com câncer de pulmão e 497 pessoas com outro tipo de câncer e 
investigaram o consumo de mate no passado. 
Com esses dados só dá para dizer que se trata de estudo caso-controle. Mas nenhum cálculo consegue ser 
realizado com essas informações. 
Exposto 5 7 12 
Não 
exposto 
5 3 8 
 10 10

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