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Dr Gustavo Albertasse Dutra da Silva R1 – pediatria Santa Casa - JF COQUELUCHE ou SÍNDROME PERTUSSIS ETIOLOGIA: Doença descrita antes do ano de 1500 Pertussis significa TOSSE VIOLENTA, INTENSA (1670) Bordetella pertussis e Bordetella parapertussis 6 tipos de Bordetella Não sobrevive muito tempo no ambiente e não existem carreadores crônicos PATOGÊNESE Pequeno cocobacilo Gram negativo Coloniza o epitélio ciliar (traquéia ou brônquios) B. pertussis = única que expressa a TOXINA PERTUSSIS (sensibilidade histamínica, secreção de insulina, disfunção leuc.) O exato mecanismo ainda permanece obscuro Coqueluche epidêmica EPIDEMIOLOGIA Transmitida por meio de gotículas, pela tosse Endêmica e altamente contagiosa. Contaminação próxima a 100%, em indivíduos suscetíveis, quando há contato com gotículas em um ambiente fechado. OMS = 20 – 40 milhões de casos / ano sendo 90% em países em desenvolvimento OMS = 500 mil óbitos / ano EPIDEMIOLOGIA Vacinação reduziu em 99% o número de casos a partir 1940 BRASIL = vacina desde 1973 MS = incidência de 0,71/100.000 habitantes; 50% < 1ano Aumento no número de casos em adolescentes (EUA). Única doença com vacinação mas com aumento do número de casos ( maior notificação / maior acesso diagnóstico / diminuição da imunidade em adultos e adolescentes ) EPIDEMIOLOGIA 2012 = 15.428 casos suspeitos / 4.453 (28,9%) 2012 = 74 óbitos EPIDEMIOLOGIA Vacinação (ou a própria doença) NÃO confere imunidade por toda vida Títulos de AC começam a cair de 3 – 5 anos e desaparecem após 12 anos de doença ou vacina Na era pré-vacinal: 1 – 5 anos de idade Na era pós-vacinal: maior parte dos casos entre 10 – 14 e 15 - 19 anos (60% nos EUA) EPIDEMIOLOGIA Alguns estudos têm documentado coqueluche em 13-32% dos adolescentes e adultos com tosse por mais de 7 dias NELSON CLÍNICA 3 fases: CATARRAL PAROXÍSTICA CONVALESCENÇA CLÍNICA FASE CATARRAL: incubação de 3 a 12 dias. dura 1 a 2 semanas. febre baixa, congestão, coriza/rinorréia, lacrimejamento e hiperemia conjuntival, espirros, prostração, tosse noturna. ...estes sintomas atenuam-se e inicia a fase paroxística... CLÍNICA FASE PARTOXÍSTICA: dura 2 – 6 semanas tosse seca, irritativa, intermitente e com paroxismos, fáscies pletórica ou cianose, guincho. Vômitos pós-tosse. o auge dos paroxismos: 1 episódio / hora CLÍNICA “Uma criança de 1 a 3 anos com aparência saudável e que continua brincando, com um estímulo insignificante, subitamente expressa uma aura ansiosa e pode agarrar um dos pais ou um adulto que a conforte antes de começar um período em que metralha uma tosse ininterrupta, sendo o mento e tórax mantidos para frente, a língua apresenta protrusão máxima, os olhos abaulam e lacrimejam, a face fica purpúrea até que a tosse cessa e um intenso guincho vem a seguir à medida que o ar atravessa a via aérea ainda parcialmente fechada.” NELSON CLÍNICA FASE DE CONVALESCENÇA: dura 2 semanas. os sintomas regridem. CLÍNICA < 3 meses: não costumam apresentar as 3 fases. A fase catarral é curta e pode evoluir com ENGASGO, APNÉIA, CIANOSE e BRADICARDIA, seguidos ou não de episódios de tosse. O guincho não é comum. < 3 meses: a APNÉIA pode ser o único sintoma!! Imunizados podem apresentar doença mais branda CLÍNICA Adultos e adolescentes: geralmente sem as 3 fases; sem guincho; hà sensação súbita de estrangulamento seguida de tosse ininterrupta, sufocamento, cefaléia e respiração ofegante. Paroxismos separados por horas de bem estar. hemorragias conjuntivais ou petéquias são comuns DIAGNÓSTICO SUSPEITAR em qualquer paciente que apresente queixa predominante de tosse, na ausência de: Febre Dores musculares Mal-estar Exantema Taquipnéia Rouquidão Creptação ou sibilos DIAGNÓSTICO Exame físico e RX normais ( a menos que haja infecção bacteriana associada ). RX pode apresentar infiltrado peri-hilar, além de edema e pequenas atelectasias. Leucocitose na FASE CATARRAL (20 – 100 mil leucócitos com >50% de linfócitos). Leucocitose e trombocitose = sinais de gravidade. Cultura para B. pertussis = padrão ouro!! PCR = sensibilidad e especificidade semelhante a cultura PCR e Cultura devem ser feitas na fase catarral (fase paroxística = 10% de positividade) DIAGNÓSTICO CULTURA: Aspiração profunda de nasofaringe com swab flexível (Dacron ou de alginato de cálcio), aplicado na nasofaringe posterior por 15 – 30 segundos (ou até haver tosse) Ácido líquido casamino 1% , caldo de Stainer-Scholte, meio de transporte semi-sólido de Regan-Lowe..... DIAGNÓSTICO IgG contra a toxina da pertussis com elevação acima de 2 desvios-padrão em relação à população imunizada = infecção recente IgA e IgM = não são métodos confiáveis DIAGNÓSTICO ADENOVÍRUS: febre, dor de garganta, conjuntivite Mycoplasma: febre, cefaléia, mal estar, creptações Clamídia: pneumonia afebri, história de conjuntivite, taquipnéia, creptações ou sibilos VSR: bronquiolite... (coinfecção em 30% dos casos) “todo caso suspeito com confirmação laboratorial (isolamento da B. pertussis), contato com caso confirmado em um período de 3 semanas do início dos sintomas de tosse paroxíostiva ou com leucocitose (>20 mil leucócitos com linfocitose > 10 mil), sem explicação por outra etiologia, são considerados como caso confirmado.” Casos confirmados ou suspeitos = notificar TRATAMENTO Hidratação e Nutrição!!! Alimentar a criança aos poucos e evitar grandes volumes. Evitar sonda ou nutrição parenteral. Considerar o O2 e aspiração Nos episódios de tosse paroxística: paciente em decúbito lateral; aspirar via aérea e oferecer O2 se cianose ou apnéia Paroxismos recorrentes (com fadiga, hipercapnia, necessidade de O2...): intubar TRATAMENTO Isolamento respiratório com uso de máscaras por todos que entrem no quarto!! Manter isolado por 5 dias de início do antibiótico TRATAMENTO ANTIBIÓTICOS: - Para casos suspeitos ou confirmados Limitar a disseminação da infecção e diminuir a gravidade dos sintomas Na fase paroxística os antibióticos não modificam a gravidade da doença TRATAMENTO ANTIBIÓTICOS: Eritromicina 50mg/kg/dia, de 6/6h, por 14 dias Claritromicina 15mg/kg/dia, de 12/12h, por 7 dias Azitromicina 10mg/kg/dia, 1x ao dia, por 5 dias SMX-TMP 40+8 mg/kg/dia, de 12/12h por 10 dias TRATAMENTO Cuidado com macrolídeos em RN!!!!!!!!!!! -> aumento de 7-10x de r/r para aquisição de estenose hipetrófica do piloro (em especial Eritromicina) -> TODO RN tratado com macrolídeo deve ser monitorado para sintomas de estenose pilórica TRATAMENTO Cuidado com as SULFAS -> não utilizar em menores de 2 meses pelo risco de Kernicterus TRATAMENTO Critérios de alta: Período de 48h com manutenção ou diminuição dos sintomas, sem cianose e sem necessidade de intervenção, ou seja, sem necessidade de O2 nas crises de tosse. Com alimentação adequada por VO e com orientação dos pais. TRATAMENTO PROFILAXIA para “contactantes domiciliares e escolares/creche independente da idade, história de imunização ou sintomas” NELSON PROFILAXIA Vacina DTP ou DTPa = 2, 4 e 6 m 4ª dose (reforço) = 15 – 18 m, pelo menos 6 m após a 3ª dose 5ª dose (reforço) = 4 – 6 anos Quando usar DTPa ? -> febre alta, choro persistente por mais de 3 horas, espisódios hipotônicos, hipo- responsivos e convulsões !!!!!! REFERÊNCIAS NELSON PROTIPED Ministério da Saúde
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