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Formação profissional em Serviço Social: “velhos” e novos tempos, ... constantes desafios
Cirlene Aparecida Hilário da Silva Oliveira�
A análise do processo de formação profissional do assistente social, requer uma abordagem histórica, ainda que breve, situando a profissão no contexto da realidade brasileira. Uma reflexão sobre o surgimento e a institucionalização do Serviço Social, identificando os principais marcos da profissão na sua trajetória, articulado com a formação profissional é fundamental para melhor situarmos e entendermos o Serviço Social, nos tempos atuais. 
Tal exercício teórico exige, necessariamente, uma revisão crítica da trajetória do debate acumulado da profissão, analisando as conquistas e os dilemas do Serviço Social na consolidação de seu projeto profissional.
Também, pensar o Serviço Social na contemporaneidade, diante das novas exigências profissionais, decorrentes das profundas alterações no mundo do trabalho, das repercussões da reforma do Estado e, conseqüentemente, das novas configurações assumidas pela sociedade civil, implica analisar os avanços e os novos desafios da profissão, que culminaram na reformulação do processo de formação profissional.
Assim, pretendemos aqui traçar alguns elementos que subsidiem esta análise.
 
Algumas considerações sobre a trajetória histórica do Serviço Social
Ao analisarmos a formação profissional em Serviço Social, partimos do pressuposto que é necessária a compreensão da trajetória histórica da profissão, inserida no contexto social que marcou sua emergência e institucionalização na sociedade brasileira.
Concordamos com Silva e Silva ao afirmar que:
[...] a formação profissional é entendida como processo dialético, portanto aberto, dinâmico e permanente, incorporando as contradições decorrentes da inserção da profissão e dos profissionais na própria sociedade. Com esse entendimento, falar em formação profissional implica acompanhar a dinâmica da sociedade e a trajetória histórica do próprio Serviço Social, procurando entender os condicionamentos que a sociedade impõe sobre a prática profissional. (Silva, 1995, p. 73)
Como a formação profissional está diretamente atrelada à história do Serviço Social, teceremos algumas considerações significativas da trajetória histórica da profissão�, destacando os diferentes momentos conjunturais.
A economia brasileira, a partir dos anos 30, progressivamente vai substituindo o sistema agrário-comercial pelo sistema industrial, e com isso provocando profundas alterações sociais como o estabelecimento da urbanização, fenômeno que engendrou problemas e conflitos sociais.
A tensão social oriunda da consolidação de um pólo industrial, associada às novas relações entre o capital e o trabalho, agravaram a chamada questão social�, sendo-lhe atribuídas soluções políticas, pois para a construção de um novo modelo econômico era necessário um cenário de “tranqüilidade social” que permitisse o desenvolvimento industrial.
O governo ditatorial da época, sob o comando de Getúlio Vargas, buscava consolidar-se através de uma política centrada no populismo, adotada como forma de controle da classe trabalhadora. A ação do Estado estava direcionada para o desenvolvimento de condições sociais e políticas que garantissem o processo de acumulação capitalista. É neste contexto, que surgiu o Serviço Social, diretamente vinculado à Igreja, como um prolongamento da ação social católica, adotando como pressuposto teórico o neotomismo�, com fundamentação na Doutrina Social da Igreja.
A formação profissional do assistente social, neste período, era baseada na influência do pensamento europeu, através do modelo franco-belga, limitado a uma formação essencialmente pessoal e moral, numa base doutrinária, centrado numa perspectiva conservadora.
Em 1932, foi fundado em São Paulo o Centro de Estudos e Ação Social – CEAS com o objetivo de estabelecer uma formação técnica especializada para o desempenho da ação social e da difusão da Doutrina Social da Igreja; e, em 1936, foi criada em São Paulo a primeira escola de Serviço Social no Brasil, instituindo-se a emergência da profissão no cenário brasileiro.
As décadas de 40 e 50 serão significativas para a institucionalização do Serviço Social – no sentido de crescimento de mercado de trabalho – pelo surgimento das grandes instituições de Assistência Social que evoluem no Brasil, a partir da ação estatal que tenta responder à pressão das novas forças sociais urbanas. (Andrade, 1996, p. 17)
Com a consolidação da economia dos Estados Unidos no Pós-Guerra e sua significativa expansão pela América Latina, a partir de 1945, a hegemonia do pensamento europeu no Serviço Social brasileiro foi gradativamente substituída pela influência norte-americana. Neste período, a formação profissional do assistente social, no Brasil, centrou-se na valorização do método, destacando-se a instrumentalização técnica.
O pensamento conservador é incorporado pelo Serviço Social em sua trajetória intelectual: passa da influência do conservadorismo europeu, franco-belga, em seus primórdios, para a sociologia conservadora norte-americana nos anos 40. (Iamamoto, 1992, p. 169) 
Ainda sob a influência católica, o Serviço Social brasileiro importou os métodos de Serviço Social de Caso, de Grupo e de Comunidade, almejando uma ação eficaz no trabalho social e, conseqüentemente, a superação dos trabalhos voluntários.
As décadas de 1950 e 1960 sinalizaram um impulso das bases científicas da formação profissional no Brasil, marcada por uma perspectiva metodologista: mediante a tecnificação da profissão, os assistentes sociais eram capacitados para executarem programas sociais que viabilizassem respostas modernizantes, inerentes à efetivação do modelo desenvolvimentista adotado no país.
Absorvendo a ideologia desenvolvimentista, o Serviço Social se impunha duas tarefas fundamentais: viabilizar a participação do povo no projeto desenvolvimentista do governo e neutralizar as tensões resultantes das contradições da política desenvolvimentista. (Silva, 1995, p. 42)
Porém, a partir dos anos 1960, iniciou-se no cenário brasileiro e em toda América Latina o desenvolvimento de uma perspectiva crítica ao Serviço Social “tradicional”, através da mobilização de grupos de assistentes sociais que intentavam novas experiências de ação profissional, vinculadas aos processos e lutas das classes populares por mudanças sociais. 
Diante da crise do modelo desenvolvimentista e das pressões sociais e demandas dos setores populares, numa conjuntura político-sócio-econômica marcada pelo agravamento das desigualdades sociais e pela agudização das questões sociais em toda a América Latina, setores da categoria profissional dos assistentes sociais foram impulsionados a um notável movimento de renovação da profissão denominado Movimento de Reconceituação do Serviço Social. 
Devido às peculiaridades da realidade social de cada país, o Movimento de Reconceituação se apresentou de diferentes formas, porém sua proposta foi centrada no questionamento da metodologia, dos objetivos, do objeto da ação profissional e do conteúdo da formação, com a intenção de superar a vinculação da prática profissional dos assistentes sociais aos interesses dominantes. Apontou-se assim uma nova perspectiva teórico-metodológica fomentadora de uma ação profissional comprometida com um processo de transformação social.
[...] o Movimento de Reconceituação do Serviço Social, a partir da perspectiva hegemônica, no contexto da América Latina, impõe aos assistentes sociais a necessidade de ruptura com o caráter conservador que deu origem à profissão, calcado no atrelamento às demandas e interesses institucionais, e coloca como exigência a necessidade de construção de uma nova proposta de ação profissional, tendo em vista as demandas e interesses dos setores populares que constituem, majoritariamente, a clientela do Serviço Social. (Silva, 2002, p. 72)Efetivamente, o Movimento de Reconceituação foi um marco para o Serviço Social latino-americano, principalmente por possibilitar aos assistentes sociais o reconhecimento da dimensão política de sua prática profissional, e o comprometimento – ainda que de alguns grupos de assistentes sociais – com os interesses dos setores populares.
Com a instauração da ditadura militar no Brasil, principalmente a partir de 1969 – início da sua fase mais rígida -, o Serviço Social teve sua vertente crítica emergente freada e, contraditoriamente, ampliada sua atuação profissional mediante a expansão do mercado de trabalho. Nesse momento, também, foi ampliado o debate profissional acerca das questões teóricas e metodológicas do Serviço Social, numa visão cientificista e tecnicista calcada numa tendência modernizadora.
O quadro conjuntural da sociedade brasileira, no regime militar, e a tendência assumida pela política social, no bojo dessa conjuntura, colocam para a prática do Serviço Social, no Brasil, num primeiro momento, uma tendência modernizadora que busca o avanço técnico da profissão com vistas a assumir, com eficiência, uma ação profissional moderna. (Silva, 2002, p. 34)
A vertente modernizadora do Serviço Social, indicada por vários autores�, foi orientada pela perspectiva desenvolvimentista, fundamentando-se teoricamente no estrutural–funcionalismo, que se pauta na manutenção da ordem social estabelecida, onde o desenvolvimento era compreendido como superação do atraso, modernização. Nessa vertente, cabia ao Serviço Social a adesão da população ao programas governamentais, sem uma crítica ao sistema vigente. A formação profissional do assistente social era centrada na busca da eficiência e da modernização da profissão que assumiu, apesar do rigor técnico e científico, uma postura assistencialista.
Embora esta vertente ter sido hegemônica no Serviço Social, alguns setores profissionais, ainda que minoritários, colocaram-se em contraposição a ela por conceberem que a profissão era compreendida como um mero instrumento de aceleração do desenvolvimento econômico.
Apesar do Movimento de Reconceituação do Serviço Social ter sido engendrado para romper com a perspectiva tradicional, no Brasil, somente a partir da década de 1970, período de “distensão-abertura” da ditadura militar (1974-1985), é que alguns segmentos profissionais começaram a assumir a perspectiva marxista, inicialmente representada pela vertente do estruturalismo�. 
Com o objetivo de retomar e aprofundar a proposta crítica, alguns segmentos profissionais do Serviço Social promoveram um debate ampliado acerca da dimensão político-profissional e de seu compromisso com a população usuária, no intuito de romper com a suposta neutralidade da ação profissional, até então concebida.
Sob influência do pensamento gramsciano�, a partir de 1978, o Movimento de Reconceituação pautou-se numa perspectiva dialética, no sentido de fortalecer a prática institucional do Serviço Social, articulada à organização dos movimentos populares, admitindo-se assim a contraposição dos objetivos profissionais com os institucionais.
A formação profissional dos assistentes sociais também se constituiu, neste período (1975-1979), como objeto de amplo debate no interior da categoria, tendo como eixo central a necessidade de novos pressupostos teóricos e novas propostas de ação profissional comprometidas com os interesses populares, indicando a exigência de um novo projeto de formação profissional.
Em âmbito nacional, através de um quadro organizativo dos assistentes sociais, coordenado pelas diferentes entidades� da categoria, especialmente, pela Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social – ABESS – hoje ABEPSS�, instituiu-se um fórum de discussões sobre o projeto político-acadêmico do Serviço Social, culminando na efetivação da proposta de um novo currículo mínimo�, aprovada em 1979 na XXI Convenção Nacional da ABESS, e referendada pelo Conselho Federal de Educação (CFE) através do Parecer 412/82, ficando estabelecido para implantação do novo currículo em todas as unidades de ensino o prazo máximo de agosto de 1984.
A aprovação desta nova proposta de currículo mínimo impõe a exigência de revisão curricular a todas as Unidades de Ensino de Serviço Social no país, devendo antes de tudo, constituir-se a expressão de um amplo processo de avaliação e redefinição da formação profissional, desenvolvido com a participação efetiva de professores, alunos, supervisores e profissionais. É fundamental que todos esses segmentos significativos que, nas suas diferentes formas de inserção, estão configurando o Serviço Social no contexto da realidade brasileira participem, de fato, do processo de revisão curricular, contribuindo, de forma específica, na definição do currículo pleno para que as propostas atendam às exigências específicas de cada realidade regional e às exigências fundamentais do atual momento histórico. (Carvalho, 1984, p. 110)
Associado ao esforço coletivo dos diferentes segmentos da categoria, no processo de implantação do novo currículo, este período também foi marcado por um avanço acadêmico do Serviço Social, no Brasil, engendrado pela implantação, em 1981, do primeiro (e na época único) curso de doutoramento em Serviço Social, na América Latina, coordenado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As produções e debates intelectuais em âmbito nacional, mediatizados pela expansão da Pós-Graduação constituíram-se no principal suporte para a formação e exercício profissional no país.
A partir da segunda metade dos anos 1980, com o advento da Nova República (1986-1990), a conjuntura econômico-político-social do país foi marcada pelos sinais de falência do Estado intervencionista e, a conseqüente instauração das bases de minimização do Estado, assumido como novo padrão nos anos de 1990.
Com o acirramento das desigualdades sociais, a agudização das múltiplas expressões da questão social� nas mais variadas expressões da vida cotidiana – trabalho, família, área habitacional, saúde, assistência social pública – e a implantação de um Estado mínimo, com políticas sociais residuais, evidenciou-se no interior do Serviço Social através de alguns setores da profissão, a necessidade de serem construídas novas alternativas profissionais, que fossem capazes de garantir uma nova legitimidade profissional, indicando conseqüentemente a elaboração de uma nova proposta curricular.
Dando continuidade ao processo de redimensionamento do Projeto Educacional do Serviço Social no Brasil, a gestão ABESS/CEDEPSS (1992-1995), por recomendação da XXVIII Convenção Nacional, ocorrida em Londrina/PR, em outubro de 1993, assume a elaboração de um novo Projeto Curricular para os cursos de graduação em Serviço Social, no país, como meta prioritária. (Silva, 2002, p. 215)
A necessidade de se realizar e redefinir a direção social do projeto de formação profissional do Serviço Social, pautado nos novos desafios e dilemas da contemporaneidade, oriundos do conjunto das crises e inovações da atualidade, torna-se imperante no seio da profissão.
A formação profissional na contemporaneidade
 	
Na atual conjuntura em que vivemos, profundas mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais têm refletido diretamente nos processos de formação profissional de todas as áreas, reafirmando a necessidade de superação de práticas, conceitos, teorias, culminando, assim, numa revisão crítica não somente de currículo, mas de projeto profissional, que efetivamente expressa as novas tendências e condições emergentes na dinâmica social.
Diante da necessidade de construção de novas alternativas profissionais, tendo como orientação as exigências de mudanças estruturais da sociedade brasileira, a formação profissional representa um constante desafio para as Unidades de Ensino Superior. Especificamente, em relação ao Serviço Social, cabe ressaltar o papel da ABEPSS neste processo, conforme já destacado anteriormente, que desde 1978, dirigiu o processode redefinição da formação profissional do assistente social, pós-Movimento de Reconceituação, articulando-o às questões conjunturais. 
A década de 1980 caracterizou-se por um repensar do Serviço Social frente às novas demandas da sociedade, e, conseqüentemente, o processo de formação profissional também tornou-se alvo de discussões.
A formação profissional em Serviço Social constituiu-se num fórum constante de discussões, estudos e análises sobre o desenvolvimento e a construção da própria profissão na sociedade brasileira, que levaram o ensino do Serviço Social a um profundo mergulho nas questões relativas à reorganização do Estado, frente à globalização da economia, às modificações do mundo do trabalho, da cultura, destacando-se, inclusive, a necessidade de repensar os rumos da educação para o século XXI, com base nas previsões das profundas transformações que esta nova conjuntura vem trazendo ao perfil profissional, ao mercado de trabalho, ao perfil docente e discente. 
Analisando a segunda metade dos anos de 1980 e a década de 1990, podemos afirmar que este foi um período de grandes avanços para o Serviço Social, na redefinição de seus rumos técnico-acadêmicos e político-profissionais. 
Em 1993, foi aprovado o Novo Código de Ética do Assistente Social, mediante revisão do Código de 1986, com um amplo debate da categoria, alicerçado no compromisso ético-político da profissão.
Também em 1993, foi sancionada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei 8662/93 que regulamentou a profissão de Serviço Social, trazendo no seu artigo 1º a caracterização da assistência social�, como direito do cidadão e dever do Estado, buscando-se a implementação da cidadania e a emancipação da população mediante o reconhecimento, a garantia e a divulgação de seus direitos.
Ainda nos anos de 1990, podemos afirmar que o Serviço Social:
[...] deu um salto de qualidade em sua autoqualificação na sociedade. Essa adquiriu visibilidade pública por meio do Novo Código de Ética do Assistente Social, das revisões da legislação profissional e das profundas alterações verificadas no ensino universitário na área. (...) houve, também, um adensamento do mercado editorial e da produção acadêmica. (...) Os assistentes sociais ingressaram nos anos 90, como uma categoria que também é pesquisadora, reconhecida, como tal, pelas agências de fomento. (Iamamoto, 1998, p. 51)
Também nesse quadro de avanços do Serviço Social na atualidade, se insere a pesquisa como uma dimensão integrante do exercício profissional, devendo subsidiar o assistente social na formulação de propostas coerentes com o projeto que orienta os princípios ético-políticos da profissão e que, portanto, respondam às necessidades oriundas da realidade social.
As novas demandas profissionais são decorrentes inclusive das novas relações estabelecidas entre o Estado e a Sociedade Civil – um Estado “mínimo”, cada vez mais submetido aos interesses e políticas dominantes e uma sociedade que, paulatinamente, vem assumindo grande parte do conjunto das responsabilidades sociais do país. É o chamado encolhimento dos espaços públicos e o alargamento dos privados.
Associado a tais questões, as mudanças no mundo do trabalho incidem diretamente nas condições e relações de trabalho do assistente social – o profissional polivalente, a terceirização dos serviços, a subcontratação, a ampliação de contratos temporários, o baixo padrão salarial, o desemprego – exigindo mudanças no perfil profissional.
Hoje, a exigência é a de um assistente social qualificado, que tenha competência e habilidades necessárias para negociar seus projetos profissionais no espaço sócio-ocupacional onde desenvolve sua atuação, que saiba decodificar as questões inerentes à realidade social e, assim, propor ações que se materializem na busca da efetivação dos direitos da população usuária, do cidadão.
Esse conjunto de imperativos que é colocado para o assistente social, tem provocado um redimensionamento em relação ao exercício profissional e, conseqüentemente, à formação profissional. 
O debate contemporâneo no âmbito do Serviço Social aponta para a necessidade de uma formação profissional conciliada com os novos tempos, com as novas demandas profissionais, emergindo daí a premência de uma revisão curricular, alicerçada no projeto ético-político-profissional�, tendo como grande desafio um salto qualitativo no processo de formação dos assistentes sociais.
Um dos quesitos para assegurar essa atualização da profissão é a construção de respostas profissionais sólidas frente às especificidades da questão social emergente do atual contexto político-sócio-econômico do país.
O Serviço Social, enquanto profissão, se realiza e se reproduz no mercado de trabalho. Assim, é fundamental a articulação entre formação profissional e mercado de trabalho, sem ficar à mercê de suas transformações e condicionamentos, estabelecendo-se, entretanto, um distanciamento crítico do mesmo.
Iamamoto ressalta tal necessidade:
Ora, a sintonia da formação profissional com o mercado de trabalho é a condição para se preservar a própria sobrevivência do Serviço Social. Como qualquer profissão, inscrita na divisão social e técnica do trabalho, sua reprodução depende de sua utilidade social, isto é, de que seja capaz de responder às necessidades sociais, que são a fonte de sua demanda. (1998, p. 172)
Assim, a reformulação do projeto de formação profissional não poderá ignorar as demandas do mercado de trabalho e deverá estar atenta às transformações nos padrões de acumulação capitalista: as mudanças observadas no mundo do trabalho, na esfera do Estado e no campo da cultura.
Uma exigência apontada no processo de formação profissional é a criação de um profissional dotado de competência teórico-crítica alicerçada nas principais matrizes do pensamento social da modernidade e suas expressões teórico-práticas no Serviço Social e, competência técnico-política, que além do conhecimento e o domínio das ações diretas e indiretas pertinentes ao agir profissional, requer também o compromisso político, conforme nos aponta Rosa Pinto: 
[...] a competência profissional não é apenas técnica. Ela possui uma outra dimensão que é política. Sem a dimensão política, a competência técnica fica esvaziada de sentido, de finalidade, pois a competência técnica já supõe um compromisso político. (Pinto, 1997, p. 71)
Outro ponto na formação profissional, que inclusive é considerado problemático, é o distanciamento entre o tratamento teórico-sistemático das matrizes teórico-metodológicas e a cotidianidade da prática profissional.
Associada a esta problemática tem-se no âmbito do ensino de Serviço Social uma fragilidade no tocante às estratégias de intervenção, táticas e a instrumentalização, que incidem diretamente na efetivação da prática profissional.
Martinelli destaca a importância do Serviço Social na dinâmica da sociedade, porém alerta para a necessidade de fortalecermos nossa ação profissional, enquanto assistentes sociais para “manter” a prática inserida no espaço profissional:
Há toda uma literatura que diz que somos profissionais indispensáveis do ponto de vista social. Mas, evidentemente, é preciso que tenhamos condição de construir algo neste espaço que aí está pronto, porque senão realmente acabaremos desaparecendo como profissão. Nenhuma profissão da área social chegará devidamente legitimada ao final do milênio senão tiver vigor teórico, consistência argumentativa e um sólido conjunto de instrumentais operativos. (1994, p. 71)
E, discutir os dilemas e as perspectivas para a ação profissional adquire especial relevância, neste momento, em que nos defrontamos com o desafio de implantação da nova proposta de currículo mínimo para o curso de Serviço Social.�
Cabe destacar que a nova LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação – Lei 9394, promulgada em 1996, imputou às universidades a definição das diretrizes curriculares para os cursos de graduação para substituiros antigos currículos mínimos. No Serviço Social, esta exigência foi empreendida pela ABEPSS, numa construção coletiva da categoria profissional.
Segundo Mariângela Wanderley�, o estudo das diretrizes curriculares requer algumas considerações sobre a universidade e o estabelecimento de princípios e pressupostos inerentes a um projeto de formação universitária e profissional.
A universidade, compreendida como lugar de ensino, pesquisa e extensão, deve responder às exigências do mundo contemporâneo, construindo respostas acadêmicas situadas em seus projetos curriculares, que expressam a necessidade de articulação entre formação universitária e mercado profissional.
Cabe destacar que esta articulação não se restringe a uma mera adequação aos ditames do mercado de trabalho, e sim há um conhecimento e sintonia do mesmo, associado a um distanciamento crítico. 
Em relação ao estabelecimento de princípios e pressupostos necessários para a construção de um projeto de formação universitária e profissional, que darão o norte ao projeto universitário, a referida autora destaca:
exercício do pluralismo e da interdisciplinaridade como condições essenciais da vida acadêmica e profissional;
qualificação de uma formação generalista e abrangente assegurada pelo rigor teórico, metodológico e técnico na apreensão dos conhecimentos e pelos padrões de competência técnica profissional, através da articulação dos conhecimentos básicos e dos conhecimentos específicos de cada área;
ensino que assegure elevados padrões de competência profissional pelo domínio do instrumental técnico, operativo e das habilidades de cada área de formação, capacitando para a atuação nas diversas realidades e âmbitos de pesquisa e exercício profissional;
compromisso ético-social como princípio formativo, perpassando o conjunto da formação curricular;
articulação entre ensino, pesquisa e extensão não apenas como princípio, mas efetiva realidade na condução dos projetos acadêmicos;
articulação das diversas dimensões investigativas e interventivas próprias dessas áreas de formação profissional, como expressão da relação teoria, realidade, através da constituição de um espaço de pensar crítico, da dúvida, da autonomia, da investigação e da busca de soluções;
indissociabilidade entre estágio e supervisão acadêmica e profissional;
padrões de desempenho e qualidade idênticos para os cursos diurnos e noturnos (formação universitária com um período mínimo de 4 anos);
ensino organizado na observância dos Códigos de Ética e na observância das competências e atribuições previstas na Legislação Profissional de cada área específica de formação;
dinamismo na organização dos currículos plenos de cada curso, possibilitando a definição e organização dos vários componentes curriculares – disciplinas, oficinas, estágios supervisionados, núcleos temáticos, atividades complementares, como forma de garantir o acompanhamento das transformações sociais, culturais, científicas e tecnológicas. (Wanderley, 1998, p. 16-17)
Além dos pressupostos norteadores e dos princípios que fundamentam a formação profissional do Serviço Social, a ABEPSS apresentou no documento da “Proposta das diretrizes gerais para o Curso de Serviço Social” as diretrizes curriculares.
Tais diretrizes foram definidas considerando-se que a formação profissional do assistente social apresenta como foco central a questão social. O Serviço Social, nas suas determinações sócio-históricas e ídeo-políticas, necessita inovar as respostas profissionais no enfrentamento da questão social, daí o significado da definição das diretrizes curriculares “que implicam capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa para a: 
apreensão crítica do processo histórico como totalidade;
investigação sobre a formação histórica e os processos sociais contemporâneos que conformam a sociedade brasileira, no sentido de aprender as particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do Serviço Social no País;
apreensão do significado social da profissão desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade;
apreensão das demandas – consolidadas e emergentes – postas ao Serviço Social via mercado de trabalho, visando a formular respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre público e privado;
exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na legislação profissional em vigor. (ABESS/CEDEPSS, 1997, p. 62)
O projeto de formação profissional em Serviço Social, alicerçado nos pressupostos, princípios e diretrizes da proposta básica, remete a um conjunto de conhecimentos indissociáveis, que numa nova lógica curricular, são materializados em três núcleos de fundamentação�:
teórico-metodológicos da vida social;
da formação sócio-histórica da sociedade brasileira;
do trabalho profissional.
É importante salientar que o primeiro núcleo, responsável pelo tratamento do ser social enquanto totalidade histórica, analisa os componentes fundamentais da vida social, que serão particularizados nos dois outros núcleos de fundamentação, o da formação sócio-histórica da sociedade brasileira e o do trabalho profissional. Portanto, a formação profissional constitui-se de uma totalidade de conhecimentos que estão expressos nestes três núcleos, contextualizados historicamente e manifestos em suas particularidades. (ABESS/CEDEPSS, 1997, p. 63)
 
Os três núcleos reúnem os conteúdos que fundamentam o trabalho do assistente social, constituindo-se assim eixos articuladores da formação profissional almejada. Estes eixos desdobram-se em áreas do conhecimento, que são traduzidas pedagogicamente pelo conjunto de componentes curriculares, irrompendo numa lógica curricular inovadora. Esta apresenta como principal proposta a superação da fragmenação do processo de ensino e aprendizagem, numa articulação de saberes que permeie todo o processo de formação profissional, envolvendo ensino, pesquisa e extensão, possibilitando maior convivência acadêmica entre os diferentes sujeitos: professores, alunos e comunidade.
Esta nova estrutura curricular deve refletir o atual momento histórico e projetar-se para o futuro, abrindo novos caminhos para a construção de conhecimentos, como experiência concreta no decorrer da própria formação profissional. (ABESS/CEDEPSS, 1997, p. 64)
E, é justamente dentro desta nova lógica curricular, alicerçada num pensamento crítico, que busca propostas inovadoras de ação profissional, que o estágio supervisionado é entendido e considerado como uma das atividades integradoras do currículo.
O estágio supervisionado é um momento privilegiado de aprendizado teórico-prático, concebido dentro da proposta básica da ABEPSS como:
[...] uma atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-institucional objetivando capacitá-lo para o exercício do trabalho profissional, o que pressupõe supervisão sistemática. Esta supervisão será feita pelo professor supervisor e pelo profissional do campo, através da reflexão, acompanhamento e sistematização com base em planos de estágio, elaborados em conjunto entre unidade de ensino e unidade campo de estágio, tendo como referência a Lei 8662/93 (Lei de Regulamentação da Profissão) e o Código de Ética do Profissional (1993). O estágio supervisionado é concomitante ao período letivo escolar. (ABESS/CEDEPSS, 1997, p. 71)
O curso de Serviço Social tem uma carga horária mínima de 2700 horas, com duração média de 4 anos. Dada a importância do estágio supervisionado no processo de formação do assistente social, na nova proposta curricular, este deverá ter como carga horária mínima 15% da carga horária do curso, o que totaliza 405 horas.
Um dos eixos do processo de reformulação da formação profissional é o “ensino da prática” em suas dimensões teórica, ético-política e técnica, vinculado diretamente ao estágio prático supervisionadoenquanto atividade curricular obrigatória.
Coloca-se, pois como um dos problemas centrais a mediação entre o ‘ensino teórico’ e o ‘ensino da prática’, para que o discente se aproprie de um instrumental de análise e, pela apreensão crítica de situações singulares, possa compreender a particularidade de seu objeto de investigação e intervenção. (Iamamoto, 1998, p. 269)
Devido ao debate teórico ter se constituído um dos pontos fundamentais nas reflexões sobre o ensino do Serviço Social, há temáticas que necessitam de maior espaço para aprofundamento e discussões mais sistematizadas como, por exemplo, o significado do estágio supervisionado no processo de formação profissional do assistente social.
O estágio supervisionado necessita ser analisado no contexto do ensino teórico-prático do Serviço Social, caso contrário, estabelecemos um descolamento da realidade da prática profissional com o ensino nas unidades acadêmicas, reforçando o distanciamento entre o discurso acadêmico e o cotidiano da ação profissional.
O aprendizado de uma profissão, em parte atribuído ao estágio, envolve uma dinâmica típica e específica, que estabelece na produção de conhecimentos da prática, o qual supõe o redimensionamento dos conhecimentos teóricos na sua relação com a realidade. (Pinto, 1997, p. 13)
Enquanto espaço privilegiado de aprendizagem, o estágio é o lócus propício para o aluno desenvolver sua matriz de identidade profissional, efetivada através da responsabilidade, consciência, compromisso, espírito crítico e inovador. Na medida que o aluno se sente sujeito nesta atividade educativa, o estágio é efetivamente o espaço de legitimidade profissional.
Referências Bibliográficas
ABESS - Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social. O processo de formação profissional do assistente social. Cadernos ABESS nº 1. São Paulo: Cortez, 1986. 87p.
ABESS - Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social. Ensino em serviço social: pluralismo e formação profissional. Cadernos ABESS nº 4. São Paulo: Cortez, 1991. 147p.
ABESS - Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social. Produção científica e formação profissional. Cadernos ABESS nº 6 . São Paulo: Cortez, 1998. 196p.
ABESS - Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social. Formação profissional: trajetórias e desafios. Cadernos ABESS nº 7. São Paulo: Cortez, 1997. 168p.
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� Doutora em Serviço Social; Docente do Curso de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Unesp/ Campus de Franca.
� Não se tem a pretensão, nos limites deste artigo, de um desenvolvimento aprofundado de tais considerações. Para maior detalhamento desta temática consultar: IAMAMOTO, Marilda V. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 7ª ed. São Paulo: Cortez, [Lima, Peru]: CELATS, 1990; MANRIQUE CASTRO, Manuel. História do serviço social na América Latina. São Paulo: Cortez, 1989.
� Entendemos por questão social “[...] o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs ao mundo, no curso da constituição da sociedade capitalista. Assim, a questão social está fundamentalmente vinculada ao conflito entre o capital e o trabalho.” (CERQUEIRA, 1982, p. 21)
� O neotomismo é uma corrente doutrinária cujo principal representante foi o filósofo francês Jacques Maritain (1882-1973), sendo caracterizada, sobretudo, pela tentativa de abordar a problemática filosófica contemporânea sob a perspectiva tomista – doutrina baseada em São Tomás de Aquino, adotada oficialmente pela Igreja Católica.
� Dentre eles, José Paulo Netto: cf. Netto, J. Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social, no Brasil pós 64. São Paulo, Cortez, 1991.
� Esta vertente teve influência principalmente em Althusser, que compreendia as instituições como aparelhos ideológicos do Estado. Em decorrência desta concepção, o Movimento de Reconceituação, naquela época, negara a prática institucional, enfatizando a militância política. 
� A concepção de Antônio Gramsci era de um Estado ampliado, onde as instituições eram compreendidas como espaços contraditórios e de luta de classe, cf. GRAMSCI, Antônio. Maquiavel, a política e o estado moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 3ª. ed, 1978; COUTINHO, Carlos Nelson. A dualidade dos poderes. São Paulo: Brasiliense, 2ª. ed, 1987.
� Em decorrência do próprio processo de articulação dos assistentes sociais neste período, foram reativadas algumas associações e sindicatos, e inclusive criadas novas associações profissionais, dentre elas a ANAS – Associação Nacional de Assistentes Sociais; O CFAS – Conselho Nacional de Assistentes Sociais – hoje CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. Cabe registrar que, também, os estudantes de Serviço Social se organizaram no processo de reflexão sobre a formação profissional através do ENESS – Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social. 
� Em 1946 foi instituída a ABESS – Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social, por um grupo de assistentes sociais das escolas pioneiras no ensino de Serviço Social. Criada com a finalidade de definir e coordenar uma política de formação profissional do assistente social, promove a adoção de um padrão mínimo de ensino; em 1998 funde-se com o CEDEPSS – Centro de Documentação e Pesquisa em Política Social e Serviço Social, formando-se assim a ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, que tem o papel fundamental na construção do projeto ético político da profissão e nos avanços dos processos da formação profissional do Serviço Social. 
� Para maior detalhamento da proposta do novo currículo mínimo e como se deu seu processo de implantação, consultar Revista Serviço Social & Sociedade nº. 14, São Paulo, Cortez, 1984.
� Em cada fase do desenvolvimento capitalista, a questão social apresenta suas formas de expressão em consonância com o modelo de produção adotado. Sobre a questão social nesses novos tempos consultar : SERRA, Rose Mary Sousa. “A questão social hoje” . Revista Ser Social nº. 6, Brasília, UNB, 2000.
� Com o advento da Constituição de 1988, a assistência social passa a compor com a saúde e a previdência social, o tripé da seguridade social brasileira (art. 194). Com isso, a assistência passa a ser considerada como um meio, uma estratégia de redistribuição, estendendo direitos a todos, independentemente de qualquer contribuição prévia, interagindo com as demais políticas públicas.
� O projeto ético-político do Serviço Social foi amplamente discutido e coletivamente construído ao longo das duas últimas décadas, constituindo-se a base social da reorientação profissional do Serviço Social. Para maior detalhamento do referido projeto consultar NETTO, José Paulo. “A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea”. Capacitação em serviço social e política social: Mód. 1. Brasília: CEAD, 1999, pp. 91-110. 
� A referida proposta foi apreciada na II Oficina Nacional de Formação Profissional e aprovada em Assembléia Geral da ABEPSS, ambas realizadas no Rio de Janeiro, nos dias 07 e 08 de novembro de 1996. Com a promulgação da LDB, em 20 de dezembro de 1996, a ABEPSS atenta à necessidade do estabelecimento dos padrões de qualificação do ensino, enquanto entidade nacional representativa das IES no âmbito do Serviço Social, encaminhou a proposta para apreciação do Conselho Nacional de Educação do MEC, que foi aprovada em 03 de abril de 2001. (Anexo A)
� Como uma das consultoras da ABEPSS, a referida autora faz um estudo sobre a formação profissional, destacando a reforma da educação brasileira, enfocando a LDB. Cf. WANDERLEY, Mariângela B. Formação Profissional no contexto da reforma do sistema educacional. Cadernos ABESS n º. 8. pp. 7-18.
� Não cabe, nos limites deste artigo a análise detalhada de cada núcleo. Para maiores estudos, consultar: Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social – ABESS/CEDEPSS. Cadernos ABESS n º. 7, pp. 64-71; Proposta básica para o projeto de formação profissional. Ver. Serviço Social e Sociedade n º. 50, pp. 143-171.

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