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PREVENÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS Eixo Temático MEDICINA PREVENTIVA E SAÚDE COLETIVA I Prof. Andréa Maria Góes Negrão Conceituação • Bloquear ou interceptar as causas para fazer cessar os seus efeitos Conjunto de procedimentos que visam a proteger e melhorar a saúde de uma população, portanto, sua qualidade de vida Prevenção Prevenção Impedindo a entrada da doença em áreas geográficas ainda livres Protegendo as populações de regiões onde a doença já ocorre OU Conceituação As ações preventivas podem ser exercidas em qualquer fase da História Natural da Doença Período Pré- patogênico Período Patogênico Níveis de Prevenção • Como não existe uma fórmula mágica de profilaxia que atenda todos os casos – procuramos analisar as ações profiláticas segundo diferentes níveis de prevenção correspondentes aos períodos da História Natural da Doença Níveis de Prevenção Nível Primário de Prevenção Nível Secundário de Prevenção Nível Terciário de Prevenção PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO NÍVEIS DE PREVENÇÃO Nível Primário de Prevenção • Congrega o conjunto de ações indicadas para o período pré-patogênico • Impede ou evita tanto sua introdução no ecossistema como a consequente instalação nos indivíduos Promoção da Saúde Proteção Específica Nível Primário de Prevenção • Ações inespecíficas que buscam a melhoria da qualidade de vida da população • São abrangentes e apresentam caráter geral e seu emprego é orientado para uma ampla faixa de agravamentos da saúde • Tais ações incluem procedimentos de NATUREZA: Promoção da Saúde ESTRUTURAL EDUCATIVA SANEADORA Nível Primário de Prevenção Condições de adequação ao ambiente, de abrigo, de alimentação, de densidade populacional Promoção da Saúde AÇÕES ESTRUTURAIS Nível Primário de Prevenção 1. Implantar um programa sanitário 2. Facilitar o uso de princípios higiênico-sanitários e de tecnologias simples Promoção da Saúde AÇÕES EDUCATIVAS Conjunto de ações que leva à comunidade os conhecimentos essenciais relativos às ações de saúde, com o objetivo de: Nível Primário de Prevenção Promoção da Saúde AÇÕES SANEADORAS Ações dirigidas diretamente aos componentes ambientais AR Controle Sanitário ÁGUA ALIMENTOS EXCRETA SOLO LIXO Nível Primário de Prevenção São de caráter restrito e objetivam proteger, especificamente, a população contra um determinado agente etiológico ou um conjunto limitado desses Proteção Específica IMUNIZAÇÃO TRATAMENTO TERAPÊUTICO SUA UTILIZAÇÃO DENOTA DEFICIÊNCIA NAS AÇÕES ANTERIORES Nível Secundário de Prevenção • A evolução do processo para o período patogênico denota fracasso na adoção das medidas do nível primário de prevenção ou primeira barreira sanitária • Socorre-se, como segunda instância, a um novo conjunto de recursos preventivos Identificação das fontes de Infecção Intervenção Imediata Nível Secundário de Prevenção Ação tardia Identificação das fontes de Infecção Eficiência reduzida e oneração dos custos operacionais das ações necessárias a seu controle Quando a doença já se instalou na população Nível Secundário de Prevenção Diagnóstico precoce Identificação das fontes de Infecção Razão direta na eficiência da ação desencadeada Notificação às autoridades sanitárias E Nível Secundário de Prevenção Diagnóstico precoce - Grandes limitações encontradas de natureza técnica e econômica Identificação das fontes de Infecção Nível Secundário de Prevenção Identificação das fontes de Infecção Casos Típicos -Parte visível – descoberta imediata Casos Atípicos + Portadores + Suscetíveis – parte submersa do iceberg Nível Secundário de Prevenção A atuação imediata sobre as fontes de infecção objetiva reduzir rápida e drasticamente o potencial de infecção Intervenção Imediata Sacrifício Isolamento Tratamento Nível Terciário de Prevenção • Conjunto de ações desenvolvidas quando se já tenham instalado os defeitos de natureza estrutural e funcional • Limitar a incapacitação deixada pelo agravamento e promover a reabilitação do indivíduo Fonte: Leavel & Clark (1976) Promoção da Saúde Proteção Específica Diagnóstico Precoce e Intervenção Imediata Limitação da Incapacidade Reabilitação PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO NÍVEIS DE PREVENÇÃO Intensidade das Ações Preventivas Caracterizam os variados graus de intensidade da ação preventiva CONTROLE ERRADICAÇÃO Intensidade das Ações Preventivas Conjunto de medidas ou ações empregadas com o objetivo de reduzir a frequência da ocorrência de uma doença, já presente na população, até que esta se detenha em níveis compatíveis com a realidade existente CONTROLE Intensidade das Ações Preventivas Conjunto de medidas ou ações dirigidas com fins específicos de eliminar uma doença de um determinado território É um procedimento radical e intenso, cujo sucesso depende de uma integração ampla envolvendo diferentes segmentos profissionais e múltiplas medidas sanitárias É o nível mais elevado das ações de prevenção aplicadas a uma doença ERRADICAÇÃO Processo de Decisão O processo de decisão relativo à escolha das ações a serem desencadeadas depende do conhecimento disponível acerca da realidade existente, e envolve os seguintes aspectos: Existência de recursos humanos e financeiros; Disponibilidade de procedimentos diagnósticos; Características dos agentes etiológicos; Prevalência e correspondência dispersão do agente no espaço e tempo; O perfil do sistema ecológico; O custo-benefício; O risco para a espécie humana Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Objetivos SACRIFÍCIO Limitar a capacidade infectante – reduzir o potencial de infecção representado pelo número e mobilidade das fontes de infecção de uma determinada área geográfica Procedimentos disponíveis ISOLAMENTO TRATAMENTO Abate deliberado de um número restrito de animais infectados (fontes de infecção) SACRIFÍCIO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Eliminação do potencial de infecção Intuito de proteger a maioria da população ainda não afetada Depende dos Seguintes Fatores (limitantes): SACRIFÍCIO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Disponibilidade Diagnóstica Natureza da espécie hospedeira Características do agente causal Disponibilidade Diagnóstica SACRIFÍCIO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Dificuldade de identificação das fontes de infecção Sacrifício seletivo de doentes típicos e reagentes aos testes de diagnóstico Natureza da Espécie Hospedeira SACRIFÍCIO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Espécies Silvestres Graus variáveis de dificuldade - equilíbrio ecológico Espécies Domésticas Espécies Peridomiciliares Outros procedimentos são ineficientes – zoonoses Animais de Produção – custo-benefício Ações mais globalizadas – roedores - despovoamento Características do Agente Causal SACRIFÍCIO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Constitui um significativo elemento de restrição ao emprego do sacrifício Agentes que apresentam resistência às condições ambientais Agentes que tem a participação de vetores ou reservatórios silvestres ISOLAMENTO Ações de ProfilaxiaRelativas às Fontes de Infecção Consiste na segregação do indivíduo fonte de infecção, pelo período máximo de transmissibilidade da doença que o acomete, com dupla finalidade: Bloqueia o acesso do agente a outros hospedeiros suscetíveis Limitar o potencial de infecção a uma área restrita e controlável Facilitar a adoção de medidas terapêuticas Facilitar a destruição do agente tão logo seja eliminado do organismo do hospedeiro ISOLAMENTO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Em relação às espécies animais, sua aplicação apresenta algumas variações: Sérias limitações – condições de segurança – instalações dependentes do manejo Animais de estimação Instituições oficiais – CCZ, hospitais e clínicas veterinárias Animais de produção ISOLAMENTO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção Modalidades de Isolamento de Animais Isolamento individual Isolamento em grupo ou acantonamento Isolamento da área, sequestro ou interdição de propriedade Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção ISOLAMENTO Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção TRATAMENTO ESPECÍFICO Recuperação da saúde do indivíduo ou população Atua preventivamente impedindo a evolução da doença Previne possíveis complicações e ao mesmo tempo reduz o período de transmissibilidade Ações de Profilaxia Relativas às Fontes de Infecção TRATAMENTO ESPECÍFICO A Atuação terapêutica sobre as fontes de infecção apresenta dupla finalidade: Curativa Profilática Bloqueia a evolução do quadro da doença no indivíduo Reduz o período de transmissibilidade da fonte de infecção Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Tem como objetivo inibir ou destruir o agente da doença no período em que ele se encontra nos diferentes meios utilizados para transferir-se a um novo hospedeiro Trata-se de um elenco de ações extremamente variado, incluindo entre outras: Controle sanitário do ar, da água, do solo e pastagens, dos alimentos, das habitações, instalações zootécnicas e industriais, dos produtos medicamentosos, reagentes e imunógenos, das excretas, efluentes, lixo, resíduos, artrópodes, fômites. Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão Contágio Transmissão Aerógena Transmissão pela Água e pelos Alimentos Transmissão por Vetores Transmissão pelo Solo Transmissão por Fômites Transmissão por Produtos Biológicos Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão Contágio Direto Não oferece qualquer possibilidade de atuação sobre o agente durante o processo de transferência Contágio Indireto Dificuldade de interposição de um obstáculo entre a fonte de infecção e o novo hospedeiro Segregação dos animais – por faixa etária Interposição de barreiras físicas - luvas Instalações arejadas Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO AERÓGENA Desinfecção do ar, o arejamento e o controle de poeiras Atuação melhor sobre os núcleos infecciosos e poeiras Maior intervalo de tempo disponível para adoção das medidas Descontaminaçã o do ambiente Recintos limitados Radiação ultravioleta, calor, exaustão, vaporização, nebulização Evitar a varredura a seco ou movimentação brusca de animais confinados Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO PELO SOLO Medidas Protetoras Ações que visam evitar a contaminação do solo Tratamento e destinação adequada de excretas; Controle dos adubos orgânicos; Quarentena Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO PELO SOLO Medidas Saneadoras Ações de higienização de superfícies contaminadas do solo Drenagem de áreas pantanosas; Limpeza e manutenção das pastagens; Limpeza da vegetação - inseticidas Aradura e gradagem do solo – exposição de ovos e larvas de insetos Correção do pH do solo; Rotação das pastagens Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO PELA ÁGUA E PELOS ALIMENTOS Medidas Protetoras Ações que visam evitar a contaminação da água e dos alimentos Proteção dos mananciais; Cuidados higiênicos na ordenha; Higienização de instalações, equipamentos, manipuladores de alimentos Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO PELA ÁGUA E PELOS ALIMENTOS Medidas de Tratamento Ações de descontaminação Sedimentação e filtração da água; Cloração da água; Processo de beneficiamento dos POA: Pasteurização, tratamento pelo frio, a dessecação, a salga Inspeção veterinária: Papel fundamental Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO POR VETORES Vetores Mecânicos Vetores Biológicos Essencial impedir sua multiplicação; Empregos de inseticidas; Barreiras físicas – telas Controle complexo: diversidade de espécies, diferentes mecanismos utilizados no processo de transmissão Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO POR VETORES Medidas Defensivas Medidas Saneadoras Construções adequadas; Empregos de inseticidas; Destino adequado de excretas e lixo; Vigilância epidemiológica; Quarentena Conjunto de ações dirigidas ao ambiente- criar condições adversas ao desenvolvimento do vetor; Destino adequado de dejetos; Rotação e queima de pastagens; Drenagem de pântanos Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO POR VETORES Medidas Ofensivas Destruição do vetor – larva até adulto Natureza biológica – emprego de machos estéreis, peixes larvófagos, aves insetívoras Natureza química - inseticidas Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO POR FÔMITES Desinfecção de utensílios, dos instrumentos de uso veterinários, equipamentos Limpeza e desinfecção rotineira dos veículos destinados ao transporte de animais e produtos de origem animal Ações de Profilaxia Relativas às Vias de Transmissão Ações Preventivas segundo os Mecanismos de Transmissão TRANSMISSÃO POR PRODUTOS BIOLÓGICOS Todos os países o sistema sanitário se apóia em legislação específica para o controle de qualidade dos produtos e insumos de uso veterinário Controle da inocuidade de vacinas Controle sanitário de reprodutores em centros de IA e transferência de embriões Ações de Profilaxia Relativas aos Suscetíveis Na verdade, todas as ações de prevenção dirigidas aos diferentes elementos da cadeia de transmissão visam interceptar os agentes causais e impedi-los de alcançar o novo hospedeiro Natureza Inespecífica Adquiridas naturalmente; Hábitos de higiene; Manejo sanitário adequado Natureza Específica Tipos de Imunidade Ativa Passiva Naturalmente adquirida Artificialmente induzida Contato prévio Colostro Vacinas Soro hiperimune Ações de Profilaxia Relativas aos ComunicantesHospedeiro que esteve exposto ao risco de infecção. Recebem o mesmo tratamento dispensado às fontes de infecção. Sacrifício Massal ou Despovoamento Quarentena Vigilância Sanitária Tratamento Massal Imunoprofilaxia
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