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2022.2 
 
 
 
 
DRAMA 
 
RESUMOS THAIS M. SOUTO 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
DEFINIR: PREVALÊNCIA, INCIDÊNCIA, SAZONALIDADE, 
SURTO, EPIDEMIA, ENDEMIA, PANDEMIA. 
Prevalência 
Termo descritivo da força com que subsistem as doenças 
nas coletividades, um indicador de morbidade, portanto. 
A medida mais simples de prevalência é a frequência 
absoluta dos casos de doenças. A taxa de prevalência 
constitui uma medida que permite estimar e comparar, no 
tempo e no espaço, a ocorrência de uma dada doença em 
relação a variáveis referentes à população: idade ou grupo 
etário, sexo, ocupação, etnia, entre outras. 
Operacionalmente, a taxa de prevalência pode ser 
definida como a relação entre o número de casos 
conhecidos de uma dada doença e a população, 
multiplicando-se o resultado pela base referencial da 
população, expressa usualmente como potência de 10 (ou 
10"), ou seja: 1.000 (%0), 10.000 (%00) ou 100.000 (%000). 
 
A expressão "nº de casos conhecidos de uma dada doença 
compreende os casos que subsistem, bem como inclui a 
soma de todos os "casos novos" diagnosticados desde a 
data da computação anterior. 
 expressa o numero de casos existentes de uma 
doença, em um dado momento. 
Incidência 
 A incidência de doenças em uma população P significa a 
ocorrência de casos novos relacionados à unidade de 
intervalo de tempo, dia, semana, mês ou ano. Assim, as 
expressões "três casos novos por dia ou "300 por ano" são 
relações que expressam incidência, ou seja, a intensidade 
com que estão surgindo novos doentes, seja por dia, seja 
por ano, em uma determinada comunidade. 
Operacionalmente, a taxa de incidência é definida como a 
razão entre o número de casos novos de uma doença que 
ocorre em um intervalo de tempo determinado, numa 
população delimitada exposta ao risco de adquirir a 
referida doença no mesmo período. Assim como para a 
prevalência, multiplica-se o resultado por uma potência de 
10, tomada como base referencial da população. 
 
A incidência de doenças é medida, pela contagem de 
casos emergentes e pela frequência absoluta de casos 
novos relacionados à unidade de intervalo de tempo – 
dia, semana, mês ou ano. 
Segunda medida da frequência da doença que 
corresponde a quantidade de casos novos ocorridos em 
uma determinada população e durante um certo 
período. 
Sazonalidade 
Denomina-se sazonalidade (stricto sensu) a propriedade 
segundo a qual o fenômeno considerado é periódico e 
repete-se sempre na mesma estação do ano. O fenômeno 
de algumas doenças ou agravos se repetirem sempre, ou 
com maior frequência nas mesmas estações do ano, 
meses do ano, dias da semana ou em horas do dia, é 
caracterizado como variação sazonal ou, ainda, 
estacional. 
Propriedade segundo a qual o fenômeno considerado 
é periódico e se repete sempre na mesma estação (sazão) 
do ano. Ex: diarreias em períodos quentes e doenças 
respiratórias em períodos frios. 
VARIAÇÃO CICLICA: flutuações na incidencia de uma 
doença ocorridas em um periodo maior que um ano. 
Ocorre devido flutuação no momento de susceptiveis 
devido a nascimentos, vacinação, epidemia previa. O 
conhecimento da sua repetiçao periodica é importante 
para a predição da ocorrencia da doença e portanto 
contribiu para a adoçao de medidas efetivas de controle; 
Surto 
Uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço 
extremamente delimitado: colégio, quartel, edifício de 
apartamentos, bairro etc. 
epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma 
pequena comunidade humana. Muitos restringem o uso 
do termo para o caso de instituições fechadas, outros o 
usam como sinônimo de “epidemia”. 
 
Epidemia 
Elevação progressivamente crescente, inesperada e 
descontrolada dos coeficientes de incidência de 
determinada doença, ultrapassando e reiterando valores 
acima do limiar epidêmico preestabelecido. Ocorre devido 
as alterações nos fatores relacionados ao agente, ao 
hospedeiro e ao ambiente que constitui a estrutura 
epidemiológica desta respectiva população no tempo e 
espaço determinados. 
O aparecimento de um único caso autóctone em uma 
região onde nunca tenha ocorrido ou que esteja há 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
muitos anos livre de uma determinada doença 
representa uma epidemia, pois demonstra uma alteração 
substantiva na estrutura epidemiológica relacionada a 
doença. 
Endemia 
1- qualquer doença espacialmente localizada, 
temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre 
os membros de uma população e cujo nível de incidência 
se situe sistematicamente nos limites de uma faixa 
endêmica que foi previamente convencionada para uma 
população e época determinadas. 
2- presença constante de uma doença ou de um 
agente infeccioso em determinada área geográfica que 
pode significar também a prevalência usual de 
determinada doença nessa área. Hiperendemia significa 
transmissão intensa persistente e holoendemia um alto 
nível de infecção que começa no início da vida e afeta a 
maior parte da população; aplica-se, por exemplo, à 
malária em alguns lugares. 
3- variação da incidência de uma doença numa 
comunidade humana dentro de limites considerados 
“normais” para essa comunidade, isto é, dentro de uma 
faixa limitada por dois desvios padrão acima e abaixo da 
incidência média da doença, tomando como base certo 
número de anos anteriores. 
 
Pandemia 
A existência de grandes populações de susceptíveis aliada 
as condições extremamente facilitadas na propagação de 
um agente no ambiente, determinada por movimentos 
migratórios, facilidade de transporte, concentração de 
indivíduos etc. Pode determinar um processo epidêmico 
caracterizado por uma ampla distribuição espacial da 
doença, atingindo diversas nações ou continentes. 
Nome dado à ocorrência epidêmica caracterizada por 
uma larga distribuição espacial, atingindo várias nações. 
Mortalidade 
Os indicadores de mortalidade podem ser definidos como 
razão entre frequências absolutas de óbitos e número de 
sujeitos expostos ao risco de morrer. 
 
Morbidade 
Morbidade sempre se refere a uma população 
predefinida P. Ao se identificar a população P, devem ficar 
claros os seguintes elementos: localização espacial, 
intervalo de tempo e abrangência do estudo. 
 
CARACTERIZAR AS DOENÇAS EMERGENTES E 
REEMERGENTES NO BRASIL E NA BAHIA. 
Doenças infecciosas emergentes e reemergentes são 
aquelas cuja incidência em humanos vem aumentando nas 
últimas duas décadas ou ameaça aumentar num futuro 
próximo. Ao tentar especificar mais esta noção, verificam-
se dois principais focos de atenção: o surgimento ou 
identificação de novos problemas de saúde e novos 
agentes infecciosos; e a mudança no comportamento 
epidemiológico de doenças já conhecidas, incluindo a 
introdução de agentes já conhecidos em novas 
populações de hospedeiros suscetíveis. 
São potencializadores dessas doenças: 
• fatores demográficos; • fatores sociais e políticos; 
• fatores econômicos; • fatores ambientais; 
• fatores relacionados ao desempenho do setor saúde; 
• fatores relacionados às mudanças e adaptação dos 
microrganismos e 
• manipulação de microrganismos com vistas ao 
desenvolvimento de armas biológicas. 
 
Modelos de desenvolvimento econômico 
determinando alterações ambientais, migrações, 
processos de urbanização sem adequada infraestrutura 
urbana, grande obras como hidrelétricas e rodovias; 
Fatores ambientais como desmatamento, mudanças 
climáticas, secas e inundações; 
Aumento do intercâmbio internacional, que assume o 
papel de "vetor cultural" na disseminação das doenças 
infecciosas; 
Ineficácia das estratégias de monitoramento e 
controle de doenças; 
Aprimoramento das técnicas de diagnóstico, 
possibilitando diagnósticos etiológicos mais precisos; 
Processo de evolução de microrganismos: mutações 
virais, emergência de bactérias resistentes. 
 
 
 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
Doenças Emergentes surgimento ou identificação de 
um novo problema de saúde ou um novo agente 
infeccioso. Doenças que antes eram deanimais e passam 
a ser de humanos começam a ser inclusas. 
Doenças Reemergentes Indicam mudança no 
comportamento epidemiológico de doenças já 
conhecidas, que haviam sido controladas, mas que 
voltaram a representar ameaça à saúde humana. Inclui-
se ai a introdução de agentes já conhecidos em novas 
populações de hospedeiros suscetíveis. Ex: Febre 
amarela, dengue e leishmaniose. 
DESCREVER O PERFIL DE MORBIDADE E A SAZONALIDADE 
DAS PRINCIPAIS DOENÇAS EMERGENTES E 
REEMERGENTES NO BRASIL A PARTIR DA LITERATURA 
ESTUDADA. 
Grande parcela das mortes por doenças infecciosas no 
Brasil é causada por infecções respiratórias, e as mortes 
por tais infecções se tornaram mais comuns em adultos 
que em crianças. Houve algumas reduções pronunciadas 
na mortalidade proporcional por doenças específicas – ex., 
diarreias, doenças preveníveis por vacina e pneumonia 
em crianças. As mortes por HIV/AIDS cresceram a partir 
de meados da década de 1980, a dengue apareceu como 
uma causa importante de morte, o número de mortes 
por tuberculose e doença de Chagas permaneceu estável 
e a proporção de mortes de adultos devido a infecções 
respiratórias está crescendo. 
Iniciativas de saúde pública, que incluem acesso universal 
e gratuito à vacinação, acesso ao tratamento e cuidados 
primários de saúde, que tiveram sucesso total ou parcial 
no controle das doenças preveníveis por vacinação, na 
diarreia, nas infecções respiratórias, no HIV/AIDS e na 
tuberculose – políticas equitativas–, devem ser apoiadas 
e reforçadas em face de desafios existentes e renovados, 
tais como a menor do que ideal adesão aos tratamentos e 
a emergência e a transmissão de patógenos resistentes 
aos medicamentos. 
Como descrito por Barreto e colaboradores (2011), a 
redução na mortalidade de algumas doenças infecciosas 
nem sempre são acompanhadas por um declínio similar 
na incidência. Tuberculose e HIV/AIDS, por exemplo, ainda 
são um problema de saúde pública em muitas regiões do 
país, apesar das quedas substanciais nas taxas de 
mortalidade desde meados dos anos 1990. 
Uma emergência viral, em geral, é definida como o 
surgimento de um novo patógeno para um hospedeiro, 
como o do vírus da imunodeficiência humana no século 
XX. Uma reemergência viral frequentemente se refere à 
reaparição de um patógeno depois de um longo período 
de ausência, como nas epidemias periódicas de influenza 
humana e nas pandemias 
Três etapas são necessárias para que ocorram a 
emergência e a reemergência de uma doença viral: 
1. Introdução de um patógeno viral numa nova espécie 
de hospedeiro. 
2. Adaptação do patógeno ao novo hospedeiro. 
3. Disseminação do patógeno para uma grande 
quantidade de indivíduos da nova espécie para 
desencadear surtos, epidemias ou pandemias. 
CONTROLE COM TOTAL SUCESSO: 
 - DOENÇAS PREVENÍVEIS POR VACINAÇÃO: No Brasil, o 
Programa Nacional de Imunização (PNI) tem sido muito 
exitoso, alcançando uma das mais altas taxas de 
cobertura de imunização do mundo, sem o uso de 
estratégias coercitivas. Dentre os programas rotineiros de 
vacinação universal incluem-se: BCG; poliomielite, 
sarampo, caxumba e rubéola (SCR); difteria, coqueluche 
e tétano (DPT) e mais a Haemophilus influenzae tipo b 
(Hib); hepatite B; febre amarela, rotavírus; 
pneumocócica 10 valente, HPV... 
-DIARREIA E CÓLERA: A mortalidade causada por diarreia 
teve uma queda significativa na década de 1980, com o 
uso da terapia de reidratação oral. A incidência de 
diarreia também diminuiu durante esse período, como 
resultado do aumento da oferta de água tratada e 
encanada e, em menor grau, do esgoto sanitário. Tais 
melhorias no saneamento levaram a uma mudança nos 
casos predominantes de diarreia, da bactéria 
disseminada por transmissão fecal-oral (ex., Salmonella 
spp e Shigella spp) para os vírus disseminados por 
transmissão pessoa a pessoa (particularmente os 
rotavirus, mas também adenovírus e norovírus). Em 2006, 
após estudos que demonstraram sua eficácia, a vacinação 
contra o rotavírus foi introduzida no calendário de rotina. 
- DOENÇA DE CHAGAS: A doença de Chagas é causada pelo 
protozoário Trypanosoma cruzi, cujo principal inseto 
vetor no Brasil era o Triatoma infestans, mosquito 
hematófago que, quase sempre, habita o interior das 
residências. A forma crônica da doença de Chagas (ou 
tripanossomíase americana) se manifesta como 
miocardiopatia, megaesôfago ou megacólon. O 
programa nacional de controle da doença de Chagas é um 
dos maiores sucessos do sistema de saúde pública do 
Brasil. No entanto, em razão do longo período de latência 
da doença, 3,5 milhões de indivíduos ainda têm a infecção 
crônica da doença, o que significa que o diagnóstico e o 
tratamento dos indivíduos que desenvolvem as 
manifestações graves da doença se constituem uma carga 
permanente sobre os serviços de saúde. Mesmo assim a 
taxa da forma crônica da doença está caindo, e a maioria 
das mortes acontece em pessoas com mais de 60 anos. 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
 
CONTROLE COM SUCESSO PARCIAL: 
- HIV/AIDS: Apesar de a incidência das doenças associadas 
à AIDS ter diminuído substancialmente nas grandes áreas 
urbanas, a transmissão em baixo nível ainda ocorre em 
municípios de pequeno e médio portes, o que sugere que 
os recursos alocados para o diagnóstico e tratamento 
nesses locais não são suficientes e precisam ser 
aumentados. Um desafio permanente é o de reduzir ou, 
pelo menos, evitar o crescimento da transmissão em 
populações vulneráveis, como homens que fazem sexo 
com homens, usuários de drogas injetáveis ou não 
injetáveis e profissionais do sexo. O acesso gratuito e 
universal ao tratamento antirretroviral representa um 
feito formidável do sistema de saúde no Brasil. No 
entanto, os inegáveis ganhos têm sido colocados à prova 
pelo aumento lento, mas progressivo, da resistência e dos 
efeitos colaterais associados à maioria das drogas, 
especialmente aqueles associados às consequências de 
longo-prazo do uso continuado de uma droga, como os 
efeitos metabólicos (ex., resistência à insulina e 
dislipidemias) e problemas cardiovasculares. 
 As iniciativas de controle do HIV no Brasil incluem a 
prevenção da transmissão mãe-bebê (com a realização de 
testes e profilaxia durante o pré-natal) e o tratamento de 
crianças e adolescentes com HIV/AIDS. Assim tendo queda 
da infecção por essa via, as mães que não fazem os testes 
antes, pode se realizar o diagnostico com testes rápidos 
no periparto, assim aumentando a sobrevida e qualidade 
de vida das crianças. 
- HEPATITES A E B: Nas duas últimas décadas, evidenciou-
se uma redução na transmissão das hepatites A e B, 
apesar dessa queda ainda não ser aparente nos dados de 
vigilância. 
- HANSENÍASE : É detectada em todos os estados do Brasil, 
mas sua incidência é mais relatada na região amazônica 
e em alguns centros urbanos da região Nordeste; Como o 
período de incubação da hanseníase é longo, o padrão 
geográfico de ocorrência está relacionado aos níveis de 
transmissão históricos e a outros determinantes 
epidemiológicos (ex., padrões de migração), que são 
pouco conhecidos. 
Após a introdução da terapia multidrogas, que é ofertada 
gratuitamente a pacientes com hanseníase pelo SUS, a 
prevalência da hanseníase no Brasil caiu. É necessária a 
identificação de novas formas de controle da hanseníase 
(em outras palavras, de interrupção da transmissão), da 
mesma forma que é fundamental mantê-la como uma 
prioridade mundial para a saúde pública e em termos de 
pesquisas, a fim de evitar a queda do interesse e do apoio 
financeiro para pesquisa, prevenção e cuidados. 
-TUBERCULOSE: associado à infecção pelo HIV, 
parcialmente revertido pela difusão da terapia 
antirretroviral, o número de ocorrências da tuberculose 
caiu lenta, mas firmemente, nas duas últimas décadas. 
Por mais que sejam oferecidas orientações claras com 
relação ao diagnóstico e tratamento da tuberculose, o 
tempo decorrente entre o início dos sintomas e o 
diagnóstico/tratamento ainda varia entre e dentro dasregiões, e a reorganização do sistema de saúde ainda não 
resultou em diagnósticos uniformemente precoces para 
a tuberculose. 
A realização do tratamento completo é essencial para o 
controle da tuberculose e é cuidadosamente monitorado 
e registrado nas bases de dado do SINAN; O Brasil tem um 
Programa de Saúde da Família muito exitoso e existem 
planos para incluir o monitoramento da tuberculose nas 
suas atividades e, desse modo, ampliar a cobertura do 
tratamento supervisionado.O Ministério da Saúde agora 
recomenda o uso do teste rápido de diagnóstico do HIV 
para todos os pacientes com tuberculose nas duas 
primeiras semanas do tratamento. 
- ESQUISTOSSOMOSE: A única espécie de esquistossomo 
existente no Brasil é o Schistosoma mansoni. A 
transmissão envolve caramujos de água doce como 
hospedeiros intermediários e acontece especialmente na 
região Nordeste, em áreas rurais ou em áreas urbanas 
periféricas. No Brasil, o programa de controle da 
esquistossomose teve início em 1975, sendo um programa 
vertical e baseado no tratamento em massa. Grande parte 
da redução na prevalência da esquistossomose é 
atribuída às melhorias no acesso à água tratada e ao 
saneamento, o que quer dizer que as pessoas agora têm 
menos contato com cursos de água, potenciais criadouros 
de caramujos hospedeiros; o tratamento em massa, 
provavelmente, contribuiu para a diminuição da 
gravidade da doença e pode ter cooperado para a queda 
na transmissão. 
 - MALÁRIA: é um problema de saúde pública no Brasil, 
com aproximadamente 300.000 novos casos registrados a 
cada ano. O Plasmodium vivax responde por mais de 80% 
dos casos e o Plasmodium falciparum representa menos 
de 20%, diferentemente do período entre 1960-88, 
quando as prevalências de ambas as espécies eram 
bastante parecidas. A taxa de letalidade para malária – 
que é de menos de 1% desde 1960 – diminuiu 
expresivamente nos últimos dez anos, talvez devido à 
melhora no acesso ao diagnóstico e ao tratamento, que 
são ofertados de graça. Os protocolos de tratamento 
padronizados mantiveram baixos os níveis de resistência 
aos medicamentos e muito trabalho tem sido empregado 
para o desenvolvimento de novas drogas; Quase a 
totalidade (99%; 315.809 casos) de casos de malária é 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
registrada na área da Amazônia legal, onde fatores 
geográficos, econômicos e sociais facilitam a transmissão 
e limitam a aplicação de medidas de controle-padrão. 
CONTROLE FRACASSADO: 
- DENGUE: a incidência dessa doença tem aumentado, 
com uma sucessão de epidemias e uma crescente 
proporção dos pacientes acometidos apresenta a forma 
grave da doença, a febre hemorrágica da dengue. O 
cenário para o controle dessa doença não é estimulante. 
A redução da densidade do A aegypti, elo principal da 
cadeia de transmissão, ainda permanece como um 
desafio; Durante as epidemias, as iniciativas de saúde 
pública do Brasil visam ao aumento da conscientização 
acerca dos sinais e sintomas da doença, com o propósito 
de facilitar a chegada mais cedo aos serviços de saúde 
para permitir diagnóstico e tratamento precoces das 
formas severas. 
 
- LEISHMANIOSE VISCERAL: No Brasil, a incidência de 
leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é 
alta, com uma média de dois casos por 100.000 habitantes 
por ano. A doença tem manifestações graves e, às vezes, é 
letal em crianças. 
A taxa de letalidade da leishmaniose visceral no Brasil tem 
variado de 3,2% a 6,9% nos últimos dez anos. A 
leishmaniose visceral é uma doença causada pelo 
protozoário parasita L chagasi e é transmitida por 
flebotomínios. Cidades pequenas, médias e grandes já 
foram afetadas, inclusive algumas capitais de estado 
como Teresina (na região Nordeste), Belo Horizonte (na 
região Sudeste) e Campo Grande (na região Centro-
Oeste). O controle da leishmaniose visceral no Brasil tem 
enfatizado controle do vetor e a eliminação de animais 
que são um reservatório para a doença, mas as estratégias 
e tecnologias disponíveis até o presente obtiveram pouco 
efeito. O tratamento para a doença é demorado e deve 
ser realizado sob supervisão médica por ser altamente 
tóxico, limitando o acesso especialmente em áreas rurais 
isoladas. 
 CARACTERIZAR ZOONOSES E AS RESPECTIVAS 
ESTRATÉGIAS DE VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE. 
ZOONOSE: infecção ou doença infecciosa transmissível, 
sob condições naturais, de homens a animais e vice-
versa. 
ZOONOSE DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA: 
zoonose de risco iminente de transmissão para a 
população humana, que apresente impacto na saúde 
coletiva quanto a sua magnitude, transcendência, 
potencial de disseminação, gravidade, severidade e 
vulnerabilidade, referentes ao processo epidemiológico 
de instalação, transmissão e manutenção, considerando 
a população exposta, a espécie animal envolvida, a área 
afetada (alvo), em tempo determinado. 
AS ZOONOSES MONITORADAS POR PROGRAMAS 
NACIONAIS DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DO MINISTÉRIO 
DA SAÚDE SÃO: peste, leptospirose, febre maculosa 
brasileira, hantavirose, doença de Chagas, febre amarela, 
febre de chikungunya e febre do Nilo Ocidental. Dengue e 
malária. 
AS ZOONOSES DE RELEVÂNCIA REGIONAL OU LOCAL: 
apresentam incidência e prevalência numa determinada 
área do território brasileiro, mas de magnitude, 
transcendência, severidade, gravidade, vulnerabilidade e 
potencial de disseminação também somente em nível 
regional ou local, são: toxoplasmose, esporotricose, 
ancilostomíase, toxocaríase (larva migrans cutânea e 
visceral), histoplasmose, criptococose, complexo 
equinococose – hidatidose, entre outras. 
AS ZOONOSES EMERGENTES OU REEMERGENTES: 
doenças novas (exóticas) e aquelas que reaparecem após 
período de declínio significativo ou com risco de aumento 
no futuro próximo, promovendo significativo impacto 
sobre o ser humano, devido à sua gravidade e à 
potencialidade de deixar sequelas e morte. Tais doenças 
podem ser incidentes ou prevalentes em outros países, e 
de alguma forma, envolvem uma ou mais espécies de 
animais no seu ciclo de transmissão, sendo introduzidas 
no Brasil por meio da entrada de pessoa(s), animal(is) ou 
de fômite(s) infectados. 
Toda ação, atividade e estratégia de vigilância, prevenção 
e controle de zoonoses de relevância para a saúde pública, 
desenvolvidas e executadas pela área de vigilância de 
zoonoses, devem ser precedidas por levantamento do 
contexto de impacto na saúde pública, por meio de 
avaliação da magnitude, da transcendência, do potencial 
de disseminação, da gravidade, da severidade e da 
vulnerabilidade referentes ao processo epidemiológico 
de instalação, transmissão e manutenção de zoonoses, 
considerando a população exposta, a espécie animal 
envolvida, a área afetada (alvo), em tempo determinado. 
 
VIGILÂNCIA 
a área de vigilância de zoonoses deve desenvolver e 
executar ações, atividades e estratégias de vigilância de 
zoonoses e, dependendo do contexto epidemiológico, 
também de prevenção, em seu território de atuação. 
Essas atividades são organizadas e executadas da seguinte 
forma: 
VIGILÂNCIA ATIVA 
 ZOONOSES MONITORADAS POR PROGRAMAS 
NACIONAIS DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DO MINISTÉRIO 
DA SAÚDE: as ações caracterizam-se por serem 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
executadas de forma permanente a fim de subsidiar os 
programas de controle existentes. 
ZOONOSES DE RELEVÂNCIA REGIONAL OU LOCAL; 
ZOONOSES EMERGENTES E REEMERGENTES: caracteriza-
se pelo desenvolvimento e pela execução sistemática de 
medidas que visem identificar, oportuna e 
precocemente, o risco real (iminente) de introdução ou a 
introdução/ reintrodução de uma zoonose, ou, ainda, a 
manutenção do ciclo de transmissão de uma zoonose 
prevalente na área em questão, a fim de que a área de 
vigilância de zoonoses local possa intervir com ações de 
controle. 
As ações desenvolvidas nesta etapa, que também se 
aplicam às ações de vigilância ativa relacionadas às 
zoonoses monitoradas por programas nacionais de 
vigilância e controle do Ministério da Saúde,consistem 
em: 
 Articulação sistemática, com a área de vigilância 
epidemiológica local, para atualização quanto à 
ocorrência de casos humanos, sejam prevalentes 
ou incidentes, sejam no território de atuação ou 
em áreas circunvizinhas, bem como de outras 
informações pertinentes. 
 Monitoramento constante e sistemático das 
populações de animais do território de atuação. 
 Estruturação da rotina de identificação de 
informações geradas pela mídia sobre a incidência 
e a prevalência de zoonose na área alvo. 
 Articulação sistemática com serviços e instituições 
públicas e privadas que, de alguma forma, 
trabalham com animais ou amostras biológicas de 
animais, tais como: consultórios, clínicas e 
hospitais veterinários, pet shops, órgãos 
ambientais, órgãos da agricultura, órgãos e 
entidades de proteção animal, laboratórios, 
universidades, entre outros, de modo que se 
identifique oportuna e precocemente a 
introdução de uma zoonose em uma 
determinada área ou seu risco iminente. 
 Desenvolvimento de inquéritos epidemiológicos 
que envolvam determinadas populações de 
animais. 
 
VIGILÂNCIA PASSIVA 
 Caracteriza-se por viabilizar meios para a identificação 
oportuna e precoce de uma situação de risco real 
(iminente) relacionada a zoonoses ou de ocorrência de 
zoonoses na área em questão, possibilitando que a área 
de vigilância de zoonoses local possa intervir com ações de 
controle. 
• Disponibilidade de avaliação e recepção de um animal 
de relevância para a saúde pública, 
• Canal de comunicação com a população para 
informações sobre animais de relevância para a saúde 
pública; 
• Integração e articulação com serviços e instituições 
públicos e privados; 
PREVENÇÃO 
As ações de prevenção de zoonoses caracterizam-se por 
serem executadas de forma temporária ou permanente, 
dependendo do contexto epidemiológico, por meio de 
ações, atividades e estratégias de educação em saúde, 
manejo ambiental e vacinação animal: 
• Educação em saúde: devem-se desenvolver atividades 
de educação em saúde na comunidade como um todo, 
visando à prevenção de zoonoses. É necessário priorizar as 
localidades mais vulneráveis, atuando em escolas e outros 
locais em que se possa atingir o público-alvo, de forma 
intensa e mais abrangente possível, utilizando-se também 
de meios de comunicação, como rádio, TV, 
correspondência e internet. (consultar tópico “Educação 
em saúde” deste Manual). 
 • Manejo ambiental: realizado somente quando possível 
(diferenciando-se das ações de correção do ambiente, 
sendo esta uma atribuição legal dos órgãos de Meio 
Ambiente), para controlar ou, quando viável, eliminar 
vetores e roedores. Deve-se incentivar, orientar e educar 
a população na realização do manejo ambiental, 
realizando-as, quando necessário. 
• Vacinação animal: deve-se realizar a vacinação 
antirrábica de cães e gatos, de acordo com o preconizado 
para cada região, conforme o contexto epidemiológico da 
raiva na área local e com o preconizado no Programa 
Nacional de Vigilância e Controle da Raiva do Ministério da 
Saúde. 
Observação: deve-se considerar o contexto 
epidemiológico das zoonoses na área em questão, para 
definir as ações de prevenção que serão estratégicas e 
prioritárias. 
 
CONTROLE 
Uma vez constatada a situação real de risco de 
transmissão de zoonose (risco iminente) ou a introdução 
de zoonose(s) de relevância para a saúde pública no 
território local, a área de vigilância de zoonoses deve 
iniciar a etapa de desenvolvimento e execução do 
controle da doença, por meio de medidas cabíveis e 
viáveis a serem aplicadas direta e indiretamente sobre a 
população animal alvo, a fim de interromper o ciclo de 
transmissão da(s) zoonose(s) alvo. As ações, as atividades 
e as estratégias de controle de zoonoses subdividem-se 
em três tipos: 
CONTROLE DO RISCO IMINENTE DE TRANSMISSÃO DE 
ZOONOSE: Constatada a situação real de risco (risco 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
iminente) de transmissão de zoonose (de relevância para 
a saúde pública) em uma determinada área, relacionado a 
uma população animal alvo, deve- -se proceder às 
medidas de controle cabíveis, além da manutenção das 
medidas de vigilância e intensificação das medidas de 
prevenção, ambas adequadas à nova realidade 
epidemiológica. Esse controle se caracteriza pelo 
desenvolvimento de ações, atividades e estratégias que 
visem ao alcance da redução ou da eliminação, quando 
possível, do risco iminente de transmissão da zoonose 
para a população humana. 
CONTROLE DA ZOONOSE INCIDENTE: Uma vez instalado o 
ciclo de transmissão de determinada zoonose em certa 
área, em que uma população animal esteja relacionada, 
deve-se proceder às medidas de controle para a redução 
ou a eliminação, quando possível, do número de casos 
humanos da doença, intervindo de forma efetiva na 
interrupção do ciclo de transmissão. 
CONTROLE DA ZOONOSE PREVALENTE: Diante de uma 
zoonose prevalente na área-alvo, em que uma população 
animal esteja relacionada à transmissão dela, devem-se 
manter, sistematicamente, as medidas de vigilância, ativa 
e passiva, e de prevenção, procedendo às medidas de 
controle para a redução ou eliminação, quando possível, 
do número de casos humanos da doença, intervindo de 
forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão. Se 
a zoonose reincidir com frequência na área-alvo, é 
necessário rever as medidas adotadas, na tentativa de 
alcançar sua eliminação. 
 
IMPORTANTE 
1. Para o desenvolvimento e a execução das ações, 
das atividades e das estratégias de vigilância, prevenção e 
controle de zoonoses (bem como de acidentes causados 
por animais peçonhentos e venenosos) de relevância para 
a saúde pública, deve-se proceder à articulação, à 
interlocução e à parceria sistemática com a área de 
vigilância epidemiológica local, visando à consonância e 
à efetividade delas. 
2. Deve-se atentar para as mudanças e 
atualizações quanto às ações, às atividades e às 
estratégias de vigilância, prevenção e controle de 
zoonoses (bem como de acidentes causados por animais 
peçonhentos e venenosos) de relevância para a saúde 
pública, normatizadas pelo Ministério da Saúde. 
 
ELENCAR A IMPORTÂNCIA E AS ESTRATÉGIAS DA 
VIGILÂNCIA NA SAÚDE PÚBLICA. 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA OU VIGILÂNCIA EM 
SAÚDE PUBLICA 
Vigilância epidemiológica, é definida como a "contínua e 
sistemática coleta, análise e interpretação de dados 
essenciais de saúde para planejar, implementar e avaliar 
práticas de saúde pública, intimamente integrada com a 
periodicidade de disseminação desses dados para aqueles 
que necessitam conhecê-los. 
O primeiro registro histórico de uma medida sanitária 
relacionada à vigilância, deu-se no século XIV, durante a 
epidemia da peste bubônica. 
William Farr (1807-1883), precursor do conceito 
moderno de vigilância, por ter desenvolvido um sistema 
de coleta, análise e divulgação de estatísticas vitais, 
criando um instrumento voltado à melhoria das condições 
de saúde da comunidade. 
A notificação compulsória das doenças, instituída no final 
do século XIX, até hoje utilizada como estratégia para 
melhor conhecimento do comportamento de doenças na 
comunidade. 
EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE VIGILÂNCIA 
Conceito Clássico: O termo vigilância, tem 2 significados; 
um deles pode ser entendido como a “observação dos 
comunicantes durante o período máximo de incubação 
da doença, a partir da data do ultimo contato com um 
caso clinico ou portador, ou da data em que o 
comunicante abandonou o local em que se encontrava a 
fonte primaria de infecção”. Seu proposito é detectar os 
primeiros sintomas da doença para a rápida instituição do 
isolamento, substituindo por meio de conduta mais 
sofisticada a pratica restritiva de quarentena. Vincula-se 
portanto, aos conceitos de isolamento e quarentena, que 
determinam, respectivamente, a separação de indivíduos 
doentes (isolamento) ou potencialmente infectados 
(quarentena) de seus contatos habituais. 
CONCEITO MODERNO: No início dos anos 1950, surgeum 
novo conceito de vigilância, desta vez, preocupado com o 
acompanhamento sistemático de doenças na 
comunidade, com o propósito de oferecer bases 
científicas para o aprimoramento de estratégias para seu 
controle. 
A inteligência Epidemiológica, novo instrumento de saúde 
pública foi aplicado pela primeira vez, em 1955, quando 
várias regiões dos EUA enfrentaram uma epidemia de 
poliomielite, acometendo indivíduos imunizados com 
vacina de poliovírus inativado. A investigação desse 
episódio, que recebeu a denominação de "Acidente de 
Cutter", permitiu a identificação de lotes dessa vacina, 
que por problemas técnicos apresentavam vírus 
parcialmente inativados, sendo está a causa da epidemia; 
LANGMUIR, EM 1963: Defini o novo conceito de vigilância. 
Defende a tese de que a vigilância é uma das aplicações da 
epidemiologia em serviços de saúde. 
THACKER & BERKELMAN (1988): Apontam que a vigilância 
não abrange a pesquisa nem as ações de controle, 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
afirmando, porém, que estas três práticas de saúde 
pública são relacionadas, mas independentes. 
Afirmam que as atividades desenvolvidas pela vigilância 
situam-se num momento anterior ao das pesquisas e ao 
da elaboração de programas de controle de doenças. Em 
função dessa discussão, esses autores propõem a adoção 
da denominação de vigilância em saúde pública como 
forma de evitar confusões a respeito da precisa 
delimitação dessa prática. 
CHERKASSKII (1988): Define vigilância epidemiológica 
como "o estudo complexo e multilocalizado da dinâmica 
das doenças, abrangendo a investigação tanto no 
subsistema biológico (biologia e ecologia dos agentes 
causais e de seus hospedeiros e vetores) quanto no 
subsistema social (do ambiente social determinante do 
caráter e da escala de disseminação da doença em 
determinado território)". Nessas condições, feitas as 
devidas adequações, a vigilância epidemiológica estudaria 
agravos específicos à saúde de causa infecciosa ou não, 
pela observação contínua de cada um dos seguintes níveis 
do sistema: a) subcelular (molecular); b) celular; c) 
orgânico (clínico); d) ecossistèmico (biogeocenose); e) 
socioecossistêmico. 
SEGUNDO WALDMAN (1991): A vigilância de um 
específico evento adverso à saúde é composta, ao menos, 
por dois subsistemas: 
 Subsistema de informações para a agilização das 
ações de controle que atua nos níveis locais dos sistemas 
de saúde e tem por objetivo agilizar o processo de 
identificação e controle de eventos adversos à saúde. 
 Subsistema de inteligência epidemiológica que é 
especializado e tem por objetivo elaborar, à luz do 
conhecimento cientifico e com fundamento na análise 
rotineira dos dados, relativos ao comportamento das 
doenças na comunidade, as bases técnicas dos programas 
de controle de específicos eventos adversos à saúde. 
 
A VIGILÂNCIA E AS FUNÇÕES ESSENCIAIS DE SAÚDE 
PÚBLICA 
Destacam entre tais funções essenciais a vigilância 
epidemiológica, a regulação e fiscalização sanitária, 
ambas integradas no Brasil com a denominação de 
vigilância sanitária, assim como a pesquisa voltada à 
avaliação da eficácia, acessibilidade e qualidade dos 
serviços de saúde e a investigação e desenvolvimento de 
soluções inovadoras em saúde pública. 
A VIGILÂNCIA NO BRASIL 
Os primeiros passos para a introdução da vigilância 
epidemiológica no Brasil foram dados durante a 
Campanha de Erradicação da Varíola, no início da década 
de 1970. Nessa época, a Fundação Serviços Especiais de 
Saúde Pública centraliza a notificação compulsória de 
doenças em todo o território nacional e cria o Boletim 
Epidemiológico com o qual passa a divulgar 
mensalmente dados consolidados do País, relativos a 
doenças de notificação compulsória. 
O Ministério da Saúde, em 1975, promove as condições 
para ampla utilização da vigilância epidemiológica em 
todo o País, criando o Sistema Nacional de Vigilância 
Epidemiológica (SNVE). 
 Padronização da ficha de notificação e 
investigação de doenças e do formulário de 
declaração de óbito para todo o país. 
 Definição de critérios nacionais para doenças de 
notificação compulsória; 
 Criação do Sistema Nacional de Laboratórios de 
Saúde Publica (SNLSP), com estrutura 
regionalizada e hierarquizada para apoio aos 
programas de controle de doenças e a vigilância; 
 Criação da figura dos laboratórios nacionais de 
referencia que deveriam articular se com os 
laboratórios internacionais de referencia; 
 Criação de laboratório para controle de qualidade 
de vacinas; 
 Implantação do sistema de informações de 
mortalidade, que constitui um marco no 
aprimoramento das estatísticas vitais no país; 
 Toma medidas que fortalecem o programa 
nacional de imunizações iniciado em 1973; 
Entre as características básicas do SNVE nas décadas de 
1970 e 1980, temos a de abranger exclusivamente 
doenças infecciosas de notificação compulsória e agravos 
inusitados à saúde. No entanto, em 1984, assistimos à 
implantação, no estado de São Paulo, do sistema de 
vigilância de eventos adversos pós-vacinação (SVEAPV), 
primeiro sistema de vigilância para eventos adversos 
associados ao uso de tecnologias medicas criado no Brasil. 
A partir dos anos 1990, temos as primeiras iniciativas de 
desenvolvimento da farmacovigilância que se consolidou, 
anos mais tarde, na Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa), assim como dos sistemas de vigilância 
para traumas e lesões, de doenças crônicas e, mais 
recentemente, temos assistido a iniciativas de implantar a 
vigilância ambiental. 
Com a criação do Sistema de Informações de Agravos de 
Notificação (SINAN), cria se condições para que, a médio 
prazo, seja possível tornar disponível uma ampla base de 
dados referente a morbidade. 
Em 2000, de um programa de formação de recursos 
humanos para atuar na área da vigilância epidemiológica, 
que recebeu a denominação de EPI-SUS, focalizando 
principalmente na investigação de surtos. 
NOVAS APLICAÇÕES DA VIGILÂNCIA 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
Os sistemas de vigilância são importantes instrumentos 
para identificar doenças emergentes, comportamentos 
modificados de doenças já conhecidas, doenças que 
ocorrem em situações inusitadas, monitorizar e avaliar 
riscos a saúde e intervenções. 
Para cumprir esses objetivos têm sido desenvolvidos 
novas aplicações da vigilância, entre elas, a de eventos 
adversos associadas à tecnologias médicas, vigilância 
ambiental, a de traumas e lesões, de doenças crônicas e 
de vigilância para resposta global a doenças emergentes. 
 
CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES 
Para a identificação de prioridades para o 
desenvolvimento de sistemas de vigilância para 
específicos eventos adversos à saúde, utilizam se 
fundamentalmente três critérios; o primeiro deles é a 
magnitude do dano que toma como indicadores taxas de 
incidência e prevalência e de mortalidade, assim como a 
letalidade associada ao evento sob análise. O segundo 
critério focaliza a vulnerabilidade do dano, ou seja, avalia 
a existência de fatores de risco ou fatores de prognóstico 
suscetíveis a medidas específicas de intervenção, ou 
mede o impacto potencial das medidas de intervenção 
sobre os fatores de risco (risco atribuível), ou, ainda, a 
existência de medidas específicas e eficazes de profilaxia 
e controle (vulnerabilidade do dano às intervenções 
profiláticas e terapêuticas). A possibilidade de 
compatibilizar as diversas intervenções em programas de 
controle polivalentes. O terceiro critério abrange a 
avaliação do impacto social e económico, que focaliza 
aspectos relativos ao custo e factibilidade da intervenção 
versus efetividade e índices de produtividade perdida 
(exemplo: dias de incapacidade no leito; dias de trabalho 
perdidos), assim como o cálculo de anos de vida 
potencialmente perdidos. 
DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE VIGILÂNCIA 
Existem etapas a serem seguidas quando decidimos 
implementar um sistema de vigilância obedecendo mais 
ou menos à sequência de: 
1ª Etapa: definir osobjetivos do sistema de vigilância 
proposto; 
2ª Etapa: definir caso; 
3ª Etapa: componentes do sistema de vigilância; 
4ª Etapa: elaborar o fluxograma para cada sistema de 
vigilância; 
5ª Etapa: definir o tipo de sistema de vigilância; 
Sistema passivo: Um sistema de vigilância passiva 
caracteriza-se pela obtenção da informação mediante a 
notificação espontânea, é o tipo mais antigo e mais 
utilizado de vigilância, sendo também o que apresenta 
menor custo e maior simplicidade, porém tem a 
desvantagem de ser menos sensível, ou seja, é mais 
vulnerável à subnotificação, portanto, com maior 
frequência, será menos representativo, apresentando 
também maior dificuldade na padronização da definição 
de caso, em virtude da menor interação entre a equipe de 
vigilância e a da fonte de informação. 
Sistema ativo: Os sistemas ativos de vigilância 
caracterizam-se pelo estabelecimento de um contato 
direto, a intervalos regulares, entre a equipe da vigilância 
e as fontes de informação, geralmente constituídas por 
clínicas públicas e privadas, laboratórios e hospitais. Esse 
tipo de vigilância é, geralmente, aplicado a doenças raras 
ou não conhecidas, ou, ainda, quando estão articulados a 
programas de erradicação de doenças. 
6ª Etapa: definir as fontes de dados para o sistema de 
vigilância. 
 
AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE VIGILÂNCIA 
Variam em metodologia, abrangência e objetivos, não 
obedecendo a uma única versão aplicável em todos os 
casos e para todas as situações nacionais e regionais. 
Devem variar, adequando-se às características dos 
serviços de saúde existentes, ou seja, aos recursos 
humanos e financeiros, assim como ao grau de 
complexidade das tecnologias disponíveis. 
A avaliação de sistemas de vigilância para específicos 
eventos adversos à saúde devem obedecer a uma 
sequência de etapas, iniciando-se pela análise da 
relevância do evento sob vigilância e, para tanto, toma 
como indicadores a magnitude, severidade e 
vulnerabilidade do dano e de impacto social e 
econômico. 
Concluída a verificação da relevância do evento sob 
vigilância e a descrição de seus componentes, passamos a 
sua avaliação propriamente dita, analisando os seguintes 
atributos; utilidade; oportunidade; aceitabilidade; 
simplicidade, flexibilidade, representatividade; 
sensibilidade e valor preditivo positivo. 
VIGILÂNCIA DE TECNOLOGIAS MÉDICAS 
O evento mais marcante que, de certa forma, levou ao 
desenvolvimento da farmacovigilância, foi a epidemia de 
um tipo de má-formação congênita extremamente rara, 
conhecida como focomelia, associada ao uso da 
talidomida durante a gravidez. 
FARMACOVIGILÁNCIA é a vigilância de eventos adversos 
pós-comercialização, cuja denominação. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a 
FARMACOVIGILÁNCIA como o instrumento de saúde 
pública aplicado à identificação, análise, compreensão de 
eventos adversos associados ao uso de medicamentos 
com a finalidade de estabelecer as bases técnicas para sua 
prevenção. 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
O rigoroso monitoramento da segurança das vacinas é o 
principal instrumento da manutenção da confiança e 
adesão aos programas de imunização. 
Os objetivos específicos da farmacovigilância são 
(WHIO,2002): 
• Aprimorar o atendimento ao paciente e a sua segurança 
em relação ao uso de medicamentos e toda intervenção 
médica e paramédica; 
• Aprimorar o desempenho das atividades de saúde 
pública, com o objetivo de garantir a segurança em relação 
ao uso de medicamentos; 
• Contribuir para a avaliação do benefício, dano, custo-
efetividade e risco de medicamentos, encorajando o uso 
seguro e racional; 
• Promover o entendimento, educação e treinamento 
clinico em farmacovigilância e sua comunicação efetiva ao 
público; 
A vigilância é necessária e deve ter por objetivo identificar 
prontamente lotes reatogênicos e reações adversas não 
conhecidas. 
 
RELATAR AS ATRIBUIÇÕES, ESTRUTURA E 
CARACTERÍSTICAS DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
AMBIENTAL. 
VIGILÂNCIA AMBIENTAL: compreende as complexas 
relações socioambientais existentes na produção de saúde 
e de adoecimento e na busca de soluções para a melhoria 
das condições de saúde da coletividade. Deve se orientar 
tendo como base os modelos locais de produção e a 
organização política, territorial, social e cultural. 
A análise do território e dos fatores socioambientais que 
condicionam e determinam a saúde humana deve 
direcionar a elaboração de políticas públicas e ações 
estratégicas que fortaleçam a promoção, a prevenção e a 
assistência em saúde 
A vigilância ambiental requer a coleta, análise e 
disseminação de dados sobre riscos ambientais e 
desfechos. Os desfechos de saúde de interesse podem ser 
tanto óbitos como doenças, os riscos abrangem os 
agentes químicos, físicos e biológicos encontrados no ar, 
água, solo e alimentos. 
Quatro questões são consideradas importantes para a 
vigilância ambiental. 
 Ser capaz de estabelecer associações entre uma 
exposição ambiental específica e um evento 
adverso à saúde. 
 Como os dados utilizados na vigilância ambiental 
foram, freqüentemente, obtidos com outra 
finalidade, raramente incluem informações 
suficientes para a confirmação dos casos de 
acordo com a definição estabelecida. 
 Diz respeito a ansiedade da opinião pública que 
gera pressões políticas, interferindo, muitas vezes, 
negativamente na investigação. 
 Por fim, temos a necessidade de identificar um 
marcador biológico da exposição ambiental de 
interesse; 
A vigilância de eventos adversos à saúde quando aplicada 
a riscos ambientais tem as mesmas características da 
vigilância convencional, focalizando principalmente má 
formações congénitas, incapacidades relacionadas ao 
desenvolvimento (por exemplo, paralisia cerebral, 
autismo e retardo mental); asma e outras doenças 
respiratórias crônicas; câncer e doenças neurológicas 
(por exemplo, doença de Parkinson, esclerose múltipla e 
doença de Alzheimer); 
Três pontos da vigilância ambiental são considerados 
críticos para a sua utilidade: 
-Ser capaz de efetuar mensurações de riscos específicos 
(exemplo, poluentes do ar), de exposições (exemplo, 
níveis de chumbo no sangue) ou desfechos (exemplo, 
casos de asma); 
-Deve constituir um sistema contínuo de registro de 
dados, embora inquéritos sejam de grande valia; 
-Deve dispor de dados representativos do que ocorre na 
comunidade em tempo oportuno, para serem utilizados 
em planejamento, implementação e avaliação de 
intervenções de saúde. 
 
LIMITAÇÕES DE SISTEMA DE NOTIFICAÇÕES DE 
DOENÇAS: 
 Subnotificação; 
 Baixa representatividade; 
 O baixo grau de oportunidade e; 
 A inconsistência da definição de caso. 
Subnotificação: decorre do fato de a maioria do sistema 
de vigilância serem passivos. Esta relacionada a falta de 
conhecimento, por parte dos profissionais de saúde, a 
respeito da importância e dos procedimentos 
necessários para a notificação ou o desconhecimento da 
lista de doenças submetidas a vigilância; 
A falta de adesão à notificação pode também ser 
determinada pelo tempo consumido no preenchimento da 
ficha e pela ausência do retorno da informação analisada 
com as recomendações técnicas pertinentes. 
Baixa representatividade: pode resultar da falta de 
homogeneidade da subnotificação; dificultando a 
identificação de tendencias, grupos e fatores de risco. 
Falta de Oportunidade: pode ocorrer em diferentes 
momentos por diversos motivos, entre eles a dificuldade, 
em alguns casos, de se obter diagnostico antes da 
confirmação laboratorial; a ineficiência dos serviços no 
DRAMA – Problema 1 
Thais M. Souto 
procedimento de notificação; a demora na análise; 
problema frequente quando o sistema de vigilância 
apresenta distorções caracterizando-o como atividade 
mais burocrática do que técnica. 
Inconsistência da definição de caso: leva a vigilância a 
confirmar os casos aceitando o diagnostico clinico, 
independentemente da forma como foi efetuado. 
MEDIDAS VISANDO O APRIMORAMENTO DE SISTEMAS 
DE VIGILÂNCIA 
A participaçãodos médicos e demais profissionais de 
saúde é um ponto crítico na qualidade da coleta de dados; 
portanto, o esclarecimento dessas equipes, salientando a 
importância da notificação de doenças para o 
aprimoramento dos serviços de assistência à saúde, deve 
ser prioritário nos treinamentos de recursos humanos 
para esse campo de atividade 
VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA 
CONSUMO HUMANO (VIGIAGUA) 
Os principais instrumentos utilizados pela Vigiagua são: o 
Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água 
para Consumo Humano e a norma de potabilidade da água 
para consumo humano, a Diretriz para atuação em 
situações de surtos de doenças e agravos de veiculação 
hídrica e a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da 
Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. 
 
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A 
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS (VIGIPEQ) 
Esse componente tem como objetivo o desenvolvimento 
de ações de Vigilância em Saúde Ambiental com foco nas 
substâncias químicas que interferem na saúde humana, 
como agravos e doenças, e nas inter-relações entre o 
homem e o ambiente, de forma a adotar medidas de 
atenção integral à saúde das populações expostas, 
prevenção e promoção da saúde. Como forma de viabilizar 
a implantação dessa vigilância nos territórios, cinco 
compostos químicos foram priorizados pela esfera federal, 
sendo eles: agrotóxicos, amianto (asbesto), benzeno, 
chumbo e mercúrio. 
No entanto, há necessidade do monitoramento de outros 
agentes químicos de acordo com a realidade e as 
características de cada território. 
Os principais instrumentos utilizados pela vigilância em 
saúde de populações expostas a substâncias químicas 
são: o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, 
o Sistema de Informação de Vigilância em Saúde de 
Populações Expostas a Solo Contaminado, as Diretrizes 
Nacionais para a Vigilância em Saúde de Populações 
Expostas a Agrotóxicos, e as Diretrizes Brasileiras para o 
Diagnóstico e Tratamento de Intoxicação por Agrotóxicos. 
 
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A 
POLUENTES ATMOSFÉRICOS (VIGIAR) 
 O objetivo desse componente é proteger e promover a 
saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos 
por meio de ações de vigilância que subsidiem a tomada 
de decisão intra e intersetorial. Sua atuação no território 
deve ocorrer de forma a detectar e monitorar as 
diferentes atividades de natureza econômica ou social que 
gerem poluição atmosférica e a caracterizar os riscos para 
as populações, especialmente aquelas consideradas mais 
vulneráveis. 
São consideradas informações relevantes de emissão de 
poluentes atmosféricos para a vigilância: (i) fontes fixas 
(indústrias de extração e de transformação); (ii) fontes 
móveis (frota veicular), (iii) queima de biomassa e (IV) 
dados epidemiológicos sobre doenças e agravos 
relacionados à exposição humana aos poluentes 
atmosféricos. Entre as estratégias do Vigiar, têm-se a 
identificação de municípios vulneráveis e o 
monitoramento da situação de saúde no território; e a 
implantação de Unidades Sentinela do Vigiar em locais 
considerados prioritários. 
A seleção de unidades sentinelas de Vigiar pode ser 
realizada considerando: o fluxo de atendimentos de 
crianças e de idosos expostos a poluentes atmosféricos; 
ambientes de risco; região metropolitanas; centros 
industriais; territórios sob impacto de mineração; áreas 
sob influência de queima de biomassa; e locais de 
relevância para a saúde pública, de acordo com a realidade 
locorregional. 
 
 
 
 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
1. VERIFICAR A OCORRÊNCIA DAS INTOXICAÇÕES 
EXÓGENAS POR AGROTÓXICOS (PRODUTOS DE USO 
DOMICILIAR) NO BRASIL E NA BAHIA E AS MEDIDAS DE 
VIGILÂNCIA E CONTROLE. 
O Brasil ocupa atualmente a posição de maior 
consumidor mundial de agrotóxicos, e a Bahia possui a 
maior produção agrícola da Região Nordeste, sendo o 
sétimo Estado comercializador desses produtos no país. 
A população exposta: trabalhadores das fabricas de 
agrotóxicos e comunidades em seu entorno, 
trabalhadores da agricultura, agentes de combate às 
endemias, população que vive na proximidade das áreas 
agrícolas, além da população em geral que consome 
alimentos contaminados por essas substancias. 
A intoxicação por agrotóxicos pode causar quadros de 
intoxicação leve, moderada ou grave, podem ser agudas 
ou crônicas a depender da: 
 quantidade do produto absorvido, 
 do tempo de absorção, 
 da toxicidade do produto e 
 do tempo decorrido entre a exposição e o 
atendimento médico. 
As consequências são: alergias, distúrbios 
gastrointestinais, respiratórios, endócrinos, 
reprodutivos e neurológicos; neoplasias; mortes 
acidentais; suicídios; entre outros. 
A notificação de intoxicação por agrotóxico passou a 
ser compulsória desde janeiro de 2011, por meio da 
publicação da Portaria GM/MS n° 104/2011. 
Frente a esse problema de saúde pública, a Secretaria 
da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) tem desenvolvido 
ações voltadas para a Vigilância e Atenção à Saúde de 
Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA). 
Os principais sistemas de registros de intoxicações 
por agrotóxicos são: Sinitox, SIH/SUS, DATAPREV. Sinan 
e, para dados de mortalidade, SIM. 
Os agrotóxicos são classificados em: AGROTÓXICO 
AGRÍCOLA, DOMÉSTICO E DE SAÚDE PÚBLICA. 
Os casos confirmados de intoxicação exógena por 
agrotóxicos, no estado da Bahia 
 teve crescimento no período de 2010-2013, quando 
alcançou o maior índice (241), apresentando declínio de 
2014 e 2017 e tendência ao crescimento em 2018 e 
2019. 
1º lugar OS AGROTÓXICOS AGRÍCOLAS TÊM MAIOR 
PROPORÇÃO. EM 2º LUGAR OS AGROTÓXICOS 
DOMÉSTICOS. Os agrotóxicos de saúde pública ocupam 
a última posição, por não apresentarem valores 
significativos. 
Predomínio de intoxicação nas residências, somente 
em 2019 que foi no ambiente de trabalho. O ambiente 
de trabalho fica em 2º lugar, e os sem registros em 3º. 
Maior prevalência sexo masculino. Entre 2012-2015 
teve aumento no sexo feminino. 
População parda tem maior proporção, nos anos de 
2010. Em raça cor preta crescimento ate o ano de 2011. 
Raça cor branca oscilação na frequência, com 
crescimento a partir de 2010. Entre os amarelos maior 
alta em 2017. Indígenas não foram significantes. 
O grau de escolaridade varia ficando mais envidente 
no Ign-branco e 5ª e 8ª serie incompleta do EF. 
A macrorregião leste tem maior índice de casos. 
Na Bahia, as ocorrências por tentativas de suicídio, 
uso acidental e uso habitual, apresentam maior 
alteração. 
2010-2019 observa predomínio dos casos que 
evoluíram como cura sem sequelas. 
Intoxicação exógena 
conjunto de efeitos nocivos que se manifestam por meio 
de alterações clínicas ou laboratoriais devido ao 
desequilíbrio orgânico causado pela interação do 
sistema biológico com um ou mais agentes tóxicos. 
Agente tóxico 
substâncias ou os compostos químicos, de origem 
natural ou antropogênica, capazes de causar dano a um 
sistema biológico mediante alteração de uma ou mais de 
suas funções, podendo provocar a morte sob certas 
condições de exposição. 
Os principais são: medicamentos, agrotóxicos, 
raticidas, produtos veterinários, produtos de uso 
domiciliar, cosméticos, produtos químicos de uso 
industrial, metais, drogas de abuso, plantas tóxicas, 
alimentos e bebidas. 
A ação do agente tóxico é determinada pelo tipo de 
substância ou composto químico, e sua intensidade é 
proporcional à dose e ao tempo de exposição. 
Intoxicação aguda 
caracteriza-se por ser decorrente de uma única 
exposição ao agente tóxico ou mesmo de sucessivas 
exposições, desde que tenham ocorrido em um prazo 
médio de 24 horas, podendo causar efeitos imediatos 
sobre a saúde. 
Intoxicação crônica 
pode impactar diferentes órgãos e sistemas do corpo 
humano, com destaque para as manifestações 
neurológicas, imunológicas, respiratórias, endócrinas, 
hematológicas, dermatológicas, hepáticas, renais, 
malformações congênitas, tumores,entre outros. Os 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
efeitos danosos sobre a saúde humana aparecem no 
decorrer de repetidas exposições, que normalmente 
ocorrem durante longos períodos. 
Suscetibilidade 
ressalta-se que gestantes, lactantes, crianças e idosos 
são os grupos mais suscetíveis e carecem de maior 
atenção e cuidado. 
A investigação dos casos de intoxicação exógena levará 
às seguintes categorias de classificação: 
Caso exposto (caso suspeito) 
 Indivíduo com provável ou conhecida história pregressa 
ou atual de exposição a substâncias químicas que 
apresenta, ou não, algum sinal ou sintoma clínico ou 
alterações laboratoriais; 
 Todos os casos suspeitos de intoxicação exógena são 
de notificação obrigatória e devem ser notificados ao 
SINAN pelos profissionais de Saúde, uma vez que é um 
fator determinante para medidas de vigilância. 
Caso confirmado 
 A confirmação do caso de intoxicação exógena pode 
ocorrer a partir dos seguintes critérios: 
• Critério laboratorial: confirmada por meio de exames 
diagnósticos. 
 •Clínico-epidemiológico: confirmada por meio de 
provável ou conhecida história pregressa ou atual, 
incluindo sinais ou sintomas de exposição. 
• Clínico: confirmação da intoxicação por meio de sinais 
ou de sintomas. 
Reação adversa 
resposta nociva e não intencional a um medicamento 
relacionada a qualquer dose; ou quando o diagnóstico 
não está relacionado somente à exposição ou à 
contaminação. 
Síndrome de abstinência 
é um conjunto de sinais e de sintomas que ocorrem 
depois da diminuição ou da interrupção do uso de uma 
substância (medicamento, droga de abuso etc.). 
AS SEGUINTES CONDIÇÕES DEVEM SER 
CONSIDERADAS COMO ALERTAS PARA TOMADA DE 
MEDIDAS IMEDIATAS: 
• Intoxicação de gestantes e lactantes. 
• Intoxicação de crianças e adolescentes 
• substâncias químicas (acidentes de trabalho ampliado, 
desastres naturais, desastres tecnológicos, por 
exemplo). 
• Intoxicação por substâncias químicas proibidas ou de 
uso ilegal, como os agrotóxicos ilegais 
• Surtos 
Notificação 
As intoxicações exógenas são agravos de notificação 
compulsória semanal, de acordo com a Portaria n.º 
1.061/2020, e devem ser registradas no Sistema de 
Agravo de Notificação (Sinan) por meio do 
preenchimento da Ficha de Investigação de Intoxicação 
Exógena. 
Completitude 
 Monitora o preenchimento das variáveis da Ficha de 
Investigação de Intoxicação Exógena, podendo ser 
realizada de forma bimestral ou de acordo com o fluxo 
de informações do município. 
 
Parâmetro: excelente (acima de 95%); bom (entre 85% a 
94%); ou ruim (menor que 85%). 
Inconsistência 
Verifica a coerência entre dois campos ou categorias 
selecionadas, como, por exemplo, sexo masculino que 
tem a variável gestante preenchida, entre outras 
relações que podem ser realizadas. 
 
Duplicidade 
Indivíduo registrado duas ou mais vezes no banco de 
dados avaliado, pelo mesmo quadro de intoxicação 
exógena. 
Parâmetro: satisfatória (≤5%); insatisfatória (>5%) 
Vigilância epidemiológica 
• Identificar os agentes tóxicos aos quais a população 
pode estar exposta; 
• Identificar e monitorar os casos suspeitos de 
intoxicação exógena e seus fatores condicionantes e 
determinantes; 
• Caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de 
intoxicação exógena em tempo, lugar e pessoa, 
incluindo a relação com o trabalho; 
• Monitorar a morbimortalidade decorrente da 
exposição a substâncias químicas; 
• Propor e orientar a tomada de decisão, visando à 
adoção de medidas de prevenção e controle da 
exposição humana a substâncias químicas; 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
• Fortalecer o sistema de notificação em todos os casos 
de exposição e de intoxicações por substâncias 
químicas no território nacional; 
 
 
ROTEIRO DE INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: 
 Identificação do paciente e do ambiente; 
 Coleta de dados clínicos e epidemiológicos; 
 Confirmação da exposição (suspeito) 
 Análise dos dados. 
 
2. CARACTERIZAR AS CLASSES E AS MANIFESTAÇÕES 
TOXICOLÓGICAS DOS AGROTÓXICOS, RELACIONANDO 
A FISIOPATOLOGIA COM OS SINTOMAS. 
RDC Nº 294Dispõe sobre os critérios para avaliação e 
classificação toxicológica, priorização da análise e 
comparação da ação toxicológica de agrotóxicos, 
componentes, afins e preservativos de madeira, e dá 
outras providências. 
I - avaliação do risco: probabilidade de aparecimento de 
efeitos adversos resultantes da exposição humana a 
agrotóxicos ou afins, cujo processo inclui as etapas de 
identificação do perigo, avaliação dose-resposta, 
avaliação da exposição e caracterização do risco; 
II - avaliação toxicológica: análise de dados toxicológicos 
de agrotóxicos, componentes, afins e preservativos de 
madeira com o objetivo de classificá-los em categorias 
toxicológicas; 
III - classificação toxicológica: enquadramento de 
produtos em diferentes categorias de perigo de acordo 
com o desfecho toxicológico avaliado; 
IV - componente não-ativo: aditivo ou ingrediente 
inerte; 
V - desfecho toxicológico (endpoint): resultado ou efeito 
monitorado por um estudo toxicológico; 
 VI - dossiê toxicológico: conjunto de estudos e 
informações; 
VII - força da evidência: grau de confiabilidade sobre o 
resultado de um determinado experimento com base em 
seu nível de significância estatística e/ou biológica e em 
seu delineamento experimental; 
VIII - limiar de dose: dose de um agente abaixo do qual 
um efeito declarado não é observado ou esperado que 
ocorra; 
 IX - método alternativo: qualquer método que possa ser 
utilizado para substituir, reduzir ou refinar o uso de 
animais em atividades de pesquisa; 
X - padrão análogo: padrão analítico de uma substância 
que é estruturalmente similar àquela que se deseja 
quantificar; 
 XI - parecer de análise técnica da empresa (PATE): 
parecer elaborado pela empresa solicitante de registro 
que aborda os critérios previstos nesta Resolução e nas 
normativas relacionadas, incluindo uma avaliação crítica 
dos estudos e documentação apresentada para a 
avaliação da Anvisa; 
XII - peso da evidência: interpretação dos dados 
toxicológicos no contexto de todas as informações 
disponíveis em que são avaliadas a força e a qualidade 
das evidências relacionadas a uma decisão; 
XIII - produto: termo genérico referente a agrotóxico, 
seus componentes, afins ou preservativo de madeira; 
 XIV - produto de origem biológica: produto cujo 
ingrediente ativo é um microrganismo, agente biológico 
de controle, bioquímico, semioquímico ou produto de 
origem vegetal e seus correlatos; 
XV - relatório anual do produto (RAP): documento em 
que deverão ser registradas informações a respeito do 
produto e das alterações ocorridas em relação à 
condição registrada; 
A Anvisa pode, a seu critério e mediante justificativa 
técnica fundamentada, exigir estudos toxicológicos 
adicionais ou requerer novos estudos para 
comprovação de segurança do produto ou elucidação 
do modo ou mecanismo de ação toxicológica, podendo 
a exigência ocorrer mesmo após a aprovação da 
avaliação toxicológica do produto, ficando as empresas 
interessadas obrigadas a apresentar dados atualizados 
relativos a seus produtos. 
 
 De acordo com o novo marco regulatório de 
agrotóxicos, são classificados em: extremamente tóxico, 
altamente tóxico, moderadamente tóxico, pouco 
tóxico, improvável de causar dano agudo e não 
classificado. 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
Dose Letal 50 (DL50): Dose letal necessária para matar 
50% do grupo experimental 
 
INTOXICAÇÃO POR PRAGUICIDAS 
Os praguicidas podem ser classificados de acordo com o 
tipo de praga a ser controlada ou com a sua estrutura 
química em organofosforados, carbamatos, piretroides, 
organoclorados e herbicidas 
INIBIDORES DE COLINESTERASES 
Fazem parte organofosforados e carbamatos: 
inseticidas, nematicidas, larvicidas e acaricidas 
sistêmicos ou para controle de pragas na agropecuária, 
desinsetização urbana e doméstica, e controle de 
vetores. São utilizados na fabricação de armasquímicas 
e de alguns produtos farmacológicos. 
Inibidor da ACETILCOLINESTERASE. 
Os primeiros sinais e sintomas surgem nos primeiros 
minutos ou até duas horas após a exposição; 
São absorvidos por qualquer via: oral, transdermica, 
mucosas e parenteral. 
Os efeitos nicotínicos: fraqueza muscular, paralisia e 
insuficiência respiratória. 
Efeitos muscarínicos: salivação excessiva, e 
brônquicas, bem como bradicardia e broncoespasmos. 
 SNC alterações. 
 são observadas três fases nas intoxicações por alguns 
organofosforados: 
 a da síndrome colinérgica aguda, 
 a da síndrome intermediária e 
 a da neuropatia tardia. 
 E “Transtorno Neuropsiquiátrico Crônico 
Induzido por Intoxicações Agudas por 
Organofosforados” sendo a quarta. 
Na admissão de pacientes com suspeita de exposição 
a organofosforados, utilize a Escala de Peradeniya (EP) 
para categorizar a gravidade da intoxicação. 
TTO: Deve ser prescrita a prática de oferta de leite, 
outras bebidas ou outros remédios caseiros 
imediatamente após a ingestão de inibidores de 
colinesterase. 
Não se faz = INDUÇÃO DE VOMITO, CARVAO ATIVADO, 
LAVAGEM GASTRICA, CATARTICOS, OXIMAS 
Administre atropina rapidamente após o diagnóstico 
clínico da síndrome colinérgica relacionada à intoxicação 
por organofosforados ou carbamatos, para reverter os 
efeitos muscarínicos da intoxicação. 
 
 
 
 
 
As oximas não são indicadas nas intoxicações dos 
carbamados, apenas organofosforados. 
PRODUTOS COMERCIAIS FORMULADOS À BASE DE 
GLIFOSATO 
O glifosato (n-fosfonometilglicina) é um herbicida 
sistêmico, não seletivo e de amplo espectro, utilizado em 
culturas alimentares e não alimentares diversas. 
Quando aplicado em menor quantidade, atua como 
regulador de crescimento vegetal. 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
No Brasil, entre 2007 a 2016, foram notificados 6.408 
casos de intoxicação relacionados ao glifosato, em sua 
forma isolada ou combinada, no Sistema de Informação 
de Agravos de Notificação (Sinan), havendo aumento 
progressivo dessas intoxicações durante esse período. 
Os dados apontam maior frequência de intoxicações em 
indivíduos jovens e adultos, do sexo masculino. 
Os efeitos tóxicos observados podem ser decorrentes 
da presença de outros ingredientes, tais como 
surfactantes e adjuvantes, não sendo, portanto, 
exclusivamente relacionados à substância ativa. 
Após a absorção, o glifosato é distribuído no 
organismo, sendo encontrado principalmente nos 
intestinos, ossos, cólon e nos rins; A maior proporção é 
eliminada nas fezes, e o glifosato absorvido é 
rapidamente eliminado sem alterações na urina. 
 
 Diagnostico é clinico 
 
Exposição Oral 
Trato gastrointestinal: dor de garganta; lesões e 
ulcerações na mucosa oral com possibilidade de 
perfuração de esôfago; eritema de mucosa; disfagia; 
epigastralgia; náuseas; vômitos; diarreia e dor 
abdominal, com possibilidade de evolução para um 
quadro de desidratação; hemorragia digestiva e íleo 
paralítico; 
Sistema cardiovascular: hipotensão transitória, 
disritmias, bradicardia ou taquicardia, com risco de 
choque nos casos mais graves. 
Sistema respiratório: taquipneia, estertores difusos, 
pneumonite aspirativa e edema pulmonar. 
Sistema excretor: oligúria ou anuria. 
Exposição Dérmica 
• Edema periorbital, flictenas e vesículas. 
 • Alterações sensoriais. 
• Eritema e irritação cutânea. 
 Exposição Inalatória 
Desconforto oral ou nasal, um gosto desagradável na 
boca, formigamento e irritação na garganta. Nos casos 
mais graves: Alteração do nível de consciência, 
convulsões, edema pulmonar; Necrose epidérmica 
tóxica; Meningite asséptica; Vasculite neuropática; 
Encefalopatia; Rabdomiólise; Ruptura de intestino 
grosso. 
PRAGUICIDA: HERBICIDA PARAQUAT 
 Herbicida dipridílico não seletivo, usado para controle 
de ervas daninhas e como desfolhante pré-colheita. Um 
dos mais tóxicos. 
 possui efeito corrosivo em contato com pele e 
mucosas, pode causar lesões teciduais em pulmão, 
fígado e rins. Não ocorre absorção pela pele íntegra e 
nem por via respiratória; 
Logo após a ingestão: dor e edema da boca e da 
garganta e a presença de ulcerações orais podem 
ocorrer, além de náuseas, vômitos, diarreia, disfagia, 
hematêmese. 
Após 24 horas: colestase, necrose hepática do centro 
lobular, oligúria, insuficiência renal aguda, pancreatite, 
tosse, afonia, mediastinite. 
 Após 1 ou 2 semanas: edema pulmonar, fibrose 
pulmonar, hipovolemia, choque, arritmias, coma, 
convulsões, edema cerebral. 
 
PRODUTOS FORMULADOS COM PIRETROIDES 
Inseticidas naturais presentes em flores de crisântemo, 
os piretroides são inseticidas sintéticos obtidos pela 
modificação química desses compostos. Usada 
anualmente em programas de controle de vetores. 
Os piretroides fazem parte da formulação de diversos 
produtos registrados para uso na agricultura, na 
veterinária e para o tratamento de ectoparasitoses em 
humanos. 
Os piretroides são geralmente dissolvidos em 
solventes diversos. A influência do veículo de 
administração na toxicidade aguda por via oral implica 
que o veículo afeta a taxa ou a extensão da absorção 
gastrointestinal. 
após a absorção, os piretroides são rapidamente 
distribuídos em todo o organismo, principalmente no 
tecido adiposo, estômago, intestino, fígado, rins e 
sistema nervoso. 
 NÃO HÁ ANTÍDOTOS que possam ser utilizados nos 
casos de intoxicações agudas por formulações 
contendo piretroides. As manifestações clínicas 
dependem da via de exposição. 
 Nas exposições DÉRMICAS, por exemplo, a simples 
descontaminação com água e sabão é de grande valia. 
Por outro lado, no caso de INGESTÃO ORAL, não há 
evidências suficientes que amparem o uso de técnicas 
de descontaminação gastroenteral 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
Exposição oral: Sialorreia, Dor de garganta, desconforto 
e dor epigástrica, náuseas, vômito, dor abdominal, 
Bradicardia ou taquicardia, hipotensão arterial, 
turgência jugular, parada sinusal; extrassístole 
ventricular, Cefaleia, midríase, Bradipneia, dispneia, 
broncorreia, crepitações. Cianose, Cãibras musculares, 
fasciculação, astenia, adinamia. 
Dérmica: Parestesia das áreas de contato, Eritema 
multiforme, Dermatite de contato, Prurido, sensação de 
picada, dormência, ardor na pele. I. 
Ocular: Ardor e irritação local, Edema periorbital. 
Respiratória: Anosmia. Irritação de vias aéreas 
superiores, tosse, dispneia; Zumbido, Cefaleia, tontura; 
Naúseas, Dormência de membros superiores e 
inferiores; Pneumonia eosinofílica aguda; Convulsões 
tônico-clônicas; Anafilaxia 
 
 
INTOXICAÇÃO POR SANEANTES DOMÉSTICOS 
Usadas em higienização, desinfecção ou desinfestação 
domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em 
lugares de uso comum e no tratamento de água. 
 Cáusticos alcalinos e ácidos; 
 Desinfetantes e antissépticos; 
 Naftalina e paradiclorobenzeno; 
 Solventes, Ceras e Polidores. 
CÁUSTICOS ALCALINOS E ÁCIDOS 
Pode causar lesão corrosiva. Dentre elas, destacam-se os 
produtos ácidos, álcalis, agentes oxidantes, 
desnaturantes e solventes. O mecanismo de lesão varia 
entre os agentes, mas todos podem gerar queimaduras 
e cicatrizes com risco de sequelas. 
 
Ácidos: são doadores de prótons e provocam lesão 
principalmente quando o pH é inferior a 3. O mecanismo 
de lesão é por necrose de coagulação, produzindo 
ressecamento da mucosa e escaras. Resultando em 
edema, eritema, ulceração e necrose do tecido; 
 Álcalis: são receptores de prótons e provocam lesão 
principalmente quando o pH é superior a 11. O 
mecanismo de lesão é por necrose de liquefação, 
ocorrendo dissolução de proteínas, destruição de 
colágeno, saponificação de gorduras e trombose 
transmural, resultando em lesão extensa por 
penetração profunda no tecido. 
Não há dose tóxica específica porque a concentração 
e a potência dos diversos produtos variam amplamente. 
A ingestão de produtos corrosivos pode causar 
disfagia, dor em cavidade oral, sialorreia, vômitos, 
hematêmese ou dor retroesternal;Perfuração 
esofágica ou gástrica poderá ocorrer, acompanhada por 
dor abdominal ou torácica intensa, com sinais de 
irritação peritoneal. A escarificação do esôfago ou do 
estômago poderá levar a um estreitamento permanente 
e à disfagia crônica; 
 Alterações sistêmicas podem ocorrer, como acidose 
metabólica, distúrbio hidroeletrolítico, insuficiência 
renal ou hepática; 
 A exposição cutânea e ocular resulta em dor imediata 
e vermelhidão, podendo ocorrer queimaduras extensas 
e risco de perda da visão; 
A inalação de gases corrosivos (ex.: cloro e amônia) 
pode provocar intensa irritação do trato respiratório, 
com sintomas como rouquidão, estridor, e edema 
pulmonar; 
 As baterias tipo disco costuma conter sais metálicos 
corrosivos e podem levar a lesão da mucosa do trato 
digestivo por extravasamento de seu conteúdo, 
podendo ocorrer estenose e perfuração ou mesmo 
intoxicações sistêmicas por esses metais. 
Descontaminação: Quando a exposição for cutânea 
ou ocular, lavar a pele e irrigar os olhos copiosamente 
com água ou soro fisiológico; Em casos de ingestão, a 
descontaminação gastrintestinal é contraindicada. 
 
DESINFETANTES E ANTISSÉPTICOS 
 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
 
 
São produtos químicos utilizados como germicidas. 
 O antisséptico é aplicado a um tecido vivo com o 
intuito de matar ou inibir a proliferação de micro-
organismos; 
 O desinfetante é usado em objetos inanimados com 
o mesmo objetivo. 
Antissépticos: povidine, clorexidina, permanganato de 
potássio, álcoois (este descrito no capítulo 10); 
Desinfetantes: cloreto de benzalcônio, fenóis, peróxido 
de hidrogênio, formaldeído, cloro, hipoclorito de sódio. 
A maioria dos produtos tem risco de toxicidade 
gastrintestinal, por efeito direto na mucosa do TGI; 
Além do risco de dano tecidual local, a intoxicação por 
peróxido de hidrogênio pode levar à embolia gasosa. 
O cloro é também um potente irritante pulmonar, 
podendo causar broncospasmo e pneumonite; 
O formaldeído também pode levar a efeitos 
sistêmicos, principalmente acidose metabólica; 
Os fenóis podem agir estimulando o SNC. 
A intoxicação por estes produtos ocorre, na maioria 
das vezes, por ação direta local. Portanto, quanto maior 
a concentração do produto em determinada solução, 
mais danos poderá haver. 
 
NAFTALENO E PARADICLOROBENZENO 
 
Repelente de traças, desodorizante de sanitários e 
mictórios. Odor característico que pode ser facilmente 
identificado. Atualmente o paradiclorobenzeno vem 
substituindo o naftaleno na elaboração desses 
produtos, por se tratar de uma substância menos tóxica. 
 Em forma de cristais, flocos ou bolas ("bolinhas de 
naftalina") 
O naftaleno pode causar hemólise e 
metemoglobinemia por estresse oxidativo; 
Naftaleno: a dose de 1 a 2 g (4 a 8 bolas de naftalina) 
pode provocar letargia e convulsão, mas quantidades 
menores já podem ser tóxicas em pacientes com 
deficiência de G6PD; 
Paradiclorobenzeno: menos tóxico que o naftaleno, 
ingestões de até 20 g são bem toleradas por adultos. 
absorvidos por via oral e inalatória; 
NAFTALINA 
Ingestão ou inalação: cefaleia, náuseas, vômitos, 
diarreia, dor abdominal, hepatomegalia ou 
esplenomegalia, excitação do SNC – convulsão, 
hemólise, formação de metemoglobina, acidose 
metabólica, hemoglobinúria, insuficiência renal; 
Exposição cutânea ou ocular: irritação local, como 
conjuntivites e dermatites de contato. 
 
PARADICLOROBENZENO 
 náuseas, vômitos, cefaleia e irritação de mucosas. 
Exposição crônica: anemia hemolítica, fraqueza 
muscular, disfunção cerebelar, leucoenfalopatia e 
declínio cognitivo. 
 
SOLVENTES, CERAS E POLIDORES 
Solventes: são substâncias utilizadas para a dispersão 
de outra substância em seu meio. A maioria são 
hidrocarbonetos; 
 As ceras e os polidores de metais: são utilizados no 
processo de abrilhantamento de pisos e objetos; 
irritação direta em pele e mucosas. Se inalados, 
podem produzir pneumonite química ou rebaixamento 
do sistema nervoso central. 
 Pele ou olhos: irritação local, queimaduras ou lesão 
da córnea; 
 A ingestão: náuseas e vômitos, gastroenterite 
hemorrágica. Pode ocorrer toxicidade sistêmica, com 
agitação, confusão mental, ataxia, cefaleia ou 
rebaixamento do nível de consciência. A exposição 
significativa a hidrocarbonetos pode causar síncope, 
arritmias, coma e parada respiratória; 
A aspiração pulmonar: tosse ou asfixia, podendo 
evoluir para pneumonite química caracterizada por 
desconforto respiratório, incluindo taquipneia, roncos, 
hipóxia e hipercapnia; 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
 
INTOXICAÇÃO POR RODENTICIDAS 
Compostos destinados a matar ratos e outros roedores; 
dentre os mais conhecidos, podemos citar o arsênico, 
tálio, carbonato de bário, fluoroacetato de sódio e a 
estricnina. 
Atualmente são utilizados rodenticidas antagonistas 
da vitamina K de curto tempo de ação como o 
coumatetralil (Racumin®) 
E de longo tempo de ação, que são os que podem 
levar a uma maior e prolongada toxicidade e incluem o 
grupo das idandionas, dos 4-hidroxicumarínicos e 
outros anticoagulantes; 
 Podem ser encontrados na forma de granulados, 
iscas, pellets, ou blocos parafinados. Atuam 
antagonizando a vitamina K; 
 O rodenticida ilegal mais comum no Brasil é o 
“chumbinho”, responsável por intoxicações graves e 
óbitos. Proibição em 2012. 
 
Chumbinho: Produto ilegalmente utilizado como 
rodenticida, com aspecto granulado e cinzento, 
podendo ser encontrado com outros ingredientes ativos 
como carbofurano ou inseticidas organofosforados; 
Ação rápida e alta letalidade. 
Antagonistas da vitamina K: Varfarina e coumatetralil 
– duração de ação curta; Supervarfarinas - duração mais 
prolongada e mais potente. 
Interfere na síntese dos fatores vitamina K 
dependentes: fatores II (protrombina), VII, IX e X. 
Síntese de proteínas C e S também se mostra reduzida. 
 Intoxicação leve: distúrbios de coagulação 
detectados somente em exames laboratoriais; 
 Intoxicação moderada: hematomas, hematúria, 
sangramento intestinal leve, sangramento em gengivas, 
dor abdominal e epistaxe; 
Intoxicação grave: hemorragias graves e choque 
hemorrágico; 
Efeito teratogênico: Síndrome varfarínica fetal e 
outras malformações do SNC. 
Antídoto: Vitamina K 
 
INTOXICAÇÃO POR PRODUTOS VETERINÁRIOS 
 
 
“Produto veterinário é toda substância química, 
biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada, 
cuja administração seja aplicada de forma individual ou 
coletiva, direta ou misturada com alimentos, 
destinados à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao 
tratamento das doenças dos animais, incluindo os 
aditivos, suprimentos, promotores da produção animal, 
antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou 
equipamentos, pesticidas e todos os produtos que 
usados nos animais, ou no” habitat”. 
As intoxicações por produtos veterinários podem 
ocorrer por meio de: 
• Uso inadequado para o ser humano: Uso de 
carrapaticidas e pulguicidas, em humanos; 
• Intoxicação acidental: Reutilização de embalagens de 
produtos veterinários, para diluição ou armazenamento 
de outros produtos; 
• Contaminação indireta através de animais 
pulverizados com talco anti-pulga e carrapaticidas, 
contato com coleiras contra pulgas e carrapatos; 
 • Intoxicação ocupacional: Profissionais veterinários, 
tratadores de animais que normalmente manuseiam os 
produtos sem o uso de EPI (equipamento de proteção 
individual); 
• Tentativa de suicídio: Indivíduos que utilizam os 
produtos veterinários para este fim; 
DRAMA – PROBLEMA 2 - 
Thais M. Souto 
• Ecotoxicidade: Descarte de resíduos e embalagens de 
produtos veterinários de forma inadequada no meio 
ambiente; 
• Resíduos alimentares: Resíduos em alimentos de 
origem animal, leite, carne ou outros derivados, de 
animais tratados com carrapaticidas, vermicidas ou 
outros, antes da ordenha ou abate, sem o aguardo da 
quarentena exigida por lei. 
AVERMECTINAS E MILBEMICINAS 
As avermectinas e milbemicinas são compostos

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