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Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 32 (...) § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 3 ± RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA Diferentemente do que ocorre na responsabilidade por substituição, neste caso o responsável tributário somente passa a ser devedor da obrigação tributária após a ocorrência do fato gerador. Pode-se dizer, portanto, que, ocorrido o fato gerador, tem-se o contribuinte como devedor da obrigação tributária. No entanto, diante da ocorrência de certos fatos, o responsável pode assumir a obrigação no lugar do contribuinte. Como foi visto anteriormente, a doutrina divide a responsabilidade por WUDQVIHUrQFLD� HP� UHVSRQVDELOLGDGH� ³SRU� VROLGDULHGDGH´�� ³SRU� VXFHVVmR´� H� ³GH� WHUFHLURV´��9DPRV�HVWXGDU��D�SDUWLU�GH�DJRUD��FDGD�XP�GHOHV� Por questão de organização da nossa aula, os três tipos de responsabilidade por tranferência serão classificados em tópicos autônomos, mas não deixam de pertencer a esse assunto. 3.1 ± Transferência por Solidariedade A transferência da responsabilidade do pagamento dos tributos ocorrida por meio da solidariedade foi tratada no art. 124 do CTN. Em relação ao art. 124, I, vimos que ficam solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação. Não se nega que o vínculo entre as pessoas que tenham o citado interesse comum e o fato gerador da obrigação é tão forte que elas são, na verdade, contribuintes. Vamos relembrar o nosso exemplo: Carlos, José e Bruno são proprietários de um imóvel urbano, localizado no Município de São Paulo. Carlos detém 5% do imóvel, José, 70% e Bruno, 25%. Vamos supor, ainda, que o valor do IPTU no ano de 2013 foi de R$ 1.000,00. Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 32 O que vai definir as obrigações que ficam sujeitas às regras da responsabilidade por sucessão é a data da ocorrência do fato gerador. (Não despreze, contudo, a literalidade do art. 129!) Acrescente-se também que a responsabilidade por sucessão é caracterizada pelo desaparecimento do devedor original (contribuinte). De acordo com o ilustre Eduardo Sabbag (2013): ³(VVH� GHVDSDUHFLPHQWR� SRU� VHU�� SRU� H[HPSOR�� SRU� PRUWH� GR� SULPHLUR� devedor, recaindo o ônus sobre os herdeiros, ou por venda do imóvel ou HVWDEHOHFLPHQWR�� LQFLGLQGR� R� LPSRUWH� WULEWiULR� VREUH� R� FRPSUDGRU�´ (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 2013. Pág. 727) Podemos dividir os assuntos a serem estudados sobre a responsabilidade por sucessão da seguinte maneira: 1. Sucessão na transmissão de bens imóveis (CTN, art. 130); 2. Sucessão na transmissão de bens móveis (CTN, art. 131, I); 3. Sucessão na transmissão causa mortis (CTN, art. 131, II e III); 4. Sucessão empresarial (CTN, art. 132 e 133). 3.2.1± Sucessão na transmissão de bens imóveis A sucessão na transmissão de bens imóveis tem como responsável o adquirente de tais bens. Esta pessoa assume a responsabilidade pelo pagamento dos impostos, taxas e contribuições de melhoria relativas ao imóvel objeto da transmissão. Vamos ver o que diz o art. 130 do CTN: Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub- rogação ocorre sobre o respectivo preço. Antes de interpretar o dispositivo citado, devemos entender a diferença entre os impactos da sub-rogação real e sub-rogação pessoal no Direito Tributário: Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 32 Diante do exposto, no momento em que se comprova o pagamento dos tributos, pode haver outros a serem posteriormente descobertos e lançados pelo fisco. Nesse caso, o adquirente não assume tal responsabilidade, ou seja, serão cobrados do antigo proprietário. Em relação ao imóvel adquirido em hasta pública, que é o leilão de bens penhorados, realizado pelo Poder Público, o CTN afirma que a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. O que isso significa? Significa que o arrematante dos bens imóveis em hasta pública adquire tais bens livres de qualquer gravame tributário, já que se trata de sub- rogação real. Ou seja, os débitos tributários existentes sobre o imóvel são quitados pelo próprio valor da arrematação. Logo, se o valor dos tributos devidos superar o valor do imóvel, o Fisco não pode exigir a diferença do arrematante nem do alienante (antigo proprietário), pois a sub- rogação é real. Grave isto: hasta pública Æ bens imóveis. 3.2.2 ± Sucessão na transmissão de bens móveis A norma que rege a responsabilidade do sucessor na transmissão de bens móveis é o art. 131, I, do CTN, cuja redação é a seguinte: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; Embora não o legislador não tenha mencionado expressamente que se trata de bens móveis, essa é a interpretação da maioria dos autores, tendo em vista que a responsabilidade dos bens imóveis já foi tratada no art. 130. Essa espécie de responsabilidade em muito se assemelha à dos bens imóveis, com a distinção de que, neste caso, não há exceções que eximem o adquirente dos bens móveis. Se houve a transmissão dos bens, há sucessão tributária, sem exceções. No que se refere aos responsáveis, a norma assevera que são eles o adquirente ou o remitente. Quando ao adquirente, não há observações a serem feitas. É a pessoa que compra o bem móvel de outra. Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 32 Portanto, os sucessores devem arcar com as dívidas, na condição de responsáveis. Afinal, não foram eles que praticaram o fato gerador (não houve relação pessoal e direta com o fato gerador), havendo, tão somente, a transferência da responsabilidade. Ocorre que, logo após a morte, há o procedimento de inventário, e até que seja feita a partilha aos herdeiros, o ente que fica responsável pelas dívidas do de cujus é o espólio, assim considerado o conjunto coisas e direitos que compunham o patrimônio do falecido. Dessa forma, o CTN estabeleceu que o espólio, embora não seja pessoa, fica pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão (morte). Por outro lado, em relação aos fatos geradores ocorridos após a abertura da sucessão e antes da sentença da partilha, o espólio é considerado contribuinte. No que concerne aos sucessores, são pessoalmente responsáveis por todos os fatos geradores ocorridos antes da sentença de partilha, inclusive o que ocorreram antes da abertura da sucessão, caso o espólio não os tenha quitado. De maneira análoga, em relação aos fatos geradores ocorridos após a partilha, os sucessores são contribuintes, possuindo relação pessoa e direta com o fato gerador. Em síntese, o que você precisa saber é que há três marcos temporais para definirmos ocontribuinte e o responsável perante a administração tributária: antes da morte (abertura da sucessão), entre esta e a partilha ou e após a partilha. Antes da abertura da sucessão Æ fatos geradores ocorridos até esse momento possuem como contribuinte o de cujus e como responsáveis o espólio ou os sucessores. Entre a abertura da sucessão e a partilha Æ fatos geradores ocorridos dentro desse período possuem como contribuinte o espólio e como responsáveis os sucessores. Após a partilha ou adjudicação Æ fatos geradores após essa data possuem como contribuintes os sucessores. Os sucessores (inclusive o cônjuge meeiro) somente são responsáveis até o limite do valor que lhes foi repassado. Observe que a responsabilidade vai sendo transferida para os demais envolvidos na relação jurídica. Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 32 I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Antes de partirmos para análise do art. 133, vamos entender o que vem a ser fundo de comércio e estabelecimento comercial. Fundo de comércio é caracterizado pelo conjunto de bens tanto materiais (máquinas,móveis, computadores etc.) como imateriais (marca, ponto comercial etc.), utilizados para cumprir com a atividade empresarial. O fundo de comércio pode ser composto por um ou mais estabelecimentos. Portanto, os estabelecimentos são considerados parcelas do fundo de comércio, já que este pode conter vários estabelecimentos. Nesse contexto, repare que o CTN responsabiliza tanto o adquirente de todo o fundo de comércio, como o que adquire apenas um estabelecimento comercial. Assim, o adquirente que continua a respectiva exploração da atividade comercial, ainda que sob a mesma ou outra razão social ou sob firma individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Daí, podemos tirar duas conclusões: x O adquirente deve continuar a exploração da respectiva atividade comercial. Dessa forma, se compra um estabelecimento onde há a exploração de uma farmácia, e decide abrir um lava-jato, não há que se falar em responsabilidade do adquirente. x Havendo o prosseguimento na exploração da respectiva atividade, o adquirente somente responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Nesse sentido, seria responsável pelo ICMS ou IPI, por exemplo, mas não sobre o Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica alienante. Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 32 Como o alienante pode ser encontrado com maior facilidade, o adquirente somente responderá pelos tributos devidos se a Fazenda não lograr êxito na cobrança do alienante. Ou seja, a responsabilidade é subsidiária do adquirente. Percebe-se que há benefício de ordem, ou seja, o adquirente só irá cumprir com a obrigação, caso o alienante não possa fazê-lo. Um detalhe a ser notado é que, para o adquirente se responsabilizar pelo fundo de comércio ou estabelecimento adquirido, deve continuar a exploração da respectiva atividade. Por outro lado, a responsabilidade do alienante continua ainda que venha a iniciar atividade distinta dentro dos próximos seis meses. Impende destacar que o advento da LC 118/2005 trouxe importantes alterações no art. 133 do CTN, acrescentando 3 parágrafos a ele. Como tais alterações envolvem o processo de recuperação judicial e de falência, é muito importante que você entenda a relação desses conceitos com o assunto que estamos estudando. Na sistemática da recuperação judicial (antiga concordata), o objetivo é fazer com que a empresa supere a crise econômico-financeira pela qual está passando. Para que isso ocorra, pode ser necessário alienar um dos estabelecimentos da empresa. Da mesma forma que na recuperação judicial, em que está presente o princípio da preservação da empresa, na falência pode haver alienação dos estabelecimentos. Em ambos os casos, o alienante está repleto de dívidas tributárias. Aplicando-se a regra da responsabilidade por sucessão, o adquirente seria responsável por tais dívidas. A LC 118/05 alterou justamente esse ponto, ou seja, criou uma hipótese de exclusão da responsabilidade do adquirente dos fundos de comércio e dos estabelecimentos. Art. 133 ± (...): § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: I ± em processo de falência; Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 32 II ± de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. A princípio poderíamos pensar que foi aberta a possibilidade de os sócios da sociedade falida ou em recuperação judicial utilizarem terceiros para adquirir os estabelecimentos livres do ônus tributário. Contudo, de modo a prevenir que tal exceção seja utilizada com fins fraudulentos, o legislador estabeleceu no § 2º o seguinte: Art. 133 ± (...): § 2o Não se aplica o disposto no § 1º (que estabelece a exclusão da responsabilidade) deste artigo quando o adquirente for: I ± sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; II ± parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III ± identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. O objetivo de tais restrições é evitar fraude contra o benefício estabelecido no CTN. Por último, a LC 118/05 acrescentou o § 3º ao art. 133, asseverando que o dinheiro arrecadado com a alienação de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 ano, só podendo ser utilizado para pagar dívidas contraídas ao longo da falência (créditos extraconcursais), ou para pagar créditos que, na falência, possuem privilégio em relação ao crédito tributário. Não se preocupe com tais conceitos, pois tudo isso será muito bem detalhado em momento oportuno. Não vamos complicar nosso curso sem necessidade. Tudo deve fluir naturalmente! Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 32 Nesse rumo, a responsabilidade de terceiros foi dividida no CTN em duas partes: o art. 134 trata da responsabilização por atuação regular, e o art. 135 se refere à responsabilidade de terceiros que agiram de forma irregular, infringindo a lei, por exemplo. Vamos estudá-los separadamente a partir deste momento. 3.3.1 ± Responsabilidade de terceiros com atuação regular Vamos começar o estudo desse tipo de responsabilidade, analisando o caput do art. 134: Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: (...) De início, cumpre ressaltar uma imprecisão terminológica do CTN. A Lei diz que, não sendo possível exigir o cumprimento da obrigação principal do FRQWULEXLQWH��R�WHUFHLUR�SDVVD�D�VHU�UHVSRQViYHO�³VROLGiULR´�FRP�DTXHOH� Nós estudamos que a solidariedade não comporta benefício de ordem, podendo ser exigida de um ou de outro. No caso,o comando é claro que a exigência deve ser feita ao contribuinte e, não sendo possível adimplir a obrigação, cobra-se do responsável. Embora o CTN tenha sido impreciso na terminologia utilizada, devemos guardar que a responsabilidade é solidária, mas que deve seguir a ordem estipulada no caput. Esse conselho deve ser seguido, pois é assim que as bancas costumam cobrar. Observe que a responsabilidade é considerada por transferência, pois, ao ocorrer o fato gerador, o contribuinte é o sujeito passivo da obrigação. Em caso de impossibilidade do cumprimento pelo sujeito passivo direto, transfere-se a responsabilidade ao terceiro. Repare que no final do caput do art. 134, uma informação adicional também nos foi dada: o terceiro deve intervir no ato que culminou no inadimplemento da obrigação ou se omitir de um dever que lhe cabe. Ou seja, a atuação do terceiro possui relação com o nascimento da obrigação tributária, e se o contribuinte não pagar, o terceiro se torna responsável. Logo, podemos esquematizar os dois requisitos para que a dívida venha a ser exigida do responsável: Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 32 Em todos os casos, observe que o responsável exerce uma função de representação do contribuinte. Os pais, os tutores e os curadores, por exemplo, representam aqueles que são incapazes para praticar os atos da vida civil (filhos menores, tutelados e curatelados). O inventariante, por seu turno, exerce a função de gerir o patrimônio do espólio, podendo, por isso mesmo, se tornar responsável quando colaborar para o inadimplemento da obrigação tributária principal (tributos ou multas moratórias). No que se refere aos síndicos e comissários, na legislação falimentar atual, são denominados Administrador Judicial. Na falência, o administrador assume a administração dos bens da massa. Na recuperação judicial, o administrador judicial atua como auxiliar. Os tabeliães, também conhecidos por notários, podem ficar responsáveis, por exemplo, quando não exigirem (omissão) a comprovação de quitação dos tributos relativos a determinado imóvel, no momento da transferência de sua propriedade. Por fim, quando o CTN se referiu aos sócios de sociedade de pessoas, quis se referir àquelas sociedades em que a responsabilidade dos sócios é ilimitada em relação à sociedade, ou seja, respondem pelas dívidas das sociedades com o próprio patrimônio. 3.3.2 ± Responsabilidade de terceiros com atuação irregular $FDEDPRV�GH�HVWXGDU�D�UHVSRQVDELOLGDGH�³VROLGiULD´��TXH��QD�YHUGDGH��p� subsidiária) dos terceiros que atuam ou se omitem , acarretando o não pagamento dos tributos devidos. Não houve, portanto, qualquer infração dolosa à lei ou excesso de poderes, por exemplo. A partir desse momento, veremos a responsabilidade pelos terceiros que agem com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Dessa forma, o art. 135 do CTN estabelece o seguinte: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior (art. 134, estudado no tópico anterior); II - os mandatários, prepostos e empregados; Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 32 III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Repare que as pessoas mencionadas nos incisos II e III desse artigo não foram previstas na responsabilidade ³VROLGiULD´�GR�DUW�������Isso cai em prova. Cuidado! Vamos imaginar que o diretor de uma empresa, embora não tenha poderes para adquirir imóveis sem anuência dos sócios da pessoa jurídica, compra uma fazenda a fim de que os funcionários da organização tenham um local para o lazer. Como houve excesso de poder por parte do diretor, ele será pessoalmente responsável pela obrigação tributária relativa ao ITBI, por conta da transmissão onerosa de bens imóveis. Veja que a obrigação já nasce tendo como sujeito passivo o diretor, ou seja, o responsável fica obrigado desde o momento da ocorrência do fato gerador. O que isso nos lembra? Responsabilidade por substituição. Saiba que todas as figuras citadas no art. 134 podem sofrer a responsabilização, caso ajam com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Além disso, também podem ser responsabilizados os mandatários, prepostos e empregados, bem com os diretores (citado no nosso exemplo), gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Os mandatários podem vir em provas como ³SURFXUDGRUHV´! Em relação aos sócios de uma empresa, é importante ter em mente que são as atividades desenvolvidas na gestão da empresa que podem acarretar responsabilização pessoal, e não o fato de ser sócio. Por conseguinte, o sócio- gerente pode ser responsabilizado, ao passo que o sócio-quotista não pode. Tal responsabilização, no entanto, não exclui a responsabilidade da pessoa jurídica, contribuinte do tributo resultante dos atos praticados pelos gestores, já que para isso haveria de ter previsão expressa no CTN. Assim, embora a responsabilidade dos sócios seja pessoal, a pessoa jurídica também é responsável. Parte da doutrina defende, ainda, que a Direito Tributário para XXIII Exame da OAB Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra- Aula 07 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 32 Nunca é tarde para se lembrar de que a lei mais benéfica sobre penalidades é aplicada retroativamente, desde que o ato não esteja definitivamente julgado (art. 106, II, do CTN). Além disso, a lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades deve ser interpretada em benefício do infrator (acusado), quando houver dúvida sobre (art. 112, do CTN): x a capitulação legal do fato; x a natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; x a autoria, imputabilidade, ou punibilidade; x a natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação De qualquer modo, deve sempre ser conferido ao acusado o direito de defesa. 4.1 ± A responsabilidade pessoal do agente Em matéria tributária, a responsabilidade pelas infrações cabe a quem praticou o ato ilícito. Logo, se foi a pessoa jurídica, ela será responsabilizada, ainda que, na prática, seja uma pessoa natural que atue em nome da empresa. A punição é aplicada ao sujeito passivo da obrigação tributária principal ou acessória, que não foi cumprida. Essa é a regra! O art. 137 do CTN traz justamente a exceção à referida regra. São situações em que a responsabilidade é pessoal do agente quanto à punição, permanecendo a pessoa jurídica na condição de sujeito passivo do tributo. As três hipóteses de responsabilização pessoal do agente são as seguintes: Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
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