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PROCESSO CIVIL - XXIII EXAME DA OAB
teoria e questões
Aula 14 - Prof. Ricardo Torques
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Sumário
1 - Considerações Iniciais................................................................................................. 3
2 - Introdução ................................................................................................................ 3
2.1 - Razões para a existência dos Juizados .................................................................... 3
2.2 - Juizado especial como espécie de procedimento especial........................................... 4
2.3 - Fundamento legal dos Juizados .............................................................................. 5
3 - Jurisprudência nos Juizados......................................................................................... 5
4 - Princípios Informadores dos Juizados Especiais .............................................................. 7
4.1 - Princípio da Oralidade ........................................................................................... 7
4.2 ± Princípio da Simplicidade e Informalidade ............................................................... 7
4.3 - Princípio da Economia Processual ........................................................................... 8
4.4 - Princípio da Celeridade.......................................................................................... 8
4.5 - Princípio da Conciliação........................................................................................ 8
5 - Facultativo ou obrigatório? .......................................................................................... 9
6 - Aplicabilidade do NCPC aos Juizados ........................................................................... 11
7 - Juizados Especiais Cíveis ........................................................................................... 12
7.1 - Competência ..................................................................................................... 12
7.2 - Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos ............................................................ 16
7.3 - Partes............................................................................................................... 17
7.4 - Atos processuais ................................................................................................ 21
7.5 - Pedido .............................................................................................................. 22
7.6 - Citações e Intimações......................................................................................... 24
7.7 - Revelia ............................................................................................................. 25
7.8 - Conciliação e do Juízo Arbitral.............................................................................. 26
7.9 - Instrução e Julgamento....................................................................................... 28
7.10 - Resposta do Réu .............................................................................................. 28
7.11 - Provas ............................................................................................................ 29
7.12 - Sentença......................................................................................................... 30
7.13 - Embargos de Declaração ................................................................................... 32
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7.14 - Extinção do Processo ........................................................................................ 33
7.15 - Execução......................................................................................................... 34
7.16 - Despesas ........................................................................................................ 37
7.17 - Disposições Finais ............................................................................................ 38
7.18 - Disposições Finais Comuns ................................................................................ 38
9 ± Questões OAB ......................................................................................................... 39
10 - Questões extras ..................................................................................................... 41
11 - Considerações Finais............................................................................................... 48
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1 - Considerações Iniciais
Na aula de hoje iremos estudar o Juizado Especial Cível.
Trataremos apenas desse Juizado porque é, de longe, o mais incidente em provas
da OAB. Como as leis são muito extensas, é pouco proveitoso que analisemos
todas elas, por isso restringiremos nosso estudo.
Bons estudos!
2 - Introdução
2.1 - Razões para a existência dos Juizados
Vamos começar a análise da matéria com a tratativa de algumas notas
conceituais.
É importante que você entenda os fatores que levaram à criação desses órgãos
específicos para compreender a razão pela qual existem Juizados Especiais.
São dois os motivos básicos que levaram ao surgimento dos Juizados.
O primeiro deles se refere ao acesso à Justiça. Notou-se que os custos para
acesso ao Poder Judiciário no Brasil eram demasiadamente elevados, de forma
que grande parte da população se via obstada de procurar a tutela judicial, ainda
que se trate de garantia fundamental em nossa Constituição.
Ainda que existisse a possibilidade de gozo do benefício da justiça gratuita,
muitas vezes o Poder Judiciário não estava equipado (aparelhado) para prover
esse benefício, até mesmo pela precariedade das defensorias de muitos estados
brasileiros.
Por isso, criou-se um sistema para os processos mais simples ou com menos
repercussão financeira, a fim de possibilitar que a parte ingressasse em Juízo,
independentemente da presença de advogado.
O segundo motivo envolve a participação popular na administração da Justiça.
Temos nos Juizados um sistema que traz para a Poder Judiciário um cidadão, que
irá atuar como mediador ou como conciliador. Esse conciliador ou mediador não
é juiz togado, é um jurisdicionado, mas que participa da administração da Justiça,
notadamente nesses processos mais simples que envolvem os Juizados Especiais.
Em síntese:
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O incidente de resolução de demandas repetitivas constitui aposta para a redução do
volume de demandas perante o Poder Judiciário. O IRDR é cabível para prevenir a efetiva
repetição de processos que envolvam a mesma situação de direito e o risco de ofensa à
isonomia e à segurança jurídica.
Nesses processos que se repetem, a ideia é parar todas as ações semelhantes, com a
finalidade de que o Tribunal possa estabelecer um entendimento único para mesmas
controvérsias.
Após a fixação da tese, automaticamente todos os processos parados voltam a correr com
adoção da tese decidida pelo órgão ad quem.
Essas decisões são vinculantes.
4 - Princípios Informadores dos Juizados Especiais
Esses princípios estão previstos no art. 2º da Lei nº 9.099/1990. Não obstante
previsto para o JEC, são princípios que se aplicam ao JEF e ao JEFP.
Constituem os princípios informadores extraídos do art. 98, I, da CF. Contudo,
vamos investigá-los neste ponto da aula, com maiorprofundidade.
Veja:
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a
conciliação ou a transação.
4.1 - Princípio da Oralidade
O princípio da RUDOLGDGH�IL[D�D�SUHYDOrQFLD�GD�³SDODYUD�IDODGD´�VREUH�D�³SDODYUD�
HVFULWD´�� 6mR� YiULRV� RV� H[HPSORV� GH� DSOLFDomR� GHVVD� RUDOLGDGH� QRV� -XL]DGRV�
Especiais.
O art. 9º, §3º, da Lei do JEC, estabelece a possibilidade de o mandado de
procuração ao advogado ser conferido verbalmente quanto aos poderes gerais de
foro.
Extraímos outro exemplo do art. 13, §3º, da Lei do JEC, que permite a realização
de atos processuais na forma gravada a fim de agilizar a prática de atos
processuais.
Do mesmo modo, o art. 14, §1º, da Lei do JEC fixa que os pedidos podem ser
formulados oralmente, competindo ao cartório registrar isso da forma
documental.
Outro exemplo extrai-se do art. 30, da Lei do JEC, que viabiliza apresentação da
contestação na forma oral.
Por fim, o art. 52, IV, da Lei do JEC, ao tratar da execução viabiliza o
requerimento do cumprimento de sentença de forma verbal, sem maiores
formalidades.
4.2 ± Princípio da Simplicidade e Informalidade
Nos Juizados não há espaço para formalismos inúteis e desnecessários. Além
disso, uma das finalidades dos Juizados é aproximar o cidadão do sistema de
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Justiça, razão pela qual é orientado pelo princípio da simplicidade e da
informalidade.
Entre os exemplos, podemos citar o art. 13, da Lei nº 9.099, o qual prevê que a
validade do ato se verifica quando preencher a finalidade, independentemente da
forma utilizada.
Além disso, o inc. II do art. 18 autoriza que as cartas de citação sejam entregues
na recepção do citando.
4.3 - Princípio da Economia Processual
Os juizados observam o princípio da economia processual que aposta na
celeridade.
Ao prever no art. 48 a dispensa do relatório de sentença, temos um exemplo de
que há economia na prática de atos processuais para se obter maior velocidade
na tramitação processual. A economia é sinônimo de conferir velocidade ao
processo.
4.4 - Princípio da Celeridade
O princípio da celeridade também é norma expressa no JEC.
Entre os exemplos temos o art. 10, da Lei 9.099, que veda a utilização de
intervenção de terceiros nos Juizados Especiais. Em princípio não cabe
intervenção de terceiros, pois quanto mais terceiros houver, mais lentidão
processual.
Há, entretanto uma mitigação em face do NCPC, que prevê a necessidade de
considerar no procedimento dos Juizados a admissibilidade do incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.
4.5 - Princípio da Conciliação
A conciliação é fundamental nos Juizados.
A primeira audiência nos Juizados é a de conciliação.
A parte é citada para participar da audiência conciliatória.
Somente se cogita a contestação, ou o prosseguimento do procedimento, caso
não tenhamos êxito na transação.
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a) É obrigatório o procedimento perante os Juizados Especiais Cíveis quando
o valor da causa for até 40 salários mínimos.
b) É facultado ao autor optar por litigar perante os Juizados Especiais ou na
Justiça Comum, desde que dentro dos limites econômicos e da matéria sob
a sua jurisdição.
c) As hipóteses de cabimento das demandas perante os Juizados Especiais
Cíveis são idênticas às do procedimento sumário.
d) Não é cabível recurso em sede de Juizados Especiais.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Trata-se de competência em razão do valor,
portanto, uma competência relativa. Dessa forma, a parte pode optar, no Juizado
Cível, se ingressará com a ação no Juizado ou na Justiça Comum.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. É exatamente o que
dissemos na alternativa A. A litigância perante o Juizado Cível é facultativa.
Contudo, para que possa submeter a ação ao Juizado, o valor da causa deve se
limitar a quarenta vezes o salário mínimo.
A alternativa C está incorreta. As hipóteses de cabimento já não eram idênticas
no CPC73, com o NCPC o procedimento sumário deixou de existir. Agora se fala
em procedimento comum e procedimento especial.
A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 41, da Lei nº 9.099, da sentença
caberá recurso para o próprio Juizado.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá
recurso para o próprio Juizado.
6 - Aplicabilidade do NCPC aos Juizados
Discute-se a aplicação das regras do NCPC aos Juizados.
A rigor, o NCPC aplica-se de forma subsidiária. Não aplicamos o NCPC se houver
regra prevista no sistema. Em princípio, todas as normas são aplicadas, exceto
naquilo que divergir.
O problema reside em institutos novos estabelecidos no NCPC, sem qualquer
previsão no NCPC.
De acordo com o Enunciado 161 do FONAJE:
Enunciado 161 FONAJE
Considerado o princípio da especialidade, o CPC/2015 somente terá aplicação ao Sistema
dos Juizados Especiais nos casos de expressa e específica remissão ou na hipótese de
compatibilidade com os critérios previstos no art. 2º da Lei 9.099/95.
A partir desse enunciado, aplicam-se as regras do NCPC apenas se:
ª houver expressa e específica remissão no Código, tal como temos no art. 985, I, do
NCPC; ou
ª na hipótese de compatibilidade com os princípios que informam a Lei do JEC.
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Especialmente em razão da discussão quanto à compatibilidade, há contenda
quanto à temas específicos, tal como a contagem do prazo em dias úteis. Há
entendimento do FONAJE, por exemplo, no sentido de que não se aplica a
contagem do prazo em dobro no âmbito dos Juizados:
Enunciado 165 FONAJE
Nos Juizados Especiais Cíveis, todos os prazos serão contados de forma contínua.
Por outro lado, a ENFAM interpretou:
Enunciado ENFAM 45:
A contagem dos prazos em dias úteis (art. 219 do CPC/2015) aplica-se ao sistema de
juizados especiais.
Logo, não temos, ainda, definição específica quanto a adoção ou não da contagem
do prazo em dia útil.
7 - Juizados Especiais Cíveis
7.1 - Competência
Quanto ao cabimento da ação no JEC, temos que conhecer o art. 3º abaixo
descrito:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento
das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no
inciso I deste artigo.
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I - dos seus julgados;
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo,
observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam EXCLUÍDAS da competência do Juizado Especial as causas de natureza
alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as
relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas,
ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito
excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
A partir desse dispositivo podemos fixar vários critérios de competência dos
Juizados Especiais Cíveis:
ª Critério valorativo
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São de competência do JEC as causas de menor complexidade que não atingirem valor
superior a 40 salários mínimos, lembrando da renúncia quanto ao valor excedente.
Devemos conhecer, ainda, alguns os enunciados do FONAJE:
Enunciado 87 FONAJE
A Lei 10.259/2001 não altera o limite da alçada previsto no artigo 3°, inciso I, da
Lei 9099/1995.
Enunciado 133 FONAJE
O valor de alçada de 60 salários mínimos previsto no artigo 2º da Lei 12.153/09,
não se aplica aos Juizados Especiais Cíveis, cujo limite permanece em 40 salários
mínimos.
Enunciado 144 FONAJE
A multa cominatória não fica limitada ao valor de 40 salários mínimos, embora deva
ser razoavelmente fixada pelo Juiz, obedecendo ao valor da obrigação principal,
mais perdas e danos, atendidas as condições econômicas do devedor.
ª Critério material
Serão processados perante os juizados as causas atinentes ao procedimento sumário.
Aqui, cuidado!
Embora revogado o CPC73, devemos seguir as hipóteses do art. 275, mesmo agora na
vigência do NCPC. Portanto, são da competência dos Juizados Especiais as seguintes
ações. Nesse contexto, veja o que diz o art. 1.063 do NCPC:
Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no
9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e
julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973.
Assim:
É COMPETÊNCIA MATERIAL DO JEC:
x arrendamento rural e de parceria agrícola
x cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio
x ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico
x ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre
x de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo,
ressalvados os casos de processo de execução
x cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em
legislação especial
x ações que versem sobre revogação de doação
x demais casos previstos em lei
Discute-se se, em relação às matérias, é necessário observar o valor máximo de 40
salários mínimos ou independentemente do valor essas ações, em razão da matéria,
devem tramitar perante os Juizados.
O entendimento predominante é no sentido de que nas regras acima, o processo tramite
perante os Juizados independentemente do valor. Veja o entendimento do FONAJE:
Enunciado 58 FONAJE
As causas cíveis enumeradas no art. 275 II, do CPC admitem condenação superior
a 40 salários mínimos e sua respectiva execução, no próprio Juizado.
Também se admite, pelo critério material, o trâmite pelos Juizados de ações despejo de
imóvel para uso próprio conforme estabelece o inc. III do art. 3º da Lei 9.099/1996.
ª Critério misto
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Vejamos uma questão sobre ao assunto:
Questão ± VUNESP/OAB-SP ± Exame de Ordem ± 2007
Pode figurar como parte no polo ativo das ações promovidas perante o
Juizado Especial Cível
a) o insolvente civil.
b) o preso.
c) o incapaz, desde que devidamente assistido na forma da Lei.
d) a microempresa.
Comentários
O art. 8º, da Lei nº 9.099/95, prevê quem não poderá ser parte no polo ativo das
ações promovidas perante o Juizado Especial Cível. Vejamos:
Art. 8º NÃO poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o
insolvente civil.
Dessa forma, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
Sigamos!
Uma grande dúvida em relação à utilização dos Juizados é a necessidade de
contratar advogado. Como sabemos, há um limite de valor de 40 salários
mínimos para que a ação tramite perante os Juizados.
A partir desse valor, as causas de até 20 salários mínimos exigem
comparecimento pessoal da parte, sem necessidade de que esteja acompanhado
por advogado. Por outro valor demandas de 20 ou mais salários mínimos (porém,
limitadas até 40 salários mínimos) exigem a assistência por advogado.
É isso que temos fixado no art. 9º da Lei 9.099/1995:
Art. 9º Nas causas de VALOR ATÉ VINTE SALÁRIOS MÍNIMOS, as partes
comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; NAS DE VALOR
SUPERIOR, A ASSISTÊNCIA É OBRIGATÓRIA.
Caso não seja obrigatória a assistência por advogado e a parte compareça com
a advogado, a parte contrária orientada para que contrate um advogado ou pra
que busque por um defensor público ou dativo.
Assim:
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A Lei n. 9.099/95 disciplina os chamados Juizados Especiais Cíveis no âmbito
Estadual. Nela é possível encontrar diversas regras especiais, que
diferenciam o procedimento dos Juizados do procedimento comum do CPC.
Segundo a Lei n. 9.099/95, assinale a alternativa que indique uma dessas
regras específicas.
a) Não é cabível nenhuma forma de intervenção de terceiros nem de
assistência.
b) É vedado o litisconsórcio.
c) Nas ações propostas por microempresas, admite-se a reconvenção.
d) Se o pedido formulado for genérico, admite-se, excepcionalmente,
sentença ilíquida.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o
art. 10, da Lei nº 9.099/95:
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de
assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 10, acima mencionado, o
litisconsórcio é admitido no rito dos Juizados Especiais Cíveis.
A alternativa C está incorreta. Com base no caput do art. 31, da Lei nº 9.099/95,
não admite a reconvenção no rito dos Juizados Especiais Cíveis.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em
seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que
constituem objeto da controvérsia.
A alternativa D está incorreta. Segundo o parágrafo único, do art. 38, da
referida Lei, não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda
que genérico o pedido.
7.4 - Atos processuais
Em relação à prática dos atos processuais, vamos seguir a disciplina estabelecida
no NCPC, com as especificidades estabelecida nos dispositivos abaixo citados.
Confira:
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno,
conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Tal como o procedimento comum, os atos processuais são públicos. Quanto ao
horário para a prática dos atos processuais, não se aplica a limitação de horários
que temos no NCPC, que prevê que os atos processuais podem ser praticados
das 6 às 20 horas.
Assim, ao contrário do NCPC, os atos processuais podem ser praticados em
horário noturno.
O art. 13, da Lei 9.099, prevê o princípio da instrumentalidade dos atos
processuais.
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ao juízo. Logo, a citação não se dá para a apresentação da contestação, mas para
que o réu compareça para participar da conciliação.
Confira:
Art. 16. Registrado o pedido, INDEPENDENTEMENTE de distribuição e autuação, a
Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no PRAZO DE
QUINZE DIAS.
Leia o art. 17:
Art. 17. Comparecendo inicialmente AMBAS as partes, instaurar-se-á, desde logo, a
sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação
formal e ambos serão apreciadosna mesma sentença.
Desse dispositivo é fundamental compreender o parágrafo único.
No procedimento comum, o réu poderá contestar a ação quando citado e, no
mesmo ato, apresentar o pedido de reconvenção. A reconvenção nada mais é do
que o réu formular pedidos contra o autor.
Veja, a regra é que o autor faça pedidos e o réu se defenda dos pedidos contra
ele formulados. No pedido de reconvenção, o réu irá formular pedidos contra o
autor.
Nos Juizados temos uma espécie de reconvenção mais simples, denominada de
pedido contraposto. A ideia é a mesma. A partir do momento em que o réu for
citado, ele poderá formular pedidos contrapostos ao do autor, além de apresentar
a sua defesa.
7.6 - Citações e Intimações
Em relação à comunicação dos atos processuais, temos dois dispositivos. A
citação, disciplina no art. 18, da Lei do JEC, e a intimação prevista no art. 19.
A citação é o ato de integração da parte ré à ação. É o ato por intermédio do qual
o réu é trazido ao processo para se defender. Essa citação poderá ocorrer de
diversas formas:
ª pelos Correios com aviso de recebimento (AR);
ª pela entrega do AR na recepção da pessoa jurídica ou da firma individual; e
ª por oficial de justiça caso seja negativa a intimação pelos Correios.
Veja o dispositivo:
Art. 18. A citação far-se-á:
I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado
da recepção, que será obrigatoriamente identificado;
III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta
precatória.
É importante que você fique atento ao §2º, o qual prescreve que não se admite
a citação por edital.
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Acerca da Lei dos Juizados Especiais Cíveis (JEC), Lei n.º 9.099/1995,
assinale a opção correta.
a) Segundo os princípios da simplicidade e da informalidade que regem o
julgamento nos juizados especiais, qualquer que seja o valor da causa, a
parte vencida, ainda que não possua capacidade postulatória, pode recorrer
da decisão monocrática e requerer a sua revisão pela turma recursal.
b) O pedido do autor e a resposta do réu podem ser feitos por escrito ou
oralmente; as provas orais produzidas em audiência, entretanto, devem ser
necessariamente reduzidas a termo escrito, pois nessas demandas não se
exige a obediência ao princípio da identidade física do juiz.
c) Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não compareça à
audiência de instrução e julgamento, ainda que compareça o seu advogado
ou que seja apresentada defesa escrita, pois a presunção de veracidade dos
fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à sessão
de conciliação ou à audiência de instrução.
d) No sistema recursal dos juizados especiais, contra as decisões
interlocutórias é cabível o agravo na forma retida, que impede a interrupção
da marcha do processo, atendendo aos princípios da celeridade e
concentração dos atos processuais, com a finalidade de assegurar a rápida
solução do litígio.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 41, §2º, da Lei nº 9.099/95,
no recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 36, da referida Lei, a prova oral
não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes
trazidos nos depoimentos.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao art. 20,
da Lei nº 9.099/95:
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de
instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo
se o contrário resultar da convicção do Juiz.
A alternativa D está incorreta. Não há previsão de recurso contra as decisões
interlocutórias, na referida Lei.
7.8 - Conciliação e do Juízo Arbitral
O réu será citado para se apresentar à audiência de conciliação. Nos dispositivos
que se seguem vamos analisar as regras relativas a essa audiência. De acordo
com o art. 21, da Lei nº 9.099, o presidente da sessão, que será o conciliador ou
juiz leigo (que não é o juiz togado) informará as partes sobre as vantagens da
conciliação e as consequências para o processo, especialmente para a pretensão
da parte autora que não poderá mais deduzir o mesmo pedido judicialmente.
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Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as
vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio,
especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.
O art. 22, na sequência, prevê que se as partes chegarem a um acordo, será
deduzido um termo de conciliação pelas partes acompanhadas do conciliador e
do juiz leigo. Posteriormente, esse termo é submetido à homologação judicial
pelo juiz togado.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob
sua orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo
Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.
Fique atento!
Primeiro temos a confecção do termo de conciliação, do qual participam as partes
e o conciliador ou o juiz leigo; após, esse termo é submetido à homologação pelo
juiz togado.
Caso o réu, devidamente citado, não comparecer à audiência de conciliação, o
conciliador ou o juiz leigo enviarão o processo diretamente para o juiz togado a
fim de que seja proferida a sentença considerando a revelia e, portanto, a
presunção de veracidade dos fatos alegados pela parte autora.
Art. 23. NÃO comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.
Caso o réu compareça, mas não seja obtida a conciliação, há duas possibilidades:
1º - seguimento com o processo perante os Juizados; ou
2º - instituição de arbitragem.
Na própria audiência, as partes poderão escolher alguém para atuar como árbitro
e para resolver o litígio fora do processo judicial.
Art. 24. NÃO obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo
arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de
compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz
convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
O árbitro seguirá os mesmos critérios do juiz conforme estabelece o art. 25,
podendo decidir por equidade.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts.
5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Por fim, de acordo com o art. 26, caso seja instituída a arbitragem, o juiz leigo
apresentará o laudo da decisão ao juiz togado que irá homologar a sentença,
sendo essa decisão irrecorrível.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o
laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.
Caso as partes não cheguem ao acordo e não adotem a arbitragem, o juiz leigo
dará seguimento com a audiência de instrução e julgamento.
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Nos Juizados não temos a transcrição dos depoimentos, mas apenas a síntese
das principais informações conforme estabelece o art. 36, da Lei do JEC.
Art. 36. A prova oral NÃO será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no
essencial, os informes trazidos nos depoimentos.
Por fim,registre-se que o conciliador não poderá conduzir a audiência de
instrução, mas apenas o juiz leigo, sob a supervisão do juiz togado, conforme
estabelece o art. 37.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.
7.12 - Sentença
Entre os arts. 38 e 46, da Lei 9.099/1995, temos algumas regras em relação à
sentença. Em razão dos princípios que informam os Juizados Especiais, temos
uma sentença que possui regras de simplificação.
De acordo com o art. 38, a sentença indicará os elementos de convicção do juiz,
com resumo dos fatos ocorridos ao longo da instrução e, além disso, não haverá
necessidade de relatório na sentença.
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo
dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. NÃO se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda
que genérico o pedido.
Como a parte fica limitada às hipóteses restritas de cabimento e, especialmente,
pela limitação do valor, caso a sentença seja fixada em valor superior aos 40
salários mínimos. Nesse caso, no que exceder a esse limite a sentença será
ineficaz.
Art. 39. É INEFICAZ a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida
nesta Lei.
Se o juiz leigo dirigir a audiência de instrução e julgamento, será também
responsável por prolatar a decisão. Contudo, a decisão deverá ser submetida ao
juiz togado para que ele possa homologá-la ou, caso prefira, poderá alterar ou
substituir a sentença do juiz leigo.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a
submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes
de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.
Da sentença proferida do âmbito dos Juizados Especiais caberá recurso para a
turma recursal do próprio Juizado, conforme prevê o art. 41 da Lei nº
9.099/1995. Veja o dispositivo:
Art. 41. Da sentença, EXCETUADA a homologatória de conciliação ou laudo arbitral,
caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
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Esse dispositivo evidencia uma regra importante que
distingue a atuação em primeiro grau da atuação da turma
recursal. Ao contrário do que vimos na primeira instância, na
qual é admissível a atuação sem advogado nas ações cujo
valor da causa não ultrapasse 20 salários mínimos, perante a turma recursal
as partes devem necessariamente se fazer presente por intermédio de
advogados.
O recurso deve ser interposto no prazo de 10 dias a contar da ciência da
audiência e está sujeita a preparo a ser depositado no prazo de 48 horas a contar
da interposição do recurso.
Atenção! A parte toma ciência da sentença. A partir daí inicia-se o prazo de 10
dias para interposição do recurso. A partir do momento que a parte apresenta o
recurso, ela terá prazo de 48 horas para pagar as despesas do processo perante
a turma recursal.
E se o valor do preparo não foi depositado?
O recurso será considerado deserto.
Pago o valor relativo ao preparo, a Secretaria do tribunal intimará a parte
contrária para apresentar contrarrazões no prazo de 10 dias.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de DEZ DIAS, contados da ciência da sentença,
por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, INDEPENDENTEMENTE de intimação, nas QUARENTA E OITO
HORAS SEGUINTES À INTERPOSIÇÃO, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no
prazo de DEZ DIAS.
Para encerrar a parte relativa ao recurso contra a sentença de primeira instância,
leia o art. 43 com atenção.
Art. 43. O recurso terá SOMENTE efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito
suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
Esse dispositivo os efeitos dos recursos.
TODOS os recursos possuem efeito devolutivo. Significa dizer, todos os recursos
enviam (devolvem) a matéria para que o órgão ad quem (no caso, a turma
recursal) faça nova análise. Essa é a regra para os processos que tramitam
perante os Juizados Especiais.
Contudo, no caso de comprovação que o recurso e a demora na decisão possam
implicar dano irreparável à parte, admite-se a concessão de efeitos suspensivos
ao recurso.
Importante deixar claro que no caso de concessão de efeito suspensivo, o recurso
WHUi�R�GHQRPLQDGR�³GXSOR�HIHLWR´��RX�VHMD��GHYROXWLYR�H�VXVSHQVLYR�
Assim:
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3) No Direito Processual Civil há uma regra básica no sentido de que o juiz não
pode, de ofício, conhecer da incompetência relativa (valor da causa e territorial).
O juiz deve ficar em silêncio, pois se a parte contrária não alegar prorroga-se a
competência.
Essa regra geral não se aplica aos Juizados. Devemos observar a regra do art.
51, III, da Lei do JEC, a qual estabelece que o reconhecimento da incompetência,
INCLUSIVE A RELATIVA, implica na extinção do processo.
4) O processo será extinto, sem análise do mérito, caso figurem como partes no
Juizado (seja autor ou réu) o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito
público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
5) Também teremos a extinção do processo sem análise do mérito quando
falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de
30 dias.
6) Do mesmo modo, extingue-se o processo sem análise do conteúdo do pedido,
quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo
de trinta dias da ciência do fato.
Vejamos uma questão sobre o assunto:
Questão ± VUNESP/OAB-SP ± Exame de Ordem ± 2007
No Juizado Especial Cível, em não comparecendo o autor à audiência de
conciliação, será
a) decretada a sua revelia.
b) reconhecida a renúncia ao direito.
c) adiada a audiência.
d) arquivado o processo.
Comentários
De acordo com o art. 51, I, da Lei nº 9.099/95, ocorre o arquivamento do
processo em caso de falta do autor à audiência. Vejamos:
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: 
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo; 
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
7.15 - Execução
Em relação ao procedimento de execução no âmbito dos Juizados, temos dois
dispositivos para analisar. Mas não se engane. São dois dispositivos extensos que
devem ser estudados com parcimônia.
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Apenas a título de esclarecimento, o art. 52 trata da execução de sentenças dos
juizados (cumprimento de sentença). O art. 53, por sua vez, trata da execução
de título extrajudicial.
A regra é a adoção do procedimento de cumprimento de sentença e de execução
previstos no NCPC. Contudo, nos incisos do art. 52 temos a fixação de uma série
de particularidades que devemos conhecer. Vamos a elas:
i) Nos juizados não há procedimento de liquidação de sentença, pois todas as
sentenças devem ser líquidas e prontamente executáveis.
Desse modo, se necessário algum cálculo para apurar juros ou mora, por
exemplo, os próprios servidores serão encarregados de fazê-lo, sem necessidade
de envio do processo a peritos calculistas.
ii) Como as audiências devem ocorrer de forma concentrada, temosa
possibilidade de a sentença ser prolatada na própria sessão, caso em que a parte
será intimada para cumprir a sentença logo que houver o trânsito em julgado.
Caso o réu não cumpra, o vencedor da ação poderá requerer a execução
verbalmente, sem necessidade de nova citação do executado.
iii) No caso de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o cumprimento
poderá ser induzido pela fixação de multa diária (astreintes), que podem ser
majoradas e, caso não haja cumprimento, o juiz irá convertê-las em perdas e
danos.
Contudo, nessas obrigações a determinação do cumprimento por terceiros ou a
conversão em perdas e danos possui caráter excepcional e somente poderá ser
determinada se não houver meio para forçar o réu a cumprir a tutela específica
(obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer).
iv) Em relação à alienação de bens no âmbito dos juizados, devemos saber que,
uma vez penhorados, os bens devem ser alienados por particulares até a data da
alienação pública (praça ou leilão).
Se o preço pretendido na alienação for inferior ao valor da avaliação, as partes
devem ser ouvidas e caso o pagamento seja parcelado é necessário oferecer
caução.
v) Admite-se a oposição de embargos à execução nos juizados nas seguintes
situações.
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Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em PRIMEIRO GRAU DE
JURISDIÇÃO, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei,
compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro
grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de
advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,
vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento
e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido
da causa.
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, SALVO quando:
I - reconhecida a litigância de má-fé;
II - improcedentes os embargos do devedor;
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do
devedor.
7.17 - Disposições Finais
Em relação às disposições finais dos juizados especiais cíveis, a leitura dos
dispositivos é o suficiente:
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o
serviço de assistência judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no
juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo
judicial.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por
instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista
nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por
esta Lei.
Dos arts. 60 ao 92, temos a disciplina dos Juizados Especiais Criminais, que não
possuem maior relevância para fins da nossa prova, uma vez que nosso estudo
é do Direito Processual Civil.
Quantos aos arts. 93 a 97, faremos a citação, para mero registro.
7.18 - Disposições Finais Comuns
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua
organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da
sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de
prédios públicos, de acordo com audiências previamente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais
no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta Lei, serão criados
e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os
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10 - Questões extras
Questão 01 ± FGV/TJ-PI ± Analista Judiciário ± 2015
Sobre os Juizados Especiais Cíveis e da Fazenda Pública, é correto afirmar
que:
a) nos Juizados Especiais Cíveis e da Fazenda Pública, a competência é fixada
pelo critério relativo do valor da causa;
b) o incapaz não pode ser parte nos processos perante os Juizados Especiais
Cíveis;
c) nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, somente será admitido recurso
contra a sentença;
d) nos Juizados Especiais Cíveis, apenas é possível a execução de seus
próprios julgados;
e) nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, as pessoas jurídicas de direito
público gozam de prazo em dobro para recorrer.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a competência do Juizado Especial da
Fazenda Pública é determinada pelo valor da causa e pela pessoa envolvida.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o
caput do art. 8º, da Lei nº 9.099/95:
Art. 8º NÃO poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o
insolvente civil.
A alternativa C está incorreta. São admitidos outros recursos.
A alternativa D está incorreta. O art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.099, traz as hipóteses
nas quais é permitida a execução no JEC.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento
das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I - dos seus julgados;
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo,
observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
A alternativa E está incorreta. Não se fala em prazo diferenciado, inclusive para
a interposição de recursos.
Questão 02 ± FGV/TJ-PI ± AJAJ ± 2015
Os Juizados Especiais são previstos pela Constituição, em seu art. 98, I,
como competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas
cíveis de menor complexidade. Segundo a Lei nº 9.099/1995, o processo
perante os Juizados Especiais Cíveis é orientado, dentre outros, pelo
seguinte princípio:
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a) escritura;
b) desconcentração dos atos processuais;
c) oralidade;
d) formalidade;
e) não imediação na produção probatória.
Comentários
De acordo com o art. 2º, da Lei nº 9.099/95, o processo perante os Juizados
Especiais Cíveis é orientado, dentre outros, pelo seguinte princípio da oralidade.
Vejamos:
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a
transação.
Observe que esse dispositivo contraria as demais alternativas da questão. A
oralidade é oposta à escrituração dos atos e à formalidade. Do mesmo modo, a
desconcentração dos atos e a não imediação da produção probatória são
contrários à economia processual e à celeridade.
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Questão 03 ± FGV/TJ-RO ± Técnico Judiciário ± 2015
Sobre os Juizados Especiais Cíveis, é correto afirmar que:
a) pode figurar como parte do processo o menor absolutamente incapaz,
desde que representado por um dos pais ou pelo tutor;
b) são admissíveisapenas as modalidades voluntárias de intervenção de
terceiro;
c) é admissível a reconvenção, desde que tenha por objeto pedido relativo a
quantia não excedente a quarenta vezes o salário mínimo;
d) os recursos, em regra, têm efeitos devolutivo e suspensivo;
e) a incompetência territorial dá azo à extinção do feito sem resolução do
mérito.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 8º, da Lei nº 9.099/95, não
poderão ser partes no processo, o incapaz.
Art. 8º NÃO poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o
insolvente civil.
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 10, da referida Lei, no processo
não se admitirá intervenção de terceiro.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de
assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
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A alternativa C está incorreta. Com base no art. 31, da Lei nº 9.099/95, não se
admitirá reconvenção.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em
seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que
constituem objeto da controvérsia.
A alternativa D está incorreta. O art. 43, da referida Lei, estabelece que os
recursos, em regra, têm efeito devolutivo.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo,
para evitar dano irreparável para a parte.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é que o dispõe o
art. 51, III, da Lei nº 9.099/95:
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: 
III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
Questão 04 ± VUNESP/TJ-MS ± Juiz ± 2015
No que se refere à intervenção do advogado nos Juizados Especiais Cíveis,
é correto afirmar que
a) nas causas de valor superior a cinco vezes o salário- mínimo, a assistência
de advogado é obrigatória.
b) nas causas de valor até dez salários-mínimos, as partes comparecerão
pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior,
a assistência é obrigatória.
c) nas causas de valor até vinte salários-mínimos, as partes comparecerão
pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior,
a assistência é obrigatória.
d) não é obrigatória a assistência de advogado em qualquer hipótese, com
fundamento no princípio da informalidade.
e) não é obrigatória a assistência de advogado em qualquer hipótese, com
fundamento no princípio do acesso à justiça.
Comentários
De acordo com o art. 9º, da Lei nº 9.099/95, nas causas de valor até vinte
salários-mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas
por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
Art. 9º Nas causas de VALOR ATÉ VINTE SALÁRIOS MÍNIMOS, as partes
comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; NAS DE VALOR
SUPERIOR, A ASSISTÊNCIA É OBRIGATÓRIA.
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Questão 05 ± VUNESP/TJ-MS ± Juiz ± 2015
Na execução, processada nos Juizados Especiais Cíveis, não serão contadas
custas, salvo quando
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a) procedentes os embargos do devedor.
b) improcedentes os embargos do devedor.
c) procedentes os embargos do devedor em face da Fazenda Pública.
d) afastada a litigância de má-fé.
e) se tratar de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso
provido do devedor.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O parágrafo único, do
art. 55, da Lei nº 9.099/95, prevê em quais hipóteses serão contadas as custas
na execução. Vejamos:
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de
advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,
vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento
e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido
da causa. 
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, SALVO quando: 
I - reconhecida a litigância de má-fé; 
II - improcedentes os embargos do devedor; 
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do
devedor. 
Questão 06 ± FCC/TJ-GO ± Juiz ± 2015
De acordo com a Lei no 9.099/1995, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis
a) o juiz determinará a remessa dos autos ao juízo competente quando
reconhecer a incompetência territorial.
b) não podem ser parte, como autoras, as pessoas jurídicas, sem exceção.
c) não se admitem, dentre outras, ações de natureza alimentar e quaisquer
das modalidades de despejo.
d) reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na inicial se o demandado
deixar de comparecer a quaisquer das audiências, de conciliação ou de
instrução e julgamento, salvo se o contrário resultar da convicção do juiz.
e) dispensa-se a assistência por advogado, em primeiro grau de jurisdição,
independentemente do valor da causa.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O juiz extinguirá o processo quando for
reconhecida a incompetência territorial. Vejamos o art. 51, III, da Lei nº
9.099/95:
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: 
III - quando for reconhecida a incompetência territorial; 
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A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 8º, §1º, III, da referida Lei,
podem ser parte as pessoas jurídicas.
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 3º, III, da Lei nº 9.099/95, o
Juizado Especial Cível tem competência para a ação de despejo. Vejamos:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento
das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: 
III - a ação de despejo para uso próprio;
Ademais, conforme o §2º, ficam excluídas da competência do Juizado Especial às
causas de natureza alimentar.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar,
falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de
trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao art. 20,
da referida Lei:
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de
instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo
se o contrário resultar da convicção do Juiz.
A alternativa E está incorreta. O art. 9º, da Lei nº 9.099/95, estabelece que as
causas com valor até vinte salários mínimos, poderão ser assistidas por
advogado. Enquanto, nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão
pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é
obrigatória.
Questão 07 ± FGV/TJ-SC ± Técnico Judiciário Auxiliar ± 2015
Julia, médica, propôs oralmente uma ação de indenização perante o Juizado
Especial Civil de seu domicílio, sem advogado, postulando a condenação da
Empresa X ao pagamento de 30 salários-mínimos pelos danosextrapatrimoniais sofridos. Essa causa não pode ser julgada no mérito, pois
a demanda:
a) não pode ser proposta oralmente;
b) deve ser proposta no domicílio do réu;
c) não pode ser proposta sem assistência de um advogado;
d) deve ser proposta em face de pessoas naturais;
e) deve se limitar à indenização por danos materiais.
Comentários
Essa causa não pode ter julgado seu mérito, pois a demanda não pode ser
proposta sem assistência de um advogado, por ser uma causa com valor superior
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a vinte salários mínimos. Vejamos o dispositivo legal, previsto na Lei nº
9.099/95:
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão
pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é
obrigatória.
Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Questão 08 ± VUNESP/TJ-RJ ± Juiz ± 2014
Nos Juizados Especiais Cíveis, decretada a falência da demandada,
a) os autos serão remetidos ao Juízo em que estiver tramitando a falência.
b) o processo será extinto sem resolução do mérito.
c) o processo ficará suspenso até a citação da massa falida, na pessoa de
seu administrador judicial.
d) o processo prosseguirá, sem solução de continuidade, em face da massa
falida.
e) os autos serão distribuídos à vara cível da mesma comarca, observando-
se o procedimento comum.
Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art.
51, IV, combinado com o art. 8º, da Lei nº 9.099/95:
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: 
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei;
Vejamos o art. 8º:
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o
insolvente civil.
Questão 09 ± VUNESP/TJ-RJ ± Juiz ± 2014
Assinale a alternativa que aponta causa de competência do Juizado Especial
Cível.
a) Ação de despejo para uso próprio.
b) Ação monitória, cujo valor não supere 40 salários mínimos.
c) Ação de despejo por falta de pagamento, cumulada com cobrança, cujo
valor não supere 40 salários mínimos.
d) Ação revisional de aluguel.
e) Ação coletiva, cujo valor não supere 40 salários mínimos.
Comentários
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De acordo com o art. 3º, III, da Lei nº 9.099/95, o Juizado Especial Cível tem
competência para a ação de despejo para uso próprio. Vejamos o dispositivo
citado que traz as hipóteses de competência do JEC:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento
das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I
deste artigo.
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Questão 10 ± VUNESP/TJ-RJ ± Juiz ± 2014
Nos Juizados Especiais Cíveis, sobre a assistência por advogado, pode-se
afirmar que
a) o mandato conferido ao advogado pela parte deve ser escrito, na forma
de procuração.
b) não cabe ao juiz alertar as partes da conveniência do patrocínio por
advogado, mesmo quando a causa o recomendar.
c) se uma das partes estiver representada por advogado, a outra não poderá
recusar assistência judiciária.
d) a assistência obrigatória tem lugar a partir da fase instrutória, não se
aplicando para a formulação do pedido e a sessão de conciliação.
e) a assistência é obrigatória na audiência de instrução, seja qual for o valor
da causa.
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 9º, da Lei nº 9.099/95. Vamos analisar
cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §3º, o mandato ao advogado
poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.
A alternativa B está incorreta. Com base no §2º, o Juiz alertará as partes da
conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.
A alternativa C está incorreta. O §1º, estabelece que sendo facultativa a
assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu
for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência
judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei
local.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o
enunciado nº 36, do FONAJE:
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ENUNCIADO 36 ± A assistência obrigatória prevista no art. 9º da Lei 9.099/1995 tem lugar
a partir da fase instrutória, não se aplicando para a formulação do pedido e a sessão de
conciliação.
A alternativa E está incorreta. Segundo o caput do art. 9º, nas causas de valor
até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser
assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
11 - Considerações Finais
Chegamos ao final de mais uma aula e do nosso curso.
Espero que vocês tenham gostado e que o material seja útil para a sua aprovação
no Exame de Ordem.
Qualquer dúvida, estou à disposição no fórum do curso.
Ricardo Torques
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