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Tema2 Estado e Planejamento Territorial e Regional no Brasil FINAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
 
 
 
 
ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA 
BRIAN GUILHERME CHIMANSKI 
LUCAS CAMARGO MACIEL 
RICARDO CARDON PODOLSKY 
 
 
 
 
ESTADO E O PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2017 
 
2 
 
ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA 
BRIAN GUILHERME CHIMANSKI 
LUCAS CAMARGO MACIEL 
RICARDO CARDON PODOLSKY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTADO E PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL 
 
Trabalho de graduação apresentada 
à disciplina GB071 – Geografia do 
Brasil do Curso de Geografia do 
Setor de Ciências da Terra da 
Universidade Federal do Paraná. 
Prof. Dr. Danilo Volochko. 
 
 
 
 
CURITIBA 
2017 
3 
 
Sumário 
1) INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 
2) O ESTADO E OS PLANOS DE PLANEJAMENTO 
REGIONAIS.................................................................................................................6 
2.1) Plano de Metas...........................................................................................6 
2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND I.............................................8 
2.2.1) Desenvolvimento da Região Norte........................................................10 
2.2.1) PIN – Programa de Integração Nacional...............................................11 
2.1.2) Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM..........11 
2.1.3) Desenvolvimento da região Nordeste SUDENE........................................12 
2.1.4) Desenvolvimento da região Centro Oeste – SUDECO.........................14 
2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND II.........................................15 
3) Conclusão...................................................................................................19 
 
4) Referências Bibliográficas...........................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 O objetivo deste trabalho é dissertar sobre o planejamento regional 
brasileiro desde sua origem e a participação do Estado na história brasileira, 
fazendo-se um relacionamento da formação territorial, ordenamento territorial, 
planejamento e políticas públicas de desenvolvimento do Estado brasileiro. 
Evidenciar a importância do planejamento nacional, regional ou local como 
fonte alavancadora do progresso em um país, uma região ou uma cidade. 
Conforme (DINIZ, 2006) Ao longo da história brasileira podem ser 
observados pelo menos três grandes períodos, com diferentes características 
da dinâmica regional e da configuração territorial. 
O primeiro período, é coincidente com o descobrimento do Brasil e se 
estende até o século XIX, este é o maior período da história brasileira, onde se 
junta vários acontecimentos na área econômica e demográfica do território 
colonial. Os acontecimentos ocorreram em função do comercio mercantilista 
patrocinado pela coroa portuguesa inserindo as atividades produtoras no 
mercado internacional, não só na fase colonial com exclusividade da 
metrópole portuguesa mas também se estendendo a fase de país 
independente como exportador de produto primário de origem agrícola em 
referência a cana de açúcar produzida no nordeste nos séculos XVI e XVII, de 
algodão, no Maranhão, no século XIX; de madeira e erva mate no Paraná e 
Santa Catarina, desde o século XIX; de café nos estados do Rio de Janeiro, 
Minas Gerais e São Paulo, nos séculos XIX e XX; de borracha, na região 
amazônica, no final do século XIX e início do século XX, de pecuária, no Rio 
Grande do Sul, desde o século XVI. Bem como extração vegetal representado 
no início pelo pau brasil principalmente no século XVI e mineral como ouro no 
século XVIII extraído das Minas gerais, com extensões para Goiás e Mato 
Grosso. A dinâmica de exploração de cada uma dessas atividades era 
dependente da necessidade que o mercado interacional exigia. (DINIZ,2006). 
 
 
5 
 
O Segundo período, conforme Clélio Campolina Diniz, representante da 
CEPAL no escritório Brasil, relata que o segundo período teve uma duração 
menor e se refere à formação de uma economia nacional: 
―O segundo período se inicia na segunda metade do século XIX e vai 
até o final da década de 1960. Ele corresponde à formação de uma 
economia nacional, com diversificação produtiva, crescimento 
industrial e urbano e integração do mercado. Embora na primeira 
fase ainda predominassem atividades exportadoras, a ampliação do 
trabalho assalariado, a eliminação da escravidão, o desenvolvimento 
da infraestrutura (ferrovias, rodovias, energia elétrica) e o crescimento 
da população, das cidades e das atividades urbanas propiciaram uma 
grande expansão da produção de bens e serviços voltados para o 
mercado interno, caracterizando uma paulatina transição de uma 
economia agroexportadora e de subsistência para uma economia 
com predominância urbano industrial.‖ 
Desta forma verificou-se uma forte concentração econômica, inicialmente no 
Rio de Janeiro e, posteriormente em São Paulo, especialmente naquilo que viria a ser 
suas áreas metropolitanas. Diniz diz que ao fim da primeira Guerra Mundial, São Paulo2 
assumiu a liderança da economia nacional, virando referência nacional para a divisão 
regional do trabalho fazendo sua influência se estender a todas as regiões do território 
brasileiro, transformando-as em mercados consumidores dos bens industriais e 
relegando a essas regiões a condição de fornecedora de matérias primas e ou bens de 
consumo intermediário. Em 1970 São Paulo atingiu o ponto máximo como região da 
concentração econômica e industrial. 
O Terceiro período, de acordo com Diniz (2006), é um período que se estende 
até a atualidade e é patrocinado por políticas públicas de desenvolvimento com 
características desconcentradas 
―No terceiro período, iniciado no final da década de 1960, ocorreu 
uma lógica desconcentrada a do capital e da produção, em função do 
crescimento dos custos de produção nas grandes metrópoles (Rio de 
Janeiro e São Paulo), da expansão e integração da rede urbana da 
região centro-sul, da melhoria da infraestrutura no país, da busca de 
recursos naturais (fronteiras agropecuária e mineral), da competição 
entre capitais na busca de abertura ou controle de novos mercados. 
Desta lógica decorreram duas grandes tendências. Uma, levando à 
reconcentração macro espacial da indústria e dos serviços mais 
modernos na grande macro região que vai da metade de Minas 
Gerais à metade do Rio Grande do Sul, incluído o próprio 
alargamento da RMSP. A outra, pela emergência de várias 
macrorregiões complementares ao centro dinâmico da economia 
brasileira ou voltadas para a produção de ―commodities‖ para o 
6 
 
mercado internacional. Esta última corresponde à grande fronteira 
agropecuária das regiões Centro-Oeste e Norte e, mais 
recentemente, dos cerrados nordestinos, à produção mineral da 
Região Norte, à fruticultura irrigada do Nordeste, entre outros‖ 
Nesse período é que os conceitos de planejamento e ordenamento 
territorial patrocinados pelo Estado, começam a serem praticados para 
desenvolver regiões e minimizar as desigualdades sociais existentes no 
território e entre regiões visando o desenvolvimento nacional. Esse 
planejamento foi fortemente influenciado pelo plano de metas de JK pela 
construção de Brasília e também pela preocupação geopolítica de integração 
nacional que possuía o seguinte slogan ("integrar para não entregar”), da qual 
decorreram o acelerado programa de infra estrutura (transportes,energia 
elétrica e telecomunicações) e as políticas regionais para o Norte e Centro-
Oeste, seguindo a política anteriormente implementada para o Nordeste. 
2) O ESTADO E OS PLANOS DE PLANEJAMENTO REGIONAIS 
A partir do recorte temporal iniciado em 1956 com o plano de metas, 
instituído no governo de JK até o início do século XXI, vários programas de 
planejamentos territoriais e regionais foram instituídos pelo governo 
normalmente através de políticas públicas em várias regiões do país, como o 
plano de metas, o PND I e o PND II chamados de plano nacional de 
desenvolvimento, que visavam sempre o desenvolvimento da região ou 
regiões englobadas por cada plano procurando minimizar a desigualdade 
territorial econômica ou social. 
 
2.1) Plano de Metas 
O slogan do Plano de metas instituído por JK no final da década de 50 e 
início da década de 60 era cinquenta anos em cinco. Conforme o site 
CPDOC.FGV. O último grande esforço de diagnóstico dos entraves ao 
crescimento econômico brasileiro fora feito pela Comissão Mista Brasil-Estados 
Unidos entre 1951 e 1953, ainda no governo Vargas. E os estudos dessa 
Comissão assim como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
(BNDE) e os da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe 
7 
 
(CEPAL), apontavam para pontos críticos na economia brasileira que 
precisavam serem reformulados para que pudesse haver um saneamento 
econômico e o país pudesse crescer resolvendo os problemas estruturais 
apontados pela CEPAL e que eram apresentados de fato pelo país. 
Era preciso ousar, e JK em seu governo de 1956 a 1961, ousou ao 
anunciar seu programa de governo – 50 anos de progresso em 5 anos de 
realizações, com pleno respeito às instituições democráticas. O Programa de 
Metas ou Plano de Metas como também era chamado foi o resultado de 30 
objetivos a serem alcançados em diversos setores da economia. Mas 
especificamente cinco setores básicos receberiam os maiores investimentos 
tanto do Estado como da iniciativa privada. E os setores que mais receberam 
recursos foram energia, transportes e indústrias de base, num total de 93% dos 
recursos alocados. Esse percentual demonstra por si só que os outros dois 
setores incluídos no plano, alimentação e educação, não mereceram o mesmo 
tratamento dos primeiros. É importante ressaltar que a construção de Brasília 
não integrava nenhum dos cinco setores. 
―As metas deveriam ser definidas e implementadas em estreita 
harmonia entre si, para que os investimentos em determinados 
setores pudessem refletir-se positivamente na dinâmica de outros. O 
crescimento ocorreria em cadeia. A meta de mecanização da 
agricultura, por exemplo, indicava a necessidade de fabricação de 
tratores, prevista na meta da indústria automobilística. A introdução 
de uma meta de consolidação da indústria automobilística no país 
tinha como objetivo, entre outras coisas, a redução planejada e 
gradativa da importação de veículos.‖ 
As considerações que se podem fazer sobre o plano de metas é que 
apesar de audaciosas, em sua maioria alcançaram resultados positivos, 
podendo ser considerado um dos mais importantes planos. O crescimento das 
indústrias de base, que era um dos principais objetivos e que se mostrou 
fundamental ao processo de industrialização dobrou seu crescimento nos cinco 
anos (1956-1961). 
Conforme (CPDOC,2017) no final do governo de JK o Brasil havia 
mudado; que houve diversos avanços mas também houve críticas; A principal 
crítica foi direcionada a opção de financiamento pelo capital estrangeiro em 
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detrimento de uma política de estabilidade monetária. Wanderlei Messias da 
Costa diz que em termos de território, faz avanço leva o desenvolvimento para 
o interior do país, mas causa grande desigualdade nos costumes e na cultura 
daqueles que vivem no lugar. 
No entanto conclui otimista, afirmando que o crescimento econômico e a 
manutenção da estabilidade política apesar da inflação com as consequências 
daí advindas, deram ao povo brasileiro a esperança de mudança, e o 
sentimento de que o subdesenvolvimento não era uma condição que não seria 
possível mudar. O Brasil já tinha começado a mudar apesar de se ter muita 
coisa ainda a fazer. 
2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND I 
 De acordo com FURTADO, em fins da década de 60, mais precisamente 
no período de 1968 a 1973, o Brasil vivia uma situação econômica confiável. 
Decorrente de reformas ocorridas nos anos anteriores propiciados pelo plano 
de metas e também pelas condições internacionais favoráveis, o país 
ingressou numa sequência de anos marcados pela estabilidade e pelo 
crescimento acelerado da economia. Estava pronto para o próximo passo no 
planejamento de crescimento da economia. E Esse passo foi dado com o– 
Programa Nacional de Desenvolvimento – PND I instituído pela lei Lei 5727 de 
4 de Novembro de 1971. 
―A estratégia de desenvolvimento regional consistirá, especialmente, 
na política de integração nacional, em sentido amplo. A integração 
nacionaI, com significado primordialmente econômico social, destina-
se, do ponto de vista da demanda, a criar mercado interno, capaz de 
manter crescimento acelerado e auto sustentável, e, do ponto de vista 
da produção a permitir a progressiva descentralização econômica. 
Isso se fará pelo estabelecimento de polos regionais no Sul e no 
Nordeste, de sentido integrado agrícola industrial, assim como no 
Planalto Central e na Amazônia, notadamente agrícola mineral, 
complementando-se dessa forma o grande polo do núcleo São Paulo-
Rio-Belo Horizonte. Além da integração de sentido Norte—Sul, entre 
áreas menos desenvolvidas e mais desenvolvidas, realizar-se-á a 
integração de sentido Leste—Oeste, principalmente para permitir a 
associação destes fatores, relativamente abundantes nas duas áreas: 
no Nordeste, mão-de-obra não qualificada, e na Amazônia-Planalto 
Central, terra e outros recursos naturais. Isso implica reorientação 
dos fluxos migratórios, a fim de evitar que se dirijam para os núcleos 
urbanos do Centro-Sul. A política de integração, que visa, 
9 
 
particularmente, desenvolver o Nordeste e ocupar a Amazônia, sem 
prejuízo do crescimento do Centro-Sul, se exercerá: 1) No Nordeste e 
Amazônia, por intermédio dos incentivos fiscais regionais, que lhe são 
privativos, reformulados pelos Decretos-leis n. 11 1.106/70 e 
1.179/71. Nas demais regiões menos desenvolvidas, assim como nas 
áreas de baixo dinamismo no crescimento recente, mediante: ação 
dos bancos oficiais, providências tributárias, transferências da (união, 
regulamentação do ICM e, ainda, investimentos diretos do Governo 
Federal‖ 
Assim, em 1969, o presidente Emílio Médici subia ao poder implantando 
o I PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). Esse plano tinha por objetivo 
reconstruir e modernizar as instituições públicas e privadas investindo em 
infraestrutura e dar continuidade ao acelerado crescimento que o Brasil vinha 
necessitando. De acordo com o governo, a busca do crescimento devia 
processar-se com maior participação do setor privado (FURTADO e 
VASCONCELOS, 2007). Mas o principal objetivo, de fato, desse plano era o de 
levar o Brasil à categoria de país desenvolvido. 
Conforme Furtado e Vasconcelos, para alcançar esse patamar, o 
governo Médici concentrou o polo gerador do desenvolvimento nos estados de 
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, partindo do princípio de que esta 
região seria capaz de assegurar a expansão das indústrias. O governo 
realizou, ainda, empréstimos de capital estrangeiro para investir nas 
instituições e importar tecnologia para aplicar nas indústrias. Com essas 
medidas, o país alcançou resultadosformidáveis ao curto prazo. A taxa média 
de crescimento situou-se acima dos 10% a.a. chegando a 14% em 1973, 
enquanto a taxa de inflação permaneceu entre 15 e 20 %. 
Apesar, da crise do petróleo nessa época, o Brasil passou de 15º para 8º 
lugar entre as maiores economias do mundo e as exposições elevaram-se em 
174% entre 1971 e 1974(FURTADO), caracterizando excelentes resultados do 
primeiro Plano Nacional de desenvolvimento, implantado pelo governo Médici. 
Assim nasceu a dívida externa brasileira e esse período de crescimento foi 
chamado de milagre econômico. 
O PND I – O Plano Nacional de Desenvolvimento tinha como premissa a 
desconcentração econômica e o desenvolvimento regional de regiões 
desiguais através da concentração geográfica de complexos industriais a que 
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(PERROUX, 1967) denomina como polo industrial. Nessa região, em função da 
concentração industrial registram-se efeitos de intensificação das atividades 
econômicas devido à proximidade e a concentração urbana: diversificação do 
consumo, necessidades coletivas de moradia, transportes e serviços públicos, 
rendas de localização, etc, pois o polo transforma seu meio geográfico 
imediato). Dentro desse conceito, vários polos industriais foram estabelecidos e 
várias superintendências regionais foram criadas como a SUDAM, SUDENE, 
SUDECO entre outras visando o desenvolvimento regional das regiões 
desiguais. No texto da lei 5.727 de 4 de Novembro de 1971 era expresso o 
apoio a indústria nacional através de uma Política de tecnologia industrial que 
permitisse acompanhar a revolução mundial nesse setor, bem como adaptar 
tecnologia e inovar de modo autônomo. 
―A construção de centros de tecnologia industrial, ou de fundações 
para pesquisa tecnológica, constituirá a base para colocar a empresa 
na vanguarda da inovação tecnológica e elaborar, até mesmo, ás 
engenharias de produto e de processo. II - Fortalecer a empresa 
privada nacional, equiparando as condições em que opera, em face 
da empresa estrangeira, notadamente quanto a estrutura financeira, 
atualização tecnológica e desenvolvimento gerencial. Ill, - Acentuar o 
papel da indústria como instrumento de transformação tecnológica 
dos demais setores. A execução da política industrial consistirá em: 
1) Desenvolver setores novos, ainda com possibilidades de substituir 
importações e como alta intensidade tecnológica, como indústria 
Química, de Metais Não-Ferrosos, Eletrônica, Aeronáutica (de forma 
seletiva), Construção Naval (setor de supergraneleiros). 2) Consolidar 
indústrias Básicas, por meio dos programas de expansão da indústria 
Siderúrgica, indústria de Bens de Capital, Construção, Minerais Não 
Metálicos etc. 3) Reorganizar as indústrias Tradicionais, para permitir-
lhes crescimento anual, que alcance gradativamente a mesma ordem 
da renda global. 4) Acelerar as exportações de manufaturados e 
semimanufaturados, não só pela promoção do maior número possível 
de ramos tradicionais, mas também pela seleção de ramos industriais 
de tecnologia mais refinada, em que o Brasil possa atuar em escala 
internacional‖ 
 
2.2.1) Desenvolvimento da Região Norte 
De acordo com o texto do PND I 1972/74 a estratégia de 
desenvolvimento regional consistia especialmente, na política de integração 
nacional, em sentido amplo, com significado primordialmente econômico social. 
Destinava-se, do ponto de vista da demanda, a criar mercado interno, capaz de 
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manter crescimento acelerado e autossustentável, do ponto de vista da 
produção a permitir a progressiva descentralização econômica. 
2.2.1) PIN – Programa de Integração Nacional 
Na região norte para haver o desenvolvimento foram planejados e 
criados alguns programas como o PIN – Programa de Integração Nacional que 
possuía o slogan integrar para não entregar, compreendendo principalmente: 
1) A construção da Transamazônica, grande eixo transversal no sentido 
Leste-Oeste, para interligação da Amazônia com o Nordeste; e da Cuiabá-
Santarém (BR-165), eixo longitudinal no sentido Norte-Sul, para conexão com o 
Planalto Central e o Centro-Sul do País, assim como para sua articulação, por 
outro lado, com o sistema rodoviário interamericano. 
2) A implementação do Programa de Colonização na região da 
Transamazônica. Em associação com a iniciativa privada, serão instalados 
núcleos com: escola primária, posto de saúde, igreja, escritório do Banco do 
Brasil, posto de comunicações e posto do Ministério da Agricultura. 
3) O levantamento sistemático, por meio do Projeto RADAM, de toda a 
faixa territorial de influência do Programa, para obter mapas e cartas temáticas 
de sua topografia, cobertura vegetal, geologia e geomorfologia, natureza e 
potencial dos solos, drenagem de superfície etc (cobertura aerofotogramétrica 
de 2.000.000 de km2). 
2.1.2) Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM 
Também para o desenvolvimento da região norte foi criado a 
SUDAM. Conforme o site AMAZONIALEGAL, a SUDAM é uma “Autarquia 
federal vinculada à Secretaria Especial de Políticas Regionais do Ministério do 
Planejamento e Orçamento, destinada a planejar o desenvolvimento da 
Amazônia Legal, área correspondente a 61% do território brasileiro, 
abrangendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, 
Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Administra a política de incentivos 
fiscais para a Amazônia, priorizando setores estratégicos da economia 
Regional”. A SUDAM, foi criada através da Lei 5.173 de 27.10.66, em 
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substituição a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da 
Amazônia – SPVEA (Lei 1.806 de 06.01.1953). Possui a finalidade de: 
 Planejar, coordenar, promover a execução e controlar a ação federal na 
Amazônia Legal, tendo em vista o desenvolvimento regional. 
 Formular, catalisar, mobilizar, induzir, viabilizar iniciativas e recursos 
voltados para o desenvolvimento da Amazônia. 
 Foi criada com a missão de “promover o desenvolvimento da Amazônia, 
contribuindo para a construção de uma sociedade democrática e pluralista com 
ampla participação social, cujo processo de desenvolvimento fosse compatível 
com a base ecológica e sociocultural regional, percorrendo aos avanços da 
Ciência da Tecnologia e promovendo a internalização dos benefícios do 
crescimento econômico” 
 2.1.3) Desenvolvimento da região Nordeste – SUDENE 
No final da década de 50, a atuação da União na região Nordeste é 
predominantemente para remediar os efeitos da seca, e desde o século XIX 
esse é o método adotado pelo governo federal na tentativa de aliviar os 
flagelos da seca na região. O governo brasileiro passa a encarar as secas 
nordestinas como um problema a partir da grande seca de 1877, que mesmo 
sendo um assunto regional, demanda esforços federais, e então o nordeste 
passa a ter sistemas de irrigação, que são realizadas pela construção de 
açudes e barragens. (COHN, 1976) 
Após décadas de construção de açudes e barragens, assim como a criação de 
diversas comissões, companhias e departamentos para tratar o assunto, 
somente depois da criação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em 1952, 
constata-se que os problemas do nordeste são mais econômicos do que de 
engenharia. 
Em 15 de Dezembro de 1959, é sancionada a lei n° 3.692, que cria a 
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), uma autarquia 
subordinada à presidência da república, sendo uma forma de intervenção do 
Estado brasileiro na região nordeste, com o intuito de promover e coordenar o 
13 
 
desenvolvimento da região de acordo com os planos de Juscelino Kubitschek. 
A criação da SUDENE teve como grandes interessados, empresários 
industriais, políticosinteressados e representantes de forças populares como 
as Ligas Camponesas. (OLIVEIRA, FGV) 
A abrangência de atuação da SUDENE compreende os estados do Maranhão, 
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, 
Bahia e parte do estado de Minas Gerais. Com uma área equivalente a 18,4% 
do território brasileiro, a criação da SUDENE foi resultado da constatação feita 
de que o nordeste crescia financeiramente de maneira desigual em relação ao 
centro-sul do Brasil, mesmo com o processo de industrialização na época, a 
criação da superintendência foi necessária para guiar o planejamento para a 
região nordestina. 
A SUDENE teve como secretário executivo, o economista Celso Furtado, que 
ficou à frente do órgão de 1959 até 1964, o mesmo foi responsável pelo 
diagnóstico da região, chamado Uma política de desenvolvimento para o 
Nordeste, de 1959. O instrumento utilizado pela SUDENE para propor e 
orientar o desenvolvimento nordestino era a partir de seu Plano Diretor, porém, 
em 1964 com o início do governo militar, a superintendência foi incorporada ao 
Ministério do Interior, e perdeu sua autonomia inicial, tendo as tomadas de 
decisão centralizadas em Brasília, e com isso, diversos planos não passaram 
ou não eram amplos como se propunha anteriormente. 
O resultado foi que a ideia inicial de neutralizar as disparidades econômicas do 
nordeste com o centro-sul falhou, os empregos gerados na indústria nordestina 
não foram capazes de absorver a quantidade de mão-de-obra disponível, o 
campo continuou sofrendo com a miséria e o grande fluxo de emigrantes para 
outras regiões do Brasil. Os problemas de corrupção levaram a extinção da 
Sudene e da Sudam em 2001, no governo FHC. Posteriormente são recriadas 
em 2007 pelo ex-presidente Lula. 
 
 
 
14 
 
2.1.4) Desenvolvimento da região Centro Oeste - SUDECO 
Durante um período, o planejamento territorial era questão de Estado, e a 
região Centro-Oeste foi essencial para as políticas institucionais para ocupação 
do território. Os dois órgãos estatais que tiveram maior influência na região são 
a Fundação Brasil Central (FBC) (1943-1967) e a Superintendência do 
Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO). A superintendência foi criada a 
partir de Lei N° 5.365 de 01 de dezembro de 1967, a mesma que revogou a 
existência da FBC. A SUDECO, assim como a SUDAM e a SUDESUL, foram 
concebidas a partir do modelo de gestão da SUDENE, criada em 1959. 
O Centro-Oeste é composto pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato 
Grosso do Sul e o Distrito Federal, é uma região de grandes riquezas minerais, 
solos férteis e grande potencial hidráulico, porém, em 1969 a região contribuiu 
em somente 3,1% do PIB, enquanto a região Sudeste era responsável por 
62,8% do Produto Interno Bruto. Esse desiquilíbrio era causado por pelo menos 
dois motivos, baixa densidade demográfica e grande concentração industrial no 
sudeste. Então a SUDECO surge para amenizar esses desequilíbrios 
aumentando o contingente populacional, para se ter mão-de-obra e 
industrializar a região. 
Como a SUDECO foi criada durante o governo militar, o modelo de expansão e 
ocupação no Centro-Oeste foi majoritariamente de estímulo as migrações 
internas e para a urbanização da região, com fins de garantir segurança do 
território, e principalmente com a entrada de capital externo através de 
empresas multinacionais, na sua grande parte empresas ligadas ao 
agronegócio. (ARAÚJO, 2010) 
Marco Aurélio de Araújo (2010), também afirma que a maior parte do capital 
internacional na região passou a controlar grande parte do capital produzido, 
portanto não houve uma grande escala de desenvolvimento da região como um 
todo. A parceria das empresas com a SUDECO garantiu os interesses sociais e 
econômicos de ambos os lados. 
 
 
15 
 
Considerações e críticas ao PND I 
O desenvolvimento da região norte foi criado no contexto da ditadura 
civil militar. Vários planos de desenvolvimento foram realizados é verdade: PIN 
(Plano de Integração Nacional), estradas (Cuiabá-Santarém), criação da 
SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus) em 1967. Na 
década de 1970 a SUDAM (Superintendência para o Desenvolvimento da 
Amazônia). No entanto, estes planos patrocinavam desigualdades sociais 
imensas, como a promoção da grilagem e a concentração da terra, além de 
impactos ambientais de grande repercussão como queimadas, desmatamento, 
tráfico de animais etc.), também pode ser considerado como crítica social a 
estes planos a expropriação de indígenas. E tudo isso patrocinado pelo Estado, 
com incentivos fiscais e projetos coronelistas como o agronegócio e a 
exploração mineral por exemplo. 
Wanderlei Messias da Costa discute sobre os governos militares, sua 
estratégia de dominação de território e Planos Nacional de Desenvolvimento, 
os PND’s. Esta integração territorial causou uma ilusão de igualdade regional e 
ainda, com a expansão do desenvolvimento nacional custa, em grande parte, 
mutilação das comunidades tradicionais e aumento no êxodo rural e formação 
de exército de reserva. A modernização conservadora foi à via latino americana 
para a modernidade de cima para baixo. Torna-se então a modernidade 
proposta por via conservadora muito contraditória e dialética. O campo 
continua concentrado na mão de poucos latifundiários. Também é abordado os 
super órgãos governamentais, o programa decenal, com foco nos polos de 
crescimento de Perroux, que não foi implantado e o programa estratégico, 
integralista com foco na Amazônia e desenvolvimento industrial. 
2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND II 
O II Plano Nacional de Desenvolvimento de (1975-1979) surge no 
governo de Ernesto Geisel do qual foi o último plano de desenvolvimento 
econômico inserido no Brasil. O PND II evidentemente caracteriza-se como um 
plano de desenvolvimento econômico, por ambicionar elevados aumentos ao 
que diz a respeito sobre as taxas de crescimento econômico, focado em 
16 
 
setores de elevado espectro, e seus bens de capital em particular, no qual 
pretendia consignar um desenvolvimento de democratização caracterizado, 
melhor distribuição da renda. No qual não se faz necessário abarrotar o vazio 
dos planejamentos anteriores decorrente em planos passados, porém é de 
bom agrado explorar boas ideias desenvolvidas anteriormente, visando o 
momento político e econômico a época. 
―O Brasil se empenhará, até o fim da década, em manter o impulso 
que a Revolução vem procurando gerar, para cobrir a área de 
fronteira entre o subdesenvolvimento e o desenvolvimento, 
Essa próxima etapa será, necessariamente marcada pela influência 
de fatores relacionados com a situação internacional, principalmente 
quanto à crise de energia. 
O país está cônscio das dificuldades para manter o crescimento 
acelerado dos últimos anos, mas reafirma a sua determinação de 
superá-las, na expectativa de que se realize esforço no sentido de 
caminhar, progressivamente, para razoável normalidade do cenário 
mundial. 
Será preciso acostumarmo-nos à ideia de que o mundo enfrentará 
graves problemas, provavelmente crises. 
O Brasil deverá conviver com eles, procurando preservar a sua 
capacidade de desenvolvimento e explorando novos caminhos e 
alternativas. 
A nação será mobilizada para, crescendo rapidamente – sem 
transferi-las para o futuro -, enfrentará as tarefas de desenvolver as 
novas frentes, no Nordeste, da Amazônia e no Centro-Oeste, e de 
impulsionar o desenvolvimento social. 
O modelo a consolidar, econômica e, em particular, socialmente, está 
voltado para o homem brasileiro, nunca perdendo de vista a 
preocupação com os destinos humanos da sociedadeque desejamos 
construir.‖ (República Federativa do Brasil 1975-1979, p15 II Plano 
Nacional de Desenvolvimento). 
 
Os objetivos do plano foram relativamente altos, como A renda precipita 
nacional em 1979 ultrapassando aos mil dólares, PIB (Produto Interno Bruto) 
acima dos US$ 100 bilhões, criação de oportunidades de emprego com taxas 
superiores a 3,5%, aumento da população economicamente ativa, aumento do 
comércio exterior, seriam essas algumas das metas postadas diante do II PND. 
17 
 
A ideia de consolidar o país como uma sociedade industrial moderna já é 
vigente no II PND, avanço de indústrias básicas, desenvolvimento científico e 
tecnológico, e o de infra estrutura econômica. O Plano se sugeriu a efetuar 
uma adaptação estrutural na economia do país, no momento que os ajustes 
conjunturais são responsáveis por medidas de fiscalização da economia ou da 
gestão de políticas econômicas, ao breve prazo, decorrente da utilização de 
utensílio como taxa de câmbio, taxa básica de juros, códigos para a exportação 
importação, tributação, etc. Com objetivo de reorganizar essas bases 
econômicas. 
O crescimento recente foi responsável pala aceleração da expansão 
Industrial, o produto teve aumento de 86% em seus cinco anos (1968 a 1973) 
com relação ao rápido aumento das importações também associado à investida 
às exportações se aumentaram 230% ao mesmo período, as exportações de 
manufaturados e o conjunto de minérios e produtos agrícolas tiveram aumento 
de 380% segundo o próprio II PND. 
Visando sustentar o papel da Indústria, é necessário a obtenção de 
maior contribuição do PIB, das áreas de Agroindústria, Mineração, Pecuária, 
Agricultura e aumento do setor terciário. O projeto do II PND não teve o 
contentamento da parte empresarial do país, decorrente de não participação e 
elaboração do plano sendo que em suma a maior parte dos empresários era 
responsável por indústrias manufatureiras das quais não obtiveram nenhum 
incentivo por parte do plano. Tendo em vista que as linhas de crédito eram 
destinadas aos setores selecionados pelo plano, essa contrariedade leva 
conflito nas boas relações até então existentes entre governo e elite 
empresarial brasileira. Ao que diz a respeito da ala mais liberal do 
empresariado desacertou dos acrescentes do salário mínimo e do abono 
salarial cedido em 1974, dos quais eram de caráter populista e inflacionário. 
Efetivação de uma economia moderna consolidada ocupando o centro-
sul e incluindo gradativamente novos setores áreas das demasiadas regiões, 
com investimentos de cerca de Cr 717 bilhões (cruzeiro era a moeda da época) 
visando o desenvolvimento científico tecnológico, infraestrutura energia, 
transportes, indústrias básicas e comunicações. 
18 
 
Visando a Integração Nacional, o ideal de aproveitar-se da utilização do 
território brasileiro, e a disposição de recursos humanos, e a aproveitamento 
dos recursos econômicos já consolidados em novas regiões, manutenção do 
crescimento econômico rápido explorando potencialmente novos mercados 
externos. 
―Integração com a economia mundial, para abrir ao País novas 
opções de progresso. O propósito é tirar proveito da realidade 
recente, de níveis mais altos de relacionamento entre os diferentes 
blocos, sem com isso tornar mais vulneráveis os objetos econômicos 
nacionais.‖ (República Federativa do Brasil 1975-1979, p 36 II Plano 
Nacional de Desenvolvimento). 
 
A integração nacional era uma de das principais ações no II PND, 
visando maior igualdade político-econômica entre as regiões e macrorregiões 
do país, o plano não apoiava uma nova divisão do país por regionalização ou 
afins. 
―O que se procurou fazer foi, desde logo, criar novo e poderoso polo 
de desenvolvimento, através da fusão Guanabara-Estado do Rio de 
Janeiro, para que, no núcleo mais desenvolvido do País, melhor 
equilíbrio econômico-geográfico se estabeleça no triângulo São Paulo 
-Rio-Belo Horizonte. Ao lado disso, o que se afigura prioritário, em 
matéria de divisão territorial, é considerar um ou dois pontos 
importantes da ocupação do subcontinente Amazônia-Centro Oeste, 
com atenção especial à situação de Mato Grosso.‖ (República 
Federativa do Brasil 1975-1979, p 57 II Plano Nacional de 
Desenvolvimento). 
A integração nacional vê a Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste como 
conjunto de regiões de fluxo de influência de produção, visando o casamento 
entre mão de obra, recursos naturais e terras, atendendo segmentos da 
indústria, áreas para ampliação do mercado. Contribuição significativa de 
crescimento do PIB como resultado dos projetos já implantados, integração 
entre regiões com infraestrutura de transportes, Transamazônica, Cuiabá-
Santarém e comunicações. Efetivação de Programa de Investimentos Cr 165 
bilhões entre 1975-1979 ao Nordeste e Amazônia e Centro-Oeste, políticas de 
colonização e desenvolvimento orientado segundo o II PND. 
19 
 
O desenrolar da política científica e tecnológica necessitará preocupar-
se com o desperdício ao que diz respeito aos recursos naturais, com enfoque 
aos não renováveis e expandir o conteúdo tecnológico do mercado externo, 
influenciar em práticas voltadas contra a poluição ambiental, sem 
necessariamente diminuir o desenvolvimento de ações produtivas. 
Desenvolvimento de tecnologias nuclear, atividades espaciais, oceanografia 
voltado para aplicação e solução de problemas da nação. 
Criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico e mudança do CNPq até então atual Conselho Nacional de 
Pesquisa o conselho tinha previsto a ligação entre à Secretaria de 
Planejamento de Presidência no qual seria parte do auxílio ao Governo, na 
coordenação de Política de ciência e tecnologia. 
O II Plano Nacional de Desenvolvimento obteve firmação devido ao 
capital financeiro nacional, porém embora com os investimentos consolidados o 
plano não obteve de fato a conclusão da qual se esperava, no qual gerou 
aumento da dívida externa nacional consideravelmente no período do II PND. 
 
3) CONCLUSÃO 
 
O papel do Estado no Brasil no que diz respeito ao planejamento e as 
políticas públicas de desenvolvimento, em escala nacional, regional ou local, 
são influenciados pelo poder oligárquico, via clientelismo, coronelismo, 
senhores de terra desde a fase colonial, atrelada direta ou indiretamente pela 
política de ocupação representada pela transposição das Sesmarias 
outorgadas por Portugal. 
Através da linha do tempo da história brasileira foram registrados vários 
ciclos econômicos, como os ciclos da cana de açúcar no nordeste; do ouro no 
centro oeste e minas gerais; ciclo cafeeiro concentrado em São Paulo; cacau 
na Bahia e borracha na Amazônia. 
Cabe salientar que esses ciclos da economia brasileira não podem ser 
considerados como planejamento com participação do Estado. Foram 
acontecimentos localizados em diversas regiões com a concentração de terra e 
renda, sem a participação do Estado como efetivo desenvolvedor de melhorias 
20 
 
regionais, apesar da implantação de infraestruturas como estradas e ferrovias. 
Estes ciclos aconteceram em situações regionais distintas, causadas pelo 
aproveitamento e exploração do território e seus recursos com interesses 
econômicos de origem oligárquica e monopolista. 
Diversos planos na república podem ser considerados como 
planejamento estruturado tais como; plano de metas, PIN, Plano Nacional de 
Desenvolvimento e tantas outras tentativas de um desenvolvimento regional no 
século vinte. Essas políticas desenvolvimentistas são de viés da melhoria e 
qualidade de setores principalmente como sociedade, recursos industriais, 
financeiros, humanos e tecnológicos,dos quais as relações administrativas 
como planejar, estruturar e regular são extremamente necessárias ao que diz 
respeito a execução dos projetos e aplicação de forma efetiva dessas ações. 
De forma que no Brasil alguns dos planos apresentados no decorrer dos anos 
não apresentaram consolidações efetiva dos planejamentos, podendo se 
considerar como um projeto fracassado, é o caso do primeiro PND, do qual não 
conseguiu reproduzir e concretizar suas ações, outro caso seria o II PND, que 
consolidou algumas de suas políticas mas não todas tabuladas no plano, 
motivadas por planejamento orçamentário deficiente em relação ao custeio de 
implantação das políticas públicas. 
O PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional) é instituído em 2007 
pela Lei N°6.047, tem por propósito reduzir as desigualdades regionais e 
alavancar as potencialidades de cada região, dotando-os de infraestrutura e 
tecnologia, capacitar a população e melhorar a qualidade de vida em todas as 
regiões. Por fim, promover a dinamização das regiões e a distribuição das 
atividades produtivas. 
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) promoveu a retomada de 
grandes projetos de infraestrutura social, urbana, energética e logística afim de 
induzir o desenvolvimento. O PAC contribuiu para o aumento do emprego e da 
renda, aumentando a quantidade de obras públicas e privadas. Atenuou os 
efeitos da crise econômica mundial de 2008, mantendo empregos e o 
consumo. Ainda é um programa que atua no país, porém em menor amplitude. 
Como consequência do planejamento deficitário, houve um aumento na dívida 
externa do Brasil. Também é de extrema necessidade apresentar uma “rota de 
21 
 
fuga”, caso o planejamento base não possa ser concluído, para que o plano 
não fique apenas em papel sem a devida execução. 
Concluindo, pode-se afirmar que os planejamentos em qualquer escala 
são de fundamental importância para o crescimento econômico de um Estado 
Nacional. No entanto, a aplicação de todos os planos que deveriam levar o 
desenvolvimento à região não está contemplando o desenvolvimento social 
como deveria fazer. Questiona-se o planejamento como melhoria, para quem e 
a que preço? Pois em muitos lugares onde chega esse planejamento e 
crescimento econômico, persiste a desigualdade social determinada pela 
concentração de terra e renda patrocinada pelos poderes da oligarquia. 
Nas últimas décadas, podemos dizer que as desigualdades regionais 
persistem e mesmo se aprofundam, com consolidação da integração da 
economia nacional e forte concentração espacial das atividades e serviços 
modernos no Centro-Sul do país. Outros exemplos que podem ser 
considerados: I e II PND, coronelismo atuante até hoje, por isso o Brasil vive o 
moderno e o arcaico, onde a modernização industrial chegou, mas, as relações 
sociais continuam como eram desde o início da formação territorial do Brasil. 
para finalizar pode-se dizer ainda que esses planos foram causadores de 
conflitos sociais e ambientais dentro da região em que foram implantados como 
por exemplo a fronteira agrícola. 
É um longo caminho até a concretização de planos de planejamento 
local, regional ou nacional que tragam efetivamente a melhoria de vida para a 
população das regiões onde são estabelecidos, bastando para isso pensar o 
desenvolvimento regional como desenvolvimento da sociedade. 
4) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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