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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA BRIAN GUILHERME CHIMANSKI LUCAS CAMARGO MACIEL RICARDO CARDON PODOLSKY ESTADO E O PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL CURITIBA 2017 2 ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA BRIAN GUILHERME CHIMANSKI LUCAS CAMARGO MACIEL RICARDO CARDON PODOLSKY ESTADO E PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL Trabalho de graduação apresentada à disciplina GB071 – Geografia do Brasil do Curso de Geografia do Setor de Ciências da Terra da Universidade Federal do Paraná. Prof. Dr. Danilo Volochko. CURITIBA 2017 3 Sumário 1) INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 2) O ESTADO E OS PLANOS DE PLANEJAMENTO REGIONAIS.................................................................................................................6 2.1) Plano de Metas...........................................................................................6 2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND I.............................................8 2.2.1) Desenvolvimento da Região Norte........................................................10 2.2.1) PIN – Programa de Integração Nacional...............................................11 2.1.2) Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM..........11 2.1.3) Desenvolvimento da região Nordeste SUDENE........................................12 2.1.4) Desenvolvimento da região Centro Oeste – SUDECO.........................14 2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND II.........................................15 3) Conclusão...................................................................................................19 4) Referências Bibliográficas...........................................................................21 4 1) INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é dissertar sobre o planejamento regional brasileiro desde sua origem e a participação do Estado na história brasileira, fazendo-se um relacionamento da formação territorial, ordenamento territorial, planejamento e políticas públicas de desenvolvimento do Estado brasileiro. Evidenciar a importância do planejamento nacional, regional ou local como fonte alavancadora do progresso em um país, uma região ou uma cidade. Conforme (DINIZ, 2006) Ao longo da história brasileira podem ser observados pelo menos três grandes períodos, com diferentes características da dinâmica regional e da configuração territorial. O primeiro período, é coincidente com o descobrimento do Brasil e se estende até o século XIX, este é o maior período da história brasileira, onde se junta vários acontecimentos na área econômica e demográfica do território colonial. Os acontecimentos ocorreram em função do comercio mercantilista patrocinado pela coroa portuguesa inserindo as atividades produtoras no mercado internacional, não só na fase colonial com exclusividade da metrópole portuguesa mas também se estendendo a fase de país independente como exportador de produto primário de origem agrícola em referência a cana de açúcar produzida no nordeste nos séculos XVI e XVII, de algodão, no Maranhão, no século XIX; de madeira e erva mate no Paraná e Santa Catarina, desde o século XIX; de café nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, nos séculos XIX e XX; de borracha, na região amazônica, no final do século XIX e início do século XX, de pecuária, no Rio Grande do Sul, desde o século XVI. Bem como extração vegetal representado no início pelo pau brasil principalmente no século XVI e mineral como ouro no século XVIII extraído das Minas gerais, com extensões para Goiás e Mato Grosso. A dinâmica de exploração de cada uma dessas atividades era dependente da necessidade que o mercado interacional exigia. (DINIZ,2006). 5 O Segundo período, conforme Clélio Campolina Diniz, representante da CEPAL no escritório Brasil, relata que o segundo período teve uma duração menor e se refere à formação de uma economia nacional: ―O segundo período se inicia na segunda metade do século XIX e vai até o final da década de 1960. Ele corresponde à formação de uma economia nacional, com diversificação produtiva, crescimento industrial e urbano e integração do mercado. Embora na primeira fase ainda predominassem atividades exportadoras, a ampliação do trabalho assalariado, a eliminação da escravidão, o desenvolvimento da infraestrutura (ferrovias, rodovias, energia elétrica) e o crescimento da população, das cidades e das atividades urbanas propiciaram uma grande expansão da produção de bens e serviços voltados para o mercado interno, caracterizando uma paulatina transição de uma economia agroexportadora e de subsistência para uma economia com predominância urbano industrial.‖ Desta forma verificou-se uma forte concentração econômica, inicialmente no Rio de Janeiro e, posteriormente em São Paulo, especialmente naquilo que viria a ser suas áreas metropolitanas. Diniz diz que ao fim da primeira Guerra Mundial, São Paulo2 assumiu a liderança da economia nacional, virando referência nacional para a divisão regional do trabalho fazendo sua influência se estender a todas as regiões do território brasileiro, transformando-as em mercados consumidores dos bens industriais e relegando a essas regiões a condição de fornecedora de matérias primas e ou bens de consumo intermediário. Em 1970 São Paulo atingiu o ponto máximo como região da concentração econômica e industrial. O Terceiro período, de acordo com Diniz (2006), é um período que se estende até a atualidade e é patrocinado por políticas públicas de desenvolvimento com características desconcentradas ―No terceiro período, iniciado no final da década de 1960, ocorreu uma lógica desconcentrada a do capital e da produção, em função do crescimento dos custos de produção nas grandes metrópoles (Rio de Janeiro e São Paulo), da expansão e integração da rede urbana da região centro-sul, da melhoria da infraestrutura no país, da busca de recursos naturais (fronteiras agropecuária e mineral), da competição entre capitais na busca de abertura ou controle de novos mercados. Desta lógica decorreram duas grandes tendências. Uma, levando à reconcentração macro espacial da indústria e dos serviços mais modernos na grande macro região que vai da metade de Minas Gerais à metade do Rio Grande do Sul, incluído o próprio alargamento da RMSP. A outra, pela emergência de várias macrorregiões complementares ao centro dinâmico da economia brasileira ou voltadas para a produção de ―commodities‖ para o 6 mercado internacional. Esta última corresponde à grande fronteira agropecuária das regiões Centro-Oeste e Norte e, mais recentemente, dos cerrados nordestinos, à produção mineral da Região Norte, à fruticultura irrigada do Nordeste, entre outros‖ Nesse período é que os conceitos de planejamento e ordenamento territorial patrocinados pelo Estado, começam a serem praticados para desenvolver regiões e minimizar as desigualdades sociais existentes no território e entre regiões visando o desenvolvimento nacional. Esse planejamento foi fortemente influenciado pelo plano de metas de JK pela construção de Brasília e também pela preocupação geopolítica de integração nacional que possuía o seguinte slogan ("integrar para não entregar”), da qual decorreram o acelerado programa de infra estrutura (transportes,energia elétrica e telecomunicações) e as políticas regionais para o Norte e Centro- Oeste, seguindo a política anteriormente implementada para o Nordeste. 2) O ESTADO E OS PLANOS DE PLANEJAMENTO REGIONAIS A partir do recorte temporal iniciado em 1956 com o plano de metas, instituído no governo de JK até o início do século XXI, vários programas de planejamentos territoriais e regionais foram instituídos pelo governo normalmente através de políticas públicas em várias regiões do país, como o plano de metas, o PND I e o PND II chamados de plano nacional de desenvolvimento, que visavam sempre o desenvolvimento da região ou regiões englobadas por cada plano procurando minimizar a desigualdade territorial econômica ou social. 2.1) Plano de Metas O slogan do Plano de metas instituído por JK no final da década de 50 e início da década de 60 era cinquenta anos em cinco. Conforme o site CPDOC.FGV. O último grande esforço de diagnóstico dos entraves ao crescimento econômico brasileiro fora feito pela Comissão Mista Brasil-Estados Unidos entre 1951 e 1953, ainda no governo Vargas. E os estudos dessa Comissão assim como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e os da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe 7 (CEPAL), apontavam para pontos críticos na economia brasileira que precisavam serem reformulados para que pudesse haver um saneamento econômico e o país pudesse crescer resolvendo os problemas estruturais apontados pela CEPAL e que eram apresentados de fato pelo país. Era preciso ousar, e JK em seu governo de 1956 a 1961, ousou ao anunciar seu programa de governo – 50 anos de progresso em 5 anos de realizações, com pleno respeito às instituições democráticas. O Programa de Metas ou Plano de Metas como também era chamado foi o resultado de 30 objetivos a serem alcançados em diversos setores da economia. Mas especificamente cinco setores básicos receberiam os maiores investimentos tanto do Estado como da iniciativa privada. E os setores que mais receberam recursos foram energia, transportes e indústrias de base, num total de 93% dos recursos alocados. Esse percentual demonstra por si só que os outros dois setores incluídos no plano, alimentação e educação, não mereceram o mesmo tratamento dos primeiros. É importante ressaltar que a construção de Brasília não integrava nenhum dos cinco setores. ―As metas deveriam ser definidas e implementadas em estreita harmonia entre si, para que os investimentos em determinados setores pudessem refletir-se positivamente na dinâmica de outros. O crescimento ocorreria em cadeia. A meta de mecanização da agricultura, por exemplo, indicava a necessidade de fabricação de tratores, prevista na meta da indústria automobilística. A introdução de uma meta de consolidação da indústria automobilística no país tinha como objetivo, entre outras coisas, a redução planejada e gradativa da importação de veículos.‖ As considerações que se podem fazer sobre o plano de metas é que apesar de audaciosas, em sua maioria alcançaram resultados positivos, podendo ser considerado um dos mais importantes planos. O crescimento das indústrias de base, que era um dos principais objetivos e que se mostrou fundamental ao processo de industrialização dobrou seu crescimento nos cinco anos (1956-1961). Conforme (CPDOC,2017) no final do governo de JK o Brasil havia mudado; que houve diversos avanços mas também houve críticas; A principal crítica foi direcionada a opção de financiamento pelo capital estrangeiro em 8 detrimento de uma política de estabilidade monetária. Wanderlei Messias da Costa diz que em termos de território, faz avanço leva o desenvolvimento para o interior do país, mas causa grande desigualdade nos costumes e na cultura daqueles que vivem no lugar. No entanto conclui otimista, afirmando que o crescimento econômico e a manutenção da estabilidade política apesar da inflação com as consequências daí advindas, deram ao povo brasileiro a esperança de mudança, e o sentimento de que o subdesenvolvimento não era uma condição que não seria possível mudar. O Brasil já tinha começado a mudar apesar de se ter muita coisa ainda a fazer. 2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND I De acordo com FURTADO, em fins da década de 60, mais precisamente no período de 1968 a 1973, o Brasil vivia uma situação econômica confiável. Decorrente de reformas ocorridas nos anos anteriores propiciados pelo plano de metas e também pelas condições internacionais favoráveis, o país ingressou numa sequência de anos marcados pela estabilidade e pelo crescimento acelerado da economia. Estava pronto para o próximo passo no planejamento de crescimento da economia. E Esse passo foi dado com o– Programa Nacional de Desenvolvimento – PND I instituído pela lei Lei 5727 de 4 de Novembro de 1971. ―A estratégia de desenvolvimento regional consistirá, especialmente, na política de integração nacional, em sentido amplo. A integração nacionaI, com significado primordialmente econômico social, destina- se, do ponto de vista da demanda, a criar mercado interno, capaz de manter crescimento acelerado e auto sustentável, e, do ponto de vista da produção a permitir a progressiva descentralização econômica. Isso se fará pelo estabelecimento de polos regionais no Sul e no Nordeste, de sentido integrado agrícola industrial, assim como no Planalto Central e na Amazônia, notadamente agrícola mineral, complementando-se dessa forma o grande polo do núcleo São Paulo- Rio-Belo Horizonte. Além da integração de sentido Norte—Sul, entre áreas menos desenvolvidas e mais desenvolvidas, realizar-se-á a integração de sentido Leste—Oeste, principalmente para permitir a associação destes fatores, relativamente abundantes nas duas áreas: no Nordeste, mão-de-obra não qualificada, e na Amazônia-Planalto Central, terra e outros recursos naturais. Isso implica reorientação dos fluxos migratórios, a fim de evitar que se dirijam para os núcleos urbanos do Centro-Sul. A política de integração, que visa, 9 particularmente, desenvolver o Nordeste e ocupar a Amazônia, sem prejuízo do crescimento do Centro-Sul, se exercerá: 1) No Nordeste e Amazônia, por intermédio dos incentivos fiscais regionais, que lhe são privativos, reformulados pelos Decretos-leis n. 11 1.106/70 e 1.179/71. Nas demais regiões menos desenvolvidas, assim como nas áreas de baixo dinamismo no crescimento recente, mediante: ação dos bancos oficiais, providências tributárias, transferências da (união, regulamentação do ICM e, ainda, investimentos diretos do Governo Federal‖ Assim, em 1969, o presidente Emílio Médici subia ao poder implantando o I PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). Esse plano tinha por objetivo reconstruir e modernizar as instituições públicas e privadas investindo em infraestrutura e dar continuidade ao acelerado crescimento que o Brasil vinha necessitando. De acordo com o governo, a busca do crescimento devia processar-se com maior participação do setor privado (FURTADO e VASCONCELOS, 2007). Mas o principal objetivo, de fato, desse plano era o de levar o Brasil à categoria de país desenvolvido. Conforme Furtado e Vasconcelos, para alcançar esse patamar, o governo Médici concentrou o polo gerador do desenvolvimento nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, partindo do princípio de que esta região seria capaz de assegurar a expansão das indústrias. O governo realizou, ainda, empréstimos de capital estrangeiro para investir nas instituições e importar tecnologia para aplicar nas indústrias. Com essas medidas, o país alcançou resultadosformidáveis ao curto prazo. A taxa média de crescimento situou-se acima dos 10% a.a. chegando a 14% em 1973, enquanto a taxa de inflação permaneceu entre 15 e 20 %. Apesar, da crise do petróleo nessa época, o Brasil passou de 15º para 8º lugar entre as maiores economias do mundo e as exposições elevaram-se em 174% entre 1971 e 1974(FURTADO), caracterizando excelentes resultados do primeiro Plano Nacional de desenvolvimento, implantado pelo governo Médici. Assim nasceu a dívida externa brasileira e esse período de crescimento foi chamado de milagre econômico. O PND I – O Plano Nacional de Desenvolvimento tinha como premissa a desconcentração econômica e o desenvolvimento regional de regiões desiguais através da concentração geográfica de complexos industriais a que 10 (PERROUX, 1967) denomina como polo industrial. Nessa região, em função da concentração industrial registram-se efeitos de intensificação das atividades econômicas devido à proximidade e a concentração urbana: diversificação do consumo, necessidades coletivas de moradia, transportes e serviços públicos, rendas de localização, etc, pois o polo transforma seu meio geográfico imediato). Dentro desse conceito, vários polos industriais foram estabelecidos e várias superintendências regionais foram criadas como a SUDAM, SUDENE, SUDECO entre outras visando o desenvolvimento regional das regiões desiguais. No texto da lei 5.727 de 4 de Novembro de 1971 era expresso o apoio a indústria nacional através de uma Política de tecnologia industrial que permitisse acompanhar a revolução mundial nesse setor, bem como adaptar tecnologia e inovar de modo autônomo. ―A construção de centros de tecnologia industrial, ou de fundações para pesquisa tecnológica, constituirá a base para colocar a empresa na vanguarda da inovação tecnológica e elaborar, até mesmo, ás engenharias de produto e de processo. II - Fortalecer a empresa privada nacional, equiparando as condições em que opera, em face da empresa estrangeira, notadamente quanto a estrutura financeira, atualização tecnológica e desenvolvimento gerencial. Ill, - Acentuar o papel da indústria como instrumento de transformação tecnológica dos demais setores. A execução da política industrial consistirá em: 1) Desenvolver setores novos, ainda com possibilidades de substituir importações e como alta intensidade tecnológica, como indústria Química, de Metais Não-Ferrosos, Eletrônica, Aeronáutica (de forma seletiva), Construção Naval (setor de supergraneleiros). 2) Consolidar indústrias Básicas, por meio dos programas de expansão da indústria Siderúrgica, indústria de Bens de Capital, Construção, Minerais Não Metálicos etc. 3) Reorganizar as indústrias Tradicionais, para permitir- lhes crescimento anual, que alcance gradativamente a mesma ordem da renda global. 4) Acelerar as exportações de manufaturados e semimanufaturados, não só pela promoção do maior número possível de ramos tradicionais, mas também pela seleção de ramos industriais de tecnologia mais refinada, em que o Brasil possa atuar em escala internacional‖ 2.2.1) Desenvolvimento da Região Norte De acordo com o texto do PND I 1972/74 a estratégia de desenvolvimento regional consistia especialmente, na política de integração nacional, em sentido amplo, com significado primordialmente econômico social. Destinava-se, do ponto de vista da demanda, a criar mercado interno, capaz de 11 manter crescimento acelerado e autossustentável, do ponto de vista da produção a permitir a progressiva descentralização econômica. 2.2.1) PIN – Programa de Integração Nacional Na região norte para haver o desenvolvimento foram planejados e criados alguns programas como o PIN – Programa de Integração Nacional que possuía o slogan integrar para não entregar, compreendendo principalmente: 1) A construção da Transamazônica, grande eixo transversal no sentido Leste-Oeste, para interligação da Amazônia com o Nordeste; e da Cuiabá- Santarém (BR-165), eixo longitudinal no sentido Norte-Sul, para conexão com o Planalto Central e o Centro-Sul do País, assim como para sua articulação, por outro lado, com o sistema rodoviário interamericano. 2) A implementação do Programa de Colonização na região da Transamazônica. Em associação com a iniciativa privada, serão instalados núcleos com: escola primária, posto de saúde, igreja, escritório do Banco do Brasil, posto de comunicações e posto do Ministério da Agricultura. 3) O levantamento sistemático, por meio do Projeto RADAM, de toda a faixa territorial de influência do Programa, para obter mapas e cartas temáticas de sua topografia, cobertura vegetal, geologia e geomorfologia, natureza e potencial dos solos, drenagem de superfície etc (cobertura aerofotogramétrica de 2.000.000 de km2). 2.1.2) Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM Também para o desenvolvimento da região norte foi criado a SUDAM. Conforme o site AMAZONIALEGAL, a SUDAM é uma “Autarquia federal vinculada à Secretaria Especial de Políticas Regionais do Ministério do Planejamento e Orçamento, destinada a planejar o desenvolvimento da Amazônia Legal, área correspondente a 61% do território brasileiro, abrangendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Administra a política de incentivos fiscais para a Amazônia, priorizando setores estratégicos da economia Regional”. A SUDAM, foi criada através da Lei 5.173 de 27.10.66, em 12 substituição a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia – SPVEA (Lei 1.806 de 06.01.1953). Possui a finalidade de: Planejar, coordenar, promover a execução e controlar a ação federal na Amazônia Legal, tendo em vista o desenvolvimento regional. Formular, catalisar, mobilizar, induzir, viabilizar iniciativas e recursos voltados para o desenvolvimento da Amazônia. Foi criada com a missão de “promover o desenvolvimento da Amazônia, contribuindo para a construção de uma sociedade democrática e pluralista com ampla participação social, cujo processo de desenvolvimento fosse compatível com a base ecológica e sociocultural regional, percorrendo aos avanços da Ciência da Tecnologia e promovendo a internalização dos benefícios do crescimento econômico” 2.1.3) Desenvolvimento da região Nordeste – SUDENE No final da década de 50, a atuação da União na região Nordeste é predominantemente para remediar os efeitos da seca, e desde o século XIX esse é o método adotado pelo governo federal na tentativa de aliviar os flagelos da seca na região. O governo brasileiro passa a encarar as secas nordestinas como um problema a partir da grande seca de 1877, que mesmo sendo um assunto regional, demanda esforços federais, e então o nordeste passa a ter sistemas de irrigação, que são realizadas pela construção de açudes e barragens. (COHN, 1976) Após décadas de construção de açudes e barragens, assim como a criação de diversas comissões, companhias e departamentos para tratar o assunto, somente depois da criação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em 1952, constata-se que os problemas do nordeste são mais econômicos do que de engenharia. Em 15 de Dezembro de 1959, é sancionada a lei n° 3.692, que cria a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), uma autarquia subordinada à presidência da república, sendo uma forma de intervenção do Estado brasileiro na região nordeste, com o intuito de promover e coordenar o 13 desenvolvimento da região de acordo com os planos de Juscelino Kubitschek. A criação da SUDENE teve como grandes interessados, empresários industriais, políticosinteressados e representantes de forças populares como as Ligas Camponesas. (OLIVEIRA, FGV) A abrangência de atuação da SUDENE compreende os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do estado de Minas Gerais. Com uma área equivalente a 18,4% do território brasileiro, a criação da SUDENE foi resultado da constatação feita de que o nordeste crescia financeiramente de maneira desigual em relação ao centro-sul do Brasil, mesmo com o processo de industrialização na época, a criação da superintendência foi necessária para guiar o planejamento para a região nordestina. A SUDENE teve como secretário executivo, o economista Celso Furtado, que ficou à frente do órgão de 1959 até 1964, o mesmo foi responsável pelo diagnóstico da região, chamado Uma política de desenvolvimento para o Nordeste, de 1959. O instrumento utilizado pela SUDENE para propor e orientar o desenvolvimento nordestino era a partir de seu Plano Diretor, porém, em 1964 com o início do governo militar, a superintendência foi incorporada ao Ministério do Interior, e perdeu sua autonomia inicial, tendo as tomadas de decisão centralizadas em Brasília, e com isso, diversos planos não passaram ou não eram amplos como se propunha anteriormente. O resultado foi que a ideia inicial de neutralizar as disparidades econômicas do nordeste com o centro-sul falhou, os empregos gerados na indústria nordestina não foram capazes de absorver a quantidade de mão-de-obra disponível, o campo continuou sofrendo com a miséria e o grande fluxo de emigrantes para outras regiões do Brasil. Os problemas de corrupção levaram a extinção da Sudene e da Sudam em 2001, no governo FHC. Posteriormente são recriadas em 2007 pelo ex-presidente Lula. 14 2.1.4) Desenvolvimento da região Centro Oeste - SUDECO Durante um período, o planejamento territorial era questão de Estado, e a região Centro-Oeste foi essencial para as políticas institucionais para ocupação do território. Os dois órgãos estatais que tiveram maior influência na região são a Fundação Brasil Central (FBC) (1943-1967) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO). A superintendência foi criada a partir de Lei N° 5.365 de 01 de dezembro de 1967, a mesma que revogou a existência da FBC. A SUDECO, assim como a SUDAM e a SUDESUL, foram concebidas a partir do modelo de gestão da SUDENE, criada em 1959. O Centro-Oeste é composto pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, é uma região de grandes riquezas minerais, solos férteis e grande potencial hidráulico, porém, em 1969 a região contribuiu em somente 3,1% do PIB, enquanto a região Sudeste era responsável por 62,8% do Produto Interno Bruto. Esse desiquilíbrio era causado por pelo menos dois motivos, baixa densidade demográfica e grande concentração industrial no sudeste. Então a SUDECO surge para amenizar esses desequilíbrios aumentando o contingente populacional, para se ter mão-de-obra e industrializar a região. Como a SUDECO foi criada durante o governo militar, o modelo de expansão e ocupação no Centro-Oeste foi majoritariamente de estímulo as migrações internas e para a urbanização da região, com fins de garantir segurança do território, e principalmente com a entrada de capital externo através de empresas multinacionais, na sua grande parte empresas ligadas ao agronegócio. (ARAÚJO, 2010) Marco Aurélio de Araújo (2010), também afirma que a maior parte do capital internacional na região passou a controlar grande parte do capital produzido, portanto não houve uma grande escala de desenvolvimento da região como um todo. A parceria das empresas com a SUDECO garantiu os interesses sociais e econômicos de ambos os lados. 15 Considerações e críticas ao PND I O desenvolvimento da região norte foi criado no contexto da ditadura civil militar. Vários planos de desenvolvimento foram realizados é verdade: PIN (Plano de Integração Nacional), estradas (Cuiabá-Santarém), criação da SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus) em 1967. Na década de 1970 a SUDAM (Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia). No entanto, estes planos patrocinavam desigualdades sociais imensas, como a promoção da grilagem e a concentração da terra, além de impactos ambientais de grande repercussão como queimadas, desmatamento, tráfico de animais etc.), também pode ser considerado como crítica social a estes planos a expropriação de indígenas. E tudo isso patrocinado pelo Estado, com incentivos fiscais e projetos coronelistas como o agronegócio e a exploração mineral por exemplo. Wanderlei Messias da Costa discute sobre os governos militares, sua estratégia de dominação de território e Planos Nacional de Desenvolvimento, os PND’s. Esta integração territorial causou uma ilusão de igualdade regional e ainda, com a expansão do desenvolvimento nacional custa, em grande parte, mutilação das comunidades tradicionais e aumento no êxodo rural e formação de exército de reserva. A modernização conservadora foi à via latino americana para a modernidade de cima para baixo. Torna-se então a modernidade proposta por via conservadora muito contraditória e dialética. O campo continua concentrado na mão de poucos latifundiários. Também é abordado os super órgãos governamentais, o programa decenal, com foco nos polos de crescimento de Perroux, que não foi implantado e o programa estratégico, integralista com foco na Amazônia e desenvolvimento industrial. 2.2) Plano Nacional de Desenvolvimento – PND II O II Plano Nacional de Desenvolvimento de (1975-1979) surge no governo de Ernesto Geisel do qual foi o último plano de desenvolvimento econômico inserido no Brasil. O PND II evidentemente caracteriza-se como um plano de desenvolvimento econômico, por ambicionar elevados aumentos ao que diz a respeito sobre as taxas de crescimento econômico, focado em 16 setores de elevado espectro, e seus bens de capital em particular, no qual pretendia consignar um desenvolvimento de democratização caracterizado, melhor distribuição da renda. No qual não se faz necessário abarrotar o vazio dos planejamentos anteriores decorrente em planos passados, porém é de bom agrado explorar boas ideias desenvolvidas anteriormente, visando o momento político e econômico a época. ―O Brasil se empenhará, até o fim da década, em manter o impulso que a Revolução vem procurando gerar, para cobrir a área de fronteira entre o subdesenvolvimento e o desenvolvimento, Essa próxima etapa será, necessariamente marcada pela influência de fatores relacionados com a situação internacional, principalmente quanto à crise de energia. O país está cônscio das dificuldades para manter o crescimento acelerado dos últimos anos, mas reafirma a sua determinação de superá-las, na expectativa de que se realize esforço no sentido de caminhar, progressivamente, para razoável normalidade do cenário mundial. Será preciso acostumarmo-nos à ideia de que o mundo enfrentará graves problemas, provavelmente crises. O Brasil deverá conviver com eles, procurando preservar a sua capacidade de desenvolvimento e explorando novos caminhos e alternativas. A nação será mobilizada para, crescendo rapidamente – sem transferi-las para o futuro -, enfrentará as tarefas de desenvolver as novas frentes, no Nordeste, da Amazônia e no Centro-Oeste, e de impulsionar o desenvolvimento social. O modelo a consolidar, econômica e, em particular, socialmente, está voltado para o homem brasileiro, nunca perdendo de vista a preocupação com os destinos humanos da sociedadeque desejamos construir.‖ (República Federativa do Brasil 1975-1979, p15 II Plano Nacional de Desenvolvimento). Os objetivos do plano foram relativamente altos, como A renda precipita nacional em 1979 ultrapassando aos mil dólares, PIB (Produto Interno Bruto) acima dos US$ 100 bilhões, criação de oportunidades de emprego com taxas superiores a 3,5%, aumento da população economicamente ativa, aumento do comércio exterior, seriam essas algumas das metas postadas diante do II PND. 17 A ideia de consolidar o país como uma sociedade industrial moderna já é vigente no II PND, avanço de indústrias básicas, desenvolvimento científico e tecnológico, e o de infra estrutura econômica. O Plano se sugeriu a efetuar uma adaptação estrutural na economia do país, no momento que os ajustes conjunturais são responsáveis por medidas de fiscalização da economia ou da gestão de políticas econômicas, ao breve prazo, decorrente da utilização de utensílio como taxa de câmbio, taxa básica de juros, códigos para a exportação importação, tributação, etc. Com objetivo de reorganizar essas bases econômicas. O crescimento recente foi responsável pala aceleração da expansão Industrial, o produto teve aumento de 86% em seus cinco anos (1968 a 1973) com relação ao rápido aumento das importações também associado à investida às exportações se aumentaram 230% ao mesmo período, as exportações de manufaturados e o conjunto de minérios e produtos agrícolas tiveram aumento de 380% segundo o próprio II PND. Visando sustentar o papel da Indústria, é necessário a obtenção de maior contribuição do PIB, das áreas de Agroindústria, Mineração, Pecuária, Agricultura e aumento do setor terciário. O projeto do II PND não teve o contentamento da parte empresarial do país, decorrente de não participação e elaboração do plano sendo que em suma a maior parte dos empresários era responsável por indústrias manufatureiras das quais não obtiveram nenhum incentivo por parte do plano. Tendo em vista que as linhas de crédito eram destinadas aos setores selecionados pelo plano, essa contrariedade leva conflito nas boas relações até então existentes entre governo e elite empresarial brasileira. Ao que diz a respeito da ala mais liberal do empresariado desacertou dos acrescentes do salário mínimo e do abono salarial cedido em 1974, dos quais eram de caráter populista e inflacionário. Efetivação de uma economia moderna consolidada ocupando o centro- sul e incluindo gradativamente novos setores áreas das demasiadas regiões, com investimentos de cerca de Cr 717 bilhões (cruzeiro era a moeda da época) visando o desenvolvimento científico tecnológico, infraestrutura energia, transportes, indústrias básicas e comunicações. 18 Visando a Integração Nacional, o ideal de aproveitar-se da utilização do território brasileiro, e a disposição de recursos humanos, e a aproveitamento dos recursos econômicos já consolidados em novas regiões, manutenção do crescimento econômico rápido explorando potencialmente novos mercados externos. ―Integração com a economia mundial, para abrir ao País novas opções de progresso. O propósito é tirar proveito da realidade recente, de níveis mais altos de relacionamento entre os diferentes blocos, sem com isso tornar mais vulneráveis os objetos econômicos nacionais.‖ (República Federativa do Brasil 1975-1979, p 36 II Plano Nacional de Desenvolvimento). A integração nacional era uma de das principais ações no II PND, visando maior igualdade político-econômica entre as regiões e macrorregiões do país, o plano não apoiava uma nova divisão do país por regionalização ou afins. ―O que se procurou fazer foi, desde logo, criar novo e poderoso polo de desenvolvimento, através da fusão Guanabara-Estado do Rio de Janeiro, para que, no núcleo mais desenvolvido do País, melhor equilíbrio econômico-geográfico se estabeleça no triângulo São Paulo -Rio-Belo Horizonte. Ao lado disso, o que se afigura prioritário, em matéria de divisão territorial, é considerar um ou dois pontos importantes da ocupação do subcontinente Amazônia-Centro Oeste, com atenção especial à situação de Mato Grosso.‖ (República Federativa do Brasil 1975-1979, p 57 II Plano Nacional de Desenvolvimento). A integração nacional vê a Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste como conjunto de regiões de fluxo de influência de produção, visando o casamento entre mão de obra, recursos naturais e terras, atendendo segmentos da indústria, áreas para ampliação do mercado. Contribuição significativa de crescimento do PIB como resultado dos projetos já implantados, integração entre regiões com infraestrutura de transportes, Transamazônica, Cuiabá- Santarém e comunicações. Efetivação de Programa de Investimentos Cr 165 bilhões entre 1975-1979 ao Nordeste e Amazônia e Centro-Oeste, políticas de colonização e desenvolvimento orientado segundo o II PND. 19 O desenrolar da política científica e tecnológica necessitará preocupar- se com o desperdício ao que diz respeito aos recursos naturais, com enfoque aos não renováveis e expandir o conteúdo tecnológico do mercado externo, influenciar em práticas voltadas contra a poluição ambiental, sem necessariamente diminuir o desenvolvimento de ações produtivas. Desenvolvimento de tecnologias nuclear, atividades espaciais, oceanografia voltado para aplicação e solução de problemas da nação. Criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e mudança do CNPq até então atual Conselho Nacional de Pesquisa o conselho tinha previsto a ligação entre à Secretaria de Planejamento de Presidência no qual seria parte do auxílio ao Governo, na coordenação de Política de ciência e tecnologia. O II Plano Nacional de Desenvolvimento obteve firmação devido ao capital financeiro nacional, porém embora com os investimentos consolidados o plano não obteve de fato a conclusão da qual se esperava, no qual gerou aumento da dívida externa nacional consideravelmente no período do II PND. 3) CONCLUSÃO O papel do Estado no Brasil no que diz respeito ao planejamento e as políticas públicas de desenvolvimento, em escala nacional, regional ou local, são influenciados pelo poder oligárquico, via clientelismo, coronelismo, senhores de terra desde a fase colonial, atrelada direta ou indiretamente pela política de ocupação representada pela transposição das Sesmarias outorgadas por Portugal. Através da linha do tempo da história brasileira foram registrados vários ciclos econômicos, como os ciclos da cana de açúcar no nordeste; do ouro no centro oeste e minas gerais; ciclo cafeeiro concentrado em São Paulo; cacau na Bahia e borracha na Amazônia. Cabe salientar que esses ciclos da economia brasileira não podem ser considerados como planejamento com participação do Estado. Foram acontecimentos localizados em diversas regiões com a concentração de terra e renda, sem a participação do Estado como efetivo desenvolvedor de melhorias 20 regionais, apesar da implantação de infraestruturas como estradas e ferrovias. Estes ciclos aconteceram em situações regionais distintas, causadas pelo aproveitamento e exploração do território e seus recursos com interesses econômicos de origem oligárquica e monopolista. Diversos planos na república podem ser considerados como planejamento estruturado tais como; plano de metas, PIN, Plano Nacional de Desenvolvimento e tantas outras tentativas de um desenvolvimento regional no século vinte. Essas políticas desenvolvimentistas são de viés da melhoria e qualidade de setores principalmente como sociedade, recursos industriais, financeiros, humanos e tecnológicos,dos quais as relações administrativas como planejar, estruturar e regular são extremamente necessárias ao que diz respeito a execução dos projetos e aplicação de forma efetiva dessas ações. De forma que no Brasil alguns dos planos apresentados no decorrer dos anos não apresentaram consolidações efetiva dos planejamentos, podendo se considerar como um projeto fracassado, é o caso do primeiro PND, do qual não conseguiu reproduzir e concretizar suas ações, outro caso seria o II PND, que consolidou algumas de suas políticas mas não todas tabuladas no plano, motivadas por planejamento orçamentário deficiente em relação ao custeio de implantação das políticas públicas. O PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional) é instituído em 2007 pela Lei N°6.047, tem por propósito reduzir as desigualdades regionais e alavancar as potencialidades de cada região, dotando-os de infraestrutura e tecnologia, capacitar a população e melhorar a qualidade de vida em todas as regiões. Por fim, promover a dinamização das regiões e a distribuição das atividades produtivas. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) promoveu a retomada de grandes projetos de infraestrutura social, urbana, energética e logística afim de induzir o desenvolvimento. O PAC contribuiu para o aumento do emprego e da renda, aumentando a quantidade de obras públicas e privadas. Atenuou os efeitos da crise econômica mundial de 2008, mantendo empregos e o consumo. Ainda é um programa que atua no país, porém em menor amplitude. Como consequência do planejamento deficitário, houve um aumento na dívida externa do Brasil. Também é de extrema necessidade apresentar uma “rota de 21 fuga”, caso o planejamento base não possa ser concluído, para que o plano não fique apenas em papel sem a devida execução. Concluindo, pode-se afirmar que os planejamentos em qualquer escala são de fundamental importância para o crescimento econômico de um Estado Nacional. No entanto, a aplicação de todos os planos que deveriam levar o desenvolvimento à região não está contemplando o desenvolvimento social como deveria fazer. Questiona-se o planejamento como melhoria, para quem e a que preço? Pois em muitos lugares onde chega esse planejamento e crescimento econômico, persiste a desigualdade social determinada pela concentração de terra e renda patrocinada pelos poderes da oligarquia. Nas últimas décadas, podemos dizer que as desigualdades regionais persistem e mesmo se aprofundam, com consolidação da integração da economia nacional e forte concentração espacial das atividades e serviços modernos no Centro-Sul do país. Outros exemplos que podem ser considerados: I e II PND, coronelismo atuante até hoje, por isso o Brasil vive o moderno e o arcaico, onde a modernização industrial chegou, mas, as relações sociais continuam como eram desde o início da formação territorial do Brasil. para finalizar pode-se dizer ainda que esses planos foram causadores de conflitos sociais e ambientais dentro da região em que foram implantados como por exemplo a fronteira agrícola. É um longo caminho até a concretização de planos de planejamento local, regional ou nacional que tragam efetivamente a melhoria de vida para a população das regiões onde são estabelecidos, bastando para isso pensar o desenvolvimento regional como desenvolvimento da sociedade. 4) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMAZÔNIA LEGAL. SUDAM- Comentário Geral. Disponível em: <http://www.amazonialegal.com.br/textos/Sudam.htm>. Acesso em: 28/10/2017. ARAÚJO, M. A. C. 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