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DEFESA 1. Conceito É um dos institutos básicos do direito processual, juntamente com a jurisdição, ação e o processo. Se relaciona com atuação do réu, o papel que ele tem no processo. A alegação do autor, independentemente de ser verdadeira, submete o réu, por isso a preocupação com a ampla defesa. Ao réu é necessário garantia constitucional ao processo e acesso à justiça. A defesa também é chamada de exceção lato sensu. 2. Bilateralidade A defesa corresponde a bilateralidade do conflito, contraditório. Então é inerente a lide a ocorrência de defesa. O réu se apresenta para desenvolver no processo a sua posição contraposta. O Instituto da ação é equivalente ao Instituto de defesa, pelo próprio reflexo da bilateralidade, por uma questão de isonomia. 3. Limites a) Limitação ontológica: prende-se, unicamente, aos atos de rejeição. Todo ato do réu que, direta ou indiretamente, busca a rejeição/o prejuízo do pedido do autor, resistência em juízo. b) Limitações específicas: ocorre dentro da própria cognição. Ex. na ação de desapropriação; embargos à execução; exceção de pré-executividade. 4. Classificação da Defesa 4.1. Quanto a Natureza e as Questões Levantadas a) Exceção processual: contra a admissibilidade, idoneidade do processo (condições da ação; pressupostos processuais) b) Exceção substancial: diz respeito a defesa de mérito. Se relaciona com a substancia, à matéria e não a forma. Podendo ser: Defesa direta – é a contestação, enfrentar o fato, o direito. Defesa indireta – preliminar de mérito, questão prejudicial (decadência, prescrição, novação, compensação) 4.2. Quanto aos Efeitos a) Dilatória: provoca mera procrastinação/demora no tempo do processo, suspende o processo, mas nunca extinguirá o processo. Ex. exceção de suspeição, de impedimento, de incompetência b) Peremptória: tem potencial extintivo do processo (se acatada, leva a extinção do processo). Ex. exceção de litispendência, de coisa julgada, de convenção arbitral. 4.3. Quanto ao Modo de Conhecimento, Pelo Juiz, da Matéria Tratada: a) Objeção - versa matéria que o juiz pode conhecer de ofício, são questões de ordem pública, sendo o ônus relativo. Ex. incompetência absoluta. b) Exceção: versa matéria que o juiz só pode conhecer se for provocado pela parte, assim o ônus é absoluto da parte. Não é uma questão de ordem pública, é voltada para o interesse privado. Ex. incompetência relativa. 4.4. Extrapolação dos Limites Ontológicos da Defesa O Código de Processo Civil brasileiro simplificou algumas coisas, entre as quais está a resposta do réu que define que qualquer matéria que não seja suspeição, incompetência ou impedimento é contestação. O código também admite que no prazo de resposta haja reconvenção, ou seja, uma ação embutida na outra, desde que haja conexão com a ação ou com fundamento da defesa; NCPC, art.343. Ex. nulidade do contrato e cumprimento do contrato; separação judicial por injúria grave e separação judicial por adultério; ação de cobrança e ação de cobrança pelo excedente da compensação (aqui, fundamento da defesa); Quando o réu vai extrapolar os limites ontológicos da defesa, não apenas está se defendendo, mas contra-atacando o réu da ação passa a ser ator dá reconvenção e o autor da ação passa a ser o réu da reconversão, isso ocorre por uma questão de economia processual. Convenção leva o mesmo destino da ação. Se um processo extingue o outro também irá. Pedido contraposto: se baseado nos mesmos fatos da ação do autor, é hipótese particularizada de reconvenção. Ex. responsabilidade na colisão de veículos
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