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PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORETAIS INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RORAIMA CAMPUS AMAJARI CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA Dr. Rodrigo L. N. Barros Amajari, 16 de Março de 2017 • Conservação da biodiversidade: uma das principais preocupações da humanidade nas últimas décadas. • Produção de sementes e mudas de espécies arbóreas: Programas de reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e arborização urbana. • Semente: insumo básico da produção florestal. O sucesso de uma floresta inicia-se pela semente Então, o que é semente? Sementes são estruturas vegetais, responsáveis pela perpetuação da espécie, que contêm todos os genes que caracterizam e determinam o comportamento do descendente desta espécie. colheita secagem beneficiamento armazenamento análise Comercialização/uso A produção de sementes compreende: Produção de sementes de qualidade é resultado Colheita; Beneficiamento; Adequados Armazenamento. Deve-se pautar por dois pontos básicos: 1-Obtenção de sementes com suficiente representatividade genética da população; 2-Cuidado com os fatores que contribuem para a qualidade fisiológica do lote. Conjunto de operações efetuadas em um local pré-estabelecido pela seleção de árvores matrizes, fazendo uso de técnicas e padrões determinados com a finalidade de extrair ou coletar o fruto ou semente no ponto de maturidade fisiológica. Reis, (2008) Colheita 1. Colheita de sementes Pesquisa sobre a fenologia da espécie; Definir as áreas produtoras de sementes; Identificação de árvores matrizes e época de colheita; Definir a metodologia de colheita de sementes da espécie. Planejamento da colheita de sementes 1. Colheita de sementes Escolha das árvores matrizes Árvore matriz Características desejáveis • Ritmo de crescimento • Porte • Vigor • Sanidade • Produção de sementes 1. Colheita de sementes Depende da finalidade - Produção de madeira - Recomposição vegetal 1. Colheita de sementes Escolha das árvores matrizes Selecionar: • Várias árvores da mesma espécie, sendo o mínimo de 15 matrizes, com distância mínima de 50 a 100 metros entre elas; • Identificar as matrizes com plaquetas de alumínio; • Considera-se os nomes científico e comum, de modo que não ocorram erros durante a comercialização das sementes. 1. Colheita de sementes Equilíbrio Identificação 1. Colheita de sementes Época de colheita Momento em que as sementes atingem o ponto de maturidade fisiológica > Maior vigor e germinação Definido de acordo com os índices de maturação: • Visuais – cor, odor • Bioquímicos – quantidade de lipídios, carboidratos e proteínas • Tamanho – comprimento, largura, espessura 1. Colheita de sementes Índice de maturação visual com base na coloração de sementes de Machaerium brasiliense Índice de tamanho em sementes de Glycine max 1. Colheita de sementes Métodos de colheita Escolha do método de colheita: condições de sítio, grau de experiência da equipe, características da árvore matriz, tipo de fruto. O método mais eficiente: consegue colher maior quantidade de sementes com menor custo; alta qualidade da semente; segurança da equipe de colheita; não prejudica a próxima produção de sementes 1. Colheita de sementes Colheita no chão: - Frutos grandes e pesados caem sem se abrir - Sementes grandes facilmente coletadas 1. Colheita de sementes 1. Colheita de sementes 1. Colheita de sementes 1. Colheita de sementes 1. Colheita de sementes 1. Colheita de sementes 1. Colheita de sementes Beneficiamento Compreende o conjunto de todas as operações realizadas após a colheita dos frutos até o momento do armazenamento, incluindo-se a extração, secagem e a separação das sementes para eliminação das impurezas. Tem como objetivo propiciar às sementes condições desejáveis para utilização, armazenamento e comercialização. 2. Beneficiamento de sementes Secagem A secagem consiste na remoção de umidade das sementes após a colheita. É a etapa que visa reduzir o teor de umidade das sementes, a níveis que possibilitem uma melhor adequação das sementes para o seu armazenamento e, consequentemente, manter o vigor germinativo por mais tempo. 2. Beneficiamento de sementes Secagem Tipos de secagem: 2. Beneficiamento de sementes Artificial Natural Temperatura? Ao sol À sombra Secagem natural 2. Beneficiamento de sementes Extração Consiste na retirada das sementes do interior dos frutos, após coleta em campo. Varia em função da natureza (deiscente ou indeiscente) e do tipo de fruto (seco ou carnoso). Deve-se optar por métodos que preservem a qualidade fisiológica e integridade física e sanitária das sementes. 2. Beneficiamento de sementes 2. Beneficiamento de sementes 2. Beneficiamento de sementes Limpeza e classificação das sementes Limpeza: É a retirada do material inerte (galhos, folhas, flores, etc.), sementes indesejáveis (danificadas, chochas, deformadas e ardidas) e sementes de outras espécies. Classificação: Separar e classificar as sementes por tamanho, forma, peso. 2. Beneficiamento de sementes Limpeza e classificação das sementes 2. Beneficiamento de sementes Para sementes de espécies arbóreas poucas máquinas são utilizadas Beneficiamento manual (peneiras) 2. Beneficiamento de sementes 2. Beneficiamento de sementes Consiste no conjunto de condições e técnicas que diminuem a velocidade de processos de deterioração da semente, por meio do uso de embalagens que regulam a troca de umidade da semente com o ar e de ambientes com temperatura e umidade relativa controladas. Armazenamento 3. Armazenamento de sementes Grau de tolerância a dessecação Ortodoxas: Podem ser secas artificialmente até baixos teores de água sem sofrer danos (5% a 10%). Podem ser armazenadas por períodos longos, especialmente quando a temperatura é baixa e baixo teor de umidade Geralmente são pequenas e secas. Ex. Angico, cedro, aroeira, jatobá da mata 3. Armazenamento de sementes Grau de tolerância a dessecação Intermediárias: Toleram dessecação entre 10 e 13 % de umidade, mas quando desidratadas a 7% perdem significativamente a viabilidade. Ex. Dendê, Nim. 3. Armazenamento de sementes Grau de tolerância a dessecação 3. Armazenamento de sementes Recalcitrantes: Teor de água varia entre 60 a 70 % de sua massa fresca, não tolerando dessecação em níveis de umidade entre 15 a 20%; viabilidade curta. • Não podem ser armazenadas em baixas temperaturas (10 oC a 15 oC). Ex. Araticum, cagaita, gabiroba, jenipapo, ingá feijão, mangaba. Fatores que afetam o armazenamento Embalagens: Embalagens porosas: troca de umidade entresementes e o ambiente – curto prazo de armazenamento. (tecido, papel e papelão) Embalagens semi-porosas - Não impedem completamente a passagem de umidade; Armazenamento não prolongado. Polietileno, papel multifoliado, papel aluminado Embalagens impermeáveis - Não possibilitam a troca de umidade com o meio ambiente; Armazenamento em qualquer condição Latas, plásticos, vidro, alumínio 3. Armazenamento de sementes 3. Armazenamento de sementes Condições e ambientes de armazenamento Câmaras frias e úmidas: 5 a 15ºC e umidade relativa entre 40 e 90%. Exemplo: Araucaria angustifolia. Câmaras frias secas: Temperatura entre 3 a 5ºC para espécies ortodoxas temperadas e entre 10 e 20ºC para espécies ortodoxas tropicais e umidade relativa em torno de 45%. 3. Armazenamento de sementes Condições e ambientes de armazenamento • Armazenamento à temperatura e umidade ambiente: Sementes de espécies de tegumento duro, como o guapuruvu, flamboyan. • Criopreservação: Principalmente para conservação de germoplasma. Temperaturas extremamente baixas, entre -80 °C e -196°C, Pinus, Hymenaea stignocarpa. 3. Armazenamento de sementes Análise de sementes Avalia a qualidade das sementes • Teor de água; • Germinação; • Sanidade. Importância da análise: expressa a qualidade física e fisiológica do lote de sementes para fins de semeadura, armazenamento e comercialização. 3. Análise de sementes Teor de água (determinação de umidade) • Determina a umidade do lote após coleta e beneficiamento. • Fator fundamental para o armazenamento. 3. Análise de sementes •Avalia a capacidade da semente germinar e produzir plântulas normais; • Avaliações em laboratório; •Maioria das espécies nativas não possuem condições ambientais prescritas nas RAS. Teste de germinação 3. Análise de sementes 3. Análise de sementes Germinação de Sementes: É definida como a emergência e o desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, manifestando a sua capacidade para dar origem a uma plântula normal, sob condições ambientais favoráveis. 3. Análise de sementes Germinação de Sementes: 3. Análise de sementes Germinação de Sementes: Fatores que influenciam na germinação. 3. Análise de sementes ÁGUA OXIGÊNIO TEMPERATURA REGULADORES DO CRESCIMENTO LUZ Processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio) não germinam. 4. Dormência O que é Dormência? 4. Dormência O tipo de dormência depende da origem. - Dormência primária: É aquela que já se manifesta quando a semente completa seu desenvolvimento, ou seja, quando colhemos as sementes e elas já apresentam dormência. - Dormência secundária: É quando as sementes maduras, não apresentam dormência, ou seja, germinam normalmente, mas quando expostas a fatores ambientais desfavoráveis são induzidos ao estado de dormência. Tegumento impermeável: As sementes com estas características, são chamados de sementes com casca dura, por não conseguirem absorver água e/ou oxigênio. - CAUSAS DA DORMÊNCIA - 4. Dormência Embrião fisiologicamente imaturo ou rudimentar: No processo de maturidade da semente o embrião não está totalmente formado, sendo necessário dar condições favoráveis para o seu desenvolvimento. - CAUSAS DA DORMÊNCIA - 4. Dormência Substâncias inibidoras: São substâncias existentes nos sementes que podem impedir a sua germinação. Este tipo de dormência ocorre devido à presença de inibidores Ácido abscísico (ABA) ou a ausência de promotores Giberilinas (GA) do crescimento no embrião. A quebra da dormência é frequentemente associada à queda da relação ABA/GA. - CAUSAS DA DORMÊNCIA - 4. Dormência Embrião dormente: O próprio embrião se encontra em estado de dormência, geralmente nesse caso a dormência é superada com choque térmico ou luz. - CAUSAS DA DORMÊNCIA - 4. Dormência Combinação de causas: Necessariamente os sementes não apresentam somente um tipo de dormência, podendo haver na mesma espécie mais de uma causa de dormência. - CAUSAS DA DORMÊNCIA - 4. Dormência P r o c e s s o s p a r a q u e b r a d e d o r m ê n c i a d a s s e m e n t e s : 4. Dormência Escarificação mecânica: É a abrasão das sementes sobre uma superfície áspera (lixa, piso áspero etc). É utilizado para facilitar a absorção de água pela semente. P r o c e s s o s p a r a q u e b r a d e d o r m ê n c i a d a s s e m e n t e s : 4. Dormência Estratificação: Consiste num tratamento úmido à baixa temperatura, auxiliando as sementes na maturação do embrião, trocas gasosas e embebição por água. P r o c e s s o s p a r a q u e b r a d e d o r m ê n c i a d a s s e m e n t e s : 4. Dormência Choque de temperatura: É feito com alternância de temperaturas variando em aproximadamente 20ºC, em períodos de 8 a 12 horas. P r o c e s s o s p a r a q u e b r a d e d o r m ê n c i a d a s s e m e n t e s : 4. Dormência Água quente: É utilizado em sementes que apresentam impermeabilidade do tegumento e consiste em imersão das sementes em água na temperatura de 76 a 100ºC, com um tempo de tratamento específico para cada espécie. Quebra da dormência em sementes 4. Dormência 4. Dormência LEGISLAÇÃO E PRÉ-REQUISITOS LEGAIS NA PRODUÇÃO DE SEMENTES E MUDAS Lei nº 10.711, de 05 de agosto de 2003 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas e dá outras providências. Objetiva garantir a identidade e a qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional. 5. S e m e n t e s f l o re s t a i s - l e g i s l a ç ã o O Sistema Nacional de Sementes e Mudas - SNSM compreende as seguintes atividades: I - registro nacional de sementes e mudas - Renasem; II - registro nacional de cultivares - RNC; III - produção de sementes e mudas; IV - certificação de sementes e mudas; V - análise de sementes e mudas; VI - comercialização de sementes e mudas; VII - fiscalização da produção, do beneficiamento, da amostragem, da análise, certificação, do armazenamento, do transporte e da comercialização de sementes e mudas; VIII - utilização de sementes e mudas. 5. S e m e n t e s f l o re s t a i s - l e g i s l a ç ã o Art. 4o Compete ao Mapa promover, coordenar, normatizar, supervisionar, auditar e fiscalizar as ações decorrentes desta Lei e de seu regulamento. Art. 5o Compete aos Estados e ao Distrito Federal elaborar normas e procedimentos complementares relativos à produção de sementes e mudas, bem como exercer a fiscalização do comércio estadual. Parágrafo único. A fiscalização do comércio estadual de sementes e mudas poderá ser exercida pelo Mapa, quando solicitado pela unidade da Federação. Art. 6o Compete privativamente ao Mapa a fiscalização docomércio interestadual e internacional de sementes e mudas. 5. S e m e n t e s f l o r e s t a i s - l e g i s l a ç ã o 5. S e m e n t e s f l o r e s t a i s - l e g i s l a ç ã o Art. 7o Fica instituído, no Mapa, o Registro Nacional de Sementes e Mudas - Renasem. As pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades de produção, beneficiamento, embalagem, armazenamento, análise, comércio, importação e exportação de sementes e mudas ficam obrigadas à inscrição no Renasem. 5. S e m e n t e s f l o r e s t a i s - l e g i s l a ç ã o O Mapa credenciará, junto ao Renasem, pessoas físicas e jurídicas, para exercer as atividades de: I - responsável técnico; II - entidade de certificação de sementes e mudas; III - certificador de sementes ou mudas de produção própria; IV - laboratório de análise de sementes e de mudas; V - amostrador de sementes e mudas. 5. S e m e n t e s f l o r e s t a i s - l e g i s l a ç ã o Quem fica dispenso da inscrição no Renasem? As pessoas físicas ou jurídicas que importem sementes ou mudas para uso próprio em sua propriedade; agricultores familiares, os assentados da reforma agrária e os indígenas que multipliquem sementes ou mudas para distribuição, troca ou comercialização entre si. 5. S e m e n t e s f l o r e s t a i s - l e g i s l a ç ã o No processo de certificação, as sementes e as mudas poderão ser produzidas segundo as seguintes categorias: • I - semente genética; • II - semente básica; • III - semente certificada de primeira geração - C1; • IV - semente certificada de segunda geração - C2; • V - planta básica; • VI - planta matriz; • VII - muda certificada. Obs: Sem a comprovação da origem genética, quando ainda não houver tecnologia disponível para a produção de semente genética da respectiva espécie. 5. S e m e n t e s f l o r e s t a i s - l e g i s l a ç ã o Estão sujeitas à fiscalização, pelo Mapa: As pessoas físicas e jurídicas que produzam, beneficiem, analisem, embalem, reembalem, amostrem, certifiquem, armazenem, transportem, importem, exportem, utilizem ou comercializem sementes ou mudas. Exercícios 1) Para colheita de sementes de espécies florestais quais fatores deve-se levar em consideração. Fale sobre as características que devem ser observadas em cada um. 2) A espécie florestal Eucalyptus spp. apresenta os frutos do tipo deiscentes. Explique quais cuidados devem ser tomados para coleta de sementes desta espécie. Exercícios 3) Cite quais são as formas de extração de sementes dos frutos de espécies florestais: frutos secos deiscentes, secos indeiscentes, e carnosos. 4) O beneficiamento de sementes consiste no conjunto de técnicas empregadas para retirar impurezas das sementes. Quais são as formas mais utilizadas para o beneficiamento de sementes florestais. Exercícios 5) Qual a finalidade das operações de beneficiamento, secagem e armazenamento de sementes. 6) Conforme a longevidade, período máximo em que as sementes permanecem vivas, quando armazenadas sob condições ambientais ideais, as sementes podem ser classificadas de três formas. Fale sobre as principais características de cada uma. Exercícios 7) Conceitue germinação e quais fatores que influenciam na germinação de sementes. 8) Conceitue dormência de sementes e quais as principais causas da dormência de sementes. 9) Cite exemplos de métodos para quebrar a dormência em sementes florestais.
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