Buscar

Aula 11

Prévia do material em texto

Aula 11
Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas -
2016
Professor: Daniel Mesquita
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
AULA 11: Controle da Administração 
 
 
SUMÁRIO 
 
1) INTRODUÇÃO À AULA 11 2 
2) CONCEITO DE CONTROLE 2 
3) CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (PROPOSTA POR 
HELY LOPES MEIRELLES E ADOTADA POR MARCELO ALEXANDRINO E 
VICENTE PAULO) 3 
3.1. CONFORME A ORIGEM 4 
3.1.1. CONTROLE INTERNO 4 
3.1.2. CONTROLE EXTERNO 5 
3.1.3. CONTROLE POPULAR 5 
3.2. CONFORME O MOMENTO DE EXERCÍCIO 6 
3.2.1. CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) 6 
3.2.2. CONTROLE CONCOMITANTE 6 
3.2.3. CONTROLE SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A POSTERIORI 
(MAIS COMUM) 7 
3.3. QUANTO AO ASPECTO CONTROLADO 7 
3.3.1. CONTROLE DE LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE 7 
3.3.2. CONTROLE DE MÉRITO 9 
3.4. QUANTO À AMPLITUDE 12 
3.4.1. CONTROLE HIERÁRQUICO 12 
3.4.2. CONTROLE FINALÍSTICO 13 
4) CONTROLE ADMINISTRATIVO 19 
4.1. RECURSOS ADMINISTRATIVOS 25 
4.1.1. ESPÉCIES DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS 28 
4.2. PROCESSOS ADMINISTRATIVOS 33 
4.2.1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 34 
4.3. PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA 38 
5) CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR 41 
5.1. A FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA NA 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 49 
6) CONTROLE JUDICIÁRIO OU JUDICIAL 62 
6.1. PROCEDIMENTOS JUDICIAIS DE CONTROLE 67 
7) RESUMO DA AULA 86 
8) QUESTÕES 96 
9) REFERÊNCIAS 109 
 
 
1) Introdução à aula 11 
 
Bem vindos à nossa aula 11 do curso de Noções de Direito 
Administrativo, preparatório para o concurso do INSS ± Técnico do 
Seguro Social. 
Nesta aula, abordaremos a matéria do edital: ³8 Controle: 
controle administrativo; controle judicial; controle legislativo.´� 
Chega de papo, vamos à luta!e 
 
2) Conceito de controle 
 
 6HJXQGR� 0DUFHOR� $OH[DQGULQR� H� 9LFHQWH� 3DXOR�� FRQWUROH� p� ³R�
poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria 
Administração, ou outro Poder, diretamente ou por meio de órgãos 
HVSHFLDOL]DGRV��H[HUFH�VREUH�VXD�DWXDomR�DGPLQLVWUDWLYD�´� 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 Fernanda Marinela destaca que o controle da 
Administração é uma conseqüência do conceito criado pelo Direito 
5RPDQR�GD�³UHS~EOLFD´��QR� ODWLP� res publica, que transmite a idéia de 
TXH� R� (VWDGR� p� XPD� ³FRLVD� GH� WRGRV´�� VXUJLQGR� D� QHFHVVLGDGH� GH�
vigilância, orientação e correção de um Poder, órgão ou autoridade 
sobre a conduta funcional de outro, para evitar imperfeições, falhas e 
abusos. 
 O poder-dever de controle é exercitável por todos os Poderes, 
estendendo-se a toda a atividade administrativa (lembrando que há 
atividade administrativa em todos os Poderes) e abrangendo todos os 
seus agentes. Por essa razão, diversas são as formas pelas quais o 
controle se exercita. 
 A Teoria da Separação dos Poderes (trias politica) 
desenvolvida por Montesquieu, tinha como objetivo o controle do Poder 
do Estado por meio da divisão de suas funções, dando competência a 
órgãos diferentes na mesma pessoa jurídica. 
 
3) Classificação das formas de controle 
(proposta por Hely Lopes Meirelles e 
adotada por Marcelo Alexandrino e Vicente 
Paulo) 
Antes de adentrarmos no estudo do controle administrativo, 
judicial e legislativo, importante observar as seguintes classificações 
das formas de controle. 
 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
3.1. Conforme a ORIGEM 
3.1.1. Controle INTERNO 
 É aquele exercido dentro de um mesmo Poder, 
automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria 
estrutura. Exemplos: controle exercido pelas chefias sobre os atos de 
seus subordinados dentro de um órgão público; controle do Conselho de 
Contribuintes do Ministério da Fazenda, quando provocado, sobre as 
decisões das Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita 
Federal; controle interno exercido pelas Corregedorias sobre os 
servidores do Judiciário. 
 O controle interno dispensa lei expressa, já que a Constituição 
Federal, em seu art. 74, determina que os Poderes mantenham 
sistemas de controle interno, estabelecendo os itens mínimos a serem 
objeto desse controle. 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a 
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e 
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e 
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos 
públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem 
como dos direitos e haveres da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
 
 
O §1º do referido artigo prevê que os responsáveis pelo controle 
interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade, dela darão ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade 
solidária. 
O controle interno decorre do princípio da tutela ou da autotutela, 
corolário do princípio da legalidade. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
3.1.2. Controle EXTERNO 
 
MUITA ATENÇÃO PARA A DIFERENÇA CONCEITUAL ENTRE 
CONTROLE INTERNO E EXTERNO! 
É exercido por um Poder sobre os atos administrativos 
praticados por outro Poder. Exemplos: sustação, pelo Congresso 
Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar (art. 49, V, CF); anulação de um ato do Poder 
Executivo por decisão judicial; apreciação das contas pelos Tribunais de 
Contas. 
3.1.3. Controle POPULAR 
 Já que a Administração deve sempre atuar visando à satisfação do 
interesse público, existem diversos mecanismos, constitucionalmente 
previstos, para possibilitar aos administrados a verificação da 
regularidade da atuação da Administração e para impedir a prática de 
atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade ou possibilitara 
reparação dos danos decorrentes da prática desses atos. 
 Segundo Marinela, é a forma de controle dos atos administrativos 
por meio da qual qualquer pessoa pode, na qualidade de cidadão, 
questionar a legalidade de determinado ato, e pugnar pela sua validade. 
 Exemplos: ação popular (art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é 
parte legítima; visa a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural); as contas do 
Município devem ficar, durante 60 dias, anualmente, à disposição de 
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (art. 31, §3º, CF); 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
obrigatoriedade de realização de audiências públicas para discussão do 
plano plurianual e determinadas licitações de grande porte ou relevante 
interesse social. 
 
3.2. Conforme o MOMENTO DE EXERCÍCIO 
3.2.1. Controle PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) 
 
É exercido antes do início da prática ou antes da conclusão 
do ato administrativo. Constitui requisito para a validade ou para a 
produção de efeitos do ato controlado. 
 Exemplos: autorização do Senado Federal necessária para que a 
União, os Estados, o DF ou os Municípios possam contrair empréstimos 
externos; concessão de uma medida liminar em mandado de segurança 
preventivo que impeça a prática ou a conclusão de um ato 
administrativo que o administrado entenda ferir direito líquido e certo 
seu. 
3.2.2. Controle CONCOMITANTE 
 Também chamado por Marinela de sucessivo, é exercido durante 
a realização do ato. Permite a verificação da regularidade de sua 
formação. 
 Exemplos: fiscalização da execução de um contrato 
administrativo; acompanhamento de um concurso pela corregedoria 
competente; realização de auditoria durante a execução do orçamento. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
3.2.3. Controle SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A 
POSTERIORI (mais comum) 
 É exercido após a conclusão do ato. É possível a correção de 
defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou a conferência de 
eficácia ao ato. 
 Exemplos: homologação de um procedimento licitatório; 
homologação de um concurso público. 
 OBS: o controle judicial dos atos 
administrativos é, em regra, um controle subsequente. 
 
3.3. Quanto ao ASPECTO CONTROLADO 
3.3.1. Controle de LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE 
ATENÇÃO PARA ESTE PONTO! 
É corolário imediato do princípio da legalidade. 
Analisa-se se o ato ou procedimento administrativo foi praticado 
em conformidade com a lei, fazendo-se o confronto entre uma conduta 
administrativa e uma norma jurídica (que pode estar na Constituição, 
na lei ou em ato administrativo de conteúdo impositivo). Entretanto, 
deve também ser apreciada a observância dos princípios 
administrativos, como a moralidade, finalidade, impessoalidade. 
Há uma forma de controle de legalidade que ocorre para sanar a 
omissão do Poder Público em garantir um direito expressamente 
previsto na Constituição. O STF entende que, se o Estado deixar de 
adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da 
Constituição, impedindo-os de torná-los efetivos, operantes e 
exeqüíveis, incidirá em violação negativa do texto constitucional; assim, 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
o Judiciário poderá controlar tal omissão (ADI 1.458 MC/DF, STF ± 
Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 23.05.1996, DJ: 
20.09.1996). 
O controle de legalidade pode ser exercido pelo(a): 
1. Própria Administração (de ofício ou mediante recurso): 
chamado controle interno de legalidade (decorrente do 
princípio da tutela ou da autotutela). 
2. Poder Judiciário (hipótese de controle externo): no exercício de 
sua função precípua jurisdicional, por meio da ação adequada. 
Exemplo: exame pelo Judiciário, em mandado de segurança, 
da legalidade de um ato do Executivo. 
3. Poder Legislativo (hipótese de controle externo): nos casos 
previstos na Constituição. Exemplo: apreciação pelo Poder 
Legislativo, por meio do TCU, da legalidade dos atos de 
admissão de pessoal do Executivo. 
 
O resultado do controle de legalidade é a declaração da 
existência de vício no ato, o que enseja a sua nulidade. Logo, a 
anulação ocorre nos casos em que exista ilegalidade no ato 
administrativo (ofensa à lei ou aos princípios administrativos), podendo 
ser decretada pela própria Administração (controle interno) ou pelo 
Poder Judiciário (controle externo) ou, ainda, pelo Poder Legislativo 
(controle externo - TCU) e opera efeitos ex tunc (retroage à origem do 
ato, desfazendo as relações dele resultantes). 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
3.3.2. Controle de MÉRITO 
 ATENÇÃO PARA ESTE PONTO! 
Compete, normalmente, ao próprio Poder que editou o ato. 
Visa a verificação da eficiência, oportunidade e a conveniência do 
ato controlado, atingindo diretamente a discricionariedade do 
Administrador. 
 Apenas nos casos expressos na Constituição, muito 
excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito 
sobre atos praticados pelo Poder Executivo. 
 
ATENÇÃO!!! Via de regra, não cabe ao Poder Judiciário exercer 
controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo, 
por dizer respeito ao juízo de valor do agente público, ou seja, o 
controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos do Poder 
Executivo é um controle de legalidade e legitimidade. Não é 
possível a revogação de atos praticados pelo Executivo pelo 
Poder Judiciário, sob pena de violar o princípio da separação dos 
poderes. 
 Marinela destaca, no entanto, que se admite hoje que a 
realização de controle de princípios constitucionais como os da 
razoabilidade e proporcionalidade, implícitos na CF, além dos da 
moralidade e eficiência, expressos, apesar de representar 
controle de legalidade, é possível reconhecer que esses 
princípios limitam a liberdade do Administrador e que, por vias 
tortas, acaba atingindo o mérito, apesar de se afirmar 
categoricamente que esse não é controle de mérito. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquitawww.estrategiaconcursos.com.br 10 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 
 Afirmando a regra geral, o STJ firmou jurisprudência na linha de 
que o controle jurisdicional dos processos administrativos se restringe à 
regularidade do procedimento, à luz dos princípios do contraditório e da 
ampla defesa, sem exame do mérito administrativo (REsp 
1.185.981/MS, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, julg: 27.09.2011, DJe: 03.10.2011). 
 Admitindo o controle excepcional de mérito, o STF, no julgamento 
da ADPF 45, reconheceu a possibilidade de o Poder Judiciário controlar 
a escolha e aplicação de políticas públicas: 
 ³������ 1mR� REVWDQWH� D� IRUPXODomR e a execução de políticas públicas 
dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular, 
receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se 
revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem 
a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de 
modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar, 
comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, 
afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de 
um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intngível 
consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias 
a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí, 
então, justificar-se-á, como pecedentemente já enfatizado ± e até mesmo por 
razões fundadas em um imperativo ético-jurídico, a possibilidade de 
intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos 
bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado (...) (ADPF 
45 MC/DF, STF, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 04.05.2004, DJ: 04.05.2004). 
 
Em outro julgamento, noticiado no Informativo STF nº 468, 
admitiu-se a inserção do Poder Judiciário no mérito administrativo: 
PRIMEIRA TURMA 
Princípio da Proporcionalidade e Mérito Administrativo 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
A Turma manteve decisão monocrática do Min. Carlos Velloso que negara 
provimento a recurso extraordinário, do qual relator, por vislumbrar ofensa aos 
princípios da moralidade administrativa e da necessidade de concurso público 
(CF, art. 37, II). Tratava-se, na espécie, de recurso em que o Município de 
Blumenau e sua Câmara Municipal alegavam a inexistência de violação aos 
princípios da proporcionalidade e da moralidade no ato administrativo que 
instituíra cargos de assessoramento parlamentar. Ademais, sustentavam que o 
Poder Judiciário não poderia examinar o mérito desse ato que criara cargos em 
comissão, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes. 
Entendeu-se que a decisão agravada não merecia reforma. Asseverou-se que, 
embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos 
administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a 
verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à 
finalidade que ensejam. Salientando a jurisprudência da Corte no sentido da 
exigibilidade de realização de concurso público, constituindo-se exceção a 
criação de cargos em comissão e confiança, reputou-se desatendido o princípio 
da proporcionalidade, haja vista que, dos 67 funcionários da Câmara dos 
Vereadores, 42 exerceriam cargos de livre nomeação e apenas 25, cargos de 
provimento efetivo. Ressaltou-se, ainda, que a proporcionalidade e a 
razoabilidade podem ser identificadas como critérios que, essencialmente, 
devem ser considerados pela Administração Pública no exercício de suas 
funções típicas. Por fim, aduziu-se que, concebida a proporcionalidade como 
correlação entre meios e fins, dever-se-ia observar relação de compatibilidade 
entre os cargos criados para atender às demandas do citado Município e os 
cargos efetivos já existentes, o que não ocorrera no caso. 
RE 365368 AgR/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22.5.2007. (RE-365368) 
 
 
O resultado do exercício do controle de mérito realizado pela 
Administração é a revogação de atos discricionários por ela própria 
regularmente editados. Logo, no caso do controle de mérito, o ato 
administrativo é DISCRICIONÁRIO, é REGULAR e somente a 
Administração pode revogá-lo. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 Como o ato revogado era perfeito e operante, sua revogação 
somente pode produzir efeitos prospectivos, ou seja, ex nunc. 
 
Todos os Poderes têm competência para revogar os atos 
administrativos por eles próprios editados. 
 
3.4. Quanto à AMPLITUDE 
3.4.1. Controle HIERÁRQUICO 
 Resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos 
da Administração Direta e das unidades integrantes das entidades da 
Administração Indireta. É típico do Poder Executivo e é sempre um 
controle interno. 
 Sempre que, dentro da estrutura de uma 
mesma pessoa jurídica, houver escalonamento vertical de órgãos, 
departamentos ou quaisquer outras unidades desconcentradas e 
despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior sobre os 
atos praticados pelos subalternos, independente de norma que o 
estabeleça. 
 Esse controle, também denominado controle por subordinação, 
pressupõe as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, 
fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades controladas. 
 O poder hierárquico é caracterizado por ser: 
1. Pleno (irrestrito) 
2. Permanente 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
3. Automático (não depende de norma específica que o 
estabeleça ou autorize) 
Por meio do controle hierárquico, podem ser verificados todos os 
aspectos relativos à legalidade e ao mérito de todos os atos 
praticados pelos agentes ou órgãos subalternos a determinado agente 
ou órgão. 
3.4.2. Controle FINALÍSTICO 
 CLASSIFICAÇÃO MUITO IMPORTANTE!!! 
É exercido pela Administração Direta sobre as pessoas 
jurídicas integrantes da Administração Indireta. 
 Como resultado da descentralização administrativa, compõem a 
Administração Pública não só os órgãos da Administração Direta, mas 
também outras pessoas jurídicas, com autonomia administrativa e 
financeira, vinculadas (e não subordinadas) à Administração Direta. 
 O controle finalístico depende de norma legal que o estabeleça, 
determine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as 
ocasiões de realização do controle, indicando-se a autoridade 
controladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades 
objetivadas. OBS: para Celso Antônio Bandeira de Mello, em 
situações excepcionais, de condutas patentemente aberrantes 
de entidades da Administração Indireta, cabe o controle por 
parte da AdministraçãoDireta, mesmo na ausência de expressa 
previsão legal. 
Nesse tipo de controle, também denominado controle por 
vinculação, a administração direta restringe-se à verificação do 
enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
à avaliação objetiva do atingimento, pela entidade, de suas finalidades 
estatutárias. 
É um controle limitado e interno (esta última 
característica é controvertida na doutrina, mas entendo ser mais correta 
a posição de Odete Medauar, estabelecida no seguinte artigo jurídico: 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67131/69741) 
O controle finalístico, MUITA ATENÇÃO, não tem fundamento 
hierárquico, porque não há subordinação entre a administração direta e 
o ente da administração indireta (autarquia, por exemplo), mas apenas 
XP�³YtQFXOR´�HP�UD]mR�GD�ILQDOLGDGH�GDV�SHVVRDV�MXUtGLFDV�SHUWHQFHQWHV�
à Administração Indireta. 
Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado 
poder de tutela ou supervisão ministerial. 
 
 
 
1. (CESPE - 2013 - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da Receita 
Estadual) O controle exercido por determinado órgão público sobre os 
seus departamentos denomina-se controle. 
 a) interno. 
 b) de legalidade. 
 c) externo. 
 d) concomitante. 
 e) provocado. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 
Como vimos, o controle interno é aquele exercido dentro de um 
mesmo Poder, automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de 
sua própria estrutura. 
Gabarito: A 
 
2. (2014/CESPE/ Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) 
A respeito do controle e da responsabilização da administração, julgue o 
item. O controle pode ser classificado como executivo ou legislativo, a 
depender do órgão que o exerça. 
Os controles são classificados em: legislativo, judiciário e 
administrativo, não havendo classificação em executivo, já que o 
controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo. 
Gabarito: Errado 
 
3. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista 
Judiciário) O controle prévio dos atos administrativos do Poder 
Executivo é feito exclusivamente pelo Poder Executivo, cabendo aos 
Poderes Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos somente 
após sua entrada em vigor. 
O controle prévio pode ser exercido pelos demais poderes. O Poder 
Legislativo poderá exercê-lo nos casos previstos na Constituição 
Federal, como por exemplo, autorização do Senado para que os 
Estados, D.F. e Municípios façam empréstimos externos. 
Podemos citar como exemplo do Controle prévio exercido pelo 
Poder Judiciário o mandado de segurança que traga impedimento para 
prática de ato administrativo que prejudique direito líquido e certo. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
Assim a questão está errada, pois este controle não é exercido 
exclusivamente pelo Poder Executivo. 
Gabarito: Errado 
4. (CESPE - 2014 - MDIC - Agente Administrativo) As formas 
de controle interno na administração pública incluem o controle 
ministerial, exercido pelos ministérios sobre os órgãos de sua estrutura 
interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério 
sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas. 
Perfeito. Como vimos, esse controle ministerial é o controle 
finalístico, exercido pela Administração Direta sobre as pessoas 
jurídicas integrantes da Administração Indireta. 
Gabarito: certo 
 
5. (CESPE-2014-ANTAQ-Técnico Administrativo) No tocante ao 
controle da administração pública, julgue o item subsecutivo. 
O controle administrativo exercido com base na hierarquia 
denomina-se supervisão ministerial. 
O controle administrativo feito por supervisão ministerial não é com 
base na hierarquia, e sim com base no poder de tutela. 
Gabarito: Errado 
 
6. (2014/ CESPE/ANTAQ/Técnico em Regulação) O controle 
administrativo, que visa verificar a conveniência dos atos 
administrativos, é exercido de forma exclusiva pelo Poder Executivo. 
O Controle de Mérito visa a verificação da eficiência, oportunidade 
e conveniência do ato controlado e compete, normalmente, ao próprio 
Poder que editou o ato. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
Apenas nos casos expressos na Constituição, muito 
excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito 
sobre atos praticados pelo Poder Executivo. 
 Gabarito: Errado 
 
7. (2014/CESPE/ANTAQ/ Técnico em Regulação) Em relação ao 
controle na administração pública, julgue o próximo item. O gestor 
público, ao revogar um ato administrativo praticado por um agente não 
competente, exerce o controle corretivo; ao passo que, ao homologar 
um ato válido, ele pratica o controle concomitante. 
A revogação do ato praticado por gestor público e a homologação 
de um ato válido são formas de controle corretivo, pois são exercidas 
depois do ato. 
 Gabarito: Errado 
 
8. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de 
Serviços de Transportes Terrestres - Direito) O controle administrativo é 
exercido mediante fiscalização hierárquica, que ocorre quando os 
órgãos superiores fiscalizam os inferiores, tendo como fundamento o 
exercício do poder hierárquico. 
Dispensa comentários, não é mesmo? Perfeito. 
Gabarito: certo. 
 
9. (CESPE-2014-ANTAQ-Técnico Administrativo) No tocante ao 
controle da administração pública, julgue o item subsecutivo.A análise 
da prestação de contas de uma autarquia federal pelo Tribunal de 
Contas da União é exemplo de controle posterior e externo. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
O Tribunal de Contas da União auxilia o Congresso Nacional na 
realização do controle externo analisando a prestação de contas dos 
entes da administração direta e indireta. 
Gabarito: correta. 
 
10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) A CGU é órgão de 
controle externo. 
 Na verdade, a CGU é órgão de controle interno, pois é órgão do 
Poder Executivo de assistência da Presidência da República na defesa do 
patrimônio público. Logo, o item está errado. 
 
11. (CESPE/TCE-RN/Assessor/2009)Entre os vários critérios 
adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que 
o distingue entre interno e externo, dependendo de o órgão que o 
exerça integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão 
controlado. Nesse sentido, o controle externo é exercido por um poder 
sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta. 
Basta ler os conceitos acima para concluir que a questão está 
correta. 
 
12. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A autarquia, embora possua 
personalidade jurídica própria, sujeita-se ao controle ou à tutela do ente 
que a criou. 
%DVWD� OHU� R� FRQFHLWR� GH� FRQWUROH� ILQDOtVWLFR� SDUD� ³PDWDU´� HVVD�
questão e concluir que ela está correta. 
 
 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
4) Controle Administrativo 
 
 É a forma mais comum de controle, realizado pela Administração 
sobre seus próprios atos e atividades. O controle administrativo é 
exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do 
Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias condutas (exs: controle 
da nomeação de um servidor pela Câmara dos Deputados; controle dos 
atos realizados no curso de um procedimento licitatório), tendo em vista 
aspectos de legalidade ou de conveniência (mérito). 
 
O controle administrativo é um controle de legalidade e de 
mérito, além de ser sempre um controle interno (realizado por 
órgãos integrantes do mesmo Poder que praticou o ato). 
 Deriva do poder-dever de autotutela que a 
Administração tem sobre seus próprios atos e agentes, conforme está 
FRQVROLGDGR�QD�6~PXOD�����GR�67)��³D�$GPLQLVWUDomR�SRGH�DQXODU�VHXV�
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque 
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e 
UHVVDOYDGD��HP�WRGRV�RV�FDVRV��D�DSUHFLDomR�MXGLFLDO�´� 
 O art. 53 da Lei n. 9.784/99 também trata do tema: Art. 53. A 
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício 
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
 Lembre-se que o ato com vício de legalidade deve ser anulado 
com efeitos retroativos, para que a Administração ou o Poder Judiciário 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
exclua todos os efeitos pretéritos que surgiram a partir desse ato. Diz-
se que ele é anulado com efeitos ex tunc (RETROAGE). 
Por outro lado, a revogação de um ato ocorre por razões de 
conveniência e oportunidade, ou seja, se retirado o ato do mundo 
jurídico com sua revogação, não há necessidade de extirpar todos os 
efeitos pretéritos desse ato. Assim, a revogação opera efeitos ex nunca 
(NÃO RETROAGE). 
 
Conforme destaca Marinela, o controle administrativo, por ser um 
típico controle interno, tem por finalidade: 
a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, 
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da 
pessoa jurídica de direito público; 
b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à 
eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública, 
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de 
direito privado; 
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres públicos; 
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão 
institucional. 
Para Marinela, são meios de controle administrativo: a fiscalização 
hierárquica, a supervisão ministerial, o direito de petição, o processo 
administrativo, incluindo os recursos administrativos (com análise nos 
tópicos seguintes) e, atualmente, o moderno instrumento da 
arbitragem. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
A fiscalização hierárquica (ou hierarquia orgânica) decorre do 
poder hierárquico; é exercida pelos órgãos superiores sobre os 
inferiores da mesma Administração, visando a ordenar, coordenar, 
orientar e corrigir suas atividades e agentes. 
A supervisão ministerial geralmente é aplicável nas entidades 
da Administração Indireta vinculadas a um Ministério da Administração 
Direta, conforme a finalidade específica definida no momento de sua 
criação. Não se fundamenta na hierarquia e sim no controle no 
atendimento das finalidades. Exemplos de atos: nomeação de dirigentes 
das pessoas da Administração Indireta; aprovação da proposta de 
orçamento e programação financeira; realização de auditoria e 
avaliação periódica de rendimento e produtividade. 
Convém alertar que o Ministro supervisor não é 
autoridade competente para conhecer de recurso contra atos de 
autoridade das pessoas jurídicas da Administração Indireta, pois estas 
são pessoas distintas e não há hierarquia entre elas, sendo possível o 
recurso hierárquico impróprio quando previsto na lei. 
 Por fim, Marinela destaca os seguintes órgãos específicos de 
controle: 
1. Controladorias: são Órgãos do próprio Poder Executivo 
responsáveis por assistir direta e imediatamente o Chefe do 
Executivo quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder 
Executivo, sejam relacionados à defesa do patrimônio público e 
à transparência da gestão, exercendo atividades de controle 
interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à 
corrupção e ouvidoria. 
2. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do 
Ministério Público (CNMP) 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
O CNJ é órgão do Poder Judiciário destinado ao controle e à 
transparência administrativa e processual do Poder Judiciário, 
não podendo, entretanto, exercer a função jurisdicional 
do Estado. 
O CNMP foi instituído com a atribuição de controlar a atuação 
administrativa e financeira do Ministério Público e o 
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
3. Controle interno dos Tribunais 
Com base no art. 74 da CF, o CNJ determinou que todos os 
tribunais do país criassem núcleos de controle interno, 
diretamente vinculado à presidência do respectivo tribunal ou à 
unidade administrativa do Judiciário, com a finalidade de 
avaliar todas as atividades administrativas do Poder Judiciário, 
desde o cumprimento das metas do plano plurianual até o 
monitoramento dos gastos, passando pela comprovação da 
legalidade dos atos de gestão e de sua eficiência. 
Ficam sujeitos a tal controle todos os tribunais ou unidadesjudiciárias, as serventias judiciais e extrajudiciais e entidades 
que recebam ou arrecadem recursos em nome do Poder 
Judiciário. 
 
1) A administração pública pode declarar a nulidade dos seus 
próprios atos (Súmula nº 346 do STF). 
2) É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de 
órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem 
representantes de outros Poderes ou entidades (Súmula nº 649). 
3) O STF sustenta que é possível a Administração se valer da 
arbitragem como meio para a resolução de seus conflitos. Segundo o 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
STF o uso da arbitragem é recomendável, mas não é todo e qualquer 
direito público que pode ser levado para a via arbitral, mas apenas 
DTXHOHV� FRQKHFLGRV� FRPR� ³GLVSRQtYHLV´�� SRUTXDQWR� GH� QDWXUH]D�
contratual ou privada (AgRg no MS 11.308/DF, STJ ± Primeira Seção, 
Rel. Min. Luiz Fux, julg: 28.06.2006, DJ: 14.08.2006). 
4) MUITA ATENÇÃO!!!! A jurisprudência do STF é no sentido 
de que a anulação de ato administrativo que reflita em interesses 
individuais deve assegurar ao prejudicado o prévio exercício do 
contraditório e da ampla defesa (RE 602.013 AgR, STF ± Segunda 
Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julg: 13.08.2013, acórdão 
eletrônico DJe: 28.08.2013). 
 
13. (2014/CESPE/ANTAQ/ Técnico em Regulação) Em relação ao 
controle na administração pública, julgue o próximo item. O controle 
administrativo permite que a organização pública fiscalize e corrija, por 
iniciativa própria, atos administrativos sob os aspectos de legalidade e 
mérito. 
 O Controle Administrativo é a forma mais comum de controle, 
realizado pela Administração sobre seus próprios atos e atividades. O 
controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos 
administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias 
condutas, tendo em vista aspectos de legalidade ou de conveniência 
(mérito). 
Gabarito: Correto 
14. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista 
Judiciário) O Poder Judiciário, no exercício da atividade administrativa, 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
pode exercer controle administrativo, inclusive para revogar seus 
próprios atos administrativos. 
Vimos que o controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e 
pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas 
próprias condutas. É essencial que você se recorde da autotutela da 
V~PXOD�����GR�67)��³a Administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se 
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação juGLFLDO´� 
Gabarito: Certo. 
 
15. (2014/CESPE/ANTAQ/Especialista em Regulação - 
Economia) No que se refere aos tipos de controle e atuação dos 
tribunais de contas, julgue o item que se segue. O Poder Judiciário 
exerce controle judicial e administrativo. 
 O controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos 
órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias 
condutas. 
 E o controle judicial é exercido pelos órgãos do Poder Judiciário 
sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo 
Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciário, quando realiza 
atividades administrativas. 
 Gabarito: Correto 
 
16. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com 
relação ao controle da administração, julgue os itens subsecutivos. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e 
fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura 
organizacional, configura-se como controle de natureza interna, 
privativo do Poder Executivo. 
Como vimos anteriormente, o controle administrativo é exercido pelo 
Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do 
Judiciário sobre suas próprias condutas, tendo em vista aspectos de 
legalidade ou de conveniência. Portanto, não é privativo do poder 
executivo. 
Gabarito: Errado. 
 
 
4.1. Recursos administrativos 
 
De uma forma geral, o exercício do controle administrativo 
concretiza-se mediante as atividades de fiscalização e os recursos 
administrativos. 
 
 A fiscalização independe de provocação e pode ocorrer no 
âmbito do controle hierárquico e do controle finalístico. 
 Marinela conceitua recursos administrativos, em sentido amplo, 
como todos os meios hábeis a propiciar à própria Administração o 
reexame de decisão interna. Assim, o recurso administrativo é sempre 
direcionado à autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou 
o ato, ou àquela que revisou o mesmo (analisou a petição do 
interessado). 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 Como elemento do direito de defesa e garantia constitucional (art. 
5º, LV), é de se concluir que todo e qualquer ato ou decisão 
administrativa é passível de recurso a ser analisado por uma autoridade 
hierarquicamente superior, não podendo haver por parte da 
Administração a imposição de qualquer obstáculo à sua interposição. 
 Geralmente, os recursos administrativos são 
classificados em: recursos hierárquicos próprios e recursos hierárquicos 
impróprios. 
 IMPORTANTE PARA O SEU CONCURSO: Para Maria Sylvia Di 
Pietro e Hely Lopes Meirelles: 
1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: dirigido à autoridade ou 
instância imediatamente superior (há relação de hierarquia), 
dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. 
Exemplo: recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal 
contra ato praticado por Delegado da Receita Federal a ele subordinado. 
2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: dirigido a autoridade de 
outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele 
que proferiu o ato, ou seja, entre o órgão de que emanou o ato 
recorrido e o órgão a que se endereça o recurso não há 
relação hierárquica, embora eles possam integrar a 
mesma pessoa jurídica. Só é cabível se previsto 
expressamente em lei, já que não decorre da hierarquia. 
Exemplos: recurso contra ato praticado por dirigente de 
autarquia, interposto perante o Ministério a que é vinculada ou perante 
o Chefe do Poder Executivo; recurso contra decisão das Delegacias de 
Julgamento da Secretaria da Receita Federal, cuja apreciação incumbe 
ao Conselho deContribuintes (órgão integrante do Ministério da 
Fazenda, mas sem relação hierárquica com a Secretaria da Receita 
Federal). 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello: 
1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: todo recurso apreciado por 
órgão integrante da mesma pessoa jurídica em que 
esteja inserido o órgão que praticou o ato recorrido. 
2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: recurso apreciado por 
autoridade encartada em pessoa jurídica diversa da que 
proferiu a decisão. 
Em razão da previsão na Lei Federal nº 9.784/99, a regra geral é 
que o prazo para interpor o recurso administrativo é de 10 dias, 
contados da ciência da decisão contra a qual será proposto. 
Destaca-se que a Lei nº 11.417/2006 incluiu o §3º 
ao art. 56 da Lei nº 9.784/99, reconhecendo o direito de o interessado 
invocar súmula vinculante a seu favor em recurso administrativo e 
obrigando a autoridade a adotar o entendimento da súmula ou, caso 
contrário, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, explicar 
por que não adotou a súmula. Leia os dispositivos com atenção: 
 
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de 
legalidade e de mérito. 
 § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, 
se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade 
superior. 
 § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo 
independe de caução. 
 § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria 
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão 
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à 
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, 
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). 
(...) 
 Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula 
vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da 
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído 
pela Lei nº 11.417, de 2006). 
 Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação 
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, 
que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos 
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, 
administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). 
 
Lembre-se que a súmula vinculante editada pelo STF vincula não 
só o Judiciário, mas também a Administração Pública. Por isso a 
pertinência dos dispositivos invocados. 
 
É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de 
recurso administrativo (Súmula nº 373 do STJ). 
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito 
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de 
recurso administrativo. 
 
4.1.1. Espécies de recursos administrativos 
Em geral, a doutrina menciona, ainda, outras formas de 
provocação da Administração pelos administrados, inseridas no amplo 
direito fundamental conhecido como direito de petição (art. 5º, XXXIV, 
³D´�� &)��� $QDOLVDUHPRV� DOJXPDV� HVSpFLHV� GH� SHWLomR�� FRP base nos 
conceitos elaborados por Maria Sylvia Di Pietro e José dos Santos 
Carvalho Filho. 
a) Representação 
É a denúncia de irregularidades feita perante a própria 
Administração. 
Para os particulares, é um direito; para os servidores 
públicos em geral, é um dever. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
No art. 74, §2º, da Constituição Federal, está prevista uma 
KLSyWHVH� DPSOD� GH� UHSUHVHQWDomR� DR� 7&8�� ³TXDOTXHU� FLGDGmR�� partido 
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas 
GD�8QLmR�´��1RWH�TXH��HPERUD�SRVVD�VHU�HQTXDGUDGD�FRPR�KLSyWHVH�GH�
representação, a palavra utilizada pelo constituinte foi denúncia. 
6HJXQGR� &HOVR� $QW{QLR� %DQGHLUD� GH� 0HOOR�� GHQ~QFLD� p� R� ³GHVLJQDWLYR�
utilizado para hipótese similar [à representação], na qual, todavia, 
prepondera o intuito de alertar a autoridade competente para conduta 
DGPLQLVWUDWLYD�DSUHVHQWDGD�FRPR�FHQVXUiYHO´� 
b) Reclamação administrativa 
 É uma expressão bastante genérica que refere-se a qualquer 
forma de manifestação de discordância do administrado contra um 
ato da Administração. 
 0DULD�6\OYLD�'L�3LHWUR�IRUPXOD�GHILQLomR�DPSOD�GH�UHFODPDomR��³p�
o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, 
deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o 
reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause 
OHVmR�RX�DPHDoD�GH�OHVmR�´� 
 2�DUW�����GD�/HL�Qž����������XWLOL]D�R�YRFiEXOR�³UHFODPDo}HV´�HP�
DFHSomR� JHQpULFD�� ³D� $GPLQLVWUDomR� WHP� R� GHYHU� GH� H[SOLFLWDPHQWH�
emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou 
UHFODPDo}HV��HP�PDWpULD�GH�VXD�FRPSHWrQFLD�´��$LQGD��R�DUW�������,,,��
GR�&71�HPSUHJD�WDPEpP�R�WHUPR�³UHFODPDo}HV´�FRP�R�VLJQLILFDGR�GH�
impugnação administrativa, forma de instauração dos processos 
administrativos fiscais ou tributários. 
c) Pedido de reconsideração 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 É a solicitação feita à própria autoridade que proferiu a 
decisão ou emitiu o ato para que ela o submeta a uma nova 
apreciação. 
 A Lei nº 9.784/99 estabeleceu como regra geral a possibilidade de 
reconsideração, já que, independentemente de pedido de 
reconsideração expresso, o recurso hierárquico interposto pelo 
administrado acarreta para a autoridade recorrida o dever de verificar 
se é cabível reconsideração, no prazo de 5 dias, antes de encaminhar o 
recurso à autoridade competente para sua apreciação. 
d) Revisão 
 É a petição utilizada em face de uma decisão administrativa que 
implique aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou abrandá-la, 
desde que se apresentem fatos novos que demonstrem a 
inadequação da penalidade aplicada. 
 O art. 174 da Lei nº 8.112/90 prevê que o processo disciplinar 
poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se 
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a 
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. 
 Não ignore este ponto da aula, ele caiem concurso! Veja! 
 
 
 
17. (2014/CESPE/TC-DF/ Auditor de Controle Externo) Acerca 
do processo civil e do controle dos atos judiciais, julgue o próximo item. 
No que se refere ao princípio da separação dos poderes, o controle 
prévio do ato administrativo é exclusivo da administração, cabendo ao 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
Poder Judiciário apreciar lesão ou ameaça de lesão somente após a 
efetiva entrada em vigor do ato. 
 ATENÇÃO!!! Em regra, o controle judicial é exercido a posteriori e 
referente à legalidade dos atos administrativos. 
 Mas, antes de tudo, o controle judicial é um meio de preservação 
de direitos individuais dos administrados, nisso diferindo do controle 
político, exercido pelo Legislativo. 
 Sendo assim, é possível que o controle judicial seja exercido a 
priori, mas ocorrendo SEMPRE mediante provocação do interessado ou 
legitimado, nos casos de lesão ou ameaça de lesão. 
 Gabarito: ERRADO. 
 
18. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Auditor de Controle Externo - 
Direito) O direito de petição previsto constitucionalmente pode ser 
exercido tanto para a proteção de direitos individuais do peticionário 
quanto para a fiscalização de ilegalidades e abusos de poder. 
2OKD� R� TXH� IDOD� R� DUW�� �ž�� ;;;,9�� ³D´� GD� &)���� "o direito de 
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder". 
Gabarito: certo. 
 
19. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) O órgão competente para 
decidir o recurso administrativo poderá, de ofício, confirmar, modificar, 
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a 
matéria for de sua competência, mesmo quando o tema não for objeto 
de recurso voluntário. Da mesma maneira, não há necessidade de, na 
hipótese de a nova decisão agravar a situação do recorrente, dar 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
oportunidade ao interessado para formular alegações antes da nova 
decisão. 
A parte final da questão está incorreta, pois há a necessidade sim 
de dar oportunidade ao interessado para formular alegações, quando a 
situação do recorrente puder ser agravada no julgamento do recurso 
(art. 64 da Lei nº 9.784/99). Portanto, o item é errado. 
 
20. (CESPE/DPE-ES/Defensor/2009) O recurso hierárquico 
próprio é dirigido à autoridade imediatamente superior, no mesmo 
órgão em que o ato foi praticado, enquanto o recurso hierárquico 
impróprio é dirigido à autoridade de outro órgão, não inserido na 
mesma hierarquia do que praticou o ato, sendo que o cabimento de 
ambos depende de previsão legal expressa. 
 O único erro da questão reside no fato de ter afirmado que ambos 
os recursos dependem de previsão legal, já que o recurso hierárquico 
próprio é decorrente da hierarquia, independendo de previsão legal. 
Portanto, o item está errado. 
 
21. (CESPE/TJDFT/Analista/2008) Por integrar o Poder 
Judiciário, mesmo as funções tipicamente administrativas exercidas pelo 
TJDFT estão sujeitas apenas ao controle judicial. 
 O controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos 
órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias 
condutas, por isso, a questão está errada. 
 
22. (CESPE/MP-RR/2008) Os recursos administrativos 
constituem mecanismos de controle interno, por meio do qual a 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao 
atendimento do interesse público e a preservação da legalidade. 
 Como vimos, os recursos administrativos são mecanismos do 
controle administrativo, que sempre é um controle interno. Portanto, o 
item está correto. 
 
23. (CESPE/MP-RR/2008) Quanto ao efeito da interposição do 
recurso, predomina a regra da suspensividade dos efeitos do ato 
impuganado, tendo em vista a presunção de legalidade do ato 
administrativo e sua autoexecutoriedade. 
 Os recursos administrativos só terão efeito suspensivo quando a 
lei expressamente prevê, não sendo regra e sim exceção, conforme 
previsto no art. 61 da Lei nº ��������� �³Salvo disposição legal em 
contrário, o recurso não tem efeito suspensivo´�. Logo, a questão está 
errada. 
 
4.2. Processos administrativos 
 Como acabamos de ver, a Administração pode e deve corrigir 
seus atos defeituosos, em decorrência do poder de autotutela que 
possui sobre seus atos. Uma das formas de possibilitar o exercício desse 
verdadeiro poder-dever é com os processos administrativos. 
 A instauração de processos administrativos é um meio colocado à 
disposição dos administrados para que eles provoquem a 
Administração, com o intuito de ver alterados ou anulados decisões ou 
atos administrativos referentes a relações jurídicas em que estejam 
envolvidos. 
 $� H[SUHVVmR� ³SURFHVVRV� DGPLQLVWUDWLYRV´� HP� VHQWLGR� DPSOR�
abrange qualquer procedimento da Administração desencadeado por 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
alguma das diversas hipóteses de reclamações, impugnações e petições 
em geral, visando a provocar a apreciação de questões de interesse dos 
administrados pela própria Administração. 
 
4.2.1. Princípios do processo administrativo 
Com base na doutrina de Hely Lopes Meirelles, é possível 
identificar os seguintes princípios norteadores dos recursos e processos 
administrativos. 
a) Legalidade objetiva 
 Exige que o processo administrativo seja instaurado e conduzido 
com base na lei e com a finalidade de preservar o império da lei. 
 Caso inexista norma legal que o preveja ou ele seja conduzido 
contrariamente à lei, o processo administrativo será nulo. 
b) Publicidade 
 Por ser pública a atividade da Administração, os processos que ela 
desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados. Esse 
direito de acesso é mais amplo do que nos processos judiciais, pois 
alcança qualquer pessoa que seja titular de interesse atingido por ato 
constante do processo ou que atue na defesa do interesse coletivo ou 
geral. 
 O direito de acesso só pode ser restringido por razões 
de segurança da sociedade e do Estado ou quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem. 
c) Oficialidade ou Impulso oficial do processo 
 Compete sempre à Administração a movimentação do processo 
administrativo, ainda que inicialmente provocado pelo particular. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativop/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 Uma vez iniciado, o processo passa a pertencer ao Poder Público, 
a quem compete dar a ele prosseguimento, até decisão final. 
 Permite que os agentes administrativos encarregados do processo 
atuem, de ofício, na tomada de depoimentos, na inspeção de lugares e 
bens, na realização de diligências, etc. 
d) Informalismo 
 Os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a 
cargo do particular, não exigem formalidades especiais, bastando que 
sejam estas suficientes para assegurar a certeza jurídica e segurança 
processual. 
 Esse princípio deve ser entendido favoravelmente ao particular, 
inclusive porque este não necessita de advogado para representa-lo no 
processo, podendo atuar pessoalmente. 
 Entretanto, caso exista exigência legal expressa quanto à forma 
de determinado ato, esta deverá ser cumprida, sob pena de nulidade do 
ato praticado em desacordo com a formalidade legal. 
e) Gratuidade 
 Sendo a Administração Pública uma das partes do processo 
administrativo, não se justifica a mesma onerosidade que existe no 
processo judicial. 
Além disso, você deve DECORAR a Súmula Vinculante nº 21: 
 
 
f) Verdade material 
 No processo administrativo, importa conhecer o fato efetivamente 
ocorrido, saber como se deu o fato no mundo real, independente da 
fase em que se encontra o processo (desde que até o julgamento final). 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo 
 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
g) Contraditório e ampla defesa 
 É comum a todos os tipos de processos, judiciais e 
administrativos, estando expresso no art. 5º, LV, da Constituição 
Federal. É decorrência do princípio do devido processo legal, previsto no 
inciso LIV do mesmo dispositivo constitucional. 
 O cerceamento de defesa, em qualquer fase do processo, acarreta 
sua nulidade relativamente a todos os atos subsequentes, quando isso 
for possível; caso contrário, acarreta a nulidade de todo o processo. 
h) Atipicidade 
 Muitas infrações administrativas não são descritas com precisão 
na lei, ficando sujeitas à apreciação da Administração Pública, que 
deverá decidir diante das circunstâncias de cada caso concreto, levando 
em consideração a gravidade do ilícito e as consequências para o 
serviço público (razoabilidade e proporcionalidade). Por isso, a 
motivação do ato assume fundamental relevância, pois demonstrará o 
correto enquadramento da falta e a dosagem adequada da pena. 
i) Pluralidade de instâncias 
 Decorre do poder de autotutela de que dispõe a Administração 
Pública e que lhe permite rever os próprios atos, quando ilegais, 
inconvenientes ou inoportunos. 
 Já que é dado ao superior hierárquico rever sempre os atos dos 
seus subordinados, como poder inerente à hierarquia e independente de 
previsão legal, haverá tantas instâncias administrativas quantas forem 
as autoridades com atribuições superpostas na estrutura hierárquica. 
Entretanto, na esfera federal, o direito de recorrer foi limitado a três 
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. 
j) Economia processual 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 O processo é instrumento para aplicação da lei, de modo que as 
exigências a ele pertinentes devem ser adequadas e proporcionais ao 
fim que se pretende atingir. Por isso, devem ser evitados os 
formalismos excessivos, não essenciais à legalidade do procedimento, 
que só possam onerar inutilmente a Administração Pública. 
 Desse princípio decorre o do aproveitamento dos atos 
processuais, que admite o saneamento do processo quando se tratar de 
nulidade sanável, cuja inobservância não prejudique a Administração ou 
o administrado. 
k) Participação popular 
 O princípio da participação popular na gestão e no controle da 
Administração Pública é inerente à ideia de Estado Democrático de 
Direito, objetivando descentralizar as formas de atuação da 
Administração e de ampliar os instrumentos de controle. 
 Exemplos: participação dos trabalhadores e empregadores nos 
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou 
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação; gestão 
democrática do ensino público; direito à informação, possibilitando 
conhecer os assuntos tratados no âmbito da Administração Pública; 
mandado de injunção, para suprir a omissão do Poder Público na 
regulamentação de normas constitucionais. 
 
Em processo administrativo não se aplica o princípio da non 
reformatio in pejus. Isso porque, a Administração pode, a qualquer 
momento, mesmo em fase de recurso, verificar que ocorreu uma 
ilegalidade que agrava a situação do interessado e anular esse ato 
ilegal, piorando a situação daquele que recorreu (RMS 21.981/RJ, STJ ± 
Segunda Turma, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, julg: 22.06.2010, DJe: 
05.08.2010). 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
No ponto, o seguinte dispositivo da Lei n. 9.784/99: 
 Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, 
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a 
matéria for de sua competência. 
 Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer 
gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que 
formule suas alegações antes da decisão. 
 
 
 
24. (CESPE/MP-RR/2008) A CF assegura, expressamente, a 
ampla defesa nos processos administrativos. 
 Com base no art. 5º, LV, CF, nota-se que o item está correto. 
 
4.3. Prescrição administrativa 
 A prescrição traduz a perda do prazo para ajuizamento de uma 
ação (ou apresentação de uma petição administrativa) mediante a qual 
se pretendesse defender um direito contra uma lesão ou ameaça de 
lesão (o prazo de prescrição tem curso antes de ser iniciado o processo 
judicial ou administrativo). 
A finalidade da prescrição é assegurar a estabilidade das 
relações jurídicas entre a administração pública e os administrados, ou 
entre ela e seus agentes, depois de transcorrido determinado lapso 
temporal, em atenção ao princípio da segurança jurídica. 
Falaremos inicialmente da prescrição da pretensão do particular 
contra a Administração. Depois falaremos da prescrição da pretensão da 
Administração contra o particular. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoriae exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
Na via judicial, o administrado tem 5 anos para ingressar com 
uma demanda contra a Administração (art. 1º do Decreto 20.910/32). 
Essa regra vale para pretensões contra a União, Estados, Municípios e 
Fazendas federais, estaduais e municipais, bem como contra as 
autarquias, e demais entidades da administração indireta e órgãos 
paraestatais. 
Se ocorreu algum fato que fez interromper a prescrição, o prazo 
de cinco anos recomeça a ser contado pela metade, a partir do evento 
LQWHUUXSWLYR�� 0DV�� QRV� WHUPRV� GD� 6~PXOD� ����67)�� ³D� SUHVFULomR� HP�
favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a 
partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, 
embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do 
SUD]R´� 
Mas a partir de quando é contado esse prazo prescricional de 5 
anos? 
O termo inicial é o nascimento do dano. 
IMPORTANTE: Há casos em que a pretensão é imprescritível 
para o particular? 
Sim! Por incrível que pareça, contrariando o princípio da 
segurança jurídica, o STJ admite como imprescritível a pretensão 
indenizatória decorrente de violação a direitos humanos fundamentais 
durante o Regime Militar de exceção (REsp 890930). 
Passemos agora para o outro lado, da prescrição para a 
Administração ingressar com algum pedido contra o particular. 
A regra geral, por uma questão de isonomia, é a mesma, ou 
seja: 5 (cinco) anos. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
Tecnicamente, em processo administrativo, se diz que o direito 
da Administração de anular um ato administrativo que gerou efeitos 
favoráveis ao administrado é de 5 anos. Veja a redação da Lei n. 
9.784/99: 
 
 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, 
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência 
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 
 § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de 
autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. 
 
E há hipóteses de imprescritibilidade para a Administração? 
OLHO ABERTO: Sim! Assim como o particular não se submete à 
prescrição nos atos decorrentes da violação aos direitos humanos pelo 
regime militar, a Administração não se submete a qualquer prazo 
prescricional para promover a reparação de dano ao erário em 
decorrência de atos ilícitos. Esse é o entendimento do STF (MS 
26210 e 24519) e do STJ (AgRg no RESP 1038103, RESP 1067561, 
RESP 801846 e RESP 1107833) na interpretação da parte final do art. 
���� †� �ž�� GD� &)�� TXH� DVVLP� GLVS}H�� ³$� OHL� HVWDEHOHFHUi� RV� SUD]RV� GH�
prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, 
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de 
ressarcimento´�� 
Ademais, os 5 anos para a anulação dos próprios atos da 
Administração não correm se a parte que se beneficiou do ato estava 
de má-fé. 
Com relação à prescrição, você já observou: o 
prazo do particular contra a Administração é de 5 anos. Para pretensão 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
de atos que violaram direitos humanos na ditadura: imprescritível. Para 
a Administração a regra geral também é de 5 anos, havendo a 
imprescritibilidade para a reparação ao erário. 
 Com relação à decadência, lembramos que, na esfera federal, o 
art. 54 da Lei nº 9.784/99 estatui que é de 5 anos o prazo de 
decadência para a administração pública anular os atos administrativos 
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, salvo 
comprovada má-fé. 
Não há prazo para a administração proceder à 
revogação de seus atos administrativos que se tornem inoportunos ou 
inconvenientes ao interesse público. 
As hipóteses de prescrição administrativa concernentes aos prazos 
para a administração pública aplicar sanções administrativas aos seus 
próprios agentes ou aos administrados em geral seguem as mesmas 
regras acima já expostas. 
Lembre-se que as ações de ressarcimento ao erário são 
imprescritíveis. 
 
5) Controle LEGISLATIVO OU 
PARLAMENTAR 
 
 É exercido pelos órgãos legislativos ou por comissões 
parlamentares sobre determinados atos do Poder Executivo. Em 
respeito ao princípio da independência e harmonia dos Poderes (art. 2º, 
CF), somente se verifica nas situações e nos limites expressamente 
previstos no próprio texto constitucional. 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
 
Esse é um controle externo e configura-se, sobretudo, como um 
controle político, por isso podem ser controlados aspectos relativos à 
legalidade e à conveniência pública (ou política) dos atos do Poder 
Executivo que estejam sendo controlados. 
 Veja bem, controle legislativo: aspectos de legalidade e 
conveniência pública! 
 Segundo Di Pietro, no controle político, exercido pelo poder 
Legislativo, serão apreciados aspectos de legalidade E DE MÉRITO (= 
conveniência e oportunidade). 
 A previsão genérica da possibilidade de controle dos atos do Poder 
Executivo pelo Poder Legislativo encontra-se no art. 49, X, CF: 
 Art. 49 É competência exclusiva do Congresso Nacional: 
(...) 
X ±fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos 
GR�3RGHU�([HFXWLYR��LQFOXtGRV�RV�GD�DGPLQLVWUDomR�LQGLUHWD�´� 
 
OLHO ABERTO, pois agora, vamos analisar os principais 
dispositivos da Constituição Federal que estabelecem hipóteses ou 
mecanismos de controle legislativo. 
1. Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem 
do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa (art. 49, V, CF). 
2. As comissões parlamentares de inquérito terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais e serão criadas 
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo 
Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet
WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG
 
Noções de Direito Administrativo p/ INSS ʹ 
Técnico do Seguro Social. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 11 
 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 195 
Instagram: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério 
Público, para a promoção da responsabilidade civil ou criminal 
dos infratores (art. 58, §3º, CF). 
3. Ao Congresso Nacional compete julgar anualmente as 
contas prestadas pelo Presidente

Continue navegando