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PREÂMBULO Professor: Sylvio Motta PREÂMBULO • "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República • Consoante a aguda e autorizada observação de Jorge Miranda: "O preâmbulo não é um conjunto de preceitos, é um conjunto de princípios que se projetam sobre os preceitos e sobre os restantes setores do ordenamento - e daí, a sua maior estabilidade, que se compadece, de resto, com a possibilidade de revisão das expressões verbais ou dos aspectos históricos que nele se encontrem" (Manual de Direito Constitucional, tomo II, 2ª ed. Coimbra, Portugal: Coimbra Editora, 1988, p. 211). • Considere a assertiva acima e, tendo por suporte o magistério da doutrina acerca do tema, responda se é lícito admitir o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos federais, estaduais e distritais, por via de ação direta, junto ao Supremo Tribunal Federal, tendo por parâmetro princípios postos no preâmbulo da Constituição da República. • "Todos os dispositivos residentes da Constituição servem de parâmetro para a aferição da constitucionalidade dos atos normativos. A doutrina constitucional mais recente entende que não há dispositivo constitucional despido de normatividade. Preâmbulo, os princípios, os preceitos, inclusive os programáticos, são normas jurídicas, e assim devem ser compreendidos.” Clèmerson Merlin Clève • (A Fiscalização Abstrata de Constitucionalidade no Direito Brasileiro, 1ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995, p. 33-4). PREÂMBULO • "O preâmbulo não pode ser invocado enquanto tal, isoladamente, nem cria direitos ou deveres; invocados só podem ser os princípios nele declarados (aqui, sim, em plano idêntico aos que podem ser induzidos do restante texto constitucional); e, do mesmo modo, não há inconstitucionalidade por violação do preâmbulo como texto a se; só há inconstitucionalidade por violação dos princípios nele consignados - que são princípios consignados na Constituição" Jorge Miranda • (op. cit., p. 211). PREÂMBULO • Sob o ângulo da doutrina pós-positivista, revela-se factível, portanto, o controle de constitucionalidade em face de princípios albergados no contexto do preâmbulo que serve de pórtico à Lex Fundamentalis. PREÂMBULO • Em sentido contrário: • “O preâmbulo, portanto, por não ser norma constitucional, não poderá prevalecer contra texto expresso da Constituição Federal, e tampouco poderá ser paradigma comparativo para declaração de inconstitucionalidade, porém, por traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da Constituição, será uma de suas linhas mestras interpretativas." Alexandre de Moraes • (Direito Constitucional, 11ª ed. São Paulo: Atlas), 2002, p 49) PREÂMBULO • A hipótese cogitada não se confunde com a julgada pelo Supremo Tribunal Federal, tendo em vista a Constituição do Estado do Acre (ADI nº 2076-AC, rel. Min. Carlos Velloso, INFO STF nº 277, p.3).
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