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CONSTITUIÇÃO - CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E ELEMENTOS

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Constituição 
Conceito, constitucionalização simbólica, classificações, 
elementos históricos 
 
 
1. Conceito de constituição 
Existem várias concepções, para definir uma constituição. 
 
a) SENTIDO SOCIOLÓGICO: Ferdinand Lassale – a Constituição só se torna legítima 
quando representa o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem 
o poder. Na sua ausência, a mesma seria ilegítima, sendo apenas uma simples “folha 
de papel”. nesse sentido, a constituição, segundo Lassale seria um somatório dos 
fatores reais do poder, dentro de uma sociedade. 
 
b) SENTIDO POLÍTICO: Carl Schmitt – distinção de Constituição x lei constitucional, onde 
a constituição seria a decisão política fundamental e as leis constitucionais seriam os 
dispositivos de lei, inseridos dentro da constituição, mas que não tratam de matérias 
de decisão fundamental. 
 
c) SENTIDO MATERIAL E FORMAL: do ponto de vista material, o que importa para uma 
norma ter caráter constitucional é seu conteúdo e não a forma pela qual ela foi 
inserida no ordenamento jurídico. Do ponto de vista formal, o conteúdo da norma 
não importa, e sim, a forma como ela foi introduzida no ordenamento. O sistema 
brasileiro de 1988 é formal. 
 
Tendo em vista a incorporação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, 
com força de emenda constitucional, pode-se definir o sistema como misto! 
Art. 5°, § 3º Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. 
 
d) SENTIDO JURÍDICO: Hans Kelsen – entende que a Constituição está no plano do 
dever ser e não do ser, sendo, portanto, fruto da vontade racional do homem e não 
provindo de leis da natureza. 
 
PLANO LÓGICO – JURÍDICO PLANO JURÍDICO-POSITIVO 
. Norma fundamental hipotérica 
. Plano do suposto 
. Fundamento lógico transcendental da 
validade da Constituição jurídico-
positiva 
. Norma posta, positivada 
. Norma positivada suprema 
 
 
e) SENTIDO CULTURALISTA: Meireles Teixeira - a Constituição é um produto cultural, 
produzido pela sociedade e que sobre ela exerce influência. Essa concepção retrata 
um conceito de Constituição Total, uma visão suprema e sintética, com aspectos 
econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos a fim de abranger o seu conceito em 
uma perspectiva unitária. 
 
f) CONSTITUIÇÃO ABERTA: uma constituição aberta, permanecendo no seu tempo, 
evitando assim, o desmoronamento da sua força normativa. Virgílio Afonso da Silva 
propôs uma análise do papel que teria a Constituição, qual seria sua função, no 
ordenamento jurídico e qual a relação com a atividade legislativa ordinária, 
analisando quais as capacidades do legislador, dos cidadãos e da autonomia privada. 
são quatro, as propostas: 
 
• Constituição-lei: em muito pouco, difere da legislação ordinária. A constituição não 
estaria acima do poder legislativo, mas acima dele, sendo uma lei como qualquer 
outra. 
• Constituição-fundamento (Constituição total): a onipresença da Constituição é 
tamanha, que a área reservada ao legislador, ao cidadão e à autonomia privada fica 
muito pequeno. Passam a ser instrumentos da realização da Constituição. 
• Constituiçã0 -moldura (ou quadro): forma intermediária, entre os dois modelos 
apresentados anteriormente, evitando-se a politização excessiva da Constituição-lei 
(onde o legislador tudo decidiria) ou à judicialização excessiva da Constituição-total 
(onde o judiciário deveria decidir onde houve ou não, algum tipo de abuso). 
• Constituição dúctil (constituição maleável): Zagremelsky – para exprimir a 
necessidade de a Constituição acompanhar a perda do centro ordenador do estado 
e refletir o pluralismo social, político e econômico. Nesse sentido, cabe a uma 
Constituição a tarefa de assegurar as condições que possibilitem uma vida em 
comum. 
 
 
2. Constitucionalização simbólica 
Marcelo Neves - divergência entre a previsão constitucional e a insuficiência de 
concretização jurídica dos diplomas constitucionais. Existem 3 formas de 
manifestação da constitucionalização simbólica: 
 
• Confirmar valores sociais 
• Demonstrar a capacidade de ação do Estado 
• Adiar a solução de conflitos sociais por meio de compromissos dilatórios 
Compreendendo-se o problema, diante das expectativas colocadas, as normas não 
podem servir apenas como retórica política ou álibi dos governantes. O judiciário tem 
a importante missão de implementar a efetividade das normas constitucionais. 
 
3. Classificação (tipologia) da Constituição 
Existem vários critérios de classificação para a constituição, são eles: 
 
a) QUANTO À ORIGEM: 
 
• Outorgadas: são as constituições impostas, de maneira unilateral, pelo agente 
revolucionário – Cartas Constitucionais. 
 
• Promulgadas: são as constituições democráticas, votadas, populares. Frutos de 
Assembleia Nacional Constituinte. Eleita diretamente pelo povo. 
 
 
• Cesaristas: quando um imperador ou ditador recebe, pela vontade popular, 
uma “carta branca”, ou seja, a constituição não é totalmente democrática, tão 
pouco, totalmente imposta. EX: plebiscitos napoleônicos ou os de Pinochet, no 
Chile. 
 
• Pactuadas: segundo Bonavides, seriam as constituições que exprimem um 
compromisso de duas forças políticas rivais. 
 
 
 
A Constituição brasileira de 1988 foi promulgada! 
Outorgadas, promulgadas, cesaristas ou pactuadas 
b) QUANTO À FORMA 
 
• Escrita: a Constituição teria um conjunto de regras sistematizadas e 
organizadas num único documento. 
 
• Costumeira: seria aquela Constituição onde não há regras reunidas num único 
texto solene e codificado e, sim, textos esparsos (avulsos), reconhecido pela 
sociedade como fundamentais, baseado em usos, costumes, jurisprudências, 
convenções. Porém, nos países onde se adotam esses tipos de constituições, 
também podem existir textos escritos. EX: Constituição da Inglaterra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) QUANTO À EXTENSÃO: 
 
• Sintética: são as enxutas, que veiculam apenas os princípios fundamentais e 
estruturais do Estado. 
 
• Analíticas: são aquelas que abordam assuntos que os representantes do povo 
acreditam ser fundamentais. Em regra, apresentam normas que deveriam 
estar em leis infraconstitucionais. 
Escritas (instrumentais) ou costumeiras (não escritas ou consuetudinárias) 
A Constituição brasileira de 1988 tem sido definida como escrita! 
Porém, a partir da EC n° 45/2004 (Reforma do Judiciário), é possível que se encontre 
textos com normas de caráter constitucional, como é o caso dos tratados e convenções 
internacionais de direitos humanos, incorporados ao texto constitucional com o quórum 
das emendas constitucionais. 
Art. 5°, § 3º Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Sintéticas (básicas, sumárias) ou analíticas (extensas, prolixas, longas) 
A Constituição brasileira de 1988 é analítica! 
 
d) QUANTO À ELABORAÇÃO 
 
• Dogmáticas: sempre escritas, trazem os dogmas constitucionais e 
fundamentais do Estado. 
 
• Históricas: formadas por um lento e contínuo processo de formação, 
reunindo fatos históricos e tradições do povo. São semelhantes às 
constituições costumeiras. EX: Constituição Inglesa. 
 
 
 
e) QUANTO À ALTERABILIDADE 
 
• Rígidas: são aquelas Constituições que exigem, para sua alteração, um 
processo legislativo mais formal, solene e dificultoso, do que aqueles 
utilizados para alteração de leis não constitucionais. 
 
• Flexíveis: seriam as Constituições que não possuem um processo legislativo 
de alteração mais dificultoso que aquele utilizado para a alteraçãode normas 
infraconstitucionais. 
 
• Semiflexíveis ou semirrígidas: seriam aquelas que são tanto rígidas quanto 
flexíveis, ou seja, algumas matérias exigem um processo mais dificultoso do 
que o exigido, para a alteração das leis infraconstitucionais, enquanto que 
outras normas não exigem essa formalidade. 
 
• Fixas: ou silenciosas. São aquelas que só podem ser alteradas por um poder 
de hierarquia igual ao daquele que as criou, ou seja, são aquelas que possuem 
valor histórico. 
 
Dogmáticas (sistemáticas) ou históricas 
A Constituição brasileira de 1988 é dogmática! 
Rígidas, flexíveis, semirrígidas, fixas (silenciosas), imutáveis, 
(permanentes) 
• Imutáveis: permanentes, graníticas, intocáveis. São as constituições 
inalteráveis, verdadeiras relíquias históricas. 
 
 
 
f) QUANTO À SISTEMÁTICA: 
 
• Reduzidas: são aquelas que materializam em um só código básico e 
sistemático. EX: Constituição brasileira. 
 
• Variadas: são aquelas que se distribuem em vários textos e documentos 
esparsados, formando-se de várias leis infraconstitucionais. EX: constituição 
belga de 1830 e constituição francesa de 1875. 
 
Bonavides distingue ainda, as Constituições codificadas das legais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Constituição brasileira de 1988 é rígida! 
Reduzidas (unitárias) e variadas 
A Constituição brasileira de 1988 é reduzida e codificada ou unitária! 
Atenção!!! 
. BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE: critério que se aproxima de uma Constituição esparsa. 
a) Art. 5°, §3°: constitucionalização dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, 
incorporados com o quórum para aprovação de Emendas Constitucionais. 
b) Decreto Legislativo n. 186/2008: Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e de seu 
protocolo facultativo (Nova York). Promulgado no Brasil em 25/08/2009 >> Decreto n. 6.949 (status 
de norma infraconstitucional) 
c) Decreto Legislativo n. 261/2015: Tratado de Marraqueche >> Acesso às Obras publicadas às Pessoas 
Cegas, com deficiência visual ou com dificuldades para ter acesso ao texto impresso, concluído o 
âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). 
d) EC n° 91/2016: não introduziu qualquer artigo, alterou a regra sobre a perda do mandato eletivo por 
infidelidade partidária, estabelecendo a possibilidade de desfiliação, sem prejuízo do mandato, 
excepcionalmente e em período determinado. 
g) QUANTO À DOGMÁTICA 
 
• Ortodoxa: aquela formada por uma só ideologia. EX: Soviética (1977), 
Constituição da China marxista. 
 
• Eclética: formada por ideologias conciliatórias. EX: Constituição da Índia (1949) 
 
 
 
h) QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (critério ontológico - essência) 
 
 
Esse critério busca identificar a correspondência entre a realidade política do Estado 
e o texto constitucional. 
• Normativas: aquelas em que o processo de poder está de tal forma 
disciplinado, que as relações políticas e os agentes de poder se subordinam às 
determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
 
• Nominalistas: disposições de limitação e controle de dominação política, e 
sem repercussão na sistemática de processo real de poder, e com insuficiente 
concretização constitucional. 
 
• Semânticas: simples reflexos da realidade política, servindo como mero 
instrumento dos donos do poder e das elites políticas, sem limitação do seu 
conteúdo. 
 
Nesse sentido, da normativa à semântica, percebe-se uma gradação de 
democracia e Estado Democrático de Direito para o autoritarismo. 
 
Ortodoxa ou eclética 
A Constituição brasileira de 1988 é eclética! 
Normativas, nominalistas e semânticas 
A Constituição brasileira de 1988 “pretende” ser normativa. 
i) QUANTO AO SISTEMA 
 
• Principiológica: predominam os princípios. 
 
• Preceituais: prevalecem as regras. 
 
 
 
 
j) QUANTO À FORMA 
 
• Provisória: ou pré-constituição, constituição revolucionária: é o conjunto de 
normas com a dupla finalidade de definir o regime de elaboração e aprovação 
da Constituição formal e a estruturação do poder político no interregno 
(intervalo) constitucional. Sua função é erradicar o antigo regime. 
 
• Definitiva: ou de duração indefinida para o futuro. Constituição produto final 
do processo constituinte. 
 
 
k) QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO: 
 
• Heterônomas: constituições que foram decretadas de fora do Estado por 
outro(s) Estado (s) ou ainda por organizações internacionais. Miguel Galvão 
Teles >> heteroconstituição, uma verdadeira raridade. 
 
• Autônomas: autoconstituições, homoconstituições. O normal são as 
constituições decretadas dentro do próprio Estado que vão reger. 
 
 
Principiológicas ou preceituais 
A Constituição brasileira de 1988 é principiológica! 
Provisórias ou definitivas 
Heterônomas ou autônomas 
A Constituição brasileira de 1988 é autônoma! 
l) CONSTITUIÇÕES GARANTIA, BALANÇO E DIRIGENTE 
 
• Garantia: busca garantir a liberdade, limitando o poder. 
• Balanço: reflete um degrau de evolução socialista 
• Dirigente: estabelece um projeto de Estado. EX: a Constituição Portuguesa 
 
 
 
m) CONSTITUIÇÕES LIBERAIS (negativas) E SOCIAIS (dirigentes) – CONTEÚDO 
IDEOLÓGICO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
• Liberais: surgem com o triunfo da ideologia burguesa, com seus ideais de 
liberalismo. 
 
• Sociais: refletem um momento posterior, de necessidade de atuação estatal, 
consagrando a igualdade substancial, assim como os direitos sociais, 
chamados de direitos de 2ª dimensão. 
 
 
 
n) CONSTITUIÇÕES EXPANSIVAS 
Raul Machado Horta diz que a Constituição brasileira de 1988, se encontra no grupo 
de constituições expansivas, já que tanto sua estrutura como a comparação interna 
e a externa demonstram uma ampliação dos direitos fundamentais. 
 
 
 
A Constituição brasileira de 1988 é dirigente! 
A Constituição brasileira de 1988 é social! 
 
 
 
 
 
 
4. Elementos das Constituições 
As normas constitucionais estão agrupadas em títulos, capítulos e seções, com 
conteúdo, origem e finalidades diversos. Esses dispositivos trazem valores distintos 
e caracterizam as diversas faces da Constituição, fazendo com que a doutrina 
organize o texto constitucional de acordo com finalidades, representados pelos 
elementos da Constituição, divididos em cinco categorias. 
 
a) ELEMENTOS ORGÂNICOS: são as normas que regulam a estrutura do Estados e dos 
Poder: 
 
• Título III (Da Organização do Estado) 
• Título IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo) 
• Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança Pública) 
• Título VI (Da Tributação e do Orçamento) 
 
b) ELEMENTOS LIMITATIVOS: são aqueles que manifestam-se nas normas que 
compõem o elenco dos direitos individuais e suas garantias fundamentais, limitando 
a atuação dos poderes do Estado: 
 
• Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) – Exceto Direitos Sociais 
 
 
 . Promulgada . Escrita . Analítica 
 . Formal . Dogmática . Rígida 
 . Reduzida . Eclética . Normativa 
 . Principiológica . Definitiva . Autônoma 
 . Garantia . Dirigente . Social . Expansiva 
Classificação da Constituição de 1988 
Atenção!!!! 
Exceto o Capítulos dos Direitos Sociais, por que esses são definidos como elementos sociológicos. 
c) ELEMENTOS SOCIOIDEOLÓGICOS: revelam o compromisso da Constituição entre 
Estado individualista x Estado Social (intervencionista): 
 
• Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais) 
• Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira) 
• Título VIII (Da Ordem Social) 
 
d) ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: normas constitucionais 
destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da 
Constituição, do Estado e das Instituições Democráticas. São os instrumentos de 
defesa do Estado e a busca pela paz social: 
 
• Art. 102,I, a : ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade 
• Arts. 34 a 36 (Da intervenção nos Estados e Municípios) 
• Arts. 59, I e 60 (Processo de emenda à Constituição) 
• Arts. 102 e 103 (Jurisdição Constitucional 
• Título V (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 
(especialmente o Capítulo I, que trata do estado de sítio e estado de defesa, 
já que os capítulos II e III do Título V caracterizam-se como elementos 
orgânicos) 
 
e) ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE: encontram-se nas normas que 
estabelecem regras de aplicação das Constituições. 
 
• Preâmbulo 
• Disposições constitucionais transitórias 
• Art. 5°, §1°, quando estabelece que as normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
 
5. Histórico das Constituições brasileiras 
ANO CARACTERÍSTICAS MARCANTES 
1824 . outorgada em 25/03/1824, a que durou mais tempo. Sofreu influência da 
constituição francesa de 1814. Marcada pelo forte centralismo 
administrativo e político >> Poder Moderador. Unitarismo e absolutismo 
. Não se adotou a separação do três poderes de Monstesquieu, mas 
quadripartida. 
. Previsão de uma religião oficial, Católica Apostólica Romana 
1891 . Relator Rui Barbosa, sofreu influência da Constituição dos EUA de 1787, 
consagrando o governo presidencialista, a forma de Estado federal 
(abandonando o unitarismo) e a forma de governo republicana 
(substituindo a Monarquia) 
. Deixou de ter religião oficial, havendo a separação de Estado e Igreja 
. Poder Moderador extinto, adotando-se a teoria de Montesquieu, que é a 
separação dos Três Poderes. 
. Expressa previsão do remédio constitucional do Habeas Corpus. 
1934 . Crise econômica de 1929, bem como diversos movimentos sociais por 
melhores condições de trabalho, influenciando a constituição de 1934, 
abalando o liberalismo econômico e a democracia da constituição de 1891. 
. Influência da Constituição de Weimar da Alemanha, de 1919. Direito 
humanos de 2ª geração e perspectiva de um Estado social de direito 
. Influência do Fascismo, já que o texto estabeleceu, além do voto direto 
para a escolha dos Deputados, a modalidade indireta (representação 
classista do Parlamento) 
. Teve curta duração, sendo abolida pelo Golpe de 1937 
. Mantidos alguns princípios fundamentais como a República, a Federação, 
a Tripartição de Poderes, o Presidencialismo e o Regime representativo. 
1937 . Apelidada de Polaca e, razão da influência exercida pela Constituição 
Polonesa, fascista, de 1935, imposta por Marechal Josef Pilsudski. Deveria 
ter sido submetida à plebiscito nacional, mas nunca fora. 
. Além de fechar o parlamento, o governo manteve amplo domínio sobre 
o Poder Judiciário. A Federação abalada pela nomeação dos interventores. 
Direitos fundamentais enfraquecidos, sobretudo, pela atuação da Polícia 
Especial e pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Partidos 
Políticos foram dissolvidos (Decreto-lei n° 37 de 2/12/1937). 
. Regime extremamente autoritário, o Estado centralizador atuava 
diretamente na economia, que teve um importante crescimento, neste 
período. 
. A política desenvolvida foi denominada “populista”, pois buscava apoio 
popular, consolidando-se com as Leis do Trabalho (CLT) e importantes 
direitos sociais, como o salário mínimo. 
1946 . Redemocratização, repudiando-se o Estado totalitário que vigia desde 
1930. 
. Inspirou-se nas ideias liberais da Constituição de 1891 e nas ideias sociais 
da de 1934. Na Ordem Econômica, procurou-se harmonizar o princípio da 
livre iniciativa com o da justiça social. 
. O Regime Parlamentarista, já experimentado durante o Império, adotado 
em 1961, não referendado pelo povo em 06/01/1963 
. Foi suplantada (vencida) pelo Golpe Militar de 1964. 
1967 . Na mesma linha da Carta de 1937, concentrou, bruscamente, o poder no 
âmbito federal, esvaziando os estados e municípios e conferindo amplos 
poderes ao Presidente da República. Houve forte preocupação com a 
segurança nacional. 
EC n° 1/1969 . Dado a seu caráter revolucionário, a EC n°1/1969 foi a manifestação de um 
novo poder constituinte originário, outorgando uma nova carta, 
constitucionalizando a utilização dos “Atos Institucionais”. 
. Nos termos do seu art. 182, manteve em vigor o AI-5 e todos os demais 
que foram baixados. 
. O mandato do presidente foi aumentado para 5 anos, continuando a 
eleição a ser indireta. 
1988 . Democrática e liberal, a CF de 1988, sofreu forte influência da Constituição 
Portuguesa de 1976, que apresentava maior legitimidade popular. 
. Adotou a tripartição do poderes, a forma federativa de Estado e o 
presidencialismo 
. Rígida, há amplo catálogo de direitos fundamentais 
. Foi a 1ª constituição brasileira a separar a Ordem Econômica da Ordem 
Social. 
 
6. Hermenêutica e estrutura da constituição 
a) Mutações constitucionais x reformas constitucionais 
• Reforma constitucional: trata-se da modificação do texto constitucional, por meio de 
mecanismos definidos pelo constituinte originário (através das emendas), alterando, 
suprimindo ou acrescentando artigos ao texto constitucional. 
 
• Mutações: não são as alterações físicas, materialmente perceptíveis. Trata-se das 
alterações no significado e no sentido interpretativo do texto. Transmitem o caráter 
dinâmico das normas jurídicas, através de processos informais (não previstos nas 
mudanças formais do texto constitucional). 
 
b) Regras e princípios 
É necessário fazer a distinção entre regras e princípios, partindo-se da premissa de 
que ambos são normas e que, entre si, não existe hierarquia, dentro do texto 
constitucional. 
 
 
 
REGRAS PRINCÍPIOS 
. dimensão de validade, especificidade e 
vigência 
 
. dimensão da importância, peso e valor 
 
. Conflito em regras: uma das regras em 
conflito ou será afastada pelo princípio 
da especialidade, ou será declarada 
inválida. → cláusula de exceção, que 
também pode ser entendida como 
declaração parcial da invalidade. 
. Colisão entre princípios: não haverá 
declaração de invalidade de qualquer 
dos princípios em colisão. → diante da 
colisão, um princípio prevalece sobre o 
outro. 
. Tudo ou nada . ponderação, sopesamento entre os 
princípios 
. Mandamentos ou mandados de 
definição 
. Mandamentos ou mandados de 
otimização 
 
c) Método de interpretação 
A interpretação das normas constitucionais é um conjunto de métodos, 
desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, baseado em critérios ou premissas 
(filosóficas, metodológicas, epistemológicas), que são diferentes, mas 
reciprocamente complementares. São algumas características: 
 
• Método jurídico ou hermenêutico clássico: a constituição deve ser encarada como 
uma lei, devendo-se utilizar todos os métodos tradicionais de interpretação. 
 
• Método tópico problemático: neste método, parte-se do caso concreto para a 
norma, atribuindo-se à interpretação um caráter prático na busca da solução dos 
problemas concretizados. A constituição é um sistema aberto de regras e princípios. 
 
• Método hermenêutico concretizador: assim como no método tópico problemático, 
parte-se da Constituição para o problema. 
 
• Método científico espiritual: a análise do texto constitucional parte da realidade 
social e dos valores implícitos do texto, não da literalidade da norma. 
 
• Método normativo estruturante: neste método, reconhece-se a inexistência de 
identidade entre a norma jurídica e o texto normativo. O teor literal da norma deverá 
ser considerado pelo intérprete, analisado à luz da concretização da norma, em sua 
realidade social. 
 
• Método de comparação constitucional: a interpretação dos institutos se implementa 
mediante a comparação nos vários ordenamentos. 
 
 
 
d) Princípios da interpretação constitucional 
A doutrina estabelece alguns princípios específicos de interpretação: 
• Princípio da unidade da constituição: a CF devesempre ser interpretada de forma 
global, como um todo, afastando-se, assim, as antinomias (contradição entre as 
normas, que geram dificuldade na interpretação) aparentes. 
 
• Princípio do efeito integrador: na resolução dos problemas jurídico constitucionais, 
deve-se dar prioridade aos critérios que favoreçam a integração política e social e o 
reforço da unidade política. 
 
• Princípio da máxima efetividade: também chamado de princípio da eficiência ou 
interpretação efetiva. Deve ser entendido, no sentido de a norma constitucional ter 
a mais ampla efetividade social. 
 
• Princípio da justeza ou da conformidade funcional: o interprete máximo da 
constituição (no Brasil, o STF), é responsável por estabelecer a força normativa da CF, 
ao concretizar a norma constitucional, não podendo alterar a repartição de poderes 
estabelecida pelo constituinte originário. 
 
• Princípio da concordância pratica ou harmonização: partindo da ideia de unidade da 
CF, os bens jurídicos constitucionalizados devem coexistir de forma harmônica, na 
hipótese de conflito ou concorrência, ou seja, não deve haver hierarquização das 
normas. 
 
• Princípio da força normativa: ao solucionarem o conflito, os aplicadores da CF, 
devem conferir a máxima efetividade às normas constitucionais. 
 
• Princípio da interpretação conforme a constituição: diante de normas polissêmicas 
(que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir aquela que mais de 
aproxime da CF, ou seja, aquela que não é contrária ao texto constitucional. 
 
• Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade: na situação de colisão entre valores 
constitucionais, faz-se necessário o preenchimento de 3 elementos: 
 
→ Necessidade: ou exigibilidade. A adoção da medida que pode restringir direitos 
só se torna legítima se for indispensável para o caso concreto e não puder ser 
substituída por outra, menos gravosa. 
 
→ Adequação: ou pertinência, ou idoneidade. O meio escolhido, deve atingir o 
objetivo. 
 
→ Proporcionalidade em sentido estrito: sendo medida necessária e adequada, 
deve-se investigar se o ato praticado, em se falando de atingir o objetivo, supera 
a restrição a outros valores constitucionalizados, podendo-se falar em máxima 
efetividade e mínima restrição. 
 
 
e) Críticas ao “pamprincipiologismo” 
Trata-se da exacerbação dos (pseudo)princípios. Julgadores criam princípios de 
acordo com suas próprias convicções, de forma arbitrária, de acordo com suas 
próprias interpretações, em violação à Constituição, que pode levar à 
discricionariedade e à antidemocracia, com julgamentos sem fundamentação, 
fazendo surgir decisões contraditórias e causando insegurança jurídica. 
 
f) Estrutura da constituição 
Estruturalmente, a CF contém: 
• Preâmbulo 
• 9 títulos (corpo do texto) 
• ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias) 
 
O preâmbulo é de domínio da política. Não tem relevância jurídica, nem força 
normativa. Não cria direitos ou obrigações, não tem força obrigatória. Serve apenas 
parra nortear a interpretação nas normas constitucionais. 
 
 
 
 
O ADCT, tem natureza de norma constitucional e pode representar exceção à 
regras, presentes no corpo do texto constitucional. 
A referência à religiosidade não é obrigatória no preâmbulo das constituições do 
Estado e nas Leis Orgânicas dos Municípios e do DF.

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