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Equações da Cinemática e Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) Luciane Effting e Francieli Inês Link Koch Departamento Acadêmico de Física – Universidade Tecnológica Federal do Paraná Av. Brasil, 4232, Independência, Medianeira, Paraná e-mail: lu-effting@hotmail.com fran02.francieli@hotmail.com Resumo: O movimento retilíneo uniforme (MRU) é um dos movimentos mais simples existentes e é caracterizado pelo fato da velocidade ser constante. Denomina-se movimento retilíneo, quando a trajetória é uma linha reta, e movimento uniforme quando a velocidade escalar do móvel é constante em qualquer instante ou intervalo de tempo. No movimento uniforme a equação horária é uma função do 1º grau, sendo o gráfico posição (x) versus tempo (t), uma reta que pode passar ou não pela origem. O experimento teve como objetivo, estudar o movimento retilíneo uniforme por meio de um carrinho que desliza sobre um trilho de ar e construir um gráfico de espaço em função do tempo para determinar a velocidade do carrinho. Realizaram-se cinco medições utilizando o trilho de ar, calculou-se o valor médio do tempo e da velocidade e construiu-se um gráfico de posição final versus o intervalo de tempo, a partir deste, obteve-se uma equação horária do movimento do carrinho. Para analisar melhor a velocidade do carrinho, fez-se um gráfico da posição em relação à velocidade e conclui-se que a velocidade do carrinho durante todo o percurso é constante. Analisando os resultados obtidos, os tempos e as posições dos sensores, o movimento do carrinho pode ser classificado como Movimento Retilíneo Uniforme (MRU). Palavras chave: Movimento Retilíneo Uniforme. Posição. Tempo. Velocidade. Introdução O movimento retilíneo uniforme (MRU) é um dos movimentos mais simples existentes. Este movimento é caracterizado pelo fato da velocidade ser constante. De acordo com a primeira lei de Newton, uma partícula que esteja em MRU permanecerá com este tipo de movimento, a menos que uma força externa atue sobre a mesma[1]. O movimento é uniforme quando a velocidade escalar do móvel é constante em qualquer instante ou intervalo de tempo, significando que, no movimento uniforme o móvel percorre distâncias iguais em tempos iguais. O movimento é retilíneo uniforme quando o móvel percorre uma trajetória retilínea e apresenta velocidade escalar constante [1] . Como a velocidade escalar é constante em qualquer instante ou intervalo de tempo no movimento uniforme, a velocidade escalar média é igual à instantânea[1]: (1) A equação horária de um movimento mostra como o espaço varia com o tempo: S = f(t) No movimento uniforme temos que[1]: (2) Onde: Δx = variação de espaço ou descolamento e Δt = variação de tempo, ou intervalo de tempo. Se a velocidade de uma partícula é constante, sua velocidade instantânea em qualquer instante durante um intervalo de tempo é igual à velocidade média durante o intervalo Então: (3) Porém, , portanto temos que: ( ) (4) Escrevendo a equação (4) de uma maneira mais adequada temos: (5) A equação (5) diz que a posição da partícula é dada pela soma da sua posição inicial, mais o deslocamento ocorrido durante um intervalo de tempo ∆t, porém, o tempo no início do intervalo é geralmente ti = 0 e o tempo no final, tf = t, portanto, a equação (5) pode ser escrita como: (6) Esta é uma equação de 1° grau, e o gráfico posição (x) versus tempo (t) é uma reta que pode passar ou não pela origem[2]. Observando a Figura 1, tem-se que a inclinação da linha reta que representa o movimento é constante e igual à velocidade, portanto, a inclinação da linha reta corresponde à e a intersecção em y corresponde a posição inicial, . Figura 1 - Gráfico posição (x) versus tempo (t) [2] Considerando tudo o que foi descrito até aqui, este experimento teve como objetivo estudar o movimento retilíneo uniforme (MRU), por meio do experimento de um carrinho que desliza sobre um trilho de ar, onde o atrito pode ser considerado como nulo e com os resultados obtidos, construir um gráfico de espaço em função do tempo para determinar a velocidade do carrinho. Procedimento Experimental O equipamento para a realização do experimento foi montado conforme a Figura 2, sendo composto este por um trilho de ar de 120 cm, um carrinho para este trilho, cinco sensores de tempo fotoelétricos com suporte fixador, conectados a um cronômetro digital AZB-10, um eletroímã com bornes e haste, roldana e suporte para massas aferidas de 5 g. Além desses, os seguintes materiais também foram utilizados: 01 fonte 15 Vdc / 1,5 A para cronômetro; 01 fixador de eletroímã com manípulo; • 01 Y de final de curso com roldana raiada; 01 massa aferida de 45 g com furo central de Ø2,5 mm; 01 cabo de ligação para eletroímã; 01 cabo de força tripolar 1,5 m; 01 mangueira aspirador 1,5”; 01 pino para carrinho para fixá-lo no eletroímã; 01 pino para carrinho para interrupção de sensor; 06 porcas borboletas; 07 arruelas lisas; 04 manípulos de latão 13 mm; 01 pino para carrinho com gancho; 01 carretel de linha. Figura 2 – Imagem ilustrativa do trilho de ar. Ligou-se uma linha da ponta do carrinho até o suporte para massas, ajustando o tamanho deste fio de modo que o suporte com as massas tocasse a mesa onde o equipamento estava montado, antes do carrinho alcançar o primeiro sensor. No suporte para massas, utilizou-se uma massa aferida no valor de m1 = 50 g, e somando-se com o peso do suporte totalizavam 55 g. Ajustou-se ainda, o eletroímã no extremo do trilho, de modo que a distância entre o carrinho e o primeiro sensor fosse 0,20m. Os demais sensores foram dispostos de modo a ficarem com 0,10 m de distância entre eles e essas posições foram mantidas constantes durante todo o experimento. Na tabela abaixo, é possível verificar as posições dos sensores: Tabela 1: Posição dos sensores. Sensor Posição em x S1 0,39 m S2 0,49 m S3 0,59 m S4 S5 0,69 m 0,79 m Verificou-se ainda o funcionamento dos sensores e do cronômetro, realizando a passagem do carrinho pelo trilho de ar, mas sem anotar os tempos, apenas como um teste, para que aprendêssemos a obter os dados necessários. No cronômetro, ajustou-se uma tensão de saída de 12,5 V e a indicação da bobina como off. Quando o carrinho passou pelo primeiro sensor (S1) o cronômetro foi acionado e ao passar por cada um dos sensores, o intervalo de tempo era indicado no cronômetro. Quando o carrinho passou pelo último senso (S5), o cronômetro parou instantaneamente, sendo apresentado na tela do cronômetro o intervalo de tempo decorrido para cada deslocamento ∆xi do carrinho. Foi verificado ainda, na memória do dispositivo, o tempo em que o carrinho passou pelos sensores S2, S3 e S4. Anotou-se os dados obtidos pelo cronômetro na Tabela 2 e realizou-se os cálculos necessários. Resultados e Discussões Após realizado o teste de conferência dos sensores, repetiu-se o experimento 5 vezes para se obter o valor médio do tempo de cada sensor. A velocidade média foi calculada utilizando-se a Equação 4 e realizou-se uma média aritmética de cada sensor, como ilustradona Tabela 2. Tabela 2 – Dados do experimento Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) Massa Sensor x0 (m) xf (m) ∆x (m) t (s) Vm (m/s) 40 S1 0,39 0,39 0 0 0 S2 0,39 0,49 0,10 0,1489 0,6773 S3 0,39 0,59 0,20 0,2942 0,6799 S4 0,39 0,69 0,30 0,4421 0,6786 S5 0,39 0,79 0,40 0,5867 0,6818 Média da velocidade média = 0,6794 m/s. O Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) é descrito como um movimento feito por um corpo que percorre distâncias iguais, em tempos iguais e cujo trajeto é realizado ao longo de uma reta de forma uniforme, sendo assim, analisando valores de velocidade média obtidos, considerando-se a tolerância de erro de 5% admitida, é possível afirmar que a velocidade permaneceu constante, conforme demostra o gráfico de posição final y=∆x versus o intervalo de tempo x=f(t) como mostra a Figura 3. Figura 3- gráfico de posição em função do tempo. Observando o gráfico acima, notamos que a posição versus tempo são grandezas constantes, por isso, o gráfico tem formato linear. Sendo assim, podemos calcular o coeficiente linear e angular do gráfico através da equação: xbay (7) Preenchendo a equação com os valores do coeficiente linear e angular encontrados no gráfico, obtém-se a equação horária do movimento do carrinho, mostrado na equação 8. (8) Na matemática o valor do coeficiente angular de uma reta é a tangente do seu ângulo de inclinação, porém na física, se a velocidade de uma partícula é constante, sua velocidade instantânea em qualquer instante durante um intervalo de tempo é igual a velocidade média durante o intervalo, o valor da velocidade constante é a inclinação da linha (coeficiente angular) conforme mostra a equação 2. Para analisar a velocidade do carrinho, fez-se um gráfico de posição versus velocidade (Figura 4). Figura 4- gráfico da velocidade em função da posição. Notamos que ao sair do primeiro sensor e percorrer 0,10 metros até o segundo sensor o carrinho aumenta sua velocidade em função da posição, porém, a partir do segundo sensor sua velocidade se mantém constante. Conclusão Com a realização do experimento, aprendemos a utilizar o trilho de ar, equipamento projetado para minimizar as forças de atrito, no qual o carrinho se desloca sobre um jato de ar comprimido e não entra em contato direto com a superfície do trilho. Analisando os resultados obtidos tivemos a oportunidade de relacionar o conceito teórico com o procedimento prático e comprovar que o Movimento Retilíneo Uniforme é caracterizado pela velocidade constante e aceleração nula. Referências [1] SOUZA, Edmilson Monteiro de. CORREA, Samanta C. Arruda. Volume de física, módulo Cinemática. Disponível em: http://www.uezo.rj.gov.br/proext/FisicaCinemat ica.pdf. Acesso: 20/03/2016. [2] NARCISO, G. J. A.; Movimento Retilíneo Uniforme. Universidade Federal do Ceará – UFC. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfZNY AC/relatorio-fisica-experimental-movimento- retilineo-uniforme. Acesso em: 20/032015.
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