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Ciência Política - AA4

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Curso: Administração Pública 
Disciplina: Ciência Política 
Polo: Campo Grande 
 
Em “Partidos, eleições e democracia no Brasil pós-1985”, Maria D´Alva Kinzo discute 
o papel dos partidos políticos na consolidação da democracia brasileira, com base em 
conceitos da teoria política contemporânea e evidências empíricas sobre as eleições 
realizadas entre a redemocratização e o início da década de 2000. A autora apresenta 
algumas visões que são compartilhadas por Ricardo Corrêa Coelho em termos dos 
avanços democráticos do Brasil, mas tem uma interpretação um pouco distinta a 
respeito do papel dos partidos políticos. Além disso, em sua conclusão, a autora faz uma 
reflexão sobre possíveis mudanças no papel desempenhado por estas instituições na 
consolidação democrática. Com base na leitura do artigo, discuta: 
 
- o conceito de democracia elaborado pela autora; 
- os papéis tradicionalmente desempenhados pelos partidos políticos na consolidação 
democrática; 
- As principais evidências da autora sobre a consolidação democrática e os papéis 
desempenhados pelos partidos; 
- Uma comparação com a avaliação de Ricardo C. Coelho sobre as mesmas evidências. 
 
A democracia é a participação, a competição e contestação política pelo poder, o 
que implica que os cidadãos tenham o direito de escolher governos por meio de eleições 
com a participação de todos os membros da comunidade política e que as eleições sejam 
livres, competitivas e abertas, garantindo o direito de expressão de partidos políticos 
para competir pelo poder, buscando a diminuição do processo de desigualdade social. 
Nesse contexto, os partidos desempenham papéis específicos em duas áreas do 
sistema político: a eleitoral e a decisória. Como critério eleitoral, seu papel é o de 
competir pelo apoio dos eleitores, a fim de conquistar posições de poder. Assim, forma-
se a cadeia de representação política, vinculando os cidadãos às áreas públicas de 
tomada de decisão, definindo e diferenciando as opções oferecidas ao eleitor, 
possibilitando a construção de identidades políticas, facilitando o ato de votar e 
mobilizando o eleitorado a ir às urnas. Na área decisória, sua atividade está associada à 
formulação, planejamento e implementação de políticas públicas, participando como 
atores legítimos no poder e no processo de negociação política, respaldados no voto 
popular. 
O Brasil certamente aprimorou suas condições de democracia com o 
crescimento expressivo do número de eleitores em consequência da universalização do 
direito de voto, através da inclusão dos analfabetos, da redução da idade mínima para 
votar para 16 anos, do eleitorado predominantemente urbano e das transformações 
econômicas e sociais pelas quais o país passou, chegando às condições de livre 
exercício do voto, e a implantação de urnas eletrônicas. Através de organizações 
políticas e movimentos sociais, os partidos opositores passam a competir livremente. 
Infelizmente a intensa fragmentação e fragilidade no cenário partidário, a baixa 
inteligibilidade da disputa eleitoral e a elevada volatilidade eleitoral, são evidências de 
que os avanços em direção à consolidação do sistema partidário foram modestos. O 
ciclo de consolidação democrática no Brasil, ao se ultrapassar todos os possíveis 
obstáculos à livre e efetiva alternância no poder, faz com que a democracia propicie a 
realização de dois importantes princípios: a (1) representatividade - analisando se o 
funcionamento das instituições e dos mecanismos democrático-representativo tem 
assegurado que o corpo de representantes seja de alguma maneira, um retrato da 
sociedade, e que os governantes eleitos prestem contas à população e exerçam suas 
funções com responsabilidade e eficiência. Com relação à (2) responsividade, o sistema 
teria de oferecer aos eleitores condições de escolha entre alternativas partidárias e uma 
estrutura de conexão com seus representantes, o que leva à dinâmica da competição 
partidária e da inteligibilidade do sistema. 
Desse modo, pode-se afirmar com segurança que eleições e democracia estão 
asseguradas no Brasil. Mas, não podemos fazer a mesma afirmação quando falamos de 
partidos políticos, sistema partidário e sua relação com a consolidação da democracia. 
Na visão da autora, os avanços nessa direção foram bastante modestos. Primeiro, em 
função da alta fragmentação de poder que há dentro dos partidos políticos; e, segundo, 
por causa do troca-troca de partido por parlamentares eleitos, fazendo com que políticos 
mudem de partido apenas em função de cargo no governo. Para a autora, esse quadro 
político-partidário permite o questionamento da relevância do sistema partidário como 
um fator fundamental para a democracia brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
KINZO, Maria D'Alva G.. Partidos, eleições e democracia no Brasil pós-1985. Rev. 
bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 19, n. 54, p. 23-40, fev. 2004. Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092004000100002&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 03 out. 2017. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092004000100002.

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