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14. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

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ATUALIZADO ATÉ 18/04/2017
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO[1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.]
1. Introdução
Hoje, o Estado é tratado como sujeito responsável pelos seus atos. A responsabilidade civil do Estado tem regras mais rigorosas que a responsabilidade privada. Por que isso acontece? Nós podemos recusar a atuação privada; contratamos ou não. Já a relação estatal não pode ser afastada. Não depende da vontade. Não posso recusar a segurança pública. A atuação estatal é feita de forma impositiva.
Por esse motivo, a responsabilidade civil do Estado tem regras e princípios próprios.
2. Fundamento teórico	
A regra da ordem jurídica é que aquele que causa dano indeniza. A ordem jurídica é una, de forma que com o Estado não será diferente. 
Ex1. Delegado prende o sujeito e dá uma surra. Essa é uma conduta ilícita. Se essa conduta é ilegal, gera dano, tendo o Estado que se responsabilizar. Qual é o fundamento/o princípio que justifica essa responsabilidade? É o princípio da legalidade. Ele tinha que agir de forma legal, mas descumpriu. Sempre que se pensar em atos ilegais fundamento da indenização está no princípio da legalidade.
Ex2. Estado decidiu construir presídio ao lado da sua casa. É lícito/legal? é legal, mas o vizinho está no prejuízo. Há responsabilidade? Sim. Mas qual será o fundamento? A sociedade ganha e o vizinho perde. Isso é tratamento isonômico? Não. Essa sociedade que ganha deve indenizar (através do dinheiro público) o prejuízo sofrido pelo vizinho, para recompor a isonomia. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, na Obra Direito Administrativo, Impetus, 13 ª Edição, lecionam que há responsabilidade administrativa, por ato lícito, quando por exemplo, a execução de uma obra de interesse público resulte em prejuízos para os moradores adjacentes. Nesse caso, a responsabilidade é objetiva, tanto se a obra for executada diretamente pela administração, quanto quando ela foi licitada há um particular, e o dever de indenizar decorre da necessidade de repartir com a sociedade o custo enfrentado pelos moradores do local. Caso o executor tenha agido com culpa e ocasionado dano excedente àquele natural do só fato da obra, os autores defendem que restaria afastada a responsabilidade objetiva da administração.
A partir disso determinemos um conceito: 
Entende-se por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, LÍCITOS OU ILÍCITOS, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos. (C.A)
No que diz respeito ao fato gerador da responsabilidade, não está ele atrelado ao aspecto da licitude ou da ilicitude. (J.S)
Renato Alessi, em sua clássica monografia sobre ‘La Responsabilità della Pubblica Amministrazione’, assinala que só cabe falar em responsabilidade, propriamente dita, quando alguém viola um direito alheio. Se não há violação, mas apenas debilitamento, sacrifício de direito, previsto e autorizado pela ordenação jurídica, não está em pauta o tema responsabilidade do Estado. (C.A)Não há falar, pois, em responsabilidade, propriamente dita, quando o Estado debilita, enfraquece, SACRIFICA um direito de outrem, ao exercitar um poder que a ordem jurídica lhe confere, autorizando-o a praticar um ato cujo conteúdo jurídico intrínseco consista precisa e exatamente em ingressar na esfera alheia para incidir sobre o direito de alguém. (C.A) Ex: Desapropriação.
Pelo contrário, caberá falar em responsabilidade do Estado por atos LÍCITOS nas hipóteses em que o poder deferido ao Estado e legitimamente exercido acarreta, INDIRETAMENTE, como SIMPLES CONSEQÜÊNCIA – não como sua finalidade própria - a lesão de um direito alheio.
(...) Entendemos necessário (...) sacar para fora do campo da responsabilidade, apenas os casos em que o Direito confere à Administração poder jurídico diretamente preordenado ao SACRIFÍCIO do direito de outrem
RESUMO: 
Conduta ilícita – o fundamento é o princípio da legalidade.
Conduta lícita – o fundamento é o princípio da isonomia – o dano é consequência. 
Conduta de sacrifício de um direito amparada pelo ordenamento – não há indenização – o dano é o principal
 
3. Evolução histórica
Resumo
Irresponsabilidade
Responsabilidade em situações expressas em lei
Teoria da responsabilidade com culpa – doutrina civilista da culpa: atos de império x atos de gestão.
Teoria da culpa administrativa: falta do serviço/culpa anônima.
Teoria da responsabilidade objetiva
A ideia da responsabilidade do Estado é uma consequência lógica inevitável da noção de Estado de Direito. (C.A)
a) Teoria da irresponsabilidade do Estado
O Monarca não errava.‘The king can do not wrong’.
Esse pensamento se repetiu com o Estado Liberal – Estado não intervia em nada. Não se responsabilizava. A responsabilidade do Estado vai nascer quando ele passa de Estado Liberal para Estado de Direito.
Essas assertivas, contudo, não representavam completa desproteção dos administrados perante comportamentos unilaterais do Estado. Isto porque, de um lado, admitia-se responsabilização quando leis específicas a previssem explicitamente (caso, na França, de danos oriundos de obras públicas, por disposição da Lei 28 pluvioso do Ano VIII); de outro lado, também se admitia responsabilidade por danos resultantes da gestão do domínio privado do Estado, bem como os causados pelas coletividades públicas locais. (C.A).
b) Estado como sujeito responsável em situações pontuais
A evolução foi gradativa. 
Incialmente ele respondia apenas quando a lei previsse a responsabilidade. Eram situações pontuais. O reconhecimento da responsabilidade do Estado, à margem de qualquer texto legislativo e segundo princípios de Direito Público, como se sabe, teve por marco relevante o famoso aresto Blanco, do Tribunal de Conflitos, proferido em 1º. de fevereiro de 1873. Ainda que nele se fixasse que a responsabilidade do Estado ‘não é nem geral nem absoluta’ e que se regula por regras específicas, desempenhou a importante função de reconhecê-la como um princípio aplicável mesmo à falta de lei. [1: A menina Agnès Blanco, ao atravessar uma rua em Bordeaux, foi colhido por uma vagonete da Cia. Nacional de Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de indenização, com base no princípio de que o Estado é civilmente responsável por prejuízos causados a terceiros, em decorrência de ação danosa de seus agentes. Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição comum e o contencioso administrativo, o Tribunal de Conflitos decidiu que a controvérsia deveria ser solucionada pelo tribunal administrativo, porque se tratava de apreciar a responsabilidade decorrente de funcionamento do serviço público. Entendeu-se que a responsabilidade do Estado não pode reger-se pelos princípios do Código Civil, porque se sujeita a regras especiais que variam conforme as necessidades do serviço e a imposição de conciliar os direitos do Estado com os diretos privados".]
Teoria civilista da culpa – teoria da responsabilidade com culpa
Procurava distinguir-se, para esse fim, dois tipos de atitude estatal: os atos de império e os atos de gestão. Aqueles seriam coercitivos porque decorrem do poder soberano do Estado, ao passo que estes mais se aproximariam com os atos de Direito Privado. Se o Estado produzisse um ato de gestão, poderia ser civilmente responsabilizado, mas se fosse a hipótese de ato de império não haveria responsabilização, pois que o fato seria regido pelas normas tradicionais de direito público, sempre protetivas da figura estatal. (J.S)
CRÍTICA: Critério confuso. Difícil distinguir os atos de império e gestão naprática. Difícil dissociar as faltas do agente relacionadas á função pública daquelas não ligadas com as suas atividades.
c) Teoria subjetiva da responsabilidade na culpa do agente
Aqui a responsabilidade é mais geral e não apenas nos casos pontuais. Marinela propõe um quadro comparativo entre a responsabilidade subjetiva e objetiva. (esse quadro está no material de apoio).
Elementos da responsabilidade que devem ser comprovados pela vítima
	Responsabilidade subjetiva
	Responsabilidade objetiva
	Conduta comissiva ou omissiva
	Conduta comissiva ou omissiva
	Dano 
	Dano
	Nexo causal
	Nexo causal
	Elemento subjetivo
	
Para comprovar a responsabilidade subjetiva a vítima tem de comprovar a conduta do Estado – comissiva ou omissiva - (motorista atropelou), dano (ferimentos) (sob pena de haver enriquecimento ilícito), nexo causal (os ferimentos foram causadas pelo atropelamento) e culpa ou dolo. A vítima tinha que apontar quem seria o agente culpável. Muitas vezes ela não sabia identificar. Os agentes ficavam se culpando. 
Como o Estado faz para afastar essa responsabilidade subjetiva? Prova que um dos elementos não estava presente.
OBS. só existe responsabilidade subjetiva nas condutas ilícitas.
d) Responsabilidade subjetiva na culpa do serviço – Teoria da culpa administrativa– culpa anônima – faute du service.
Basta que a vítima prove que o serviço não foi prestado, não foi prestado de forma eficiente ou foi prestado de forma atrasada. Essa responsabilidade surgiu entre os franceses e foi denominada “faute du service”. Não preciso mais achar a pessoa culpada. Foi chamada também de culpa anônima.
(...) É mister acentuar que a responsabilidade por ‘falta de serviço’, falha do serviço ou culpa do serviço NÃO É, de modo algum, modalidade de RESPONSABILIDADE OBJETIVA, ao contrário do que entre nós e alhures, às vezes, tem-se inadvertidamente suposto. (C.A)
Outro fato que há de ter concorrido para robustecer este engano é a circunstância de que em inúmeros casos de responsabilidade por ‘faute du service’ necessariamente haverá de ser admitida uma presunção de culpa, pena de inoperância desta modalidade de responsabilização, ante a extrema dificuldade (às vezes intransponível) de demonstrar-se que o serviço operou abaixo dos padrões devidos, isto é, com negligência, imperícia ou imprudência, vale dizer, culposamente. Em face da presunção de culpa, a vítima do dano fica desobrigada de comprová-la. (C.A). 
O TRF da 5 Região em 2005, presumiu a culpa de enfermeira, funcionária de hospital da rede pública, que deixou de socorrer bebê, por já ter decorrido o seu horário de plantão e encontrar-se em mudança de turno de funcionários. No acórdão fez-se menção à responsabilidade objetiva, mas, de acordo com C.A., seria responsabilidade subjetiva (por falha no serviço), mas com culpa presumida.
Em outros julgados também se responsabilizou objetivamente o Estado por evento omissivo, como se vê do aresto a seguir transcrito:
Remessa oficial e apelações em ação ordinária. Administrativo. Acidente automobilístico. Buracos em rodovia. Responsabilidade objetiva do estado. Omissão. Conservação. Danos morais e materiais configurados
[Por outro lado,] Há responsabilidade objetiva quando basta para caracterizá-la a simples relação causal entre um acontecimento e o efeito que produz. (C.A.)
	#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDENCIA
Qual a responsabilidade civil do Estado em acidente de trânsito decorrente de má conservação em rodovia administrada por autarquia?
A jurisprudência do STJ é no sentido de que a autarquia responsável pela conservação das rodovias responde pelos danos causados a terceiros em decorrência da má conservação, contudo remanesce ao Estado a responsabilidade subsidiária, não havendo que se falar em responsabilidade solidária deste.
Nesse sentido, observem o julgado que se segue do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MÁ CONSERVAÇÃO DA RODOVIA ESTADUAL. AUTARQUIA RESPONSÁVEL PELA CONSERVAÇÃO DAS ESTRADAS. LEGITIMIDADE PASSIVA SUBSIDIÁRIA DO ESTADO. NEXO DE CAUSALIDADE. VERIFICAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. 1. Não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apresentada. 2. A jurisprudência desta Corte considera que, muito embora a autarquia seja responsável pela conservação das estradas estaduais, bem como seja responsável pelos danos causados a terceiros em decorrência de má- conservação destas estradas, o Estado possui responsabilidade subsidiária. Assim, possui este legitimidade para figurar no polo passivo da demanda. 3. Por outro lado, o Tribunal de Justiça, soberano na análise do acervo fático-probatório dos autos, considerou existente o nexo de causalidade entre a omissão do Estado quanto à conservação da rodovia e o evento danoso. A revisão desse entendimento demanda nova análise dos elementos fático probatórios dos autos, o que esbarra no óbice da Súmula 7/STJ. 4. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 539057/MS. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2014/0157052-6. Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN).
e) Responsabilidade objetiva
Ampliando a proteção do administrado, a jurisprudência administrativa da França veio a admitir também hipóteses de responsabilidade estritamente objetiva, isto é, independentemente de qualquer falta ou culpa do serviço, a dizer, responsabilidade pelo RISCOADMINISTRATIVO ou, de todo modo, independente de comportamento censurável juridicamente. (C.A)
Além do risco decorrente das atividades estatais em geral [risco administrativo], também constituiu fundamento da responsabilidade objetiva do Estado o princípio da REPARTIÇÃO dos ENCARGOS SOCIAIS. (J.S)
q – Princípio da repartição dos encargos sociais.
Fala-se no Brasil desde a CF 46. Aqui a ideia é ainda facilitar a vida da vítima em provar a responsabilidade do Estado.
A vítima precisa provar que houve conduta estatal, dano e nexo de causalidade.
Obs. na Teoria objetiva há responsabilidade para condutas ilícitas e lícitas. A proteção é maior.
Daí queacarretam responsabilidade do Estado não só os danos produzidos no próprio EXERCÍCIO da atividade pública do agente, mas também aqueles que só puderam ser produzidos graças ao fato de o agente PREVALECER-SE da CONDIÇÃO de agente público. (C.A)
Não importará, para tais fins, o saber-se se os poderes que manipulou de modo indevido continham-se ou não, abstratamente, no campo de suas competências específicas. O que importará é saber se a sua qualidade de agente público foi determinante para a conduta lesiva.
QUESTÃO – lesão corporal de policial não fardado a sua ex mulher, utilizando arma da corporação – Estado não responde. 
Obs. excludentes de responsabilidade
- Teoria do risco integral 
Não admite excludente. Um sujeito resolve se matar e mergulha numa substância tóxica numa usina atômica. 
- Teoria do risco administrativo
A responsabilidade objetiva pode ser excluída. Basta afastar um dos seus elementos. Ex. culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior. São exemplos. Não são as únicas formas.Inverte o ônus da prova. Cabe ao Estado provar que não houve o fato administrativo, o nexo ou o dano.
- Culpa concorrente? Não afasta a responsabilidade, mas a jurisprudência diz que a indenização deve ser reduzida de acordo com a participação de cada um. Quando não é possível medir a participação de cada um a jurisprudência afirma que será de 50%. Apenas interfere no quantum e não na responsabilidade em si. Ex. o motorista do Estado dirigia feito louco e sujeito resolve praticar suicídio e pula na frente do carro. É o sistema da compensação das culpas. Art. 945 cc.
-Caso fortuito ou força maior como concausa (ação ou omissão culposa)– Estado responde, mas de forma mitigada.
Qual a regra no Brasil? Teoria do Risco Administrativo. 
Exceção – Risco integral.Quando? Dano nuclear, material bélico e dano ambiental.
INFORMATIVO 538 STJ – MAIO/2014
Obs.: muito se fala hoje na teoria do risco social (apenas um aspecto específico da teoria do risco integral) – o foco da responsabilidade seria a vítima e não o autor do dano, de modo que a reparação estaria a cargo de toda sociedade – socialização dos riscos. Sempre no intuito de que a vítima não deixe de receber a indenização. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello a teoria adotada tem que ser sempre do risco administrativo, sem exceção. Já a doutrina clássica (como Hely Lopes Meirelles) defende que a teoria do risco administrativo é a regra, mas é possível a teoria do risco integral, excepcionalmente, para material bélico, substância nuclear e dano ambiental (prevalece nos concursos).
hipóteses de risco integral no ordenamento brasileiro – MAJORITÁRIA:
- Acidentes por dano nuclear.
- Atos terroristas
- DANO AMBIENTAL(STJ, REsp n. 1.114.398/PR, Relator Ministro SIDNEI BENETI, 2ª SEÇÃO, julgado em 8/2/2012, DJe 16/2/2012, sob o rito do art. 543-C do CPC; TRF4, AC 0004155-95.2004.404.7101, Terceira Turma, Relator Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 24/09/2010)
4. Tipos de responsabilidades
Uma mesma conduta pode ocasionar diversas responsabilidades:
Ilícito penal: ação penal
Ilícito administrativo: Processo administrativo disciplinar (PAD)
Ilícito civil: ação civil
Regra: a independência das instâncias. Isso quer dizer que as decisões podem ser diferentes.
Exceção: Comunicação das instâncias.
a) Absolvido na seara penal: esta hipótese é de absolvição geral, ou seja, o agente deverá ser absolvido em todas as instâncias. Importante atentar para o fato de que qualquer outro fundamento para a absolvição não justifica a comunicação das instâncias.
- inexistência do fato
- negativa de autoria
Art. 66.  Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
b) Se no processo penal for reconhecida uma excludente penal essa questão faz coisa julgada no processo civil. Não significa que ele será absolvido nos dois. Ex. legítima defesa é que faz coisa julgada e não a decisão. Não se discute mais a legítima defesa. Não significa a absolvição geral.
Efeitos da decisão penal nas esferas civil e administrativa – no caso dos servidores públicos
- Civil:
Decisão condenatória: só causa reflexo se o fato ilícito penal se caracterizar como fato ilícito civil, ocasionando prejuízo aos cofres públicos. 
Decisão absolutória: 
- Administrativa:
a) crimes funcionais:
condenação: sempre haverá reflexo na seara administrativa.
Absolvição: se por insuficiência de provas, não influirá na seara administrativa. 
resíduo administrativo: nomenclatura utilizada pelo STF para caracterizar situação na qual as provas que não foram suficientes para a condenação penal podem ser residualmente suficientes para condenação na esfera administrativa. É o que ocorre nas hipóteses de absolvição porfalta de provas.
Súmula 18, STF: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.
b) não funcionais: 
Condenação: só repercutirá nos casos em que a pena impuser a perda da liberdade. Se por tempo inferior a 4 anos, o servidor ficará afastado do cargo, recebendo o benefício de auxilio-reclusão. Se superior a 4 anos, perderá o cargo (CP, art. 92.I, b).
absolvição: não acarretará nenhum efeito na seara administrativa. 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA RESPONSABILIDADE NO BRASIL
No Brasil, jamais foi aceita a tese da irresponsabilidade do Estado. (C.A, citando um precedente do STF de 1904).
Ao tempo do Império, a Constituição de 1824, em seu art.178, n.29, estabelecia que ‘Os empregados públicos são estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente responsáveis aos seus subalternos”. Equivalente dispositivo encontrava-se no art.82 da Constituição de 1891. (C.A)
Com o advento do Código Civil, a matéria, desde 1917 (época em que entrou em vigor o Código de 1916), não admitiria dúvida alguma, em face de seu art.15, segundo o qual: ‘As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente responsáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano.’ (C.A)
A GRANDE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA concernente à responsabilidade do Estado ocorreu a partir da CONSTITUIÇÃO DE 1946. O art.194 daquele diploma introduziu normativamente, entre nós, a teoria da responsabilidade objetiva. (C.A)]
OBS. a partir de quando o Estado pode ajuizar a ação regressiva?
AGU – 60 DIAS APÓS TRÂNSITO EM JULGADO
JOSÉ – DO PAGAMENTO
JURISPRUDÊNCIA – DO TRÂNSITO - PREVALECE
Na esfera federal, é sempre citada a Lei n. 4.619/65, que dispõe sobre o exercício judicial do direito de regresso. Diz a lei que cabe aos Procuradores da República [hoje, cabe à AGU] propor obrigatoriamente a ação indenizatória, no caso de condenação da Fazenda, no prazo de 60 dias a contar da data em que transitar em julgado a sentença condenatória.
Apesar do teor da lei, parece-nos que dentro do período marcado na lei para ser proposta a ação ainda não terá nascido para o Estado a condição da ação relativa ao interesse de agir. Este só deve surgir quando o Estado já tiver pago a indenização ao lesado (...) (J.S)
	O STJ, porém, já entendeu que não é necessário o deslinde da ação indenizatória contra o Estado para que este venha a exercer seu direito de regresso contra o seu agente (REsp 236.837, de 03/02/2000)
INFORMATIVO – DO TRÂNSITO EM JULGADO.
5. Responsabilidade civil hoje no Brasil
Está prevista no art. 37 §6º CF. só é aplicado nos casos de responsabilidade extracontratual, pois quando houver o contrato, deve-se aplicar as regras do contrato.
- Duplicidade de relações jurídicas:
CF, art. 37, 6º: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
5.1. Sujeitos
Pessoas Jurídicas de direito público: Administração direta, fundações e autarquias. 
Pessoas Jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público: EP, SEM, concessionárias, permissionárias– desde que haja vínculo com o Estado. Usuários e terceiros.
Serviços sociais autônomos
Cartórios. Responsabilidade objetiva e direita = concessionárias.
OBS. OSCIP e organizações sociais – RESP. SUBJETIVA – há divergência.
	Diante do requisito constitucional, ficam, pois, excluídas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista que se dedicam à exploração de atividade econômica, por força do art.173 §1º., da CF, que impõe sejam elas regidas pelas normas aplicáveis às empresas privadas. Em consequência, estão elas sujeitas à responsabilidade subjetiva comum do Direito Civil. (J.S)
Devem prestar o serviço de forma delegada pelo Poder Público, sendo necessário que haja um vínculo jurídicode direito público entre o Estado e o seu delegatário. Desse modo, algumas pessoas privadas só aparentemente prestam serviços públicos, mas como o fazem sob o regime de direito privado, sem qualquer elo jurídico típico com o Poder Público, não estão inseridas na regra constitucional. É o caso, por exemplo, de sociedades religiosas, de associações de moradores, de fundações criadas por particulares, muitas das quais se dedicam à assistência social, à educação, ao atendimento de comunidades, etc. Sua responsabilidade é regida peloDireito Civil. (J.S)
De outro lado, entendemos que as pessoas de COOPERAÇÃO governamental (ou SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS) estão sujeitas à responsabilidade objetiva atribuída ao Estado.
Em relação às organizações sociais e às organizações da sociedade civil de interesse público, qualificação jurídica atribuída a entidades de direito privado que se associaram ao Poder Público em regime de parceria, poderão surgir dúvidas sobre se estariam ou não sujeitas à responsabilidade objetiva. O motivo reside na circunstância de que são elas vinculadas ao ente estatal por meio de contratos de gestão ou termos de parceria, bem como pelo fato de que se propõem ao desempenho de serviço público.Em que pese a existência desses elementos de vinculação jurídica ao Estado, entendemos que sua responsabilidade é SUBJETIVAe, conseqüentemente, regulada pelo Direito Civil. É que estes entes não têm fins lucrativos e sua função é a de auxílio ao Poder Público (...) (José dos Santos Carvalho Filho). JS ressalva, porém, o entendimento contrário, asseverando que respeitável doutrina advoga a incidência do referido dispositivo constitucional sobre as organizações sociais, realçando-lhes o fato de prestarem serviço público para considera-las sujeitas à responsabilidade objetiva. 
STF já disse que quem responde é a pessoa jurídica. É ela a demandada, mas e o Estado deve responder também? O Estado pode responder:
a) de forma primária: por atos de seus agentes. Ex. motorista do Estado
b) de forma secundária: é a subsidiária (só paga se a pessoa jurídica não tiver patrimônio). Responde pelo agente de outra pessoa jurídica, pois como se trata de serviço público, é dever do Estado. Se ele decide transferir a outra pessoa jurídica ele não pode se eximir de sua responsabilidade. Nesse caso só demanda a pessoa jurídica responsável. A Adm. É parte ilegítima. Se a adm. Concorreu com a pessoa – solidariedade.
q – Autarquia responde primeiro e depois o Estado.
Estão vinculadas ao Estado as pessoas de sua Administração Indireta, as pessoas prestadoras de serviços públicos por delegação negocial (concessionários e permissionários de serviços públicos) e também aquelas empresas que executam obras e serviços públicos por força de contratos administrativos.
Obs. no caso de contratos administrativos, a empresa que executa a obra responde subjetivamente e diretamente. Não há responsabilidade do Estado – QUESTÃO.art. 70 8666.
Obs. Questão de segunda fase – Procurador Federal – aluno comeu alimento estragado em restaurante da Universidade. Quem responde pelo dano? Há uma concessão de uso de bem público ao particular. Quem responde á a empresa e não a Universidade.
Em todos esses casos, a responsabilidade primária deve ser atribuída à pessoa jurídica a que pertence o agente autor do dano. Mas, embora não se possa atribuir responsabilidade direta ao Estado, o certo é que também não será lícito eximi-lo inteiramente das conseqüências do ato lesivo.Sua responsabilidade, porém, será subsidiária, ou seja, somente nascerá quando o responsável primário não tiver mais forças para cumprir a sua obrigação de reparar o dano (J.S. apoiado em C.A)
Obs. Usuário x não usuário. O não usuário pode se valer da responsabilidade objetiva (art. 37, §6º) para exigir a reparação? Ex. motorista de ônibus que atropela pessoa que passa na rua. Aplica-se indistintamente a usuários e terceiros, sendo este o entendimento atual do STF que modificou o seu posicionamento anterior, ampliando o manto da responsabilidade, suprimindo a equivocada distinção. 
- Notários e tabeliães:AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO INDENIZATÓRIA - DANOS MORAIS E MATERIAIS - REEXAME FÁTICO - SÚMULA N. 7 DO STJ - NOTÁRIOS E REGISTRADORES - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O entendimento desta Corte Superior é de que notários e registradores, quando atuam em atos de serventia, respondem direta e objetivamente pelos danos que causarem a terceiros.
#MUDOU!!
#NOVIDADELEGISLATIVA:
DEPOIS DA LEI 13.286/2016:
O art. 22 da Lei nº 8.935/94 foi novamente alterado, agora com o objetivo de instituir a responsabilidade SUBJETIVA para os notários e registradores.
Os notários e registradores nunca encararam com satisfação o fato de estarem submetidos ao regime da responsabilidade objetiva e, por isso, atuaram politicamente junto ao Congresso Nacional a fim de alterar a legislação que rege o tema. Enfim, conseguiram.
A Lei nº 13.286/2016 alterou a redação do art. 22 da Lei nº 8.935/94, que passa a ser a seguinte:
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial.
Resumo das alterações promovidas pela Lei nº 13.286/2016:
	Antes da Lei 13.286/2016
	Depois da Lei 13.286/2016
	A responsabilidade civil dos notários e registradores era OBJETIVA (vítima não precisava provar dolo ou culpa).
	A responsabilidade civil dos notários e registradores passou a ser SUBJETIVA (vítima terá que provar dolo ou culpa).
	O prazo prescricional para a vítima ingressar com a ação judicial contra o notário/registrador era de 5 anos.
	O prazo prescricional foi reduzido para 3 anos.
RESUMO
NOTÁRIO – SUBJETIVA (Nova Lei 13.286/2016) E DIRETA.
ESTADO – OBJETIVA E SUBSIDIÁRIA.
Informativo n. 421 – STJ
DANOS MATERIAIS. TITULAR. CARTÓRIO. 
É subsidiária a responsabilidade do Estado membro pelos danos materiais causados por titular de serventia extrajudicial, ou seja, aquele ente somente responde de forma subsidiária ao delegatário. Por outro lado, a responsabilidade dos notários equipara-se às das pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras de serviços públicos, pois os serviços notariais e de registros públicos são exercidos por delegação da atividade estatal (art. 236, § 1º, da CF/1988), assim seu desenvolvimento deve dar-se por conta e risco do delegatário (Lei n. 8.987/1995).
CUIDADO: Segundo a Jurisprudência firmada pelo STF, não é legítima a responsabilização solidária do servidor que edita um parecer jurídico de natureza meramente opinativa com o administrador público que pratica o ato baseado na opinião constante no parecer. Só poderia ser autor do parecer responsabilizado na hipótese de erro grave, inescusável, ou se comprovada a sua ação ou omissão culposa (culpa em sentido amplo).
5.2. Conduta
- Conduta comissiva:
Se a conduta é licita o fundamento da responsabilidade é o princípio da isonomia. Responsabilidade objetiva.
Se a conduta é ilícita o fundamento da responsabilidade é o princípio da legalidade. Responsabilidade objetiva.
- Conduta omissiva:
*#OUSESABER: Para a doutrina tradicional, a responsabilidade do Estado por omissão é subjetiva, de forma que o pagamento da indenização pressupõe a comprovação de dolo ou culpa por parte do Estado. Todavia, de acordo com o atual entendimento do STF acerca da matéria, o dever de indenizar os danos resultantes de omissão estatal submete-se à teoria objetiva, quando constatada a inobservância de dever legal específico de agir para impedir a ocorrência do resultado danoso.
STF e STJ já pacificaram o entendimento no sentido de que a responsabilidade por omissão é subjetiva. No entanto, STF tem decisão no sentido de que a responsabilidade estatal por atos omissivos específicos é objetiva (ex. caso de agressão física a aluno por colega, em escola estadual). Não se pode confundir uma conduta omissiva genérica (ex. Estado não conseguir evitar todos os furtos de carro) com a conduta omissiva específica (ex. Estado tem o dever de vigilância sobre alguém e não evitar o dano). No primeiro caso a responsabilidade é subjetiva (policial assiste ao assalto e nada faz) e no segundo caso objetiva.
(o serviço não funcionou, funcionoutardia ou ineficientemente): o entendimento que prevalece é que a responsabilidade é subjetiva. Responsabilidade subjetiva exige conduta ilícita. Sempre que o Estado tem o dever de fazer e não faz vai gerar responsabilidade? Não. A jurisprudência diz que o Estado não é salvador universal. Não tem como estar em todo lugar, a todo tempo. Se o serviço está dentro do padrão normal, o Estado poderia ter evitado o dano. Nesse caso haverá responsabilidade. Ex. estaciono o carro em frente ao curso e ele foi furtado. O Estado tem o dever de segurança. Há um descumprimento de um dever legal, mas há responsabilidade? Não. Ex2. Os policiais assistiram à subtração e nada fizeram. Há responsabilidade? Sim. O Estado poderia ter evitado e não evitou.
Ex3. Preso que resolve praticar suicídio. Há um descumprimento do dever legal, mas o Estado não poderia ter evitado tal conduta. Ex4. Se o preso pratica suicídio com arma que entrou no bolo da visita. Estado responde, pois não vistoriou direito.
QUESTÃO – suicídio de detento o Estado responde objetivamente “face os riscos inerentes ao meio no qual foram inseridos pelo próprio Estado”. 
O Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88. Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal. (repercussão geral) (Info 819).
#ORAL #DPE/DPU Obs: caiu na segunda fase do concurso da DPE/RN2016 – CESPE[2: Ver informativo completo. Há várias informações relevantes – Inf 819 STF https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/04/info-819-stf1.pdf]
*#DIZERODIREITO #IMPORTANTE
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
Qual o padrão normal de serviço? Não confundir com ideal. Para se determinar esse padrão normal tem que se ter como parâmetro a reserva do possível. (ADPF 45)
Hoje a jurisprudência reconhece outra hipótese de responsabilidade: quando o Estado cria um risco. É uma ação e, portanto, responsabilidade objetiva. Ex. defeito do semáforo. Ex. Preso que fugiu do presídio e mata uma pessoa. O Estado responde. O Estado criou o risco. Ele responde objetivamente.Quando o Estado cria um presídio no meio da cidade ele cria esse risco e é responsável por ele.Se o preso foge do presídio e a 200km mata uma pessoa. O Estado responde? Sim, mas com base na Teoria Subjetiva. Ex. Preso mata o outro no presídio. Responde? Sim, com base na responsabilidade objetiva, pois a superlotação é a criação de um risco por parte do Estado.
O que se observa é uma transição para o reconhecimento da responsabilidade objetiva nos casos também de omissão.
Não é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões sofridas por militar das Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de treinamento, salvo se ficar demonstrado que o militar foi submetido a condições de risco excessivo e desarrazoado. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 29.046-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 21/2/2013 (Info 515).
Obs. obra pública
- dano pelo simples fato da obra (ato lícito) – Estado responde objetivamente
- dano causado por culpa de empreiteiro – ação contra empreiteiro (responsabilidade subjetiva). Estado responde subsidiariamente.
- dano causado por culpa concorrente empreiteiro e Estado – respondem solidariamente. Empreiteiro subjetiva e Estado objetivamente.
Com efeito, se o Estado não agiu, não pode, logicamente ser ele o autor do dano. E, se não foi autor, só cabe responsabilizá-lo se descumpriu dever legal que lhe impunha obstar ao evento lesivo. (C.A) Logo, a responsabilidade estatal por ato omissivo é sempre responsabilidade por comportamento ilícito.E, sendo responsabilidade por ilícito, é necessariamente responsabilidade subjetiva, pois não há conduta ilícita do Estado (embora do particular possa haver) que não seja proveniente de negligência, imprudência ou imperícia (culpa) ou, então, deliberado propósito de violar a norma que o constituía em dada obrigação (dolo). (C.A)
	#OUSESABER #APOSTAPROCURADORIAS
Responsabilidade Civil do Estado por danos causados em obras públicas.
As obras públicas podem ser executadas diretamente ou indiretamente por empresa contratada. No primeiro caso, o Estado responde objetivamente pelos danos causados a terceiros, na forma do art. 37,§ 6°, da CF. 
Na segunda hipótese, por sua vez, a doutrina diverge sobre a responsabilidade civil do Estado: 
1° entendimento: o Estado responde diretamente pelos danos causados por empresas por ele contratadas, uma vez que a obra pública, em última análise, é de sua responsabilidade. Nesse sentido: Cavalieri Filho; 
2° entendimento: é importante se fazer uma distinção entre dano causado pelo simples fato da obra e dano oriundo da má execução da obra. No primeiro caso, o Estado responde diretamente e de maneira objetiva, inexistindo responsabilidade da empreiteira (por ex: obra que acarreta o fechamento da via pública por longo período, prejudicando comerciantes). No segundo caso, entretanto, a empreiteira responde primariamente e de maneira subjetiva, havendo, no entanto, a responsabilidade subsidiária do Estado (por ex: ausência de sinalização no canteiro de obra que gera queda de pedestre). Nesse sentido: Carvalho Filho e Rafael Rezende.
STJ – entende que a responsabilidade decorrente de omissão estatal é subjetiva.
STF – em julgados mais recentes (STA 223-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-4-08, Informativo 502 e RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-08, 2ª Turma, DJE de 15-8-08) tem-na entendido como responsabilidade objetiva. (...) “situações configuradoras de falta de serviço podem acarretar a responsabilidade civil objetiva do Poder Público, considerado o dever de prestação pelo Estado, a necessária existência de causa e efeito, ou seja, a omissão administrativa e o dano sofrido pela vítima”
“Professora. Tiro de arma de fogo desferido por aluno. Ofensa à integridade física em local de trabalho. Responsabilidade objetiva. Abrangência de atos omissivos.” (ARE 663.647-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 14-2-2012, Primeira Turma, DJE de 6-3-2012.)
“”Dano sofrido por um aluno causado por outro: O STF, analisando um caso do Rio de Janeiro que envolvia a Procuradoria do Município do Rio de Janeiro. Foi o caso que envolvia um aluno de escola pública municipal, que foi beber água no bebedouro e veio um amiguinho por trás e bateu na cabeça do menor. O olho foi no bebedouro, e perdeu o globo ocular, simplesmente isso. Uma “brincadeira” entre duas crianças causou esse dano absurdo. E aí, a criança, representada por seus pais, propôs ação em face do Município e o STF condenou. E aí o STF falou em responsabilidade objetiva
TRF5:
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PROJETO BETUME EM SERGIPE. INUNDAÇÕES EM ÁREA DE IRRIGAÇÃO IMPLANTADA PELA CODEVASF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE NEXO CAUSAL ENTRE OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E OS DANOS ALEGADOS. PREJUÍZOS SOFRIDOS NÃO EVIDENCIADOS. 2. Nos casos de danos decorrentes de atos de terceiros ou de fenômenos da natureza, para se configurar a obrigação estatal de indenizar, há necessidade de comprovação de que concorreu para o resultado danoso, determinada omissão culposa da Administração Pública. É, pois, necessária a demonstração do nexo de causalidade entre a falta ou deficiência na prestaçãodo serviço e o dano sofrido
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. BURACO NA RODOVIA. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. Apelação Cível interposta pelo DNIT contra sentença que o condenou ao pagamento de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente automobilístico de que foi vítima a parte autora, ocorrido no dia 16 de março de 2007, às 17:55 horas, na BR 101, no município de Rio Real/BA. 2. É subjetiva a responsabilidade civil do Estado nos casos em que o ato apontado como causador do dano consiste em omissão do serviço público. Para a caracterização da culpa, devem restar atendidos os respectivos requisitos: a previsibilidade e a evitabilidade do acontecido/dano e o dever de agir do Estado. Este só pode ser responsabilizado quando não atuou quando deveria atuar ou atuou não atendendo aos padrões legais exigíveis.
“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da CB. Latrocínio cometido por foragido. Nexo de causalidade configurado. Precedente. A negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade. Ato omissivo do Estado que enseja a responsabilidade objetiva nos termos do disposto no art. 37, § 6º, da CB.” (RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.)
Não há resposta ‘a priori’ quanto ao que seria o padrão normativo tipificador da obrigação a que estaria legalmente adstrito. Cabe indicar, no entanto, que a normalidade da eficiência há de ser apurada em função do meio social, do estágio de desenvolvimento tecnológico, cultural, econômico e da conjuntura da época, isto é, das possibilidades reais médias dentro do ambiente em que se produziu o fato danoso. (C.A)
Por exemplo: se o Poder Público licencia edificações de determinada altura, não poderá deixar de ter, no serviço de combate a incêndio e resgate de sinistrados, meios de acesso compatíveis para enfrentar eventual sinistro. Se o Poder Público despoja os internos em certo presídio de quaisquer recursos que lhes permitam atentar contra a própria vida, não pode eximir-se de responsabilidade em relação ao suicídio de algum ou alguns detentos a respeito dos quais se omitiu na adoção de igual cautela. (C.A)
A consequência, dessa maneira [em se tratando de atos de multidões] reside em que a responsabilidade civil do Estado, no caso de conduta omissiva, só se desenhará quando presentes estiverem os elementos que caracterizam culpa. (J.S). Sem culpa do Estado - não há responsabilidade. Culpa exclusiva de terceiros.
Ao contrário do que se passa com a responsabilidade do Estado por comportamentos comissivos, na responsabilidade por comportamentos omissivos a questão não se examina nem se decide pelo ângulo passivo da relação (a do lesado em sua esfera juridicamente protegida), mas pelo pólo ativo da relação. É dizer: são os caracteres da omissão estatal que indicarão se há ou não responsabilidade. (C.A)
Os acontecimentos suscetíveis de acarretar responsabilidade estatal por omissão ou atuação insuficiente são os seguintes:
a) fato da natureza a cuja lesividade o Poder Público não obstou, embora devesse fazê-lo. (...)
b) comportamento material de terceiros cuja atuação lesiva não foi impedida pelo Poder Público, embora pudesse e devesse fazê-lo. Cite-se,por exemplo, o assalto processado diante de agentes policiais inertes, desidiosos. (C.A)
Há determinados casos em que a ação danosa, propriamente dita, não é efetuada por agente do Estado, contudo é o Estado quem produz a situação do qual o dano depende. Vale dizer: são hipóteses nas quais é o Poder Público quem constitui, por ato comissivo seu, os fatores que propiciarão decisivamente a emergência de dano. Tais casos, a nosso ver, assimilam-se aos de danos produzidos pela própria ação do Estado e por isso ensejam, tanto quanto estes, a aplicação do princípio da responsabilidade objetiva. (...) O caso mais comum, embora não único, é o que deriva da guarda, pelo Estado de pessoas ou coisas perigosas, em face do quê o Poder Público expõe terceiros a risco. Servem de exemplo o assassinato de um presidiário por outro presidiário; os danos nas vizinhanças oriundos de explosão em depósito militar em decorrência de um raio (...)
Com efeito, em todos estes casos, o dano liga-se, embora mediatamente, a um comportamento positivo do Estado. Sua atuação é o termo inicial de um desdobramento que desemboca no evento lesivo, incindivelmente ligado aos antecedentes criados pelo Estado. (C.A)
A fuga de internos em manicômio ou presídio que se homiziem nas vizinhanças e realizem violências sobre os bens ou pessoas sediados nas imediações ou que nelas estejam acarretará responsabilidade OBJETIVA do Estado. (C.A)
Cumpre, apenas, esclarecer que a responsabilidade em tais casos evidentemente está correlacionada com o RISCO suscitado. Donde, se a lesão sofrida não guardar qualquer vínculo com este pressuposto, não haverá falar em responsabilidade objetiva.
Então, se os evadidos de uma prisão vierem a causar danos locais afastados do prédio onde se sedia a fonte de risco, é óbvio que a lesão sofrida por terceiros não estará correlacionada com a situação perigosa criada por obra do Poder Público. Nessa hipótese, só caberá responsabilizar o Estado se o serviço de guarda dos delinqüentes não houver funcionado ou houver funcionado mal, pois será caso de responsabilidade por comportamento omissivo, e não pela geração de risco oriundo de guarda de pessoas perigosas. (C.A).
5.3. Dano
Para se ter a responsabilidade civil do Estado não basta a existência de dano econômico. É necessário um dano jurídico, ou seja, a lesão a um direito. EX. prefeitura mudou museu de lugar, prejudicando o comércio ao redor. Não há responsabilidade. O comerciante não tem direito à manutenção do museu naquele local. Ele sofreu dano econômico, mas não sofreu dano jurídico.
No caso de comportamentos comissivos, a existência ou inexistência do dever de reparar não se decide pela qualificação da conduta geradora do dano (ilícita ou lícita), mas pela qualificação da lesão sofrida. Isto é, a juridicidade do comportamento danoso não exclui a obrigação de reparar se o dano consiste em extinção ou agravamento de um direito. Donde, ante atuação lesiva do Estado, o problema da responsabilidade resolve-se no lado passivo da relação, não do lado ativo dela. Importa que o dano seja ilegítimo – se assim podemos expressar; não que a conduta causadora o seja. (C.A)
O dano tem que ser certo (dano determinado ou determinável).
Se a conduta for lícita, vamos precisar, além do dano jurídico e certo, de: 
a) dano especial, ou seja, particularizado. Ex. Prefeito x é um desastre. Toda a sociedade perdeu com ele. Há responsabilidade? Não. Não há vítima individualizada. 
b) dano anormal. Ex. trânsito, poeira da obra – não é anormal. Depende do caso concreto. se a obra durar 20 anos, pode haver a responsabilidade.
O dano nem sempre tem cunho patrimonial, como era concebido no passado. A evolução da responsabilidade culminou com o reconhecimento jurídico de duas formas de dano – o dano material (ou patrimonial) e o dano moral. (J.S)
Súmula 498:não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.
STJ 387É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
Dano eventual e impossível não são indenizáveis.
A Turma não conheceu do REsp em que presidiário alegava ter sofrido danos morais devido à superlotação de presos em estabelecimento penal: a capacidade era de 130 detentos, mas conviviam 370 presos. No caso, o Tribunal, na análise fático-probatória, afastou a responsabilidade objetiva estadual com fulcro na Constituição Federal (art. 37, § 6º), afirmando, também, não ter o demandante comprovado efetivamente os danos morais sofridos. Dessa forma, não é possível analisar a responsabilidade doEstado à luz da legislação ordinária (art. 186 do CC/2002), ou seja, o nexo causal entre a suposta omissão estadual e os danos morais suportados. REsp 1.114.260-MS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 3/11/2009
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL. GARANTIA DE RESPEITO À IMAGEM E À HONRA DO CIDADÃO. INDENIZAÇÃO CABÍVEL. PRISÃO CAUTELAR. ABSOLVIÇÃO. ILEGAL CERCEAMENTO DA LIBERDADE. PRAZO EXCESSIVO. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PLASMADO NA CARTA CONSTITUCIONAL. MANIFESTA CAUSALIDADE ENTRE O "FAUTE DU SERVICE" E O SOFRIMENTO E HUMILHAÇÃO SOFRIDOS PELO RÉU.1. A Prisão Preventiva, mercê de sua legalidade, dês que preenchidos os requisitos legais, revela aspectos da Tutela Antecipatória no campo penal, por isso que, na sua gênese deve conjurar a idéia de arbitrariedade.2. O cerceamento oficial da liberdade fora dos parâmetros legais, posto o recorrente ter ficado custodiado 741 (setecentos e quarenta e um) dias, lapso temporal amazonicamente superior àquele estabelecido em Lei - 81 (oitenta e um) dias - revela a ilegalidade da prisão.3. A coerção pessoal que não enseja o dano moral pelo sofrimento causado ao cidadão é aquela que lastreia-se nos parâmetros legais (Precedente: REsp 815004, DJ 16.10.2006 - Primeira Turma).
5.4. Ação judicial de reparação civil
A vítima vai ajuizar a ação contra o Estado. O posicionamento hoje no STF, acolhido pelo STJ, é que a ação deve ser ajuizada contra a pessoa jurídica. Esse é o posicionamento do STF, que entende haver uma dupla proteção à vítima, na medida em que o Estado tem patrimônio suficiente para pagar a indenização e há a aplicação da teoria objetiva.O Estado foi condenado a pagar. Ele entra com uma ação regressiva contra o agente – responsabilidade subjetiva.
Há entendimento do STF no sentido de que o artigo 37 § 6 da CF é também garantia para o agente público, é que devido ao princípio da impessoalidade, seus atos não podem ser imputados à sua pessoa, mas sim ao ente público em nome do qual atua, assim a responsabilização do agente seria apenas e somente perante a administração pública. 
Concluiu-se que o mencionado art. 37, § 6º, da CF, consagra DUPLA GARANTIA: uma em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado que preste serviço público; outra, em prol do servidor estatal, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional pertencer. (Informativo 436 STF, rel. Carlos Brito, RE 327904/SP). Esta orientação repetiu-se no julgamento seguinte:
RESPONSABILIDADE - SEARA PÚBLICA - ATO DE SERVIÇO - LEGITIMAÇÃO PASSIVA. Consoante dispõe o § 6º do artigo 37 da Carta Federal, respondem as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, descabendo concluir pela legitimação passiva concorrente do agente, inconfundível e incompatível com a previsão constitucional de ressarcimento - direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (RE 344133, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 09/09/2008)
ATENÇÃO INFORMATIVO 532 STJ
Responsabilidade civil do Estado: possibilidade de ajuizamento da ação diretamente contra o servidor público causador do dano.[3: A prova do TF3/2016 (banca própria) reconheceu a divergência desta temática e considerou correta a seguinte alternativa: “Doutrina e jurisprudência divergem sobre a possibilidade de acionamento do servidor público diretamente pelo terceiro prejudicado (“per saltum”), havendo precedentes das Cortes Superiores em ambos os sentidos.”]
Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua função, a vítima tem a possibilidade de ajuizar a ação de indenização diretamente contra o agente, contra o Estado ou contra ambos. Obs: existe precedente do STF em sentido contrário.
Que é possível a vítima acionar o Estado não há divergência.
Cabe denunciação da lide nessa hipótese? O Estado pode denunciar a lide e trazer o agente para o processo? Para a doutrina não cabe, pois acaba prejudicando a vítima, pois traz discussão nova que não existia no processo. STJ diz que é aconselhável, mas não é obrigatório. A decisão seria do Estado. Ou seja, a não denunciação não gera nulidade nem compromete a ação de regresso –MAIORIA.
5.5. Prescrição
A prescrição é quinquenal (Dec. nº 20910/32). Essa também é a posição do STF e do STJ. No que tange a ação regressiva, a ação é imprescritível – só goza dessa prerrogativa da imprescritibilidade as pessoas jurídicas de direito público -JS(RG Tema 666, Art. 37, §5º, CF).
O termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de indenização contra ato do Estado ocorre no momento em que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme o princípio da actio nata. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.333.609-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2012 (Info 507).
Q – é imprescritível ação de indenização contra o Poder Público em decorrência de danos ocasionados por tortura, perseguição, prisões ilegais, etc. durante a Ditadura. STJ.
As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932. STJ. 2ª Turma. REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013 (Info 523).
O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação econômica prevista na Lei nº 10.559/2002 (Lei de Anistia) não está impedido de pleitear, na esfera judicial, indenização por danos morais pelo mesmo episódio político. julgado em 5/4/2016 (Info 581 STJ).
Caso o Poder Público tenha reconhecido administrativamente o débito, o termo inicial do prazo prescricional de 5 anos para que servidor público exija seu direito será a data desse ato de reconhecimento. Para o STJ, o reconhecimento do débito implica renúncia, pela Administração, ao prazo prescricional já transcorrido. STJ. 1ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 51.586-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/11/2012 (Info 509).
Quanto ao prazo prescricional:
SÚMULA 383 STF
A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
-INTERRUPÇÃO OCORRIDA ANTES DO TRANSCURSO DA METADE DO PRAZO: contagemvoltaacorrerpelotemporestante. [ “(...) mas não ficará reduzida aquém de 5 anos (...)”] Ex.: interrupção após o transcurso de 1 ano  prazo restante: 4 anos]
-INTERRUPÇÃO OCORRIDA APÓS O TRANSCURSO DA METADE DO PRAZO: prazoprescricionalde2 anos e meio. [“(...) recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo (....)”] Ex.:interrupção após o transcurso de 4 anos  prazo restante: 2 anos e meio]
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. ART. 1º DO DECRETO N. 20.910/1932.
- Conforme jurisprudência firmada no STJ, é de 5 (cinco) anos o prazo para a pretensão de reparação civil contra o Estado, nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/1932.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1241640/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe 10/02/2012)
Em sentido diverso ao referido na parte grifada do julgado anterior: Prescrição - Pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público.Nessa hipótese não há a aplicação do Decreto no 20.910/1932. Há previsão expressa de prazo prescricional de 5 anos no art. 1o-C da Lei 9.494/97. Nesse caso, diferente do que ocorre com o art. 10 do Decreto 20.910/32 (que traz ressalva de aplicação de disposição que trouxer prazo menor - o que faz surgir discussão quanto à aplicação do prazo de 3 anos previsto no art. 206, p. 3o, V,CC) não há ressalva alguma quanto aplicação de outro prazo. Assim, diante da aplicação parêmia de que lei geral posterior (no caso o CC de 2002) não revoga lei especial (no caso o art. 1o-C da Lei 9.494), é de se entender pela aplicação do prazo de 05 anos às pretensões indenizatórias contra as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público. (atualização do TRF4)
É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de ônibus). O fundamento legal para esse prazo está no art. 1º-C da Lei 9.494/97 e também no art. 14 c/c art. 27, do CDC. STJ. 3ª Turma. REsp 1.277.724-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 26/5/2015 (Info 563).
A fixação do prazo prescricional de 5 anos para os pedidos de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, constante do art. 1º-C da Lei 9.494/97, é constitucional. STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824).
- Ação regressiva – via administrativa ou judicial
Na via administrativa, o pagamento da indenização pelo agente será sempre resultado de acordo entre as partes. Ao Estado é vedado estabelecer qualquer regra administrativa que obrigue o agente, ‘manu militari’, a pagar o débito. É ilegal, por exemplo, qualquer norma que autorize o Estado a descontar, por sua exclusiva iniciativa, parcelas indenizatórias dos vencimentos do servidor. (J.S)
Só é possível o desconto em folha quando houver anuência, previsão legal com percentual máximo de desconto e contraditório e ampla defesa.
*#OUSESABER: Recentemente, o Plenário do STF, por maioria, julgou improcedente pedido formulado na ADI-2418, constante no Informativo 824, ajuizada em face dos artigos 4º e 10 da Medida Provisória 2.102-27/2001. O art. 4º acrescentara os artigos 1º-B e 1º-C à Lei 9.494/1997. O Art. 1º-C prescreve o prazo de cinco anos para o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. A Corte asseverou também que A FIXAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 ANOS PARA OS PEDIDOS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS CAUSADOS POR AGENTES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO E DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, CONSTANTE DO ART. 1º-C DA LEI 9.494/1997, IGUALMENTE NÃO VIOLARIA DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. A equiparação entre pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO e de DIREITO PRIVADO se justificaria em razão do que disposto no § 6º do art. 37 da CF, que expressamente equipara essas entidades às pessoas de direito público relativamente ao regime de responsabilidade civil pelos atos praticados por seus agentes. Outrossim, o CC/2002 estabelecera prazo prescricional de apenas 3 anos para “a pretensão de reparação civil” (art. 206, § 3º, V). Portanto, considerando o atual estágio normativo civil, a norma atacada, antes de beneficiar, seria, na verdade, desvantajosa para a Fazenda Pública e as empresas concessionárias de serviço público. Vide: ADI 2418/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 4.5.2016.
5.6. Responsabilidade por ATOS LEGISLATIVOS:
A MODERNA DOUTRINA admite a responsabilidade nos casos de 
LEIS DE EFEITO CONCRETO 
OMISSÃO LEGISLATIVA (quando foge dos padrões de razoabilidade)
nos casos de LEIS DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS em controle concentrado.
Leis inconstitucionais:
Enfoque inteiramente diverso é o que diz respeito à produção de leis inconstitucionais. (...) Desse modo,é plenamente admissível que, se o dano surge em decorrência de lei inconstitucional, a qual evidentemente reflete atuação indevida do órgão legislativo, não pode o Estado simplesmente eximir-se da obrigação de repará-lo, porque nessa hipótese configurada estará a sua responsabilidade civil. (J.S., citando um precedente do STF: RE 158.962, Rel. Min. Celso de Mello, in RDA 191)
No mesmo sentido: Diógenes Gasparini;
contra: Hely Lopes Meirelles
O STJ no RESP 593.522/SP, rel. Eliana Calmon entendeu que somente cabe responsabilidade do Estado por ato do legislativo quando a lei for declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle concentrado (INf. 297, 18 a 22/09/2007).
Ressalte-se, porém, que há doutrina no sentido de que mesmo a declaração incidental de inconstitucionalidade enseja a responsabilidade do Estado, já que também resta caracterizado o erro legislativo. 
5.7 Responsabilidade por ATOS JUDICIAIS
No que concerne aos atos administrativos (ou atos judiciários), incide normalmente sobre eles a responsabilidade civil objetiva do Estado, desde que, é lógico, presentes os pressupostos de sua configuração. Enquadram-se aqui os atos de todos os órgãos de apoio administrativo e judicial do Poder Judiciário (...)
Os atos jurisdicionais, já antecipamos, são aqueles praticados pelos magistrados no exercício da respectiva função. São, afinal, os atos processuais caracterizadores da função jurisdicional. (...) Não obstante, é relevante desde já consignar que, tanto quanto os atos legislativos, os atos jurisdicionais típicos são, em princípio, insuscetíveis de redundar na responsabilidade civil do Estado. (J.S)
Marcelo Alexandrino, na obra citada, defende que a regra para os atos tipicamente jurisdicionais é a irresponsabilidade Estatal, o que decorre do principio da livre convicção do magistrado.
No que tange aos atos administrativos praticados pelo Judiciário incide a regra geral de responsabilidade objetiva.
Em relação à área criminal, a CF art. 5º, LXXV, garante a indenização ao condenado por erro judiciário.Ainda que esse erro seja decorrente de culpa. Regra esta não extensiva à seara cível. Somente caberá responsabilização REGRESSIVA ao JUIZ, caso reste comprovado que este agiu com DOLO no exercício da função (NCPC, art. 143).
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa que, até o momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016 (repercussão geral) (Info 813)
Tudo bem. Entendi que as ações propostas pelo Estado buscando o ressarcimento ao erário decorrente de ilícito civil são prescritíveis. 
A pergunta que surge em seguida é: qual o prazo prescricional? Este é um debate que ainda vai se acirrar bastante. Por enquanto, temos duas correntes: 3 anos, com base no art. 206, § 3º, V, do CC (prescreve em três anos a pretensão de reparação civil); 5 anos, aplicando-se, com base no princípio da isonomia, o prazo trazido pelo Decreto 20.910/32. Este dispositivo prevê que o prazo prescricional para ações propostas contra a Fazenda Pública é de cinco anos. Logo, o mesmo prazo deveria ser aplicado para as ações ajuizadas pela Fazenda Pública. Prazo de 3 anos: acórdão mantido pelo STF No julgamento acima explicado, o Tribunal de origem adotou a 1ª corrente (prazo de 3 anos) e o STF manteve a decisão. Vale ressaltar, no entanto, que o objeto do recurso extraordinário não era esse, de forma que a questão ainda se encontra em aberto na Corte. Penso que não é possível afirmar ainda que se trata da posição do STF. No entanto, como foi trazido no Informativo, poderá ser cobrado nas provas. Fique atento com o enunciado da questão ("segundo o STF" ou "segundo o STJ"). Prazo de 5 anos: posição pacífica do STJ (...) 4. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a prescrição contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto 20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral.(...) 5. O STJ tem entendimento jurisprudencial no sentido de que o prazo prescricional da Fazenda Pública deve ser o mesmo prazo previsto no Decreto 20.910/32, em razão do princípio da isonomia. (...) (STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 768.400/DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 03/11/2015)
6. Julgados diversos em tema de responsabilidade civil do Estado:
“Por outro lado, mesmo não tendo sido suscitada, deve ser declarada a ilegitimidade passiva ad causam da União, por se tratar de matéria de ordem pública, passível de ser conhecida de ofício pelo magistrado (art. 301, X, § 4º, CPC). É que a competência da União para explorar a navegação aérea, atribuída pelo art. 21, XII, “c”, da Constituição da Federal, não tem o condão de fazê-la responsável por cancelamento de voos, já que a prestação do serviço em si foi legitimamente concedida a empresas privadas, conforme autoriza o citado dispositivo constitucional. Além do que, tanto a fiscalização e a supervisão da prestação deste serviço foram transferidas para a ANAC (Lei nº 11.182/05), como a administração dos aeroportos ficou sob a responsabilidade da INFRAERO (Lei nº 5.862/72), de modo que hoje a União mantém-se afastada da intervenção direta no setor. Permanece-lhe, por óbvio, a competência para fiscalizar a atuação das duas entidades integrantes de sua Administração Indireta (poder de tutela), via Ministério da Defesa, mas tal encargo não lhe torna responsável pelo cancelamento do vôo, até porque nenhum fato específico lhe foi imputado. Assim, deve-se excluir a União do feito, extinguindo o processo sem resolução do mérito em relação a ela (art. 267, VI, § 3º, CPC)”. (EMAGIS)
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ATO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA QUE EQUIVOCADAMENTE CONCLUIU PELA INACUMULABILIDADE DOS CARGOS JÁ EXERCIDOS. NÃO APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. HIPÓTESE EM QUE OS CARGOS PÚBLICOS JÁ ESTAVAM OCUPADOS PELOS RECORRENTES. EVENTO CERTO SOBRE O QUAL NÃO RESTA DÚVIDAS. NOVA MENSURAÇÃO DO DANO. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO E PROBATÓRIO. RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL A QUO.1. A teoria da perda de uma chance tem sido admitida no ordenamento jurídico brasileiro como sendo uma das modalidades possíveis de mensuração do dano em sede de responsabilidade civil. Esta modalidade de reparação do dano tem como fundamento a probabilidade e uma certeza, que a chance seria realizada e que a vantagem perdida resultaria em prejuízo. Precedente do STJ.2. Essencialmente, esta construção teórica implica num novo critério de mensuração do dano causado. Isso porque o objeto da reparação é a perda da possibilidade de obter um ganho como provável, sendo que "há que se fazer a distinção entre o resultado perdido e a possibilidade de consegui-lo. A chance de vitória terá sempre valor menor que a vitória futura, o que refletirá no montante da indenização.3. Esta teoria tem sido admitida não só no âmbito das relações privadas stricto sensu, mas também em sede de responsabilidade civil do Estado. Isso porque, embora haja delineamentos específicos no que tange à interpretação do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, é certo que o ente público também está obrigado à reparação quando, por sua conduta ou omissão, provoca a perda de uma chance do cidadão de gozar de determinado benefício. [...] (REsp 1308719/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 01/07/2013)
Informativo n. 413 – STJ
DEMISSÃO. SERVIDOR PÚBLICO. ABANDONO. CARGO. A Seção concedeu o “writ” ao entendimento de que a ausência do servidor público por mais de trinta dias consecutivos ao serviço, sem o animusabandonandi não basta para sua demissão por infrigência ao art. 138, c/c o 132, II, da Lei n.º 8.112/90, visto que seu não comparecimento ao local de trabalho deveu-se à restrição a seu direito de ir e vir originária de órgão judicial: ele seria recolhido à prisão decorrente de sentença ainda não transitada em julgado. Com efeito, para a tipificação de abandono de cargo, caberia investigar necessariamente se houve, de fato, a intenção deliberada. No caso, em razão da ilegalidade da custódia contra si expedida, reconhecida posteriormente, que o impossibilitou de ir ao trabalho, são devidos a sua reintegração no cargo, as vantagens financeiras e o cômputo do tempo de serviço para todos os efeitos legais, a contar da data do ato impugnado. MS 12.424-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/10/2009.
STJ: Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver proveito econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido. Isso porque não incide, na esfera administrativa; ao contrário do que se tem na esfera penal, o princípio da insignificância quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013. 1ª SEÇÃO. INFO 523.
STJ. É possível a demissão de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo disciplinar. Infração disciplinar grave que constitui ato de improbidade é causa de demissão do servidor, em processo administrativo, independente de processo judicial prévio. STJ. 3ª Seção. MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/9/2012.
PAD. CASSAÇÃO. APOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO. Funcionária pública federal teve cassada sua aposentadoria, sendo retirada do quadro de funcionários públicos da Fazenda, em conformidade com processo administrativo disciplinar (PAD) instaurado por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função pública, por improbidade administrativa e por corrupção passiva tributária. No MS, questiona a atipicidade da conduta administrativa, a prescrição administrativa, a nulidade da decisão administrativa por excesso de prazo e a decadência do direito da Administração de anular seus próprios atos. Ressalta o Min. Relator que, após as informações da autoridade coatora e do parecer do MPF, vieram aos autos petições informando que, na primeira sentença criminal, a impetrante foi condenada a cinco anos de reclusão e multa, mas, devido ao recurso especial interposto que reformou tal decisão para que outra fosse proferida com motivada fixação da pena, a outra sentença foi prolatada, impondo sanção de três anos e multa, da qual não houve recurso ministerial. Anote-se que os pareceres do MPF, naquela esfera criminal, opinaram pelo reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal. Por fim, em recente decisão, o Tribunal a quo reconheceu a extinção da punibilidade da impetrante. Esclarece, agora, o Min. Relator que, diante desses fatos novos, abriu nova vista ao MPF, que se pronunciou pela denegação da segurança, alegando a independência das esferas penal e administrativa. Isso posto, destaca ainda o Min. Relator a posição deste Superior Tribunal, que, em casos como o dos autos, determina o cálculo da prescrição com base na pena in concreto, pois os prazos administrativos de prescrição só têm lugar quando a falta imputada ao servidor não é prevista como crime penal. Assim, havendo sentença penal condenatória, o prazo da prescrição, na esfera administrativa, computa-se pela pena in concreto penalmente aplicada, nos termos dos arts. 109 e 110 do CP. Diante do exposto, a Turma declarou que, no caso dos autos, houve a prescrição administrativa, concedeu a segurança para anular a portaria e, em consequência, determinou o restabelecimento da aposentadoria da servidora. Ainda, sobre as verbas que a aposentada deixou de receber desde o ato tido por ilegal, atualizadas monetariamente, incidirão juros de mora de 0,5% ao mês, sem honorários. MS 12.414-DF, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 25/11/2009.
*#OUSESABER #SELIGANAJURISPRUDÊNCIA #VAICAIR: O STF entendeu que o preso tem direito a indenização do Estado por danos morais quando submetido a situação degradante e a superlotação na prisão. No que pese a divergência quanto à reparação a ser adotada, majoritariamente a Corte decidiu quea indenização deve se dar em dinheiro e em parcela única. O Recurso Extraordinário n.º 580252 teve repercussão geral reconhecida, sendo fixado a seguinte tese: “Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento”.
7. QUESTÕES RECORRENTES EM PROVAS:
Todas importantes – leia tudo
Ausência de policiamento ostensivo em local de alta periculosidade – responsabilidade civil do Estado
A responsabilidade objetiva do Estado não guarda relação com atos predatórios de terceiros não contratados.
STF e STJ já pacificaram o entendimento no sentido de que a responsabilidade por omissão é subjetiva. No entanto, STF tem decisão no sentido de que a responsabilidade estatal por atos omissivos específicos é objetiva (ex. caso de agressão física a aluno por colega, em escola estadual). Não se pode confundir uma conduta omissiva genérica (ex. Estado não conseguir evitar todos os furtos de carro) com a conduta omissiva específica (ex. Estado tem o dever de vigilância sobre alguém e não evitar o dano). No primeiro caso a responsabilidade é subjetiva (policial assiste ao assalto e nada faz) e no segundo caso objetiva.
Dano moral – indenização – jutos de mora desde o evento danoso e correção monetária do arbitramento.
Preso foge e mata alguém – STF – não há nexo de causalidade direito e imediato. Só há responsabilidade nos casos em que os crimes são cometidos na fuga do preso ou quando o Estado tenha agido com culpa gravíssima, como quando deixa alguém fugir várias vezes da prisão, sem que haja regressão do regime prisional.
No caso de contratos administrativos, a empresa que executa a obra responde subjetivamente e diretamente. Não há responsabilidade do Estado
Suicídio – em hospital – Responsabilidade subjetiva. Em hospital psiquiátrico – resp. objetiva. Prisão – objetiva. Essa temática foi objeto de questão da prova do TJDFT/2016: Ao propor a seguinte situação hipotética: “Uma pessoa absolutamente incapaz foi internada em hospital psiquiátrico integrante da administração pública estadual, para tratamento de grave doença psiquiátrica. Um mês depois da internação, durante o período noturno, foi constatado que essa pessoa faleceu, após cometer suicídio nas dependências do hospital”, a banca CESPE considerou correta a seguinte alternativa: “O estado poderá ser acionado e condenado a ressarcir os danos morais causados aos genitores do interno, já que tinha o dever de garantir a vida e a saúde do paciente, respondendo objetivamente pelas circunstâncias do óbito”.
Lesão corporal de policial não fardado a sua ex mulher, utilizando arma da corporação – Estado não responde.
Pensão para os filhos e viúva do lesado – filhos até 25 anos e esposa até a data em que o de cujus completaria 65 anos. STJ vem aumentado essa idade, em vista do aumento da expectativa de vida.
Não há impedimento à instauração de ação regressiva após a cessão do exercício no cargo ou função por disponibilidade, aposentadoria, exoneração ou demissão. 
As empresas privadas que prestem serviço público respondem objetivamente.
*#DICA: O que se entende por pedágio de masmorra? Segundo expressão utilizada pelo STJ em pedido de indenização por danos morais ajuizada por presidiário em face de maus-tratos sofridos durante a sua estadia na penitenciária, a condenação do Estado à indenização por danos morais individuais como remédio isolado arrisca a instituir uma espécie de pedágio-masmorra, deixando a impressão de que ao Poder Público, em vez de garantir direitos inalienáveis e imprescritíveis de que são titulares por igual todos os presos, basta pagar aos prisioneiros que disponham de advogado para postular em seu favor, uma espécie de bolsa-indignidade, pela ofensa diária, continuada e indesculpável aos mais fundamentais dos direitos, assegurados constitucionalmente. No caso, argumentou-se que não se tratava da incidência da cláusula da reserva do possível nem de assegurar o mínimo existencial, mas sim da necessidade urgente de aprimoramento das condições do sistema prisional, que deverá ser feito por meio de melhor planejamento e estruturação física, e não apenas mediante pagamento pecuniário e individual aos apenados. No caso, inclusive, que era patrocinado pela Defensoria Pública, consignou-se que esse órgão teria mecanismos mais eficientes e efetivos para contribuir com a melhoria do sistema prisional, dentre os quais o próprio ajuizamento de ACP (@estudos_defensoria).
*A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Lei 8.080/90, a responsabilidade pela fiscalização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem compete responder em tais casos. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.388.822-RN, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/5/2015 (Info 563)
# INFO 553, STJ – 2015 
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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