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Apostila MAAF - Manuseio e Adequação de Atividades Funcionais, Fisioterapia Neuropediatria

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Prévia do material em texto

AATTIIVVIIDDAADDEESS TTEERRAAPPÊÊUUTTIICCAASS NNAA 
NNEEUURROOPPEEDDIIAATTRRIIAA 
 22001144 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Carlos Bandeira de Mello Monteiro 
 Zodja Graciani 
 
 
 
 
 Apostila de Apoio da Abordagem MAAF, Monteiro CBM, 
Graciani Z. 
Atividades Terapêuticas na Neuropediatria 2011, 
Apostila Digital disponível em: 
http://www.terapiamaaf.com.br 
 2
2011 
 
AUTORES 
 
 
 
 
 
CARLOS BANDEIRA DE MELLO MONTEIRO 
 
Fisioterapeuta. Professor do curso de Ciências da Atividade Física da Universida-
de de São Paulo. Pós-Graduado em Ciências Biológicas e Saúde. Mestre em Dis-
túrbios do Desenvolvimento (UniversidadeMackenzie). Doutor em Ciências na 
área de Neurologia (USP-Universidade de São Paulo). Especialista no método 
Bobath, com estágio no Bobath Centre, em Londres. Curso de Integração Senso-
rial, Alexander Technique, Kabat e outros cursos e estágios nos E.U.A., Canadá, 
Inglaterra e Alemanha , na área de Fisioterapia Neurológica. 
 
ZODJA GRACIANI 
 
Fisioterapeuta, mestre em ciências na área de Neurologia pela Universidade 
de São Paulo. Docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie com experiência 
acadêmica e clínica nas áreas de neurologia infantil e adulto, saúde pública e 
genética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
COLABORADORES 
 
 
 
 
Tatiana Vitturi 
Fisioterapeuta com aprimoramento em Baixa Visão pela Santa Casa de Misericórdia de 
São Paulo, especialista no conceito Bobath de Tratamento Neuroevolutivo. 
Responsável pelo Setor de Fisioterapia da Associação para Deficientes da 
Áudio Visão - SP (ADEFAV). 
 
 
Sandra Cardozo Martins 
Fisioterapeuta da AACD e da Associação Educacional Quero-Quero de Reabilitação Motora 
e Educação Especial. Formação no Método Neuroevolutivo - Conceito Bobath e Baby 
Course. Especialista em Psicomotricidade - ISPE-GAE (Instituto Superior de Psicomotrici-
dade e Educação - Grupo de Atividades Especializadas 
 
 
Juliana Nagai 
Fisioterapeuta, pós-graduada em Fisiologia e Biomecânica da atividade motora pelo Hos-
pital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). 
Sócia-Diretora, responsável pelo setor de Neurologia da Clínica de Fisioterapia Fisio & 
Quality. 
 
 
 
 
 
 
 
 4
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO 
1. MOVIMENTOS DO TRONCO 
2. REAÇÕES POSTURAIS 
3. ROLO 
4. BOLA 
5. BANCO TERAPÊUTICO COM ROLAMENTO 
6. PROPOSTAS DE ATIVIDADES UTILIZANDO O CORPO DO TERAPEUTA 
 5
INTRODUÇÃO 
 
 
 
A intenção desta apostila é de apresentar, principalmente para fisioterapeutas, diferentes 
possibilidades de atividades terapêuticas que podem ser utilizadas no atendimento clínico 
de crianças que apresentam alterações da postura e movimento (ênfase na Paralisia Ce-
rebral). Na realidade, as atividades podem ser utilizadas com pacientes de diferentes di-
agnóstico médico. Assim como, tanto em crianças como adultos, mas o enfoque principal 
é o paciente da pediatria. 
Sendo assim, esta apostila oferece diferentes propostas práticas, que facilitam a escolha 
de atividades específicas de acordo com as características individuais do paciente, criando 
assim programas terapêuticos diferenciados. 
Para possibilitar a organização desta apostila, os autores optaram em apresentar ativida-
des práticas centralizadas no desenvolvimento das reações posturais. Sendo assim, todas 
as propostas terapêuticas foram divididas de acordo com as posições básicas iniciais da 
criança e o material terapêutico utilizado e algumas variações que objetivam a estimula-
ção das reações posturais. 
É importante esclarecer que, as posições básicas e variações das atividades são apenas 
uma proposta para facilitar a organização do programa terapêutico, mas que, em mo-
mento algum, devem ser consideradas como obrigatórias ou únicas. Se, durante a leitura 
dos capítulos, o terapeuta aproveitar na sua prática clínica, qualquer uma das propostas 
apresentadas, ou refletir e criar atividades diferenciadas, o objetivo principal da apostila 
será alcançado. 
 6
MOVIMENTOS DO TRONCO 
 
As atividades terapêuticas enfatizam a movimentação do tronco, que em conjunto ocor-
rem em diferentes eixos e planos de movimento. Sabe-se, que embora cada movimento 
vertebral possa ser pequeno, o efeito aditivo sobre os vários segmentos pode produzir 
uma quantidade significativa de movimentos do tronco. Para tanto, dois componentes 
mecânicos devem ocorrer (Bar-Haim et al., 2007; Schmidt e Wrisberg, 2006; Shumway-
Cook e Woollacott, 2003; Levitt, 2001; Bly e Whiteside, 1997; Mayston, 1992 e Schleich-
korn, 1992): 
1. Estabilidade: o tronco deve possibilitar estabilidade suficiente para propiciar mo-
vimentos adequados dos membros superiores e inferiores, funcionando como um 
pilar central de sustentação de todo o corpo. 
2. Flexibilidade: o tronco deve oferecer, também, flexibilidade adequada para pos-
sibilitar amplitude de movimento suficiente para que os movimentos dos membros 
superiores e inferiores realizem uma função. 
Este auxílio constante do tronco é fundamental para todas as atividades do dia-a-dia. Por 
estes motivos, optou-se em direcionar as propostas de atividades terapêuticas para esta 
região. 
No entanto, ao invés de definir os movimentos do tronco por meio das palavras extensão 
e flexão, as quais poderiam ser confundidas com os grupos musculares flexores e exten-
sores, os movimentos do tronco serão apresentados, utilizando a palavra inclinação para 
as diferentes direções nos planos sagital e frontal. Além disso, o tipo de contração, seja 
ela excêntrica1 ou concêntrica também pode ser 
 
1 As palavras excêntrico e concêntrico serão utilizadas com as seguintes definições (Fornasari, 2001; 
Kandel et al., 2000; Guyton e Hall, 1997 e Brodal, 1995). 
a. Excêntrico- contração muscular isotônica realizada quando o movimento está a favor da gravi-
dade, onde a contração muscular terá a função de desacelerar e regular o movimento. 
b. Concêntrica- contração muscular isotônica realizada quando o movimento está contra a ação 
da gravidade e/ou aumentando a velocidade do movimento. 
 
 7
determinado de acordo com a necessidade do paciente e atividade. Sendo assim, tere-
mos: 
1. Inclinação anterior do tronco: optou-se por denominar inclinação anterior do tron-
co sempre que o tronco realiza um movimento para frente, em direção aos membros 
inferiores, no plano sagital. Neste caso, diminui o ângulo entre o tronco e a região an-
terior das coxas. Apesar do movimento ser para frente, dependendo da posição do 
corpo, pode ocorrer recrutamento de músculos flexores ou extensores do tronco. 
 
a. Evidenciando recrutamento dos extensores do tronco. 
Dependendo da atividade, que pode ser funcional ou um deslocamento do centro 
de gravidade, ao realizar uma inclinação anterior do tronco, haverá o recrutamen-
to dos extensores do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Evidenciando recrutamento dos flexores do tronco. 
Neste caso, também dependerá da atividade, que pode ser funcional ou um deslo-
camento do centro de gravidade. Ao contrário do exemplo anterior, para realizar 
uma inclinação anterior do tronco, haverá o recrutamento dos flexores do tronco. 
 
A figura 2 apresenta outra opção 
de inclinação anterior do tronco, 
observe que o paciente estava 
deitado no chão. Noentanto, 
para alcançar a bola, realizou 
uma inclinação anterior do tron-
co, evidenciando o recrutamento 
concêntrico dos flexores do tron-
co. 
 
A figura 1 apresenta um paciente 
levantando do banco, inicialmente 
estava com ângulo de 90 graus entre 
o tronco e as coxas. No entanto, para 
levantar realizou uma inclinação ante-
rior do tronco, evidenciando o recru-
tamento excêntrico dos extensores do 
tronco. 
 
 8
 
2. Inclinação posterior do tronco: optou-se por denominar inclinação posterior do 
tronco, sempre que o tronco realiza um movimento para trás, em direção aos mem-
bros inferiores, no plano sagital. Neste caso, diminui o ângulo entre o tronco e a regi-
ão posterior das coxas. Apesar do movimento ser para trás, dependendo da posição 
do corpo, pode ocorrer recrutamento de flexores ou extensores do tronco. 
 
a. Evidenciando recrutamento dos extensores do tronco 
Dependendo da atividade, que pode ser funcional ou um deslocamento do centro 
de gravidade, ao realizar uma inclinação posterior do tronco, haverá o recruta-
mento dos extensores do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Evidenciando recrutamento dos flexores do tronco 
Neste caso, também dependerá da atividade, que pode ser funcional ou um des-
locamento do centro de gravidade. Ao contrário do exemplo anterior, para reali-
zar uma inclinação posterior do tronco, haverá o recrutamento dos flexores do 
tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 4, o paciente está sentado e 
realiza a inclinação posterior do tron-
co para pegar um aro que está atrás, 
evidenciando o recrutamento excên-
trico dos flexores do tronco. 
 
A figura 3 apresenta o paciente 
realizando a inclinação posterior 
do tronco para pegar a bola da 
mão do terapeuta. Observe, 
como o tronco se aproxima da 
região posterior das coxas, evi-
denciando recrutamento con-
cêntrico dos extensores do tron-
co. 
 
 9
3. Inclinação lateral do tronco: optou-se por denominar inclinação lateral do tronco 
sempre que o tronco realiza um movimento para uma das laterais, no plano frontal. 
Neste caso dependendo da posição pode, também, ocorrer recrutamento concêntrico 
ou excêntrico dos grupos musculares que realizam a inclinação lateral do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Movimentos oblíquos do tronco: optou-se por denominar movimentos oblíquos, 
sempre que o tronco realiza um movimento em mais de um plano. Neste caso, de-
pendendo da posição pode ocorrer recrutamento concêntrico ou excêntrico dos grupos 
musculares responsáveis pelo movimento ou pela sustentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 5, o terapeuta elevou uma das 
laterais do banco, deslocando o centro de 
gravidade para a lateral direita do paciente, 
evidenciando o recrutamento concêntrico 
do grupo muscular que realiza a inclinação 
do tronco para a esquerda. 
Na figura 6, o terapeuta movimentou o banco para 
cima de um dos pés de apoio, neste caso deslocou o 
centro de gravidade do paciente para uma direção 
obliqua, ou seja, no caso para trás e para a lateral 
esquerda do paciente. Ocorrerá o recrutamento con-
cêntrico do grupo muscular responsável pela flexão e 
inclinação contralateral do tronco (inclinação para 
frente e para a direita). 
 
 10
CAPÍTULO 2 
 
 
REAÇÕES POSTURAIS 
 
Observa-se durante a prática clínica, a importância da integridade das reações posturais 
para que o indivíduo consiga manter-se em qualquer postura ou realizar movimentos con-
tra a gravidade. Muitos terapeutas que atendem adultos ou crianças com alterações da 
postura e movimento avaliam e organizam seus programas terapêuticos baseados nas 
reações posturais. Porém, este tema, é pouco explorado na literatura nacional o que nos 
levou a revisar alguns itens para facilitar a interpretação das atividades que serão propos-
tas nos capítulos desta apostila. 
Para um indivíduo apresentar as reações posturais normais2 um fator é importante: 
 
• Integridade das estruturas do corpo: para que uma criança apresente o de-
senvolvimento motor normal, é fundamental que todas as estruturas que possibili-
tam seu posicionamento e movimento estejam integras, sejam elas; ossos, mús-
culos, articulações, sistema nervoso periférico e principalmente o Sistema Nervoso 
Central (SNC). A participação do sistema nervoso central com suas funções ínte-
gras torna-se fundamental para que um indivíduo tenha a habilidade em movi-
mentar-se harmonicamente e de manter-se e ajustar-se contra a gravidade de 
uma forma rápida e eficiente, em resposta a qualquer mudança de posicionamen-
to. Qualquer estrutura do SNC que não apresente sua função integra, poderá in-
fluenciar nas diferentes respostas do corpo às ações do meio ambiente, causando 
alterações nas posturas e nos influenciar diretamente no tônus muscular, dificul-
tando a realização de atividades no dia-a-dia. 
 
 
 
 
2 A palavra normal é muito criticada quando utilizada em Fisioterapia, principalmente por estabelecer 
significado e ligação segundo normas estabelecidas. Mas, acreditamos que é a palavra mais adequada 
para exemplificar o habitual, natural, freqüente e usual em relação à postura e movimento. 
 
 11
A integridade do SNC é fundamental para propiciar três fatores que influenciam direta-
mente nas reações posturais normais: 
1- Tônus muscular normal: podemos definir tônus muscular normal como o estado de 
tensão permanente e involuntário que todo tecido muscular apresenta, sob a dependên-
cia da integridade do sistema nervoso central e periférico (Garnier e Delamare, 1984). 
Com esta definição, observa-se que a integridade do SNC é fundamental para que a cri-
ança apresente tônus muscular normal. Alterações no SNC podem como inervação dos 
músculos em torno das articulações, onde os centros motores são conectados em pares 
de tal forma que quando um é excitado o centro do antagonista correspondente é inibido 
(Dorland, 1999) esta inervação será responsável pela harmonia de grupos musculares 
agonistas, antagonistas e sinergistas na manutenção da postura e realização de movi-
mentos. Desta forma, alterações no Sistema Nervoso Central, que desestabilize o sincro-
nismo da contração e relaxamento dos diferentes grupos musculares responsáveis por 
um movimento eficaz, podem influenciar diretamente nas reações posturais normais. 
2- Individualidade: o Sistema Nervoso Central íntegro e eficiente propicia a organiza-
ção de informações sensoriomotoras que todo indivíduo vivencia no seu dia-a-dia, e que 
correspondem às diferenças particulares e originais, as quais distinguem uma pessoa da 
outra. Estas habilidades motoras, apesar de diferenciadas entre indivíduos influenciam 
diretamente nas reações posturais normais que todos apresentam. Caso, o Sistema Ner-
voso Central não consiga organizar movimentos funcionais individuais quando necessário 
com coerência e eficiência, dificilmente o indivíduo apresentará reações posturais nor-
mais. 
3- Inervação recíproca: podemos definir inervação recíproca, como inervação dos 
músculos em torno das articulações, onde os centros motores são conectados em pares 
de tal forma que quando um é excitado o centro do antagonista correspondente é inibido 
(Dorland, 1999) esta inervação será responsável pela harmonia de grupos musculares 
agonistas, antagonistas e sinergistas na manutenção da postura e realização de movi-
mentos. 
 12
Desta forma, a integridade das estruturas do SNC propicia tônus muscular, inervação re-
cíproca e individualidade normais. Com estes três fatores, o indivíduo apresentará rea-
ções posturais normais e poderá realizar diferentesatividades com adequada estabilidade 
e movimento. 
 
• DEFINIÇÃO DE REAÇÕES POSTURAIS NORMAIS 
 
As reações posturais normais podem ser definidas unindo-se informações dos trabalhos 
de Shumway-Cook e Woollacott (2003), Shepherd (2002), Levitt (2001), Flehmig (2001), 
Stokes (1998), Bly (1997, 1994), Umphred (1994), Edwards (1996), Horak (1991) e Bry-
ce (1972 e 1976) como: uma seqüência de movimentos e posturas automáticas, adequa-
das para a realização de um ato motor em resposta a estímulos do meio ambiente e de-
pendente da integridade do sistema nervoso central e periférico. 
 
• INFLUÊNCIA DAS REAÇÕES POSTURAIS NAS ATIVIDADES TERAPÊU-
TICAS. 
 
Como a proposta desta apostila é de apresentar atividades terapêuticas para pacientes 
que apresentam alteração da postura e movimento. É importante esclarecer que esses 
pacientes apresentarão alterações nas reações posturais e como conseqüência não con-
seguirão realizar as atividades funcionais de forma adequada, apresentando assim, postu-
ras e movimentos diferenciados. 
O terapeuta pode e deve utilizar o conhecimento das reações posturais normais para au-
xiliar e propiciar movimentos mais funcionais. 
 13
• APRESENTAÇÃO DAS REAÇÕES POSTURAIS 
 
Durante uma postura ou um movimento funcional, as reações posturais sempre atuam 
em conjunto. Para facilitar, serão divididas, didaticamente, em três tipos diferentes; 
1- reação de endireitamento. 
2- reação de equilíbrio. 
3- reação de proteção. 
 
 
1. REAÇÃO DE ENDIREITAMENTO 
 
Também conhecida como reação de retificação, com base nos trabalhos de Shumway-
Cook e Woollacott (2003), Gallahue e Ozmun (2002), Shepherd (2002), Levitt (2001), Bly 
(1994, 1997), Flehmig (2001), Stokes (1998), Umphred (1994) pode ser definida como: 
a harmonia em diferentes parâmetros do movimento (velocidade, ritmo, força, etc.) e ali-
nhamento entre cabeça, pescoço, tronco e membros na realização automática de uma a-
tividade funcional. 
 
1.1. Função: as reações de endireitamento têm como função garantir o relaciona-
mento entre diferentes partes do corpo durante um movimento automático. Este relacio-
namento é importante para permitir: 
 
a. Economia de energia: as atividades voluntárias que necessitam de muita concen-
tração, atenção e obrigatoriamente participação efetiva de estruturas superiores do sis-
tema nervoso central necessitam de mais aumento tônico e gasto de energia. Já, uma 
atividade harmoniosa, automática e sem erros na execução motora, economiza gastos 
energéticos. Por isso, atividades automáticas que utilizam as reações de endireitamento, 
facilitam a função e economizam energia para o corpo. 
 
 14
b. Atividades funcionais adequadas: durante a realização de uma atividade, seja 
mantendo a postura ou realizando um movimento, a orientação da cabeça no espaço e o 
relacionamento desta com o resto do corpo é importante para se conseguir realizar um 
ato motor eficaz. Desta forma, sempre estamos modificando nossas reações posturais. 
Assim que aprendemos um novo movimento estamos adquirindo novos automatismos e 
desenvolvendo habilidades que antes não conseguíamos realizar. 
 
2. REAÇÃO DE EQUILÍBRIO 
 
Verificando os trabalhos de Shumway-Cook e Woollacott (2003), Gallahue e Ozmun 
(2002), Levitt (2001), Bly (1994, 1997), Flehmig (2001), Shepherd (2002), Stokes 
(1998), Umphred (1994) a reação de equilíbrio pode ser definida como: a habilidade do 
indivíduo em manter a projeção do centro de gravidade dentro dos limites da base de 
sustentação, por meio da interação de diversas forças que agem sobre o corpo. 
Analisando a definição apresentada é importante esclarecer algumas palavras com base 
nos trabalhos de Hamil e Knutzen (2008), Okuno e Fratin (2003), Shumway-Cook e Wool-
lacott (2003), Gallahue e Ozmun (2002), Hamill e Knutzen (1999). 
2- centro de gravidade: é um ponto ao redor do qual todas as partículas da 
massa de um corpo estão igualmente distribuídas. Conforme a posição dos 
segmentos corporais se altera, sejam braços, pernas ou tronco, também 
muda o centro de gravidade do corpo. Este conhecimento de onde e como 
a força da gravidade age sobre o corpo é importante clinicamente para fa-
cilitar o movimento, alterar cargas de atividades, equilibrar os segmentos 
e impedir ou propiciar reações posturais. 
3- limites da base de sustentação: o contato que o indivíduo tem com a 
estrutura estável que o sustenta, assim como o espaço correspondente a 
distância entre os contatos é considerado como base de sustentação ou 
polígono de sustentação. Ou seja, se um indivíduo estiver em pé, sua base 
de sustentação corresponde aos seus dois pés no chão, e o espaço entre 
eles. Os limites da base são linhas imaginárias que unem os pontos de 
contato formando uma representação gráfica (polígono) da base de sus-
tentação. 
 15
 
4- forças que agem sobre o corpo: existem dois tipos de forças que agem 
sobre o corpo: 
a. forças internas: são as forças produzidas por músculos ao se contraírem, 
resultantes da transformação de energia produzida pelo metabolismo 
muscular em energia cinética. 
b. forças externas: as forças externas que agem sobre o corpo são: 
i. Ação da gravidade: a gravidade (atração que a Terra exerce 
sobre os corpos) está constantemente atuando sobre o indivíduo, atraindo-
o para o centro da terra. Desta forma, o indivíduo está, sempre, interagindo 
com a gravidade para se manter em uma postura ou realizar um movimen-
to. Esta interação pode ser realizada a favor da ação da gravidade ou con-
tra, dependendo do objetivo do movimento. 
 
ii. Lei da ação e da reação: é a terceira lei de Newton e pode ser 
definida como: a toda ação corresponde uma reação igual e em sentido 
contrário. Durante as reações de equilíbrio, o ponto de sustentação do cor-
po no solo terá uma resposta contrária à força exercida sobre ele, o que in-
fluencia diretamente na resposta motora que o indivíduo apresentará para 
se movimentar ou manter a postura. 
 
iii. Lei da inércia: foi apresentada por Newton em sua primeira lei 
da mecânica e pode ser definida como: Na ausência de uma força, um cor-
po em repouso permanece em repouso, e um corpo em movimento conti-
nua em movimento, numa linha reta e velocidade constante. Esta força, 
também, atua constantemente sobre o corpo do indivíduo e influencia a re-
ação de equilíbrio. Quando se está parado em uma postura ou se modifica a 
direção de um movimento a inércia está atuando na reação de equilíbrio, 
induzindo o recrutamento de grupos musculares para propiciar uma respos-
ta motora efetiva. 
 
 16
iv. Resistência suplementar: considera-se resistência suplemen-
tar todo objeto utilizado pelo indivíduo para facilitar ou dificultar uma pos-
tura ou um ato motor. Nas atividades que serão apresentadas, os materiais 
como rolo, bola, banco de terapia ou o próprio terapeuta estarão atuando 
como resistência suplementar, influenciando diretamente na reação de e-
quilíbrio. 
 
v. Atrito: pode-se definir como a existência de forças entre o corpo 
do indivíduo e da superfície de contato. A reação de equilíbrio, dependerá 
do atrito apresentado entre o material terapêutico ou a base de sustentação 
e a criança. Em todas as atividades que serão apresentadas o atrito poderá 
facilitar ou dificultar a posição e a movimentação da criança. 
 
 
2.1 Fatores que influenciam na estabilidade do corpo: as reações de equilíbrio são as 
principais responsáveis pela estabilidade do corpo do indivíduo. Define-se estabilidade como: 
a propriedade de um corpo em manter o equilíbrio, após ou durante uma alteração em sua 
posição ou movimento em uma mesma base de sustentação. Devem-seconsiderar quatro 
fatores que influenciam diretamente na estabilidade do corpo do paciente durante a realiza-
ção das atividades terapêuticas, tais como: 
 
 
2.2.1 Localização da projeção do centro de gravidade na base de sustentação: 
quanto mais no centro da base de sustentação estiver a projeção do centro de gravidade, 
mais o corpo do indivíduo estará estável naquela posição e menos recrutamento e força 
muscular serão necessários para manter a postura. Sendo assim, quando o indivíduo esta na 
posição ortostática e realiza uma inclinação do seu corpo para frente, o centro de gravidade 
acompanhará o movimento, deslocando para frente à projeção na base de sustentação. Nes-
te caso, o corpo estará com menos estabilidade e deverá realizar mais recrutamento da 
musculatura posterior, caso contrário perderá o equilíbrio. 
 
 
 17
Fig.7 Fig 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1.1 Tamanho da base de sustentação: Quanto maior a base de sustentação, mais 
estável o corpo do indivíduo estará. Para exemplificar, consideramos que quando o indivíduo 
permanece em pé com os dois pés afastados, a base de sustentação será maior do que se 
estivesse com os dois pés unidos, o que propicia mais estabilidade ao corpo. 
 
2.1.2 Altura do centro de gravidade: Quanto mais baixo e perto da base de sustentação 
estiver o centro de gravidade, mais estável o indivíduo estará. Este princípio pode ser visto 
em indivíduos mais baixos na postura ortostática, já que estes terão o centro de gravidade 
mais perto da base de sustentação, o que possibilita mais estabilidade ao corpo em relação 
a indivíduos mais altos. Outro exemplo é que o indivíduo estará mais estável na postura or-
tostática se flexionar os joelhos, pois aproximará o centro de gravidade à base de sustenta-
ção. 
 
 
Na figura 7, o paciente está em pé com a projeção do centro de gravidade no meio da base de 
sustentação. No entanto, na figura 8, inclinou o corpo para frente, deslocando a projeção do centro 
de gravidade, também, para frente da base de suporte. Neste caso, necessitará de maior recruta-
mento dos grupos musculares posteriores do tronco. 
 
 18
2.2.4 Peso do corpo: o peso influencia diretamente na estabilidade do corpo, pessoas mais 
pesadas apresentam mais estabilidade nas diferentes posições. 
 
Analisando os quatro fatores que influenciam na estabilidade conclui-se que: 
• Para o indivíduo estar estável: a projeção do centro de gravidade deve estar no centro da 
base de sustentação; a base de sustentação deve ser a maior possível; o centro de gravi-
dade deve estar perto da base de sustentação e o peso do corpo varia para cada pessoa. 
Para exemplificar, consideramos que a posição que promove maior estabilidade a uma 
pessoa é o decúbito dorsal (supino) com os membros superiores e inferiores afastados o 
máximo possível. Nesta posição a estabilidade é tão grande que: 
- será difícil empurrar ou puxar uma pessoa nesta posição. 
- a pessoa necessitará de pouco ou nenhum recrutamento muscular para se man-
ter na posição. Em contrapartida, devido a grande estabilidade, precisará de um 
recrutamento muscular maior para mudar de posicionamento. 
• Para o indivíduo estar instável: a projeção do centro de gravidade deve estar distante do 
centro da base de sustentação; a base de sustentação deve ser a menor possível; a altu-
ra do centro de gravidade deve estar distante da base de sustentação e o peso do corpo 
varia para cada pessoa. 
Para exemplificar, consideramos que a posição que promove menos estabilidade a uma 
pessoa é a ortostática sobre a ponta de um só pé. Nesta posição a estabilidade é tão pe-
quena que: 
- será fácil empurrar ou puxar uma pessoa nesta posição, e ao menor toque o indi-
víduo perderá o equilíbrio. 
- a pessoa necessitará de recrutamento muscular maior para se manter na posi-
ção. Porém, terá facilidade para transferir-se, não necessitando de muita contra-
ção muscular. 
 
2.3 Função: a reação de equilíbrio tem duas funções importantes: 
• quando o indivíduo está parado em uma determinada posição, a reação de equilíbrio 
mantém a projeção do centro de gravidade o mais próximo possível do centro da base de 
sustentação, facilitando a manutenção da postura. 
• quando o indivíduo realiza um movimento, a função da reação de equilíbrio é manter a 
projeção do centro de gravidade dentro dos limites estabelecidos pela base de suporte, 
caso a projeção saia do polígono da base de sustentação o indivíduo perde o equilíbrio 
naquela postura e necessita adquirir uma nova base de sustentação. 
 19
 
2.4 Influência das reações de equilíbrio nas atividades terapêuticas: as atividades 
terapêuticas que serão apresentadas enfatizam a utilização das reações de equilíbrio no 
atendimento terapêutico de crianças que apresentam alteração da postura e movimento. 
Para tanto, existem duas formas de estimular a reação de equilíbrio: 
• Sem o deslocamento do centro de gravidade ou deslocamento mínimo: neste 
caso a criança utilizará a reação de equilíbrio para manter uma determinada postura, 
evitando o máximo possível o movimento do centro de gravidade. 
• Com deslocamento do centro de gravidade: neste caso a criança utilizará a reação 
de equilíbrio para realizar movimentos no meio ambiente. Caso o deslocamento seja 
pequeno, ou seja, próximo ao centro do limite de estabilidade3, o indivíduo pode recru-
tar grupos musculares que possibilitem pouco movimento em relação a posição origi-
nal. Porém, se o deslocamento do centro de gravidade for mais acentuado, o indivíduo 
apresentará reação de equilíbrio que necessitarão de mais recrutamento muscular, in-
clusive com possível auxílio de movimento de segmentos (membros superiores ou infe-
riores), os quais se moveram para manter o equilíbrio. 
 
Durante a prática clínica, observa-se algumas formas de estimular as reações de equilí-
brio em crianças com alteração da postura e movimento: 
 
� o terapeuta desloca o centro de gravidade da criança movimentando-a para fren-
te, para os lados ou para trás. Para tanto deve utilizar um ponto de contato com o 
paciente, no qual consegue movimentar o centro de gravidade para várias dire-
ções. 
� o terapeuta posiciona a criança em superfícies que propiciem instabilidade, deslo-
cando seu centro de gravidade de acordo com o objetivo traçado. Nesta apostila, 
utiliza-se alguns materiais que propiciam tal instabilidade, no caso a bola terapêu-
tica, o rolo, o banco com rolamento ou o próprio corpo do terapeuta. 
 
3 Limite de estabilidade: variável bidimensional definida como o ângulo máximo a partir da vertical que 
pode ser tolerado sem perda do equilíbrio, ou seja, a distância que a pessoa esta disposta e é capaz de 
se mover, sem perder o equilíbrio. 
 20
� uma outra alternativa é o terapeuta induzir o paciente a deslocar seu centro de 
gravidade por meio de atividades funcionais. Neste caso, se propõe atividades vo-
luntárias e intencionais, objetivando que a criança realize reações de equilíbrio pa-
ra se movimentar em direção a um objeto e se posicionar e manter em uma pos-
tura estável para que os membros possam ser utilizados com maior precisão. 
 
 
3. REAÇÃO DE PROTEÇÃO 
 
Considerando-se os trabalhos de Shumway-Cook e Woollacott (2003), Gallahue e Ozmun 
(2002), Levitt (2001), Bly (1994, 1997), Flehmig (2001), Shepherd (2002), Stokes 
(1998) e Umphred (1994), a reação de proteção pode ser definida como: a habilidade de, 
após a perda do equilíbrio em uma postura, utilizar movimentos automáticos para modifi-
car a base de sustentação e adquirir o equilíbrio em nova posição. 
 
As reações de proteção nãoestão diretamente relacionadas ao alinhamento e a manuten-
ção do equilíbrio em uma postura ou durante o movimento e sim a um processo defensi-
vo do indivíduo para permitir que este se proteja com a perda do equilíbrio. 
 
Quando o indivíduo perde o equilíbrio em uma determinada postura, realizará movimen-
tos, principalmente com os membros superiores e/ou inferiores, para se estabilizar em 
uma nova posição. Os movimentos dos membros, geralmente, ocorrem na direção do 
deslocamento do centro de gravidade. Isto pode ser visualizado, quando uma pessoa está 
posicionada em pé e alguém a empurra para frente, com uma força suficiente para causar 
a perda do equilíbrio, a pessoa realizará um movimento automático que, nesta situação, 
será colocar um dos membros inferiores à frente. Neste exemplo, ocorreu a perda do e-
quilíbrio, o que obrigou a pessoa a movimentar o membro inferior na direção do desloca-
mento do centro de gravidade (para frente). 
 21
 
3.1. Função: A reação de proteção é realizada quando: 
 
• o deslocamento do centro de gravidade é acentuado: o centro de gravidade é 
deslocado para fora da base de sustentação, nesse caso a pessoa não consegue man-
ter o equilíbrio e é obrigada a adquirir novo posicionamento. A habilidade de adquirir 
uma nova posição, após um grande deslocamento do centro de gravidade é função 
da reação de proteção. 
• a velocidade no deslocamento do centro de gravidade é alta: quando o indiví-
duo está em uma postura e realiza um movimento com muita velocidade, não é pos-
sível manter a projeção do centro de gravidade na base de sustentação e perde o e-
quilíbrio. Neste momento, será obrigado a adquirir uma nova postura. Esta habilidade 
de adquirir uma nova posição após um deslocamento rápido do centro de gravidade, 
também, é função da reação de proteção. 
• uma atividade funcional é necessária: quando se precisa modificar a base de sus-
tentação para facilitar a realização de uma atividade funcional, seja para se aproxi-
mar ou afastar do objetivo é necessário utilizar a reação de proteção. 
• o gasto energético é menor: quando o indivíduo tem a possibilidade de, automati-
camente, optar entre utilizar a reação de equilíbrio ou de proteção. Em alguns mo-
mentos, a reação de proteção necessita de menos gasto energético. 
 22
Organização de propostas terapêuticas utilizando reações posturais 
 
Após a apresentação das reações posturais é importante sugerir como se organiza sua utili-
zação na prática clínica. Neste momento, serão apresentados os fatores fundamentais para 
propiciar estímulos por meio das reações posturais: 
 
a) Velocidade do estímulo: sendo o terapeuta o responsável por oferecer e controlar o 
estímulo, deve estar atento na velocidade do estímulo oferecido; quanto mais rápido for 
o estímulo, mais rápido ocorrerá o deslocamento do centro de gravidade o que dificultará 
a resposta por meio da reação de equilíbrio, mas induzirá uma resposta motora por meio 
da reação de proteção. 
 
b) Intensidade: outro fator que o terapeuta deve observar é a intensidade do estímulo, 
compreende-se por intensidade a quantidade de força exercida para deslocar o centro de 
gravidade. Quanto mais intenso for o estímulo maior será o recrutamento muscular ne-
cessário para responder ao estímulo. No entanto, este maior recrutamento, dificulta a 
resposta motora por meio da reação de equilíbrio, o que facilitará a resposta por meio da 
reação de proteção. 
 
c) Permanência: compreende-se por permanência, o tempo de estímulo sobre o paciente. 
Neste caso, quanto mais tempo se mantém o deslocamento do centro de gravidade, 
mais tempo o paciente estará utilizando a reação de equilíbrio, aumentando o tempo de 
recrutamento dos grupos musculares. Novamente, muita permanência no deslocamento 
do centro de gravidade, mais difícil será a manutenção da postura, o que facilitará a res-
posta por meio da reação de proteção. 
 
d) Local do estímulo: assim que o terapeuta opta por utilizar o deslocamento do centro de 
gravidade, por meio de um manuseio direto no corpo do paciente. É importante escolher 
um ponto de contato, o qual pode ser uma articulação ou segmento. 
 
e) Direção do estímulo: deve-se sempre lembrar que, independente da posição, o deslo-
camento do centro de gravidade definirá a direção da resposta do paciente, ou seja, a 
reação de equilíbrio, provavelmente, será para o lado oposto do deslocamento do centro 
de gravidade. No entanto, a reação de proteção será para o mesmo lado do deslocamen-
 23
to do centro de gravidade. O terapeuta é que irá definir qual será o estímulo mais ade-
quado para cada paciente. 
 
 
f) Base de sustentação: dependendo do paciente, pode-se optar em deslocar o centro de 
gravidade sem o contato do terapeuta, mas sim, utilizando diferentes materiais que pro-
piciam uma base de sustentação instável, induzindo o paciente a realizar reações de en-
direitamento, equilíbrio e proteção. 
 
g) Atrito: um fator que influencia as reações posturais é o atrito oferecido pela base de 
sustentação. Dependendo do paciente e do objetivo terapêutico, ao diminuir ou aumen-
tar o atrito propicia-se mais estabilidade ou instabilidade. Quanto maior o atrito com a 
base de sustentação, mais fácil é para manter a postura e realizar o movimento. Assim 
como, quanto menor o atrito, mais difícil será para o paciente manter a postura e reali-
zar movimento, o que induzirá o maior recrutamento muscular. 
 
h) Alterar estímulo: independente do paciente é sempre importante variar o estímulo ofe-
recido, todos os pacientes necessitam de uma integração das reações de endireitamento, 
equilíbrio e proteção. Por isso, aconselha-se que o programa terapêutico seja organizado 
com atividades que alternem a velocidade, intensidade, direção, permanência e etc. 
 
i) Determinação da resposta: o terapeuta deve estar atento em realizar o estímulo de 
acordo com a necessidade e o programa terapêutico do paciente. Caso a intenção seja 
estimular a reação de equilíbrio deve-se estar consciente de realizar o estímulo adequa-
do para obter a reação desejada. Caso contrário pode-se estimular reação de equilíbrio e 
obter resposta de reação de proteção. 
 
 
 24
A tabela a seguir apresenta como alguns destes fatores influenciam nas reações: 
 
Fatores Reação de equilíbrio Reação de Proteção 
 
 
Velocidade 
Mais baixa: quanto mais 
baixa a velocidade do estí-
mulo, maior a possibilidade 
de reação de equilíbrio 
Mais alta: quanto mais alta 
a velocidade do estímulo, 
maior a possibilidade de 
reação de proteção 
 
Intensidade 
Menor: quanto menor a in-
tensidade do estímulo, maior 
a possibilidade de reação de 
equilíbrio. 
Maior: quanto maior a inten-
sidade do estímulo, maior a 
possibilidade de reação de 
proteção. 
 
Permanência 
Menor: quanto menor a 
permanência do estímulo, 
maior a possibilidade da rea-
ção de equilíbrio. 
Maior: quanto maior a per-
manência do estímulo, maior 
a possibilidade da reação de 
proteção. 
 
Direção 
Oposta ao deslocamento do 
centro de gravidade 
Mesma direção do desloca-
mento do centro de gravida-
de 
 
 
Base de sustentação 
Maior: mais reação de equi-
líbrio se comparada a reação 
de proteção. 
Menor: apesar de necessitar 
de bastante reação de equi-
líbrio, base menor existe 
mais possibilidade de reação 
de proteção. 
 
 
Atrito 
Maior: mais reação de equi-
líbrio se comparada a reação 
de proteção. 
Menor: apesar de necessitar 
de bastante reação de equi-
líbrio, perante um atrito me-
nor existe mais possibilidade 
de reação de proteção.25
CAPÍTULO 3 
 
 
ROLO 
 
I. Apresentação do Material 
II. Posições Básicas Iniciais 
a) Definição 
b) Principais requisitos 
c) Proposta de Atividades Terapêuticas 
d) Variações 
 
I. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 
 
A palavra rolo provém do latim rotulu, ‘cilindro’ e significa qualquer coisa de forma cilíndrica 
um tanto alongada (Michaelis, 2007). Na prática clínica, por permitir inúmeras possibilida-
des, verifica-se que este material é bastante utilizado nos atendimentos terapêuticos. 
 
O rolo pode ser confeccionado de diferentes tamanhos e materiais, o que permite diferenciar 
as atividades a serem realizadas. Serão considerados e apresentados a seguir, três diferen-
tes tipos de rolo de acordo com sua resistência: 
 
• Rígido: neste rolo, utiliza-se material que, quando o paciente é posicionado, não permite 
a deformação ou flexibilidade do rolo. Para manter a estrutura interna do rolo rígida, é usu-
almente, utilizado a madeira ou o policloreto de vinila (PVC) revestidos por uma camada de 
espuma, que pode ter diferentes densidades. Devido às infinidades de tamanhos que se po-
de confeccionar um rolo, optou-se em apresentar três sugestões que facilitam as atividades 
com a maioria dos pacientes: 
 26
 
 
 
 
 
 
 
• Espuma: por ter maior durabilidade que os infláveis e ser mais barato que o rígido, um 
dos materiais mais utilizados para confeccionar diferentes tipos de rolo é a espuma. Sua 
densidade irá determinar o grau de deformação do rolo. 
 
• Inflável: este tipo de rolo é mais flexível e deforma quando o paciente é posicionado, 
sendo que o grau de deformação vai depender do quanto se insufla, ou seja: 
� quanto mais insuflado, menor a possibilidade de deformação e maior a insta-
bilidade promovida ao paciente, isso pela menor área de contato do rolo para com 
o paciente e o solo. 
� quanto menos insuflado, maior a área de contato do rolo com o paciente e o 
solo, sendo maior a possibilidade de deformação e maior a estabilidade do pacien-
te. 
 
Outra diferença que pode ocorrer entre os rolos infláveis é o material de revestimento com 
os quais são confeccionados. Alguns possuem material antiderrapante que estabilizam me-
lhor o paciente, outros são mais lisos e dificultam o posicionamento, embora sejam mais 
baratos, não são resistentes e dificultam algumas atividades por não permitir o posiciona-
mento adequado do paciente. 
Medidas do rolo 
 
Tamanho 
 
Altura 
 
Diâmetro 
Pequeno 0.80 m 0.35 m 
Médio 1.00 m 0.40 m 
Grande 1.25 m 0.45 m 
 
 
 27
• Rolos diferenciados 
 
Existem outros materiais terapêuticos que são importantes de serem apresentados e 
que, apesar do formato não ser característico de um rolo, serão incluídos neste capítulo de-
vido à similaridade dos objetivos terapêuticos. São eles: 
 
a) Doubleball (bola dupla): é conhecido no Brasil, devido ao seu formato, como 
“feijão”, e em algumas literaturas estrangeiras como “peanuts” (amendoim). 
Embora sua forma não seja exatamente cilíndrica e alongada, na prática é con-
siderado como um rolo inflável por promover maior estabilidade ao paciente e 
por permitir atividades mais similares ao rolo do que a bola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Standard egg (bola oval): seu formato ovalado oferece mais estabilidade do 
que a bola se assimilando as propostas terapêuticas do rolo. 
 
 
 
 
 
 
 
A figura 9 apresenta o doubleball (feijão), 
observe que o que diferencia do rolo con-
vencional é a depressão na sua região 
central. Isto, em alguns casos, pode in-
terferir na estabilidade do paciente, pos-
sibilitando um posicionamento mais ana-
tômico. 
A figura 10 é uma representação gráfica 
da bola oval, este material pode ser en-
contrado em diferentes tamanhos, possi-
bilitando atividades terapêuticas diversifi-
cadas. 
 28
II. POSIÇÕES BÁSICAS INICIAIS 
 
Diversas atividades terapêuticas podem ser executadas no rolo, no entanto antes de apre-
sentá-las é importante definir e caracterizar as várias possibilidades de posicionamentos 
existentes. 
Na tentativa de propor uma padronização das posições que serão utilizadas nesta apostila, 
possibilitando que exista uma seqüência nas atividades, optou-se por propor duas possibili-
dades básicas10 de posicionamento do paciente: posição sentada e deitada no rolo. As prin-
cipais variações com base na posição sentada e deitada serão chamadas de Posições Básicas 
Iniciais. Para nomear essas posições, considerou-se a relação entre as coxas do paciente e o 
eixo do rolo, como será apresentado a seguir: 
 
Posições Básicas Iniciais: considerou-se a posição das coxas do paciente em rela-
ção ao eixo do rolo. 
 
Sentado 
1. SENTADO PARALELO AO ROLO 
2. SENTADO PERPENDICULAR AO ROLO 
3. SENTADO NO ROLO VERTICAL 
 
Deitado 
4. SUPINO PARALELO AO ROLO 
5. PRONO PARALELO AO ROLO 
6. SUPINO PERPENDICULAR AO ROLO 
7. PRONO PERPENDICULAR AO ROLO 
 
 
 
 
 
 
10
 Para viabilizar a apresentação das propostas terapêuticas, foi necessária a divisão das atividades em 
grupos determinados. Na tentativa de organizá-las, algumas sugestões podem não ser apresentadas, 
já que, ao lidar com crianças, as possibilidades de movimento são infinitas. Por este motivo, optou-se 
em utilizar a palavra “básica”, no sentido de evidenciar que não são as únicas, mas estas posições 
podem ser consideradas o início de qualquer outra proposta. 
 
 29
 
1. SENTADO PARALELO AO ROLO 
 
a. Definição 
 
Considera-se sentado paralelo ao rolo quando o paciente se encontra sentado sobre o rolo 
com suas coxas paralelas a este. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Principais requisitos 
 
Para que o paciente possa atingir esta posição inicial e se manter de maneira confortável 
para realizar as atividades propostas é importante se considerar alguns fatores: 
• Amplitude de movimento suficiente para que consiga realizar, principalmente, uma ab-
dução e rotação lateral das coxas, possibilitando que se mantenha na posição inicial, sendo 
que, dependendo do paciente, pode-se utilizar rolos de diferentes tamanhos. 
• Para que possam ser realizadas atividades a partir desta posição, sugere-se que o con-
trole de tronco do paciente permita que ele se mantenha sem auxílio com bom posiciona-
mento e o máximo de alinhamento. Caso contrário, haverá necessidade da participação do 
terapeuta que em muitos momentos auxiliará a permanência na postura e a realização dos 
movimentos. 
 
 
 
Na figura 11, o paciente está na posição inicial 
sobre o rolo horizontal com as coxas paralelas ao 
eixo do rolo. Esta foi a melhor opção para definir 
esta posição, mesmo que as coxas não estejam 
completamente paralelas devido ao tamanho do 
rolo. Também conhecida por diferentes nomes co-
mo, por exemplo: sentado com pernas laterais, 
sentado a cavalo ou sentado com pernas abduzi-
das. 
 
 
 30
 
c. Propostas de Atividades Terapêuticas Básicas. 
 
Apresentar-se-á, neste momento, as principais atividades terapêuticas que podem ser reali-
zadas nesta posição. 
 
• A partir desta posição básica, somente pode ser realizado o deslocamento latero-
lateral do rolo. Ao movimentá-lo para uma das laterais, o centro de gravidade do pacien-
te será deslocado para o mesmo lado, o que o induz a realizar uma inclinação contralate-
ral do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso o paciente com alteração da postura e do movimento apresente dificuldade em se 
manter na posição inicial, o terapeuta pode auxiliar segurando o rolo, ouoferecendo apoio 
ao paciente, o que possibilita a utilização da atividade mesmo com pacientes mais graves. 
 
 
 
 
 
 
Na figura 13, a terapeuta está oferecendo um apoio 
bilateral no tronco do paciente, propiciando mais esta-
bilidade. Nesta posição, o próprio terapeuta pode des-
locar o rolo para a lateral. Neste caso, o rolo foi leve-
mente deslocado para a direita do paciente, induzindo 
uma pequena inclinação do tronco para a esquerda. 
Observe que o peso do corpo foi deslocado para o 
membro inferior direito, tanto que o pé esquerdo não 
está tocando o chão. 
A figura 12 demonstra o deslocamento lateral do rolo 
para a direita realizado pelo próprio paciente. Obser-
ve que, durante o movimento, o paciente realiza in-
clinação do tronco contralateral, ou seja para a es-
querda. Esta posição permite que o paciente mante-
nha a coxa em abdução e rotação lateral o que, além 
de possibilitar um melhor controle do tronco, é indi-
cado para várias crianças com alteração da postura e 
do movimento. 
 
 
 31
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d. Variações de atividades 
 
• com atividade funcional 
Nesta variação o rolo permanece imóvel, o movimento é realizado pelo paciente quando este 
é induzido a se direcionar a um estímulo, seja ele uma bola, argola ou qualquer objeto de 
preferência do paciente. Assim, ao tentar pegar o objeto, o paciente é obrigado a deslocar 
seu centro de gravidade e a realizar uma reação postural para permanecer na posição. 
 
Durante a atividade o terapeuta pode auxiliar ou dificultar a tarefa dependendo da necessi-
dade do paciente. 
 
 
 
 
 
 
Na figura 14, considera-se que o paciente apresenta 
um comprometimento motor maior e, portanto necessi-
ta de mais auxílio, ou seja, uma participação mais efe-
tiva da terapeuta. Observe que, a terapeuta está apoi-
ando o tronco do paciente, sendo que ao deslocar o 
centro de gravidade para a direita, facilita a inclinação 
contra lateral do tronco do paciente. A opção de utilizar 
um apoio antero-posterior foi de oferecer mais estabili-
zação para o posicionamento e movimento. 
Sabendo que a resposta ao estímulo será uma inclina-
ção para a esquerda, a terapeuta pode estimular o 
recrutamento da musculatura lateral deslizando sua 
mão esquerda no tronco do paciente. 
 
 
A figura 15 apresenta um estímulo (aro) na 
lateral direita do paciente. Para conseguir pegar o 
objeto, o paciente deverá deslocar seu centro de 
gravidade para a direita (em direção ao estímu-
lo), para tanto, deverá realizar uma inclinação 
contra lateral do tronco para a esquerda. Observe 
que, o rolo não se movimentou, foi o objeto que 
estimulou o movimento do paciente. 
 32
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 16, o estímulo foi posicionado na 
lateral direita e atrás do paciente. Para alcançá-
lo o paciente realizou uma inclinação posterior 
do tronco, evidenciando o recrutamento dos 
flexores do tronco. Observe que o paciente 
optou em pegar o aro com a mão contra late-
ral, necessitando assim, realizar, também, uma 
rotação do tronco para a direita. 
Na figura 18, o estímulo (aro) está na posição 
póstero-superior do paciente. Para alcançá-lo 
com as duas mãos, o paciente realizou uma fle-
xão dos braços com estabilização dos extensores 
do tronco. Ao mesmo tempo, realizou uma incli-
nação posterior do tronco evidenciando recruta-
mento dos flexores do tronco. 
É uma atividade que necessita bastante con-
trole postural, principalmente para se manter 
nesta posição até conseguir pegar o objeto. 
 
 
Na figura 17, o estímulo oferecido é uma bola 
grande, a qual, também, foi posicionada a-
trás e na lateral direita do paciente. Neste 
caso, o paciente foi obrigado a pegar o objeto 
com as duas mãos exigindo maior controle 
motor. 
 
 
 
 
 33
• com deslocamento do rolo e atividade funcional. 
Nesta variação, os estímulos devem ser apresentados a uma distância maior, a qual obrigará 
o paciente a realizar a inclinação lateral do tronco junto com o deslocamento lateral do rolo 
e, portanto, do seu centro de gravidade para alcançar o estímulo. 
 
A resposta esperada em cada atividade vai depender da localização do estímulo, quanto 
mais distante estiver, maior será a dificuldade para o paciente alcançar. Pode-se propor um 
grau de dificuldade maior, onde o terapeuta somente irá direcionar o estímulo e pouco auxi-
liará o paciente para a realização da atividade, portanto, é indicada para pacientes que apre-
sentem controle postural suficiente para manter-se sentado no rolo sem auxílio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 19 o aro é posicionado na la-
teral direita do paciente e está distante o 
suficiente para exigir que, além de deslocar 
seu centro de gravidade para a direita, 
necessite movimentar o rolo em direção ao 
objeto, o que dificultará a atividade. Devido 
ao grande deslocamento do centro de gra-
vidade, o paciente terá que realizar uma 
maior inclinação do tronco para a esquerda. 
 
Na figura 20, o estímulo está bastante 
deslocado para a direita e para trás do pa-
ciente. Ao tentar pegar o aro com as duas 
mãos, o paciente deverá deslocar o rolo 
para a direita, desta forma, realizará uma 
inclinação do tronco para trás e para a es-
querda, caso contrário não conseguirá se 
manter sobre o rolo. 
 
 
 34
• com manuseio da terapeuta. 
Nesta variação, a participação da terapeuta torna-se mais efetiva e alguns manuseios po-
dem facilitar e desencadear algumas reações posturais11 no paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Elevação do rolo 
Uma proposta terapêutica diferenciada é realizar a elevação do rolo. Para tanto, pode-se 
utilizar o auxílio do banco de terapia de acordo com o tamanho do paciente. Outra possi-
bilidade é elevar o rolo colocando uma das extremidades sobre o tablado de terapia, o 
qual oferece mais estabilidade e segurança, porém não permite que o terapeuta ajuste a 
altura. Nesta opção, sugerimos três possibilidades: 
- Elevação da extremidade anterior: considera-se extremidade anterior, aquela que está na 
frente do paciente. 
 
 
 
 
 
11
 Na realidade, todas as atividades sugeridas neste livro são dependentes das reações posturais, por 
isso tentaremos apresentar as principais variações perante diferentes estímulos. No entanto, se o leitor 
tentar utilizar uma das atividades propostas e não observar as respostas apresentadas ou observar 
respostas diferentes das apresentadas. Não significa que a atividade está errada, ou o paciente não 
está respondendo corretamente. Provavelmente, a reação postural daquele paciente apresenta carac-
terísticas individuais que devem ser levadas em consideração pelo terapeuta. 
 
Na figura 21 a terapeuta mantém os membros 
inferiores do paciente elevados e em pequena 
abdução e rotação lateral das coxas. Este manu-
seio desloca o centro de gravidade do paciente 
para trás, induzindo uma inclinação anterior do 
tronco. Neste caso, a terapeuta varia a forma e a 
intensidade dos deslocamentos, quanto mais 
elevar os membros inferiores mais estará dificul-
tando a atividade. 
 35
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 22, foi realizada a elevação da extremi-
dade anterior do rolo, com auxílio de um banco de 
terapia. 
Observe que, o paciente está posicionado defrente para a extremidade elevada, desta forma, 
seu centro de gravidade é deslocado para trás, 
induzindo uma inclinação anterior do tronco e evi-
denciando recrutamento dos extensores do tronco. 
Quanto mais alto estiver o rolo, maior será o 
estímulo e a resposta do paciente. 
 
Na figura 24, o paciente está posicionado sobre o 
rolo com elevação da extremidade anterior. A te-
rapeuta optou por realizar uma resistência na in-
clinação anterior do tronco do paciente, o que au-
mentou o recrutamento dos flexores do tronco. 
Quanto mais a terapeuta deslocar o centro de gra-
vidade do paciente para trás, maior será o recru-
tamento dos flexores do tronco e mais difícil será a 
atividade. 
 
 
 
Como estamos considerando reações posturais, 
perante uma elevação da extremidade anterior do 
rolo, nem sempre o paciente responderá com uma 
inclinação anterior do tronco. Na figura 23, a ex-
tremidade anterior está elevada, no entanto o paci-
ente realizou uma inclinação posterior do tronco. 
Desta forma a resposta motora também será opos-
ta, evidenciando recrutamento dos flexores do 
tronco. 
 
 
 A figura 25 apresenta outra opção de atividade 
com elevação da extremidade anterior do rolo. 
Observe que o rolo foi movimentado para a direi-
ta do paciente. Desta forma, o centro de gravi-
dade foi deslocado para trás e para a lateral di-
reita, induzindo o paciente a realizar uma incli-
nação do tronco para frente e para a esquerda. 
 36
Elevação da extremidade posterior: considera-se extremidade posterior, aquela que está 
atrás do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Rolo Suspenso 
 
Elevação das duas extremidades: Nesta variação, o rolo permanecerá suspenso por dois 
suportes e paralelo ao solo. O paciente é posicionado sentado com as coxas paralelas ao 
rolo, sendo que a elevação não permitirá que ele apóie os pés no solo. Para segurança 
do paciente é preciso ter duas bases largas que ofereçam bastante apoio e estabilidade 
para o rolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 26, o paciente está de costas para a extremida-
de elevada, desta forma, seu centro de gravidade se des-
locou para frente induzindo o paciente a realizar uma 
inclinação posterior do tronco. É importante observar que, 
neste caso, ocorreu a inclinação posterior do tronco. Mas, 
como o rolo está inclinado, o tronco do paciente se man-
teve perpendicular ao solo. Por este motivo é difícil definir 
se ocorre recrutamento dos flexores ou extensores do 
tronco. 
Assim como na elevação anterior, pode-se propor diferen-
tes atividades, seja movimentando o rolo para as laterais 
ou induzindo o paciente a pegar objetos em diferentes 
posições. 
 
A figura 27 apresenta a posição básica inicial 
do paciente sentado paralelo ao rolo suspen-
so. Observe que os pés não estão em contato 
com o solo o que diminui a base de sustenta-
ção e a estabilidade, conseqüentemente, difi-
cultando as atividades. O tamanho do rolo 
deve estar de acordo com a possibilidade do 
paciente em se manter sentado. 
 
 37
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. SENTADO PERPENDICULAR AO ROLO 
 
a. Definição 
 
Considera-se sentado perpendicular ao rolo quando o paciente se encontra sentado sobre o 
rolo com suas coxas perpendiculares ao eixo deste. Para propiciar mais estabilidade e auxili-
ar a manutenção da postura, deve-se posicionar o paciente com os pés apoiados no chão, e 
de preferência com as coxas e pernas em flexão de 90 graus. 
É importante lembrar, que o tamanho do rolo influencia no posicionamento do paciente, por-
tanto aconselha-se que o terapeuta tenha à sua disposição pelo menos três rolos de tama-
nhos diferentes. 
Para modificar o estímulo da atividade, o terapeuta 
pode oferecer apoio para o paciente, facilitando a 
atividade proposta. Na figura 29 a terapeuta apoia o 
membro inferior direito do paciente. Este auxílio faci-
lita que o paciente incline o tronco para a direita. 
Outra proposta é a terapeuta, ao invés de auxiliar, 
dificultar a atividade. Para tanto, basta que o deslo-
camento do paciente seja realizado com mais intensi-
dade, através da sua movimentação ou deslocamento 
do rolo, qualquer uma das opções dificultará o paci-
ente a realizar a inclinação do tronco para a direita. 
Uma das possibilidades terapêuticas é deslo-
car o rolo para a lateral. A figura 28 apresen-
ta o deslocamento do rolo para a lateral es-
querda do paciente, induzindo a inclinação do 
tronco para a direita. Sem o apoio dos pés no 
chão, além do paciente estar mais instável, 
apresentará mais insegurança, aumentando o 
grau de dificuldade das atividades propostas. 
 
 
 38
Observe nos exemplos abaixo, que os membros inferiores estão paralelos entre si, mas se o 
paciente apresentar uma adução e rotação medial das coxas, irá dificultar a manutenção 
desta postura, necessitando de apoio do terapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Principais requisitos. 
 
Para realizar atividades nesta posição é importante que se considere alguns fatores: 
• Controle de tronco suficiente para que o paciente consiga manter-se nesta postura, ca-
so contrário haverá a necessidade de auxílio do terapeuta ou optar por outro posicionamen-
to no rolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os dois desenhos acima exemplificam a posição básica inicial. Observe como as coxas se 
mantêm perpendiculares ao eixo do rolo. Na figura “30-a”, o paciente está com as mãos 
sobre os joelhos. Já, na figura “30-b”, o paciente necessita de maior base de suporte para 
manter a posição inicial, por isso optou por apoiar as mãos sobre o rolo. O apoio das mãos 
aumenta a estabilidade, facilitando a manutenção da postura. Independente da posição das 
mãos ambas as posições são consideradas iniciais. 
 
Na figura 31, mesmo apoiando as mãos no rolo, o 
paciente necessita de auxílio para se manter na 
posição básica inicial. Observe que a terapeuta op-
tou por oferecer apoio antero-posterior, inclusive o 
apoio anterior está estabilizando o tronco inteiro do 
paciente. O auxílio da terapeuta dependerá da ne-
cessidade de cada paciente. 
 39
• A posição sentada perpendicular ao rolo apresenta uma diferença importante se compa-
rada com o paciente sentado paralelo ao rolo, pois possibilita posicionar o paciente sem 
que exista o pré-requisito de abdução e rotação lateral as coxas. Por outro lado, o paciente 
permanece mais instável, e não conseguindo apoiar os membros inferiores, pode escorre-
gar para frente com mais facilidade. Caso necessite de auxílio o terapeuta terá que oferecer 
mais suporte e realizar mais força no apoio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Quando o paciente está sentado perpendicular ao rolo, a instabilidade para trás é muito 
grande, além de não ter segurança alguma. Por isso, em pacientes com controle postural 
inadequado para a posição inicial, é importante que o terapeuta esteja atento, mantendo 
sempre o contato visual. Para evitar acidentes, o terapeuta deve se posicionar atrás do pa-
ciente podendo oferecer apoio com mais facilidade. 
 
c. Propostas de Atividades Terapêuticas Básicas. 
 
Apresentar-se-á, neste momento, as principais atividades terapêuticas que podem ser reali-
zadas na posição sentada perpendicular ao rolo. 
• A principal atividade realizada nesta posição é o deslocamento ântero-posterior do ro-
lo. Ao realizar o deslocamento do rolo para trás, o centro de gravidade do paciente a-
companhará o movimento do rolo, induzindo o paciente a realizar uma inclinação anteri-
or do tronco, justamente para evitar a queda para trás.Na figura 32, a terapeuta está sentada à frente do 
paciente, sendo que seus membros inferiores auxi-
liam na realização da abdução e rotação lateral das 
coxas do paciente. Este auxílio oferece mais estabi-
lidade possibilitando que o paciente realize várias 
propostas terapêuticas nesta posição. 
 
 40
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Outra opção é o deslocamento anterior do rolo, e embora apresente princípios seme-
lhantes aos já citados, alguns fatores devem ser considerados: 
� o paciente está sentado com os pés apoiados no chão, ao deslocar o rolo para 
frente existe pouco espaço até que o rolo encoste nos pés do paciente, impossibili-
tando a continuidade do movimento. 
 
� os pés apoiados no chão fazem parte da base de sustentação do paciente, ao 
deslocar o rolo para frente, o centro de gravidade não se deslocará o suficiente pa-
ra induzir movimentos na direção oposta. Por este motivo, o paciente poderá se 
adaptar facilmente ao movimento anterior do rolo, caso tenha controle de postura e 
movimento suficiente para manter a postura, não realizará a inclinação anterior e 
nem a posterior de tronco, os membros inferiores conseguem suportar o desloca-
mento do centro de gravidade para frente e o paciente não precisa movimentar o 
tronco. 
Na figura 33, o próprio paciente deslocou o rolo para 
trás, observe como seu tronco se inclina na direção 
oposta, para frente. Esta atividade evidenciará o recru-
tamento dos extensores do tronco. Para realizar esta 
atividade, o paciente necessita de controle do tronco e 
dos membros inferiores suficientes para estabilizar a 
posição inicial e permitir a execução da atividade com 
mais segurança. 
 
No exemplo da figura 34, a terapeuta utiliza uma forma 
de facilitar o movimento. À medida que o paciente des-
loca o rolo para trás, a terapeuta, sabendo que a res-
posta será uma inclinação anterior do tronco, realiza 
um apoio posterior, deslocando o tronco para frente. 
Observe que, no exemplo, o paciente optou em apoiar 
as duas mãos sobre os joelhos, o que diminui o recru-
tamento dos extensores do tronco. 
 
 41
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 35, o paciente deslocou o rolo para 
frente, e o movimento foi o suficiente para deslo-
car o centro de gravidade na direção anterior, 
induzindo a inclinação posterior do tronco do 
paciente, o que evidencia o recrutamento dos 
flexores do tronco. 
Ao movimentar o rolo para frente e deslocar o centro de 
gravidade na mesma direção, alguns pacientes optam em 
realizar a inclinação anterior do tronco. Isto ocorre devido 
ao centro de gravidade se deslocar na direção dos pés 
que fazem parte da base de suporte (figura 36). Observe 
que na maioria das inclinações anteriores do tronco o 
paciente opta em apoiar as mãos sobre os joelhos, o que 
diminui o recrutamento muscular e facilita a manutenção 
da postura. 
 
 
 
Na figura 37, a terapeuta, auxilia o paciente a 
realizar a atividade com apoio posterior. Obser-
ve como o rolo já se movimentou o máximo 
possível, encostando nos pés do paciente, o 
qual realizou a inclinação anterior do tronco. 
 42
d. Variações de atividades 
 
• com atividade funcional 
Nesta variação, o rolo não é movimentado, a proposta é incentivar que o próprio paciente 
desloque seu centro de gravidade, à medida que tenta pegar um objeto (bola, argola ou 
qualquer outro). Assim, dependendo da localização e tamanho do estímulo ele terá que fazer 
uma determinada reação postural para conseguir pegar o objeto e ao mesmo tempo manter 
o equilíbrio. 
Durante a atividade o terapeuta pode auxiliar ou dificultar a tarefa dependendo da necessi-
dade do paciente. Os estímulos devem ser apresentados a uma distância que obrigue o pa-
ciente a realizar o deslocamento do rolo e, como conseqüência do seu centro de gravidade. 
Desta forma, a resposta esperada com cada atividade vai depender da localização do estí-
mulo, visando sempre determinado recrutamento muscular. Devido à dificuldade na execu-
ção das atividades, são indicadas para pacientes que conseguem se manter sem auxílio na 
posição inicial, caso contrário o terapeuta terá que oferecer bastante auxílio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 38, o terapeuta utilizou uma bola como 
estímulo. Ao colocar a bola na frente, o paciente é 
induzindo a realizar uma inclinação anterior do 
tronco, evidenciando o recrutamento dos extenso-
res do tronco. Nesta atividade, o terapeuta conse-
gue controlar o estímulo, dependendo da distância 
em que a bola é colocada, exigindo do paciente 
mais ou menos inclinação do tronco. Observe que 
ao oferecer uma atividade funcional, o paciente não 
apóia as mãos sobre os joelhos o que dificulta a 
atividade. 
 43
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 39, a terapeuta segura a bola no plano 
obliquo (neste caso para trás e lateral direita do 
paciente). Esta posição induziu o paciente a reali-
zar a inclinação posterior do tronco (em direção 
ao objeto), e uma inclinação lateral do tronco 
para a esquerda (lado oposto do objeto). Conse-
qüentemente, como o objeto é grande, o paciente 
ao pegá-lo com as duas mãos, realiza a rotação 
do tronco para a direita. 
A figura 40 apresenta o mesmo estímulo anterior, 
no entanto, alguns pacientes optam em pegar a 
bola realizando uma maior inclinação do tronco 
contra lateral, no caso para a esquerda do paci-
ente. Observe como o membro superior esquerdo 
do paciente passa acima da cabeça. Neste caso, 
realizará menos rotação do tronco. 
Na figura 41, o terapeuta utilizou um estímulo 
menor (bola pequena), mas manteve a posição 
obliqua. Observe que o paciente consegue pegar 
com apenas uma mão, por isso não precisará 
realizar muita rotação de tronco, mas terá que se 
inclinar para trás e para o lado esquerdo. 
 
 44
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Com manuseio do terapeuta 
Conforme apresentado até o momento, na posição sentada perpendicular ao rolo, a base de 
sustentação é um quadrilátero formado pelo quadril apoiado no rolo e os pés apoiados no 
chão. Esta posição oferece estabilidade muito mais anterior do que posterior, facilitando o 
equilíbrio com o deslocamento do centro de gravidade para frente e dificultando o desloca-
mento para trás. 
Por esse motivo é difícil propor atividades para contração dos flexores do tronco somente 
movimentando o rolo. Mas, o terapeuta pode utilizar manuseios que desloquem o centro de 
gravidade para trás, induzindo o recrutamento dos flexores do tronco. Uma das possibilida-
des mais utilizadas é elevar os membros inferiores do paciente realizando uma flexão do 
quadril. 
Ao realizar esta atividade, dois motivos induzem o recrutamento dos flexores do tronco: 
• Ao elevar os membros inferiores ocorrerá um grande deslocamento do centro de gravi-
dade para trás, induzindo a uma inclinação anterior do tronco. 
 
 
 
 
Na figura 42, o estímulo foi posicionado acima e a 
frente do paciente. Para pegar o objeto, o paciente 
realizou a inclinação anterior do tronco, associado a 
flexão dos ombros, evidenciando o recrutamento dos 
extensores do tronco. 
Na figura 43, o estímulo foi posicionado na lateral direita 
do paciente, sendo que para alcançar o objeto, o centro 
de gravidade irá se deslocar na direção do estímulo e o 
paciente realizará inclinação contra lateral (para a es-
querda). 
Um padrão de movimento diferenciado que pode ser 
observadonesta atividade é: quando o paciente movi-
menta seu centro de gravidade látero-lateral na posição 
sentada, principalmente sem apoio dos pés no chão, o 
membro inferior do lado da transferência de peso (no 
exemplo membro inferior direito) realizará uma abdução 
com rotação lateral do quadril e flexão dorsal do pé, o 
membro inferior oposto ao deslocamento do centro de 
gravidade (no exemplo membro inferior esquerdo), a-
presentará adução, rotação medial do quadril com ten-
dência a flexão plantar do pé. 
 45
• A elevação também diminui a base de sustentação que incluía o apoio dos pés no chão. 
Esta base de sustentação é substituída pelo apoio do terapeuta nos membros inferiores do 
paciente. Esta atividade possibilita que o terapeuta tenha bastante controle nos movimen-
tos do paciente, seus manuseios influenciam diretamente a postura e movimento do paci-
ente, conseqüentemente aumentando ou não o recrutamento dos flexores do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 44, a terapeuta elevou os dois membros inferiores 
do paciente. Para facilitar a inclinação anterior do tronco po-
de-se, junto com a flexão do quadril, realizar uma rotação 
lateral e abdução do quadril e flexão das pernas. Observe no 
desenho que com este manuseio, o paciente foi induzido a 
evidenciar o recrutamento dos flexores do tronco. 
Na figura 45, a terapeuta elevou bastante os membros 
inferiores do paciente para dificultar a atividade, exi-
gindo maior recrutamento dos flexores do tronco. Com 
esse manuseio, a terapeuta tem maior controle sobre o 
paciente, podendo facilitar ou dificultar a atividade 
quando for necessário. 
Observe que para facilitar a atividade, a terapeuta des-
locou o rolo para frente. Ao deslocar o rolo para frente, 
o paciente apóia mais o tronco sobre o rolo o que ofe-
rece maior base de suporte e mais estabilidade. A deci-
são de dificultar elevando os membros inferiores e faci-
litar movimentando o rolo para frente, depende exclu-
sivamente do programa terapêutico e de cada paciente. 
 
Na figura 46, a terapeuta optou por elevar apenas um 
membro inferior do paciente. Além disso, empurrou o 
paciente deslocando o rolo e o centro de gravidade tam-
bém para trás, tanto que o paciente não está apoiando o 
pé direito no chão. Ao elevar o membro inferior esquer-
do, desloca o centro de gravidade para a direita do paci-
ente e para trás. Como resposta, o paciente realizará a 
inclinação do tronco para a esquerda e para frente. 
 
 46
• Com atividade funcional e manuseio do terapeuta 
Durante a realização das atividades anteriores, a elevação dos membros inferiores do paci-
ente diminui sua estabilidade, o que não depende da movimentação do rolo. Para diminuir a 
ação da gravidade sobre os flexores do tronco, muitos pacientes optam por segurar com as 
mãos em suas coxas ou no rolo. Para evitar ou dificultar que isto ocorra, uma opção é asso-
ciar atividades funcionais, pois quando o paciente segura um objeto com as mãos, dificil-
mente conseguirá se segurar na coxa ou no rolo. 
Deve-se levar em consideração o tamanho do objeto, se for um aro ou bola pequena, que o 
paciente consegue segurar com uma das mãos, a outra estará livre para se apoiar. É acon-
selhável utilizar objeto de tamanho suficiente para o paciente segurar com as duas mãos, 
nesse caso não conseguirá se apoiar e utilizará somente contração muscular para não cair 
para trás. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 47, a terapeuta elevou os membros 
inferiores do paciente, o qual está segurando 
uma bola grande acima da cabeça. Além de 
dificultar o apoio das mãos no rolo ou nas co-
xas, a bola acima da cabeça dificulta a ativida-
de, com isso aumenta o recrutamento dos fle-
xores do tronco. 
 
Na figura 48, as atividades realizadas com a bola ele-
vada acima da cabeça apresentam grande dificuldade 
para a maioria dos pacientes. Por isso, uma outra op-
ção é elevar apenas um membro inferior. Para alguns 
pacientes é o suficiente para deslocar o centro de gra-
vidade para trás e induzir o recrutamento dos flexores 
do tronco. 
 47
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Com elevação do rolo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Rolo Suspenso 
 
 
 
Na figura 50, elevou-se uma das extremidades do rolo 
com auxílio de um banco de terapia. Conforme já apre-
sentado, o tablado de terapia também é muito aconse-
lhado, pois propicia mais segurança à atividade. 
O paciente está sentado com coxas perpendiculares ao 
rolo e optou-se em elevar a extremidade do rolo que 
está do lado direito do paciente. Observe que o centro 
de gravidade do paciente é deslocado para a lateral 
esquerda (lado oposto à elevação do rolo), induzindo 
uma inclinação contra lateral, ou seja, o paciente reali-
zará uma inclinação do tronco para a direita (em dire-
ção a elevação do rolo). 
 
Na figura 49, o paciente está segurando um aro, por ser 
mais leve que a bola facilita a atividade, tanto que se o 
paciente necessitar, poderá apoiar uma das mãos no rolo 
ou em sua coxa. 
Observe que a terapeuta deslocou o rolo para trás (empur-
rando o membro inferior do paciente), o que induziu um 
maior deslocamento do centro de gravidade. Neste exem-
plo, o paciente respondeu com uma inclinação anterior do 
tronco evidenciando o recrutamento dos extensores do 
tronco. 
Na figura 51, além de elevar a extremidade es-
querda, movimentou-se o rolo para trás. Desta 
forma, o centro de gravidade do paciente foi deslo-
cado em uma direção obliqua (para trás e para a 
direita do paciente). Observe como o paciente rea-
lizou uma inclinação do tronco para frente e para a 
esquerda. 
 
 48
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Com manuseio da terapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A figura 52 apresenta a posição básica inicial com o rolo eleva-
do do chão, neste caso, sem o contato dos pés no chão o que 
diminui sua base de sustentação tornando mais difícil a manu-
tenção da postura. Neste exemplo utilizaram-se apoios bilate-
rais com uma concavidade de encaixe para o rolo. Esta conca-
vidade pode auxiliar, pois limita os movimentos do rolo para 
frente e para trás, sendo possível deixar os pacientes que não 
conseguem controlar sozinho o movimento do rolo. Por outro 
lado, este limite diminui as possibilidades de dificultar a ativi-
dade, principalmente se o terapeuta decidir manusear o pacien-
te. Pode-se também, realizar diferentes atividades com esta 
posição. 
 
 
Na figura 53, o rolo foi deslocado para trás, o que induziu a 
alteração do centro de gravidade para a mesma direção, e 
conseqüente inclinação anterior do tronco do paciente. 
Apesar do tronco estar perpendicular ao solo, o que dificul-
ta identificar o grupo muscular agonista, o exemplo eviden-
cia um recrutamento dos extensores do tronco. 
Na figura 54, a terapeuta está apoiando os membros inferi-
ores do paciente. Realizar esta atividade com o rolo eleva-
do é mais confortável para a terapeuta, pois o paciente 
está mais alto possibilitando que a terapeuta fique em pé. 
Neste exemplo, a elevação dos membros inferiores do pa-
ciente, desloca seu centro de gravidade para trás, o que o 
obriga a realizar uma inclinação anterior do tronco, neste 
exemplo evidencia-se o recrutamento dos flexores do tron-
co. 
 
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3. SENTADO NO ROLO VERTICAL 
 
a. Definição 
 
Uma opção diferenciada de atividades pode ser realizada com o rolo posicionado na vertical. 
A posição inicial será

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