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ERGONOMIA

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ERGONOMIA
PROFA. MA. IZABELA VOLPATO MARQUES TOOKUNI
Reitor: 
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Edson Dias Vieira
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Cristiane Moreschi
Danielly de Oliveira Nascimento
Fernando Sachetti Bomfim
Luana Luciano de Oliveira
Patrícia Garcia Costa
Renata Rafaela de Oliveira
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à 
UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates 
para reflexão: “a vida sem desafios não vale a 
pena ser vivida.”
Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
De fato, a tecnologia e a comunicação têm 
nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
Que esta nova caminhada lhes traga muita 
experiência, conhecimento e sucesso. 
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
1 HISTÓRICO .................................................................................................................................................................5
2 A ERGONOMIA NA ODONTOLOGIA .........................................................................................................................8
3 ESTRESSE, PRODUÇÃO, PRODUTIVIDADE .............................................................................................................9
4 TEMPO E CUSTOS.................................................................................................................................................... 11
4.1 CUSTO FIXO ........................................................................................................................................................... 12
4.2 CUSTO VARIÁVEL .................................................................................................................................................. 12
5 RITMO CIRCADIANO E O TRABALHO ..................................................................................................................... 13
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 14
INTRODUÇÃO À ERGONOMIA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
O trabalho ocupa um lugar muito importante no dia a dia de cada um, visto que, uma 
grande parcela do tempo, passamos justamente trabalhando. Quando pensamos em profissionais 
autônomos, como os cirurgiões-dentistas (CD), esse tempo pode aumentar, visto que os 
profissionais normalmente recebem de acordo com a demanda. Sendo assim, hoje em dia não 
é difícil observarmos que muitos CDs possuem uma carga horária de trabalho podendo chegar 
até 12h. Porém, quando pensamos em saúde no geral, sabemos que para nosso corpo e mente 
funcionarem adequadamente é necessário descanso e sem sombra de dúvidas lazer. Muitas vezes 
deixado de lado pelo CD, pois há uma necessidade de trabalhar para poder gerar um capital para 
o futuro.
Segundo a OMS, a saúde significa o completo estado de bem-estar físico, psíquico 
e social (WHO, 2000). Já para Falzon (1996), o conceito de saúde está ligado à ausência de 
patologias, deficiências, restrição da vida social e miséria econômica. Ou seja, a saúde deve ser 
vista como resultado de um processo de construção de vida saudável. A saúde total do indivíduo 
portanto compreende mais aspectos como: físico, social, emocional, intelectual, espiritual e 
ocupacional (REGIS FILHO, 2020). Sendo assim, o trabalho e as condições em que é realizado 
são preponderantes no estado de saúde geral do indivíduo (REGIS FILHO, 2000).
Como dito anteriormente, muitas vezes, o CD se sobrecarrega com excesso do tempo 
de trabalho, e esse indivíduo já está predisposto a alguns problemas, sendo muitas vezes, em 
membros superiores devido ao ônus da profissão, invariavelmente por utilizá-la mais e, por vezes, 
de forma errônea. Sendo assim, a Ergonomia, vem de fato para tentar reduzir essa probabilidade, 
tendo como objetivo a adequação do trabalho ao homem, tem sido solicitada para contribuir 
nas investigações acerca dos possíveis agentes causais destas doenças que estariam presentes na 
relação trabalho/trabalhador (DUL; WEERDMEESTER, 1995).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1 HISTÓRICO
Na Inglaterra, entre 1914 e 1917 (I Guerra Mundial), fisiologistas, psicólogos e outros 
profissionais foram chamados para colaborarem no aumento da produção da indústria bélica. Por 
fim, diversas pesquisas foram desenvolvidas sobre o problema da fadiga na indústria. Assim, a 
partir de 1929, iniciaram-se as pesquisas a respeito de postura no trabalho, carga manual, seleção, 
treinamento, iluminação, ventilação entre outros (IIDA, 1993; REGIS FILHO, 2020).
Já na II Guerra Mundial, foram utilizados conhecimentos científicos de profissionais de 
diversas áreas como fisiologistas, médicos, psicólogos, antropólogos entre outros, trabalhando 
em conjunto para resolver os problemas causados pelas operações desses equipamentos militares 
(DUL; WEERDMEESTER, 1998). Como subproduto deste esforço, uma enorme quantidade de 
conhecimento foi gerada sobre o homem e o trabalho, marcando o início da Ergonomia com data 
oficial de 12 de julho de 1949, quando um grupo de cientistas se reuniu para discutir e formalizar 
a existência desse ramo (IIDA, 1993; REGIS FILHO, 2020).
Em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o termo ergonomia em si e foi fundada a 
Ergonomics Research Society. Já a Sociedade Europeia de Ergonomia Odontológica (ESDE), 
federada à IEA, foi fundada em 1987 com o objetivo de coletar, analisar, acompanhar, publicar e 
arquivar o conhecimento científico referente à ergonomia odontológica e à prática da odontologia 
(organização, biossegurança, psicologia, etc.) (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia foi fundada em 1983 (DUL; 
WEERDMEESTER, 1998) com as seguintes finalidades, segundo Naressi, Orenha, Naressi (2013):
• Estimular a formação, a pesquisa e o desenvolvimento científico e tecnológico no campo 
da ergonomia;
• Inserir a ergonomia na comunidade científica no sentido de promover um desenvolvimento 
social autossustentável;
Essa importante sociedade foi criada e composta inicialmente devido à 
necessidade dos membros integrantes do Grupo de Trabalho em Ergonomia 
e Higiene da Federação Dentária Internacional (FDI) de ter uma estratégia para 
potencializar a organização e o desenvolvimento da ergonomia odontológica.
Após mais de duas décadas de intensas atividades e estudos na área, originou-
se a publicação de relatórios técnicos e do documento “Requisitos ergonômicos 
para o equipamento odontológico: diretrizese recomendações para o design, 
a construção e a seleção do equipamento odontológico”, em maio de 2006 
(HOKWERDA et al., 2006).
Esse documento foi também enviado à ISO/FDI e serviu de base para a elaboração 
do projeto de norma, o qual está em fase de avaliação pelos comitês membros 
da ISO nos diversos países, representado no Brasil pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) (NARESSI, ORENHA, NARESSI, 2013).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• Promover e apoiar reuniões, cursos, eventos e outras atividades que contribuam para o 
desenvolvimento, a formação, a difusão e o intercâmbio de conhecimentos em ergonomia;
• Realizar ou apoiar publicações de boletins, anais, livros e periódicos em ergonomia e 
assuntos correlatos;
• Desenvolver ações que visem à melhoria conjunta das condições de trabalho, saúde, 
segurança e vida dos trabalhadores e da qualidade de vida da comunidade em geral, por 
um lado, e da eficácia do trabalho, por outro;
• Assessorar órgãos do governo e entidades normalizadoras na elaboração de programas, 
projetos e normas que visem à ordenação, ao desenvolvimento, à difusão e à aplicação da 
ergonomia;
• Representar os interesses de seus associados junto a entidades nacionais e internacionais, 
especialmente junto à IEA;
• Assegurar à sociedade uma prática correta e preparada dos profissionais com competência 
adquirida em ergonomia por meio das formações acreditadas e/ou certificadas mediante 
seus processos intrínsecos.
A ergonomia é derivada do grego, em que ergon (trabalho) e nomos (regras). É uma ciência 
que consiste em se aplicar a projeto de tarefas, máquinas e equipamentos, em que o objetivo é 
melhorar a qualidade de vida, o conforto, a saúde e a eficiência no trabalho do profissional (DUL; 
WEERDMEESTER, 2012).
Em 23 de novembro de 1990, a portaria n° 3751 estabeleceu a Norma Reguladora tratando 
de ergonomia, a NR 17, que visa estabelecer parâmetros para adequar diferentes situações de 
trabalho às características humanas, propiciando conforto, segurança e possibilitando um melhor 
desempenho dos trabalhadores. Após esta portaria, tomou-se evidente o despertar do interesse 
pela ergonomia no meio empresarial brasileiro (CHEREM, 1997).
A ergonomia pode ser dividida em 3 domínios: Ergonomia física, cognitiva e organizacional 
(ABERGO, 2002).
A Ergonomia Física refere-se às características da anatomia e fisiologia humana 
relacionadas a sua biomecânica e sua relação com a atividade física. Inclui o estudo de postura 
no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos 
relacionados ao trabalho, projetos de postos de trabalho, segurança e saúde (REGIS FILHO, 
2020).
Para entender mais a fundo o histórico da Ergonomia:
Ergonomia, Aula 01 – Conceitos básicos e história.
Assistir esse vídeo é importante para entender mais a fundo sobre 
o histórico da Ergonomia em si. Além disso, o vídeo traz trechos 
do filme de Charles Chaplin, que fez uma crítica social à indústria 
que só pensava em produção e produtividade, sem pensar no 
trabalhador, comparando-o com o rebanho.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=q8xoi4fEx6o.
https://www.youtube.com/watch?v=q8xoi4fEx6o
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Ergonomia Cognitiva está relacionada aos processos mentais, sendo eles percepção, 
memória, raciocínio e resposta motora que afetam as interações entre seres humanos e 
outros elementos do sistema. Inclui o estudo da carga mental do trabalho, tomada de decisão, 
desempenho especializado, interação homem/computador, estresse e treinamento, conforme 
esses se relacionam a projetos envolvendo seres humanos e sistemas (REGIS FILHO, 2020).
Já a Ergonomia Organizacional está relacionada à otimização dos sistemas sócio técnicos 
incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Como comunicações, 
gerenciamento de recursos humanos, projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, 
trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, 
cultura organizacional, organizações em rede, tele trabalho e gestão da qualidade (REGIS FILHO, 
2020).
Sendo assim, a ergonomia pode ajudar a conceber equipamentos e materiais mais 
adaptados e adequados, pode melhorar o campo de visão, melhorando a iluminação do ambiente, 
orientar a reestruturação dos horários/pausa e permitir melhor apresentação das informações e 
formulações dos problemas para uma melhor tomada de decisão e maior eficácia (REGIS FILHO, 
2020). Tem como objetivo obter meios e sistemas para diminuir o estresse físico e cognitivo, 
prevenir as doenças relacionadas à prática odontológica, buscando uma produtividade mais 
expressiva, com melhor qualidade e maior conforto, tanto para o profissional quanto para o 
paciente (CASTRO; FIGLIOLI, 1999).
É definida como o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e 
necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados 
com o máximo de conforto, de segurança e de eficácia (WISNER, 1987). Ou seja, é a adaptação 
do trabalho ao homem (IIDA, 1993; DUL WEERDMEESTER, 1998).
Segundo Wisner (1987) e Ilda (2005), pode ser classificada em:
 ➢ Ergonomia da concepção: ocorre durante o projeto do produto, da máquina, do ambiente 
ou do sistema;
 ➢ Ergonomia de correção: aplicada a situações reais para resolver problemas que se refletem 
em segurança, fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da 
produção;
 ➢ Ergonomia de conscientização: oferece informações para capacitar os usuários na 
identificação e na correção dos problemas do dia a dia e realizar ajustes necessários de 
acordo com a alteração do volume de produção, renovando oportunamente o sistema 
homem-máquina-ambiente;
 ➢ Ergonomia de participação: procura manter os usuários informados, fazendo a 
realimentação de informações para as fases de conscientização, correção e concepção.
Figura 1 – Classificações da Ergonomia Fonte: Naressi (2013).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2 A ERGONOMIA NA ODONTOLOGIA
Dentro deste contexto, a Ergonomia na Odontologia tem como finalidade obter meios 
e sistemas para diminuir o estresse físico e cognitivo, prevenir as doenças relacionadas à prática 
odontológica, buscando uma produtividade mais expressiva, com melhor qualidade e maior 
conforto, tanto para o profissional quanto para o paciente (CASTRO; FIGLIOLI, 1999).
O cirurgião-dentista (CD) atua numa área limitada, trabalhando sempre sentado, muitas 
vezes assumindo uma posição inadequada para melhor realização do procedimento, isso leva 
invariavelmente a uma condição insalubre de trabalho. Tem sido apontado na literatura como 
um profissional altamente vulnerável a riscos ocupacionais de naturezas diversas, sendo que a 
postura e a posição de trabalho constituem um dos maiores problemas.
Características inerentes de sua prática profissional fazem com que se utilizem como rotina 
de trabalho os membros superiores e estruturas adjacentes, frequentemente com repetitividade 
de um mesmo padrão de movimento em virtude da atividade clínica, assumindo posturas 
inadequadas por necessidade de técnicas operatórias e utilizando força excessiva em virtude das 
características próprias de algumas patologias e, ainda, na maioria dos casos trabalhando sobre 
pressão temporal (DINIZ, 2009).
Empiricamente, a Ergonomia fez-se presente, ainda que implicitamente, na história da 
Odontologia, em todas as circunstâncias das quais se planejou ou se pensou na concepção, quer seja 
do local de trabalho, equipamento ou de um instrumento a ser utilizado para a realização de um 
determinado procedimento (GARBIN; GARBIN; DINIZ, 2009). Foi fortemente inserida a partir 
de três eventos históricos que inauguraram uma nova era no que diz respeito à incorporação de 
conceitos ergonômicos na prática odontológica: a fabricação da primeiracadeira do tipo “relax” 
baseada em cadeiras de pilotos de avião de bombardeios; o protótipo do primeiro mocho rodante, 
que possuía cinco rodízios; e a disponibilização do primeiro sistema de sucção (BARROS,1999).
Pesquisas realizadas na França, em 1978, indicaram que as principais alterações de saúde 
dos CDs eram a fadiga associada a distúrbios esqueléticos e musculares, além de dores posturais, 
baixa prematura da acuidade visual e auditiva, podendo levar a perda auditiva por ruído, distúrbios 
circulatórios, cardíacos e distúrbios alérgicos (CHOVET, 1978; REGIS FILHO, 2020).
Apesar do grande número de estudos na literatura científica relatando a ocorrência de 
distúrbios musculoesqueléticos ocupacionais entre os CDs, até o presente momento não se 
verificou a consolidação da aplicação dos princípios fundamentais da ergonomia odontológica. 
É indiscutível o fato de que as doenças profissionais, causadas por agentes mecânicos, têm real 
importância em Odontologia, e que as medidas ergonômicas adequadas constituem o melhor 
método de eliminá-las (NOGUEIRA, 1983).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3 ESTRESSE, PRODUÇÃO, PRODUTIVIDADE
Variações na pressão arterial e frequência cardíaca são as primeiras alterações que 
aparecem no organismo quando o sujeito é submetido a condições de trabalho estressantes. A 
realização de tarefas que obrigam o corpo humano a permanecer longos períodos sob estresse 
constante, com certeza poderá ser um componente importante não só para o surgimento, mas 
também para o agravamento de outros distúrbios de modo geral, e também das doenças crônicas 
invisíveis (SIMMONS, 2000; REGIS FILHO, 2020).
O excesso de trabalho pode provocar desgaste cardíaco, hipertensão, fadiga, artrites, 
fibroses, tendinites, calcificações e cansaço muscular, que acabam por reduzir a capacidade de 
trabalho mesmo quando o profissional atua sentado. Sintomas psicológicos como ansiedade, 
frustração, tensão emocional, angústia e estresse também podem ser percebidos (BARROS, 1991).
Sendo assim, vamos explorar o conceito de produção e produtividade, visto que é de 
extrema importância para o CD. A produção é um processo que reúne informações e dados a 
respeito dos resultados da determinada empresa em relação ao desempenho dela para um produto 
ou serviço específico. Produção tem a ver com o que é feito e entregue pelos colaboradores de 
maneira quantitativa, ou seja, em relação ao número produzido = montante total.
Já a produtividade tem a ver com habilidades. A produtividade está intrinsecamente 
ligada a capacidade dos colaboradores e equipes em executar suas funções em um menor período 
de tempo. A produtividade de uma equipe é medida pelo tempo que foi gasto para produzir e 
entregar resultados (MARQUES, 2009). Ela está intimamente ligada a melhor ou pior utilização 
dos recursos produtivos disponíveis em uma empresa, entre eles: espaço físico, ferramentas, 
mão-de-obra, insumos, técnicas de gerenciamento, meio de transporte interno e externo, 
informatização, horário de trabalho etc. (BLEINROTH, 2015). Ou seja, aumentar a produção 
não significa sempre aumentar a produtividade, pois depende das habilidades e da qualidade da 
produção que é gerada.
Por exemplo, se você, na clínica, necessita atender 15 pacientes ao dia, e você irá realizar 
15 restaurações, você pode realizá-las mas isso só significa que você está produzindo e não sendo 
produtivo, pois vai depender da qualidade da restauração realizada. Se, por exemplo, você realizou 
as 15 restaurações e após 2 semanas, 5 pacientes voltaram para refazê-las por que elas caíram ou 
fraturaram, você só produziu, mas não foi produtivo, pois agora precisa refazer o serviço prestado.
Sendo assim, temos como aumentar a produção, desta forma investindo em aumento do 
número de funcionários, horas-extras, bonificações, compra de máquinas entre outros fatores. Já 
para aumentar a produtividade o investimento, deve ser no profissional em si. Destacam-se os 
seguintes fatores que afetam a produtividade:
 ➢ Recursos Humanos:  Pode-se destacar o “Efeito da Aprendizagem”, a motivação e a 
adequada utilização dos horários de trabalho;
 ➢ Metodologia de trabalho utilizada: Ficar atento à demanda e a capacidade produtiva, 
utilização de metas na linha de produção;
 ➢ Layout de chão de fábrica e ferramentas: Eliminar cruzamento de processos e produtos, 
utilizar ferramentas adequadas ao processo de produção e montar linhas de produção 
mais enxutas;
 ➢ Práticas gerenciais de controle:  Controle de estoque eficiente, sequenciamentos da 
produção otimizada, utilização de ferramentas (softwares) para controle da informação;
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 ➢ Utilização de insumos:  Menor desperdício de Matéria-Prima, utilização de lotes 
econômicos, tempos de produção corretos;
 ➢ Estrutura organizacional da empresa:  Estrutura bem definida, evitar burocracia e ter 
agilidade na obtenção de informações (BLEINROTH, 2015).
Sendo assim, é necessário aplicar o conceito de produtividade ao consultório odontológico 
alcançando determinado objetivo com máxima economia, maior eficiência e menor fadiga 
para o profissional, para a equipe e para o paciente.
Com relação a produtividade no consultório odontológico podemos citar:
 ✓ Vontade e habilidade;
 ✓ Aproveitamento de tempo – produtividade limite;
 ✓ Planejamento do trabalho e horário em função do biorritmo;
 ✓ Posição de trabalho fisiologicamente adequada;
 ✓ Boas condições fisiológicas e psicológicas;
 ✓ Delegação de poderes (número de pessoal auxiliar);
 ✓ Dois ou mais consultórios simultâneos - O aumento da produtividade cai o custo da 
unidade, elevando o número de clientes.
Nesta situação citada, você prefere ter produção ou ser produtivo? O que é melhor: 
realizar 5 restaurações bem feitas, adaptadas com longevidade e durabilidade, ou 
realizar 15 restaurações com prazo de validade e qualidade inferior? Muitas vezes, 
as clínicas cobram muita produção do cd, mas deixam de lado a qualidade, o que 
de fato deve ser repensado.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4 TEMPO E CUSTOS
Além disso, precisamos também pensar no fator Tempo. Como diria o famoso ditado: 
“tempo é dinheiro”.
Com toda certeza com a otimização do tempo aliado a alta produtividade, o consultório 
odontológico tende a “bombar”, no bom sentido da palavra. No entanto, as pessoas passam pela 
vida sem dar conta de que o tempo é o dom mais precioso que existe, além do mais, não tem volta. 
É possível, porém, reduzir as horas de trabalho que é o nosso dia a dia e aproveitar mais as horas 
de lazer. É preciso assumir a vida, isto é, tomar conta do próprio tempo.
Quase não paramos para refletir sobre isso, porém é de extrema importância para 
colocarmos prioridades em nossas vidas. O ideal é termos o mesmo tempo para trabalho, assim 
como para descanso e também para o lazer. Todavia, nos dias de hoje, com todos conectados, é 
cada vez mais raro o “descanso” em si. Cada notificação do celular, um e-mail do trabalho que 
chega, e que intuitivamente pensamos que devemos responder tudo no mesmo instante. Isso faz 
com que nosso tempo de descanso vá por água abaixo, e, consequentemente, nosso corpo sente.
Falando agora sobre o tempo de trabalho, é considerado todo o tempo que o cirurgião-
dentista se dedica a sua atividade profissional. Pode ser dividido em:
• Tempo profissional paralelo (não operatório), ou seja, o profissional não está atuando 
diretamente na boca do paciente. Este então pode ser produtivo ou improdutivo;
• Tempo profissional paralelo produtivo: é o tempo que o profissional destina para 
preparar, auxiliar ou concluir o trabalho direto. Podemos citar como exemplo o tempo 
que o profissional utiliza para a educação e informação sobre saúde bucal do paciente, ou 
explicação da conduta que será realizada ao paciente etc;
• Tempo profissional paralelo improdutivo: É aqueleno qual você está esperando um 
paciente atrasado, ou o equipo não está funcionando, você tem que chamar alguém para 
arrumar entre outros;
• Tempo de espera (ou movimentos inevitáveis): é o tempo que o dentista utiliza ao 
interromper o tratamento para esperar alguma coisa ou ação. Por exemplo, o tempo que 
o paciente utiliza para cuspir, espera da anestesia, manipulação de materiais entre muitos 
outros. BARROS (1991) coloca que este tempo gira em torno de 48% do tempo operatório;
• Tempo operatório (utilizado): é o tempo que o profissional está no consultório atendendo 
o paciente.
Pode ser dividido em ações diretas e indiretas:
As ações diretas compreendem àquelas aprendidas no curso de graduação. Ou seja, 
necessitam do conhecimento técnico específico, como: Abertura coronária, instrumentação dos 
canais, realização de uma restauração, exodontias etc.
As ações indiretas compreendem àquelas não necessárias ao curso superior, por exemplo: 
utilização do sugador, trocar brocas, colocar os roletes de algodão na boca etc.
Idealmente, o cirurgião-dentista deveria realizar o menor número possível de ações 
indiretas, para isso teria que trabalhar com ao menos uma auxiliar e, como consequência, 
dedicaria mais tempo profissional para as ações diretas (ULBRICHT, 2000).
Com relação aos custos do procedimento, temos os custos fixos e variáveis.
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4.1 Custo Fixo
Segundo Ulbricht (2000), são os gastos realizados para manter o consultório ou clínica 
odontológica. São as despesas fixas. Podem ser mensais ou anuais e atingem cerca de 92% do 
custo total. Como exemplo, pode-se citar: salário do cirurgião-dentista, salário do auxiliar, 
INSS, fundo de garantia, impostos, alvará de funcionamento, taxa do Conselho de Odontologia, 
telefone (mínimo), luz, água e esgoto, entre muitas outras. Os custos fixos oneram o custo de 
produção, sendo assim, algumas medidas podem reduzir relativamente os custos, ou seja, podem 
não diminuir os valores absolutos, mas diluir estes valores, como:
• Aumento da produtividade: com o aumento da produtividade ocorre a diluição do custo 
fixo por unidade de serviço;
• Transferência de custos: não deixar o consultório ocioso. Quando o proprietário não está 
trabalhando pode-se alugar a sala para dividir o custo fixo;
• Co-participação: uma clínica em que os custos fixos são divididos pelo número de 
profissionais.
4.2 Custo Variável
Barros (1991) ele acredita que estes custos somam cerca de 8% do custo total do consultório. 
Esses estão na dependência da produção realizada. São os custos com material de consumo, como 
limas, resinas, algodão, brocas, material de limpeza e desinfecção, dentre muitos outros.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
5 RITMO CIRCADIANO E O TRABALHO
É o período de 24 horas em que o relógio biológico mantém as atividades e os processos 
biológicos do corpo, como metabolismo, sono e vigília. Também é chamado de ritmo endógeno.
Segundo Barros (1991), o cirurgião-dentista pela manhã inicia sua jornada com cerca de 
80% de sua capacidade real de trabalho, e após cerca de uma hora chega ao seu ponto máximo 
de produtividade, quando os reflexos estão e plena atividade. Aproximadamente as 12:00 horas 
(hora do almoço), a capacidade de trabalho declina. À tarde, se o profissional tiver um período 
de repouso de uma hora ou uma hora e meia, a capacidade de trabalho chegará a 80%. Se 
descansar cerca de duas horas chegará a 90%. Porém essa produtividade tem uma duração de 
apenas 1h – 1:30h, caindo bruscamente após esse período. Outros fatores inerentes do indivíduo 
são preponderantes para determinar sua produtividade. Por exemplo, um cirurgião-dentista que 
tem o hábito de dormir 2h e acorda as 7h da manhã para trabalhar, provavelmente, no início da 
manhã a produtividade poderá ficar comprometida.
Portanto, a adoção de pausas é extremamente necessária, para haver uma capacidade 
de trabalho e produtividade maior, pois pode atuar de maneira a diminuir a fadiga mental e 
corporal. Além disso, a organização racional do seu horário de trabalho pode auxiliar a diminuir 
a fadiga e aumentar também a produtividade. Ou seja, calcular certo qual o tempo necessário 
para aquele determinado procedimento, é de suma importância, pois além dos fatores citados, 
ainda possibilita a sala de espera mais tranquila sem muitos pacientes e atrasos de horário.
Além disso, calcular o horário de seu maior rendimento para aqueles casos mais 
complexos, é uma ótima forma de aproveitar o máximo do seu ritmo e produtividade.
Dentro do aspecto da organização do trabalho, o dentista deve delegar funções 
para o pessoal auxiliar, diminuindo sua carga de trabalho, buscar não trabalhar 
por longos períodos consecutivos, ter uma jornada de trabalho diário de até oito 
horas e buscar a correção de hábitos deletérios no trabalho (ULBRICHT, 2000).
Para entender mais a respeito do porquê a Ergonomia é importante 
para o Cirurgião-Dentista, é interessante a leitura de um estudo 
sobre a postura de trabalho de estudantes de Odontologia.
Pois nos faz um alerta sobre as posturas inadequadas que adotamos 
durante os procedimentos.
Ergonomia na prática odontológica.
Disponível em: http://seer.imed.edu.br/index.php/JOI/article/view/1388/html.
http://seer.imed.edu.br/index.php/JOI/article/view/1388/html
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos observar que a Ergonomia surgiu com o intuito de melhorar a relação do homem 
com o produto, aumentando assim a produtividade durante a Revolução Industrial. Porém, com 
o passar dos anos, foi se obtendo melhorias nesta área, e agora temos uma visão que é voltada 
para o trabalhador em si.
Com melhorias no ambiente de trabalho pensando na melhor maneira de organizá-lo 
em busca de um aperfeiçoamento dos processos de produção. Todavia, levando em consideração 
muitas variáveis para diminuir cansaço e fadiga, para assim o trabalhador ter uma melhor 
performance e, consequentemente, aumentar sua produtividade.
Alguns fatores são inerentes a profissão do CD, como trabalhar o tempo todo sentado, 
maior probabilidade de desenvolvimento de problemas nos membros superiores, fadiga entre 
outros. O profissional, no entanto, deve se atentar e tentar manter a ergonomia o máximo possível 
para sua saúde, não só física mas também mental. Pois o estresse constante nesta profissão que 
lida a todo momento com pessoas e também com a saúde do ser humano, pode desencadear 
problemas futuros. Temos sim que pensar nos custos e lucratividade afim de otimizá-los para 
conseguirmos captar maiores recursos.
No entanto, deve ser feito um alerta aos CDs que se sobrecarregam com o excesso de 
trabalho, extrapolando as horas da atividade exercida, deixando de lado muitas vezes o lazer, 
pensando somente no lucro. As vezes esse ritmo acelerado pode levar ao desenvolvimento 
de alguns problemas de saúde, que com certeza, seriam evitados com um ritmo de trabalho 
desacelerado associado ao descanso.
A famosa frase “trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, 
persista enquanto eles descansam e então viva o que eles sonham” só vale se você conseguir viver 
mesmo até lá. Pois sem o descanso ideal, diversão e lazer, podemos estar sujeitos a problemas 
sérios de saúde, podendo culminar até mesmo na morte, como em casos de AVC.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 16
1 FUNÇÃO NEUROMUSCULAR ................................................................................................................................... 17
1.1 MÚSCULOS .............................................................................................................................................................17
1.2 COLUNA VERTEBRAL ............................................................................................................................................ 17
1.3 VISÃO ...................................................................................................................................................................... 19
1.4 AUDIÇÃO ................................................................................................................................................................. 21
1.5 PROPRIOCEPÇÃO .................................................................................................................................................. 21
1.6 ASPECTOS EMOCIONAIS E VARIAÇÕES INTRA-INDIVIDUAIS ........................................................................22
2 ETIOLOGIA DAS DOENÇAS DE CARÁTER OCUPACIONAL ....................................................................................22
3 DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO ................................................................23
3.1 POSTURA DE TRABALHO ......................................................................................................................................23
ASPECTOS ANATÔMICOS
E FISIOLÓGICOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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3.1.1 POSTURA INCORRETA DE MEMBROS SUPERIORES .....................................................................................24
3.2 AGRESSÃO AOS ÓRGÃOS SENSORIAIS - TATO .................................................................................................25
3.2.1 DOENÇAS QUE MAIS ACOMETEM MÃO, PUNHO E OMBROS DO CD...........................................................25
3.3 AGRESSÃO AOS ÓRGÃOS SENSORIAIS - VISÃO................................................................................................26
3.4 AGRESSÃO AOS ÓRGÃOS SENSORIAIS - AUDIÇÃO ..........................................................................................26
3.5 CONTAMINAÇÃO CRUZADA, MATERIAIS, SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E RADIAÇÃO IONIZANTE .................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................28
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, teremos como objetivo entender a respeito dos aspectos anatômicos e 
fisiológicos do nosso organismo levando vocês, alunos, a compreenderem como as doenças de 
caráter ocupacional se desenvolvem e posteriormente explanaremos a respeito dos principais 
distúrbios osteomusculares relacionados à profissão do Cirurgião-Dentista.
Portanto, neste primeiro contato, iniciaremos abordando sobre a função Neuromuscular.
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1 FUNÇÃO NEUROMUSCULAR
O sistema nervoso central é quem comanda os músculos e se constitui pelo cérebro e 
pela medula espinhal (IIDA, 2005). O nosso corpo se move através das contrações musculares, 
que acontecem por meio do sistema nervoso central, que interage com o ambiente. Portanto, 
sinais produzidos pelo ambiente externo, tais como som, vibração, temperatura, entre outros, ou 
até pelo nosso próprio corpo (tato) vão ser percebidos e transmitidos através de sinapses até o 
sistema nervoso central (VIA AFERENTE). Então, será interpretado, gerado uma decisão e está 
voltará por intermédio de nervos motores (VIA EFERENTE) para os nossos músculos gerando 
nossas ações.
As sinapses são realizadas pelos neurônios e podem ser de dois tipos, sinapse elétrica e 
sinapse química. As principais diferenças entre as sinapses químicas e as elétricas envolvem sua 
direção de funcionamento e rapidez. Uma sinapse química é unidirecional, isto é, a transmissão 
da informação vai do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico (sentido entrada-saída), 
enquanto que uma sinapse elétrica é bidirecional (ROQUE, 2021). A transmissão de informação 
é mais rápida em uma sinapse elétrica que em uma sinapse química. No entanto, as sinapses 
químicas são muito mais comuns em vertebrados adultos (ROQUE, 2021).
1.1 Músculos
Os músculos são responsáveis pelo movimento, transformando a energia química em 
contrações e, posteriormente, movimentos. Eles podem ser divididos em 3 tipos: lisos, estriados 
e cardíacos.
Os músculos lisos são comandados involuntariamente e encontram-se nas paredes dos 
intestinos, nos vasos sanguíneos, na bexiga, em aparelhos respiratórios e em outras vísceras 
(ASSIS, 2015). Os músculos estriados, também denominados esqueléticos estão sob o controle 
consciente, e é por meio deles que o organismo realiza trabalhos, interagindo com os demais tipos 
musculares. São formados de fibras longas e cilíndricas. Os músculos do coração, ou cardíacos, 
são diferentes de todos os outros e, à semelhança dos músculos lisos, são de comando involuntário 
(NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
O músculo é nutrido por vasos que se ramificam em inúmeros capilares. Esses capilares 
são estrangulados quando o músculo é contraído, o que leva à fadiga muscular. O relaxamento do 
músculo permite novamente a circulação sanguínea no músculo, e essas contrações e relaxamentos 
acontecem o tempo inteiro, levando ao funcionamento muscular. Para cada movimento pelo 
menos 2 músculos trabalham, um de forma sinérgica outro de maneira antagônica. Ao mesmo 
tempo que um músculo contrai, o outro está trabalhando de maneira antagônica relaxando.
1.2 Coluna Vertebral
A coluna vertebral é constituída por 33 vértebras classificadas em 5 grupos. Começando 
de cima para baixo, tem-se as 7 vértebras cervicais, 12 torácicas ou dorsais, 5 lombares, 5 sacro 
que estão fundidas e 4 cóccix, que ficam na extremidade inferior que são pouco desenvolvidas. 
A parte inferior que constitui as vértebras do sacro e cóccix são fixas também denominadas de 
sacrococcígeas e constituem a nossa pelve (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
As vértebras torácicas estão unidas pelos arcos costais, também conhecidos como costelas 
e se apresentam aos pares na quantidade de 12 pares, formando, então, a caixa torácica, e acaba 
limitando a movimentação vertebral dessa região.
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Já as vértebras da parte cervical e lombares são as que possuem maior mobilidade. “Cada 
vértebra sustenta o peso de todas as partes do corpo situadas acima dela. Assim sendo, as vértebras 
inferiores são maiores, porque precisam sustentar maiores pesos” (IIDA, 2003). Entre a união de 
cada vértebra, existe uma espécie de “amortecedor” denominados discos vertebrais.
A compressão e a descompressão fazem a redução e o aumento do seu volume, semelhante 
a uma esponja que, ao aumentar de tamanho, absorve água e nutrientes. Em cargas estáticas em 
tempo prolongado do disco, é muito prejudicial porque interrompe o processo nutricional dos 
discos e pode provocar degeneração (ASSIS, 2015). Essa informação é de suma importância para 
Ergonomia em Odontologia, visto que a profissão exige carga estática em tempo prolongado. Por 
isso, a cada troca de pacientes é indicado levantar, andar e alongar-se.
Além dos discos, elas são conectadas através dos ligamentos e estes, juntamente com 
o deslizamento dos discos é que promovem a movimentação da coluna vertebral. Além disso, 
a coluna tem por função proteger uma estrutura primordial para nosso corpo, denominada 
medula espinhal. A medula espinhal é parte do Sistema Nervoso Central, e qualquer dano 
causado por agente físico (ferimento por arma de fogo) ou choque violento (quedas ou acidentes 
automobilísticos) pode causar a perda permanente da sensibilidade e/ou motricidade, levando o 
indivíduo a uma tetraplegia ou paraplegia (NOGUEIRA; CALIRI; HAAS, 2006).
Ou seja, a medula funciona como uma grande passarela por onde circulam todas as 
informações sensitivas, que transitam da periferia para o cérebro e retornam,trazendo as ordens 
para os movimentos motores.
Figura 1 – Posturas inadequadas que podem levar a compressão medular e hérnia de disco.
Fonte: Naressi; Orenha; Naressi (2013).
A coluna possui duas propriedades, a rigidez e a mobilidade. A rigidez garante a 
sustentação do corpo, permitindo a postura ereta. A mobilidade permite rotação para os lados 
e movimentos para a frente e para trás. Isso possibilita grande movimentação da cabeça e dos 
membros superiores.
A ruptura da medula interrompe o fluxo de informações, causando paralisia, como 
já dito. Porém, a adoção de má postura de trabalho, com inclinações excessivas 
e movimentos de torção, também pode lesar e acarretar no rompimento do disco 
intervertebral, com consequente compressão da medula e/ou das raízes dos 
nervos, processo muito doloroso denominado hérnia de disco.
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Os discos cartilaginosos nutrem-se pela difusão dos tecidos vizinhos. As compressões 
e descompressões alternadas dos discos funcionam como uma bomba hidráulica que os irriga, 
mecanismo prejudicado quando ocorrem cargas estáticas por esforço físico, má postura no 
trabalho ou deficiência da musculatura de sustentação por tempo prolongado, podendo levar 
a processos inflamatórios (espondilartrites) ou mesmo a degeneração (espondilartroses). As 
principais alterações da coluna são lordose, cifose e escoliose (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 
2013). Como a coluna vertebral fica na vertical acaba sendo sustentada pelos músculos, que 
precisam ser exercitados para prevenir que essas deformações apareçam por má postura, 
deficiência da musculatura, esforço físico, entre outros (IIDA, 2003).
A lordose corresponde ao aumento anormal da curva lombar ou cervical levando a uma 
acentuação da lordose lombar ou cervical normal (hiperlordose). Os músculos abdominais fracos 
e um abdômen protuberante são fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas costas em pessoas 
com aumento da lordose lombar ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna 
lombar (BLAIR, 2003). A cifose é definida como um aumento da curvatura no plano sagital da 
coluna torácica (TEIXEIRA; CARVALHO, 2007). Na posição ereta faz com que a coluna dorsal 
seja normal (REGIS FILHO, 2020), ou seja, é o famoso “corcunda”. Já a escoliose é o desvio lateral 
da coluna. A pessoa vista de frente ou de costas pende para um dos lados, direito ou esquerdo 
(NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
O ideal é prevenir para que essas alterações não apareçam. Isso é feito com exercícios 
para fortalecer a musculatura associado a correção postural, pois a postura corporal adotada 
por um profissional repetidamente, durante anos, pode afetar sua musculatura e a constituição 
ósseoarticular, sendo a coluna vertebral e os membros os mais afetados, resultando em curto 
prazo, em dores que se prolongam além do expediente. A longo prazo, pode surgir deformidades, 
paralisias além de dificuldades para mover o corpo ou suas extremidades (KNOPLICH, 1987).
Sabemos que o CD dentista fica muito tempo sentado na mesma posição, com a cabeça 
inclinada para frente, então ele pode desenvolver, além dos problemas citados acima, lombalgias, 
e estas ocorrem devido a distensão dos músculos e ligamentos vertebrais ou movimentos bruscos 
de torção (MARRAS, 1997).
1.3 Visão
De todos os sentidos, é o mais importante e o mais utilizado nas relações entre o homem e 
o meio exterior. Segundo Iida (2003), “[...] a acuidade visual é a capacidade visual para discriminar 
pequenos detalhes. Ela depende de muitos fatores, sendo os dois mais importantes a iluminação 
e o tempo de exposição”.
A luz, devidamente modulada pela reflexão no objeto a ser visto, propicia a visão. A luz 
monocromática apresenta-se em seu ótimo de estimulação no comprimento de onda de 555 
nanômetros (nm): nesse nível, o órgão visual tem a sensibilidade máxima. À medida que esse 
ótimo de excitação começa a decrescer, a estimulação vai ressentindo-se, e um esforço cada vez 
maior dos músculos responsáveis pela dilatação e pela constrição pupilar vai provocando a fadiga 
visual, gradativamente. Quanto maior for o grau de fadiga visual, maior será a dificuldade em 
realizar um trabalho corretamente e manter a produtividade em níveis satisfatórios (NARESSI; 
ORENHA; NARESSI, 2013).
A luz solar, branca ou natural, contém todos os comprimentos de onda visíveis. A luz 
refletida tem composição diferente da luz incidente, e essa diferença corresponde ao aparecimento 
de cores. Um objeto iluminado por uma luz artificial pode apresentar uma cor diferente quando 
exposto a luz solar, porque o espetro é diferente.
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Para o CD que trabalha muito com Dentística ou Prótese, a percepção das cores é MUITO 
IMPORTANTE, pois será através dela que ele vai conseguir definir a cor da resina ou da porcelana 
que vai utilizar, qual o cimento para cimentação etc. Portanto, é indispensável pensar em um 
ambiente que contenha também luz natural.
A iluminação para o trabalho deve ter duas finalidades principais: permitir que o 
trabalhador execute de maneira eficaz sua tarefa visual e melhorar a capacidade e o rendimento 
de trabalho, contribuindo como elemento condicionador do ambiente. Além disso, a qualidade 
da iluminação depende de quatro condições: deve ter nível apropriado, adequado à visibilidade 
de objetos; não deve modificar sensivelmente as cores com que os objetos se mostram quando 
iluminados pela luz natural; não deve produzir ofuscamento, que ocorre quando os olhos 
adaptados para ver objeto de certa luminância recebem simultaneamente a luz enviada por fonte 
de luminância muito maior; deve ser distribuída e orientada, de modo a permitir a visão de 
relevos, mas sem a produção de sombras de alto contraste (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 
2013).
Na porção interna do globo ocular, por trás da pupila, encontra-se o cristalino, que enfoca 
a luz na retina e é sustentado por fibras elásticas, dessa forma, fica em estado de repouso. Quando 
há a aproximação de um ponto próximo, o músculo ciliar é ativado e, concentricamente, contrai 
o anel em que estão fixadas as fibras que sustentam o cristalino, que se espessa, devido à sua 
elasticidade.
Esse processo, quando longo, resulta em fadiga, pois os convergem e necessitam de 
um esforço para manterem-se nessa posição. No exercício da Odontologia, esse movimento 
da contração do cristalino é muito comum, pois precisamos focar num ponto próximo para 
enxergar, seja o canal que você quer encontrar, seja aquela restauração na distal do 47. Por isso, 
muitas vezes o CD pode ser associado ao que chamam de vista cansada.
A seguir, iremos descrever, portanto, as 4 principais doenças oftalmológicas que afetam 
os cirurgiões dentistas e a população em geral.
Astigmatismo: É a dificuldade do sistema óptico em formar um ponto focal na retina, 
devido à diferença na curvatura de uma ou mais superfícies refrativas do globo ocular (MOREIRA, 
2001). Então, os raios paralelos são focalizados em pontos diferentes da retina. Geralmente, 
interfere na visão próxima e na distante, e sua correção exige o uso de lentes.
Presbiopia: É uma alteração devido à perda de elasticidade do cristalino e ao 
enfraquecimento do músculo ciliar. A capacidade de mudança do poder focal do olho 
(acomodação) fica prejudicada e tem uma perda progressiva com a idade (BICAS, 1997), o poder 
de acomodação visual fica além de 0,37m do observador. Pode ser conhecida também como 
“vista cansada”.
Hipermetropia: Estado de refração ocular no qual os raios luminosos paralelos 
que alcançam o olho chegam à retina antes de se reunirem para formar o foco (LANGLEY; 
CHERASKIN, 1958; BOYCE, 1997). É o mais encontrado, porém menos relatado, provavelmente, 
é por conta deste vício ocular ser muito semelhante a visão normal.
Miopia: Estado de refração ocular em que os raios luminosos paralelos chegam à retina 
depois de reunidos no foco.Sua correção exige o uso de lentes (LANGLEY; CHERASKIN, 1958; 
BOYCE, 1997).
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1.4 Audição
O ouvido é o órgão responsável pela captação do som, ele capta e converte as ondas 
de pressão em sinais elétricos, produzindo as sensações sonoras transmitidas pelo cérebro. Os 
sons chegam por vibrações do ar, captados pelo ouvido externo, transformados em vibrações 
mecânicas no ouvido médio, e em pressões hidráulicas no ouvido interno (ASSIS, 2015). Essas 
pressões são captadas por células sensíveis no ouvido interno e transformadas em sinais elétricos 
que se transmite ao cérebro.
A captação do som é caraterizado pela frequência, intensidade e duração. A frequência 
é o número de vibrações por segundo, percebida como altura do som, a percepção do ouvido 
humano ouve a frequência entre 20 a 20.000 Hz.
A intensidade depende da energia das oscilações e se define em termos de potência por 
unidade de área. São medidas em escala logarítmica chamada decibel (dB) devido à enorme gama 
de intensidade de sons audíveis (IIDA, 2003). O ouvido humano percebe sons de 20 a 120 dB. 
Sons acima de 120 dB causam desconforto, e atingindo 140 dB a sensação é dolorosa. A ABNT 
estabelece níveis de ruído para para conforto acústico estabelecidos na NBR 10152 (ASSIS, 2015).
Para entender como acorre o funcionamento do nosso sistema 
auditivo perante a percepção do som.
Assistir esse vídeo é importante para entender como acontece o 
processo de reconhecimento de som e transmissão da mensagem 
ao cérebro.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FLUwYCHFVas.
Os ruídos de natureza interna (produzidos no consultório, por motores de alta e 
baixa velocidade – 82 e 86 decibéis (dB) –, compressor de ar, bomba de sucção 
e outros), quando excedem a 60 dB, vão progressivamente lesando a integridade 
do ouvido interno.
https://www.youtube.com/watch?v=FLUwYCHFVas
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1.5 Propriocepção
Sem que haja o acompanhamento visual, o corpo humano pode perceber o movimento de 
partes do corpo pelo senso cinestésico. Através dele, o cérebro obtém informações sobre tensões 
internas e externas, e forças exercidas pelos músculos. As células receptoras estão situadas nos 
músculos, nos tendões e nas articulações. Quando há uma contração muscular, essas células 
transmitem informações ao sistema nervoso central sobre os movimentos e as pressões que estão 
ocorrendo, permitindo sua percepção e a manutenção do equilíbrio (HOKWERDA, 2002).
A propriocepção é muito importante no trabalho do CD, pois muitos movimentos dos 
pés e das mãos devem ser feitos sem acompanhamento visual, enquanto a visão se concentra 
em outras tarefas realizadas simultaneamente. Ou seja, enquanto ele aciona o pedal pelo senso 
cinestésico, ele está fazendo uma abertura coronária com a alta rotação.
1.6 Aspectos Emocionais e Variações Intra-Individuais
Os efeitos dos ritmos biológicos, fadiga ligada aos acontecimentos do dia, como 
acontecimentos familiares ou ao transporte, acumulação de fadiga entre feriados e ao longo dos 
anos, são acrescentados a diversidade das pessoas (ASSIS, 2015).
Enfatizando os aspectos emocionais (empatia, afeição e satisfação) e fazendo uso dos 
conhecimentos de ciências humanas, como psicologia e sociologia, a ergonomia contemporânea 
visa tornar o atendimento odontológico mais agradável e prazeroso e, assim, contribuir para a 
desmistificação da imagem do cirurgião-dentista, desvinculando-a de sentimentos e experiências 
desagradáveis (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
2 ETIOLOGIA DAS DOENÇAS DE CARÁTER OCUPACIONAL
A adequação entre operador, equipamento e instrumental frequentemente não é 
observada na realização do procedimento, e o profissional assume posturas inadequadas de 
trabalho. Consequentemente, na execução da tarefa, haverá somatória de traumatismos que 
poderão originar as tecnopatias odontológicas (TOLEDO, 1967; HOKWERDA, 2002). Nota-se, 
portanto, que o dentista está mais preocupado pelo que está fazendo do que como está fazendo, 
não se importando se sua postura está ergonomicamente correta ou não, levando então aos 
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) ou lesões por esforço repetitivo 
(LER), que iremos falar posteriormente.
A tecnopatia odontológica decorre, entre outros, da ação de fatores biomecânicos que 
incidem na região de pescoço, ombros, costas, coluna vertebral e membros superiores, devido, 
essencialmente, à postura inadequada, à repetitividade de movimentos, à compressão mecânica e 
à força excessiva (DELLEMAN; HASLEGRAVE; CHAFFIN, 2004).
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3 DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO
Síndrome caracterizada por uma série de microtraumatismos osteomusculares em 
articulações, ligamentos, tendões, bursas, vasos sanguíneos e nervos, que se acumulam e podem 
evoluir para problemas mais graves. As consequências podem ser dor, parestesia, edema, rigidez, 
tendinites e tenossinovites, podendo conduzir à desabilitação funcional do membro (NARESSI; 
ORENHA; NARESSI, 2013).
Nos Estados Unidos da América (EUA), os DORT constituem grave e crescente problema 
de saúde pública e destacam-se de outras doenças ocupacionais. Segundo o United States Bureau 
of Labour Statistics, o número de casos aumentou 14 vezes entre 1981 e 1994. Naquele país, no ano 
de 1996, foram acometidos por DORT 425.000 indivíduos, o que representou 65% das doenças 
ocupacionais (YENG et al., 2001).
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho foram por muito tempo chamados 
de lesão por esforço repetitivo, ou LER. Ainda esse termo é bastante conhecido, porém, a partir de 
1998, através da INSS, Norma Técnica publicada no Diário Oficial da União, o termo Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho foi consolidado (REGIS FILHO, 2020). Conforme o 
caso, esses distúrbios podem evoluir para dor crônica.
As posturas fixas, principalmente em trabalhos sedentários, são um fator de risco para o 
surgimento de lesões musculoesqueléticas, assim como as posturas inadequadas das extremidades 
superiores, tais como desvios de punhos em flexão, extensões radiais e ulnares, ombros fletidos, 
estendidos ou abduzidos, braços torcionados, antebraços supinados ou pronados, entre outras, 
também se constituem em fatores de risco (BARREIRA, 1994; COUTO, 1994).
O contato com equipamento, materiais, substâncias químicas e radiações ionizantes 
durante a realização de trabalhos pode determinar o aparecimento de alterações no organismo 
do cirurgião-dentista e da equipe. Além disso, o contato com o paciente, fluídos salivares e sangue 
pode levar à aquisição de diversas doenças.
De uma forma didática, podemos dividir a etiologia das tecnopatias na Odontologia da 
seguinte forma:
3.1 Postura de Trabalho
Até poucas décadas atrás, os equipamentos odontológicos eram concebidos para o 
trabalho em pé, com o profissional à frente, estando o paciente sentado. A postura de trabalho em 
pé obriga à flexão com rotação e inclinação da coluna vertebral, causando desequilíbrio pélvico, 
escoliose compensadora e discartrose, além de determinar profundas alterações na postura do 
profissional e comprometimento da hemodinâmica de retorno (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 
2013).
Porém, com a Ergonomia sendo aplicada, iniciou-se uma mudança de paradigma levando 
a mudança de posição do CD para a posição sentada, atendendo o paciente na posição supina, 
permitindo uma nítida visualização, seja ela direta ou indireta, diferente do que era antigamente.
No entanto, quando se muda da posição em pé para uma posição sentada relaxada sem 
suporte, a pelve rotaciona para trás e há uma variação subsequente da concavidade lombar para 
uma convexidade lombar (ZACHARKOW, 1988). O risco de dores para o trabalho sentado é 
grande, podendo acometer coluna e dorso, joelhos, pés, pernas e também pescoço.
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Figura 2 – Trabalho sentado – Esquema mostrando a incidência da postura inadequada durante
o atendimento odontológico. Fonte: Schon (1973).
3.1.1 Postura incorreta de membros superiores
As posturas fixas, principalmente em trabalhos sedentários, são um fator de risco para o 
surgimento de lesões musculoesqueléticas, assim como as posturas inadequadas das extremidades 
superiores, tais como desvios de punhos em flexão, extensões radiais e ulnares, ombros fletidos, 
estendidos ou abduzidos, braços torcionados, antebraços supinados ou pronados, entre outras, 
também se constituem em fatores de risco (BARREIRA, 1994; COUTO, 1994; ASSUNÇÃO, 
1997; CODO; ALMEIDA, 1997).
a) o punho fletido ou estendido em excesso leva à compressão do nervo mediano, que 
passa no túnel do carpo;
b) o punho em desvio ulnar durante um tempo significativo leva à fricção dos tendões dos 
músculos abdutor longo do polegar e do extensor curto do polegar, porque os mesmos dividem a 
mesma bainha sinovial na base do polegar;
c) os braços abduzidos em excesso levam à compressão do tendão do músculo supra-
espinhoso, com tendência à sua lesão;
d) os braços elevados acima do nível dos ombros ocasionam a compressão do plexo 
braquial na saída do desfiladeiro do pescoço (REGIS FILHO, 2020).
Todos esses desvios de posturas são influenciados pela interação de uma série de fatores 
ocupacionais e individuais, incluindo características do posto de trabalho, tais como: altura da 
mesa ou bancada, altura e formato da cadeira e seu encosto, distâncias de alcance em relação aos 
equipamentos que devem ser utilizados, formato e tamanho dos dispositivos em uso durante o 
trabalho e as características antropométricas do trabalhador (IIDA, 1993; CODO, ALMEIDA, 
1997).
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3.2 Agressão aos Órgãos Sensoriais - Tato
Com relação ao Tato, temos a principal agressão a Síndrome do Túnel do Carpo, pois 
no punho, o nervo mediano e os tendões flexores passam por um canal comum, cujas paredes 
lateral e posterior, rígidas, são formadas pelos ossos do carpo e cuja face anterior é formada pelo 
ligamento transverso do carpo. Assim, a repetição ou o esforço contínuo com desvio ulnar ou 
palmar ocasiona parestesia e dor, que pode levar à inflamação (tenossinovite) e à degeneração, 
culminando com a desabilitação funcional, incapacitando o indivíduo à prática profissional 
(NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
Com relação a força excessiva, a combinação da aplicação de força intensa e alta repetitividade 
aumenta a magnitude da associação com a lesão, mais do que qualquer um dos fatores isoladamente 
(REGIS FILHO, 2020). Para Chaffin e Andersson (1984), citados por Pece (1995), os músculos não 
podem sustentar contrações isométricas que ultrapassem de 15 a 20% de sua capacidade máxima 
de desenvolver fadiga e esforços estáticos, mesmo que exercidos por poucos segundos, devem se 
limitar a valores inferiores a 20% da capacidade muscular para aquela atividade, ou permitir longos 
períodos de descanso, sendo sugerido de 20 a 50 vezes o período de contração.
Portanto, atividades que favoreçam o aparecimento de fadiga, ou seja, de grande repetição 
ou esforço continuadamente sustentado, podem ocasionar dor crônica, inflamação e, por fim, 
degeneração dos tecidos, chegando à impotência funcional do membro. Estes movimentos 
repetitivos podem danificar diretamente os tendões através de frequente alongamento e flexão 
dos músculos (COUTO, 1994).
3.2.1 Doenças que mais acometem mão, punho e ombros do CD
Temos a tenossinovite como uma das doenças mais conhecidas na Odontologia, sendo ela 
a Tenossinovite de Quervain, que consiste na inflamação da bainha do abdutor longo e extensor 
curto do polegar, no primeiro compartimento dorsal do punho, acometendo mais frequentemente 
as mulheres na faixa etária entre 30 e 50 anos. Essa doença está associada principalmente ao trauma 
crônico secundário e sobrecarga das atividades diárias das mãos e punho (URIBE et al., 2010). 
O mecanismo básico da origem da síndrome, em relação às tarefas no trabalho ou 
domésticas, é a manutenção de um desvio ulnar do carpo, associado ao ato de fazer força. Esta 
síndrome pode advir do uso crônico de um saca-rolha, furadeira, prensas inadequadas, da 
digitação de textos, torcer o punho e fazer força ao mesmo tempo, como ocorre com lavadeiras e 
faxineiras e no uso de alicates (COUTO, 1994).
Os problemas surgem quando os tendões são incapazes de deslizar dentro do túnel. 
Executar repetidamente atividades como agarrar, pinçar, apertar e torcer, pode levar à Síndrome 
de DeQuervain (REGIS FILHO, 2020).
Capítulo III - Lesões por esforços repetitivos em cirurgiões-dentistas: aspectos 
epidemiológicos, biomecânicos e clínicos, do Livro Ergonomia Aplicada à 
Odontologia: As Doenças de Caráter Ocupacional e o Cirurgião-Dentista: 
Produtividade com Qualidade de Vida no Trabalho. A leitura deste capítulo fará 
com que você aluno entenda mais afundo quais são as principais doenças que 
podem acometer nossa profissão e deste modo tentar preveni-las.
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Outra doença comum que pode acometer o CD é a Síndrome do Impacto ou da Invasão, 
também conhecida popularmente como Bursite, que é um processo inflamatório ocasionado 
pela compressão das fibras do músculo supra-espinhoso pelo acrômio, ao se realizar a abdução do 
braço acima de 45° na região do manguito rotatório. Elevar o braço tende a forçar o úmero contra 
a borda do acrômio. Isso resulta numa ação de pinçamento sobre a bursa e os tendões do manguito 
rotatório, provocando uma ação de atrito contra esses tendões e a Bursa. Esporões ósseos podem 
se desenvolver, tornando a invasão pior e reduzindo, ainda mais, o espaço disponível para a bursa, 
fazendo os tendões se moverem sob o acrômio. Com o uso excessivo, isso pode causar irritação e 
aumento de volume do local (REGIS FILHO, 2020).
A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (Síndrome da Saída Torácica) é uma patologia que 
afeta o ombro, o braço e a mão. A causa comum, subjacente à síndrome, é a compressão dos nervos 
e artérias do braço na saída torácica. A compressão pode ocorrer com atividades repetitivas em 
que o braço tem de ser mantido acima da cabeça ou estendido à frente. Os sintomas da Síndrome 
do Desfiladeiro Torácico incluem dor, fraqueza, adormecimento e formigamento, inchaço, fadiga 
e sensação de frio no braço e na mão (REGIS FILHO, 2020).
Os Cirurgiões-dentistas continuam trabalhando, mesmo apresentando evolução da 
patologia para os graus de alta severidade, porém, para que isso possa ocorrer, submetem-se 
à fisioterapia. Entretanto, como o tratamento não leva à resolução do problema, em virtude 
das características próprias da profissão, como o exercício da clínica privada, uma parcela de 
profissionais recorre ao tratamento cirúrgico, para poder continuar exercendo suas atividades 
mão (REGIS FILHO, 2020).
3.3 Agressão aos Órgãos Sensoriais - Visão
Com relação a Visão, temos a fadiga caracterizada, como já mencionado anteriormente, 
devido à falta de iluminação adequada e, as vezes, por excesso de tentativa de foco, teremos 
o problema de fadiga ou vista cansada. Além disso, temos outras agressões como a luz do 
fotopolimerizador, o uso dos faceshields, atualmente, que infelizmente acabam dificultando um 
pouco a visualização e acabam por forçar um pouco mais a visão.
Em contrapartida, o não uso destes equipamentos de proteção pode levar a contaminação 
por nebulização por diversas doenças infecto-contagiosas, o exemplo mais recente é a COVID-19. 
Outra agressão que podemos observar é com relação ao aparelho respiratório, que foi 
amenizada recentemente com o uso de mascaras PFF2 e N95, além da utilização dos protetores 
faciais. Além da contaminação por nebulização e doenças infecto-contagiosas, pode-se acontecer 
um acidente denominado infortunística ocular,que são acidentes, de qualquer natureza, que 
ocorrem com o globo ocular e suas estruturas anexas, e que podem levar a cegueira ocular (REGIS 
FILHO, 2020). Por isso, é tão necessário o uso de EPIs individuais, tanto para o profissional, 
quanto para o paciente.
3.4 Agressão aos Órgãos Sensoriais - Audição
Com relação a Audição, infelizmente diante a nossa rotina estamos sujeitos a alguns 
riscos inerentes à nossa profissão. Como os altos ruídos provocados pelas canetas de alta e baixa 
rotação, que sabemos que não são os ideais, além disso, a bomba de sucção, compressor. Todos 
esses equipamentos acabam por prejudicar nossa audição ao longo dos anos.
Os Cirurgiões-dentistas, ao se submeterem a ruídos intensos e de alta frequência no 
seu exercício profissional diário, produzidos pelos múltiplos equipamentos em seus locais de 
trabalho, não raro relatam sentirem-se incomodados.
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Os profissionais relatam, ainda, que essas queixas de alterações auditivas, tais como: hipoacusias, 
zumbidos, irritabilidade, cefaleias e estresse, provavelmente, têm como origem o ruído 
(JANUÁRIO, 2000). O ruído intenso e excessivo é responsável por perdas auditivas progressivas 
e irreversíveis de trabalhadores expostos, devido à destruição de células sensoriais no ouvido 
interno (PEREIRA, 1989).
Um estudo conduzido por Januário (2000), com Cirurgiões-dentistas que trabalhavam 
em média 8 horas diárias, observou que os profissionais estavam expostos a ruído intermitente 
entre 70,1 a 75,5dB (A), apresentando picos de 107,3dB (A). Os níveis de pressão sonora eram 
mais acentuados nas frequências altas entre 4.000 e 16.000Hz. Esse mesmo estudo apontou 
que 64% dos profissionais apresentavam Mudança Temporária do Limiar Auditivo (MTLA) 
após a exposição ao ruído, produzidos pelos seus equipamentos odontológicos, o que indica a 
predisposição dos Cirurgiões-dentistas a apresentarem perdas auditivas permanentes.
Os Cirurgiões-dentistas que trabalham em média 8 horas diárias, estão expostos a ruído 
intermitente entre 70,1 e 75,5dB (A), apresentando picos de 107,3dB (A), e a frequências entre 
4.000 e 16.000Hz (REGIS FILHO, 2020).
3.5 Contaminação Cruzada, Materiais, Substâncias Químicas e Radiação 
Ionizante
O manuseio do equipamento pode propiciar a chamada contaminação cruzada, que 
ocorre quando, inadvertidamente, a equipe toca os comandos sem a devida proteção e vai atuar 
na boca do paciente; o contágio é levado à boca e vice-versa, aumentando o grau de contaminação 
(NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
As substâncias químicas utilizadas pelo profissional podem causar lesões na pele, mucosas, 
provocar alergias. São elas: fenol, eugenol, formocresol, monômeros acrílicos, ácido ortofosfórico, 
desinfetantes (são tóxicos e/ou irritantes) e outros. O emprego de substâncias químicas deve ser 
muito criterioso, observando-se eventuais reações, tanto no profissional, quanto no paciente. 
Além disso, temos que tomar cuidado com o mercúrio, pois pode ser extremamente tóxico e 
danoso ao organismo, principalmente, devido ao seu efeito cumulativo.
A radiação ionizante constitui outra preocupação ao CD, principalmente pelo seu efeito 
cumulativo, como o mercúrio. As medidas preventivas preconizadas no uso de radiações ionizantes 
são de diversas ordens: uso de aparelho que tenha certificação ISO, esteja calibrado, com cabeça 
e colimador com dupla proteção de chumbo, além de uso de filmes com emulsões ultrarrápidas e 
proteção mediante avental de borracha plumbífera (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
A utilização dos materiais na prática também constitui modalidade de contágio. 
Você já imaginou quantas vezes abriu e fechou as bisnagas de resina, cimentos 
ou embalagens no geral com as luvas de procedimento, impregnadas da saliva do 
paciente? Você estará promovendo contaminação cruzada se não tomar o devido 
cuidado de recobrir as tampas das embalagens ou usar uma sobreluva quando da 
manipulação destes materiais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após entendermos a respeito dos nossos músculos, coluna vertebral, visão, audição e 
propriocepção, conseguimos compreender o conceito e também como estamos sujeitos a 
desenvolvermos os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
Portanto, é de extrema necessidade que o aluno se atente à essas informações desde a pré-
clínica para levar alguns hábitos que vão contribuir para sua vida clínica e para evitar ao máximo 
o surgimento de algum desses distúrbios.
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 31
1 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DE CARÁTER OCUPACIONAL...........................................................................32
2 CONCEPÇÃO ERGONÔMICA DOS EQUIPAMENTOS .............................................................................................33
2.1 MOCHO ...................................................................................................................................................................33
2.2 CADEIRA ODONTOLÓGICA ...................................................................................................................................36
2.3 REFLETOR ..............................................................................................................................................................37
2.4 EQUIPO ..................................................................................................................................................................37
2.5 UNIDADE AUXILIAR ..............................................................................................................................................39
2.6 COMPRESSOR DE AR ...........................................................................................................................................39
2.7 OUTROS EQUIPAMENTOS ...................................................................................................................................39
3 POSICIONAMENTO DO CIRURGIÃO DENTISTA NO ATENDIMENTO ..................................................................40
PREVENÇÃO ÀS TECNOPATIAS E 
DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES 
RELACIONADOS AO TRABALHO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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4 POSICIONAMENTO DO PACIENTE NO ATENDIMENTO .......................................................................................42
4.1 EXCEÇÕES À POSIÇÃO SUPINA ...........................................................................................................................42
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................44
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INTRODUÇÃO
Neste módulo, iremos aprender sobre a Epidemiologia das Doenças de Caráter 
Ocupacional, saber como estão distribuídas e como afeta o Cirurgião-Dentista. Além disso, o 
enfoque da Unidade III é a respeito da Prevenção às tecnopatias e distúrbios Musculares.
Sabemos que há uma relação direta entre a aplicação dos recursos da Ergonomia e a 
segurança do trabalho, que pode contribuir para a prevenção de doenças musculoesqueléticas e 
psicológicas; especialmente em odontologia, onde existem inúmeros riscos inerentes à profissão, 
e que, apenas recentemente, passaram a ser mais discutidos (SANTOS, 2015).
Porém, há uma carência muito grande quando se fala no conhecimento acerca do tema 
e também da conscientização profissional. A conscientização tem por obrigação envolver etapas 
desde a identificação de riscos, até a prevenção dos mesmos para melhoria da qualidade do 
trabalho e, consequentemente,da qualidade de vida. Quando falamos de riscos, temos inúmeros, 
um deles é o risco biológico, pois o Cirurgião Dentista está constantemente exposto a inúmeros 
microrganismos com potencial transmissão de diversas doenças.
Nesta unidade, abordaremos sobre a concepção e formatação dos equipos odontológicos 
e, sobretudo, sobre o posicionamento do Cirurgião Dentista e também do paciente durante o 
atendimento, de modo a evitar fadiga, postura inadequada e futuras lesões.
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1 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DE CARÁTER OCUPACIONAL
Um estudo de Guimarães (2001) afirmou que a cada ano 1200 profissionais da saúde 
são infectados pelo vírus da Hepatite B, o risco para o profissional da odontologia é de 6 a 30% 
(THEODORO et al., 2009). Em um estudo feito com cirurgiões-dentistas de São José dos Campos, 
observou-se que dos 58,95% profissionais relataram sentir dor em decorrência do trabalho, e destes 
46,15% foram diagnosticados com Lesão por Esforço Repetitivo (LER)/Distúrbio Osteomuscular 
Relacionado ao Trabalho (DORT) (PEREIRA et al., 2010).
No Brasil, o sistema nacional de informação do Sistema Único de Saúde não inclui 
os acidentes de trabalho em geral e nem LER/DORT, em particular, o que não permite a 
obtenção de dados epidemiológicos que efetivamente cubram a totalidade dos trabalhadores, 
independentemente de seu vínculo empregatício. Os dados disponíveis são aqueles da Previdência 
Social, que se referem apenas aos trabalhadores do mercado formal e com contrato trabalhista 
regido pela CLT, o que totaliza menos de 50% da população economicamente ativa (IBGE, 1991). 
Cabe ressaltar que esses dados são coletados com finalidades pecuniárias, não epidemiológicas 
(MERLO et al., 2000).
Quando falamos nas condições relacionadas a mecânica, podemos observar uma 
diminuição na produção do profissional devido a acidentes e a doenças ligadas ao trabalho. Os 
distúrbios mais comuns encontrados em Cirurgiões Dentistas são: LER/DORT, cansaço físico, 
dores musculares, alteração do sono, tensão, ansiedade e para evitá-las é preciso um ajuste entre 
trabalho e profissional; visando a praticidade, o conforto físico e psíquico (KASSADA; LOPES; 
KASSADA, 2011).
Com relação a DORT, Pinto (2019) diz que ela apresenta caráter evolutivo e incapacitante 
quando não tratada; e pode apresentar quadros clínicos específicos, como em casos de tendinite 
e bursite; ou quadros não específicos, sendo estes divididos em Grau I (dor e desconforto, sem 
sinais clínicos), Grau II (dor intensa, formigamento, sem sinais clínicos), Grau III (dor, parestesia, 
aparecimento de sinais clínicos como edema, hipertonia e outros) e Grau IV (perda do controle 
de movimentos, capacidade de trabalho anulada e sinais clínicos mais agravados).
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2 CONCEPÇÃO ERGONÔMICA DOS EQUIPAMENTOS
2.1 Mocho
Sua base deve ter, preferentemente, cinco rodízios, para permitir deslocamento sem 
risco de queda. A altura do assento deverá permitir que o profissional com variação de estatura 
entre 1,50 e 1,96m possa sentar-se em postura saudável, favorecendo a circulação de retorno 
(hemodinâmica), sem risco de compressão das safenas, situadas na porção póstero interna da 
coxa. A largura do assento poderá ser em torno de 40 a 43 cm, de consistência semirrígida, 
com profundidade de 40 cm; a partir de 15 cm do limite posterior, deverá haver rebaixamento 
de 20º da borda anterior. O encosto deve proporcionar correto apoio à porção superolateral da 
pelve, estabilizando-a e impedindo sua rotação posterior. Deve ter de 10 a 12 cm de altura e 
30 cm de largura e apresentar regulagens variáveis verticais de 17 a 24 cm e profundidade de 
acordo com o biotipo do usuário. É também necessário que tenha ajuste horizontal para evitar 
mal posicionamento da coluna lombar. Os mochos de cirurgião-dentista e de auxiliar em saúde 
bucal (ASB) devem ter as mesmas características, com elevação preferentemente a gás, devendo 
variar entre 47 e 63 cm (NARESSI; ORENHA; NARESSI, 2013).
Profissionais da odontologia, assim como a maioria das profissões realizadas na postura 
sentada, possui como característica principal manter uma postura estática com inclinação anterior 
de tronco e pescoço (BERTOLACCINI, 2017). Marklin et al. (2005), analisando a atividade 
do cirurgião dentista (CD) durante o exercício de seu oficio, apontaram que o profissional 
passa 35% do tempo de sua atividade com o pescoço flexionado para frente. Sendo que essa 
inclinação é de 30°, considerando o ponto 0° como sendo o pescoço alinhado com o eixo do 
tronco. Portanto, mesmo a postura saudável do cirurgião-dentista e o correto posicionamento 
do campo de trabalho, às vezes não impedem a inclinação da cabeça mais que 25º, limite máximo 
fisiologicamente permitido (Figura 1).
 
Figura 1 – Posicionamento ergonômico incorreto e correto, respectivamente, da coluna e pescoço.
Fonte: Naressi, Orenha, Naressi (2013).
Para evitar sobrecarga e o desenvolvimento das DORTs devido à estática sentada, é 
indicado aos Cirurgiões Dentistas tentar utilizar uma rotina de trabalho mais dinâmica. Tentando 
não permanecer sentado, na mesma posição por muito tempo. É indicado, portanto, a cada 
intervalo, o profissional se levantar para esticar-se e alongar-se.
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Além disso, é indicado também a adoção de posturas sentadas alternadas variando entre 
a posição sentada estática e posição sentada dinâmica.
A posição sentada estática ou passiva consiste na posição sentada com a coluna alinhada 
e com as costas apoiadas no encosto do mocho (Figura 2); Já a posição sentada dinâmica consiste 
em se manter uma posição semelhante, porém sem apoiar as costas no encosto, neste caso também 
se mantém a coluna alinhada evitando o arqueamento das costas. O movimento do tronco se faz 
através da articulação do quadril (Figura 3).
Figura 2 – Posição estática sentada. Fonte: Naressi, Orenha, Naressi (2013).
Figura 3 – Posição estática dinâmica. Fonte: Naressi, Orenha, Naressi (2013).
Também é indicado ao CD utilizar variadas posições entre 9 e 13 horas para destros e 
entre 12 e 3h para canhotos.
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No mercado odontológico, existem alguns mochos desenvolvidos para permitir o 
maior conforto do cirurgião dentista durante o atendimento. São eles, os mochos tipo Sela. O 
equipamento oferecido pela empresa Salli (Figura 4), possui assento ergonômico (tipo sela de 
cavalo), apoio para os membros superiores e estrutura com cinco rodízios. Essa configuração, 
segundo o fabricante, garante maior conforto para os membros superiores por conta de seu apoio 
ser articulado, possibilitando assim uma maior variabilidade de configurações para a posição dos 
braços com o respaldo do suporte. Além de ter como fundamentos para a concepção do assento a 
sela de cavalo, o que ajuda na manutenção de uma postura neutra, ou seja, zero grau de inclinação 
de tronco.
Figura 4 – Mocho odontológico tipo Sela com apoio aos braços. Fonte: Bertolaccini (2017).
 
A posição ideal, portanto, do Cirurgião Dentista no mocho durante o atendimento, 
segundo Garbin, Garbin e Diniz (2009) corresponde em:
• Sentar-se, no mocho, simetricamente ereto e o mais para trás possível, com o esterno 
levemente avançado e levantado, e os músculos abdominais suavemente comprimido. 
• As costas devem permanecer apoiadas sobre a parte posterior dos ossos da bacia, a fim 
de manter a posição ereta. Esse apoio ocorre sem pressão contra os músculos inferiores 
e superiores, evitando tornar a postura desfavorável e também que ocorra uma redução 
dos movimentos.
Para entender as diferenças entre os mochos odontológicos e 
ergonomia, acesse esse vídeo.
O mesmo é importante pois vai facilitar o entendimento de qual 
deve ser nossa postura ao assumirmos o mocho odontológico, de 
modo

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