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1 - Apostila - PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (NPG1439)

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PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 1 
 
 
Proteção ao Meio Ambiente 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 2 
Proteção ao Meio Ambiente 
 
1 - O Início 
 
Quando pensamos na Terra, imaginamos um planeta predominantemente azul sobre 
um fundo negro, o que normalmente nos remete, em um conhecimento básico de 
ciências e em observações rotineiras, para um corpo imutável aos olhos humanos. No 
entanto, o nosso planeta vai muito além das limitadas observações humanas e muitas 
vezes, mesmo para além das interpretações instrumentais que simulam os ambientes 
planetários (Garcia et al., 2015). 
 
A Terra é, ao contrário do sugerido anteriormente, um planeta dinâmico, que 
evoluiu/evolui a escalas (temporais e espaciais) bem mais amplas do que as humanas, 
principalmente quando se pensa em tempo, sua análise é feita pelo tempo geológico 
(em que os milhões de anos aparecem como a unidade de trabalho). O conhecimento 
desse passado geológico longínquo pode ser acedido pelo estudo das rochas e dos 
fósseis; torna-se então possível conhecer algumas das transformações da Terra e de 
seus ambientes, bem como a forma como a vida evoluiu no nosso planeta, ainda 
segundo a mesma autora. 
 
Segundo Press et al. (2006), o nosso planeta funciona como um sistema de dinâmico 
entre a geosfera, a hidrosfera e a atmosfera, que são, por sua vez, subsistemas 
complexos. Embora por vezes para entender o funcionamento da Terra se estudem 
seus subsistemas separadamente, como se cada um deles existisse sozinho, para obter 
uma perspectiva completa do seu funcionamento, torna-se necessário entender os 
modos como seus subsistemas interagem entre si (p. ex., como os gases de um vulcão 
podem induzir mudanças climáticas). 
 
Atualmente, neste mundo em que a fasquia dos mais de 7 bilhões de seres humanos 
já foi ultrapassada, as questões de conservação da Natureza são vitais e inadiáveis. 
Não apenas do ponto de vista do seu valor intrínseco, mas, também, pelos valores 
cultural, estético, educativo, científico, econômico, utilitário etc. 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 3 
Um aspecto de base bem presente é que a natureza abiótica, a par da natureza biótica, 
é parte integrante e fundamental da Natureza (GRAY, 2004; LARWOOD & DURHAM, 
2005), e que as transformações constantes da Terra (graduais ou não graduais) são 
um elemento crucial dessa dinâmica natural, constituindo um elo entre o passado, o 
presente e o futuro e mantendo um delicado equilíbrio de condições no qual a vida vai 
evoluindo. 
 
Desta forma, convidamos a todos para participarem de uma reflexão sobre o nosso 
ambiente, sobre a importância de sua preservação e também em como podemos 
interligar e praticar nossa profissão da segurança da vida, para todas as formas de 
vida. Que tal começarmos pelo entendimento do que é, efetivamente, meio ambiente? 
 
2 - Meio Ambiente 
 
Uma discussão recorrente a respeito do termo meio ambiente é a suposta redundância 
que existe entre ambos os termos: a palavra meio significa o mesmo que ambiente. 
 
O motivo dessa reiteração obedece a razões históricas, já que, durante a Conferência 
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), a impressão 
semântica das traduções do inglês, acabou por gerar o termo meio ambiente como e 
uso comum, em vez de se usar somente um deles (ou meio ou ambiente). 
 
Será que existe um conceito certo ou errado de ambiente? Com essa questão 
iniciaremos nosso processo de reflexão conjunta nesta disciplina. 
 
Ambiente: 
 
O conceito de ambiente ou meio ambiente está em constante processo de construção 
e é possível encontrarmos diferentes definições para esse termo, segundo a Feema 
(1990) e o Ibama (1994). 
Tabela 1: Definições de meio ambiente 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 4 
 
Ano Meio Ambiente – Definições 
1976 As condições, influência ou forças que envolvem ou influem ou modificam: o 
complexo de fatores climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre um 
organismo vivo, ou uma comunidade ecológica, e acaba por determinar sua 
forma e sua sobrevivência, a agregação das condições sociais e culturais que 
influenciam a vida de um indivíduo ou uma comunidade. (WEBSTER’S, 1976) 
1977 O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos e biológicos 
e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, 
imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas. 
(POUTREL & WASSERMAN, 1977) 
1977 A soma das condições externas e das influências que afetam a vida, o 
desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo. 
(BANCO MUNDIAL, 1977). 
1978 O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e 
os outros organismos. (PNUMA, 1978) 
1978 O conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e os 
demais organismos e de onde obtêm sua subsistência. (CONFERÊNCIA DE 
TIBILLISI, 1978) 
1988 Conjunto de componentes naturais e sociais, e suas interações em um 
determinado espaço de tempo, no qual se dá a dinâmica das interações 
sociedade-natureza, e suas consequências, no espaço que habita o ser 
humano, o qual é parte integrante deste todo. Desta forma, o ambiente é 
gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e 
transformação do espaço da sociedade. (GUTMAN, 1988) 
1992 Qualquer espaço de interação e suas consequências entre a sociedade 
(elementos sociais, recursos humanos) e a natureza (elementos ou recursos 
naturais). (QUEIROZ E TRÉLLEZ, 1992) 
Adaptada de: Feema (1990) e Ibama (1994 apud FUNIBER, 2009). 
 
 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 5 
Já, segundo o site 
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/o_que_e_meio_ambiente.htm (acesso 
em: 02/04/2011), é o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de 
ordens física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas. 
 
Vamos observar: a questão ambiental, a qual vemos que é complexa, devido aos 
sistemas ambientais serem evolutivos, ou seja, não deterministas, não lineares, 
irreversíveis e com estados de desequilíbrio constante. Esse processo evolutivo e suas 
modificações constantes inserem acontecimentos irreversíveis, aumentando a 
complexidade do sistema. (PHILIPPI JR. & SILVEIRA, 2009) 
 
Aqui chegamos à conclusão de que há muitas maneiras de abordar conceitualmente o 
meio ambiente e uma única área do conhecimento humano não pode abranger e 
explicar a gama de fenômenos naturais e culturais que ocorrem em escalas espaciais 
e temporais diversas. 
 
Vemos assim, que a questão da definição do ambiente é complexa, pois está 
relacionada aos aspectos evolutivos da própria sociedade. 
 
Apenas para ampliarmos essa discussão, em uma segunda abordagem conceitual da 
própria questão ambiental, percebemos que há o envolvimento da visão econômica. 
Os economistas clássicos, com algumas exceções, sempre teorizaram sobre os 
sistemas econômicos sem considerar o meio natural como fornecedor de materiais 
energia para a sociedade humana, e como receptor dos resíduos resultantes e da 
energia dissipada pelas atividades antrópicas. (PHILIPPI JR. & SILVEIRA, 2009) 
 
Agora, vamos refletir um pouco sobre como o homem vê o meio ambiente perante a 
constituição: 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 6 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” 
(art. 225 da Constituição Federal). 
 
Percebemos aqui a abertura de interpretações que a lei nos fornece:o que é ambiente 
ecologicamente equilibrado? Será que isso tem o mesmo parâmetro para mim e para 
você? Mais uma coisa: Essencial à sadia qualidade de vida – será que há igualdade na 
qualidade de vida da sociedade? Todos tem o mesmo padrão de vida social (pobres, 
classe média e classe alta)? 
 
Vemos com isso que meio ambiente está muito mais relacionado com a questão social 
e cultural, do que somente definições biológicas. Esse é um dos desafios primordiais 
do século XXI para a preservação do meio ambiente: a questão da reforma de valores 
culturais e sociais, começando pela reforma das próprias políticas públicas. 
 
3 - Educação Ambiental 
 
Educação, do vocábulo latino educere, significa conduzir, liderar, puxar para fora. 
Baseia-se na ideia de que todos os seres humanos nascem com o mesmo potencial, 
que deve ser desenvolvido no decorrer da vida. O papel do educador é, portanto, criar 
condições para que isso ocorra, criar condições para que levem o desenvolvimento 
desse potencial, que estimulem as pessoas a crescerem cada vez mais. (PELICIONI, 
2009) 
 
Segundo Paulo Freire, famoso educador brasileiro, hoje reconhecido 
internacionalmente, ninguém educa ninguém, ninguém conscientiza ninguém, 
ninguém se educa sozinho. Isso significa que a educação depende de adesão 
voluntária, depende de quem a incorpora e não de quem a propõe. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 7 
No Relatório para a UNESCO de 1996, da Comissão Internacional sobre Educação para 
o século XXI, a educação aparece como indispensável à humanidade na construção 
dos ideais de paz, da liberdade e da justiça social como também para o 
desenvolvimento contínuo, tanto das pessoas como das sociedades, do século XXI em 
diante. (PELICIONI, 2009) 
 
Aqui vemos que para falar de educação ambiental, temos que admiti-la como processo 
de educação política que busca formar para que a cidadania seja exercida e para uma 
ação transformadora, a fim de melhorar a qualidade de vida da coletividade. A 
abordagem sociocultural permite a ação proativa e transformadora, proposta pela 
educação ambiental, se efetive, já que implica formação para uma reflexão crítica. 
(PELICIONI, 2009) 
 
A educação ambiental se coloca em uma posição contrária ao modelo de 
desenvolvimento econômico vigente no sistema capitalista selvagem, em que os 
valores éticos, de justiça social e solidariedade não são considerados nem a 
cooperação é estimulada, mas prevalecem o lucro a qualquer preço, a competição, o 
egoísmo e os privilégios de poucos em detrimento da maioria da população. 
(PELICIONI e PHILIPPI JUNIOR, 2005) 
 
Veja: mais um desafio para o século XXI! 
 
Mas, enfim, qual é a definição de educação ambiental? 
Educação ambiental é um instrumento que pode proporcionar mudanças na relação 
do homem com o ambiente e surge como resposta à preocupação da sociedade com 
o futuro da vida (alterado de: http://pga.pgr.mpf.gov.br/pga/educacao/que-e-ea/o-
que-e-educacao-ambiental, acesso em: 20 abr. 2011). 
 
A educação ambiental também pode ser chamada de EA, sua abreviação, e tem como 
proposta principal a superação da dicotomia entre natureza e sociedade, através da 
formação de uma atitude ecológica nas pessoas. Um dos seus fundamentos é a visão 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 8 
socioambiental, que afirma que o meio ambiente é um espaço de relações, é um 
campo de interações culturais, sociais e naturais (a dimensão física e biológica dos 
processos vitais). Ressalte-se que, de acordo com essa visão, nem sempre as 
interações humanas com a natureza são daninhas, porque existe um copertencimento, 
uma coevolução entre o homem e seu meio. Coevolução é a ideia de que a evolução 
é fruto das interações entre a natureza e as diferentes espécies, e a humanidade 
também faz parte desse processo, segundo o mesmo site. 
 
Para fecharmos essa primeira discussão, definimos a educação ambiental como um 
processo que busca: 
 
“(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio 
ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha 
conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, 
individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para 
a prevenção dos novos (...)” (capítulo 36 da agenda 21). 
 
4 - Consumir Para Quê? 
 
Desde os tempos dos caçadores e coletores, três grandes mudanças culturais 
aumentaram o impacto sobre o meio ambiente. Para que possamos entendê-las e 
assim discutir o desenvolvimento sustentável na dimensão humana, vamos ler o texto 
de Miller Junior (2007): 
 
Evidências fósseis e estudos de culturas antigas sugerem que a atual forma de nossa 
espécie, Homo sapiens, tem povoado a Terra há apenas 60 mil anos (algumas 
evidências recentes afirmam 90 mil a 195 mil) – menos que um piscar de olhos nesse 
maravilhoso planeta com 3,7 bilhões de anos de vida. 
 
Até aproximadamente 12 mil anos atrás, éramos na maioria caçadores e coletores que 
se moviam conforme a necessidade de encontrar alimento suficiente para a 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 9 
sobrevivência. A partir daí, três grandes mudanças culturais ocorreram: a revolução 
agrícola (que começou há 10-12 mil anos); a revolução industrial-médica (iniciada por 
volta de 275 anos atrás) e a revolução da informação-globalização (iniciada há cerca 
de 50 anos). 
 
Essas mudanças culturais aumentaram de forma considerável nosso impacto no meio 
ambiente. Por meio dessas mudanças, passamos a dispor de muito mais energia e 
novas tecnologias para alterar e controlar o planeta, visando atender a nossas 
necessidades básicas e crescentes desejos. Elas também permitiram a expansão da 
população humana, em especial graças à farta disponibilidade de suprimentos 
alimentares e maior expectativa de vida. Além disso, elevaram consideravelmente o 
uso de recursos, poluição e degradação ambiental, que ameaçam a sustentabilidade 
das culturas humanas a longo prazo. 
 
Interessante este histórico exposto pelo autor não? Mas o que é desenvolvimento 
sustentável então? 
 
Antes de respondermos essa questão, vamos observar, como o fez Gonçalves (1990 
apud PELICIONI, 2005), que o modo de ser, de produzir e de viver dessa sociedade é 
fruto de um modo de pensar e agir em relação à natureza e aos outros seres humanos 
que remonta a muitos séculos. Restringindo-se ao pensamento ocidental, percebem-
se nas obras de alguns filósofos da Grécia e Roma clássicas, bem como na tradição 
judaico-cristã, espinha dorsal da cultura ocidental, indícios de certos valores bastante 
presentes nas sociedades atuais, como o antropocentrismo e a visão dicotomizada 
entre o ser humano e a natureza. 
 
Platão, por exemplo, no ano de 111 a.C., já denunciava a ocorrência de desmatamento 
e erosão de solo nas colinas de Átila, na Grécia, ocasionados pelo excesso de pastoreio 
de ovelhas e pelo corte de madeira. (DARBY, 1956) 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 10 
Observação importante: Através do exposto, percebemos que medidas precisariam ter 
sido tomadas desde então, mas que infelizmente não o foram. 
 
A concepção de desenvolvimento sustentável tem suas raízes fixadas na Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, capital da 
Suécia, em julho de 1972, segundo Brunacci e Philippi Junior (2009). 
 
Segundo Funiber (2009), o termo desenvolvimento sustentável, como é, foi 
estabelecido pela International Union for The Conservation of Nature (IUCN), embora 
sua popularidade tenha origem no relatório “Nosso futuro comum” ou relatório 
Bruntland (WCED, 1987), preparado pela ComissãoBruntland das Nações Unidas, no 
qual se lê: “O desenvolvimento sustentável satisfaz as necessidades atuais sem 
comprometer a capacidade de futuras gerações de satisfazer suas próprias 
necessidades”. 
 
Analisemos que os componentes substantivos nessa definição são as questões de 
equidade, tanto entre uma mesma geração como entre diferentes gerações, a fim de 
que todas as gerações, presentes e futuras, aproveitem o máximo sua capacidade 
potencial. Entretanto, a maneira como as atuais oportunidades estão distribuídas não 
é, na realidade, indiferente. Seria estranho que estivéssemos preocupados 
profundamente com o bem-estar das futuras gerações e deixássemos de lado a triste 
sorte dos pobres de hoje. No entanto, atualmente, nenhum desses dois objetivos tem 
assegurada a prioridade que merece. Consequentemente, talvez uma reestruturação, 
das pautas concernentes à distribuição de renda, à produção e ao consumo em escala 
mundial seria uma condição prévia necessária a toda estratégia viável de 
desenvolvimento sustentável. 
 
Vemos que o conceito de desenvolvimento sustentável surgiu em um contexto de crise 
econômica e da revisão de paradigmas de desenvolvimento. A crise econômica na 
maior parte do mundo, a instabilidade, o aumento da pobreza etc., colocavam em 
dúvida a viabilidade dos modelos convencionais, inclusive, a própria ideia de 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 11 
“desenvolvimento” havia sido sustada das políticas ante a urgente necessidade de 
estabilizar as economias e recuperar o crescimento econômico. (FUNIBER, 2009) 
 
O surgimento da ideia do desenvolvimento sustentável teve repercussões importantes 
em todos os meios – graças aos esforços da Comissão das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) – por causa da necessidade de renovar 
concepções e estratégias, buscando o desenvolvimento das nações pobres e 
reorientando o processo de industrialização dos países mais avançados. O conceito 
convencional de desenvolvimento se referia ao processo de melhoria das condições 
econômicas e sociais de uma nação. O enfoque da Comissão buscou ir além da 
dimensão econômica e social, tratando de incluir a questão ambiental como um dos 
elementos centrais da concepção e das estratégias de desenvolvimento, ainda 
segundo Funiber (2009). 
 
Ainda segundo esse mesmo autor, ao qualificar o desenvolvimento como o adjetivo 
“sustentável”, incorpora-se um conceito de capacidade de subsistir ou continuar. A 
sustentabilidade expressa uma preocupação com o meio ambiente para que as 
gerações futuras o utilizem e o desfrutem da mesma forma que a presente. Nesse 
caso, “desenvolvimento” não é sinônimo de “crescimento”. Crescimento econômico é 
entendido como aumentos na renda nacional. Em contrapartida, o desenvolvimento 
implica algo mais amplo, uma noção de bem-estar econômico que reconhece 
componentes não monetários. Estes podem incluir a qualidade do meio ambiente. 
 
É importante ressaltar que o desenvolvimento sustentável exige que se definam 
prazos, com qual ordem de prioridades, a que níveis e escalas e quais recursos 
econômicos utilizar para obter a sustentabilidade. Essa tarefa é muito complexa, dados 
os aspectos sociais, políticos e elementos técnicos implicados, por exemplo, na 
superação da pobreza, em que a sustentabilidade pode ser inalcançável, mesmo em 
prazos relativamente longos. (FUNIBER, 2009) 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 12 
Vemos em diversos estudos, que as modificações ambientais provocadas pela ação 
antrópica, alterando significativamente os ambientes naturais, poluindo o meio 
ambiente físico, consumindo recursos naturais sem critérios adequados, aumentam o 
risco de exposição a doenças e atuam negativamente na qualidade de vida da 
população. (MIRANDA et al., 1994; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1995; BANCO MUNDIAL, 
1998; WHO, 1999) 
 
As modificações ambientais decorrentes do processo antrópico de ocupação dos 
espaços e de urbanização, que ocorrem em escala global, especialmente as que vêm 
acontecendo desde os séculos XIX e XX, impõem taxas incompatíveis com a 
capacidade de suporte dos ecossistemas naturais. (PHILIPPI JR. & MALHEIROS, 2008) 
 
Ainda segundo os mesmos autores, a análise dos impactos potenciais dessas 
modificações pode ser feita sob o enfoque da mudança nos padrões de consumo e de 
produção, facilitando assim a compreensão dessa questão e das medidas necessárias 
para a reversão dos problemas instaurados. 
 
Mas, afinal, o que podemos fazer em relação ao consumo, se o mesmo é necessário 
para a sobrevivência das espécies? 
 
Para responder isso, surgem as questões de consumo consciente e consumo 
sustentável. 
 
5 - Consumo Consciente e Sustentável 
 
Para começarmos a falar de consumo consciente e consumo sustentável, vamos 
assistir ao vídeo: I Seminário Consumo Consciente FASB - Teixeira de Freitas V1, 
disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=HNHfguQb14I>, acessado em 22 
maio 2017. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 13 
Consumir é necessário para a sobrevivência dos seres vivos. Todos os organismos 
consomem: água, nutrientes, energia. Entretanto, há uma diferença significativa entre 
outras espécies de organismos vivos e o homem: o consumismo desenfreado e 
exagerado que não é somente para sobreviver no meio em que vive. 
 
Segundo o site http://www.ressoar.org.br/conceito_consumo_consciente.asp, quando 
se fala em consumo, a primeira coisa que vem à mente é o simples ato de comprar, 
seja de maneira programada, por necessidade ou por impulso. A compra é apenas um 
dos sentidos deste conceito. Antes dela, temos que decidir o que consumir, por que 
consumir, como consumir e de quem consumir. Depois de refletir a respeito desses 
pontos é que partimos para a compra. E após a compra, existe o uso e o descarte do 
que foi adquirido, que também geram impactos e degradação ambiental. 
 
O consumo consciente é uma maneira de consumir levando em consideração os 
impactos provocados pelo consumo. Com isso, o consumidor pode, por meio de suas 
escolhas, buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos dos seus 
atos de consumo, e, assim, contribuir com seu poder de consumo para construir um 
mundo melhor. 
 
Ainda conforme cita o mesmo site, o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a 
sua satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta, lembrando que a 
sustentabilidade implica um modelo ambientalmente correto, socialmente justo e 
economicamente viável. Ele também reflete a respeito de seus atos de consumo e 
como eles irão repercutir sobre si mesmo, nas relações sociais, na economia e na 
natureza. Além disso, busca disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, 
fazendo com que pequenos gestos de consumo realizados por um número muito 
grande de pessoas promovam grandes transformações. 
 
Vários são os exemplos que podem ser citados quanto ao uso não consciente dos 
recursos naturais esgotáveis que já estão gerando sérios problemas no mundo: água 
potável, combustíveis fósseis, energia elétrica, minerais como ouro e o mercúrio. 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 14 
Já, quando falamos em consumo sustentável, precisamos saber que este conceito 
passou a ser construído a partir do termo desenvolvimento sustentável, divulgado 
com a Agenda 21, documento produzido durante a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992. A Agenda 
21 relata quais as principais ações que devem ser tomadas pelos governos para aliar 
a necessidade de crescimento dos países com a manutenção do equilíbrio do meio 
ambiente. Os temas principais desse documento falam justamentesobre mudanças 
de padrões de consumo, manejo ambiental dos resíduos sólidos e saneamento e 
abordam ainda o fortalecimento do papel do comércio e da indústria (Fonte: 
<http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article151>). 
Assim, podemos definir o consumo sustentável como o uso dos recursos naturais 
para satisfazer as necessidades pessoais sem o comprometimento das necessidades 
das gerações futuras. Isso é o saber usar para nunca faltar. 
Sabendo que o consumo é um ato essencial e inevitável da vida humana e apresenta 
características particulares que ultrapassam as necessidades da vida biológica ou 
material, precisamos raciocinar que a satisfação das necessidades humanas têm três 
componentes: o utilitário, o de comunicação e o psicológico. Segundo a Funiber 
(2009), eles podem ser discutidos: 
O componente utilitário nem sempre determina a escolha; às vezes o ato do 
consumo está motivado pelo propósito de se comunicar com os outros, de 
demonstrar que se respeitam as convenções sociais, que se está na moda ou que se 
é completamente diferente. O componente psicológico impulsiona a consumir para 
se provar algo a si mesmo, para se assemelhar à imagem que tem de si e se sentir 
bem consigo mesmo. 
O consumo desmedido das sociedades modernas implica o uso de elevadas 
quantidades de recursos naturais. Ao mesmo tempo, os atos de consumo 
comprometem todas as esferas da vida humana: a material, a social e a psicológica. 
Modificar os hábitos de compra da população é um objetivo indispensável para 
coadjuvar a proteção do meio ambiente, diminuir a contaminação e a geração de 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 15 
resíduos e promover um eficiente controle de energia, entre outras coisas. A 
aquisição de novos hábitos implica a modificação da cultura que faz consumir bens e 
serviços supérfluos, limitando-se apenas a satisfação das necessidades básicas e 
gerando novas formas de relação entre a população e o meio natural. Torna-se 
evidente que a educação é um instrumento catalisador através do qual se pode 
impulsionar e fomentar uma cultura da responsabilidade ambiental. 
Para concluirmos essa parte do assunto, percebemos ao longo da discussão desse 
tema, que temos a possibilidade de ainda deixarmos para as futuras gerações um 
pouco do nosso patrimônio natural, nos dado pelo planeta Terra, de modo que todos 
tenham a possibilidade de usofruto consciente do mesmo. No entanto, medidas 
políticas, sociais e culturais precisam ser tomadas e praticadas continuamente. 
 
Que tal fazermos a nossa parte? 
 
6 - Sustentabilidade 
 
Antes de entrarmos nos conceitos e objetivos da sustentabilidade, tal qual ela o é, 
vamos continuar lendo o texto de Miller Junior (2007) para podermos entender melhor 
as explicações da aula: 
 
Alguns críticos acreditam que as visões de mundo ambientais centradas no ser humano 
deveriam ser expandidas para reconhecer o valor intrínseco ou inerente de todas as 
formas de vida, independentemente de seu uso potencial ou real para os seres 
humanos. A maioria das pessoas que têm essa visão de mundo acredita que temos 
responsabilidade ética de evitar a extinção prematura de espécies por meio de nossas 
atividades por três razões. Primeira, cada espécie é depósito único de informações 
genéticas e deveria ser respeitada e protegida simplesmente porque existe (valor 
intrínseco). Segunda, cada espécie é um bem econômico potencial para uso humano 
(valor instrumental). Terceira, populações de espécies são capazes, por meio da 
evolução e da especiação, de se adaptar às mudanças das condições ambientais. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 16 
Alguns acreditam que devemos ir além de focar nas espécies. De acordo com essas 
pessoas, temos responsabilidade ética de não degradar os ecossistemas, a 
biodiversidade e a biosfera para esta e para as futuras gerações de seres humanos e 
de outras espécies. Essa visão de mundo ecocêntrica é dedicada à preservação da 
biodiversidade e do funcionamento de sistemas de suporte à vida para todas as vidas. 
 
Uma das visões de mundo centradas na Terra é chamada visão de mundo de 
sabedoria ambiental. Em muitos aspectos, ela é o oposto da visão de mundo de 
gestão planetária. De acordo com essa visão de mundo, somos parte – não estamos 
isolados – da comunidade de vida e dos processos ecológicos que sustentam todas as 
formas vivas. 
 
Para compreendermos essas visões comentadas, vamos analisar a Tabela 2. 
 
Tabela 2: Visões de mundo ambientais 
 
Manejo Planetário Gerenciamento Sabedoria Ambiental 
- Nós estamos afastados 
do restante da natureza e 
podemos utilizá-la para 
satisfazer nossas 
necessidades e desejos 
crescentes. 
- Temos responsabilidade 
ética de sermos os 
gerentes ou 
administradores 
cuidadosos da Terra. 
- Nós somos uma parte da 
natureza e dependemos 
dela; a natureza existe 
para todas as espécies. 
- Por causa de nossa 
inventividade e tecnologia 
não haverá falta de 
recursos. 
- Provavelmente não 
ficaremos sem recursos, 
mas eles não devem ser 
desperdiçados. 
- Os recursos são 
limitados, não deveriam 
ser desperdiçados e não 
são exclusividades nossas. 
- O potencial para o 
crescimento econômico é 
ilimitado. 
- Deveríamos encorajar 
formas benéficas de 
crescimento econômico e 
desencorajar as formas 
- Deveríamos encorajar 
formas sustentáveis de 
crescimento econômico e 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 17 
prejudiciais ao meio 
ambiente. 
desencorajar as formas 
degradantes. 
- Nosso sucesso depende 
de quão bem utilizaremos 
os sistemas de suporte à 
vida principalmente em 
nosso benefício. 
- Nosso sucesso depende 
de quão bem utilizaremos 
os sistemas de 
manutenção da vida em 
nosso benefício e do 
restante da natureza. 
- Nosso sucesso depende 
de aprender como a 
natureza se sustenta e 
integrar essas lições ao 
nosso modo de pensar. 
Fonte: (MILLER JUNIOR, 2007) 
 
Agora ficou mais claro como podemos ter visões de mundo diferentes. Nosso desafio 
é tentarmos focar naquela que se reverta em benefício conjunto: Terra, homem e 
outras formas de vida. 
 
Mas, e as definições de sustentabilidade, o que é afinal sustentabilidade? 
 
Vamos ler esse texto de Raquel Nunes, da revista ecologia urbana de 21 de outubro 
de 2008 (Fonte: http://www.ecologiaurbana.com.br/sustentabilidade/o-que-e-
sustentabilidade/): 
 
Acrescentando ao que disse Raquel Nunes, Miller Junior (2007), coloca que 
sustentabilidade é a capacidade dos diversos sistemas da Terra, incluindo as 
economias e sistemas culturais humanos, de sobreviverem e se adaptarem às 
condições ambientais em mudança. 
 
Segundo o mesmo autor, a primeira etapa é conservar o capital natural da Terra – os 
recursos e serviços naturais que mantêm a nossa e outras espécies vivas e que dão 
suporte às nossas economias. 
 
O primeiro passo em direção á sustentabilidade é entender os componentes e a 
importância do capital natural e da renda natural ou biológica que ele fornece. Para os 
economistas, capital é a riqueza para sustentar uma empresa e gerar mais riqueza. O 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 18 
capital financeiro pode gerar renda financeira. Por exemplo, suponha que você invista 
R$ 10.000,00 e obtenha 10% de retorno sobre o valor aplicado ao ano. Em um ano 
você terá R$ 1.000,00 de rendimento e aumentará seu capital para R$ 11.000,00. 
 
Por analogia, os recursos renováveis que compõem parte do capital natural da Terra, 
podem nos fornecer uma renda biológica indefinidamente renovável, desde que não 
usemos esses recursos mais rápido doque a natureza o renova. Por exemplo, os 
serviços naturais, Omo a reciclagem de nutrientes e o controle do clima (incluindo a 
precipitação), renovam os recursos naturais, como a superfície do solo e os depósitos 
de água subterrâneos (aquíferos). A sustentabilidade significa sobreviver com essa 
renda biológica sem exaurir ou degradar o capital natural que a fornece. (MILLER 
JUNIOR, 2007) 
 
Vamos ler agora, o texto modificado de Reis, Fadigas e Carvalho (2009) para 
entendermos os objetivos da sustentabilidade na sociedade atual: 
 
Desde as primeiras discussões relacionadas ao meio ambiente, nas quais é possível 
ressaltar o papel coordenador da Organização das Nações Unidas (ONU), vários 
acordos ambientais têm sido negociados e inúmeros fóruns de discussão criados com 
o objetivo de repensar o modelo economicista adotado para o desenvolvimento e de 
conter o encaminhamento para a exaustão dos recursos naturais. Embora ocorram 
grandes discussões, a implementação de ações objetivas tem sido muito lenta, em 
grande parte pela complexidade do cenário multifacetado das nações, pelo 
desequilíbrio da organização institucional do mundo e pelos interesses políticos e 
econômicos específicos. 
 
É percebido que nos últimos 20 anos a agenda ambiental internacional e a busca pela 
sustentabilidade têm evoluído tanto no sentido de implementar os acordos já 
assinados, como no sentido de encontrar formas de proteger outros recursos naturais 
essenciais como, por exemplo, mananciais de água. Muito trabalho tem sido feito 
principalmente no nível político e científico. No setor econômico nota-se ainda cautela 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 19 
no sentido de adotar formas de produção sustentáveis, mas muitas empresas e setores 
já se posicionaram progressivamente nesse sentido. Muitas companhias internacionais 
não mais ignoram o fato de que padrões de sustentabilidade irão afetar mais e mais 
os padrões de consumo da sociedade e as formas de produção e de relação com os 
consumidores que dominarão o século XXI, sendo, portanto, condicionantes 
significativos de competitividade. 
 
Para que se alcancem os objetivos de sustentabilidade é importante que o trabalho 
iniciado prossiga em diversas frentes, em âmbito global e local, com a modificação dos 
sistemas produtivos e das práticas de uso dos recursos naturais. 
 
Para a pesquisadora Elisete Batista da Silva Medeiros, da Revista Virtual Partes (Fonte: 
<http://www.partes.com.br/socioambiental/sustentabilidadecaminho.asp>, acesso 
em: 21 jul. 2011), o objetivo da sustentabilidade é colocado sob forma de três 
restrições que vem enquadrar a função utilidade intertemporal: os recursos naturais 
devem ser extraídos procurando fazer a substituição por recursos equivalentes; a 
exploração dos recursos renováveis deve ser feita respeitando a sua renovação; e a 
emissão de rejeitos deve ser compatível com a capacidade de assimilação do ambiente. 
 
Segundo a mesma autora, o fator determinante da sustentabilidade é a rede de 
relações entre cinco componentes que configuram um determinado modelo de 
ocupação territorial, a partir de então pode-se propor que a sustentabilidade depende 
das inter-relações entre seu/sua: população, referente a seu tamanho, sua composição 
e dinâmica demográfica; organização social, referente aos padrões de produção e de 
resolução de conflitos, e estratificação social; entorno, refere-se ao ambiente físico e 
construído, processos ambientais, recursos naturais; tecnologia, no que tange a 
inovação, ao progresso técnico, ao uso de energia; aspirações sociais, quanto aos 
padrões de consumo, os valores e a cultura. 
 
Quando o ser humano constitui a razão de ser do processo de desenvolvimento 
significa defender com razões e argumentos um novo estilo de desenvolvimento que 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 20 
seja: ambientalmente sustentável no acesso e no uso de recursos naturais 
conjuntamente com a preservação da biodiversidade; socialmente sustentável na 
redução da pobreza e das desigualdades sociais e promovendo a justiça e a equidade; 
culturalmente sustentável na conservação de valores, práticas e símbolos de 
identidade; politicamente sustentável ao aprofundar a democracia e garantir o acesso 
e a participação efetiva da população no processo de decisão de ordem pública, ainda 
segundo Medeiros. 
 
Esse estilo é guiado por uma nova ética de desenvolvimento, ética essa na qual os 
objetivos econômicos do progresso estão subordinados as leis de funcionamento dos 
sistemas naturais e aos critérios de respeito e dignidade humana e de melhoria da 
qualidade de vida das pessoas. Essa interpretação reflete um paradigma de 
desenvolvimento. Além disso, a sustentabilidade do desenvolvimento é resultado da 
preservação da integridade dos processos naturais que garantem os fluxos de energia 
e de materiais na biosfera, e que se consiga preservar a biodiversidade do planeta. 
(MEDEIROS, 2007) 
 
7 - Legislação Ambiental 
 
O poder público no Brasil começa a se preocupar com o meio ambiente na década de 
1930. Não que antes não houvesse nada a respeito, mas as poucas iniciativas que 
existiam até então, além de pouco significativas em termos práticos, se alcançavam 
algum efeito sobre o meio ambiente era pela via indireta, quase sempre subalterna a 
outros interesses. Por exemplo, as ordenações portuguesas que proibiam o corte do 
pau-brasil não podem ser vistas como leis ambientais, pois seu objetivo era assegurar 
o monopólio das madeiras de tinturaria estabelecido pela Coroa Portuguesa em 1502, 
propósito que perdurou até depois da Independência do Brasil, como mostra Simonsen 
(1969). Essas ordenações diferiram muito das medidas criadas na Europa nos séculos 
XVII para proteger os remanescentes de florestas nativas e promover o plantio, e que 
Castro (1998) considera o início dos processos de gestão ambiental. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 21 
Ainda conforme Castro (1998), a criação dos jardins botânicos a partir do século XVI 
decorre de uma preocupação dos biólogos viajantes com a pura proteção das espécies 
aclimatadas. O que ocorreu por aqui, não foi muito diferente; o objetivo inicial de D. 
João VI foi utilizar o Jardim Botânico para o cultivo de especiarias das Índias Orientais 
e da Ásia, para suprir o mercado Português, segundo Acot. (1990 apud BARBIERI, 
2010) 
 
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava 
com os problemas ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os 
apontassem. A abundância de terras férteis e de outros recursos naturais, enaltecida 
desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie de dogma que 
impedia enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da 
colonização. A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental 
pela classe política, pois sempre havia outras a ocupar com o trabalho escravo. 
 
As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não encontravam ecos na esfera 
política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, como José 
Bonifácio, Joaquim Nabuco e André Rebouças. Nenhuma legislação explicitamente 
ambiental teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem ser 
considerados os precursores dos movimentos ambientalistas nacionais e que, já nas 
suas origens, apresentavam uma tônica socioambiental dada pela luta contra a 
escravatura, a monocultura e o latifúndio. 
 
Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção á industrialização, 
inicia-se o esboço de uma política ambiental. A adesão do Brasil aos acordos 
ambientais multilaterais dasprimeiras décadas do século XX, praticamente não gerou 
nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como critério 
a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década 
de 1930 como início de uma política ambiental efetiva. (BARBIERI, 2010) 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 22 
Conforme Barbieri (2010), uma data de referência é o ano de 1934, quando foram 
promulgados os seguintes documentos relativos à gestão de recursos naturais: Código 
de Caça, Código Florestal, Código de Minas e Código de Águas. Outras iniciativas 
governamentais importantes desse período foram: criação do Parque Nacional de 
Itatiaia, o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico 
nacional. As políticas públicas dessa fase procuram alcançar efeitos obre os recursos 
naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração etc.), para as quais 
foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos 
Minerais, Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros. 
 
Os problemas relativos à poluição seriam sentidos apenas em meados da década de 
1960, quando o processo de industrialização já havia se consolidado. No início dessa 
fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era usado para lazer de muitos 
paulistanos, que se tornaria inviável algumas décadas depois. Até meados da década 
de 1970, a poluição industrial ainda era vista como sinal de progresso e, por isso, 
muito bem vinda para muitos políticos e cidadãos. 
 
 
Figura 1: Parque nacional do Itatiaia 
 
(Fonte: <http://i.olhares.com/data/big/183/1833205.jpg>, acesso em: 18 maio 
2011). 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 23 
Enquanto isso ocorria no Brasil, no mundo iniciava-se uma política de comando e 
controle (Command and Control Policy), que assumiu duas características muito 
definidas, segundo Lustosa, Cánepa e Young (2003): 
 
- A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a 
produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor; 
 
- A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e 
cumprimento do padrão de emissão. 
 
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado 
crescimento das economias ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente 
poluição associada, é necessária uma intervenção maciça por parte do Estado. Este 
não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera 
do Direito Civil), sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito 
Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça. Entretanto, essa política 
“pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade 
de sua implementação, segundo os mesmos autores. 
 
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo 
do tempo, os países desenvolvidos encontram-se hoje em uma terceira etapa da 
política ambiental e que, à falta de melhor nome, poderíamos chamar de política 
“mista” de comando e controle. Nessa modalidade de política ambiental, os padrões 
de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a ser 
instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e 
possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente. 
 
Temos assim, a adoção progressiva dos padrões de qualidade dos corpos receptores 
como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação 
aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 24 
e a moderarem a utilização dos recursos naturais, ainda conforme Lustosa, Cánepa e 
Young (2003). 
 
Após a Conferência de Estocolmo de 1972, as preocupações ambientais se tornam 
mais intensas. No Brasil, o governo militar não reconheceu a gravidade dos problemas 
ambientais e nem defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico (na verdade, um 
mau desenvolvimento), em razão da ausência de preocupações com o meio ambiente 
e a distribuição de renda. Contudo, os estragos ambientais mais do que evidentes e a 
colocação dos problemas ambientais em dimensões planetárias exigiram do poder 
público uma nova postura. Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do 
Meio Ambiente e diversos estados criaram sua agências ambientais especializadas, 
como a Cetesb no Estado de São Paulo e a Feema no Estado do Rio de Janeiro. 
(BARBIERI, 2010) 
 
O mesmo autor também mostra que, em matéria ambiental, o Brasil também seguiu 
uma tendência observada em outros países. Onde os problemas ambientais são 
percebidos e tratados de modo isolado e localizado, repartindo o meio ambiente em 
solo, ar e água, e mantendo a divisão dos recursos naturais: água, florestas, recursos 
minerais e outros. Somente no início da década de 1980 é que passariam a ser 
considerados problemas generalizados e interdependentes, que deveriam ser tratados 
mediante políticas integradas. A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase 
procurava atender problemas específicos, dentro de uma abordagem segmentada do 
meio ambiente e percebe-se isso através dos textos legais abaixo: 
 
- Decreto-Lei 1.413, de 14/08/1975, sobre medidas de prevenção da poluição 
industrial; 
 
- Lei 6.453, de 17/10/1977, sobre responsabilidade civil e criminal relacionada com 
atividades nucleares; 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 25 
- Lei 6.567, de 24/09/1978, sobre regime especial para exploração e aproveitamento 
das substâncias minerais; 
 
- Lei 6.766, de 19/12/1981, sobre o parcelamento do solo urbano; 
 
- Lei 6.902, de 27/04/1981, sobre a criação de estações ecológicas e áreas de proteção 
ambiental. 
 
Foi com o advento da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter 
uma visão global de proteção ao meio ambiente. 
 
Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus 
fins, mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e 
penalidades devendo ser entendida como um conjunto de instrumentos legais, 
técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do 
desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira. Embora tenha 
sido editada no início da década de 1980, continua sendo de fundamental importância 
para o meio ambiente. (FUNIBER, 2009) 
 
 
Figura 2: Slogan da campanha sobre a Política Nacional de Meio Ambiente na Rio + 10 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 26 
(Fonte: <http://www.mundodastribos.com/wp-content/uploads/2011/01/Curso-de-
Engenharia-Ambiental-Faculdades-Pre%C3%A7os-Sal%C3%A1rio-300x200.jpg>, 
acesso em: 18 maio 2011). 
 
8 - Princípios da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) 
 
O art. 2º da referida lei estabeleceu que a preservação, a melhoria e a recuperação 
da qualidade ambiental propiciem à vida, visando assegurar no país condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção 
da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios, segundo Funiber 
(2009): 
 
- I. Equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público; 
 
- II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
 
- III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos naturais; 
 
- IV. Proteção dos ecossistemas; 
 
- V. Controle e zoneamento das atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras; 
 
- VI. Incentivo ao estudo e à pesquisade tecnologias voltadas para o uso racional e a 
proteção dos recursos ambientais; 
 
- VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
 
- VIII. Recuperação de áreas degradadas; 
 
- IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 27 
- X. Educação ambiental em todos os níveis de ensino. 
 
A Lei da PNMA foi, em quase todos os seus aspectos, recepcionada pela Constituição 
Federal de 1988, pois, valoriza a dignidade humana, a qualidade ambiental propícia à 
vida e ao desenvolvimento socioeconômico e tem uma abrangência grandiosa. A 
preservação referida na lei tem sentido de perenizar, de perpetuar, de salvaguardar, 
os recursos naturais. Já a melhoria do meio ambiente significa dar-lhe condições mais 
adequadas do que aquelas que se apresentam. O art. 3º da lei em comento considerou 
o meio ambiente como o conjunto de condições, leis influências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
(FUNIBER, 2009) 
 
“Meio Ambiente” é a expressão incorporada à língua portuguesa para indicar, segundo 
o Aurélio, o conjunto de condições naturais e de influências que atuam sobre os 
organismos vivos e os seres humanos. 
 
José Afonso da Silva (segundo FUNIBER, 2009), observou que a apalavra “ambiente” 
indicando a esfera, o círculo, o âmbito que nos cerca, em que vivemos, em certo 
aspecto, já contém o sentido da palavra “meio”. Justifica o uso, na língua portuguesa, 
pela necessidade de reforçar o sentido significante de determinados termos diante do 
enfraquecimento no sentido a destacar ou, porque sua expressividade é mais ampla e 
mais difusa. E afirmou, o meio constitui uma unidade que abrange bens naturais, e 
culturais e que compreende a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais 
e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida humana. 
 
8.1 - Objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente 
 
Os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente estão dispostos no art. 4º (Lei 
6.938/81) e visará: 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 28 
- I. A compatibilização do desenvolvimento econômico-social coma preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
 
- II. À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
 
- III. Ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas 
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
 
- IV. Ao desenvolvimento de pesquisa e de tecnologias nacionais orientadas para o 
uso racional de recursos ambientais; 
 
- V. À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e 
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
 
- VI. À preservação e restauração dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida; 
 
- VII. Á imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar 
os danos causados, e ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. 
 
Quanto ao art. 5º, este faz referência às diretrizes da PNMA, que deverão orientar a 
ação dos governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
determinando que esta ação seja reformulada em normas e planos, buscando a 
preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico. (FUNIBER, 
2009) 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 29 
Importante também saber que, a Lei 6.938/81 instituiu o Sistema Nacional do meio 
Ambiente (Sisnama), responsável pela proteção e melhoria do ambiente e constituído 
por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Espelhando-se no Sisnama, os estados criaram os seus Sistemas Estaduais do Meio 
Ambiente para integrar as ações ambientais de diferentes entidades públicas nesse 
âmbito. Outra inovação foi o conceito de responsabilidade objetiva do poluidor. O 
poluidor fica obrigado, independente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os 
danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por suas atividades. 
(BARBIERI, 2010) 
 
Observação: Embora aprovada em 1981, a implementação da Lei 6.938/81 deslanchou 
efetivamente apenas ao final da década de 1980, principalmente a partir da 
promulgação da Constituição Federal de 1988. 
 
Para fecharmos a discussão deste assunto, vamos analisar que a política ambiental é 
necessária para induzir ou forçar os agentes econômicos a adotarem posturas e 
procedimentos menos agressivos ao meio ambiente, ou seja, reduzi a quantidade de 
poluentes lançados no ambiente e minimizar a depleção dos recursos naturais. 
(LUSTOSA, CÁNEPA e YOUNG, 2003) 
 
Segundo os mesmos autores, no caso das indústrias, os recursos naturais são 
transformados em matérias-primas e energia, gerando impactos ambientais iniciais 
(desmatamento, emissões de gases poluentes, erosão de solos, entre outros). As 
matérias-primas e energia são insumos da produção, tendo como resultado o produto 
final e os rejeitos industriais- fumaça, resíduos sólidos e efluentes líquidos. Como os 
recursos naturais usados nos processos industriais são finitos e muitas vezes não 
renováveis, a utilização deve ser racional a fim de que o mesmo recurso possa servir 
para a produção atual e também para as gerações futuras – esse é o princípio do 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 30 
Com isso vemos a necessidade urgente do cumprimento da Lei 6.938/81 e de sua 
fiscalização para que possamos ter esperança na sobrevivência humana e das espécies 
no meio ambiente de forma harmônica e sustentável. 
 
9 - Responsabilidade Ambiental 
 
Dentre os países que consagram o direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado em suas legislações – tenha sido por previsão, em seus sistemas jurídicos 
de direito interno, consequente da internalização de tratado internacional, ou como 
consequência de evolução autônoma de seu direito interno –, uma coisa é certa: o 
simples fato de o terem feito traz em si latente o reconhecimento da importância em 
tratar a questão ambiental admitindo-se sua especificidade a partir do 
acompanhamento dos princípios gerais do Direito Ambiental. (PEDRO e FRANGETTO, 
2009) 
 
Tanto isso é verdade que países que incluíram esse direito em suas Constituições 
(diga-se de passagem, entre eles o Brasil; ao lado da Holanda, Grécia, Peru e Portugal) 
vêm estabelecendo, de forma explícita, inúmeras determinações que contêm em si 
orientações dos citados princípios dentre as obrigações que impõem. 
 
Uma constituição analítica, como é a Constituição da República Federativa do Brasil de 
1998, claramente absorve a orientação dos princípios gerais do Direito Ambiental ao, 
por exemplo, prever o Estudo de Impacto Ambiental – um dos instrumentos de 
implementação do Princípio da Prevenção – para toda atividade potencialmente 
degradadora do meio ambiente. (PEDRO e FRANGETTO, 2009) 
 
Na realidade o próprio caput do artigo reservado ao meio ambiente, na Constituição 
Federal de 1988, é uma releitura do princípio 1 da Declaração de Estocolmo. A redação 
de ambos os dispositivos apresenta semelhanças, o que não é mera coincidência. 
Enquanto a Declaração de Estocolmo afirma que o homem tem um direito fundamental 
à liberdade, à igualdade e a condições de vida satisfatórias,em um ambiente cuja 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 31 
qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar; que ele tem o dever solene 
de proteger e melhorar o ambiente para a presente e as futuras gerações; e que; sob 
esse ponto de vista, as políticas que encorajam ou permitem que perpetuem o 
apartheid, a segregação racial, a discriminação, as formas, coloniais ou outras, de 
opressão ou de dominação estrangeiras são condenadas e devem ser eliminadas. 
(Princípio 1, DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, 1972) 
 
Com isso, percebemos que não há o que não esteja relacionado ao meio ambiente e, 
logo, precise, sob ao menos um aspecto, sofrer influência das leis e princípios que 
regulam o uso dos recursos naturais. Por esse motivo, ressalta-se ser o Direito 
Ambiental dotada da transdisciplinaridade. O meio ambiente, como tema transversal, 
implica atrelar, principalmente nas avaliações ambientais, opiniões de toda ordem, 
vindas dos entendimentos das mais diversas disciplinas. A composição mista das 
comissões e conselhos ambientais é a exata demonstração disso. (PEDRO e 
FRANGETTO, 2009) 
 
Ainda segundo os mesmos autores, cada um tem seu papel a exercer no processo de 
desenvolvimento sustentável. As pessoas (naturais ou jurídicas; públicas ou privadas) 
têm uma função a cumprir na gestão do meio ambiente. Isoladamente, mantendo ao 
menos uma conduta ambiental não destrutiva; e, em conjunto, sendo proativos na 
administração e recuperação dos bens ambientais. A essa forma conjunta de 
participação dos atores ambientais costuma-se dar o nome de função jurídica 
ambiental; ressalva-se que são titulares dessa função, nos termos do art. 225, caput 
da Lei Maior, o Poder Público e a coletividade. 
 
Na função jurídica ambiental, os titulares ao direito ecologicamente equilibrado estão 
na posição de sujeitos ativos deste direito (eles são a primeira parte da relação jurídica 
ambiental) e, por isso mesmo, podem exigir dos sujeitos passivos (outra parte) as 
prestações objeto da relação jurídica em questão. (PEDRO e FRANGETTO, 2009) 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 32 
Para podermos falar sobre responsabilidade civil, administrativa e criminal perante 
danos ao meio ambiente, temos que primeiro entender o que é o dano ambiental. 
 
A obrigatoriedade da reparação do dano ambiental está inserida na Lei 6.938/81 em 
seu primeiro artigo, que estabelece: “Sem obstar a aplicação das penalidades deste 
artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência da culpa, a indenizar 
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade. (...)”. Sendo essa norma uma ferramenta de fundamental importância para 
a garantia de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
“Dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais, com consequente degradação 
– alteração adversa ou in pejus – equilíbrio ecológico”. Por recursos ambientais, 
entende-se como sendo a “atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, 
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e 
a flora” (Lei 6.938/81, art. 3º, V). Podemos então concluir, que dano ambiental é toda 
e qualquer degradação que afete o equilíbrio ecológico do meio ambiente, tanto físico 
quanto estético. Denota-se, pelo próprio conceito mencionado, que é muito difícil a 
reparação do dano ambiental. (FUNIBER, 2009) 
 
 
Figura 3: Dano ambiental causado por plataforma de petróleo 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 33 
(Fonte: <http://segurancaemrisco.files.wordpress.com/2009/11/visao-do-dano-
ambiental.jpg>, acesso em: 13 jun. 2011). 
 
Para o Prof. Paulo de Bessa Antunes (apud FUNIBER, 2009), a reparação dos danos 
ambientais é, provavelmente, o momento mais crítico da delicada relação entre o meio 
ambiente natural, desenvolvimento socioeconômico e a aplicação das normas do 
Direito Ambiental. Tal fato é indiscutível, pois a dedicação ao cuidado com o meio 
ambiente é diretamente proporcional ao maior ou menor rigor com a qual é encarada 
a responsabilização dos causadores de danos ao meio ambiente. 
 
Por muito que se tenha falado sobre o assunto, a realidade é que até hoje, não existe 
um critério para fixação do que, efetivamente, constitui-se no dano ambiental e como 
este deve ser reparado. A primeira hipótese a ser considerada é a repristinação do 
ambiente agredido ao seu status quo ante. Todos sabemos que não é simples a 
reconstrução de um local degradado. Muitas vezes a degradação de um determinado 
local implicou a extinção de uma espécie vegetal ou animal, por exemplo. E em muitas 
situações não será possível colocar na natureza a espécie destruída. 
 
Segundo a Revista de Direito Ambiental (REVISTA DOS TRIBUNAIS, 1997), no nosso 
ordenamento jurídico há duas formas de reparação do dano ambiental: a primeira pela 
reconstituição do bem lesado e a segunda pela indenização em dinheiro. 
 
Ainda segundo a mesma revista, a reconstituição do bem lesado seria a forma mais 
adequada ao ressarcimento do evento prejudicial ao meio ambiente, pois o objetivo 
primordial em sede de direito ambiental é preservar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado para as gerações presente e futuras. 
 
Contudo, na prática, isso muitas vezes torna-se impossível e em alguns casos, embora 
na composição do dano, o responsável, replante a mesma espécie florestal que 
desmatou, o ambiente agredido não retorna ao seu status quo ante, é somente 
verificarmos os casos de exploração florestal nas reservas indígenas, onde foi retirada 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 34 
vegetação, que a natureza levou 50 anos para formar. Por outro lado, não há no nosso 
ordenamento jurídico, normas legais que versem sobre critérios de reparação de danos 
ambientais. Ficando muitas vezes difícil apurar o valor do dano ambiental, posto que 
os elementos que o compõem são insuscetíveis de fixação valorativa. 
 
Poderão responder pelo dano ambiental os autores diretos ou indiretos da lesão 
ambiental, a administração pública e os entes público, bastando que exista a atividade 
danosa ao meio ambiente, somada à existência do nexo causal entre estes e a 
atividade danosa. Nos termos da lei, o responsável principal é o “poluidor”. De acordo 
com dispositivo legal, poluidor é “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação 
ambiental” (Lei 6.938/81, art. 14, 1º e art. 3º, IV). 
 
“Embora quem quer que contribua para a degradação do meio ambiente é civilmente 
responsável pelos danos daí decorrentes, não há dúvida que a responsabilidade 
primeira – mas não exclusiva – reside com o empreendedor. É ele o titular do dever 
principal de zelar pelo meio ambiente e é ele que aproveita, direta e economicamente, 
a atividade lesiva”. 
 
Havendo mais de um empreendedor, pode a reparação ser exigida de todos e de 
qualquer um dos responsáveis, segundo as regras da solidariedade. É que, como 
sustenta Jorge Alex Nunes Athias (apud FUNIBER, 2009), “uma das maiores 
dificuldades que se pode ter em ações relativas ao meio ambiente é exatamente 
determinar de quem partiu efetivamente a emissão que provocou o dano ambiental, 
máxima quando isso ocorre em grandes complexos industriais onde o número de 
empresas em atividade é elevado. Não seria razoável que, por não se poder 
estabelecer com precisão a qual deles cabe a responsabilização isolada, se permitisse 
que o meio ambiente restasse indene”. Ao que pagar pela integridade do dano caberá 
ação de regresso contra os outros corresponsáveis, pela via da responsabilização 
subjetiva, e onde se poderá discutir a parcela de responsabilidadede cada um. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 35 
Tratando-se de conduta comissiva, a administração pública e o ente público 
respondem objetivamente pelas lesões que causarem ao meio ambiente, ressalvado o 
direito de regresso contra o servidor que agiu com dolo ou culpa. 
 
A simples autorização do órgão ambiental para funcionar uma atividade não gera por 
si a responsabilidade da Administração Pública. É preciso que haja nexo causal entre 
a autorização emitida e o dano efetivamente causado ao meio ambiente. Se o Ibama 
expede as licenças ambientais para a instalação de uma grande hidrelétrica sem exigir 
o EIA/RIMA, pode ser responsabilizado, pois o EIA/RIMA é uma exigência legal, o qual 
não fica a critério do poder discricionário do administrador público. Portanto, não é 
apenas como agente poluidor que o Poder Público pode ser controlado pelo Poder 
Judiciário, mas também quando se omite do dever constitucional de proteger o meio 
ambiente. (FUNIBER, 2009) 
 
10 - Da Responsabilidade Penal, Civil e Administrativa (Texto de Funiber, 
2009) 
 
O desenvolvimento econômico e social indispensável à civilização dos tempos 
modernos tem sido a justificativa para a acelerada e muitas vezes irreversível 
devastação do nosso patrimônio natural. Nas últimas décadas, a poluição, o 
desmatamento, a caça e a pesca predatória não são mais praticadas em pequena 
escala. A degradação ambiental tem alcançado níveis tão assustadores, que levou a 
sociedade a repensar esse modelo de desenvolvimento, e ao mesmo tempo, buscar a 
tutela jurídica penal dos bens ambientais, por entender, serem os mesmos, necessários 
à vida. 
 
Com efeito, o controle a ser exercido sobre o homem predador, dar-se-á pela aplicação 
de normas penais ambientais, rígidas, onde se objetiva, efetivamente, combater a 
degradação ambiental, utilizando-se estes instrumentos normativos para proteção do 
meio ambiente. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 36 
A responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, de acordo com os preceitos do 
art. primeiro, da Lei 6.938/81, é uma responsabilidade objetiva e se fixa 
independentemente de culpa. O que significa que quem danificar o ambiente tem o 
dever legal de repará-lo. Não se perguntando a razão da degradação para que haja o 
dever de reparar. Caberá ao acusado provar que a degradação era necessária, natural 
ou impossível de ser evitada. 
 
As pessoas que vivem em sociedade são obrigadas a abstenções (deixar de fazer algo), 
a ações (fazer algo) ou prestações (pagar algo). Nasce assim, para cada um, certo 
dever de comportamento, uma obrigação de suportar essa imposição. Esse 
comportamento passivo, juridicamente é denominado de dever jurídico. 
 
O dever de conhecer essa delimitação, é de suma importância para todos, sob pena 
de sujeitarmo-nos à punição. A noção de dever jurídico é fundamental para o 
entendimento do que seja um ilícito. 
 
Os atos ilícitos civil, administrativo ou penal, encontram-se absortos no mesmo 
conceito, ou seja, a antijuricidade, a qual é entendida não apenas como uma 
transgressão de um preceito jurídico, mas também como agressão aos valores 
guardados e protegidos na norma legal ou regulamentar. 
 
Os atos ilícitos constituem-se nos atos praticados em desacordo com as normas legais. 
São assim considerados, por serem contrários ao direito por serem irregulares e 
proibidos. Podemos considerar ato ilícito, como sendo a violação do direito ou dano 
causado a outrem, por dolo ou culpa, podendo ser decorrente de uma ação ou omissão 
do sujeito. 
 
1 – Infração Administrativa: é o cometido de uma transgressão contra a 
administração pública, cuja sanção pode ser aplicada isolada ou cumulativamente. Na 
verdade, é a transgressão cometida em desacordo com as normas legais ou 
regulamentos da administração pública, a qual se impõe a penalidade administrativa. 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 37 
 
A Lei 9.605/98 preencheu uma importante lacuna no que se refere aos ilícitos 
administrativos ambientais e quanto à previsão de sanções a serem impostas pela 
Administração Pública. 
 
2 – Infração Civil: é a infração cometida em desacordo com as leis, normas, ou 
regras jurídicas, ou contra o interesse privado de outrem, onde se impõe, 
obrigatoriamente, a responsabilidade civil de reparação ao dano. 
 
3 – Infração Penal: a Lei 9.605/98 sistematizou os tipos penais antes de dispersos 
em vários diplomas legais e deu um tratamento mais rigoroso aos responsáveis pelas 
condutas criminosas que agridem o meio ambiente. 
 
A infração penal é a violação da lei penal, que resulta no crime ou na contravenção e 
dá margem à aplicação da pena restritiva de liberdade. 
 
É ressaltado que é imposta aos infratores de forma repressiva e abarcam uma 
graduação que vai desde a pena de advertência, até a reparação dos danos causados. 
 
Pense: Diante do exposto, espera-se que, em conjunto, os instrumentos de 
implementação dos princípios ambientais continuem sendo reforçados, organizados e 
efetivamente utilizados, para que todos, exercendo os respectivos papéis de atores 
ambientais, viabilizem a vida saudável almejada no processo de desenvolvimento 
sustentável por meio de mecanismos de harmonização entre as chamadas dimensões 
humana e natural do meio ambiente. (PEDRO e FRANGETTO, 2009) 
 
É importante sabermos que quando estamos estudando as responsabilidades e suas 
sanções, há uma infinidade de coisas a serem observadas e estudadas. O aqui exposto 
foi apenas um pequeno resumo do que consideramos necessário para que você possa 
começar a procurar o que mais considere necessário para seu próprio conhecimento. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 38 
11 - Crimes Ambientais 
 
Antes mesmo de começarmos a abordar a Lei de Crimes Ambientais, vamos tentar 
entender um pouco sobre política, para podermos compreender melhor os fatores que 
impedem as democracias de lidar com problemas ambientais. 
 
Sabe-se que as democracias foram designadas para lidar principalmente com 
problemas isolados de curto prazo. Mas o que é democracia e política afinal? Segundo 
Miller Junior (2007): 
 
Política: é o processo pelo qual indivíduos e grupos influenciam ou controlam as 
políticas e ações dos governos nos níveis local, estadual, nacional e internacional. A 
política está preocupada com quem tem poder sobre a distribuição de recursos e quem 
recebe o quê, quando e como. Muitas pessoas pensam em política no âmbito nacional, 
mas o que afeta diretamente a maioria das pessoas é o que acontece nas comunidades 
locais. 
 
Democracia: é o governo das pessoas por meio de delegados ou políticos e 
representantes eleitos. Em uma democracia constitucional, a constituição fornece a 
base de autoridade governamental, limita o poder do governo ordenando eleições 
livres e garantias de liberdade de expressão. 
 
Segundo o mesmo autor, as instituições políticas nas democracias constitucionais são 
designadas para permitir mudança gradual a fim de assegurar a estabilidade 
econômica e política. Nos Estados Unidos, por exemplo, mudanças rápidas e 
desestabilizantes são controladas por um sistema de verificações e equilíbrio que 
distribui o poder entre os três poderes do governo – legislativo, executivo e judiciário 
– e entre os governos – federal, estadual e municipal. 
 
Aprovando leis, desenvolvendo orçamentos e formulando regulamentações, os 
representantes eleitos e nomeados pelo governo devem lidar com a pressão de muitos 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 39 
grupos competitivos de interesse especial. Cada grupo defende a aprovação de leis, a 
concessão de subsídios ou a redução deimpostos, ou o estabelecimento de 
regulamentações favoráveis à sua causa e enfraquecem ou repelem leis e 
regulamentações desfavoráveis à sua posição. (MILLER, JUNIOR, 2007) 
 
Hoje, por estarmos em uma democracia, sabemos que existem fatores que podem 
influenciar as decisões e regulamentações, principalmente na política ambiental, pois 
a cada conhecimento adquirido sobre o meio ambiente, mais a necessidade de 
mudança de leis para sua preservação e proteção. Vamos com isso a liderança 
ambiental. 
 
De forma individual, podemos exercer a liderança ambiental de quatro maneiras, 
segundo Miller Junior (2007): 
 
1) Podemos liderar, por exemplo, usando nosso estilo de vida para mostrar aos 
outros que a mudança é possível e benéfica. 
 
2) Podemos trabalhar dentro dos sistemas econômicos e políticos existentes para 
conseguir a melhora ambiental. Nós podemos influenciar as decisões políticas 
fazendo campanhas, votando e nos comunicando com os representantes 
eleitos. Podemos também enviar mensagens para empresas que fabricam 
produtos ou que tenham políticas prejudiciais ao meio ambiente, 
pressionando-as com nosso poder de consumo e mostrando-lhes as escolhas 
que fizemos. Além disso, podemos fazer parte do sistema ao escolher 
carreiras na área ambiental. 
 
3) Podemos nos candidatar a cargos públicos em instituições locais. Olhe-se no 
espelho. Talvez você seja a pessoa que pode fazer a diferença em um cargo 
público. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 40 
4) Podemos propor e trabalhar por melhores soluções para os problemas 
ambientais. Liderança é mais do que ser contra algo. Ela também envolve 
buscar melhores maneiras de atingir os objetivos e persuadir as pessoas a 
trabalhar juntas para atingi-los. Se nos preocuparmos o suficiente, cada um 
de nós pode fazer a diferença. 
 
Agora que já conhecemos os fatores de política e democracia, além de termos a 
consciência que podemos sim fazer a diferença através da liderança ambiental, vamos 
aos crimes ambientais. 
 
Segundo o site http://www.infoescola.com/ecologia/crime-ambiental/ (acesso em: 18 
jun. 2011), são considerados crimes ambientais as agressões ao meio ambiente 
e seus componentes (flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que 
ultrapassam os limites estabelecidos por lei. Ou ainda, a conduta que ignora normas 
ambientais legalmente estabelecidas mesmo que não sejam causados danos ao meio 
ambiente. 
 
Por exemplo, no primeiro caso, podemos citar uma empresa que gera emissões 
atmosféricas. De acordo com a legislação federal e estadual específica há certa 
quantidade de material particulado e outros componentes que podem ser emitidos 
para a atmosfera. Assim, se estas emissões (poluição) estiverem dentro do limite 
estabelecido então não é considerado crime ambiental. 
 
No segundo caso, podemos considerar uma empresa ou atividade que não gera 
poluição, ou ainda, que gera poluição, porém, dentro dos limites estabelecidos por lei, 
mas que não possui licença ambiental. Neste caso, embora ela não cause danos ao 
meio ambiente, ela está desobedecendo uma exigência da legislação ambiental e, por 
isso, está cometendo um crime ambiental passível de punição por multa e/ou detenção 
de um a seis meses. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 41 
Da mesma forma, pode ser considerado crime ambiental a omissão ou sonegação de 
dados técnico-científicos durante um processo de licenciamento ou autorização 
ambiental. Ou ainda, a concessão por funcionário público de autorização, permissão 
ou licença em desacordo com as leis ambientais. 
 
Segundo Faria (2011 – Infoescola: <http://www.infoescola.com/ecologia/crime-
ambiental/>), de acordo com a Lei de Crimes Ambientais, ou Lei da Natureza 
(Lei 9.605, de 13 de fevereiro de 1998), os crimes ambientais são classificados em seis 
tipos diferentes: 
 
a) Crimes contra a fauna: 
 
Agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória, como 
caçar, pescar, matar, perseguir, apanhar, utilizar, vender, expor, exportar, adquirir, 
impedir a procriação, maltratar, realizar experiências dolorosas ou cruéis com animais 
quando existe outro meio, mesmo que para fins didáticos ou científicos, transportar, 
manter em cativeiro ou depósito, espécimes, ovos ou larvas sem autorização ambiental 
ou em desacordo com esta. Ou ainda a modificação, danificação ou destruição de seu 
ninho, abrigo ou criadouro natural. Da mesma forma, a introdução de espécime animal 
estrangeira no Brasil sem a devida autorização também é considerado crime ambiental, 
assim como o perecimento de espécimes por causa da poluição. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 42 
 
Figura 4: Crimes contra a fauna 
 
(FONTE:http://2.bp.blogspot.com/_e0Jds1_NVi8/SMwi0dj-
2LI/AAAAAAAAAN0/WyBnJNOsst8/s400/Crimes.bmp, acesso em: 18 jun. 2011). 
 
b) Crimes contra a flora: 
 
Destruir ou danificar floresta de preservação permanente mesmo que em formação, 
ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção assim como as vegetações 
fixadoras de dunas ou protetoras de mangues; causar danos diretos ou indiretos às 
unidades de conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, 
transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, 
aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros 
produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta; 
extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, 
cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de 
qualquer forma de vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de 
ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia; 
comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização. Neste caso, se a 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 43 
degradação da flora provocar mudanças climáticas ou alteração de corpos hídricos e 
erosão a pena é aumentada de um sexto a um terço. 
 
 
Figura 5: Crimes contra a flora 
 
 (Fonte: http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/10/desmatamento-
amazonia.jpg, acesso em: 18 jun. 2011). 
 
c) Poluição e outros crimes ambientais: 
 
A poluição acima dos limites estabelecidos por lei é considerada crime ambiental. No 
entanto, também o é a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde 
humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. Também é crime 
a poluição que torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição 
hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção 
de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 
 
São considerados outros crimes ambientais a pesquisa, lavra ou extração de recursos 
minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida e a não recuperação da área 
explorada; a produção, processamento, embalagem, importação, exportação, 
comercialização, fornecimento, transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso 
 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 44 
de substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas a saúde humana ou em desacordo com 
as leis; construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar empreendimentos de 
potencial poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se 
encaixa nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou 
espécies que posam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e aos 
ecossistemas. 
 
 
Figura 6: Acidente da British Petroleum 
 
(Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/_RXvCDmvWiMU/TEW-
I77UxnI/AAAAAAAABoQ/bjMewQPwi24/s1600/BP+desastre+ambiental.jpg>,

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