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Licitações e Contratos na Administração Pública

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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
Profª: Karina Maria Ramos Guimarães
Licitações, Contratações de 
Contratos na Administração Pública
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
SUMÁRIO
Introdução 5
Licitação: Princípios, modalidades e exigibilidade 5
Abrangência e Exigibilidade da Licitação 5
Princípios que regem a licitação 6
Modalidades de Licitação 6
Dispensa e Inexigibilidade de Licitação 7
Negócio Jurídico e contrato administrativo 10
Negócio Jurídico e Contrato 10
 Requisitos dos contratos da Administração 11
Características dos Contratos Administrativos 12
Finalidade pública 12- 
Formalismo 12
Natureza de contrato de adesão 12
Presença das cláusulas exorbitantes 12
Rescisão unilateral do contrato 13
Aplicação de penalidades 13
Prazos e ExtinçÃo dos Contratos Administrativos 13 
Término do Prazo 14 
Anulação 14 
Rescisão 14
Prazo de duração dos contratos administrativos 14
Execução e Gestão de Contratos 15
Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato 15
Inexecução contratual 15
 Inexecução culposa 16
Inexecução sem culpa 16
Teoria da imprevisão 16
Caso fortuito e força maior 16
Fato do príncipe 16
Fato da administração 17
Interferências imprevistas 17
Atribuições do Gestor do Contrato 17
Referências 18
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
5
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
Introdução
O presente módulo de licitações, contratações e ges-
tão de contratos na Administração Pública visa a contribuir 
para a capacitação do aluno no que tange à correta apli-
cação dos recursos públicos.
A premissa constitucional é de que todo aquele que 
utiliza dinheiro público é obrigado a prestar contas, por-
tanto, deve demonstrar a preocupação com a boa gestão 
pública.
Assim, o objetivo principal dessa matéria é entender os 
requisitos, as características e o controle da Administração 
Pública sobre a gestão de contratos.
O primeiro capítulo apresenta um resumo sobre licita-
ções, abordando a exigibilidade do certame, os princípios, 
as modalidades e as exceções ao procedimento, na forma 
de dispensa e inexigibilidade da competição.
Em seguida, é discutido o negócio jurídico e o contrato 
administrativo, passando pelas características e extinção 
desses contratos.
Por fim, é enfrentado o problema da gestão dos contra-
tos, esperando que o conteúdo programático possa ser útil 
e contribuir com a proposta pedagógica do curso.
Licitação: Princípios, modalidades e 
exigibilidade
 fonte:http://escolajoaomangabeirama.files.wordpress.com/2012/04/
dire49o1.jpg
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu art. 
37, inciso XXI:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, 
as obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure 
igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, 
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos 
da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia 
do cumprimento das obrigações.
Abrangência e Exigibilidade da Licitação
Nesse sentido, foi publicada a Lei Federal nº 8.666/93 
para disciplinar o processo de licitação no âmbito da Ad-
ministração Pública, estabelecendo normas gerais sobre 
licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, 
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e 
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios.
Subordinam-se aos ditames do processo licitatório, 
além dos órgãos da administração direta, os fundos es-
peciais, as autarquias, as fundações públicas, as empre-
sas públicas, as sociedades de economia mista e demais 
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios.
De acordo com a lei, quando houver contratação com 
terceiros, ressalvadas as hipóteses previstas, são precedi-
das de licitação:
a) as obras;
b) os serviços, inclusive de publicidade;
c) as compras;
d) as alienações;
e) as concessões;
f) as permissões; e
g) as locações.
Segundo o art. 3o da lei, “a licitação destina-se a garan-
tir a observância do princípio constitucional da isonomia, a 
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
seleção da proposta mais vantajosa para a administração 
e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e 
será processada e julgada em estrita conformidade com 
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da 
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocató-
rio, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”.
Após o processo licitatório, há necessidade de se es-
tabelecer um vínculo formal com o vencedor do certame. 
Surge assim o contrato administrativo, conceituado como 
“todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública e particulares, em que haja um acordo 
de vontades para a formação de vínculo e a estipulação 
de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação 
utilizada”.
Princípios que regem a licitação
Os princípios que regem a licitação estão descritos no 
art. 3º, da Lei Federal nº 8.666/93. São eles1:
Legalidade
A atividade licitatória deve necessariamente sujeitar-se 
ao disposto na ordem jurídica.
Impessoalidade
A seleção do licitante vencedor é uma decorrência do 
preenchimento dos requisitos previsto em lei e no ato con-
vocatório.
Moralidade
Em nenhuma hipótese a conduta adotada pela Admi-
nistração ou pelo particular poderá ofender os valores fun-
damentais consagrados pelo sistema jurídico.
Igualdade
Todos são iguais perante a lei, na medida de suas de-
sigualdades.
1 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. São Paulo: Dialética, 2012, p.72, 74, 75, 76.
Publicidade
Visa a garantir a transparência da atuação estatal e 
a plena participação da sociedade na produção dos atos 
administrativos.
Probidade administrativa
A ausência de disciplina legal não autoriza o adminis-
trador ou o particular a uma conduta ofensiva à ética e à 
moral.
Vinculação ao instrumento convocatório
A validade dos atos administrativos praticados no curso 
da licitação depende de sua compatibilidade não apenas 
com a Lei mas também com os atos administrativos prati-
cados nas etapas anteriores.
Julgamento objetivo.
Significa que todas as decisões na licitação devem ser 
o resultado lógico dos elementos objetivos existentes no 
procedimento e no mundo real.
fonte:http://re idarenda.com/wp-content/uploads/2013/03/
neg%C3%B3cios.jpg
Modalidades de Licitação
São modalidades de licitação de acordo com o art. 22, 
da Lei Federal nº 8.666/93:
I – Concorrência:
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessa-
dos que, na fase inicial de habilitação preliminar, compro-
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
vem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigi-
dos no edital para execução de seu objeto.
II - Tomada de preços:
É a modalidade de licitação entre interessados devi-
damente cadastrados ou que atenderem a todas as con-
dições exigidas para cadastramento atéo terceiro dia an-
terior à data do recebimento das propostas, observada a 
necessária qualificação.
III – Convite:
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo 
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos 
e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade 
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia 
do instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
cadastrados na correspondente especialidade que mani-
festarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte 
e quatro) horas da apresentação das propostas.
IV – Concurso:
É a modalidade de licitação entre quaisquer interes-
sados para escolha de trabalho técnico, científico ou ar-
tístico, mediante a ins-
tituição de prêmios ou 
remuneração aos ven-
cedores, conforme crité-
rios constantes de edital 
publicado na imprensa 
oficial com antecedência 
mínima de 45 (quarenta 
e cinco) dias.
V – Leilão:
É a modalidade de licitação entre quaisquer interes-
sados para a venda de bens móveis inservíveis para a 
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou 
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista 
no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou supe-
rior ao valor da avaliação.
Dispensa e Inexigibilidade de Licitação
Como a regra é a licitação, a lei prevê as hipóteses de 
dispensa e inexigibilidade de licitação.
Ocorre a possibilidade de dispensa nos seguintes casos 
(art. 24):
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea 
“a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não 
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou ser-
viço ou ainda para obras e serviços da mesma na-
tureza e no mesmo local que possam ser realiza-
das conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% 
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do 
inciso II do artigo anterior e para alienações, nos 
casos previstos nesta Lei, desde que não se refi-
ram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou 
alienação de maior vulto que possa ser realizada 
de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or-
dem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
blica, quando caracterizada urgência de atendi-
mento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, 
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários 
ao atendimento da situação emergencial ou cala-
mitosa e para as parcelas de obras e serviços que 
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 
(cento e oitenta) dias consecutivos e ininterrup-
tos, contados da ocorrência da emergência ou ca-
lamidade, vedada a prorrogação dos respectivos 
contratos; 
V - quando não acudirem interessados à licitação an-
terior e esta, justificadamente, não puder ser repe-
tida sem prejuízo para a Administração, mantidas, 
neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
nômico para regular preços ou normalizar o abas-
tecimento;
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
VII - quando as propostas apresentadas consignarem 
preços manifestamente superiores aos praticados 
no mercado nacional, ou forem incompatíveis com 
os fixados pelos órgãos oficiais competentes, ca-
sos em que, observado o parágrafo único do art. 
48 desta Lei e, persistindo a situação, será ad-
mitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, 
por valor não superior ao constante do registro de 
preços, ou dos serviços;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito 
público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a 
Administração Pública e que tenha sido criado 
para esse fim específico em data anterior à vigên-
cia desta Lei, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimen-
to da segurança nacional, nos casos estabelecidos 
em decreto do Presidente da República, ouvido o 
Conselho de Defesa Nacional;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao 
atendimento das finalidades precípuas da admi-
nistração, cujas necessidades de instalação e lo-
calização condicionem a sua escolha, desde que 
o preço seja compatível com o valor de mercado, 
segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, servi-
ço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão 
contratual, desde que atendida a ordem de classi-
ficação da licitação anterior e aceitas as mesmas 
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclu-
sive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros 
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a 
realização dos processos licitatórios correspon-
dentes, realizadas diretamente com base no preço 
do dia;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida 
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do 
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de 
instituição dedicada à recuperação social do pre-
so, desde que a contratada detenha inquestioná-
vel reputação ético-profissional e não tenha fins 
lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos 
de acordo internacional específico aprovado pelo 
Congresso Nacional, quando as condições oferta-
das forem manifestamente vantajosas para o Po-
der Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte 
e objetos históricos, de autenticidade certificada, 
desde que compatíveis ou inerentes às finalidades 
do órgão ou entidade. 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulá-
rios padronizados de uso da administração, e de 
edições técnicas oficiais, bem como para presta-
ção de serviços de informática a pessoa jurídica 
de direito público interno, por órgãos ou entida-
des que integrem a Administração Pública, criados 
para esse fim específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de ori-
gem nacional ou estrangeira, necessários à manu-
tenção de equipamentos durante o período de ga-
rantia técnica, junto ao fornecedor original desses 
equipamentos, quando tal condição de exclusivida-
de for indispensável para a vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o 
abastecimento de navios, embarcações, unidades 
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento 
quando em estada eventual de curta duração em 
portos, aeroportos ou localidades diferentes de 
suas sedes, por motivo de movimentação opera-
cional ou de adestramento, quando a exiguidade 
dos prazos legais puder comprometer a normali-
dade e os propósitos das operações e desde que 
seu valor não exceda ao limite previsto na alínea 
“a” do inciso II do art. 23 desta Lei:
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças 
Armadas, com exceção de materiais de uso pes-
soal e administrativo, quando houver necessidade 
de manter a padronização requerida pela estrutu-
ra de apoio logístico dos meios navais, aéreos e 
terrestres, mediante parecer de comissão instituí-
da por decreto;
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Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
XX - na contratação de associação de portadores de 
deficiência física, sem fins lucrativos e de com-
provada idoneidade, por órgãos ou entidades da 
Administração Pública, para a prestação de servi-
ços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o 
preço contratado seja compatível com o praticado 
no mercado. 
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados 
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica 
com recursos concedidos pela Capes,pela Finep, 
pelo CNPq ou por outras instituições de fomento 
a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim 
específico;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento 
de energia elétrica e gás natural com concessio-
nário, permissionário ou autorizado, segundo as 
normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou 
sociedade de economia mista com suas subsidiá-
rias e controladas, para a aquisição ou alienação 
de bens, prestação ou obtenção de serviços, des-
de que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de 
serviços com as organizações sociais, qualificadas 
no âmbito das respectivas esferas de governo, 
para atividades contempladas no contrato de ges-
tão.
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica 
e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento 
para a transferência de tecnologia e para o licen-
ciamento de direito de uso ou de exploração de 
criação protegida.
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente 
da Federação ou com entidade de sua administra-
ção indireta, para a prestação de serviços públicos 
de forma associada nos termos do autorizado em 
contrato de consórcio público ou em convênio de 
cooperação.
XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
mercialização de resíduos sólidos urbanos reciclá-
veis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de co-
leta seletiva de lixo, efetuados por associações ou 
cooperativas formadas exclusivamente por pesso-
as físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder 
público como catadores de materiais recicláveis, 
com o uso de equipamentos compatíveis com as 
normas técnicas, ambientais e de saúde pública. 
XVIII – para o fornecimento de bens e serviços, pro-
duzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica 
e defesa nacional, mediante parecer de comissão 
especialmente designada pela autoridade máxima 
do órgão.
XXIX – na aquisição de bens e contratação de servi-
ços para atender aos contingentes militares das 
Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
rações de paz no exterior, necessariamente justifi-
cadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor 
ou executante e ratificadas pelo Comandante da 
Força.
XXX - na contratação de instituição ou organização, pú-
blica ou privada, com ou sem fins lucrativos, para 
a prestação de serviços de assistência técnica e 
extensão rural no âmbito do Programa Nacional 
de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agri-
cultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído 
por lei federal.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do 
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, 
de 2 de dezembro de 2004, observados os princí-
pios gerais de contratação dela constantes.
XXXII - na contratação em que houver transferência 
de tecnologia de produtos estratégicos para o 
Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei 
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme 
elencados em ato da direção nacional do SUS, in-
clusive por ocasião da aquisição destes produtos 
durante as etapas de absorção tecnológica. 
Por outro lado, é inexigível a licitação quando houver 
inviabilidade de competição, em especial (art. 25):
10
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou 
gêneros que só possam ser fornecidos por pro-
dutor, empresa ou representante comercial exclu-
sivo, vedada a preferência de marca, devendo a 
comprovação de exclusividade ser feita através de 
atestado fornecido pelo órgão de registro do co-
mércio do local em que se realizaria a licitação ou 
a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou 
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades 
equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enume-
rados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, 
com profissionais ou empresas de notória especia-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de 
publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor 
artístico, diretamente ou através de empresário 
exclusivo, desde que consagrado pela crítica espe-
cializada ou pela opinião pública.
Negócio Jurídico e contrato 
administrativo
Negócio Jurídico e Contrato
A capacidade negocial é uma capacidade conferida pela 
ordem jurídica aos indivíduos para, com base nas normas 
jurídicas gerais produzidas por via legislativa ou consue-
tudinária, produzirem normas jurídicas de escalão inferior 
e intervirem na produção das normas jurídicas individuais 
a produzir pelo tribunal. Ela constitui um autêntico poder 
jurídico2.
O negócio jurídico é uma espécie do gênero ato jurídico 
em sentido amplo. É o ato jurídico com finalidade negocial, 
ou seja, com o intuito de criar, modificar, conservar ou 
extinguir direitos. Nele há uma composição de interesses. 
Os atos praticados pelos agentes foram previstos em lei e 
desejados por eles. 
Assim, o ato jurídico difere do negócio jurídico porque 
no primeiro a vontade é simples (realizar ou não o ato) 
2 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 165 e 
166.
e, no segundo, por sua vez, a vontade é qualificada (re-
alizar ou não o ato e escolher o conteúdo/efeito do ato). 
Dessa forma, conclui-se que no ato jurídico os efeitos são 
previstos em lei, ao passo que no negócio jurídico alguns 
efeitos decorrem das leis, podendo outros efeitos terem 
sido acordados entre as partes.
O objeto típico do negócio jurídico é o contrato, que 
pode ser definido como o acordo entre duas ou mais von-
tades, destinado a estabelecer a regulamentação de inte-
resses entre as partes e que possibilita aos contratantes 
a aquisição, conservação, transferência, modificação ou a 
extinção de direitos e obrigações. 
 
Para que o negócio jurídico seja válido são necessários 
os seguintes elementos essenciais: a) agente capaz e le-
gitimado; b) objeto lícito, possível, determinado ou deter-
minável e suscetível de apreciação econômica; c) forma 
prescrita e não proibida pela lei.
Conforme o Código Civil3,
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determiná-
vel;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
 Sem os elementos essenciais o negócio jurídico não 
existe, por consequência, não é válido. 
Conceito e Requisitos do Contrato Administrativo
“O Negócio Jurídico típico é o contrato”4
Quando a Administração Pública formaliza compromis-
sos recíprocos com terceiros ela celebra um contrato. Se-
gundo o parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.666/93 (Lei 
de Licitações), o contrato pode ser assim definido:
 Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se 
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades 
3 Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406.htm. Acesso em: 04 abril 2013.
4 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
11
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
da Administração Pública e particulares, em que haja um 
acordo de vontades para a formação de vínculo e a esti-
pulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denomi-
nação utilizada.
Quando a Administração figura como parte em relações 
contratuais, temos os contratos da Administração, que po-
dem ser classificados em duas espécies:
Contratos administrativos, que são regidos pelo Direito 
Público. 
Contratos privados, que são regidos pelo Direito Civil 
ou Empresarial. 
Nos contratos regidos pelo Direito privado(os contratos 
privados), em regra, a Administração não gozará de prer-
rogativas que a coloquem no patamar superior em relação 
à outra parte, a exemplo do que ocorre nos contratos de 
compra e venda, permuta, doação, locação e outros.
Nos contratos administrativos, que são regidos pelo Di-
reito Público, a Administração gozará de prerrogativas e 
vantagens que não estão presentes nos contratos regidos 
pelo Direito Privado, a exemplo das cláusulas exorbitantes. 
Porém, apesar dos contratos administrativos subme-
terem-se basicamente às regras do Direito Público, eles 
podem ser submetidos, supletivamente, aos princípios da 
teoria geral dos contratos e às disposições de Direito Pri-
vado. 
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta 
Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de 
direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os prin-
cípios da teoria geral dos contratos e as disposições de 
direito privado5.
Da mesma forma que a Lei de Licitações (Lei n.º 
8.666/93, artigo 62, § 3º, inciso I) estabelece que “aos 
contratos de seguro, de financiamento, de locação em que 
o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteú-
do seja regido, predominantemente, por norma de direito 
privado” aplicam-se, no que couber, as principais prerro-
gativas de Direito Público inerentes aos contratos adminis-
5 Lei de Licitações. Lei n.º 8.666/93, artigo 54. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.
htm. Acesso em: 05 abril 2013.
trativos, a exemplo da possibilidade de rescisão unilateral, 
aplicação de sanções, entre outros. 
 No contrato administrativo deve prevalecer o interesse 
público, a finalidade pública e as exigências legais de atos 
que devem anteceder à contratação. Estas são algumas 
das características dos contratos administrativos, que ve-
remos na próxima aula. 
 Requisitos dos contratos da 
Administração 
São cláusulas obrigatórias, conforme determina o 
referido dispositivo da Lei 8.666/1993.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as 
que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de forneci-
mento;
III - o preço e as condições de pagamento, os cri-
térios, data-base e periodicidade do reajusta-
mento de preços, os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das 
obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de 
conclusão, de entrega, de observação e de re-
cebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a in-
dicação da classificação funcional programática 
e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua ple-
na execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as 
penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administra-
ção, em caso de rescisão administrativa prevista 
no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de 
câmbio para conversão, quando for o caso;
12
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo 
que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à 
proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e 
especialmente aos casos omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante 
toda a execução do contrato, em compatibilidade 
com as obrigações por ele assumidas, todas as 
condições de habilitação e qualificação exigidas 
na licitação.
Características dos Contratos 
Administrativos
Atuação da Administração Pública como Poder Público
É a presença da administração pública agindo com o 
poder de império nos contratos administrativos.
 Em decorrência do poder de império que a Administração 
se vale das chamadas “cláusulas exorbitantes”, que a 
coloca em posição de verticalidade em relação ao outro 
contratante. 
Basta lembrar em nos contratos entre particulares, os 
contratantes se colocam em nível de horizontalidade, ou 
seja, de igual para igual.
Finalidade pública
O objetivo do contrato administrativo é sempre, em 
última instância, relacionado com uma finalidade pública. 
Caso contrário, se for usado para fins privados, incorre-se 
em desvio do poder.
- Formalismo
Característ ica marcante no contrato adminis-
trat ivo, o formalismo impõe a ecessidade de que ele 
seja escrito. Essa imposição tem por objetivo facilitar o 
controle e a fiscalização das negociações efetuadas no 
âmbito da Administração Pública.
A necessidade de formalismo nos contratos adminis-
trativos está expressa no artigo 55 da Lei 8.666/93, que 
apresenta urn rol das cláusulas consideradas essenciais.
Natureza de contrato de 
adesão
Significa que todas as cláusulas dos contratos admi-
nistrativos são fixadas unilateralmente pela Administração. 
Ao particular que contrata com o poder público não cabe 
discuti-las. Quando o licitante apresenta sua proposta, na 
fase da licitação, significa que concorda expressamente 
com as condições impostas. 
Pessoalidade (caráter intuitu personae)
 
Nos contratos que exigem licitação, a contratação recai 
sobre o vencedor do certame, aquele que apresentou a 
proposta mais vantajosa à Administração. Nesse sentido, 
a Lei 8.666/93, em seu artigo 78, incisos VI, veda, expres-
samente, a subcontratação, total ou parcial, bem como a 
cessão ou transferência da execução do contrato.
É importante esclarecer que a regra de pessoalidade 
dos contratos administrativos não é absoluta, pois a pró-
pria Lei 8.666/93, em seu artigo 72, estabelece que “o 
contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das 
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontra-
tar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite 
admitido, em cada casa pela Administração.”
Presença das cláusulas exorbitantes
São aquelas que revelam a manifestação do poder de 
império da Administração perante o particular. É a cha-
mada relação de verticalidade em face do contratado. É 
a supremacia da Administração. Vejamos algumas dessas 
cláusulas exorbitantes:
Exigência de garantia (art. 56, § 1º, da Lei 8.666/93): 
A Administração pode exigir do contratado a prestação de 
garantia que assegure sua capacidade financeira de arcar 
com o investimento para execução do contrato. A garantia 
13
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
pode ser: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; 
seguro-garantia; e fiança bancária;
Alteração unilateral do contrato (art. 58, I, da Lei 
8.666/93): essa possibilidade visa atender à adequação 
do interesse público. O artigo 65º da Lei 8.666/93 prevê 
duas possibilidades da alteração unilateral: 
a) modificação do projeto ou das especificações, para 
melhor adequação técnica de seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contra-
tual em decorrência de acréscimo ou diminuição 
quantitativa de seu objeto.
Quando a Lei fala em acréscimo ou supressões no ob-
jeto do contrato, estipula que o percentual máximo seja 
25% do quantitativo original. Em se tratando de reforma 
de edifícios ou equipamentos, o acréscimo pode ser até 
50%.
Rescisão unilateral do contrato
A Administração pode rescindir unilateralmente o con-
trato administrativo, desde que ocorram as seguintes si-
tuações:
• inadimplemento do contratante, conforme os inci-
sos I a VII do art. 78º da Lei 8.666/93;
• casos de insolvência do contratado, dissolução da 
sociedade, falecimento do contratado, e outros 
casos dos incisosIX a XI do mesmo art. 78;
• razões de interesse público (inciso XII do art.78);
• caso fortuito ou de força maior (inciso XVII do 
art. 78).
Poder de fiscalização, acompanhamento e ocupação 
temporária
Como não poderia ser diferente, a Administração Públi-
ca possui a prerrogativa (um verdadeiro dever) de fiscali-
zar, designando um servidor especialmente para esse fim. 
Atualmente, esse servidor é chamado de gestor do con-
trato, exercendo o controle e fiscalização da prestação do 
serviço ou do fornecimento (Lei n.º 8.666/93, artigo 67).
O representante da Administração anotará em registro 
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução 
do contrato, determinando o que for necessário à regu-
larização das faltas ou defeitos observados. As decisões 
e providências que ultrapassarem a competência do re-
presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em 
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes (§§ 
1º e 2º do artigo 67).
Além disso, é importante destacar que, nos casos 
de serviços essenciais, a Administração poderá também 
ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e 
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da 
necessidade de acautelar apuração administrativa de fal-
tas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de 
rescisão do contrato administrativo.
Aplicação de penalidades
Quando ocorrer a inexecução parcial ou total do con-
trato, a Administração pode aplicar as penalidades previs-
tas nos incisos I a IV do art. 87 da Lei 8.666/93, a saber: 
a) advertência; 
b) multa; 
c) suspensão temporária de licitar ou impedimento de 
contratar com a Administração por prazo não supe-
rior a 2 anos; 
d) declaração de inidoneidade para licitar com a Admi-
nistração Pública enquanto durar os motivos deter-
minantes da punição.
Prazos e ExtinçÃo dos Contratos 
Administrativos
Modos de extinção dos contratos administrativos
14
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
A extinção dos contratos administrativos pode ser dada 
com o cumprimento do objeto, o término do prazo contra-
tual, a anulação e a rescisão. 
Cumprimento do Objeto
Ocorre quando se conclui naturalmente o objeto do 
contrato e a Administração já efetuou o pagamento ao 
contratado. 
Término do Prazo
A extinção do contrato pelo término do prazo ocorrerá 
sempre que o prazo de duração estabelecido no contrato 
chegar ao seu fim.
Anulação
A Administração Pública, amparado pelo princípio da 
autotutela, pode anular seus próprios atos quando eivados 
de vícios que os tornem ilegais, conforme Súmula 473, do 
Supremo Tribunal Federal.
Rescisão
A rescisão pode se dar por culpa do contratado ou por 
culpa da Administração. 
A rescisão por culpa da Administração pode ser feita 
na esfera judicial ou por acordo entre as partes. A resci-
são por culpa do contratado, assim como a decorrente de 
interesse público superveniente, ou de caso fortuito ou de 
força maior, pode ser realizada unilateralmente pela Admi-
nistração.
Conforme artigo 79 da Lei 8.666/1993, são três tipos 
de rescisão do contrato administrativo: unilateral, amigá-
vel e a judicial.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Admi-
nistração, nos casos enumerados nos incisos I a 
XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a 
termo no processo da licitação, desde que haja 
conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser 
precedida de autorização escrita e fundamentada 
da autoridade competente.
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos 
XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa 
do contratado, será este ressarcido dos prejuízos 
regularmente comprovados que houver sofrido, 
tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato 
até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação 
do contrato, o cronograma de execução será pror-
rogado automaticamente por igual tempo.
 
O custo da mobilização tem caráter indenizatório e visa 
ressarcir o particular pelos investimentos realizados e de-
vidamente comprovados para a prestação integral do con-
trato. No entanto, se a rescisão se der por inadimple-
mento do contratado, nas hipóteses do artigo 78 da Lei 
8.666/1993, este é quem deverá ressarcir os eventuais 
danos causados pelo inadimplemento, sem prejuízo das 
sanções administrativas de multa, suspensão de contratar 
com a Administração e declaração de inidoneidade.
Prazo de duração dos contratos 
administrativos
O artigo 57 da Lei 8.666/93 trata da duração dos con-
tratos administrativos. 
15
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei fi-
cará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamen-
tários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados 
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os 
quais poderão ser prorrogados se houver interesse 
da Administração e desde que isso tenha sido pre-
visto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma 
contínua, que poderão ter a sua duração prorroga-
da por iguais e sucessivos períodos com vistas à ob-
tenção de preços e condições mais vantajosas para 
a administração, limitada a sessenta meses; (Reda-
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de progra-
mas de informática, podendo a duração estender-
-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses 
após o início da vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e 
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigên-
cia por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja 
interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 
12.349, de 2010)
(...)
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada 
por escrito e previamente autorizada pela autorida-
de competente para celebrar o contrato.
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência inde-
terminado.
A regra geral diz que a duração dos contratos deve 
ficar restrita à vigência do respectivo crédito orçamentá-
rio. Isso, em tese, restringe a duração do contrato a doze 
meses. Porém, as exceções, muitas vezes, acabaram se 
tornando usual. 
 
É o caso das prorrogações dos contratos, inicialmente 
com vigência de 12 meses, por períodos subsequentes, 
com a correção do preço pelo índice previsto em Lei, limi-
tados a 60, nos termos do inciso II do art. 57. Outra exce-
ção refere-se aos contratos de locação de equipamentos e 
programas de informática, que admitem prorrogação até 
48 meses, nos termos do art. 57, inciso IV. 
 
Nos termos do § 3º do art. 57º, é vedado contrato admi-
nistrativo por prazo indeterminado, sob pena de nulidade. 
Finalmente, devemos observar que toda a prorrogação dos 
contratos administrativos deve ser plenamente justificada e 
previamente autorizada pela autoridade competente.
Execução e Gestão de Contratos
Na execução e gestão de contratos é feito o acompa-
nhamento e fiscalização do cumprimento das obrigações 
pelas partes assumidas, priorizando os princípios da lega-
lidade, economicidade e efetividade.
Veremos, neste capítulo, as principais atribuições do 
gestor do contrato como fiscalizadorde sua fiel execução, 
assim como os principais problemas que ele tenha de re-
solver para o cumprimento de sua função. 
Manutenção do equilíbrio financeiro do 
contrato
O princípio do equilíbrio da equação econômico-finan-
ceira da contratação acarreta a necessária recomposição 
do valor real da moeda. A inflação deve ser compensada 
com a elevação nominal da prestação devida. Não há be-
neficio para o particular na medida em que o reajustamen-
to do preço tem natureza jurídica similar à da correção 
monetária. Nada se acrescenta ao particular, na acepção 
de que o único efeito do reajuste é retornar ao equilíbrio 
acertado entre as partes. Se a Administração e o particu-
lar firmaram contratação que previa determinada relação 
entre encargos e remuneração (equação econômico-finan-
ceira), essa equação deve ser mantida ao longo de toda a 
execução do contrato6.
Com o objetivo de preservar a equação das cláusulas 
econômico-financeiras do contrato administrativo, a Lei 
8.666/93 prevê critérios de reajustes com a finalidade 
6 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15 ed. 
São Paulo: Dialética, 2012. 
16
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
de não tornar demasiadamente onerosa a prestação do 
serviço público pelo particular. 
Ocorrendo a modificação, deve ser mantida a proporção 
inicialmente fixada entre o serviço a ser prestado e a 
consequente remuneração a ser recebida.
Inexecução contratual 
É importante destacar que as partes contratantes 
devem obedecer integral e fielmente às cláusulas previstas 
no respectivo contrato administrativo.
Porém, apesar do acertado entre as partes, a inexecu-
ção contratual pode ocorrer em várias situações distintas, 
às vezes por culpa do contratado, às vezes por culpa da 
Administração Pública. 
Além disso, é possível identificar ainda algumas cir-
cunstâncias em que o contrato deixa de ser executado 
sem culpa de quaisquer das partes como acontece nos 
casos de força maior e caso fortuito, por exemplo. 
A inexecução do contrato produz ainda diversas conse-
quências jurídicas, seja em âmbito civil, administrativo, ou, 
diante de situações mais graves, na esfera penal.
 Inexecução culposa
A inexecução culposa do contrato pode ocorrer em 
virtude do descumprimento ou cumprimento irregular de 
suas cláusulas, seja por ação ou omissão da Administração, 
bem como do contratado. 
E a culpa, neste caso, é em sentindo amplo, abrangendo 
a imprudência, negligência e imperícia e, também, o dolo. 
Inexecução sem culpa
É comum que a inexecução contratual ocorra sem que 
se constate a culpa de qualquer das partes do contrato, 
como no surgimento de fatos imprevisíveis, ou previsí-
veis, porém de consequências incalculáveis, retardadores 
ou impeditivos de execução do ajustado, ou, ainda, em 
caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, 
configurando área econômica extraordinária e extra-
contratual.
Teoria da imprevisão
Trata-se do desequilíbrio contratual devido a aconteci-
mentos posteriores à formação do contrato, independen-
temente da vontade das partes, de tal forma extraordiná-
rios e anormais e que era impossível de serem previstos 
anteriormente.
A teoria da imprevisão enseja que os contratos admi-
nistrativos passem por uma revisão a fim de que seja man-
tido o equilíbrio econômico-financeiro. 
Caso fortuito e força maior
A doutrina tradicional entende que a força maior 
caracteriza-se por um evento da natureza, imprevisível e 
inevitável, como enchentes, terremotos, furacões. O caso 
fortuito estaria relacionado a condutas culposas ou dolos 
de terceiros, da mesma forma, imprevisíveis, irresistíveis, 
inevitáveis e independentes da vontade das partes 
(exemplos: guerras, greves ou invasões a locais públicos). 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do 
contrato:
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força 
maior, regularmente comprovada, impeditiva da 
execução do contrato.
Fato do príncipe
Conforme Hely Lopes Meirelles, caracteriza-se fato do 
princípe “toda determinação estatal positiva ou negativa, 
geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente 
a execução do contrato administrativo”7. 
O artigo 65, inciso II, “d”, da Lei 8.666/93, refere-se 
expressamente ao fato príncipe ao afirmar que o contra-
to administrativo poderá ser alterado para: 
7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 39 ed. São Paulo: Ed. Ma-
lheiros, São Paulo, 2013.
17
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
restabelecer a relação que as partes pactua-
ram inicialmente entre os encargos do contrata-
do e a retribuição da administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, 
objetivando a manutenção do equilíbrio econô-
mico-financeiro inicial do contrato, na hipótese 
de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, 
porém de consequências incalculáveis, retardado-
res ou impeditivos da execução do ajustado, ou, 
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou 
fato do príncipe, configurando área econômica 
extraordinária e extracontratual.
Fato da administração
O fato da administração é uma das causas que impossi-
bilitam o cumprimento do contrato administrativo pelo con-
tratado, podendo ser definido como toda ação ou omissão 
do Poder Público, especificamente relacionada ao contrato, 
que impede ou retarda sua execução.
O artigo 78 da Lei 8.666/1993 elenca algumas hipóte-
ses que caracterizam o fato da administração:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
(...)
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita 
da Administração, por prazo superior a 120 (cento 
e vinte) dias, salvo em caso de calamidade públi-
ca, grave perturbação da ordem interna ou guerra, 
ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o 
mesmo prazo, independentemente do pagamento 
obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con-
tratualmente imprevistas desmobilizações e mobili-
zações e outras previstas, assegurado ao contrata-
do, nesses casos, o direito de optar pela suspensão 
do cumprimento das obrigações assumidas até que 
seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga-
mentos devidos pela Administração decorrentes de 
obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas des-
tes, já recebidos ou executados, salvo em caso de 
calamidade pública, grave perturbação da ordem 
interna ou guerra, assegurado ao contratado o di-
reito de optar pela suspensão do cumprimento de 
suas obrigações até que seja normalizada a situa-
ção;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de 
área, local ou objeto para execução de obra, ser-
viço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem 
como das fontes de materiais naturais especifica-
das no projeto;
Interferências imprevistas
O professor Hely Lopes Meireltes define as interferên-
cias imprevistas como “ocorrências materiais não cogi-
tadas pelas partes na celebração do contrato, mas que 
surgem na sua execução de modo surpreendente e ex-
cepcional, dificultando e onerando extraordinariamente o 
prosseguimento e a conclusão dos trabalhos”8. 
Atribuições do Gestor do Contrato
• Aceitar a designação como gestor do contrato.
• Planejar suas atribuições. 
• Tomar conhecimento do projeto básico, do edital 
e dos instrumentos de fiscalização a serem ado-
tados.
• Providenciar instrumento de avaliação.
• Metodologia de avaliação da qualidade, acompa-
nhada de indicadores da avaliação da qualidade e 
aceitação dos serviços executados.
• Anotar em registro próprio e no processo todas 
as ocorrênciasrelacionadas com a execução do 
contrato.
• Determinar o que for necessário à regularização 
das faltas ou defeitos observados.
8 MEIRELLES, Direito administrativo brasileiro, 2013. 
18
Licitações, Contratações de Contratos na Administração Pública
• Comunicar ao superior as decisões e providências 
que ultrapassarem a sua competência.
• Acompanhar a regularidade no recolhimento dos 
encargos previdenciários – responsabilidade soli-
dária da Administração.
• Presença de preposto do contratado.
• Inexistência de desvio de função dos empregados 
do contratado.
• Inexistência de qualquer tipo de ingerência admi-
nistrativa da Gestão do Contrato.
• Verificar regularidade cadastral junto à Fazenda 
Pública.
• Manutenção das condições habilitatórias e técni-
cas obrigatórias ou pontuadas, e cumprimento da 
proposta técnica, quando for o caso.
• Atendimento aos normativos internos.
• Acompanhar, nas aquisições, as datas de recebi-
mentos, a verificação da quantidade e qualidade. 
• Acompanhar, em serviços, a execução das obriga-
ções contratuais.
• Determinar providências necessárias à regulariza-
ção das faltas e defeitos observados.
• Representar ao ordenador de despesa proposta 
de glosa ou de aplicação de penalidade.
Referências
ALEXANDRINO, Marcelo; Paulo, Vicente. Direito admi-
nistrativo descomplicado. São Paulo: Ed. Método, 2013.
DI PIETRO, Maria Silvia. Direito administrativo. São Paulo: 
Ed. Atlas, 2013.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licita-
ções e contratos administrativos. 15 ed. São Paulo: Dia-
lética, 2012.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Mar-
tins Fontes, 1999.
Lei de Licitações. Lei n.º 8.666/93, artigo 54. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.
htm. Acesso em: 05 abril 2013.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo bra-
sileiro. 39 ed. São Paulo: Ed. Malheiros, São Paulo, 2013.
PEREIRA, Fabiano. Direito Administrativo – Esaf – 
Questões Comentadas. São Paulo: Ed. Método, 2011.
PEREIRA, Fabiano. Direito Administrativo – Cespe – 
Questões Comentadas. São Paulo: Ed. Método, 2011. 
PIMENTEL, Cleusa. Apostila de Curso. Contratos Admi-
nistrativos. EGAP/Fundap. São Paulo, 2009. 
http://media.tumblr.com/tumblr_ljk68m7RP41qh2ihq.jpg

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