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AULA 1 PARASITOLOGIA CLÍNICA

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PARASITOLOGIA CLÍNICA
Clayton Josef Thomaz Pinheiro
Biomédico
Especialista em Biologia Molecular e Imunologia
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde-UNIFAP em Imunohematologia
Responsável pela área de Engenharia Clínica-Gestão de Equipamentos do Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá-HEMOAP
PARASITOLOGIA CLÍNICA
“Parasitas são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios
para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro.” Essa é a
definição para a relação parasita e hospedeiro, sendo a parasitologia a ciência que estuda essa
tênue relação entre um determinado ser hospedeiro, neste caso o Homem, e outro, parasita.
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A relação entre organismos é imensa e fundamental para manutenção dos sistemas biológicos como os conhecemos, tão importante que podemos afirmar que nenhum ser vivo é capaz de sobreviver e/ou reproduzir-se independentemente de outros seres vivos.
Das possíveis associações entre organismos podemos classificar de maneira direta duas formas: Harmônicas ou Positivas (benefícios ou ausência de prejuízos mútuos) e Desarmônicas ou Negativas (há prejuízo para algum dos participantes da associação). As associações mais corriqueiras são: Competição, Neutralismo, Canibalismo, Predatismo, Parasitismo, Comensalismo, Mutualismo e Simbiose.
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As classificações dos parasitas podem ser as mais diversas possíveis: 
Ectopoarasitas (vivem externamente ao corpo do hospedeiro), 
Endoparasitas (vivem internamente ao hospedeiro), Hemoparasitas (tecido hematopoiético), Holoparasitas 
Hemiparasitas (extraem seivas de vegetais), 
Estenoxenos (vivem em vertebrados), 
Eurixenos (grande variedade de hospedeiros possíveis), 
Facultativos (parasitando ou vida livre), 
Obrigatórios (impossível viver sem a presença de um hospedeiro) e 
Acidental (vivem em hospedeiro que não é o costumeiro).
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É possível também classificar os parasitas de acordo com a maneira de coleta de nutrientes do hospedeiro: Espoliativa (absorção de nutrientes e sangue do hospedeiro),Ancilostomideos.
Enzimática (destruição de tecidos do hospedeiro por ação enzimática do parasita), Irritativa (causam irritação local sem causar lesões traumáticas), A. lumbricoides.
Mecânica (interferência no fluxo alimentar ou de absorção de alimentos do hospedeiro), A. lumbricoides. 
Tóxica (produção de enzimas e/ou metabólitos tóxicos ao hospedeiro), S. mansoni.
Traumática (provocam lesões no hospedeiro) 
Anóxia (diminuição da taxa de oxigênio pelas hemoglobinas por interferência de parasitas). Ancilostomideos.
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A entrada do parasita no hospedeiro pode ser através de:
Penetração Ativa (o parasita tem a capacidade de romper as barreiras do organismo hospedeiro) ou Penetração Passiva (o parasita adentra por intervenção de vetores ou ingestão/penetração por formas infectantes, normalmente ovos ou cistos).
 A transferência para o próximo hospedeiro pode ser por meio de:
Pele (retirada de sangue por vetores hematófagos), Tecidos (permanecem nos tecidos de seres predados)
Fezes (eliminação de formas infectantes como ovos ou cistos).
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No Brasil, por exemplo, existe uma relação interessante entre pequeno número de doenças parasitárias e elevado número de casos dessas doenças. (Problema Endêmico).
Espécie do parasita, Idade média da população acometida pela doença, Estado nutricional da população local, Condições sanitárias e Resposta imunológica do hospedeiro.
Fatores:
Condição de crescimento exacerbado e desordenado das cidades; 
baixa condição devida e higiene das comunidades;
falta de educação aos hábitos e costumes das pessoas além
dos sistemas ineficientes de abastecimento de água, esgoto, coleta e tratamento dos dejetos, são as principais causa de propagação de agente epidemiológico.
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Epidemiologia 
é a ciência que estuda a distribuição de doenças (características fisiológicas e sociais) e seus determinantes (ou fatores de risco) na população humana. O objetivo principal é a prevenção das doenças nos mais diversos grupos populacionais, definidos por área geográfica, faixa etária, determinação ocupacional entre outras classificações.
A compreensão da relação Agente – Vetor – Meio Ambiente – Hospedeiro são os principais enfoques de estudo da epidemiologia, em especial a relação direta de causa e consequência entre Agente e Hospedeiro (Figura 1).
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Fig. 1 Tríade epidemiológica de doenças
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Formas de Disseminação
Veículo comum: quando o agente etiológico (causador da doença) pode ser transferido por uma única fonte, por exposição única ou continuada;
Interpessoal: é disseminado pelo contato entre indivíduos, podendo ser de diferentes maneiras como contatos sanguíneo, sexual, mucosas ou mesmo respiratório
Porta de entrada: entrada direta pelo trato respiratório, gastrointestinal, cutâneo ou geniturinário
Reservatório de agentes: pode ser dividida quando o homem é o único agente infectado (antroponose) ou quando outros animais servem de reservatórios (zoonose).
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Dinâmica da doença na população
 Endemia: Presença constante da doença em uma parcela da população de determinada área geográfica, grupo populacional ou classe social (Figura 2);
 Epidemia: Tem como característica elevação progressiva de casos, inesperada e descontrolada, ultrapassando os níveis endêmicos conhecidos;
 Pandemia: São epidemias que acontecem em proporções globais, ou pelo menos regiões distantes geograficamente.
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Fig. 2 Modelo de diferenciação entre endemia e epidemia em função do tempo
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Medidas preventivas
 Primárias: Intervenção no contágio do indivíduo pelo controle dos fatores de risco, agindo preventivamente;
 Secundárias: Intervenção clínica sobre os indivíduos já acometidos pelo agente patogênico;
 Terciárias: Intervenção visando à prevenção da incapacidade do indivíduo, normalmente processos de reabilitação, reeducação e readaptação de pacientes com sequelas.
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Discussão.
Existe uma série de doenças endêmicas presentes nos países subtropicais que causam milhares de mortes por ano. As grandes multinacionais criam e planejam medicamentos efetivos para essas infecções parasitárias. Essas doenças são consideradas de países subdesenvolvidos cuja população não apresenta elevado poder aquisitivo? E como poderíamos mudar esse cenário?
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Protozoários 
são micro-organismos cuja classificação taxonômica é feita com base em suas estruturas de locomoção e são agrupados em um reino próprio, denominado Reino Protista. São seres eucariontes (núcleo celular organizado dentro de uma membrana), a maioria é heterótrofa, embora alguns sejam autótrofos, produzem clorofila e com ela fazem a fotossíntese, obtendo seu próprio alimento.
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Fig.3
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Morfologia
Os protozoários apresentam grandes variações, conforme sue fase evolutiva e meio a que estejam adaptados. Podem ser esféricos, ovais ou mesmo alongados. Fig. 3
Quatro protozoários: 
um ciliado (Paramecium caudatum), 
um flagelado(Trypanosoma brucei), 
um rizópode (Entamoeba histolytica) e 
um sem organelas locomotoras (Plasmodium vivax).
- Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas.
Assim, temos:
TROFOZOÍTO: é a configuração ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se
reproduz, por distintos processos;
CISTO: é a configuração de resistência, onde o protozoário possui uma parede
resistente que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência;
GAMETA: é a configuração sexuada, que aparece em algumas espécies de
protozoários.
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Função de Organela para menutenção dos Participantes do Reino Protista
Cinetoplasto: é uma mitocôndria especializada, sendo rica em material genético;
- Corpúsculo basal: base de inserção do componente motor dos cí1ios e flagelos;
- Reservatório: supõe-se que seja um local de secreção, excreção e ingestão de partículas, pelo processo de pinocitose;
- Lisossomo: permite a digestão intracelular de partículas alimentares;
- Complexo de Golgiense: síntese de carboidratos e condensação da secreção proteica para o meio extracelular ou para incorporação nas membranas lipídicas do organismo;
- Retículo endoplasmático: a) Liso: responsável pela síntese de esteroides; b) Granular ou Rugoso: responsável pela síntese de proteínas em seu lúmen;
- Mitocôndria: produção energética da célula;
- Microtúbulos: movimentos celulares (contração e distensão) e vias de transporte interno de vesículas;
- Flagelos, cílios, membrana ondulante e pseudópodes: locomoção da célula no meio em que se encontra;
- Axonema: eixo central do flagelo;
- Citóstoma: permite a ingestão de partículas alimentares.
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Reprodução
ASSEXUADA
• Divisão binária ou Cissiparidade;
• Brotamento ou Gemulação;
• Endogenia: formação de duas ou mais células-filhas por brotamento interno à célula;
• Esquizogonia: divisão nuclear seguida da divisão do citoplasma, constituindo indivíduos
isolados. Esses rompem a membrana celular da célula mãe e continuam a
desenvolver-se. Na realidade, existem três tipos de esquizogonia: merogonia (produz merozoítos), gametogonia (produz microgametas) e esporogonia (produz
esporozoítos).
SEXUADA
• Conjugação: consiste na união temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais nucleares;
• Singamia ou Fecundação: consiste na união de microgameta e macrogameta formando o ovo ou zigoto, que pode dividir-se para fornecer esporozoítos. O processo de formação de gametas recebe o nome de gametogonia.
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Nutrição e características
• Holofíticos ou Autotróficos: são os que, a partir de pigmentos citoplasmáticos, conseguem sintetizar energia a partir da luz solar pelo processo denominado fotossíntese;
• Holozóicos ou Heterotróficos: ingerem partículas orgânicas, digestão por ação enzimática. Essa ingestão se dá por fagocitose (ingestão de partículas sólidas) ou pinocitose (ingestão de partículas líquidas);
• Saprozóicos: absorvem substâncias inorgânicas, já decompostas e dissolvidas em meio líquido;
• Mixotróficos: são capazes de se alimentar por mais de um dos métodos acima descritos.
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Patogenias
Microrganismos de vida livre são presentes em muitos ambientes. No entanto alguns levam vida parasitária causando doenças em animais.
Febre, cistos dolorosos e outros efeitos são alguns sintomas em seus hospedeiros. Muitos protozoários causam doenças nos seres humanos e a outros animais vertebrados. Por exemplo: Trypanosoma cruzi, é um protozoário flagelado causador da doença de Chagas.
Entre as outras doenças provocadas por protozoários destacam-se a amebíase (pela Entamoeba histolytica), a giardíase (pela Giardia lamblia), a malária (por Plasmódios sp), diferentes tipos de leishmaniose (pelas Leishmania sp) e diversas outras patogenias.

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