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Portfolio Segurança do Trabalho e Ergonomia



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Processos Gerencias - basico
maycon piter vaitkievicius de amorim - 214762017
Acidentes e doenças do trabalho
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Guarulhos
2017
maycon piter vaitkievicius de amorim - 214762017
Acidentes e doenças do trabalho
Trabalho apresentado ao Curso (Processos Gerenciais) do Centro Universitário ENIAC para a disciplina [Segurança do Trabalho e Ergonomia].
Prof. Maria Helena
Guarulhos
2017
Resposta
A área de Recursos Humanos é de fundamental importância para o desenvolvimento das organizações. Marras (2002), enfatiza que as responsabilidades primordiais da área responsável pelos Recursos Humanos é cuidar da qualidade de vida dos empregados e melhorar os resultados organizacionais por meio de programas que visam implementar e manter a qualidade e a produtividade destes empregados, bem como integrar o colaborador aos objetivos da empresa e ao seu contexto, com o fim de atingir metas.
Para o sistema de Administração de Recursos Humanos, a temática tem importância especial, tanto em termos do contexto empresarial, como para o contexto pessoal, sendo relevante sinalisar que o desconhecimento das Leis, não é motivo para isentar-se ao seu cumprimento, e menos ainda para furtar-se às obrigações e sanções decorrentes.
Os processos da administração de RH são ferramentas para que o administrador tome decisões adequadas, de como integrar, coordenar e até satisfazer os próprios funcionários. Conforme enfatizam Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 61), “é por em prática uma estratégia tanto no nível microssocial quanto no nível macrossocial, ou seja, operacionalmente, as estratégias devem direcionar a gestão da organização”. Não basta somente possuir uma estratégia, é necessário muito mais do que documentos que se tornam obsoletos sem uma gestão que direcione a organização à prática de seus conhecimentos, sendo um deles a prática da higiene e segurança do trabalho.
Além disso, envolve as responsabilidades legais e morais de garantir áreas de trabalho livre de riscos desnecessários e de condições ambientais que possam ocasionar prejuízos à saúde física e mental dos indivíduos. As enfermidades profissionais e os acidentes laborais causam enormes perdas às pessoas e às organizações em termos de custos humanos, sociais e financeiros.
Na opinião de Costa e Costa (2004, p.141), as ações de segurança e saúde no trabalho devem ser geridas baseadas em ações eficientes e eficazes, levando-se em consideração o número de colaboradores existentes, os recursos disponíveis e os agentes de riscos presentes, com a finalidade de atender à legislação e de promover a saúde e o bem-estar.
Para executar tais atividades relativas à Segurança no Trabalho, o subsistema de manutenção de pessoas atua sob a perspectiva do estabelecimento de procedimentos de segurança baseados em um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, seja eliminado as condições inseguras do ambiente, seja por meio da implantação de práticas preventivas, sendo indispensáveis para o desenvolvimento do trabalho (CHIAVENATO, 2004, p. 435).
De acordo com Zocchio (1996, p. 78) “uma política definida de segurança no trabalho é uma forma de dar estabilidade às suas atividades profissionais”. A política de segurança deverá estar apoiada em quatro pontos, a saber:
Responsabilidades e atribuições: são definidas a partir das responsabilidades institucionais, sociais e econômicas da empresa;
Comunicação, registro e investigação de acidentes: todos os acidentes devem ser comunicados às pessoas e setores interessados;
Instruções e treinamento: todos os empregados receberão treinamento visando o desempenho do trabalho;
Promoção e divulgação: será mantido um programa de treinamento de promoção e divulgação de assuntos prevencionistas, com a finalidade de desenvolver o espírito da prevenção de acidentes entre todos os funcionários.
As condições de trabalho que assegurem a saúde física e mental e com as condições de saúde e bem-estar das pessoas estão relacionadas com a higiene do trabalho. Do ponto de vista de saúde física, o local de trabalho constitui a área de ação da higiene de trabalho, envolvendo aspectos ligados com exposição do organismo humano a agentes externos como ruído, ar, temperatura, umidade, luminosidade e equipamentos de trabalho (CHIAVENATO, 2004, p. 430).
Segundo Araújo (2006, p. 191) a saúde ocupacional apresenta como formação e complementação de seus objetivos três conceitos que explicam de forma direta e transparente alguns critérios básicos sobre sua aplicação:
Promoção das condições ambientais – variáveis exigidas e incluídas no ambiente de trabalho, tais como iluminação, ruídos e temperatura. As organizações devem estar sempre atentas às necessidades básicas com relação à jornada de trabalho;
Controle dos fatores causadores de doenças – controle dos fatores de causadores de doenças, fatores de risco à saúde, sejam eles físicos, químicos ou biológicos;
Prevenção, redução e eliminação das causas prejudiciais – desenvolvimento de planejamentos, programas e aplicações de toda ordem, com o intuito de orientar e promover a educação correta na execução das atividades cotidianas e utilização dos materiais necessários para a realização destas.
LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Com a revolução industrial o número de processos industriais e de acidentes de trabalho cresceu bastante, pois foi surgindo à mecanização juntamente com a mão-de-obra sem qualificação. Não havia proteção de segurança para as máquinas, bem como treinamentos e equipamentos de proteção individual para os trabalhadores, além do dia de trabalho ser extenso e a alimentação inadequada. Com o alastramento dos acidentes e doenças do trabalho, foi surgindo uma preocupação com o bem-estar dos trabalhadores que acabou culminando em leis, conferências internacionais e na criação, em 1919 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), fundada em Genebra, além de pesquisas sobre os riscos ocupacionais e formas de prevenção (ALBERTON, 1996 apud ASSMANN, 2006).
Conforme Zocchio (2002) em 1944 o Brasil adotou a recomendação da OIT que foi criada por um comitê formado em 1921 para divulgar e recomendar medidas preventivas de acidentes e doenças do trabalho, sendo conhecida, posteriormente, como a nova lei de Prevenção de Acidentes. Porém foi em 1978, segundo Souto (2003 apud Assmann, 2006) que houve um grande avanço no campo prevencionista nacional através da atuação do Ministério do Trabalho que, por intermédio da Portaria n.º 3.214 de 8 de junho de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras (NR), previstas no Capítulo V da CLT.
Os preceitos Legais de proteção que asseguram a saúde e segurança iniciaram em 1943, com a CLT, e posteriormente, em 1978, com a introdução da Portaria do Ministério do Trabalho – MTb nº 3.214 de 1978, documento que aprovou as normas regulamentadoras do Capítulo V da CLT, relativas a segurança e medicina do trabalho constituída, inicialmente, por 28 normas (COSTA e COSTA, 2004, p.03).
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 05, que estabelece a CIPA, obriga as organizações públicas e privadas a organizarem e manterem uma comissão formada por representantes dos empregados e do empregador, a depender da classificação econômica dessas empresas. O seu objetivo é executar atividades, sugestões e recomendações, propiciando melhorias na ambiência de trabalho.
Equipamento de Proteção Individual (EPI), por sua vez, corresponde a qualquer equipamento utilizado de forma individualizada pelo trabalhador com o objetivo de resguardá-lo de um agentede risco, ou de vários, visando garantir sua segurança e a saúde no trabalho. Qualquer complemento ou acessório que possua tal finalidade também é considerado EPI (COSTA; COSTA, 2004, p.23).
Marras (2000, p.223) relata que a partir de 30 de dezembro de 1994, em consonância com a Portaria nº 24/94, a elaboração de um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é obrigação de toda organização, com o objetivo de manter a saúde dos seus trabalhadores, coordenado por um médico do trabalho que pertence ou não ao quadro de funcional da empresa. O programa de medicina ocupacional executa programas de preservação da saúde dos trabalhadores, aborda exames médicos exigidos pela lei, palestras de medicina preventiva, preparação do mapa de riscos ambientais, relatório anual e arquivos de exames médicos com análises clínica e exames complementares, buscando a qualidade de vida dos funcionários e aumento de produção da empresa (CHIAVENATO, 2004, p.432).
EVITE DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO
Podemos definir doenças ocupacionais como variações que ocorrem na saúde do trabalhador, causadas por fatores relacionados ao trabalho. Muitas vezes essas doenças se manifestam devido à exposição inadequada a agentes químicos, radioativos e/ou às más condições oferecidas no ambiente laboral.
Os acidentes de trabalho podem ser considerados como imprevistos provocados por situações adversas nos locais destinados à execução das tarefas diárias. Esses acidentes englobam queimaduras, quedas, cortes e outros males que podem afetar membros e, consequentemente, a saúde do trabalhador.
Com o objetivo de se manterem sempre seguros e distantes de qualquer doença ocupacional ou acidente de trabalho, todos precisam ficar atentos aos riscos e aos cuidados com a saúde, levando em consideração a infraestrutura do ambiente laboral. Para isso, é fundamental que todo empregador conheça bem as implicações e as exigências legais pertinentes, visando oferecer à sua equipe de profissionais a proteção adequada para evitar a ocorrência de doenças e de possíveis acidentes.
Confira algumas importantes dicas a serem utilizadas nas organizações, com o objetivo de evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
Todo empregador deve se preocupar em:
Utilizar os canais de comunicação interna, visando conscientizar e alertar seus colaboradores quanto aos riscos e às ações de prevenção, para evitar doenças ocupacionais e acidentes no ambiente de trabalho;
Promover as palestras e os treinamentos específicos, ministrados por profissionais capacitados, que abordem temas relacionados às regras de proteção, à saúde e às boas condutas no ambiente laboral;
Estimular a prática diária de exercícios específicos para evitar, por exemplo, lesões corporais por movimentos repetitivos. Para que essas práticas sejam sempre eficientes é fundamental contar com a orientação de profissionais capacitados e especialistas em ergonomia;
Oferecer aos trabalhadores mobiliários adequados no ambiente de trabalho para uma correta acomodação ergonômica;
Manter os trabalhadores sempre informados sobre os resultados obtidos a partir das avaliações realizadas no ambiente laboral;
Adotar programação de descanso entre as ocupações do dia e não delegar  tarefas em que os colaboradores sejam submetidos a uma mesma atividade em tempo integral;
Orientar os funcionários a procurarem orientação médica em casos de manifestação de sintomas como: cansaço muscular nos braços ou nas pernas, dores, dormências, inchaços e outras alterações na saúde;
Informar aos trabalhadores os resultados dos exames médicos e dos exames complementares realizados, com o intuito de conscientizá-los sobre os diagnósticos obtidos e os cuidados com a saúde;
Divulgar e treinar os trabalhadores, quanto aos procedimentos corretos e imediatos que devem ser adotados em caso de acidentes;
Cumprir com todas as normas regulamentadoras (NRs) que determinam os fatores de prevenção no ambiente laboral, visando atender as exigências legais da engenharia de segurança e da medicina do trabalho.
Todas as ações de prevenção devem ser adotadas pelas organizações e pelos próprios trabalhadores, visando eliminar as condições inseguras no ambiente laboral, mas é importante reforçar que essas mesmas ações devem sempre ser orientadas por profissionais capacitados a oferecer serviços em engenharia de segurança e em medicina do trabalho.
PROPOSTAS PARA NÃO PREJUDICAR A RELAÇÃO DO EMPREGADO E EMPREGADOR
Quando se fala de responsabilidade civil, busca-se trazer conceitos e princípios de Direito para fundamentá-la, e é quando fica nítida a dificuldade de estabelecer o que é direito e o que é justo. Encontram-se muitas definições para justificar um pensamento e ao mesmo tempo outras para negar o mesmo pensamento e ambas com certo fundamento.
A responsabilidade civil do empregador em relação ao acidente de trabalho também tem suas variáveis. Pode-se dizer que “o direito se resume na exigência de viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu”(THEODORO JUNIOR, 2009 p. 707). Nota-se que esse pensamento liga o direito à justiça e ambos à responsabilidade civil, pois deve-se dar a cada um o que é seu, da mesma forma deve-se indenizar a quem foi lesado por outrem. Segundo THEODORO JUNIOR (2009, p. 707).
Em outras palavras, o empregador tem que prezar pela segurança dos seus empregados e o empregado tem a responsabilidade de cuidar da sua própria segurança no trabalho e assim não prejudicando a relação empregado e empregador.
A legislação diz que o empregador deve não somente fornecer equipamentos de proteção aos seus funcionários, mas fiscalizar a sua correta utilização, no entanto, empresas e associações devem investir em ações de conscientização para que os empregados também conheçam os riscos no trabalho, se capacitem e utilizem as devidas proteções com responsabilidade.
CONCLUSÃO:
Com o desenvolver deste trabalho, torna-se necessário destacar a sua importância prática para a melhoria das condições de trabalho no órgão objeto do estudo. Desta forma, o objetivo geral de um estudo como esse tornar-se á atingido a medida em que novos debates e discussões sobre tema forem estimulados, e algumas de suas descobertas forem aplicadas na realidade.
Faz-se necessário que os administradores e gestores de RH tomem consciência da utilização dos princípios de saúde e segurança como ferramenta para promoção da qualidade de vida dos trabalhadores.
Contudo, estes resultados alcançáveis só serão atingidos se houver o comprometimento de gestores e servidores, neste sentido, uma comunicação eficaz e um excelente aliado na propagação dos objetivos da política de segurança no trabalho.
Em síntese, a Administração de Recursos Humanos tem grandes contribuições a dar, no seu caráter essencial de prover decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam na eficácia dos funcionários e das organizações.
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REFERÊNCIAS:
ASSMANN, R. A Gestão da Segurança do Trabalho sob a Ótica da Teoria da Complexidade.2006. Dissertação (Mestrado em Administração) - Curso de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006. Disponível em: . Acesso em 10 fev.2009.
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COSTA, Marco Antônio F. da; COSTA, Maria de Fátima Barrozo da. Segurança e saúde no Trabalho: cidadania, competitividade e produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacionalao estratégico. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000.
MARRAS, J.P. Administração da remuneração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. 2002.
SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle dos riscos ambientais. São Paulo: LTr, 2005.
TACHIZAWA, T. et al. Gestão em Pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. São Paulo: FGV, 2001
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. V2, 44ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.
VASCONCELLOS, L. C. F., Os Caminhos do Caminho - a Municipalização como Estratégia de Consolidação da Saúde do Trabalhador no Setor Saúde. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, 1994.
VASCONCELLOS, L. C. F. RIBEIRO, F. S. N. Investigação epidemiológica e intervenção sanitária em Saúde do Trabalhador - O planejamento segundo bases operacionais. Cadernos de Saúde Pública, 13:269-275, 1997
ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. 6.ed. ver. e ampl.São Paulo: Atlas, 1996
https://ri.ufs.br/bitstream/123456789/348/1/Seguran%C3%A7aSa%C3%BAdeOcupacional.