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Assuntos da Rodada ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: 1 Ética e moral. 2 Ética, princípios e valores. 3 Ética e democracia: exercício da cidadania. 4 Ética e função pública. 5 Ética no Setor Público. 5.1 Resolução CJF nº 147/2011 (Código de Conduta do Conselho da Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus). 5.2 Lei nº 8112/1990, e suas alterações. 5.2.1 Provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição. 5.2.2 Direitos e vantagens. 5.2.3 Regime disciplinar: deveres, proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades, processo administrativo disciplinar. Rodada #2 Ética no Serviço Público Professor Ricardo Wermelinger ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 2 Recados importantes! A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do curso, à apreensão das cópias ilegais, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98. Você poderá fazer mais questões destes assuntos no teste semanal, liberado ao final da rodada. Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento. Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da Turma Elite (35) 9106 5456. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 3 Teoria 1. O Código de Conduta do Conselho e da Justiça federal de primeiro e segundo graus, Res. CJF 147/11, é bastante enxuto. Diferente de outros, não traz tipificação dos direitos, deveres, vedações e afins. Ele trata de diversas situações sem muita sistematização. Algumas são muito etéreas, como é próprio desse assunto, mas outras são bem objetivas, têm a cara do que o Cespe costuma cobrar. Veremos tudo, já que é pouca coisa, mas indicarei o que acho mais relevante. 2. O código começa estabelecendo suas finalidades, seus objetivos: I – tornar claras as regras de conduta dos servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus; 3. Essa disposição é comum em outros códigos. Ética é algo mutável, variável em cada sociedade e no tempo. É natural que suas regras sejam não escritas. Em organizações, porém, a positivação possui papel importante, pois reduz o subjetivismo na interpretação. Ainda que um código moral seja válido para toda a comunidade, diante de nuances dos casos concretos é natural que diferentes indivíduos avaliem a situação de maneira diferente. 4. Assim, ainda que as regras não precisassem estar no código, ele serve para unificar e servir de balizador. Além disso, diante da infração a uma regra não escrita, é comum o infrator alegar que “não sabia que não podia fazer aquilo”, e muitas vezes a alegação é verdadeira. A positivação das regras reduz essa insegurança jurídica tanto para quem avalia a conduta alheia quanto para os próprios servidores. II – assegurar que as ações institucionais empreendidas por gestores e servidores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus preservem a missão desses órgãos e que os atos delas decorrentes reflitam probidade e conduta ética; 5. Ações institucionais são aquelas tomadas em nome da instituição, não em nome próprio. Entendo que vá desde uma solenidade ou um mutirão no processamento de ações até a rotina de cada dia na instituição. Os menores atos administrativos ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 4 praticados pelos servidores, pelo que dá a entender o código, são considerados ações institucionais. 6. Quando o código fala em missão, está se referindo àquele clássico em planejamento organizacional: definir missão, visão e valores da instituição. Espera-se que as condutas dos gestores e servidores contribuam com os objetivos finais do órgão, portanto. III – conferir coerência e convergência às políticas, diretrizes e procedimentos internos do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus; 7. O código de aplica à justiça federal de primeiro e segundo graus e ao conselho da justiça federal. Muita gente, espalhada pelo Brasil todo. Considerando as diferenças culturais do nosso povo, é muito natural que as divergências de visão e interpretação das condutas éticas surjam, e o código está aí para reduzi-las. 8. Claro que o código não esgota matéria alguma, mas contribui para a uniformização daquilo que resolveu tratar. Adiantando um ponto, por exemplo: é determinado no código que a relação com a imprensa se dará exclusivamente por porta-vozes autorizados. Nenhum servidor da justiça federal pode, portanto, falar com a imprensa sem intermediação do respectivo porta-voz. Certamente, não houvesse tal disposição no código, veríamos dezenas de magistrados falando indiscriminadamente sobre seu trabalho nos meios de comunicação. Hoje em dia já se vê um bom número, mas espera-se que os porta-vozes designados estejam participando do processo. IV – oferecer um conjunto de atitudes que orientem o comportamento e as decisões institucionais. 9. Orientar é um verbo muito cabível em relação aos códigos de ética. Eles não costumam ter caráter punitivo, suas sanções não costumam passar de algo como censura ou advertência. Seu papel é mais conscientizador e orientador. 10. Isso faz todo sentido, pois as condutas que merecem punição rígida devem ser tratadas em leis formais e afins, e processadas conforme as garantias do devido processo legal. As condutas que ferem a ética são reprováveis socialmente, indesejadas, mas não caracterizam motivo para um punição institucional. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 5 11. Em seguida, temos os destinatários do código. Mais uma vez temos uma inovação, não existe aquela preocupação em formalmente prever toda e qualquer pessoa que deva ser submetida. Simplesmente são mencionados de início: todos os servidores e gestores. 12. Na sequência, o código indica que os gestores devem agir como “um exemplo de conduta a ser seguido”, e estende sua aplicação a estagiários e prestadores de serviço. Vejamos: Cabe aos gestores, em todos os níveis, aplicar, como um exemplo de conduta a ser seguido, os preceitos estabelecidos no Código e garantir que seus subordinados – servidores, estagiários e prestadores de serviços – vivenciem tais preceitos. 13. Bom, fora a carga em cima dos gestores, que precisam ter uma conduta exemplar, ressalto essa menção indireta aos estagiários e prestadores de serviço. Na sequência, o código traz esse outro dispositivo: Art. 3° O Código integrará todos os contratos de estágio e de prestação de serviços, de forma a assegurar o alinhamento entre os colaboradores. 14. Somando isso tudo, temos que o código se aplica de maneira ampla a todos que exercem funções na justiça federal, pois se temos gestores, servidores, estagiários e prestadores de serviço (terceirizados), quem falta? 15. Veremos agora os princípios. São cinco: Integridade – se refere à honestidade do indivíduo. Lisura – se refere também à honestidade, mas costuma ser empregado quanto a procedimentos. Transparência – cada vez mais comum substituir o clássico princípio da publicidade. Não basta divulgar, tem que ser transparente. Respeito – condição básica para qualquer relacionamento humano. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 6 Moralidade – claro que esse princípio estaria previsto em um código de ética. Nas provas costuma vir comparado ao da legalidade, naquele raciocínio de que para algumas coisas “não basta ser legal, tem que ser moral”. 16. A partir do artigo 5º, os dispositivoscomeçam a ficar mais casuísticos. Vamos tratar de Preconceito, Discriminação, Assédio ou Abuso de Poder: Art. 5° O Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo graus não serão tolerantes com atitudes discriminatórias ou preconceituosas de qualquer natureza, em relação a etnia, a sexo, a religião, a estado civil, a orientação sexual, a faixa etária ou a condição física especial, nem com atos que caracterizem proselitismo partidário, intimidação, hostilidade ou ameaça, humilhação por qualquer motivo ou assédio moral e sexual. 17. Um artigo autoexplicativo. Temos aqui a mais ampla gama de diversidade, de etnia a faixa etária, passando por condição física especial. 18. Fica um alerta: o código assevera que são vedadas atitudes discriminatórias ou preconceituosas. Porém, isso não impede a aplicação do princípio da isonomia. Tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades. 19. Logo, creio que não seria atitude preconceituosa, por exemplo, dar preferência a conferir a um cadeirante uma tarefa que possa ser realizada inteiramente online, sem precisar se deslocar pelo setor, especialmente se estivermos em uma daquelas instalações antigas, apertadas, não devidamente adaptadas à mobilidade de portadores de necessidades especiais. 20. Ah, sim: proselitismo é sinônimo de tentativa de convencimento, de cooptação. Proselitismo partidário, portanto, seria tentar arregimentar colegas para se filiar, ou ao menos apoiar, o partido político de sua preferência. 21. Prosseguindo, conflito de interesse: Art. 6° Gestores ou servidores não poderão participar de atos ou circunstâncias que se contraponham, conforme o caso, aos interesses do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus ou que lhes possam causar danos ou prejuízos. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 7 Art. 7° Recursos, espaço e imagem do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus não poderão, sob qualquer hipótese, ser usados para atender a interesses pessoais, políticos ou partidários. 22. Quanto ao artigo 6º, nunca vi definição mais elegante de conflito de interesses. É simples assim: se alguém possui interesse oposto ao da justiça, não pode o servidor atuar dos dois lados. 23. Um contratante possui interesse oposto. Ele quer vender caro seu produto e ter regras flexíveis de qualidade. A justiça quer comprar barato exigindo qualidade rigidamente. Um advogado de parte em processo judicial quer que a sua ação passe à frente de todas as outras para ser processada o mais rápido possível, ao passo que o interesse da justiça é processar tudo conforme os critérios de ordem e priorização estabelecidos em normas, de maneira impessoal. 24. Em relação ao art. 7º, temos uma disposição objetiva, vedando o uso pessoal, político ou partidários de recursos, espaço e imagem da justiça. Um uso que se imagina é o agente público que se vangloria dos atos da justiça como se fossem seus próprios, pavimentando sua carreira política enquanto atua nos tribunais. 25. Temos em seguida o sigilo de informações: Art.8° O servidor ou gestor que, por força de seu cargo ou de suas responsabilidades, tiverem acesso a informações do órgão em que atuam ainda não divulgadas publicamente deverão manter sigilo sobre seu conteúdo. 26. Essa disposição possui a maior relevância, pois uma informação privilegiada, fornecida a poucas pessoas, pode valer uma fortuna. Uma decisão da justiça federal pode produzir grande impacto nos mercados financeiros. Uma decisão que isente certa empresa do pagamento de um tributo que vinha sendo discutido há tempos, com muita repercussão financeira, por exemplo. É natural que o valor de mercado da empresa suba quando a decisão for publicada. O servidor que sabia de véspera, porque enviou o texto para publicação, tinha o poder de comprar, ou orientar a compra, de ações dessa empresa com retorno expressivo logo no dia seguinte. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 8 27. Em outro cenário, diligências podem ser frustradas se o interessado for comunicado com antecedência. O servidor está trabalhando e descobre que o carro do seu melhor amigo está na agenda do oficial de justiça para ser apreendido na manhã seguinte, por dívida. Avisa ou não avisa? Não pode avisar. 28. Passamos para os presentes: Art. 9° Ao servidor ou gestor do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus é vedado aceitar presentes, privilégios, empréstimos, doações, serviços ou qualquer outra forma de benefício em seu nome ou no de familiares, quando originários de partes, ou dos respectivos advogados e estagiários, bem como de terceiros que sejam ou pretendam ser fornecedores de produtos ou serviços para essas instituições. Parágrafo único. Não se consideram presentes, para fins deste artigo, os brindes sem valor comercial ou aqueles atribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas. 29. Presentes privilégios etc, ou qualquer outra forma de benefício. Temos uma lista exemplificativa, portanto, mas qualquer coisa que a imaginação humana alcançar em matéria de “presente” está envolvida. 30. A restrição se estende aos familiares do servidor. Não se delimita qual o grau de parentesco, apenas se fala em familiares. 31. E quanto a quem não pode presentear, temos dois grupos: os da atividade fim, e da atividade meio. Advogados e estagiários possuem interesse na atividade fim da justiça, os processos judiciais. Já fornecedores de produtos e serviços se relacionam com as atividades meio, a estrutura para o tribunal exercer suas tarefas. É uma relação comercial. 32. Em ambos os casos temos particulares com interesses na atuação da justiça. 33. Por fim, brindes sem valor comercial, como canetas e blocos de anotações com a marca das empresas, são liberados. Em um congresso já ganhei um pendrive que continha o material das palestras ministradas, se encaixando em “cortesia, propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos especiais”. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 9 34. Aqui trago uma curiosidade: no código de conduta da alta administração federal temos um dispositivo muito similar, mas ele limita o valor dos itens a R$100. 35. Vamos ao patrimônio tangível e intangível. Art. 10. É de responsabilidade dos destinatários do Código zelar pela integridade dos bens, tangíveis e intangíveis, dos órgãos onde atuam, inclusive sua reputação, propriedade intelectual e informações confidenciais, estratégicas ou sensíveis. 36. É dever geral de todos cuidar da coisa pública, especialmente quando ela lhe é colocada à disposição como ferramenta de trabalho. A menção especial aqui fica para a reputação, propriedade intelectual e informações. O dever se conservar os bens físicos é claro para todos, mas nem todo mundo enxerga ainda os bens imateriais como valiosos, ainda que seu valor não seja imediatamente mensurável em moeda. 37. Seria incumbência dos servidores, portanto, cuidar da reputação do tribunal da mesma forma que cuidam de suas mesas, computadores e impressoras. Não é por ser imaterial que certo patrimônio da justiça não mereça cuidado. 38. Falando em proteção do patrimônio, passamos para o uso de sistemas eletrônicos. Art. 11. Os recursos de comunicação e tecnologia de informação disponíveis no Conselho e na Justiça Federal de primeiro e segundo graus devem ser utilizados com a estrita observância dos normativos internos vigentes, notadamente no que tange à utilização e à proteção das senhas de acesso. Parágrafo único. É vedada, ainda, a utilização de sistemas e ferramentasde comunicação para a prática de atos ilegais ou impróprios, para a obtenção de vantagem pessoal, para acesso ou divulgação de conteúdo ofensivo ou imoral, para intervenção em sistemas de terceiros e para participação em discussões virtuais acerca de assuntos não relacionados aos interesses do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundos graus. 39. Em relação ao caput, temos ali apenas uma referência a normativo interno, salientando a proteção das senhas. O compartilhamento de senhas é algo que ocorre, especialmente em situações de emergência. Quem nunca ligou para o trabalho e pediu para o colega ligar seu computador, e logar-se, a fim de responder um email ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 10 corporativo ou resgatar algum arquivo que ficou salvo apenas na maquina, ou outra história semelhante? 40. Além dessa preocupação com a segurança do acesso, temos no parágrafo único o mau uso do computador. Olhem ali uma vedação super atual: participar em discussões virtuais acerca de assuntos estranhos ao trabalho. Já vimos na imprensa reportagens sobre servidores públicos que, usando o computador da repartição, entra numa rede social e fica atacando algum político da corrente oposta. Nesses casos, o próprio órgão em que ele trabalha costuma ficar mal visto, como se tacitamente concordasse com o mérito das críticas, ao permitir que um servidor seu as publicasse no horário e local de expediente. 41. Claro que o que cada servidor posta no facebook não irá representar a opinião da instituição justiça federal, mas a imagem do órgão acaba afetada. 42. Não tive acesso ao normativo interno citado, e nem é relevante, mas só para exemplificar, na CVM tínhamos um normativo que permitia expressamente o uso do computador do trabalho para acessar bancos e instituições públicas em geral, como Detran ou Receita Federal, de modo a gerar ganho de produtividade ao permitir que o servidor ganhe o tempo que gastaria indo à agência. 43. A comunicação: Art. 12. A comunicação entre os destinatários do Código ou entre esses e os órgãos governamentais, os clientes, os fornecedores e a sociedade deve ser indiscutivelmente clara, simples, objetiva e acessível a todos os legitimamente interessados. 44. Padecemos no Brasil do largo uso do juridiquês e expressões em latim, que só fazem afastar a pessoa comum daquilo que acontece na justiça. Já há anos existe o movimento de simplificar a linguagem, tornando-a a cessível aos seus principais interessados, a população. 45. Naturalmente, o texto não tem a obrigação de ser simples. Certas questões são realmente complexas, mais bem tratadas com o uso de um vocabulário mais amplo. O ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 11 que não se pode permitir é o uso desnecessário de expressões rebuscadas e construções barrocas. 46. A transparência é um dos princípios éticos previstos no código. Além disso, temos um parte que trata da publicidade de atos e informações. Art. 13. É obrigatório aos servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus garantir a publicidade de seus atos e a disponibilidade de informações corretas e atualizadas que permitam o conhecimento dos aspectos relevantes da atividade sob sua responsabilidade, bem como assegurar que a divulgação das informações aconteça no menor prazo e pelos meios mais rápidos. 47. Esse artigo é um desdobramento dessa necessidade de transparência. Trata não apenas dos atos administrativos, o que é coisa velha em direito administrativo, mas também da disponibilidade de informações corretas e atualizadas. 48. Uma coisa é o tribunal publicar ato por ato no seu site. Outra, é disponibilizar informações consolidadas, estatísticas, balanços, controles de produtividade, etc. A transparência tem muito a ver com o controle da gestão pública pela população, e isso passa por esse tipo de informação estilo “relatório para o chefe”. O povo é o chefe, afinal, correto? 49. Ao prever a divulgação das informações usando os meios mais rápidos, certamente teremos a prevalência da comunicação eletrônica. 50. Finalmente, as informações à imprensa, tema que adiantei no início na aula. Art. 14. Os contatos com os órgãos de imprensa serão promovidos, exclusivamente, por porta-vozes autorizados pelo Conselho, tribunais regionais federais e seções judiciárias, conforme o caso. 51. Então quer dizer que qualquer juiz que aparece dando uma entrevista na televisão está infringindo o código de ética? Não necessariamente. Em um caso concreto é possível que o porta-voz tenha achado mais adequado que o próprio juiz se manifestasse na imprensa, devidamente assessorado. O porta-voz passaria ao papel de assessor de imprensa, portanto. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 12 52. Digo isso para resguardar qualquer situação que vocês vejam daqui pra frente na vida real. Antes de concluírem que o juiz infringiu uma regra, é preciso saber em que contexto ocorreu a entrevista. 53. Agora os contratos, convênios e acordos de cooperação. Art. 15. Os contratos, convênios ou acordos de cooperação nos quais o Conselho, os tribunais regionais federais e as seções judiciárias sejam partes devem ser escritos de forma clara, com informações precisas, sem haver a possibilidade de interpretações ambíguas por qualquer das partes interessadas. 54. Essa, teoricamente, é a intenção de qualquer documento jurídico. Entretanto, já vi diversas argumentações de que é comum usar-se texto ambíguo em leis e normativos em geral para gerar convencimento na sua aprovação. Teoricamente, partidários de interesses opostos podem ficar satisfeitos com o mesmo texto legal, cada um fazendo uma interpretação a seu favor, se ele for ambíguo o bastante. Em questões polêmicas, o jeito de consegui fazer a matéria “passar” no Congresso , às vezes, é usar um texto que não diz muito e empurrar o problema para o judiciário. 55. No nosso caso aqui não temos leis e normativos, mas contratos e afins, atos entre partes preestabelecidas. Seja como for, vale o raciocínio: a clareza dos termos contratuais não deve deixar grandes dúvidas quanto ao seu conteúdo. Qualquer linguagem é imperfeita, podendo haver um ou outro ponto residual que não foi percebido na confecção do documento, claro. O que não se pode fazer é usar textos claramente abertos ou dúbios no intuito de tentar “esconder direitos” da outra parte até ela assinar. 56. Nem só a linguagem é imperfeita, os servidores também. Vamos às falhas administrativas. Art. 16. Servidores ou gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus que cometerem eventuais erros deverão receber orientação construtiva, contudo, se cometerem falhas resultantes de desídia, má-fé, negligência ou desinteresse que exponham o Conselho, os tribunais regionais federais e as seções judiciárias a riscos legais ou de imagem, serão tratados com rigorosa correção. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 13 57. Em outras palavras: todo mundo erra, mas errar por preguiça ou porque não está “nem aí” para o trabalho enseja rigorosa correção. Os erros desse tipo devem ser graves a ponto de expor a justiça a riscos legais ou de imagem. 58. Existe muita dificuldade no serviço público para punir e de premiar os servidores, o que muitas vezes lhes causa certa crise existencial. É estranho ter um trabalho em que seja você o pior servidor do mundo ou o cara mais dedicado e competente da terra, não terá nenhuma punição no primeiro caso e nenhum benefício no outro. Essa, contudo, é a realidade na esmagadora maioria das repartições públicas. 59. Como não poderia deixar de ser, há um artigo sobreresponsabilidade socioambiental. Art. 17. O Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo graus exigirão de seus servidores, no exercício de seus misteres, responsabilidade social e ambiental; no primeiro caso, privilegiando a adoção de práticas que favoreçam a inclusão social e, no segundo, de práticas que combatam o desperdício de recursos naturais e evitem danos ao meio ambiente. 60. Vejam que a responsabilidade será EXGIDA dos servidores pela justiça. Saliento isso porque é cara de questão de prova trocar esse verbo por incentivar, avaliar, ou outro que caiba, para tornar uma assertiva incorreta. 61. Inclusão social dialoga com princípio da isonomia, pois o tratamento diferenciado a um excluído social seria tratar um desigual na medida de sua desigualdade. 62. Todo código de ética cria uma espécie de comissão de ética para avaliar seus servidores. Aqui, temos o Comitê Gestor do Código de Conduta. Art. 18. Fica instituído o comitê gestor do Código de Conduta, ao qual compete, entre outras atribuições, zelar pelo seu cumprimento. Art. 19. Cada tribunal terá um comitê gestor formado por servidores nomeados pelo seu presidente; outro tanto no Conselho da Justiça Federal. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 14 Art. 20. As atribuições do comitê gestor do Código de Conduta serão formalizadas por ato do presidente do Conselho da Justiça Federal. 63. Meio frustrante, né? Não tem nada aí para a gente. Cada órgão terá seu comitê, cujas atribuições serão tratadas em ato do presidente do CJF. 64. E assim termina essa Resolução. Coisa simples, não é? ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 15 a. Mapas mentais ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 16 b. Revisão 1 QUESTÃO 01 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus tornar claras as regras de conduta dos seus servidores. QUESTÃO 02 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus assegurar que as ações pessoais empreendidas por gestores e servidores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus preservem a missão desses órgãos e que os atos delas decorrentes reflitam probidade e conduta ética. QUESTÃO 03 – INÉDITA O código de conduta aplica-se a todos os servidores e gestores, sem distinção, havendo iguais obrigações da parte de ambos. QUESTÃO 04 – INÉDITA Não basta que os servidores efetivos da justiça federal sigam seu código de conduta. Para garantir o alinhamento entre todos os colaboradores o código integrará todos os contratos de estágio e de prestação de serviços. QUESTÃO 05 – INÉDITA Os princípios previstos no código de conduta são: integridade, lisura, transparência e moralidade. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 17 Eu procuro sarna para me coçar, sei que vai rolar recurso no fórum. Apesar de não constar uma palavra como “apenas” ou “somente” no texto, creio que aquele artigo definido do início demonstra que a questão só estará certa se todos os princípios estiverem ali. Diferente da seguinte construção “são princípios previstos...: integridade, lisura e transparência”. Essa segunda construção, apesar de omitir princípios, não se pode dizer que está gramaticalmente errada, pois a falta de artigo indica uma lista não necessariamente exaustiva. QUESTÃO 06 – INÉDITA Gestores ou servidores não poderão participar de atos ou circunstâncias que se contraponham, conforme o caso, aos interesses do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus. Tal situação configuraria conflito de interesse. QUESTÃO 07 – INÉDITA Recursos, espaço e imagem do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus não poderão, sob qualquer hipótese, ser usados para atender a interesses pessoais, políticos ou partidários, salvo permissão excepcional, a bem do interesse público, motivada pela autoridade máxima do respectivo órgão. QUESTÃO 08 – INÉDITA Ao servidor ou gestor do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus somente é permitido aceitar presentes, privilégios, empréstimos, doações, serviços ou qualquer outra forma de benefício de pequeno valor. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 18 QUESTÃO 09 – INÉDITA Os recursos de comunicação e tecnologia de informação disponíveis no Conselho e na Justiça Federal de primeiro e segundo graus devem ser utilizados com a estrita observância dos normativos internos vigentes, notadamente no que tange à utilização de tais recursos para uso pessoal. QUESTÃO 10 – INÉDITA O princípio da transparência é plenamente atendido quando os atos dos servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus são devidamente divulgados, no menor prazo e pelos meios mais rápidos. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 19 c. Revisão 2 QUESTÃO 11 – INÉDITA A responsabilidade ambiental dos servidores será exigida pelo Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo grau, consistindo em privilegiar-se a adoção de práticas que favoreçam a inclusão social. QUESTÃO 12 – INÉDITA Com a publicação código de conduta ficou instituído o comitê gestor do Código de Conduta, um na justiça federal, outro no Conselho da Justiça Federal. QUESTÃO 13 – INÉDITA As atribuições do comitê gestor do Código de Conduta serão formalizadas por ato do presidente do Tribunal em que ele está instalado. QUESTÃO 14 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus permitir que políticas, diretrizes e procedimentos internos sejam fixados de forma autônoma. QUESTÃO 15 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus oferecer um conjunto de atitudes que orientem o a conduta dos servidores e as decisões relativas a cada instituição. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 20 QUESTÃO 16 – INÉDITA Os gestores, ao assumir seus cargos, devem firmar termo de compromisso declarando ciência e adesão ao código de conduta. Os servidores, entretanto, apesar de também obrigados a obedecê-lo, são dispensados dessa formalidade. QUESTÃO 17 – INÉDITA As atitudes discriminatórias ou preconceituosas em relação a etnia, a sexo, a religião, a estado civil, a orientação sexual, a faixa etária ou a condição física especial não serão toleradas pelo Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo graus. QUESTÃO 18 – INÉDITA O servidor ou gestor que, por força de seu cargo ou de suas responsabilidades, tiverem acesso a informações do órgão em que atuam ainda não divulgadas publicamente deverão dar-lhes transparência no menor prazo e pelos meios mais rápidos. QUESTÃO 19 – INÉDITA Uma das finalidades do código de conduta é assegurar que as ações institucionais empreendidas por gestores e servidores preservem a missão dos respectivos órgãos. Uma das formas de por em prática tal finalidade é a promoção das comunicações com a imprensa exclusivamente por porta-vozes designados. Assim, evita-se a transmissão de mensagem não alinhada com a posição institucional do órgão. QUESTÃO 20 – INÉDITA Os preceitos do código de conduta buscam auxiliar na interpretação de disposições ambíguas constantes de contratos, convênios ou acordos de cooperação.ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 21 d. Revisão 3 QUESTÃO 21 – INÉDITA De modo a tornar claras as responsabilidades dos destinatários dos códigos, foi definido que compete aos gestores zelar pela integridade dos bens, tangíveis e intangíveis, dos órgãos onde atuam, inclusive sua reputação, propriedade intelectual e informações confidenciais, estratégicas ou sensíveis, enquanto que aos servidores cabe zelar apenas pelo bens tangíveis. QUESTÃO 22 – INÉDITA É vedada a utilização dos recursos de comunicação e tecnologia da informações disponíveis no Conselho e na Justiça Federal de primeiro e segundo graus para participação em discussões virtuais acerca de assuntos não relacionados aos interesses dessas entidades. QUESTÃO 23 – INÉDITA Não basta aos servidores e gestores dar publicidade a seus atos, também é obrigatória a disponibilização de informações corretas e atualizadas que permitam o conhecimento dos aspectos mais importantes da atividade que desempenham. QUESTÃO 24 – INÉDITA Servidores ou gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus que cometerem eventuais erros serão tratados com rigorosa correção. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 22 QUESTÃO 25 – INÉDITA O comitê gestor do código de conduta tem como competência exclusiva zelar pelo cumprimento do próprio código. Suas atribuições serão formalizadas por ato do presidente do Conselho da Justiça Federal. QUESTÃO 26 – INÉDITA Atos de menor gravidade que caracterizem proselitismo partidário, intimidação, hostilidade ou ameaça, humilhação por qualquer motivo ou assédio moral e sexual podem ser tolerados, mas aqueles mais graves devem receber rigorosa correção. QUESTÃO 27 – INÉDITA É vedado ao servidor ou gestor aceitar presentes, privilégios, empréstimos, doações, serviços ou qualquer outra forma de benefício em seu nome ou no de familiares, independente da origem. QUESTÃO 28 – INÉDITA Compete aos gestores oferecer um conjunto de atitudes que orientem o comportamento e as decisões institucionais a cargo de seus subordinados. QUESTÃO 29 – INÉDITA A conduta dos destinatários do Código deverá ser pautada pelos seguintes princípios: integridade, retidão, transparência, respeito e moralidade. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 23 QUESTÃO 30 – INÉDITA O código de ética não tipifica situações de conflito de interesse, mas as define como aquelas que se contraponham aos interesses do órgão ou que possam lhe causar prejuízos ou danos. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 24 e. Norma grifada (a aula inteira foi um comentário a norma) Das Disposições Gerais Art. 1º Instituir o Código de Conduta do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, com as seguintes finalidades: I – tornar claras as regras de conduta dos servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus; II – assegurar que as ações institucionais empreendidas por gestores e servidores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus preservem a missão desses órgãos e que os atos delas decorrentes reflitam probidade e conduta ética; III – conferir coerência e convergência às políticas, diretrizes e procedimentos internos do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus; IV – oferecer um conjunto de atitudes que orientem o comportamento e as decisões institucionais. CAPÍTULO I Dos Destinatários Art. 2° O Código de Conduta aplica-se a todos os servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, os quais devem observá-lo e firmar termo de compromisso declarando ciência e adesão. Parágrafo único. Cabe aos gestores, em todos os níveis, aplicar, como um exemplo de conduta a ser seguido, os preceitos estabelecidos no Código e garantir que seus subordinados – servidores, estagiários e prestadores de serviços – vivenciem tais preceitos. Art. 3° O Código integrará todos os contratos de estágio e de prestação de serviços, de forma a assegurar o alinhamento entre os colaboradores. CAPÍTULO II Dos Princípios de Conduta ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 25 Art. 4° A conduta dos destinatários do Código deverá ser pautada pelos seguintes princípios: integridade, lisura, transparência, respeito e moralidade. CAPÍTULO III Da Prática de Preconceito, Discriminação, Assédio ou Abuso de Poder Art. 5° O Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo graus não serão tolerantes com atitudes discriminatórias ou preconceituosas de qualquer natureza, em relação a etnia, a sexo, a religião, a estado civil, a orientação sexual, a faixa etária ou a condição física especial, nem com atos que caracterizem proselitismo partidário, intimidação, hostilidade ou ameaça, humilhação por qualquer motivo ou assédio moral e sexual. CAPÍTULO IV Do Conflito de Interesses Art. 6° Gestores ou servidores não poderão participar de atos ou circunstâncias que se contraponham, conforme o caso, aos interesses do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus ou que lhes possam causar danos ou prejuízos. Art. 7° Recursos, espaço e imagem do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus não poderão, sob qualquer hipótese, ser usados para atender a interesses pessoais, políticos ou partidários. CAPÍTULO V Do Sigilo de Informações Art.8° O servidor ou gestor que, por força de seu cargo ou de suas responsabilidades, tiverem acesso a informações do órgão em que atuam ainda não divulgadas publicamente deverão manter sigilo sobre seu conteúdo. Art. 9° Ao servidor ou gestor do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus é vedado aceitar presentes, privilégios, empréstimos, doações, serviços ou qualquer outra forma de benefício em seu nome ou no de familiares, quando originários de partes, ou dos ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 26 respectivos advogados e estagiários, bem como de terceiros que sejam ou pretendam ser fornecedores de produtos ou serviços para essas instituições. Parágrafo único. Não se consideram presentes, para fins deste artigo, os brindes sem valor comercial ou aqueles atribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas. CAPITULO VI Do Patrimônio Tangível e Intangível Art. 10. É de responsabilidade dos destinatários do Código zelar pela integridade dos bens, tangíveis e intangíveis, dos órgãos onde atuam, inclusive sua reputação, propriedade intelectual e informações confidenciais, estratégicas ou sensíveis. CAPÍTULO VII Dos Usos de Sistemas Eletrônicos Art. 11. Os recursos de comunicação e tecnologia de informação disponíveis no Conselho e na Justiça Federal de primeiro e segundo graus devem ser utilizados com a estrita observância dos normativos internos vigentes, notadamente no que tange à utilização e à proteção das senhas de acesso. Parágrafo único. É vedada, ainda, a utilização de sistemas e ferramentas de comunicação para a prática de atos ilegais ou impróprios, para a obtenção de vantagem pessoal, para acesso ou divulgação de conteúdo ofensivo ou imoral, para intervenção em sistemas de terceiros e para participação em discussões virtuais acerca de assuntos não relacionados aos interesses do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundos graus. CAPÍTULO VIII Da Comunicação Art. 12. A comunicação entre os destinatários do Código ou entre esses e os órgãos governamentais, os clientes, os fornecedores e a sociedade deve ser indiscutivelmenteclara, simples, objetiva e acessível a todos os legitimamente interessados. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 27 CAPÍTULO IX Da Publicidade de Atos e Disponibilidade de Informações Art. 13. É obrigatório aos servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus garantir a publicidade de seus atos e a disponibilidade de informações corretas e atualizadas que permitam o conhecimento dos aspectos relevantes da atividade sob sua responsabilidade, bem como assegurar que a divulgação das informações aconteça no menor prazo e pelos meios mais rápidos. CAPÍTULO X Das Informações à Imprensa Art. 14. Os contatos com os órgãos de imprensa serão promovidos, exclusivamente, por porta-vozes autorizados pelo Conselho, tribunais regionais federais e seções judiciárias, conforme o caso. CAPÍTULO XI Dos Contratos, Convênios ou Acordos de Cooperação Art. 15. Os contratos, convênios ou acordos de cooperação nos quais o Conselho, os tribunais regionais federais e as seções judiciárias sejam partes devem ser escritos de forma clara, com informações precisas, sem haver a possibilidade de interpretações ambíguas por qualquer das partes interessadas. CAPÍTULO XII Das Falhas Administrativas Art. 16. Servidores ou gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus que cometerem eventuais erros deverão receber orientação construtiva, contudo, se cometerem falhas resultantes de desídia, má-fé, negligência ou desinteresse que exponham o Conselho, os tribunais regionais federais e as seções judiciárias a riscos legais ou de imagem, serão tratados com rigorosa correção. CAPÍTULO XIII ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 28 Da Responsabilidade Socioambiental Art. 17. O Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo graus exigirão de seus servidores, no exercício de seus misteres, responsabilidade social e ambiental; no primeiro caso, privilegiando a adoção de práticas que favoreçam a inclusão social e, no segundo, de práticas que combatam o desperdício de recursos naturais e evitem danos ao meio ambiente. CAPÍTULO XIV Do Comitê Gestor do Código de Conduta Art. 18. Fica instituído o comitê gestor do Código de Conduta, ao qual compete, entre outras atribuições, zelar pelo seu cumprimento. Art. 19. Cada tribunal terá um comitê gestor formado por servidores nomeados pelo seu presidente; outro tanto no Conselho da Justiça Federal. Art. 20. As atribuições do comitê gestor do Código de Conduta serão formalizadas por ato do presidente do Conselho da Justiça Federal. Art. 21. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 29 f. Gabarito 1 2 3 4 5 C E E C E 6 7 8 9 10 C E E E E 11 12 13 14 15 E E E E C 16 17 18 19 20 E C E C E 21 22 23 24 25 E C C E E 26 27 28 29 30 E E E E C ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 30 g. Breves comentários às questões: QUESTÃO 01 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus tornar claras as regras de conduta dos seus servidores. As finalidades do código estão previstas logo em seu artigo 1º, sendo essa o inciso I. Essa menção a tornar claras as regras se dá porque as condutas éticas não são criadas pelo código, elas já são assim definidas pelo código moral da sociedade. Por outro lado, diferentes indivíduos podem interpretar essas regras não escritas de diversas formas, o que não é desejável no âmbito de nenhuma organização, com mais força ainda no poder judiciário. Daí a uniformização das regras em um documento, deixando claro para todos o que pode e o que não pode. Gabarito: C. QUESTÃO 02 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus assegurar que as ações pessoais empreendidas por gestores e servidores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus preservem a missão desses órgãos e que os atos delas decorrentes reflitam probidade e conduta ética. Pelo bom senso, e, mais ainda, pela interpretação sistemática do código, não daria pra dizer que essa afirmação está de todo errada. Entretanto, a frase é uma cópia do código, com uma palavra trocada. Nesses casos, ainda que a escolha da nova palavra não tenha sido a mais adequada, a banca dará a assertiva como errada. Reparem: não é uma paráfrase, é a cópia de tooodo o texto legal, com apenas uma palavra mudada. Se forem várias alterações, mas mantendo o conteúdo, aí é uma paráfrase, não necessariamente estará errada, é preciso avaliar. Gabarito: E. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 31 QUESTÃO 03 – INÉDITA O código de conduta aplica-se a todos os servidores e gestores, sem distinção, havendo iguais obrigações da parte de ambos. Os gestores possuem responsabilidade a mais. “cabe aos gestores aplicar, como um exemplo de conduta a ser seguido, os preceitos do código, e garantir que seus subordinados vivenciem tais preceitos”. Devem dar o exemplo e promover um ambiente de respeito ao código entre os subordinados. Gabarito: E. QUESTÃO 04 – INÉDITA Não basta que os servidores efetivos da justiça federal sigam seu código de conduta. Para garantir o alinhamento entre todos os colaboradores o código integrará todos os contratos de estágio e de prestação de serviços. Esse comando é comum em outros códigos também. Não acho que seja necessário que todas as cláusulas de código sejam reproduzidas no corpo desses contratos, creio que o que ocorre é haver uma cláusula obrigando os signatários a se comprometer a seguir o código. Na minha época de estagiário era comum, além dessa cláusula no contrato, receber uma cópia impressa do código de ética do órgão no primeiro dia de serviço. Gabarito: C. QUESTÃO 05 – INÉDITA Os princípios previstos no código de conduta são: integridade, lisura, transparência e moralidade. Eu procuro sarna para me coçar, sei que vai rolar recurso no fórum. Apesar de não constar uma palavra como “apenas” ou “somente” no texto, creio que aquele artigo definido do início demonstra que a questão só estará certa se todos os princípios estiverem ali. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 32 Diferente da seguinte construção “são princípios previstos...: integridade, lisura e transparência”. Essa segunda construção, apesar de omitir princípios, não se pode dizer que está gramaticalmente errada, pois a falta de artigo indica uma lista não necessariamente exaustiva. Fica mais fácil se trocar: Gatito e Rodrigo Pimpão são titulares do Botafogo. Frase correta. Agora vejam: Os titulares do botafogo são Gatito e Rodrigo Pimpão. Não fica uma sensação de “cadê os outros 9?” Parece que o narrador parou a escalação do time no meio. A frase está errada. Gabarito: E. QUESTÃO 06 – INÉDITA Gestores ou servidores não poderão participar de atos ou circunstâncias que se contraponham, conforme o caso, aos interesses do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus. Tal situação configuraria conflito de interesse. Essa é a definição de conflito de interesse que temos no artigo 6º do código. Além dos interesses contrapostos, temos também atos ou circunstâncias que possam causar danos ou prejuízos ao órgão. Gabarito: C. QUESTÃO 07 – INÉDITA Recursos, espaço e imagem do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus não poderão, sob qualquer hipótese, ser usados para atender a interesses pessoais,políticos ou partidários, salvo permissão excepcional, a bem do interesse público, motivada pela autoridade máxima do respectivo órgão. O código não abre essa exceção. Gabarito: E. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 33 QUESTÃO 08 – INÉDITA Ao servidor ou gestor do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus somente é permitido aceitar presentes, privilégios, empréstimos, doações, serviços ou qualquer outra forma de benefício de pequeno valor. Não é bem isso. Podem aceitar brindes sem valor comercial, ou brindes a título de cortesia, propaganda ou divulgação em eventos especiais e datas comemorativas, como um pendrive com textos dos anais do evento, livros com sua temática, camisas e acessórios em geral com a logomarca a ser promovida, etc. Uma caixa de bombom no natal pode ser caracterizada como “brinde a título de cortesia por ocasião de data comemorativa”, mas uma garrafa de vinho todo mês, ou sempre que o presenteador tem uma situação chata para resolver com a justiça, não vale. Enfim, não é qualquer presente de pequeno valor que pode ser recebido. Gabarito: E. QUESTÃO 09 – INÉDITA Os recursos de comunicação e tecnologia de informação disponíveis no Conselho e na Justiça Federal de primeiro e segundo graus devem ser utilizados com a estrita observância dos normativos internos vigentes, notadamente no que tange à utilização de tais recursos para uso pessoal. O que o código considera digno de nota é a utilização e proteção das senhas de acesso. Afinal, usar o computador do trabalho para fins pessoais pode não trazer praticamente nenhum dano ao órgão, mas dar a terceiros a senha que pode ser usada para acessar processos sob segredo de justiça, ou então para apagar ou alterar documentos, é algo da maior relevância. Gabarito: E. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 34 QUESTÃO 10 – INÉDITA O princípio da transparência é plenamente atendido quando os atos dos servidores e gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus são devidamente divulgados, no menor prazo e pelos meios mais rápidos. Para atender plenamente a tal princípio também é necessária a “disponibilidade de informações corretas e atualizadas que permitam o conhecimento dos aspectos relevantes da atividade sob sua responsabilidade”, vide art. 13. Sei que ele não menciona explicitamente a transparência, mas essa construção é comum. Gabarito: E. QUESTÃO 11 – INÉDITA A responsabilidade ambiental dos servidores será exigida pelo Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo grau, consistindo em privilegiar-se a adoção de práticas que favoreçam a inclusão social. O favorecimento da inclusão social é exercício de responsabilidade social. Responsabilidade ambiental, no código, consiste em privilegiar práticas que combatam o desperdício de recursos naturais e evitem danos ao meio ambiente. Gabarito: E. QUESTÃO 12 – INÉDITA Com a publicação código de conduta ficou instituído o comitê gestor do Código de Conduta, um na justiça federal, outro no Conselho da Justiça Federal. Não temos apenas um na justiça federal, mas um para cada tribunal, e outro no CJF. Gabarito: E. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 35 QUESTÃO 13 – INÉDITA As atribuições do comitê gestor do Código de Conduta serão formalizadas por ato do presidente do Tribunal em que ele está instalado. Serão por ato do presidente do Conselho da Justiça Federal. Pra consolidar: é um comitê em cada tribunal, com membros nomeados pelo presidente do respectivo tribunal, mas a fixação das atribuições será uma só, nacional, pelo presidente do CJF. Gabarito: E. QUESTÃO 14 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus permitir que políticas, diretrizes e procedimentos internos sejam fixados de forma autônoma. É o oposto disso, a finalidade é conferir coerência e convergência a esses elementos. Gabarito: E. QUESTÃO 15 – INÉDITA Está entre as finalidades do código de ética do conselho e da justiça federal de primeiro e segundos graus oferecer um conjunto de atitudes que orientem o a conduta dos servidores e as decisões relativas a cada instituição. Troquei ligeiramente as palavras do código, o original é “orientem o comportamento e as decisões institucionais”. Nem sempre o fato de estar com palavras diferentes do código significa necessariamente uma assertiva errada, mesmo numa prova que tem tudo para ser literal (a parte dessa Resolução). Gabarito: C. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 36 QUESTÃO 16 – INÉDITA Os gestores, ao assumir seus cargos, devem firmar termo de compromisso declarando ciência e adesão ao código de conduta. Os servidores, entretanto, apesar de também obrigados a obedecê-lo, são dispensados dessa formalidade. Essa obrigação é comum a todos os servidores e gestores, destinatários do código previstos no caput do art. 2º. Gabarito: E. QUESTÃO 17 – INÉDITA As atitudes discriminatórias ou preconceituosas em relação a etnia, a sexo, a religião, a estado civil, a orientação sexual, a faixa etária ou a condição física especial não serão toleradas pelo Conselho e a Justiça Federal de primeiro e segundo graus. Perfeito, e também não o serão os atos que caracterizem proselitismo partidário, intimidação, hostilidade ou ameaça, humilhação por qualquer motivo ou assédio moral e sexual. Gabarito: C. QUESTÃO 18 – INÉDITA O servidor ou gestor que, por força de seu cargo ou de suas responsabilidades, tiverem acesso a informações do órgão em que atuam ainda não divulgadas publicamente deverão dar-lhes transparência no menor prazo e pelos meios mais rápidos. Mais uma vez, pelo contexto essa assertiva pode parecer correta, mas na verdade o código está tratando de informações na iminência de receber publicidade oficial. Uma informação que o servidor mandou para o diário oficial e que será publicada na edição do dia seguinte, por exemplo. Até que ocorra a divulgação para todos, o servidor deve guardar sigilo. Aceito recursos contra a questão, rs. Ocorre que essa parte da matéria me parece muito simples, ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 37 a única forma de desafiá-los é misturando coisas semelhantes para tentar pegar aquela memória que não ficou muito bem fixada, está meio misturada ainda. Ao errar uma questão dessas, não esquecem mais o certo. Gabarito: E. QUESTÃO 19 – INÉDITA Uma das finalidades do código de conduta é assegurar que as ações institucionais empreendidas por gestores e servidores preservem a missão dos respectivos órgãos. Uma das formas de por em prática tal finalidade é a promoção das comunicações com a imprensa exclusivamente por porta-vozes designados. Assim, evita-se a transmissão de mensagem não alinhada com a posição institucional do órgão. É difícil antecipar a cabeça da banca para criar questões inéditas, mas o Cespe gosta de dar umas viajadas assim nas provas de ética, deduzindo coisas e relacionando elementos que não possuem vinculação explícita. São questões em que o bom senso e a lógica interna da assertiva ajudam a responder. Gabarito: C. QUESTÃO 20 – INÉDITA Os preceitos do código de conduta buscam auxiliar na interpretação de disposições ambíguas constantes de contratos, convênios ou acordos de cooperação. O código, na verdade, determina que esses instrumentos sejam “escritos de forma clara, com informações precisas, sem haver a possibilidade de interpretações ambíguas”. Aliás, acabo de reparar que o código cumpre sua própria regra. Em99% dos textos legais esse artigo seria assim: “devem ser REDIGIDOS de forma clara...”. Gabarito: E. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 38 QUESTÃO 21 – INÉDITA De modo a tornar claras as responsabilidades dos destinatários dos códigos, foi definido que compete aos gestores zelar pela integridade dos bens, tangíveis e intangíveis, dos órgãos onde atuam, inclusive sua reputação, propriedade intelectual e informações confidenciais, estratégicas ou sensíveis, enquanto que aos servidores cabe zelar apenas pelo bens tangíveis. Não há distinção entre gestores e servidores nesse tema, todos devem zelar pelos bens tangíveis e intangíveis. Gabarito: E. QUESTÃO 22 – INÉDITA É vedada a utilização dos recursos de comunicação e tecnologia da informações disponíveis no Conselho e na Justiça Federal de primeiro e segundo graus para participação em discussões virtuais acerca de assuntos não relacionados aos interesses dessas entidades. Nada de passar o dia batendo boca em em posts do facebook ou comentários do G1. Gabarito: C. QUESTÃO 23 – INÉDITA Não basta aos servidores e gestores dar publicidade a seus atos, também é obrigatória a disponibilização de informações corretas e atualizadas que permitam o conhecimento dos aspectos mais importantes da atividade que desempenham. Fiz algumas alterações no texto, mas é exatamente a mensagem que consta do artigo 13. Gabarito: C. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 39 QUESTÃO 24 – INÉDITA Servidores ou gestores do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus que cometerem eventuais erros serão tratados com rigorosa correção. Eventuais erros recebem orientação construtiva. Rigorosa correção vai apenas para falhas resultantes de desídia, má-fé, negligência ou desinteresse que exponham o órgão a riscos legais ou de imagem. Gabarito: E. QUESTÃO 25 – INÉDITA O comitê gestor do código de conduta tem como competência exclusiva zelar pelo cumprimento do próprio código. Suas atribuições serão formalizadas por ato do presidente do Conselho da Justiça Federal. Zelar pelo cumprimento do código se dá “entre outras atribuições” do comitê, não de forma exclusiva. Gabarito: E. QUESTÃO 26 – INÉDITA Atos de menor gravidade que caracterizem proselitismo partidário, intimidação, hostilidade ou ameaça, humilhação por qualquer motivo ou assédio moral e sexual podem ser tolerados, mas aqueles mais graves devem receber rigorosa correção. O código determina que tais atos não serão tolerados. Nada fala sobre a gravidade, nenhum deles é permitido em nenhum grau. Essa menção à “rigorosa correção” está no artigo 16, em relação ao erro do servidor. Os erros em geral devem receber “orientação construtiva”, mas aqueles decorrentes de desídia, má-fé, etc receberam a tal rigorosa correção. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 40 Gabarito: E. QUESTÃO 27 – INÉDITA É vedado ao servidor ou gestor aceitar presentes, privilégios, empréstimos, doações, serviços ou qualquer outra forma de benefício em seu nome ou no de familiares, independente da origem. Claro que não, se fosse assim o servidor ficaria impedido de ser presenteado em sua vida pessoal. Não se pode aceitar “quando originários de partes, ou dos respectivos advogados e estagiários, bem como de terceiros que sejam ou pretendam ser fornecedores de produtos ou serviços”. Gabarito: E. QUESTÃO 28 – INÉDITA Compete aos gestores oferecer um conjunto de atitudes que orientem o comportamento e as decisões institucionais a cargo de seus subordinados. Essa não é competência dos gestores, mas uma das finalidades do código, previstas no artigo 1º. O que cabe aos gestores é aplicar o código como um exemplo de conduta a ser seguido e garantir que seus subordinados vivenciem seus preceitos. Gabarito: E. QUESTÃO 29 – INÉDITA A conduta dos destinatários do Código deverá ser pautada pelos seguintes princípios: integridade, retidão, transparência, respeito e moralidade. Detesto decoreba, mas às vezes cai. Não é retidão, é lisura. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 41 Gabarito: E. QUESTÃO 30 – INÉDITA O código de ética não tipifica situações de conflito de interesse, mas as define como aquelas que se contraponham aos interesses do órgão ou que possam lhe causar prejuízos ou danos. Perfeito, conforme artigo 6º. Apesar de o parágrafo único trazer uma regra objetiva em relação ao uso de recursos, espaço e imagem dos órgãos, tal dispositivo está longe de ser uma tipificação de todas as situações de conflito de interesse. Gabarito: C.
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