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2020
CONTEÚDO
Língua Portuguesa
GRÁTIS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
CONTEÚDO ONLINE
TÉCNICO DO 
SEGURO SOCIAL
Raciocínio Lógico
Noções de Informática
Ética no Serviço Público
Regime Jurídico Único
Noções de Direito Constitucional
Noções de Direito Administrativo
Conhecimentos Específicos
INSS
2020
COLEÇÃO PREPARATÓRIA CONTEÚDO DE ACORDO COM O ÚLTIMO EDITAL
Cód.: 9088121381155
Instituto Nacional do Seguro Social
INSS
Técnico do Seguro Social
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior, 
para que o aluno antecipe seus estudos.
JN001-N0
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você 
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.
www.novaconcursos.com.br
sac@novaconcursos.com.br
OBRA
Instituto Nacional do Seguro Social
Técnico do Seguro Social
Atualizada até 06/2020
AUTORES
Ética No Serviço Público - Profª Bruna Pinotti
Regime Jurídico Único - Profª Bruna Pinotti
Noções De Direito Constitucional - Profª Giovana Marques
Noções De Direito Administrativo - Profº Fernando Zantedeschi
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Raciocínio Lógico - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Noções De Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Profº Fernando Zantedeschi e Ana Maria Quinteto
PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Mesquita
Josiane Sarto
DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Higor Moreira 
Willian Lopes 
Dayverson Ramon
CAPA
Joel Ferreira dos Santos
EDIÇÃO JUN/2020
APRESENTAÇÃO
PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte
PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado 
no site.
O código encontra-se no verso da capa da 
apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: JN001-19
PASSO 3
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SUMÁRIO
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal: Decreto nº 1.171/1994 e Decreto 
nº 6.029/2007 .......................................................................................................................................................................................................... 01
REGIME JURÍDICO ÚNICO
Lei 8.112/1990 e alterações, direitos e deveres do Servidor Público ................................................................................................ 01
O servidor público como agente de desenvolvimento social .............................................................................................................. 28
Saúde e qualidade de vida no serviço público ........................................................................................................................................... 29
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias constitucionais individuais; garantias 
dos direitos coletivos, sociais e políticos ...................................................................................................................................................... 01
Administração Pública (artigos de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal de 1988 e atualizações) ............................. 12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Estado, governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e 
princípios. .................................................................................................................................................................................................................. 01
Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios. .............................................................................................................................. 08
Organização administrativa da União; administração direta e indireta. .......................................................................................... 12
Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; 
regime jurídico único:provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime 
disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa. ............................................................................................................... 17
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso 
do poder. ................................................................................................................................................................................................................... 28
Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classificação, espécies e 
exteriorização; vinculação e discricionariedade. Serviços Públicos: conceito, classificação, regulamentação e 
controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização. ................................................................ 35
Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; 
responsabilidade civil do Estado. .................................................................................................................................................................... 44
Lei nº 8.429/1992 (sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício 
de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras 
providências)............................................................................................................................................................................................................ 53
Lei n°9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo). ................................................................................................................................. 65
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos ...................................................................................................................................................... 01
Tipologia textual ..................................................................................................................................................................................................... 08
Ortografia oficial .................................................................................................................................................................................................... 09
Acentuação gráfica ................................................................................................................................................................................................14
Emprego das classes de palavras .................................................................................................................................................................... 17
Emprego do sinal indicativo de crase ............................................................................................................................................................ 57
Sintaxe da oração e do período ....................................................................................................................................................................... 61
Pontuação ................................................................................................................................................................................................................. 71
Concordâncias nominal e verbal ...................................................................................................................................................................... 74
Regências nominal e verbal ............................................................................................................................................................................... 81
Significação das palavras .................................................................................................................................................................................... 88
Redação de correspondências oficiais: Manual de Redação da Presidência da República ...................................................... 91
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições, valores lógicos das proposições, sentenças abertas, número de 
linhas da tabela verdade, conectivos, proposições simples, proposições compostas ............................................................... 01
Tautologia ................................................................................................................................................................................................................. 09
Operação com conjuntos ................................................................................................................................................................................... 17
Raciocínio lógico envolvendo grandezas diretamente e inversamente proporcionais .............................................................. 20
Cálculos com porcentagens ............................................................................................................................................................................... 21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Conceitos de Internet e intranet. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos 
e procedimentos de informática ..................................................................................................................................................................... 01
Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações utilizando-se a suíte de 
escritório LibreOffice ........................................................................................................................................................................................................... 10
Conceitos e modos de utilização de sistemas operacionais Windows 7 e 10 .............................................................................................. 65
Noções básicas de ferramentas e aplicativos de navegação e correio eletrônico ...................................................................... 71
Noções básicas de segurança e proteção: vírus, worms e derivados............................................................................................... 75
SUMÁRIO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Seguridade Social; Origem e evolução legislativa no Brasil; Conceituação; Organização e princípios 
constitucionais ........................................................................................................................................................................................................ 01
Legislação Previdenciária; Conteúdo, fontes, autonomia; Aplicação das normas previdenciárias; Vigência, hierarquia, 
interpretação e integração ................................................................................................................................................................................. 03
Regime Geral de Previdência Social; Segurados obrigatórios; Filiação e inscrição; Conceito, características e 
abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial.
Segurado facultativo: conceito, características, filiação e inscrição; Trabalhadores excluídos do Regime Geral ............. 07
Empresa e empregador doméstico: conceito previdenciário ............................................................................................................... 13
Financiamento da Seguridade Social; Receitas da União; Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das 
empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de 
concursos de prognósticos, receitas de outras fontes ............................................................................................................................ 14
Salário-de-contribuição; Conceito; Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes; Limites mínimo e máximo; 
Proporcionalidade; Reajustamento ................................................................................................................................................................. 16
Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social ......................................................................... 20
Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil; Obrigações da empresa e demais ............................ 23
Contribuintes; Prazo de recolhimento; Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária .................... 23
Decadência e prescrição ..................................................................................................................................................................................... 24
Crimes contra a Seguridade Social ................................................................................................................................................................. 25
Recurso das decisões administrativas ............................................................................................................................................................ 27
Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de prestações, benefícios, disposições gerais e 
específicas, períodos de carência, salário-de-benefício, renda mensal do benefício, reajustamento do valor dos 
benefícios .................................................................................................................................................................................................................. 28
Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado ................................................................................................. 38
Lei nº 8.212/1991 e alterações.......................................................................................................................................................................... 39
Lei nº 8.213/1991 e alterações.......................................................................................................................................................................... 45
Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 e alterações ........................................................................................................................................... 53
Lei de Assistência Social (LOAS): conteúdo; fontes e autonomia (Lei nº 8.742/1993e Decreto nº 6.214/2007 e 
alterações) ................................................................................................................................................................................................................. 65
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
ÍNDICE
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal: Decreto nº 1.171/1994 e Decreto 
nº 6.029/2007 .......................................................................................................................................................................................................... 01
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“Para que um Código de Ética Profissional seja organi-
zado, é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base 
filosófica. Tal base deve estribar-se nas virtudes exigíveis 
a serem respeitadas no exercício da profissão, e em geral 
abrange as relações com os utentes dos serviços, os co-
legas, a classe e a nação. As virtudes básicas são comuns 
a todos os códigos. As virtudes específicas de cada pro-
fissão representam as variações entre os diversos estatu-
tos éticos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer 
profissão, pois representa uma qualidade imprescindível 
a qualquer execução de trabalho, em qualquer lugar. O 
sigilo, todavia, deixa de ser necessário em profissões que 
não lidam com confidências e resguardos de direitos” 2. 
Por exemplo, o servidor público tem o dever de zelo, ge-
nérico, e o dever de sigilo, específico, já que tem acesso a 
informações privilegiadas no exercício do cargo.
Tomadas estas premissas, vale lembrar que o Código 
de Ética foi expedido pelo Presidente da República, con-
siderada a atribuição da Constituição Federal para dispor 
sobre a organização e o funcionamento da administra-
ção pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Consti-
tuição Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar 
as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para 
sua fiel execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, so-
bre: a) organização e funcionamento da administração 
federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de 
funções ou cargos públicos, quando vagos”. Exatamen-
te por causa desta atribuição que o Código de Ética em 
estudo adota a forma de decreto e não de lei, já que 
as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso 
Nacional). 
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado 
exercício de poder regulamentar inerente ao Executivo, 
que se perfaz em decretos regulamentares. Embora se-
jam factíveis decretos autônomos3, não é o caso do de-
creto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas 
como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servidores 
públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade 
administrativa), além da Constituição Federal. Assim, o 
Decreto nº 1.171/94 não é autônomo!
Ainda assim, inegável que o decreto impõe normas 
de conduta, o que gera controvérsias sobre o nível de 
obrigatoriedade dele. Autores como Azevedo4 se posi-
cionam pela inconstitucionalidade do Decreto: “O Decre-
to 1171 é inconstitucional, na medida em que impõe re-
gras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima 
diz, no seu art. 5º, diz que ‘ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’ 
e que ‘não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal’. Esta lei citada pelo art. 
5º é a norma primária, não podendo ser confundida com 
a possibilidade de ser imposta normas de conduta pela 
norma secundária. 
2 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
3 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011. 
4 AZEVEDO, Márcio. Ética no serviço público federal. Disponível 
em: <http://portal.damasio.com.br/Arquivos/Material/AulasOnli-
ne_MarcioAzevedo1.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2013.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO 
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER 
EXECUTIVO FEDERAL: DECRETO Nº 
1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007
DECRETO N° 1.171 DE 22 DE JUNHO DE 1994
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Pú-
blico Civil do Poder Executivo Federal.
Consolidando um padrão de comportamento ético, 
merece destaque o Decreto nº 1.171/1994 (Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe-
cutivo Federal), o qual será estudado a partir deste ponto.
Considerados os princípios administrativos basilares 
do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma 
específico que estabelece a ação ética esperada dos ser-
vidores públicos, qual seja o Decreto n° 1.171/94. Trata-
-se do chamado Código de Ética do Servidor Público, o 
qual disciplina normas éticas aplicáveis a esta categoria 
de profissionais, assemelhando-se no formato aos Có-
digos de Ética que costumam ser adotados para varia-
das categorias profissionais (médicos, contadores...), mas 
diferenciando-se destes por possuir o caráter jurídico, 
logo, coativo.
A respeito dos motivos que ensejam a criação de um 
Código de Ética, tem-se que “as relações de valor que 
existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos 
da conduta humana podem ser reunidas em um instru-
mento regulador. Tal conjunto racional, com o propósi-
to de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação 
desta ciência que se consubstancia em uma peça magna, 
como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupa-
mentos sociais. Uma espécie de contrato de classe gera 
o Código de Ética Profissional e os órgãos de fiscalização 
do exercício passam a controlar a execução de tal peça 
magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um 
indivíduo perante seu grupo e o todo social. O interesse 
no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a 
ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória tor-
na-se exigível de cada profissional [...], mas com proveito 
geral. Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética 
e de uma educação pertinente que conduza à vontade 
de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina 
da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas 
mais remotas, e é uma tendência natural na vida das co-
munidades. É inequívoco que o ser tenha sua individuali-
dade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o 
é que uma norma comportamental deva reger a prática 
profissional no que concerne a sua conduta, em relação 
a seus semelhantes” 1. Logo, embora se reconheça que o 
indivíduo tem particularidades no desempenho de suas 
funções, isto é, que emprega algo de sua personalida-
de no exercício delas, cabe o estabelecimento de um rol 
de condutas padronizadas genericamente, as quais cor-
respondem ao melhor desempenho profissional que se 
pode ter, um desempenho ético.
1 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
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DECRETA:
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que 
com este baixa.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública 
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta 
dias, as providências necessárias à plena vigência do 
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da 
respectiva Comissão de Ética, integrada por três ser-
vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou 
emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética 
será comunicada à Secretaria da Administração Fede-
ral da Presidência da República, com a indicação dos 
respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua 
publicação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência 
e 106° da República.
Os principais elementos que podem ser extraídos do 
preâmbulo do Código de Ética são: 
Trata-se de um diploma expedido pelo Presidente da 
República à época e, como tal, permanece válido até que 
seja revogado, isto é, até sobrevir outro de conteúdo in-
compatível (revogação tácita) ou atéoutro decreto ser ex-
pedido para substituí-lo (revogação expressa). O decreto 
aceita, ainda, reformas e revogações parciais: no caso, 
destaca-se o Decreto n° 6.029/07, que revogou alguns 
incisos do Código e que será estudado oportunamente.
Parâmetros para o conteúdo do decreto: os incisos do 
artigo 84, já citados anteriormente, remetem ao poder 
regulamentar o Executivo; os artigos da Lei n° 8.112/90 
referem-se aos deveres e proibições do servidor público 
federal; os artigos da Lei n° 8.429/92 tratam dos atos de 
improbidade administrativa.
A partir da aprovação do Código de Ética, ele se tor-
nou obrigatório a todas as esferas da atividade pública. 
Daí a obrigação de instituir o aparato próprio ao seu 
cumprimento, inclusive mediante criação das Comissões 
de Ética, as quais não podem ser compostas por servido-
res temporários.
O decreto conferiu um prazo para cada uma das en-
tidades da administração pública federal direta ou in-
direta para constituir em seu âmbito uma Comissão de 
Ética que irá apurar as infrações ao Código de Ética. Com 
efeito, não há nenhuma facultatividade quanto ao dever 
de respeito ao Código de Ética, pois ele se aplica tanto 
na administração direta quanto na indireta. A Comissão 
de Ética será composta por: três servidores ou empre-
gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanen-
te. A constituição (quando foi criada) e a composição 
(quem a compõe) da Comissão deverão ser informadas 
à Secretaria da Administração Federal da Presidência da 
República.
Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de 
conduta a alguém via Decreto, que é uma norma secun-
dária, porque só a norma primária tem esta capacidade 
constitucional. Atualmente, com a nova redação do art. 
84, inciso VI, dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 
11 de setembro de 2001, é possível falar em Decreto Au-
tônomo. Isto é: é possível falar em Decreto como norma 
primária, para fins de dispor sobre organização e funcio-
namento da Administração Pública Federal, quando não 
houver aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos, e também para extinguir funções ou 
cargos públicos, quando vagos. Somente uma grande 
força de interpretação, que chegaria a ultrapassar os limi-
tes constitucionais do art. 84, VI, da CF/88, poderia acei-
tar que a criação de normas de conduta para servidores 
públicos estaria inserta na organização e funcionamento 
da Administração Pública Federal. Apesar disto, o fato é 
que o Decreto Autônomo só apareceu verdadeiramente 
no ordenamento jurídico nacional em 11 de setembro 
de 2001, e o Decreto nº 1.171 é de 22 de junho de 1994, 
quando não havia no ordenamento jurídico o Decreto 
como norma primária. Por isso, o Decreto nº 1.171 não 
impõe coerção quanto às normas materiais nele indica-
das; impõe tão somente em relação às normas proces-
suais, como a obrigação de criação de Comissão de Ética 
por todas as entidades e órgãos públicos federais”. 
Não se corrobora, em parte, o entendimento. O fato 
de os decretos autônomos terem surgido após o De-
creto nº 1.171/94 não o transforma em norma primária, 
realmente. Contudo, trata-se de uma norma secundária 
que encontra bases em normas primárias, quais sejam 
a Lei nº 8.112/90 e a Lei nº 8.429/92: na prática, todas 
as diretrizes estabelecidas no Código de Ética são repe-
tidas em leis federais e decorrem diretamente do texto 
constitucional. Assim, a adoção da forma de decreto não 
significa, de forma alguma, que suas diretrizes não sejam 
obrigatórias: o servidor público federal que desobede-
cê-las estará sujeito à apuração de sua conduta perante 
a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações 
ao processo administrativo disciplinar, podendo gerar 
até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de cen-
sura nos casos menos graves. Não obstante, o respeito 
ao Código gera reconhecimento e é verificado para fins 
de promoção. Isso sem falar na total efetividade das re-
gras determinantes da instituição de Comissões de Ética.
O Decreto nº 1.171/1994 não é autônomo e 
se vincula às disciplinas da Lei nº 8.112/1990 
– Regime Jurídico dos Servidores Públicos 
Civis Federais e da Lei nº 8.429/1992 – Lei 
de Improbidade Administrativa.
#FicaDica
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições 
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo 
em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como 
nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro 
de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de 
junho de 1992,
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Virtudes básicas profissionais são aquelas indispen-
sáveis, sem as quais não se consegue a realização de um 
exercício ético competente, seja qual for a natureza do 
serviço prestado. Tais virtudes devem formar a consciên-
cia ética estrutural, os alicerces do caráter e, em conjunto, 
habilitarem o profissional ao êxito em seu desempenho” 
6.
Para bem compreender o conteúdo dos incisos que 
se seguem, é importante pensar: se eu fosse a pessoa 
buscando atendimento no órgão público em questão, 
como eu gostaria de ser tratado? Qual o tipo de funcio-
nário que eu gostaria que fosse responsável pela solução 
do meu problema? Enfim, basta lembrar da regra de ouro 
da moralidade, pela qual eu somente devo fazer algo se 
racionalmente desejar que todas as pessoas ajam da 
mesma forma - inclusive em relação a mim, ou seja, “age 
de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer-te 
sempre como princípio de uma legislação universal”7.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consci-
ência dos princípios morais são primados maiores que 
devem nortear o servidor público, seja no exercício do 
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exer-
cício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, 
comportamentos e atitudes serão direcionados para 
a preservação da honra e da tradição dos serviços 
públicos.
Primeiramente, vale compreender o sentido de algu-
mas palavras do inciso: por dignidade, deve-se entender 
autoridade moral; por decoro, compostura e decência; 
por zelo, cuidado e atenção; por eficácia, a produção do 
efeito esperado. 
Na verdade, tudo isto abrange o que o inciso chama 
de consciência dos princípios morais: sei que devo agir 
de modo que inspire os demais que me rodeiam, isto 
é, exatamente como o melhor cidadão de bem; no de-
sempenho das minhas funções, devo me manter sério e 
comprometido, desempenhando cada uma das atribui-
ções recebidas com o maior cuidado e atenção possível, 
evitando erros, de modo que o serviço que eu preste seja 
o melhor que eu puder prestar. 
Não basta que o funcionário aja desta forma no exer-
cício de suas funções, porque ele participa da sociedade 
e fica conhecido nela. O desempenho de cargo público, 
por sua vez, faz com que ele seja visto de outra forma 
pela sociedade, que espera dele uma conduta ilibada, 
ou seja, livre de vícios e compulsões. Discrição é a pa-
lavra-chave para a vida particular do servidor público, 
preservando a instituição da qual faz parte. Por exemplo, 
quem se sentiria bem em ser atendido por um funcioná-
rio que é sempre visto embriagado em bares ou provo-
cando confusões familiares, por mais que os serviços por 
ele desempenhados sejam de qualidade?
6 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
7 KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução Paulo Barre-
ra. São Paulo: Ícone, 2005, p. 32.
ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I
SEÇÃO I
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
O Direito como valor do justo é estudado pela Filoso-
fia do Direito na parte denominada Deontologia Jurídica, 
ou, no plano empírico e pragmático, pela Política do Di-
reito5. Deontologia é uma das teorias normativas se-
gundo as quais as escolhas são moralmente necessá-
rias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre 
as teorias morais que orientam nossas escolhas sobre 
o que deve ser feito, considerada a moral vigente. Por 
sua vez, a deontologiajurídica é a ciência que cuida dos 
deveres e dos direitos dos operadores do Direito, bem 
como de seus fundamentos éticos e legais, consolidan-
do o valor do justo. Por isso, os incisos que se seguem 
traduzem o comportamento moral esperado do servidor 
público não só enquanto desempenha suas funções, mas 
também em sua vida social.
Deontologia é, assim, a teoria do dever no que diz 
respeito à moral; conjunto de deveres que impõe a cer-
tos profissionais o cumprimento da sua função. Pode-se 
dizer ainda que a deontologia consiste no conjunto de 
regras e princípios que regem a conduta de um profis-
sional, uma ciência que estuda os deveres de uma de-
terminada profissão. O profissional brasileiro está sujeito 
a uma deontologia própria a regular o exercício de sua 
profissão conforme o Código de Ética de sua classe. O 
Direito é o mínimo de moral para que o homem viva em 
sociedade e a deontologia dele decorre posto que trata 
de direitos e deveres dos profissionais que estejam sujei-
tos a especificidade destas normas.
O Código de Ética cria regras deontológicas de ética, 
isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da 
moral, daí porque não se preocupa com a previsão de 
punição e processo disciplinar contra o servidor antiéti-
co, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência 
entre a conduta antiética e a necessidade de punição ad-
ministrativa. A verdadeira intenção do Código de Ética 
foi estimular os órgãos e entidades públicas federais a 
promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as 
discussões que dela se extrai, permeie amiúde as reparti-
ções, até com naturalidade.
“Muitas são as virtudes que um profissional precisa 
ter para que desenvolva com eficácia seu trabalho. Em 
verdade, múltiplas exigências existem, mas entre elas, 
destacam-se algumas, básicas, sem as quais se impos-
sibilita a consecução do êxito moral. Quase sempre, na 
maioria dos casos, o sucesso profissional se az acompa-
nhar de condutas fundamentais corretas. Tais virtudes 
básicas são comuns a quase todas as profissões [...]. 
5 REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 
2002.
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III - A moralidade da Administração Pública não se 
limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser 
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem co-
mum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, 
na conduta do servidor público, é que poderá consoli-
dar a moralidade do ato administrativo.
Bem e mal são conceitos que transcendem a esfera 
particular. O servidor público não deve pensar por uma 
pessoa, mas por toda a sociedade. Assim, não se deve 
agir de uma forma para beneficiar um particular - ainda 
que isso possa ser um bem para ele, é injusto para com 
a sociedade que uma pessoa seja tratada melhor que a 
outra. O fim da atitude do servidor é o bem comum, ou 
seja, o bem da coletividade. O coletivo sempre deve pre-
valecer sobre o particular.
Por isso, o servidor deve equilibrar a legalidade, que 
é o respeito ao que a lei determina, e a finalidade, que 
é a busca do fim da preservação do bem comum. Assim, 
o respeito à lei é fundamental, mas a atitude do servidor 
não pode cair numa burocratização sem sentido, ou seja, 
o respeito às minúcias da lei não pode prejudicar o bem 
comum, sob pena de violar a moralidade.
IV - A remuneração do servidor público é custeada pe-
los tributos pagos direta ou indiretamente por todos, 
até por ele próprio, e por isso se exige, como contra-
partida, que a moralidade administrativa se integre no 
Direito, como elemento indissociável de sua aplicação 
e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, 
em fator de legalidade.
O servidor público deve colocar de lado seus inte-
resses egoísticos e buscar a aplicação da moralidade no 
Direito, lembrando que quem paga pelos seus serviços 
é a sociedade como um todo. “Parece ser uma tendên-
cia do ser humano, como tem sido objeto de referência 
de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, 
seus interesses próprios, quando, entretanto, esses são 
de natureza pouco recomendável, ocorrem seriíssimos 
problemas. Quando o trabalho é executado só para au-
ferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro 
lado, nos serviços realizados com amor, visando ao be-
nefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com 
consciência do bem comum, passa a existir a expressão 
social do mesmo. O valor ético do esforço é, pois, variá-
vel de acordo com seu alcance em face da comunidade. 
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, 
tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela 
preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocor-
re com a sua comunidade e muito menos com a socieda-
de. [...] O egoísmo desenfreado pode atingir um número 
expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o 
destino de nações, partindo da ausência de conduta vir-
tuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com 
seus lucros. [...] Sabemos que a conduta do ser humano 
tende ao egoísmo, repetimos, mas, para os interesses 
de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se 
acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas 
em princípios de virtude. Como só a atitude virtuosa tem 
condições de garantir o bem comum, a Ética tem sido o 
caminho justo, adequado, para o benefício geral” 8.
8 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
O comportamento ético do servidor público na sua 
vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo, 
houver uma razoável exigência do servidor se comportar 
moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreiras 
típicas de Estado. O que dizer então do Decreto nº 1.171, 
de 1994, que impõe o comportamento ético e moral de 
todo e qualquer servidor, na sua vida particular, inde-
pendentemente da natureza do seu cargo? Quando tal 
Código estabelece, logo no Capítulo I do Anexo, algu-
mas “Regras Deontológicas”, quer dizer que o servidor 
público está envolto em um sistema onde a moral tem 
forte influência no desenvolvimento da sua carreira pú-
blica. Assim, quem passa pelo serviço público sabe ou 
deveria saber que a promoção profissional e o adequado 
cumprimento das atribuições do cargo estão condicio-
nados também pela ética e, assim, pelo comportamento 
particular do servidor.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o 
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que 
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o 
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno 
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e 
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, 
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
Este inciso traz alguns binômios abrangidos pelo con-
ceito de ética que se contrapõem. Com efeito, o servi-
dor deve sempre escolher o conveniente, o oportuno, 
o justo e o honesto. No caso, parte-se das escolhas de 
menor relevância para aquelas fundamentais, que envol-
vem a opção pelo justo e honesto. Estes são os principais 
valores morais exigidos pelo inciso. Quando se fala que é 
preciso escolher acima de tudo entre honesto e desones-
to, evidencia-se que o Código busca mais do que o res-
peito à lei, e sim a efetiva ação conforme a moralidade.
Vale destacar o artigo 37 da Constituição Federal, ao 
qual o inciso em estudo faz remissão.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
de e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Nota-se que o inciso faz referência ao §4°, que traz as 
consequências dos atos de improbidade administra-
tiva, que poderão variar conforme o grau de gravidade 
(uma dassanções possíveis é a de obrigar o servidor a 
devolver o dinheiro aos cofres públicos, o que se enten-
de por ressarcir o erário). 
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Como visto, a publicidade é um princípio basilar da 
administração pública, ao lado da moralidade. Como tal, 
caminha lado a lado com ela. Não cabe ao servidor pú-
blico negar o acesso à informação por parte do cidadão, 
salvo em situações especiais. Nota-se que “quando be-
nefícios morais se fazem exigíveis, especificamente, para 
um desempenho de labor, forçoso é cumpri-los; só po-
demos justificar o não cumprimento quando fatores de 
ordem muito superior possam-no impedir, pois o des-
cumprimento será sempre uma lesão à consciência ética” 
9.
FIQUE ATENTO!
O dispositivo autoriza que os atos adminis-
trativos não sejam públicos em situações ex-
cepcionais, quais sejam segurança nacional, 
investigações policiais e interesse superior 
do Estado e da Administração Pública.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor 
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária 
aos interesses da própria pessoa interessada ou da Ad-
ministração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou 
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do 
erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniqui-
lam até mesmo a dignidade humana quanto mais a 
de uma Nação.
Mentir é uma atitude contrária à moralidade espe-
rada do servidor público, ainda mais se tal mentira se 
referir à função desempenhada, por exemplo, negando 
a prática de um ato ou informando erroneamente um ci-
dadão. Não existe uma hipótese em que mentir é aceito: 
não importa se dizer a verdade implicará em prejuízo 
à Administração Pública.
Se o Estado errar, e isso pode acontecer, não deverá 
se eximir de seu erro com base em uma mentira, pois isto 
ofende a integridade dos cidadãos e da própria Nação. 
Para ser um bom país, não é preciso se fundar em erros 
ou mentiras, mas sim se esforçar ao máximo para evitá-
-los e corrigi-los.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo 
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço 
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus 
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe 
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qual-
quer bem pertencente ao patrimônio público, deterio-
rando-o, por descuido ou má vontade, não constitui 
apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações 
ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade 
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas espe-
ranças e seus esforços para construí-los.
9 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
rante a comunidade deve ser entendido como acrés-
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode 
ser considerado como seu maior patrimônio.
O cidadão paga impostos e demais tributos apenas 
para que o Estado garanta a ele a prestação do melhor 
serviço público possível, isto é, a manutenção de uma so-
ciedade justa e bem estruturada. O mesmo dinheiro que 
sai dos bolsos do cidadão, inclusive do próprio servidor 
público, é o que remunera os serviços por ele prestados. 
Por isso, agir contra a moral é insultante, mais que um 
aproveitamento da máquina estatal, é um desrespeito 
ao cidadão honesto que paga parte do que recebe ao 
Estado.
Assim, para bem aplicar o Direito é preciso agir con-
forme a moralidade administrativa, sob pena de mais que 
violar a lei, também desrespeitar o bem comum e preju-
dicar a sociedade como um todo - inclusive a si próprio.
No mais, chama-se atenção à vedação de que o ser-
vidor receba do particular qualquer verba extra: sua 
remuneração já é paga pelo particular, por meio dos im-
postos, não devendo pretender mais do que aquilo. Isto 
não significa que o patrimônio do servidor seja apenas o 
seu salário - há um patrimônio inerente à boa prestação 
do serviço, proporcionando a melhoria da sociedade em 
que vive.
VI - A função pública deve ser tida como exercício 
profissional e, portanto, se integra na vida particular 
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos veri-
ficados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada 
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na 
vida funcional.
Reiterando o que foi dito no inciso I, o Código de Éti-
ca lembra que um funcionário público carrega consigo a 
imagem da administração pública, ou seja, não é servi-
dor público apenas quando está desempenhando suas 
funções, mas o tempo todo. Por isso, não importa ser o 
melhor funcionário público da repartição se a vida parti-
cular estiver devassada, isto é, se não agir com discrição, 
coerência, compostura e moralidade também na vida 
particular. Isso implica em ser um bom pai/mãe, uma 
pessoa livre de vícios, um cidadão reservado e cumpridor 
de seus deveres sociais.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
tigações policiais ou interesse superior do Estado e 
da Administração Pública, a serem preservados em 
processo previamente declarado sigiloso, nos termos 
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo 
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando 
sua omissão comprometimento ético contra o bem co-
mum, imputável a quem a negar.
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A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado 
contraditório e ampla defesa.
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com 
culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor 
que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro 
(administrado), o servidor terá o dever de indenizar. 
Mais do que incômodo, maltratar um cidadão que 
busca atendimento pode caracterizar dano moral, isto 
é, gerar tamanho abalo emocional e psicológico que im-
plique num dano. Apesar deste dano não ser econômico, 
isto é, de a dor causada não ter meio de compensação 
financeiro que a repare, o juiz estabelecerá um valor que 
a compense razoavelmente.
Por sua vez, deteriorar o patrimônio público caracteri-
za dano material. No caso, há um correspondente finan-
ceiro direto, de modo que a condenação será no sentido 
de pagar ao Estado o equivalente ao bem destruído ou 
deteriorado.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à es-
pera de solução que compete ao setor em que exerça 
suas funções, permitindo a formação de longas filas, 
ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do 
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética 
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave 
dano moral aos usuários dos serviços públicos.
Este inciso é um desdobramento do inciso anterior, 
descrevendo um tipo específico de conduta imoral com 
relação ao usuário do serviço público, qual seja a de dei-
xá-lo esperando por atendimento que seja de sua com-
petência. Claro, a espera é algo natural, notadamente 
quando o atendimento estiver sobrecarregado. O que o 
inciso pretende vetar é que as filas se alonguem quando 
o servidor enrola no atendimento, enfim, age com pre-
guiça e desânimo.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às 
ordens legais de seus superiores, velando atentamen-
te por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta 
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo 
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e 
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho 
da função pública.
Dentro do serviço público há uma hierarquia, que 
deve ser obedecida para a boa execução das atividades. 
Seria uma desordem se todos mandassem e se cada qual 
decidisse que função iria desempenhar. Por isso, cabe 
o respeito ao que o superior determina, executando as 
funções da melhor forma possível.
“A razão pela qual se exige uma disciplina do homem 
em seu grupo repousa no fato de que as associações 
possuem, por suas naturezas, uma necessidade de equi-
líbrio que só se encontra quando a autonomia dos seres 
se coordena na finalidade do todo. É a lei dos sistemas 
que se tornaimperiosa, do átomo às galáxias, de cada 
indivíduo até sua sociedade. [...] 
Quem nunca chegou a uma repartição pública ou 
cartório e recebeu um tratamento ruim por parte de um 
funcionário? Infelizmente, esta é uma atitude comum no 
serviço público. Contudo, o esperado do servidor é que 
ele atenda aos cidadãos com atenção e boa vontade, fa-
zendo tudo o que for possível para ajudá-lo, despenden-
do o tempo necessário e tomando as devidas cautelas. 
O instituto da responsabilidade civil é parte inte-
grante do direito obrigacional, uma vez que a principal 
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação 
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o 
pagamento de indenização que se refere às perdas e da-
nos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em omissão 
que gere dano deve suportar as consequências jurídicas 
decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.10
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, 
podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até 
os limites da herança, embora existam reflexos na ação 
que apure a responsabilidade civil conforme o resultado 
na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por nega-
tiva de autoria impede a condenação na esfera cível, ao 
passo que uma absolvição por falta de provas não o faz).
Genericamente, os elementos da responsabilidade 
civil se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele 
que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o 
artigo central do instituto da responsabilidade civil, que 
tem como elementos: ação ou omissão voluntária (agir 
como não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa 
ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma 
violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo 
causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e 
o dano causado) e dano (prejuízo sofrido pelo agente, 
que pode ser individual ou coletivo, moral ou material, 
econômico e não econômico).
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: “As 
pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res-
ponsável nos casos de dolo ou culpa”. Este artigo deixa 
clara a formação de uma relação jurídica autônoma en-
tre o Estado e o agente público que causou o dano no 
desempenho de suas funções. Nesta relação, a respon-
sabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado 
provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual foi 
anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso 
é justamente o direito de acionar o causador direto do 
dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, con-
siderada a existência de uma relação obrigacional que se 
forma entre a vítima e a instituição que o agente compõe.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
te causar aos membros da sociedade, mas se este agente 
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que 
foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar 
condutas incompatíveis com o comportamento ético 
dele esperado.11 
10 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
11 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: 
Método, 2011.
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As regras deontológicas do Código de Ética 
trazem uma concepção abrangente de de-
veres comportamentais do servidor públi-
co, que adiante são aprofundadas de forma 
mais específica no inciso XIV.
#FicaDica
SEÇÃO II
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
Embora se trate de outra seção do Código de Ética, há 
continuidade no tratamento do agir moral esperado 
do servidor público. No caso, são elencados alguns de-
veres essenciais que devem ser obedecidos.
“Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para 
o desempenho eficaz da profissão são deveres éticos. 
Sendo o propósito do exercício profissional a prestação 
de uma utilidade a terceiros, todas as qualidades perti-
nentes à satisfação da necessidade, de quem requer a 
tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempe-
nho. Logo, um complexo de deveres envolve a vida pro-
fissional, sob os ângulos da conduta a ser seguida para a 
execução de um trabalho” 14.
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, 
função ou emprego público de que seja titular;
Cabe ao servidor público desempenhar todas as atri-
buições inerentes à posição de que seja titular.
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e 
rendimento, pondo fim ou procurando prioritaria-
mente resolver situações procrastinatórias, prin-
cipalmente diante de filas ou de qualquer outra 
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo 
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de 
evitar dano moral ao usuário;
O desempenho de funções deve se dar de forma 
eficiente. Situações procrastinatórias são aquelas que 
adiam a prestação do serviço público. Procrastinar signi-
fica enrolar, adiar, fugir ao dever de prestar o serviço, ler-
dear. Cabe ao servidor público não deixar para amanhã o 
que pode fazer no dia e agilizar ainda mais o seu serviço 
quando houver acúmulo de trabalho ou de filas, inclusive 
para evitar dano moral ao cidadão. 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a 
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, 
quando estiver diante de duas opções, a melhor e 
a mais vantajosa para o bem comum;
14 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
Cada ser, assim como a somatória deles em classe 
profissional, tem seu comportamento específico, guiado 
pela característica do trabalho executado. Cada conjun-
to de profissionais deve seguir uma ordem que permita 
a evolução harmônica do trabalho de todos, a partir da 
conduta de cada um, através de uma tutela no trabalho 
que conduza a regularização do individualismo perante 
o coletivo” 12.
Negligência é a omissão no agir como se deve, isto é, 
é deixar de fazer aquilo que lhe foi atribuído. As condutas 
negligentes devem ser evitadas, de modo que os erros 
sejam minimizados, a atenção seja uma marca do serviço 
e a retidão algo sempre presente. Imprudência, por sua 
vez, é o agir sem cuidado, sem zelo, causando prejuízo 
ao serviço público. 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu lo-
cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço 
público, o que quase sempre conduz à desordem nas 
relações humanas.
O servidor público tem obrigação de comparecer reli-
giosamente em seu local de trabalho no horário determi-
nado. Todas as ausências devem ser evitadas e, quando 
inevitáveis, devem ser justificadas.
Os demais funcionários e a sociedade sempre ficam 
atentos às atitudes do servidor público e qualquer per-
cepção de relaxo no desempenho das funções será obser-
vada, notadamente no que tange a ausências frequentes.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a 
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e 
cada concidadão, colabora e de todos pode receber 
colaboração, pois sua atividade pública é a grande 
oportunidade para o crescimento e o engrandecimen-
to da Nação.
O bom desempenho das funções ao agir conforme o 
esperado pela sociedade implica numa boa imagem do 
servidor público, o que permite que ele receba apoio dos 
demais quando realmente precisar.
“É inequívoco que o trabalho individual influencia 
e recebe influências do meio onde é praticado. Não é, 
pois, somente em seu grupo que o profissional dá sua 
contribuição ou a sonega. Quando adquire a consciência 
do valor social de sua ação, da vontade volvida ao geral, 
pode realizar importantes feitos que alcançam repercus-
são ampla” 13.
12 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
13 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
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i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
quicos, de contratantes, interessados e outros que 
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
gens indevidas em decorrência de ações imorais, 
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
O respeito à hierarquia é algo necessário ao setor pú-
blico, pois se ele não existisse as atividades seriam de-
sempenhadas de forma desorganizada, logo, ineficiente. 
Isso não significa, contudo, que o servidor deva obede-
cer a todas as ordens sem questioná-las, notadamente 
quando perceber que a atitude de seu superior contraria 
os interesses do bem comum, nem que deva ter medo 
de denunciar atitudes antiéticas de seus superiores ou 
colegas.
São atitudes que não podem ser aceitas por parte dos 
superiores ou de pessoas que contratem ou busquem 
serviços do poder público: obtenção de favores, benefí-
cios ou vantagens indevidas, imorais, ilegais ou antiéticas. 
Ao se deparar com estas atitudes, deverá denunciá-las.
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigên-
cias específicas da defesa da vida e da segurança 
coletiva;
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores 
públicos possuem o direito de greve, devendo se aten-
tar pela preservação da sociedade quando exercê-lo. En-
quanto não for elaborada uma legislação específica para 
os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral 
de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 
7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20).
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de 
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e 
qualquer ato ou fato contrário ao interesse públi-
co, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra-
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua 
organização e distribuição;
Os três incisos acima reiteram deveres constantemen-
te enumerados pelo Código de Ética como o de com-
parecimento assíduo e pontual no local de trabalho, o 
de comunicação de atos contrários ao interesse públi-
co (inclusive os praticados por seus superiores) e o de 
preservação do local de trabalho (mantendo-o limpo e 
organizado).
o) participar dos movimentos e estudos que se re-
lacionem com a melhoria do exercício de suas 
funções, tendo por escopo a realização do bem 
comum;
Honestidade, retidão, lealdade e justiça são valores 
morais consolidados na sociedade, refletindo o caráter 
da pessoa. O servidor público deve erigir tais valores, 
sempre fazendo a melhor escolha para a coletividade.
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
dição essencial da gestão dos bens, direitos e ser-
viços da coletividade a seu cargo;
Prestar contas é uma atitude obrigatória por parte de 
todos aqueles que cuidam de algo que não lhe perten-
ce. No caso, o servidor público cuida do patrimônio do 
Estado. Por isso, sempre deverá prestar contas a respeito 
deste patrimônio, relatando a sua situação e garantindo 
que ele seja preservado.
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços 
aperfeiçoando o processo de comunicação e con-
tato com o público;
A atitude ética esperada do servidor público consis-
te em exercer suas funções de forma adequada, sempre 
atendendo da melhor forma possível os usuários.
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por 
princípios éticos que se materializam na adequada 
prestação dos serviços públicos;
Os funcionários públicos nunca podem perder de vis-
ta o dever ético que eles possuem com relação à socie-
dade como um todo, que é o de respeito à moralidade 
insculpida no texto constitucional. “A consciência ética 
busca ser cidadã e, por isso, faz da honestidade pessoal 
um caminho certo para a ética pública. Vivendo numa 
República, estamos tratando da ‘coisa pública’, do que é 
de todos; isso requer vida administrativa e política trans-
parente, numa disposição a colocar-se a serviço de toda 
a coletividade”15.
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-
ção, respeitando a capacidade e as limitações in-
dividuais de todos os usuários do serviço público, 
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção 
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, 
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa 
forma, de causar-lhes dano moral;
Para bem atender os usuários, é preciso tratá-los com 
igualdade, sem preconceitos de qualquer natureza. Vale 
lembrar que o tratamento preconceituoso e mal-educa-
do caracteriza dano moral, cabendo reparação.
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum te-
mor de representar contra qualquer comprometi-
mento indevido da estrutura em que se funda o 
Poder Estatal;
15 AGOSTINI, Frei Nilo. Ética: diálogo e compromisso. São Paulo: 
FTD, 2010.
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t) exercer com estrita moderação as prerrogativas 
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se 
de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses 
dos usuários do serviço público e dos jurisdiciona-
dos administrativos;
Prerrogativas funcionais são garantias atribuídas pela 
lei ao servidor público para que ele possa bem desempe-
nhar suas funções. Não cabe exercê-las a torto e direito, 
é preciso ter razoabilidade, moderação. Assim, quando 
invocá-las, o servidor público será levado a sério.
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha 
ao interesse público, mesmo que observando as 
formalidades legais e não cometendo qualquer 
violação expressa à lei;
O servidor público deve agir conforme a lei determi-
na, observando-a estritamente, preservando assim os in-
teresses da sociedade.
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua 
classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
mulando o seu integral cumprimento.
O Código de Ética é o principal instrumento jurídico 
que trata das atitudes do servidor público esperadas e 
vedadas. É preciso obedecer a suas diretrizes e aconse-
lhar a sua leitura àqueles que o desconheçam.
SEÇÃO III
DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
XV - É vedado ao servidor público;
Nesta seção, são descritas algumas atitudes que con-
trariam as diretrizes do Código de Ética. Trata-se de um 
rol exemplificativo, ou seja, que pode ser ampliado por 
um juízo de interpretação das regras éticas até então 
estudadas.
Não será necessário gravar todas estas regras 
se o candidato se atentar ao fato de que elas 
se contrapõem às atitudes corretas até então 
estudadas. Por óbvio, não agir da forma es-
tabelecida caracteriza violação dos deveres 
éticos, o que é proibido.
#FicaDica
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, 
tempo, posição e influências, para obter qualquer 
favorecimento, para si ou para outrem;
Frequentemente, são promovidos cursos de aperfei-
çoamento pela própria instituição, sem contar aqueles 
disponibilizados por faculdades e cursos técnicos. Cabe 
ao servidor público participar sempre que for benéfico à 
melhoria de suas funções. 
“O valor do exercício profissional tende a aumentar à 
medida que o profissional também aumentar sua cultu-
ra, especialmente em ramos do saber aplicáveis a todos 
os demais, como são os relativos às culturas filosóficas, 
matemáticas e históricas. Uma classe que se sustenta em 
elites cultas te garantida sua posição social, porque se 
habilita às lideranças e aos postos de comando no po-
der. A especialização tem sua utilidade, seu valor, sendo 
impossível negar tal evidência [...]”16.
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
quadas ao exercício da função;
A roupa vestida pelo servidor público também refle-
te sua autoridade moral no exercício das funções. Por 
exemplo, é absurdo chegar ao local de trabalho utilizan-
do bermuda e chinelo, refletindo uma imagem de des-
caso do serviço público. As roupas devem ser sóbrias, 
compatíveis com a seriedade esperada da Administração 
Pública e de seus funcionários.
q) manter-se atualizado com as instruções, as nor-
masde serviço e a legislação pertinentes ao órgão 
onde exerce suas funções;
A regulamentação das funções exercidas pelos ór-
gãos administrativos está sempre mudando, cabendo ao 
servidor público se manter atualizado.
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as 
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou 
função, tanto quanto possível, com critério, segu-
rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa 
ordem.
A alínea reflete uma síntese do agir moral espera-
do do servidor público, refletindo a prestação do ser-
viço com eficiência e respeito à lei, atendendo ao bem 
comum.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por 
quem de direito;
As atividades de fiscalização são usuais no serviço 
público e, por isso, os ficais devem ser bem atendidos, 
cabendo ao servidor demonstrar que as atividades atri-
buídas estão sendo prestadas conforme a lei determina. 
16 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
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f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, 
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal 
interfiram no trato com o público, com os jurisdi-
cionados administrativos ou com colegas hierar-
quicamente superiores ou inferiores;
O funcionário público deve agir com impessoalidade 
na prestação do serviço, tratando todas as pessoas igual-
mente, tanto os usuários quanto os colegas de trabalho.
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, 
comissão, doação ou vantagem de qualquer es-
pécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para 
o cumprimento da sua missão ou para influenciar 
outro servidor para o mesmo fim;
A remuneração do servidor público já é paga pelo 
Estado, fomentada pelos tributos do contribuinte. Não 
cabe ao servidor buscar bônus indevidos pela prestação 
de seus serviços, seja solicitando (caso que caracteriza 
crime de corrupção - art. 317, CP), seja exigindo (restan-
do presente o crime de concussão - art. 316, CP). Caso o 
faça, se sujeitará às penas cíveis, penais e administrativas.
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva 
encaminhar para providências;
Caso o faça, além das sanções cíveis e administrativas, 
incorre na prática do crime de alterar ou deturpar (mo-
dificar, alterar para pior; desfigurar; corromper; adulterar) 
dados de documentos.
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite 
do atendimento em serviços públicos;
Como visto, o funcionário público deve atender com 
eficiência o usuário do serviço, prestando todas as infor-
mações da maneira mais correta e verdadeira possível, 
sem mentiras ou ilusões.
j) desviar servidor público para atendimento a inte-
resse particular;
Todos os servidores públicos são contratados pelo Es-
tado, devendo prestar serviços que atendam ao seu inte-
resse. Por isso, um servidor não pode pedir ao seu subor-
dinado que lhe preste serviços particulares, por exemplo, 
pagar uma conta pessoal em agência bancária, telefonar 
para consultórios para agendar consultas, fazer compras 
num supermercado.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem 
pertencente ao patrimônio público;
Os bens que se encontram no local de trabalho per-
tencem à máquina estatal e devem ser utilizados exclu-
sivamente para a prestação do serviço público, não po-
dendo o funcionário retirá-los de lá. Se o fizer, responde 
civil e administrativamente, bem como criminalmente 
por peculato (art. 312, CP).
O cargo público é para a sociedade, não para o indi-
víduo. Por isso, ele não pode se beneficiar dele indevi-
damente. A esta descrição corresponde o tipo criminal 
da corrupção passiva, prescrito no Código Penal em seu 
artigo 317 nos seguintes termos:
Corrupção passiva 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - 
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros 
servidores ou de cidadãos que deles dependam;
Causar intrigas no trabalho, fazer fofocas e se negar a 
ajudar os demais cidadãos que busquem atendimento é 
uma clara violação ao dever ético.
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, 
conivente com erro ou infração a este Código de 
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
Como visto, é dever do servidor público denunciar 
aqueles que desrespeitem o Código de Ética, bem como 
obedecê-lo estritamente. Não deve pensar que cobrir 
o erro do outro é algo solidário, porque todos os er-
ros cometidos numa função pública são prejudiciais à 
sociedade.
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o 
exercício regular de direito por qualquer pessoa, 
causando-lhe dano moral ou material;
O trabalho não deve ser adiado, mas sim prestado de 
forma rápida e eficaz, sob pena de causar dano moral ou 
material aos usuários e ao Estado.
Na esfera penal, pode incidir no crime de prevarica-
ção (art. 319, CP):
Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamen-
te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição ex-
pressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos 
ao seu alcance ou do seu conhecimento para aten-
dimento do seu mister;
A incorporação da tecnologia aos serviços públicos, 
aproximando-o da sociedade, é chamada de governança 
eletrônica. Cabe ao servidor público saber lidar bem com 
tais tecnologias, pois elas melhoram a qualidade do ser-
viço prestado.
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CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Federal direta, indireta autárquica e 
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que 
exerça atribuições delegadas pelo poder público, de-
verá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada 
de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do 
servidor, no tratamento com as pessoas e com o pa-
trimônio público, competindo-lhe conhecer concreta-
mente de imputação ou de procedimento suscetível de 
censura.
“Estabelecido um código de ética, para uma classe, 
cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de 
incorrer em transgressão, punível pelo órgão competen-
te, incumbido de fiscalizar o exercício profissional. [...] A 
fiscalização do exercício da profissão pelos órgãos de 
classe compreende as fases preventiva (ou educacional) 
e executiva (ou de direta verificação da qualidade das 
práticas). Grande parte dos erros cometidos derivam-se 
em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou 
seja, da educação insuficiente, e outra parte, bem menor, 
deriva-se de atos propositadamente praticados. Os ór-
gãos de fiscalização assumem, por conseguinte, um pa-
pel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços 
prestados e da conduta humana dos profissionais” 17.
Com efeito, as Comissões de Ética possuem função 
de orientação e aconselhamento, devendo se fazer 
presentes em todo órgão ou entidade da administração 
direta ou indireta.
A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar 
sanções disciplinares contra os servidores Civis. Muito 
pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar 
a instauração desses processos, mediante trabalho de 
orientação e aconselhamento. A finalidade do código de 
ética consiste em produzir na pessoa do servidor público 
a consciência de sua adesão às normas ético-profissio-
nais preexistentes à luz de um espírito crítico, para efeito 
de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais 
por parte de cada um e, em consequência, o resgate do 
respeito ao serviço público e à dignidade social de cada 
servidor. O objetivo deste código é a divulgação ampla 
dos deveres e das vedações previstas, através de um tra-
balho de cunho educativo comos servidores públicos 
federais.
XVII - Revogado pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 25).
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or-
ganismos encarregados da execução do quadro de 
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta 
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo-
ções e para todos os demais procedimentos próprios 
da carreira do servidor público.
17 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di-
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário pú-
blico, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou 
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, 
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facili-
dade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
Peculato caracteriza-se pela subtração ou desvio, por 
abuso de confiança, de dinheiro ou de coisa móvel apre-
ciável economicamente, para proveito próprio ou alheio, 
por servidor público que o administra ou guarda.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no 
âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
As informações que são acessadas pelo funcionário 
público somente devem ser aproveitadas para o bom 
desempenho das funções. Não cabe fazer fofocas, ainda 
que sem nenhum interesse de obter privilégio econômi-
co, ou seja, apenas para aparentar importância por mera 
vaidade pessoal. É possível que caracterize crime de vio-
lação de sigilo funcional pois utilizar-se de informações 
obtidas no âmbito interno da administração, nos casos 
em que deva ser guardado sigilo pode caracterizar crime, 
previsto no artigo 325, do Código Penal: 
Violação de sigilo funcional 
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do 
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-
-lhe a revelação: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, 
se o fato não constitui crime mais grave.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele 
habitualmente;
Trata-se de ato típico de falta de decoro e retidão, va-
lore morais inerentes à boa prestação do serviço público.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que aten-
te contra a moral, a honestidade ou a dignidade da 
pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu 
nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
O servidor público, seja na vida privada, seja no exer-
cício das funções, não deve se filiar a instituições que 
contrariem a moral, por exemplo, que incitem o precon-
ceito e a desordem pública. Afinal, o servidor público é 
um espelho para a sociedade, devendo refletir seus valo-
res tradicionais.
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Elementos do conceito de servidor público: 
a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por 
exemplo, prestação de serviços como jurado ou 
mesário), contrato (contratação direta, sem con-
curso público, para atender a uma urgência ou 
emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o 
caso da nomeação por aprovação em concurso 
público) - enfim, não importa o instrumento da 
vinculação à administração pública, desde que es-
teja realmente vinculado; 
b) Serviço prestado: permanente, temporário ou ex-
cepcional - isto é, ainda que preste o serviço só 
por um dia, como no caso do mesário de eleição, é 
servidor público, da mesma forma que aquele que 
foi aprovado em concurso público e tomou posse; 
com ou sem retribuição financeira - por exem-
plo, o jurado não recebe por seus serviços, mas 
não deixa de ser servidor público;
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à adminis-
tração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão 
que tenha algum vínculo com o poder estatal. 
O conceito é o mais amplo possível, abrangendo 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, enfim, qualquer 
entidade ou setor que vise atender o interesse do 
Estado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ADMI-
NISTRAÇÃO – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, 
relativo ao regime dos servidores públicos federais e à 
ética no serviço público.
Comissões de ética são obrigatórias para todos os ór-
gãos da administração pública federal direta, sendo fa-
cultativas para entidades da administração indireta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. A previsão de obrigatoriedade está 
expressa no Decreto nº 1.171/1994 em seu inciso XVI: 
“Em todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça 
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser 
criada uma Comissão de Ética [...]”.
2. (STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE – 2018) 
Considerando os conceitos, princípios e valores da ética 
e da moral, bem como o disposto na Lei nº 8.429/1992, 
julgue o item a seguir.
A consciência moral deve nortear o comportamento do 
servidor público, que deve sempre apresentar conduta 
ética, ainda que receba ordem hierárquica superior que 
lhe imponha conduta imoral e antiética.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Além de orientar e aconselhar, a Comissão de Ética 
fornecerá as informações sobre os funcionários a ela 
submetidos, tanto para instruir promoções, quanto para 
alimentar processo administrativo disciplinar. 
XIX a XXI - Revogados pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 
25).
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Co-
missão de Ética é a de censura e sua fundamentação 
constará do respectivo parecer, assinado por todos os 
seus integrantes, com ciência do faltoso.
A única sanção que pode ser aplicada diretamente 
pela Comissão de Ética é a de censura, que é a pena 
mais branda pela prática de uma conduta inadequada 
que seja praticada no exercício das funções. Nos demais 
casos, caberá sindicância ou processo administrativo dis-
ciplinar, sendo que a Comissão de Ética fornecerá ele-
mentos para instrução.
Censura é o poder do Estado de interditar ou restrin-
gir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito, 
quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pú-
blica vigente.
• Todas entidades da administração pública 
federal direta ou indireta devem constituir 
em seu âmbito uma Comissão de Ética que 
irá apurar as infrações ao Código de Ética.
• A Comissão será composta por três ser-
vidores ou empregados titulares de cargo 
efetivo ou emprego permanente. 
• A constituição (quando foi criada) e a com-
posição (quem a compõe) da Comissão deve-
rão ser informadas à Secretaria da Adminis-
tração Federal da Presidência da República.
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XXIV - Para fins de apuração do comprometimento 
ético, entende-se por servidor público todo aquele que, 
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviços de natureza permanente, temporária 
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, 
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer 
órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista, ou em 
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
Este último inciso do Código de Ética é de fundamen-
tal importância para fins de concurso público, pois define 
quem é o servidor público que se sujeita a ele. 
“Uma classe profissional caracteriza-se pela homoge-
neidade do trabalho executado, pela natureza do conhe-
cimento exigido preferencialmente para tal execução e 
pela identidade de habilitação para o exercício da mes-
ma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da 
sociedade, específico, definido por sua especialidade de 
desempenho de tarefa” 18.
18 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar 
procedimentos de incentivo

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