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RESUMO2 PORTUGAL REVISADO

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TRABALHO DE HISTÓRIA DO DIREITO
RESUMO
AS LEIS PORTUGUESAS
		4. A era das Ordenações
			4.1. ordenações afonsinas
		O direito romano foi uma das principais bases de formação do direito português, sendo esse processo conhecido como romanização. O direito canônico também exerceu grande influência na formação do direito português. 
		Até o ano de 1210, o direito português teve poucas mudanças pelo fato de não existirem escolas onde o direito fosse estudado e os legisladores eram pouco preparados. A partir de 1210, foram decretadas as leis gerais que passaram a valer para todo o território português. Nesse período, instalaram-se cortes em Portugal que aprovaram as leis gerais, que passaram a prevalecer sobre as demais e que deveriam ser sancionadas pelo rei.
		Foi no reinado de Dom Diniz (1279-1325), que o serviço judiciário foi reestruturado com a criação do cargo de juiz, em que este teria competência para julgar questões entre os cidadãos e os oficiais régios, com jurisdição na cidade e com judeus que estivessem sob proteção real, chamados de juízes dos judeus.
		Conhecido como o rei trovador, diferente dos outros reis, d. Diniz, era um rei culto e incentivador da cultura, economia e do desenvolvimento das ciências jurídicas. Fundou a universidade de Coimbra que incluía em seu currículo matérias de direito romano e canônico. 
		No período entre 1325 a 1367, no reinado do rei D. Fernando, instalou-se uma crise econômica e dinástica em Portugal. O rei D. Fernando faleceu sem deixar herdeiros homens e sua filha era casada com o rei de Castela, que muito se interessava por anexar Portugal a seus domínios. Como o rei de Castela beneficiava os donos de terra, a nobreza sairia ganhando, enquanto a burguesia mercantil sairia enfraquecida e o povo com mais dificuldades, já que com maior poder, os nobres proibiriam o êxodo rural, fenômeno crescente em Portugal nessa época. Com um maior poder de sustentação de uma guerra, a burguesia conseguiu levar ao poder o irmão “bastardo” de D. Fernando que, em 1385 foi coroado com o nome de D. João I. 
		As Ordenações Afonsinas começaram a ser elaboradas no reinado de D. João I e por diversos problemas, inclusive dinásticos, só foram concluídas em 1446, no reinado de D. Afonso V e por isso recebeu o nome de Ordenações Afonsinas. Essas Ordenações, de características eminentemente portuguesas, eram uma coletânea de leis promulgadas, como a primeira compilação oficial do século XV. As Ordenações Afonsinas proporcionaram a sistematização das diversas leis vigentes à época e que de certa forma, eram muitas vezes conflitantes entre si. Foram divididas em cinco livros: o primeiro tratava sobre os regimentos dos cargos públicos, compreendendo o governo, a justiça, a fazenda e o exército; o segundo referia-se ao direito eclesiástico, jurisdição e privilégios dos donatários, da nobreza, dos judeus e dos mouros; o terceiro, abordava o processo civil; o quarto tratava do direito civil, contratos e obrigações, o direito das coisas, das famílias e sucessões, e por fim, o quinto livro que abordava o direito penal.
		A estrutura judiciária dessa ordenação, contava com magistrados singulares e tribunais colegiados de segundo e terceiro graus de jurisdição, além de outros com funções específicas acima dos tribunais colegiados. Era do rei o mais alto cargo da justiça e seu papel era a distribuição dos desembargadores, definição dos dias de trabalho destes e dos juízes dos feitos, do procurador, do corregedor da corte e dos ouvidores.
		Embora escritas em cinco livros, as Ordenações Afonsinas estavam longe de constituir um sistema completo. No entanto, não ficaram em desvantagem quando comparadas com outros códigos vigentes na época em outros países. Essas ordenações ocuparam uma posição de destaque na história do direito português e forneceram as bases das coletâneas seguintes. 
			4.2. ordenações manuelinas
		Com Portugal lançando-se cada vez mais na expansão marítima, comandada pela burguesia, esta foi deixando de ter um caráter de cruzada à medida em que era suplantada pelos lucros dela decorrentes, passando a ser uma expansão marítimo-comercial. Das grandes navegações e dos avanços tecnológicos e filosóficos, decorreram mudanças de mentalidade. As mudanças mais dinâmicas na sociedade portuguesa implicaram em maiores e mais ágeis mudanças na legislação. 
		Com a invenção da prensa, em 1450, as leis puderam ser mais conhecidas, mais divulgadas, alcançando maior público, auxiliando na centralização do poder. Assim, em 1505, D. Manuel ordenara revisar a ordenação afonsina, e, decorrente dessa revisão, fez nascer uma nova ordenação: a ordenação manuelina, em 1521. Esta, diferente da anterior, fora elaborada com a redação disposta sob a forma de decretos, como se novas normas fossem, mas assemelhava-se à anterior no que concerne à adoção do direito romano como fonte subsidiária à solução de lacunas legislativas e omissões de soluções jurídicas a casos concretos.
		A Ordenação Manuelina tratou questões relativas ao direito marítimo, bem como quanto a contratos e mercadores, incluindo aqueles mercadores estrangeiros, de forma mais específica. A sua normatização protegia os mercadores lusos, obrigando os estrangeiros a somente comerciar no atacado ou em grandes quantidades.
		No que tange às questões penais, não ocorrera grande evolução. A pena de morte continuava a ser largamente aplicada e o crime lesa majestade continuava a ser o pior dos delitos.
		Como característica do direito penal da época, face ser o adultério feminino encarado como uma prática tão odiosa, o homicídio da mulher adúltera e de seu amante pelo marido traído não se configurava crime, não seria qualificado como um duplo homicídio. Seria um homicídio “não crime”, não acarretando pena ao marido traído.
		Outro ponto importante era a não distinção entre crime e pecado. Alguns pecados, como o de sodomia por exemplo, eram tão graves que a pena não fazia distinção de pessoas e era extensível aos ascendentes e descendentes do réu. Aplicava-se na época a cruel pena de infâmia.
		D. Manuel exigia a formação em direito para os servidores da justiça e juízes de fora, apesar da má fama desses operadores do direito.
		Com nova legislação surgindo com o passar dos anos, alterando dispositivos na ordenação, essa dispersão dificultava os trabalhos dos operadores do direito e da população em geral, clamando a sociedade por uma compilação legislativa. Esta foi elaborada em 1569, por Duarte Nunes Leão, sendo chamada de Código Sebastiânico.
			4.3. ordenações Filipinas
		Em 1571, D. Sebastião assumiu o trono português aos quatorze anos, tendo sido criado por Jesuítas. Em 1578, saiu à frente de um exército para combater os muçulmanos e propagar a fé cristã, onde foi morto e seu corpo nunca foi encontrado. Por não ter herdeiros para sucedê-lo, Portugal estava mais uma vez diante de uma crise dinástica. Dos possíveis candidatos ao trono, o mais indicado foi o rei da Espanha, Filipe II, que tornou-se ao mesmo tempo rei da Espanha e de Portugal, a chamada União Ibérica.
		Em 1581, as Cortes Portuguesas, criaram o Juramento de Tomar, que continha exigências que salvaguardavam os interesses e autonomia portuguesa nas áreas do comércio e administrativas. 
		Em 1603, foi promulgada a Ordenação Filipina, sendo este o mais duradouro documento jurídico de Portugal. Esta Ordenação tinha como objetivos: a centralização do poder real; o desejo dos juristas de impor o direito romano e a tendência de impedir a influência canônica.
		A Ordenação Filipina, embora mais complexa que as anteriores, foi basicamente uma revisão e teve poucas alterações, preservando o caráter português da legislação, sendo também aplicada no Brasil. 
		A quantidade de juízes singulares, com funções específicas, os Tribunais Colegiados de segundo e terceiro graus de jurisdição aumentaram. Os Juízes Singulares eram formados pelos: Juízes das Casas da Índia, Mina, Guiné, Brasil e Armazéns; Ouvidorda Alfândega da cidade de Lisboa; Chanceler das Sentenças; Corregedor da Comarca; Ouvidor da Comarca; Juiz Ordinário; Juiz de Fora; Juiz de Vintena; Almotacés; Juiz de Órfãos; Juiz de Sesmaria e por fim pelo Inquiridor. 
		No segundo grau de jurisdição a responsabilidade era da Casa de Suplicação e do Tribunal de Relação, cada um responsável pelos recursos de cada país. 
		O terceiro grau de jurisdição era exercido pela Casa de Suplicação, presidida pelo Regedor e composta pelo Chanceler Mor e seus Desembargadores da Casa de Suplicação.
		A Ordenação Filipina indicava os casos em que o processo era recebido e em que alguns fatos eram considerados crimes, por exemplo: feitiçaria, adivinhação, falsário, ladrão, falso testemunho, infidelidade, aquele que resistia ou desobedecia a justiça,dentre outros.
		O julgamento das provas nessa Ordenação tinha que ser a mais ágil possível e a anulação das sentenças era evitada. Predominou nessa época, a busca pela verdade e algumas testemunhas não eram aceitas nos processos, são elas: familiares, escravos, judeus, mouros, desajustados mentais e menores de quatorze anos.
		O falso testemunho era punido com pena de morte e os bens transferidos para a Coroa e para os casos que não envolviam a pena de morte, o mentiroso era enviado para o Brasil, e esse crime era denominado degredo.
		Existiam quatro modalidades para a pena de morte: a morte cruel, quando o indivíduo sofria dolorosos suplícios; o vivicombúrio, quando o acusado era queimado por crime de incesto; a morte atroz, onde o indivíduo além de morrer, tinha os seus bens confiscados; a morte natural que significava a degolação ou enforcamento e por fim, a mais cruel de todas que era a morte civil, onde o indivíduo ainda vivo não tinha mais nenhum direito e em alguns casos seus filhos herdavam também a morte civil.
		Havia nas Ordenações Filipinas uma distinção nas penas entre as pessoas comuns e os de maior qualidade, incluindo nessa categoria os políticos e as pessoas formadas em Universidades.
		5. O período pombalino
		Nomeado pelo rei D. José II, como secretário de estado, o Marquês de Pombal foi responsável em reformar o Estado Português, dando mais estabilidade e modernizando-o. Todas as suas reformas visaram o fortalecimento do Estado, reforçando o absolutismo, com idéias iluministas da época, em detrimento da burguesia, de parte da nobreza e do clero.
		Para tanto, buscou a centralização administrativa, mediante restauração da economia com o objetivo de quebrar a dependência da Inglaterra, e, no âmbito do direito, procurou legislar fortalecendo o poder real. Legislou a favor do fortalecimento da justiça criminal e da proteção econômica. Também modernizou a ordem jurídica portuguesa mediante a edição da Lei da Boa Razão, em 1769, reformulando a estrutura jurídica do direito subsidiário, e mediante a reforma dos Estatutos das Universidades.
		6. As Constituições Portuguesas
		Após a invasão francesa em 1808, e a expulsão dos franceses após a mesma, Portugal viveu submisso à Inglaterra até 1820, quando ocorrera a Revolução do Porto. Após essa revolução, os portugueses formaram um governo chamado de junta provisional do governo supremo do reino, por meio do qual, em um dos seus primeiros atos, constituiu as cortes extraordinárias constituintes, com deputados eleitos. Esta aprovara o projeto de bases da constituição portuguesa em março/1821, onde contemplava os princípios norteadores da substituição da antiga legislação pelo novo “pacto social”. Dividia-se em duas seções: a declaração de direitos e as bases políticas do novo estado, que fundamentaram a Constituição promulgada em 1822, contemplando ideais iluministas, como a soberania nacional, a separação dos poderes e a liberdade política.
		Esta constituição foi o mais antigo texto constitucional português e fora considerado tecnicamente muito bem elaborado, mas, entretanto, não fora posta em prática, visto que esta recém-nascida constituição fora revogada após a revolta denominada de “Vila Francada”, liderada pelo infante D. Miguel, irmão de D. Pedro I do Brasil. O absolutismo fora então restabelecido.
		Com a morte de D. João VI, e a abdicação do trono por D. Pedro para favorecer sua filha Maria da Glória, de apenas 07 anos, nasce uma nova Carta Constitucional em 1826, baseada na Carta Constitucional Brasileira de 1824, prevendo o poder moderador. Apesar desta ter entrado em vigor, fora rejeitada por vários setores, culminando na sua anulação em 1828, iniciando-se um período de guerra civil, que perdurou até 1834, com a derrota de D. Miguel para D. Pedro, que abdicara do Brasil. Volta a vigorar a Carta Constitucional de 1826.
		Com a Revolta Setembrista, a carta de 1822 volta a vigorar, provisoriamente enquanto uma nova constituição era elaborada. Em abril de 1838, surge uma nova constituição, consagrando novamente o princípio da tripartição dos poderes e o bicameralismo das cortes.
		Outras características desta Constituição foram o veto absoluto do rei e a descentralização administrativa. Esta foi uma carta política intermediária entre o radicalismo da Constituição de 1822 e a unilateralidade daquela outorgada em 1826.
		Em 1842, um novo golpe de estado restaurou a Constituição de 1826, à qual vigorara até 1910, ano da Proclamação da República Portuguesa. Com esta nova ordem, elegeram-se deputados constituintes para promulgar a nova constituição em agosto de 1911. Este novo texto baseou-se na Constituição Brasileira de 1891 e na Constituição de 1822, além de ter sofrido influência do programa do Partido Republicano Português. Este texto foi suspenso em 1915, durante a breve ditadura de Pimenta de Castro, e revista em 1916. Em 1917, com a revolta militar, publicou-se o decreto n. 3.997, instituindo uma orientação presidencialista, antiparlamentar e autocrática, mas, com a morte do ditador Sidónio Pais, volta a vigorar a Constituição de 1911.
		Em 1926, com a nova revolta militar, institui-se novamente a ditadura, dissolvendo o Congresso e cessando definitivamente a vigência da Carta de 1911. Apenas em 11 de abril de 1933, novo texto constitucional entra em vigor. Em 1976, com a reinstalação da democracia, a atual constituição portuguesa foi promulgada.

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