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Resumo de Processo Civil Av Parcial 2 B

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Resumo de Processo Civil – Av. Parcial – 2° Bimestre DN7B
Dos Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa
Ação de Depósito – o depósito é uma espécie de contrato, em que o depositário recebe um objeto móvel para guardar até que o depositante o reclame – Art. 627 do CC. 
Finalidade – a ação de depósito visa restituir coisa não fungível com os seus acessórios, no caso do depositário não restituir ao depositante.
Modalidades de Depósito:
Depósito Voluntário – também denominado de contratual e decorre do acordo de vontade dos contratantes. O contrato de depósito pode ser real, unilateral, gratuito ou temporário. 
Depósito Necessário – temos duas espécies: o legal que é imposto pela lei em razão do contrato e o miserável que decorre da lei em razões das circunstâncias imprevisíveis e imperiosas( incêndio, inundação e calamidades).
Depósito judicial – é aquele determinado pelo juiz, realizado em consequência de prática de atos judiciais de apreensão ou constrição de bens, seja através de uma medida acautelatória, seja através de uma medida executória, ou de uma medida de conservação de direitos. 
Espécies de Depósito:
Regular – depósito de coisa não fungível;
Irregular – depósito de coisa fungível, mas sempre será móvel.
Legitimidade ativa – depositante, seja ele proprietário ou não do bem.
Legitimidade passiva – depositário infiel, herdeiros, pessoa jurídica de direito privado.
Procedimento – a partir de Art. 902 do CPC – se dará a citação do réu, ou seja, do depositário, para (comportamentos do réu):
Ou entregar a coisa;
Ou depositá-la;
Ou consignar-lhe – esta hipótese se justifica quando o réu pretender contestar a ação sob a alegação da impossibilidade de devolver a coisa, pelo fato da coisa ter se deteriorado. 
Contestar a ação 
OBS: a petição inicial da ação de depósito deverá ser acompanhada de qualquer documento que comprove o depósito e a estimativa do valor da coisa. 
Ação de Prestação de Contas – Art. 914 e seguintes
Conceito – é a ação disciplinada para que o autor exija a prestação de contas ou para que às prestes, sendo uma exposição pormenorizada das componentes do débito e crédito resultantes de determinada relação jurídica, concluindo ou não pela existência de saldo. Ex: relação entre síndico e condomínio, inventariante na ação de inventário, curador de incapaz, tutor em caso de menor, depositário de depósito judicial, ação contra banco pelo correntista nas relações financeiras, cônjuge no processo de dissolução do casamento. 
Espécies de Ação de Prestação de Contas: Art. 914
Ação de exigir contas;
Ação de prestar/ dar contas;
OBS: a ação de prestação de contas além de possuir duas espécies, ela é bifásica, numa primeira fase o juiz examinará se o autor tem o direito de exigir a prestação de contas, ou se ele está obrigado à prestá-las, no caso da segunda espécie de prestar contas. Já na segunda fase, o juiz examinará as contas propriamente dita. Tal ação é dúplice, ou seja, obriga a parte a prestar as contas e condena a parte a pagar o saldo devedor ou receber o saldo credor.
Legitimidade ativa – aquele que tem o direito de exigir a prestação de contas ( o titular da obrigação ou do bem, objeto da administração), bem como aquele que está obrigado a prestar contas. 
Legitimidade passiva – quem está obrigado a prestar contas, ou seja, os mesmos legitimados no polo ativo. 
Procedimento: 
	Ação de Exigir Contas – Art. 915
	Ação de Dar/ Prestar Contas .Art.916
	1ª e 1ª fase
	1ª e 2ª fase
	Petição inicial
	Petição inicial
	Citação do réu no prazo de 5 dias para contestar ou apresentar contas.
	Citação do réu no prazo de 5 dias
Ação de Exigir Contas – Art. 915 – comportamentos do réu:
Apresentar as contas e não contestar;
Apresentar as contas e contestar;
Contestar a obrigação de prestar contas;
Contestar a ação sem negar a obrigação de prestar as contas;
Permanecer inerte.
OBS: Na primeira fase da ação o magistrado examina a obrigação do réu em prestar as contas, proferindo sentença que pode ser combatida mediante recurso de apelação. Na segunda fase, reconhecida a obrigação do réu em prestar as contas, este deverá fazê-las no prazo de 48 horas, sob pena das contas não serem aceitas ( apresentadas ao autor).
Ação de Dar/ Prestar contas – Art. 916
Na ação de dar contas o autor apresenta as contas na forma mercantil (colunas distintas para débito e crédito). A ação tem caráter dúplice, pois s saldo declarado na sentença pode ser executado tanto pelo autor como pelo réu, ou seja, a favor de quem for apurado o saldo. Comportamentos do réu na ação de dar/prestar contas: 
Aceitar as contas;
Contestar a ação;
Impugnar as contas apresentadas pelo autor;
Contestar e impugnar a ação;
Permanecer inerte.
A execução do saldo apurado é por meio de cumprimento de sentença, conforme art. 918 c/c Art. 475 J. ” o saldo credor declarado na sentença poderá ser cobrado em execução forçada.”
Art. 919 do CPC – administradores judiciais – as contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de outro qualquer administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. 
Das Ações Possessórias – Art. 920 e seguintes
Conceito de Posse – é o domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa (móvel ou imóvel). No Art. 1.196 do CC – este artigo estabelece o conceito de possuidor. 
Teorias da Posse:
Teoria subjetivista de Savigny
Teoria Objetivista de Ihering.
Segundo a teoria de Ihering o possuidor é aquele que exterioriza o domínio, sendo a posse um direito juridicamente tutelado. 
Classificação da Posse: 
Justa e Injusta (Art. 1.200 do CC);
De Boa-fé e de Má-fé (Art. 1.201 do CC);
Direta e Indireta.
OBS: Ações Possessórias = Interditos Possessórios.
Procedimento das ações possessórias:
Se for ação de força nova – menos de ano e dia – segue o rito especial (Art. 924 e Art. 927 do CPC;
Se for ação de força velha – mais de ano e dia – segue o rito ordinário.
O conceito de ações possessórias estabelece que são ações judiciais com vistas à proteção da posse, que pode ser pela autotutela ou pela heterotutela (neste caso em que se enquadra as ações possessórias).
Turbação – pressupõe a prática de atos materiais concretos de agressão à posse, mas sem desapropriar a vítima.
Esbulho – pressupõe que a vítima seja desapropriada do bem, que o perca para o autor da agressão, ou seja, é o que ocorre quando há uma invasão e o possuidor não é expulso da coisa. 
Ameaça – não há atos materiais concretos, mas o agressor manifesta a intenção de consumar a agressão. 
Peculiaridades das ações possessórias: 
1) fungibilidade – Art. 920 - a propositura de uma ação possessória em vez de outra não obsta ao conhecimento do pedido, diante de uma dúvida sobre a natureza da agressão, o legislador houve por bem considerar as ações possessórias fungíveis. Quando a parte qualificar a agressão de uma determinada maneira o juiz, pode considerar a qualificação incorreta e adequar para outra classificação. Também pode ocorrer no curso do processo de uma agressão transformar-se em outra. A sentença não é extra ou ultra petita e não fere o princípio do contraditório e da ampla defesa. 
2)Natureza dúplice das ações possessórias o réu pode cumular, em contestação, tanto a defesa da posse como o pedido de indenização pela agressão. Além da tutela possessória o réu pode cumular na ação os incisos do art. 921 do CPC em pedido contraposto. (princípio da economia processual). 
3) Exceção de domínio – consiste na possibilidade do réu defender-se na ação possessória sem alegar a cerca do domínio ou da qualidade de proprietário do bem. A súmula 487 do STF foi revogada e portanto, não se pode alegar a propriedade nas ações possessórias – art. 1.210, § 2º do CC.
4) Cumulação de pedidos – nas ações possessórias o autor pode postular além da proteção da posse, a condenação em perdas e danos, cominação de multa ou o desfazimento de construção ou plantação realizada no bem objeto do litígio – Art. 921 do CPC. 
Quadro Sinóticodas espécies de ações possessórias: Art. 926 e seguintes.
	Características
	Manutenção
	Reintegração
	Interdito Proibitório
	Objetivo
	Afastar a turbação
	Afastar o esbulho
	Afastar a ameaça
	Legitimidade
	Autor: possuidor turbado
Réu: turbador 
	Autor: possuidor esbulhado
Réu: esbulhador
	Autor: possuidor ameaçado
Réu: pretendente
	Liminar Art. 927
	Menos de ano e dia
	Idem
	Idem 
	Defesa
	Ação dúplice: tutela da posse e indenização
	Idem 
	Idem
	Procedimento Art. 282 do CPC
	Apreciação da liminar: *com ou sem justificação prévia em audiência de justificação
*com ou sem citação do réu;
* citação do réu para defesa em 15 dias – Art. 931. 
	
Idem
	
Idem
	Competência 
	Imóvel – Art. 95 
Móvel – Art. 94 
	Idem
	Idem
	Causa de Pedir 
	Demonstração dos requisitos do Art. 927 do CPC 
	Idem
	Idem
	Provas 
	Todos os meios de provas Art. 931
	Idem
	Idem
	Citação do réu 
	*com justificação prévia
*sem justificação prévia
Defesa em 15 dias
	
	
OBS: o réu será citado para comparecer à audiência de justificação prévia, ou se o pedido de liminar for deferido sem a oitiva da parte contrária, a citação será para apresentar defesa em 15 dias. 
SSQP: os requisitos para a concessão de liminar na ação possessória de força nova estão dispostos no artigo 927 do CPC e segue o rito sumário especial.
Já os requisitos para o deferimento de tutela antecipada na ação de força velha estão dispostos no artigo 273 do CPC e segue o rito ordinário. 
OBS: as ações possessórias de força nova seguem o rito especial até a análise da liminar pelo magistrado, sendo que após a análise da mesma seguirá o rito ordinário, aplicando-se as disposições do livro I do CPC.
Das Ações de Usucapião – direitos reais – Art. 941 do CPC e seguintes.
Conceito – tem por objetivo a declaração de usucapião ordinária ou extraordinária de bens imóveis particulares. Consiste em instrumento utilizado pelo possuidor persistente contra o proprietário negligente, reconhecendo ao autor o preenchimento dos requisitos exigidos pela lei para a obtenção do domínio. 
Espécies de Usucapião:
Extraordinário – art. 1.238 do CC – 15 anos, sem interrupção e sem oposição.
Extraordinário minorado – 10 anos, desde que estabelecido moradia ou realizado obras – art. 1.238, parágrafo único do CC;
Ordinário – art. 1.242 do CC – 10 anos, justo título e de boa-fé;
Ordinário Minorado – 05 anos, estabelecido moradia, justo título e registro no cartório – art. 1.242, parágrafo único do CC;
Rural – art. 1.239 do CC – 05 anos, sem interrupção, sem oposição, área com até 50 hectares, produtiva, estabelecido sua moradia, não possuir outro imóvel;
Urbano – art. 1.240 do CC – área com até 250 m2, não possuir outro imóvel, 05 anos, sem interrupção, sem oposição, estabelecido moradia;
Urbano Especial – art. 1.240-A – 02 anos, sem interrupção, sem oposição, área com até 250 m2, ex-conjuge, estabelecido moradia, não possuir outro imóvel. 
Do procedimento nas ações de usucapião – rito ordinário – Art. 941 CPC:
1º) petição inicial nos requisitos do art. 942 do CPC
2º) citação do réu : pessoal por oficial de justiça ou por correio, em caso de réu de lugar incerto, poderá ser por edital, em se tratando de União,Estado e Municípios esta deverá ser na pessoa ( via postal) de seu representante legal (art. 943).
3º) intimação do MP – custus legis – art. 944 e Fazenda Pública (art. 943) sob pena de nulidade absoluta;
4º) todos os meios de provas admitidos no rito ordinário
5º) sentença conforme art. 945 CPC;
6º) Recursos 
Competência – absoluta art. 95 do CPC. Foro da situação da coisa.
Legitimidade nas ações de usucapião – art. 942 do CPC:
OBS: a ação de usucapião exige a participação do cônjuge do autor e a citação do cônjuge do réu (art. 10 do CPC);
Legitimidade Ativa – possuidor, cônjuge, ou copossuidores – art. 941 do CPC;
Legitimidade Passiva – litisconsórcio necessário: proprietário, seu cônjuge, confrontantes (lindeiros, confinantes), réus em lugar incerto, União, Estado, DF, Municípios, eventuais interessados (herdeiros).
Defesa – não poderá ser alegada a posse pelo réu.
OBS: a transcrição da sentença no Registro de Imóveis representa um modo originário de aquisição de propriedade, não dependendo da vontade do ex proprietário. 
Outros mecanismos de defesa da posse:
Imissão na posse – é a ação que protege aquele que adquiriu a propriedade, mas que ainda não ingressou na posse;
Reivindicatória – é a ação que permite ao proprietário, com base no direito ao domínio, invocar o seu direito a posse perdida;
Embargos de Terceiros – é a peça de defesa do terceiro cabível quando a ofensa à posse decorre de um ato de constrição judicial (penhora, arresto, adjudicação);
Despejo – se assenta sobre o desfazimento do vínculo locatário e a proteção possessória, requerendo a retirada forçada do inquilino.

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