Buscar

APELAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 01ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X PROCESSO nº:...
 ANTÔNIO AUGUSTO, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade nº..., CPF nº..., endereço eletrônico, domicílio, residência, CEP, vem por seu advogado, inconformado com a sentença de fls..., nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C PERDAS E DANOS, movida em face do MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público, representado por seu procurador, localizado (endereço completo), tempestivamente, após o devido preparo, interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO Para o Tribunal de Justiça, apresentando, as razões em anexo. Requer que o recurso seja recebido nos efeitos previstos em lei, isto é, devolutivo e suspensivo. Nestes Termos, Pede Deferimento. LOCAL, DATA ADVOGADO OAB
 RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO Processo nº:... Apelante: ANTONIO AUGUSTO Apelado: MAX TV E LOJAS DE ELETRODOMÉSTICO.
 EGRÉGIO TRIBUNAL, Não merece prosperar a sentença pelas razões a seguir:
I - EXPOSIÇÕES DE FATO E DE DIREITO A Lei nº 1.234, do Município Recorrido, veda a ampliação da área construída dos apartamentos do tipo cobertura, localizados na orla da cidade. Com a revogação da referida lei, diversos moradores formularam pleitos, perante a Secretaria Municipal de Urbanismo, e obtiveram autorização para aumentar a área construída de suas coberturas. Diversos outros moradores sequer formularam qualquer espécie de pleito e, mesmo assim, ampliaram seus apartamentos, dando, após, ciência à Secretaria, que não adotou contra os moradores qualquer medida punitiva. O Recorrente, antes de adquirir uma cobertura nessa situação, ou seja, sem autorização da Secretaria Municipal de Urbanismo para aumento da área construída, formulou consulta à Administração Municipal sobre a possibilidade de ampliação da área construída, e recebeu, como resposta, a informação de que, na ausência de lei, o Município não poderia se opor à ampliação da área. Em razão disso, o Recorrente comprou uma cobertura, na orla, e iniciou as obras de ampliação no seu apartamento. Três meses depois o Recorrente foi surpreendido com uma notificação para desfazer toda a área acrescida, sob pena de multa, em razão de novo entendimento manifestado pela área técnica da Administração Municipal, a ser aplicado apenas aos que adquiriram unidades residenciais naquele ano e acolhido em decisão administrativa do Secretário Municipal de Urbanismo no processo de consulta aberto meses antes. Mesmo tomando ciência de que outros proprietários não receberam a notificação, o Recorrente iniciou a demolição da área construída, mas, antes de concluir a demolição, foi orientado por um amigo a ingressar com demanda judicial com pedido liminar para afastar a incidência da multa e suspender o ato administrativo que determinou a demolição até a decisão final do processo e pedido de indenização por perdas e danos. O Recorrente assim o fez, atendeu ao conselho do amigo e obteve decisão antecipatória da tutela com a determinação de afastamento da incidência da multa e a suspensão do ato que determinou a demolição da área acrescida, até a decisão final. Ocorre que ao final do processo o Juízo da 1ª Vara de Fazenda Pública da Comarca X revogou a liminar anteriormente concedida e julgou improcedente o pedido de anulação do ato administrativo, acolhendo argumento contido na contestação, de que o autor não esgotara as instâncias administrativas antes de socorrer-se do Poder Judiciário.
II - RAZÕES DE REFORMA/INVALIDAÇÃO Inicialmente, o Art. 5º, inciso XXXV da Constituição Federal consagra o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional dos atos administrativos. Vejamos:
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito.
Na situação apresentada o juízo a quo julgou improcedente o pedido do Recorrente, acolhendo argumento contido na contestação do Recorrido, sob o fundamento de que o autor não esgotara as instâncias administrativas antes de recorrer ao Poder Judiciário, violando o princípio da inafastabilidade da jurisdição, acima mencionado. Além do mais, nem a lei e nem a Constituição Federal exigem o esgotamento da via administrativa como condição de acesso à justiça. Ao contrário, a Constituição consagra, no artigo 5º, XXXV, a inafastabilidade do controle jurisdicional do Estado. Ademais, o ato administrativo viola ao principio do devido processo legal, estampado no Art. 5º, inciso LIV da CRFB, que deve nortear a conduta da Administração Pública, uma vez que Esta não pode, com novo entendimento (mesmo que seja amparado por lei), empreender redução no patrimônio do particular sem a observância do devido processo legal em que lhe assegure o direito ao contraditório e a ampla defesa, nos moldes do Art. 5º, inciso LV da Carta Magna. E, por via de consequência, o ato administrativo viola ao princípio da legalidade estampado no Art. 37 da CRFB/88, tanto pela ausência de norma que imponha ao particular restrição à sua propriedade quanto pela ausência de norma que autorize o Poder Público Municipal a recusar a reforma procedida por ele em sua propriedade. Outrossim, houve violação aos princípios da isonomia e da impessoalidade, estampados no Art. 5º, inciso II e Art. 37, ambos da Constituição Federal, tendo em vista que os outros proprietários, na mesma situação do Recorrente, não foram alvo de notificação por parte da Administração Pública, o que revela tratamento desigual entre os particulares, sem critério legítimo de diferenciação. E não só isso, mas o novo entendimento desfavorável da Administração só foi aplicado aos proprietários que adquiriram a propriedade naquele ano, não abrangendo aos demais, em completa violação aos princípios acima mencionados. Além disso, não foi observado o princípio da segurança jurídica ou proteção à confiança, estampados no Art. 1º e 5º, inciso XXXVI da CRFB, que tem como objetivo assegurar às pessoas a tranquilidade necessária para conduzir a vida sem surpresas. Tais princípios determinam ao Poder público o dever de agir com certa previsibilidade, respeitando às situações constituídas pelas normas por ele editadas e reconhecidas, de modo a trazer estabilidade e coerência em seu comportamento. Desse modo, a resposta da Administração Pública à consulta do Recorrente gerou nele a legítima confiança, pelo que cingido de boa-fé adquiriu de forma legítima as coberturas e iniciou as obras de ampliação, visto que não houve manifestação contrária do Poder Público. Assim, fica claro que a sua confiança foi violada pela súbita alteração no entendimento da administração e prática de atos incompatíveis com a conduta anterior, situação esta que lhe causou prejuízos, em virtude da aquisição, ampliação e posteriormente a demolição do imóvel, danos estes que devem ser reparados pelo Poder Público, nos termos do Art. 37, § 6º da CRFB/88, c/c Art. 43 do CC.
 III - PEDIDO DE NOVA DECISÃO Requer que o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para reformar a sentença proferida pelo juiz a quo, condenado o apelado ao pagamento de perdas e danos ao apelante e a invalidação do ato administrativo. Nestes Termos, Pede Deferimento. LOCAL, DATA ADVOGADO OAB

Continue navegando