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Resumo Direito Administrativo I - AV1 Moacyr Junior UNIDADE I) DIREITO ADMINISTRATIVO: • O Direito Administrativo pertence ao ramo do Direito Público responsável pela administração essencialmente pública, ou seja, os órgãos, os agentes e as Pessoas Jurídicas Administrativas, tendo como finalidade os anseios constitucionais do Estado (Serviços Públicos). Possui autonomia mas não se confunde com uma sobreposição das normas administrativas sobre o Judiciário, que continua dando a palavra final em seu Sistema de Jurisdição Única. Por último, o Direito Administrativo possui como fonte máxima a Lei, e, como fontes corolárias, a Doutrina - que é universal ou tende a se universalizar - e a Jurisprudência - que tende à nacionalização, representando s adaptações constitucionais à realidade vigente. • A Lei ou a Constituição são responsáveis por atribuir à administração pública Regime Jurídico de Direito Privado ou Regime Jurídico de Direito Público. Em regra, admite-se o direito privado no silêncio do direito público, ou seja, a Lei ou a Constituição deixam expressamente previsto quem são as partes da administração pública que funcionam com regime jurídico de direito público, enquanto todo o resto se submete ao regime privado. OBS: mesmo quando em modelo privado, a administração não se submete absolutamente à tal regime, sempre se eivando de privilégios e restrições t ipicamente públ icos, visando sempre respeitar o Princípio da Proporcionalidade. UNIDADE II) REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: • Regime Jurídico Administrativo é a expressão do direito público que designa o conjunto de prerrogativas e restrições que formam o Direito Administrativo. As dependências históricas formadoras do Direito Administrativo atribuíram- no uma bipolaridade de esfera de atuação: ele precisa atender as demandas de seu núcleo liberal - representado majoritariamente pelo Princípio da Legalidade -, e também satisfazer os anseios de seu núcleo social - fazendo- se o uso do Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado. Assim, para cumprir essas suas finalidades, o Direito Administrativo desfruta de certos privilégios para com a esfera privada, bem como também sofre algumas restrições para a realização dos seus atos, buscando garantir que todos os seus objetivos sejam cumpridos sem que o particular seja lesado e trazendo benefício para a coletividade. OBS: Interesse Público Primário -> voltados para a comunidade, buscam atender o Bem Comum Estatal; Interesse Público Secundário -> voltados para a manutenção da própria administração, possuindo peculiar particularidade. • As prerrogativas e restrições da Administração Pública se estabelecem no regime jurídico por meio de Princípios. Os princípios são os axiomas do ordenamento, servindo de norte para todos os atos jurídicos daquele sistema, funcionando no Direito Administrativo como verdadeiro alicerce das finalidades Estatais, tendendo a preservarem-se, já que representam os valores fundamentais do ordenamento jurídico. • São exemplos de Princípios da Administração Pública: 1. Princípio da Legalidade: - Concebido nos seios do Estado de Direito, esse princípio se contrapõe à noção comum de legalidade - a que, no regime privado prevalece, ou seja, a autonomia das vontades -, conferindo à administração a incumbência de agir somente perante à lei, isto é, só pode a administração pública fazer aquilo que a Lei antecipadamente autoriza; - Representa o núcleo liberal dos princípios se estabelecendo como figura máxima das garantias do individuo em face ao Estado; - Admite uma presunção relativa (juris tantum) de legitimidade administrativa, permitindo, por isso, prova em contrário produzida pelo particular, isto é, permite a contradição mais atribui ao lesado o ônus da prova; - Desse princípio decorrem: exigibilidade no cumprimento das finalidades estatais e a autoexecutoriedade de alguns atos públicos (Decisões Executórias da Administração), permitindo que o agente público aja imediatamente. OBS: se configuram como exceções ao princípio da legalidade -> Estado de Defesa, Estado de Sítio e Medidas Provisórias. 2. Princípio da Supremacia do Interesse Público / Finalidade Pública: - Correspondendo ao eixo social dos princípios, a Supremacia do Interesse Público sobre o Privado representa o papel do Direito Administrativo na manutenção do Bem Comum buscando atender aos fins sociais do Estado; - Ele se configurou em resposta direta ao individualismo jurídico que marcou o século XIX com a ascensão do Estado Liberal, exigindo do Estado atuação incisiva na garantia de justiça coletiva e de direitos sociais, difusos e de liberdades. Sendo assim entendidos com imprescindíveis à manutenção do Estado de Direito, essas atribuições do Direito Administrativo se configuram como Poder-Dever da Administração, à medida que inspiram o legislador e vinculam as decisões administrativas em todos os seus atos, não podendo o administrador deixar de exercer suas incumbências; - São requisitos para esse princípio: A. Existência de uma previsão normativa específica; B. Dever de motivação; C. Respeito às sujeições do regime jurídico administrativo; e D. Garantia de compensação jurídica por Dano Anormal e Especial. - Desse princípio decorre a necessidade de Indisponibilidade do Interesse Público pela Administração, isto é, ao órgão administrativo e administradores só é concedida a curadoria desses interesses, não estando eles disponíveis para ninguém além do Estado. - Está contido expressamente no art. 3º, IV CF/88 e no art 2º, caput da Lei 9784/99 OBS: os atos da Administração Pública não podem ser realizados em vista de qualquer outro Bem se não o coletivo, ou seja, não se pode usar a administração pública visando a promoção pessoal ou benefício individual de outrem, recaindo assim no vício do Desvio de Poder / Finalidade. 3. Princípio da Impessoalidade: - Segundo esse princípio, a administração deve ser Impessoal, quer dizer, deve evitar prejudicar ou beneficiar pessoas específicas por conta de sua finalidade principal ser a busca pelo Bem Comum; - Deve ser analisado segundo duas perspectivas: A. Já que o que norteia a atividade administrativa é o ideal de Bem Comum, não se pode pensar em práticas administrativas que busquem privilegiar ou lesionar deliberadamente determinado alguém; B. Em se tratando da publicidade dos atos da administração pública, eles não podem ser imputáveis ao administrador público em especial, já que o autor institucional do ato na verdade é o próprio órgão ao qual esse funcionário pertence. 4. Princípio da Justa Expectativa / Presunção de Legitimidade: - Haja vista que as atividades administrativas públicas obedecem ao princípio da legalidade, presume-se sua legitimidade por consonância com a Norma Fundamental; - É fundamentalmente deduzido do princípio da boa-fé, à medida que estabelece o mecanismo mínimo de confiança na administração pública e por isso espera-se que ela haja de maneira idônea. 5. Princípio da Especialidade: - Diz respeito à capacidade do poder administrativo público descentralizar- se, ou seja, de criar entidades de administração pública indireta com especialidade de função e finalidade específica definida por Lei a fim de dinamizar o exercício da Administração; - Diz-se que esse princípio deriva de dois outros princípios: o da Legalidade e da Indisponibilidade do Interesse Público, isto é, admite-se que a criação dessas Pessoas Jurídicas da administração pública indireta só podem ser criadas por Lei e, por conta da indisponibilidade, não podem exercer outro papel senão aquele que foi previamente estabelecido em sua criação.6. Princípio do Controle ou Tutela: - É um princípio pensado em resposta ao da Especialidade, à medida em que estabelece o controle e fiscalização das Pessoas Jurídicas de administração pública indireta pela própria Administração Pública Direta, garantindo que os fins estabelecidos em Lei de criação estejam sendo cumpridos; - É o controle sobre uma pessoa jurídica nova mas que foi pela administração instituída; - Aqui se contrapõe a autonomia concedida às instituições pela sua Lei de criação e a necessidade de controle e de manutenção do fim social da entidade pela Administração fundadora. Estabelece-se então que, via de regra, sobrepõe-se a autonomia, derivando o controle somente de devida previsão legal para tal. 7. Princípio do Autocontrole ou Autotutela: - Derivando do princípio da Legalidade, atribui-se à própria administração o controle interno de seus atos, cabendo-lhe o controle de legalidade das suas atividades, devendo essa zelar pelo seus bens e preservá-los sem que seja necessária a atuação de outro Poder Estatal; - Visto isso, cabe à administração o controle por Revogação de atos, estabelecido na Súmula 473 do STF, possibilitado por motivo de conveniência ou oportunidade - devendo sempre manifestar respeito aos direitos adquiridos-, e o controle por Anulação de atos, estabelecido tanto na Súmula 473 quanto na 346 do STF, devendo essa iniciativa derivar da verificação de vícios ou ilegalidades de atos; - Essa atuação da administração independe da atividade do judiciário, ficando entendido que o judiciário só poderá agir por provocação e em casos de anulação, enquanto que a ação administrativa poderá ser tanto por provocação ou de ofício e contemplará tanto casos de anulação, quanto casos de revogação. Isso se deve, em primeira ordem, à não interferência dos poderes, permitindo a liberdade de controle dos próprios atos à administração. 8. Princípio da Hierarquia: - Esse princípio presume a hierarquização das atividades estatais em vista do controle das atividades e finalidades definidas por Lei; - Essa relação harmônica de subordinação dos órgãos estatais atribui prerrogativas à Administração, tais como: a rever os atos dos subordinados, avocar e delegar atribuições, punir, etc, devendo o subordinado obediência hierárquica. 9. Princípio da Continuidade do Serviço Público: - Por prestar incumbências de fundamental importância para a coletividade e o funcionamento da comunidade político administrativa do Estado, entende- se que o Serviço Público não pode descontinuar ou parar, devendo ser prestado serviço tanto de forma direta, quanto indireta, de forma constante e continuada. 10. Princípio da Publicidade: - É exigido da Administração a ampla divulgação e propaganda de seus atos, proporcionando transparência ao Estado nessas suas atividades; - O princípio da publicidade só é ressalvado em casos específicos em lei (art. 5º) 11. Princípio da Moralidade Administrativa: - Esse princípio diz respeito à necessidade do agir ético do administrador - e também de qualquer particular que estabeleça relação com a Administração Pública -, haja vista que estabelece um conjunto normativo que deve nortear a ação das pessoas que se relacionam com a administração, exigindo comportamento honesto; 12. Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: - Visando estabelecer controle à discricionariedade administrativa, estabelece-se parâmetros de razoabilidade para as ações e decisões da Administração Pública; - O descumprimento desses preceitos de razoabilidade e de coerência de decisões sujeita o ato à anulação, já que ele não possui legitimidade necessária para representar as vontades e anseios administrativos; - São vistos como irrazoáveis as decisões administrativas que: A. Não dê os fundamentos de fato ou de direito que a sustentam; B. Não leve e conta fatos constantes do expediente ou públicos notórios; ou C. Não mantenha uma proporção adequada entre os fins e os meios que a lei anseie alcançar. - Assim, percebe-se que a proporcionalidade se trata de um dos aspectos da razoabilidade, exigindo do administrador a justa medida dos fins e dos meios que ele virá a empregar em uma dada situação, visando evitar condutas exageradas ou sobremaneiras da administração; - Baseia-se a proporcionalidade em 3 pilares: A. Adequação meio-fim; B. Adoção de medida menos onerosa como necessidade; C. Relação custo-beneficio. 13. Princípio da Motivação: - O princípio da motivação se estabelece como instrumento para a manifestação da legalidade dos atos administrativos, sendo obrigatória a fundamentação das decisões estatais tomadas, sejam elas de fato ou de direito; - Permite o conhecimento legal das motivações do processo pelo processado, com intuito de promover segurança jurídica e transparência à administração; OBS: Antigamente, entendia-se que a motivação só se fazia necessária em casos de confronto com os direitos ou interesses individuais, porém, hodiernamente a jurisprudência vem entendendo a motivação como princípio necessário a todo ato da Administração, justamente por ser exigência básica para o controle de legalidade da administração. 14. Princípio da Eficiência: - É a exigência da Boa Administração, ou seja, da atividade minimamente competente e eficaz da administração pública, exigindo razoavelmente a atividade de serviços públicos satisfatórios ao administrado; - Contempla 3 aspectos: A. Economicidade: utilização máxima e hábil dos recursos públicos administrativos, visando seu bom aproveitamento e repercussão social correspondente; B. Eficácia: estabelecimento de Metas Administrativas que possam ser minimamente cumpridas, ou seja, razoáveis ao plano de administração; C. Efetividade: cumprimento mínimo das metas estabelecidas, com a garantia de utilização de todos os esforços possíveis para sua realização. - Deve nortear a ação do administrador e disciplinar a administração em geral, a fim de proporcionar bons resultados às finalidades públicas específicas e garantir o bom funcionamento do maquinário estatal. 15. Princípio da Segurança Jurídica, Proteção à Confiança e Boa-Fé: - O ordenamento jurídico em sua esfera administrativa admite muitas reformas de suas interpretações de direitos e garantias. Pensando nisso, foi estabelecido como fundamental o princípio da segurança jurídica, que impede a aplicação retroativa da regra que foi interpretada novamente, assegurando a plenitude e imutabilidade dos Direitos Adquiridos, do Ato Jurídico Perfeito e da Coisa Julgada, como forma de garantir que em nenhum desses casos serão retirados direitos já estabelecidos por conta de novas interpretações; OBS: é necessária cautela na aplicação desse princípio à medida que não se pode negligenciar os casos que ocorrem ilegalmente, já que ilegalidade não gera direitos e por isso a ação retroativa é permitida. - Não obstante, junto ao princípio da segurança jurídica caminham os da Proteção à Confiança e o da Boa Fé. É entendido, principalmente na jurisprudência alemã e comunitária européia, que a segurança jurídica como interpretada ordinariamente corresponde somente ao aspecto objetivo desse princípio, possuindo um desdobramento subjetivo chamado de Proteção à Confiança, consistindo, basicamente, na previsibilidade dos atos da administração e na garantia de calculabilidade dos seus efeitos jurídicos. Igualmente, a Boa-fé é elemento basilar dessa relação jurídica se configurando como a expectativa de ação honesta e transparente da administração com relação aos administrados, decorrendo também do princípio da legalidade, à medida que pressupõe uma confiança do administrado nos atos administrativos jáque esse é pautado na afinação com a Lei, mostrando assim uma relação estreita com a Proteção à Confiança, também. 16. Princípio da Finalidade: - Os atos administrativos devem ser guiados pelos fins sociais devidamente e previamente admitidos, não podendo a administração deliberadamente se desvirtuar desses seus objetivos; - Também deve se relacionar com a impessoalidade da administração, servindo como base para o vedação da prática de favoritismos ou de prejudicação de terceiros. 17. Princípio da Responsabilidade: - Responde a administração pública por Responsabilidade Objetiva, isto é, sem a necessidade de comprovação de Dolo ou Culpa, atribuindo ao Estado a obrigação de reparação do dano causado por qualquer administrador público, mesmo que esse não seja um dano proveniente de uma ilicitude. UNIDADE III) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: • Administração Pública Direta: Serviços e Órgãos que tem exercício competente CENTRALIZADO na administração. São representados pela PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, MINISTÉRIOS, etc; • Administração Pública Indireta: Pessoas Jurídicas AUTÔNOMAS que podem ser de DIREITO PÚBLICO INTERNO ou EXTERNO; • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO OBJETIVO: ATIVIDADE, TAREFA, AÇÃO; • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTINDO SUBJETIVO: ÓRGÃOS E PESSOAS JURÍDICAS; • ENTIDADES: POSSUEM PJ AUTÔNOMA; • ÓRGÃOS: PERTENCEM ÀS ENTIDADES E NÃO SÃO DOTADOS DE PJ; • AGENTES PÚBLICOS: ASPECTO SUBJETIVO DA ADMINISTRAÇÃO; DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO - Repartição de atribuições de um ú n i c o Ó r g ã o P ú b l i c o c o m a permanência de vínculo hierárquico administrativo; - Cr iação de Pessoa Jur íd ica a u t ô n o m a c o m f i n a l i d a d e espec í f i ca para exercer ta l competência administrativa; - Dentro de uma mesma Pessoa Jurídica de Direito Público. - Precisa de pelo menos 2 P.J. distintas. • Transferência da execução do Serviço Público: 1. Por OUTORGA: somente real izada por LEI, transferindo a TITULARIDADE de um serviço; 2. Por DELEGAÇÃO: real izada por LEI, ATO OU CONTRATO ADMINISTRATIVO, transferindo apenas a execução de um certo serviço sem abrir mão de sua TITULARIDADE e possuindo o PODER-DEVER de FISCALIZAÇÃO das atividades; • Pessoas Jurídicas da Administração Indireta de Direito Público (instituídas pelo Estado e por isso dotadas, em sua maioria, de prerrogativas e restrições): 1. Autarquias: - São dotadas de Personalidade Jurídica de Direito Público e são criadas por Lei Específica para o exercito de finalidades específicas da Administração, possuindo status de Lei Ordinária; - É conhecida como a Pessoa Pública Administrativa, já que não possui Poder Político - tal qual a Administração Direta, portanto não pode criar seu próprio direito, apenas seguir as finalidades de sua lei de instituição -, apenas Poder Administrativo; - Apresentam autonomia/autogoverno gerencial, orçamentário e patrimonial; - Segundo o DECRETO LEI Nº 200/67, ART. 5º, I, as autarquias não podem exercer atividade econômica, estando seus fins limitados à PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, EXERCER PODER DE POLÍCIA E PROMOVER FOMENTO (incentivar a atuação de sujeitos privados na prática de serviços público, outorgando benefícios diferenciados); - Possuem IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, segundo o ART 150, §2, CF/88; - Os agentes autárquicos realizam ATOS ADMINISTRATIVOS, ou seja, sua atuação é dotada de AUTOEXECUTORIEDADE, IMPERATIVIDADE, PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E EXIGIBILIDADE; - P o s s u i d o r a s d e B E N S P Ú B L I C O S , p o r t a n t o d o t a d o s d e : IMPENHORABILIDADE, IMPRESCRITIBILIDADE E INALIENABILIDADE; - Respondem em regra por RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA (sem a necessidade de comprovação de Culpa ou Dolo) e DIRETA (pois a própria entidade deve ser acionada para reparar o dano causado), podendo a ADMINISTRAÇÃO DIRETA responder subisidiariamente dependendo do caso; - C e l e b r a m C O N T R AT O S A D M I N I S T R AT I V O S , p o s s u i n d o PRERROGATIVAS tal qual explicito na LEI 8666/63; - Classificação quanto ao OBJETO da autarquia: I. ASSISTENCIAIS: SUDENE, SUDAM, INCRA; II. PREVIDENCIÁRIAS: INSS; III. CULTURAIS: UFRJ; IV. ADMINISTRATIVAS: INMETRO, IBAMA; V. DE CONTROLE: AGÊNCIAS REGULADORAS; VI. ASSOCIATIVAS; VII. PROFISSIONAIS: OAB, CRM, CREA - Sobre as AUTARQUIAS PROFISSIONAIS pode-se dizer que elas: são regulamentadas pela LEI 9649/68, possuem caráter PRIVADO por determinação do PODER PÚBLICO mediante AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, possuem AUTONOMIA ECONÔMICA E FINANCEIRA, prestam contas para o TCU, possuem PODER DE POLÍCIA com impossibilidade de DELEGAÇÃO e CONTRATAM segundo o ART 37, II, CF/ 88; OBS: A OAB, apesar de ser classificada como Autarquia Profissional NÃO integra a Administração Indireta, NÃO presta contas para o TCU, adere ao REGIME TRABALHISTA e possui FUNÇÃO CONSTITUCIONAL, sendo permitido à ela a DELEGAÇÃO. 2. Fundações: - Podem ser dotadas de Personalidade Jurídica de DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO, dependendo do capital afetado para sua criação; - São criadas por Lei Específica e representam a AFETAÇÃO TOTAL OU PARCIAL de um PATRIMÔNIO ESTATAL para a realização de um determinado FIM PÚBLICO específico e esclarecido na sua norma criadora (se for de Direito PÚBLICO) ou em seu Registro Público (se for de Direito PRIVADO); - FUNDAÇÃO PRIVADA: é criada mediante REGISTRO PÚBLICO EM CARTÓRIO e são regidas pelo DIREITO CIVIL até onde não DERROGADO pelo DIREITO PÚBLICO; - FUNDAÇÃO PÚBLICA (AUTARQUIA FUNDACIONAL): é criada mediante LEI ESPECÍFICA e tem definida sua área de atuação por meio de LEI COMPLEMENTAR; OBS: As Autarquias e as Fundações de Direito Público possuem, basicamente, as mesmas PRERROGATIVAS E RESTRIÇÕES da ADMINISTRAÇÃO DIRETA. 3. Empresas Estatais: - Possuem caráter fundamentalmente ECONÔMICO mas também realizam SERVIÇOS PÚBLICOS, se apresentando como PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO e sendo regidas pela LEI 13303/16; A. Empresa Pública: criadas por AUTORIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, possuindo TOTALIDADE de capital PÚBLICO detido por membros da ADMINISTRAÇÃO DIRETA e com REGIME ORGANIZACIONAL LIVRE; EX: CAIXA, CORREIOS, CASA DA MOEDA. B. Sociedade de Economia Mista: cr iadas por AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, possuindo MAIOR PARTE DAS AÇOES COM DIREITO À VOTO PÚBLICAS, com regime organizacional OBRIGATORIAMENTE DE SOCIEDADE ANÔNIMA (LEI 6404/2005); EX: BANCO DO BRASIL, BANCO DA AMAZÔNIA, PETROBRÁS. - Segundo o ART. 2º, §1º DA LEI 13303/2016, a criação das Empresas Estatais devem acompanhar MOTIVOS SOCIAIS E PÚBLICOS para sua criação, esclarecendo a FINALIDADE PÚBLICA para a qual está sendo requerida a autorização legislativa; - Segundo o ART. 3º DA LEI 13303/2016, é facultada a participação de PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO INTERNO e ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA, desde que prevaleça a maioria do CAPITAL VOTANTE nas mãos dos ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA; - Segundo a LEI 1101, ART 2º, I, Empresas Estatais NÃO SOFREM FALÊNCIA; - Em hipótese de EXTINÇÃO, é liquidada as obrigações e o patrimônio volta a ser incorporado na PESSOA JURÍDICA CONTROLADORA; - APENAS EMPRESA PÚBLICA FEDERAL possui IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, já que presta serviço público EXCLUSIVO DO ESTADO (ART. 150, VI, CF/88); OBS: EMPRESAS SUBSIDIÁRIAS -> possuem MAIORIA DE CAPITAL ACIONÁRIO de EMPRESAS PÚBLICAS ou de SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, prestando SERVIÇOS ESPECÍFICOS à essas entidades. EX: autorização legal para que a PETROBRÁS instituísse subsidiária para a elaboração de DUTOS, EMBARCAÇÕES e TERMINAIS para a realização de seus serviços. OBS: As P.J. DE DIREITO PRIVADOsó possuem PRERROGATIVAS, devendo suas RESTRIÇÕES contarem com previsão LEGAL. 4. Agências Reguladoras: - Possuem natureza jurídica de AUTARQUIA EM REGIME ESPECIAL, ou seja, possuem algumas prerrogativas que dão mais autonomia e poder à sua atividade, além das comuns dadas às Autarquias; - São criadas por LEI ESPECÍFICA, e são ESPECIALIZADAS EM SUA ÁREA DE ATUAÇÃO; - Possuem PODER REGULADOR, isto é, podem CRIAR NORMAS sobre 2 setores: SERVIÇOS PÚBLICOS REALIZADOS POR EMPRESAS PRIVADAS ou ATIVIDADES ECONÔMICAS COM FINALIDADES SOCIAIS E PÚBLICAS; O B S : A A N AT E L e a A N P p o s s u e m P O D E R R E G U L A D O R CONSTITUCIONAL. - Dentre suas PRERROGATIVAS, destacam-se: I. PODER NORMATIVO-TÉCNICO; II. AUTONOMIA DECISÓRIA; III. INDEPENDENCIA ADMINISTRATIVA; IV. AUTONOMIA ECONOMICO-FINANCEIRA. - Podem ser de 2 tipos: AS QUE EXERCEM DE PODER DE POLÍCIA, e as que possuem ATIVIDADE REGULADORA, realizando CONCESSÃO, PERMISSÃO e AUTORIZAÇÃO. - São vinculadas a um MINISTÉRIO; 5. Agências Executivas: - É uma QUALIFICAÇÃO dada às AUTARQUIAS ou FUNDAÇÕES que celebrem contrato com a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA com finalidade de MELHORIA DE EFICIÊNCIA ou REDUÇÃO DE CUSTOS da administração; - A qualificação é apresentada em ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA; - São organizadas pelo EXECUTIVO, estabelecendo os limites de sua AUTONOMIA , bem como a definição ORÇAMENTÁRIA de sua estrutura; - Possuem função meramente OPERACIONAL, isto é, realizam apenas ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS; EX: INMETRO, SUDAM. 6. Associações Públicas: - São derivadas da formação de CONSÓRCIO PÚBLICO com PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO, sendo reguladas pela LEI 11107/2005. EX: AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA (APO/RJ). • Precatório Judicial: é a ordem judicial para o pagamento de dividas da Administração Pública, sendo ordenado que se inclua no orçamento da instituição o pagamento previsto após condenação da Administração. Está previsto no ART. 100, CF/88; • A organização da RECEITA PÚBLICA se dá por meio de LEIS ORÇAMENTÁRIAS; ENTIDADE ADMINISTRATIVA: REGIME (PESSOA JURÍDICA): AUTARQUIA DIREITO PÚBLICO FUNDAÇÃO DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO CONSÓRCIO DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO EMPRESAS PÚBLICAS DIREITO PRIVADO SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA DIREITO PRIVADO SUBSIDIÁRIAS DIREITO PRIVADO • Estado Empresário: - Autorização para que o Estado INTERVENHA NA ECONOMIA para fins de: REGULAÇÃO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS e EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO; - Admite-se 2 tipos de Intervenção: I. DIRETA: EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA PARA FINS PÚBLICOS (regido pelo ART. 174, CF/88); II. INDIRETA: INCENTIVO, FISCALIZAÇÃO e PLANEJAMENTO DE ATIVIDADE ECONÔMICA (regido pelo ART. 175, CF 88).
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