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CONTEXTO HISTÓRICO
A mineradora Samarco foi fundada em 1977. É uma mineradora brasileira de capital fechado que tem como principal produto pelotas de minério de ferro comercializadas para a indústria siderúrgica mundial.
A Samarco é a décima maior mineradora do país e esta é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Ela opera em Minas Gerais e no Espírito Santo, onde possui um escritório de vendas.
Eram três as barragens de rejeito (de minério): a de Germano, a de Fundão e a de Santarém. As barragens tinham a função de separar os resíduos do ferro, utilizando a própria gravidade. A parte frontal dessas bacias é feita de areia, para filtrar a água.
A principal hipótese levantada pelos técnicos, contudo, é que tenha ocorrido o processo de liquefação, que se dá quando essa camada arenosa externa, que ao invés de expelir, retém a água, transformando areia em lama. Isso explicaria o rompimento da barragem de Fundão, a maior das três, que destruiu tudo o que havia pela frente, incluindo a barragem de Santarém. De acordo com a Samarco, o rejeito é composto, em sua maior parte, por areia e não apresenta nenhum elemento químico danoso à saúde.
A Vale também despejou rejeitos de outra mina, a Alegria, na região.
A Samarco afirmou que confirma a existência de contrato com a Vale para utilização de barragem de rejeitos, entretendo, a Secretaria do Meio Ambiente de Minas informou que o transporte de rejeitos de minério de ferro da mina de Alegria, da Vale - controladora da Samarco -, para a barragem de Fundão não estava previsto no processo de licenciamento da represa e este seria o motivo da barragem ter se rompido, pois excedeu o volume que constava no contrato.
De acordo com o IBAMA, o volume extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos, quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas.
Sendo assim, com o rompimento da barragem, a cidade de mariana foi tomada pela lama que saiu das barragens e ficou devastada. A avalanche destruiu a maioria das casas da cidade, mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas, pois, com medo, os habitantes da região abandonaram as casas e fugiram para partes altas do distrito, mesmo que que nenhum sinal de alerta tenha sido emitido.
A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone, contudo, na lista havia apenas telefones públicos, nenhum de morador e muitos desatualizados.
Além da tragédia humana, o desastre em Mariana teve um terrível impacto ambiental.
Esses rejeitos devem deixar o solo de toda a área atingida infértil. O Rio Doce será totalmente atingido, seus peixes, algas e toda a vida que depende do rio serão prejudicados.
A Samarco deverá pagar preliminarmente 250 milhões de reais (multa aplicada pelo IBAMA) fora à indenização das várias pessoas afetadas pela ruptura da barragem.
A Justiça de Minas bloqueou 300 milhões de reais da conta da Samarco para garantir esses pagamentos. Todos esperam um endurecimento das regras para as mineradoras e que os responsáveis respondam pelo o ocorrido. Há um novo Código de Mineracao em tramitação na Câmara dos Deputados.
Sendo assim, no que diz respeito ao acidente da SAMARCO, espera-se os infratores sejam devidamente punidos, na esfera civil, penal, ambiental e que as autoridades não sejam omissas em seu dever para com o meio ambiente e toda a população.
3
CONTRATO DE ARRENDAMENTO SAMARCO - BARRAGEM DO FUNDÃO
Arrendamento é um tipo de contrato de cessão de um fator de produção, por meio dele o proprietário do imóvel entrega a outro a posse do mesmo para ser explorado mediante a uma determinada remuneração e durante um período de tempo estipulado. Esse contrato cede o uso e gozo do imóvel rural a parte, ou parte de sua área, sendo a mesma utilizada pelo proprietário e ao arrendatário. Podem ser exercidas atividades de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante a certa retribuição financeira (aluguel).
Mediante a um cenário econômico favorável ao crescimento e expansão econômica, a Samarco Mineração firmou diversos acordos, promessas de compra e venda de minério, tendo como expectativa uma parceria de longa data com diversas empresas, com o objetivo de venda de energia limpa e de qualidade. Além de ser uma das maiores exportadoras de minério para países de todos os continentes, sendo possuidora de grande parte do mercado global.
1. Tendo em vista o bom desenvolvimento das atividades relacionadas a seu objeto social, a Vale utilizou um contrato de arrendamento de uma empresa já extinta para comprar que tinha autorização para enviar rejeitos da mina de Alegria para a barragem de Fundão, que se rompeu em 5 de novembro de 2015. O contrato de arrendamento havia sido firmado entre a Samitri e a Samarco quase 20 anos antes do início do funcionamento da barragem, visto que foi firmado em 1989
2. A Vale realizou a transferência da reserva mineral de exploração do minério de ferro à Samarco através de um contrato de arrendamento parcial dos direitos minerais.
3. Os direitos minerários detêm natureza de concessão de direito real de uso, podendo ser arrendados a terceiros mediante anuência prévia e averbação junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, nos termos do que dispõe as Portarias 269/08 e 564/08.
4. Requisitos: Arrendamento parcial:
- Formulário padronizado de pré-requerimento eletrônico assinado pelo arrendante e pelo arrendatário.
- Cópia autenticada dos atos societários do arrendador e do arrendatário, quando pessoa (s) jurídica (s), devidamente registrados na junta comercial, comprovando os poderes de representação do (s) signatário (s) do contrato de arrendamento
- Justificativa técnico-econômica sobre a viabilidade do arrendamento parcial pleiteado, levando em consideração os requisitos estabelecidos no caput do art. 56 do Código de Mineracao;
- Redimensionamento das reservas minerais, identificando a porção da jazida em quantidade e teor, este quando for o caso, com a perfeita delimitação em planta de detalhe devidamente georreferenciada.
- Memorial descritivo e plantas de situação e de detalhes que identifiquem a poligonal da área arrendada no interior da poligonal que delimita a concessão de lavra ou o manifesto de mina, na forma estabelecida na Portaria DNPM nº 263, de 10 de julho de 2008, acompanhados da respectiva ART
Para fins de formação de um novo processo são exigidos os seguintes documentos:
- Original ou cópia autenticada do contrato de arrendamento parcial da concessão de lavra, na forma de escritura pública ou instrumento particular com firma reconhecida, ou do manifesto de mina na forma de escritura pública;
- Justificativa técnico-econômica sobre a viabilidade do arrendamento parcial pleiteado, levando em consideração os requisitos estabelecidos no caput do art. 56 do Código de Mineracao;
- Memorial descritivo e plantas de situação e de detalhes que identifiquem a poligonal da área arrendada no interior da poligonal que delimita a concessão de lavra ou o manifesto de mina objeto do arrendamento, na forma estabelecida na Portaria DNPM nº 263, de 10 de julho de 2008, acompanhados da respectiva ART
- Para Arrendamento em Profundidade por Superfície Horizontal - informar juntamente com o memorial descritivo e a planta de situação da (s) área (s) arrendada (s), a (s) cota (s) do (s) limite (s) em profundidade.
- Quantificação das reservas minerais;
- Prova de disponibilidade de fundos necessários para a execução do plano de lavra e operação da mina, em nome do arrendatário
- Prova de recolhimento dos emolumentos no valor da averbação de cessão parcial de direitos minerários.
- Localizando-se a área requerida em faixa de fronteira, o cessionário deverá atender as exigências previstas na legislação específica.
IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS
Em 05 novembro de 2015, ocorreu um acidente de mineração no município de Mariana, em Minas Gerais. Através do rompimento de uma barragem (Fundão) da mineradora Samarco, que é controlada pela Vale e pela BHP Billiton.
O acidente em Mariana liberou mais de 50 milhõesde metros cúbicos de rejeitos de mineração, que eram formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama.
A lama que atingiu as regiões próximas à barragem formou uma espécie de cobertura no local.
A cobertura de lama também impedirá o desenvolvimento de espécies vegetais, uma vez que esta é pobre em matéria orgânica, o que tornará, portanto, a região infértil.
À medida que a lama atinge os ambientes aquáticos, causa a morte de todos os organismos ali encontrados, como algas e peixes. Após o acidente, vários peixes morreram em razão da falta de oxigênio dissolvido na água e também em consequência da obstrução das brânquias. O ecossistema aquático desses rios foi completamente afetado e, consequentemente, os moradores que se beneficiavam da pesca.
A grande quantidade de lama lançada no ambiente afeta os rios não apenas no que diz respeito à vida aquática. Muitos desses rios sofrerão com assoreamento, mudanças nos cursos, diminuição da profundidade e até mesmo soterramento de nascentes. A lama, além de causar a morte dos rios, destruiu uma grande região ao redor desses locais. Por fim, espera-se que a lama, ao atingir o mar, afete diretamente a vida marinha na região do Espírito Santo onde o rio Doce encontra o oceano. Biólogos temem os efeitos dos rejeitos nos recifes de corais de Abrolhos, um local com grande variedade de espécies marinhas.
Segundo comunicado da Samarco: “O material proveniente das barragens não apresenta perigo à saúde humana, conforme atestados oficiais anteriores à ocorrência. Esse material, proveniente do processo de beneficiamento do minério de ferro, é composto basicamente de água, partículas de óxidos de ferro e sílica, não sendo tóxico”. Embora não considerada tóxica pela empresa, esses rejeitos podem devastar grandes ecossistemas, como anteriormente pudemos observar.
Há, entretanto, um grupo independente chamado Giaia, composto por voluntários, sendo estes, estudantes, professores, pesquisadores que avaliam os impactos ambientais no Brasil. Este grupo divulgou seus estudos principalmente na internet.
Concluindo que o principal impacto que pode ser observado é a alta turbidez e concentração de material em suspensão (lama) que afeta os organismos que fazem fotossíntese e são, na maioria das vezes, a base da cadeia alimentar aquática. Afetando também a oxigenação da água, afetando por sua vez, os animais que vivem em ambiente aquático. Apesar de ser tecnologicamente possível a retirada deste material em suspensão em água para abastecimento público, necessita-se de sistemas de tratamentos mais avançados e, frequentemente, mais caros, impactando as concessionárias de serviço público e, consequentemente, a população consumidora final.
Sobre a toxicidade da água [...] geralmente não se observa toxicidade nas águas, pois os metais estão adsorvidos no material em suspensão. Os efeitos negativos ocorrem nos organismos filtradores, que ingerem material particulado no qual os metais estão adsorvidos, de modo que é possível que na Bacia do Rio Doce os efeitos tóxicos significativos estejam ocorrendo nos organismos filtradores – nesse caso análises adicionais devem ser feitas considerando-se espécies desse grupo.
RESPONSABILIDADE CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA
Responsabilidade Civil
No Código Civil, essa matéria é tratada no art. 927, Parágrafo único: “haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
A responsabilidade solidária no caso Samarco decorre da utilização da Teoria Menor da Desconsideração da Personalidade Jurídica que exige apenas a prova da impossibilidade da Ré principal honrar com o pagamento de suas obrigações, conforme previsto no art. 4º da Lei nº 9.605/98: “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente” com a aplicação subsidiária do art. 942, segunda parte, do Código Civil: “e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação”. Por isso a Vale S/A, poluidora direta secundária, e a BHP Billiton Brasil Ltda., que são as empresas controladoras do capital da Samarco e que o Ministério Público Federal (MPF) chamou para integrar o polo passivo da Ação Civil Pública interposta pela União.
Para a Teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, o risco empresarial normal às atividades econômicas não pode ser tolerado pelo terceiro que contratou com a empresa, por isso os sócios e administradores são responsabilizados pelos danos ambientais causados, independentemente da existência de dolo ou culpa. Sua aplicação se fundamenta somente na insolvência da pessoa jurídica que é incapaz de pagar o valor da condenação pela reparação dos danos materiais fixado por sentença judicial.
A responsabilidade civil implica a reparação dos danos, impondo ao agente que lhe causou a necessidade de restabelecer a situação anterior. Tal responsabilidade é objetiva, isto é, independe de culpa, conforme disposto no art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81.
Teoria do risco integral: não admite as excludentes de culpa da vítima, por força maior e do caso fortuito.
É a modalidade mais extremada do risco, e, por isso, como afirma Caio Mário, é uma teoria sujeita a críticas, justamente por ser tão extremada e porque "trata-se de uma tese puramente negativista. Não cogita de indagar como ou por que ocorreu o dano e nem admite a alegação das excludentes de responsabilidade civil, ou seja, a culpa exclusiva da vítima, força maior ou caso fortuito. É suficiente apurar se houve o dano, vinculado a um fato qualquer, para assegurar à vítima uma indenização
Segundo as palavras de Flávio Tartuce, “há um dano coletivo, difuso, que atinge a todos os seres”. Continua o doutrinador afirmando que quanto ao nexo causal “pode ser visualizado pela simples atividade industrial, ou mesmo de outra natureza, explorada pela empresa poluidora”. Portanto, a Samarco deve indenizar pelos danos ambientais que se estendeu pelas cidades (Mariana, Bento Rodrigues) que fazem divisa com o rio Doce, devido à contaminação de suas águas decorrentes da atividade mineradora.
"ainda que a indústria tenha tomado todas as precauções para evitar acidentes danosos ao meio ambiente, se, por exemplo, explode um reator controlador da emissão de agentes químicos poluidores (caso fortuito), subsiste o dever de indenizar. Do mesmo modo, se por um fato da natureza ocorrer derramamento de substância tóxica existente no depósito de uma indústria (força maior), pelo simples fato de existir a atividade há o dever de indenizar. ” NERY Jr. Nelson. Responsabilidade civil por dano ecológico e a ação civil pública. In: Revista Justitia, n. 126, São Paulo, jul/set. 1984, p. 175
Há duas maneiras de reparar o dano ambiental, quais sejam pelo retorno à situação anterior ou pelo pagamento de uma indenização em dinheiro. No caso do acidente ocorrido em novembro de 2015, o Ministério Público Federal requereu a condenação da Samarco ao pagamento de indenização no valor de R$ 1 bilhão a fim de reparar os danos morais individuais e materiais das famílias desabrigadas além da obrigação de reconstruir as regiões atingidas.
Responsabilidade Penal
Na questão penal, a lei 9.605/98 reconhece que a pessoa jurídica pode ser sujeito da prática de crimes contra o meio ambiente, porém não há exclusão da responsabilidade das pessoas físicas que contribuíram para a concretização do ato ilícito, conforme disposto no art. 3º, parágrafo único da referida norma.
No caso Samarco, tivemos pessoas que morreram e outras desaparecidas no meio da inundação de lama que devastou as áreas urbanas e deixou diversas famílias desabrigadas e para que fosse apurado os supostos responsáveis foi necessário a abertura dos inquéritos policiais. Além do indiciamento da própria mineradora, são investigados: Vescovi, o coordenador de monitoramento das barragens,a gerente de geotécnica, o gerente geral de projetos e responsável técnico pela barragem Fundão, o gerente geral de operações, o diretor de operações e o engenheiro responsável pela declaração de estabilidade da barragem Fundão em 2015, que atestou a estabilidade das estruturas.
Responsabilidade Administrativa
Em relação à responsabilidade administrativa, está regulada no art. 225, § 3º “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. A barragem de Fundão integra a estrutura do processo produtivo de extração de ferro da Samarco.
Conforme a doutrina e jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, a responsabilidade administrativa é objetiva, isto é, independe de culpa ou dolo do infrator. Por isso, o Estado acusou a Samarco de ter praticado o seguinte crime:
Código
122
Especificação das Infrações
Causar poluição ou degradação ambiental de qualquer natureza que resulte ou possa resultar em dano aos recursos hídricos, às espécies vegetais e animais, aos ecossistemas e habitats ou ao patrimônio natural ou cultural, ou que prejudique a saúde, a segurança, e o bem-estar da população.
Classificação
Gravíssima
Pena
- Multa simples; - ou multa simples e embargo de obra ou atividade; - ou multa diária.
Outras Cominações
Quando for o caso, apreensão dos instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração.
O Governo do Estado de Minas Gerais puniu a Samarco ao pagamento de uma multa simples no valor de R$ 112.690.458,77 pela infração cometida no acidente do rompimento da barragem em Mariana/MG.
EFEITOS DO ACIDENTE PARA IMAGEM DA SAMARCO
Os problemas relacionados à imagem da Samarco e das consequências do acidente em Mariana se iniciaram um dia após o estouro das barragens, em seis de novembro de dois mil, quando o Governo do Estado de Minas Gerais, pela SEMAD (A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais) anunciou ter embargado a licença da empresa em se tratando da exploração de minérios na mina de Germano, local de maior exploração de ferro da mineradora. A medida foi anunciada como suspensão emergencial. A licença para a atuação da Samarco nas barragens rompidas havia sido revalidada de maneira que a dispensar o aval do Ministério Público em dois mil e treze, pois nesta data já havia sido detectado pelo Instituto Prístino sobreposições nas barragens e possível colapso de toda a estrutura. O instituto também alertou sobre a negligência da empresa em relação a um plano emergencial em caso de eventual ruptura e contenção de danos.
Mesmo após o acordo firmado entre o Governo Federal do Brasil e mineradora Samarco juntamente com as responsáveis Vale e BHP Billiton, a empresa continuou sofrendo fortes questionamentos e acusações por parte do Ministério Público Federal no mesmo exato dia do acordo, em frente a toda a imprensa, afirmando que o texto era “insatisfatório e injustificável”, priorizando a imagem e os bens da empresa ao invés dos atingidos pelas suas ações danosas. O procurador da República Jorge Munhoz de Souza apontou aonde a promotoria se mostrava insatisfeita no contrato firmado, entre os pontos principais estavam:
- O valor da indenização alcançar um teto máximo estipulado sem maior pesquisa sobre os danos projetados ao futuro das áreas atingidas e o tempo da recuperação da natureza no local
- A limitação anual de gastos que a mineradora irá desembolsar, que não visa o total gasto para contem e restaurar os prejuízos da região atingida
- A isenção de culpa dos corresponsáveis pelo acidente, juntamente com a Samarco, Vale e BHP Billiton
- A isenção de culpa do Estado, que agiu de forma omissa perante a fiscalização e a medidas enérgicas em se tratando das falhas da Samarco.
O ministério Público Federal declarou à imprensa na data de três de maio de dois mil e quinze que entrou com uma ação judicial contra a mineradora Samarco e as corresponsáveis
Vale e BHP Billiton e também contra a União e os Governos de Minas Gerais e Espírito Santo. A ação, entregue à Justiça Federal, tem o propósito de reparação de danos sociais, ambientais e econômicos causados pelo rompimento das barragens.
Houve uma forte repercussão internacional do acidente em Mariana, onde os principais portais de notícias do mundo colocaram como negligencia das grandes empresas mineradoras, e relembrando outras catástrofes da internacionalmente conhecida BHP Billiton, e frisando que esse foi seu maior desastre.
As ações da Vale obtiveram uma desvalorização instantânea após a mídia divulgar o rompimento da maior mina de ferro do país e toda a problemática envolvendo sua volta a exploração de minérios, paralisada desde novembro.
AÇÕES DE RECUPERAÇÃO DAS REGIÕES IMPACTADAS
Uma semana após o rompimento das barragens, no dia onze de novembro de dois mil e quinze, o presidente da BHP Billiton anunciou a criação de um fundo solidário e sem fins lucrativos para a reconstrução das regiões destruídas, juntamente com a Vale e a subsidiária Samarco, focado principalmente no resgate e recuperar o Rio doce e seus afluentes. Em nota, as empresas afirmaram que o fundo terá um comitê que vai orientar os investimentos e cuidará da aprovação orçamentária. O número de participantes ainda não foi definido, mas terá representantes dos setores público e privado. A auditoria desse fundo foi anunciada como sendo independente e, de início, todo o dinheiro projetado nele seria privado, bancado pelas empresas responsáveis pelo desastre, mas o presidente Andrew Mackenzie manifestou vontade em arrecadar dinheiro público no futuro para ajudar no projeto.
Entre as ações de recuperação do Rio Doce e seus afluentes, estão a recomposição da mata ciliar e da qualidade da água e fauna aquática, além de ajudar no resgate da biodiversidade da Bacia do Rio Doce.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que vai aplicar multas de R$ 100 milhões à mineradora Samarco, informou a presidente do órgão, Marilene Ramos.
Alguns meses após essa decisão, um acordo entre o Governo Federal e as empresas Samarco, BHP Billiton e Vale no valor de vinte bilhões de reais, pagos no decorrer de quinze anos.
O texto prevê também a criação de 18 projetos ambientais nas áreas devastadas, sendo metade destes compensatórios e metade reparatórios, visando os quarenta e sete mil hectares que necessitam ser reparados, a maioria a beira do rio Doce. A recuperação da fauna e dos afluentes do rio Doce também foram pensadas e dentro do acordo, e comprometeu-se com o ministério do meio ambiente a recuperar cinco mil nascentes e dois centros de reabilitação para animais atingidos.
Segundo o texto acordado, os 39 municípios atingidos entre os estados de Minas Gerais e Espirito Santo receberão quinhentos milhões de reais para a implantação de coletas de esgoto, tratamento de agua e saneamento básico.
O acordo foi firmado diretamente com a União e assinado pelos Governadores de Espirito Santo e Minas gerais, além da presidenta da Republica à época, Dilma Rousseff.
Em audiência de conciliação na ação civil pública movida pelo Ministério Público contra as empresas Samarco, Vale e BHP, no final de 2015, um acordo parcial foi celebrado. Entre os acertos parciais, está o pagamento imediato de R$ 100 mil a cada uma das famílias devido a morte ou ente desaparecido como antecipação de indenização
Também ficou definido na audiência, que as famílias desabrigadas e que tiveram deslocamento econômico, ou seja, perderam seus empregos ou renda, receberão R$ 20 mil cada, sendo que R$ 10 mil são antecipação de uma futura indenização. Os outros R$ 10 mil não poderão ser descontados futuramente. Além disso, mesmo se conseguirem empregos, as famílias ainda receberão o auxílio de um salário mínimo mais 20% por dependente, e mais uma cesta básica mensal até o fim da reconstrução das comunidades.“Acho que a única coisa que, de certa forma, podemos considerar, que a Samarco fez foi colocar as pessoas nas casas. Mas, infelizmente, só foi através de pressão. Isso poderia ter sido feito espontaneamente. Eu acho que esse é o maior problema. Se não tiver a força da Justiça em cima, pressionando, parece que as coisas não andam”, MENEGHIN, Guilherme, Promotor de Justiça de Mariana, durante entrevista ao portal de notícias G1
SEGURANÇA DO TRABALHO
A Segurança do Trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes de trabalho decorrentes dos fatores de riscos ocupacionais.
De acordo com o Bureau Internacional do Trabalho de Genebra, consiste a segurança e a saúde do trabalhador:
A promoção e a manutenção dos mais elevados níveis de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todos os setores de atividade; a prevenção para os trabalhadores de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas condições de trabalho; a proteção dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos resultantes de condições prejudiciais à saúde; a colocação e a manutenção de trabalhadores num ambiente de trabalho ajustado às suas necessidades físicas e mentais; a adaptação do trabalho ao homem. (2009, p.01)
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) e especializada em questões do trabalho, sendo seus principais objetivos: proteção da saúde do trabalhador e melhoria de suas condições de vida.
Dentro do Direito do Trabalho, a segurança do trabalho é chamada de Direito Tutelar do Trabalho. Segundo Sérgio Pinto Martins (2000, p.164) diz que as regras de Segurança e Medicina do Trabalho destinam-se igualmente aos empregadores e também os chamados grupos de empresas.
Dentre outras normativas, as de destaque são: equipamento de proteção individual e coletivo, atividades insalubres e atividades perigosas.
Todas as normas regulamentadoras são de suma importância e o conhecimento destas normas pelo advogado é imprescindível para quando, na elaboração de sua tese de defesa, o profissional possa, com conhecimento, utilizar-se deste aparato normativo para a integração de ideias entre o conhecimento jurídico e técnico.
4 FATORES DE RISCO
Os denominados fatores de risco dentro da segurança do trabalho são o conjunto de atividades insalubres e perigosas que colocam em risco a saúde e a segurança do trabalhador.
Estes riscos estão classificados de acordo com a atividade desempenhada pelo trabalhador, que são: riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais.
Riscos físicos: ruído, vibração, radiação ionizante e não-ionizante, temperaturas extremas (frio e calor), pressão atmosférica anormal, entre outros;
Químicos: agentes e substâncias químicas, sob a forma líquida, gasosa ou de partículas e poeiras minerais e vegetais, comuns nos processos de trabalho;
Biológicos: vírus, bactérias, parasitas, geralmente associados ao trabalho em hospitais, laboratórios e na agricultura e pecuária;
Ergonômicos e psicossociais: decorrem da organização e gestão do trabalho;
Mecânicos e de Acidentes: ligados à proteção das máquinas, arranjo físico, ordem e limpeza do ambiente de trabalho;
Os riscos ambientais são fatores determinantes para o grau de risco de um ambiente de trabalho e sua classificação como insalubre ou perigoso.
Um ambiente insalubre ou perigoso pode custar não somente a saúde, mas também a vida do trabalhador. Por isso, os profissionais da segurança e saúde devem trabalhar conjuntamente, para que os riscos sejam minimizados e, possivelmente, sanados neste ambiente insalubre ou perigoso.
Para que sejam minimizados os riscos à vida e à saúde do trabalhador existe o chamado EPI: equipamento de proteção individual e o EPC: equipamento de proteção coletivo, conforme conceitua Sérgio Ferreira Pantaleão:
O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde. O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis, eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho. Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros. Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas finalidades, este tem maior preferência pela utilização do EPI, já que colabora no processo minimizando os efeitos negativos de um ambiente de trabalho que apresenta diversos riscos ao trabalhador. Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos completamente ou se oferecer proteção parcialmente. (2015, s/p).
Os equipamentos de proteção individual estão previstos na Norma Regulamentadora nº 06, ou simplesmente a NR 06 como é costumeiramente mais conhecida. É uma das normas mais importantes no rol de normas apresentadas no capítulo anterior. É de fundamental importância os equipamentos de proteção individual e coletivo, pois, sem eles, o trabalhador fica exposto a riscos inerentes ao desenvolvimento de sua profissão.
 É através do PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais que é determinado se o ambiente que o trabalhador atua é insalubre ou perigoso e de acordo com função exercida do trabalhador, será determinado qual tipo de equipamento de proteção individual e coletivo que deverá ser utilizado.
5 DIREITO E SEGURANÇA DO TRABALHO
O grande desafio enfrentado pela segurança do trabalho, não é somente o reconhecimento do direito, mas também para que a norma cumpra a sua devida eficácia.
O direito do trabalho visa assegurar melhores condições de trabalho aos empregados, por meio de medidas protetoras, que estão previstas na própria legislação trabalhista. A segurança do trabalho é um tema relativamente novo no ordenamento jurídico brasileiro.
Antigamente o que existia, eram os empregados sem condições nenhuma de higiene, saúde e segurança no ambiente laboral.
Com a Revolução Industrial, os trabalhadores do campo vieram para a cidade em busca de um futuro melhor para suas famílias e com isso trabalhavam em condições sub-humanas, comparados com o que se tem hoje disponível na lei.
 Ficava a cargo do próprio trabalhador a busca da adequação e defesa para o cumprimento de seu trabalho. Jornadas exaustivas de trabalho, sem direito à alimentação, descanso ou repouso. As próprias famílias, inclusive as crianças, trabalhavam para ajudar no seu próprio sustento.
Somente em 1940, com o advento da Consolidação das Leis Trabalhistas no governo de Getúlio Vargas, então presidente da República, inspirado no modelo do Estado paternalista italiano de Mussolini, foi que os trabalhadores tiveram acesso à garantias e direitos efetivos  previstos em lei.
Como explicitado no artigo 1º da Consolidação das Leis do Trabalho que diz: “Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este DecretoLei acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente.” (Brasil, 1943, p.1), que efetivamente o trabalhador teria assegurados direitos e condições de trabalho, onde, a partir daquela data, não seria mais tratado sem dignidade e sim, até recebendo salário para exercício de sua atividade laboral, de onde seria mantenedor de si e de sua família, providenciando o sustento.
Com esta conquista, o trabalhador passou a ter direitos garantidos pela lei. Assim sendo, em 1977, com o advento na lei que normatizada a legislação de saúde e segurança do trabalho. Mas somente em 1978,com a portaria 3214 que foram criadas as normas de segurança e medicina do trabalho e assim respaldadas como direito e garantias fundamentais no texto constitucional.
A conquista destes direitos não veio somente para melhorias de condições de trabalho para o trabalhador, mas também a melhoria em sua qualidade de vida. Empregadores desinformados, não adeptos à segurança e saúde do trabalho, não prezando pela qualidade da saúde de seus empregados, onde o custo fala mais alto, onde o foco é somente geração de lucros. Infelizmente, hoje ainda, existem empresas prezando somente quantidade e se esquecendo da qualidade que é o fator principal.
Seguem o modelo fordista, onde a produção em massa era prioridade, onde o trabalhador era obrigado a cumprir uma longa jornada diária, estafante, sem pausa para descanso ou repouso.
O Brasil possui um excelente aparato legislativo em matéria de proteção e a saúde do trabalhador, porém é necessário dar eficácia concreta, como principal a dignidade humana perante o ambiente laboral, não somente no exercício de suas funções, e sim, principalmente, em sua qualidade de vida.
Sendo assim, Amauri Mascaro do Nascimento explicita o conceito do ambiente de trabalho adequado:
A proteção ao meio ambiente do trabalho tem por suporte um conceito: para que o trabalhador atue em local apropriado, o Direito deve fixar condições mínimas a serem observadas pelas empresas, quer quanto às instalações onde as oficinas e demais dependências se situam, quer quanto às condições de contágio com agentes nocivos à saúde ou de perigo que a atividade possa oferecer. (2011, p. 846)
O ambiente de trabalho deve oferecer o maior conforto e condições higiênicas possíveis para que o trabalhador possa desenvolver seu trabalho. A equipe da segurança do trabalho formada por profissionais como técnicos, médicos, engenheiros, equipe de enfermagem devem oferecer todos os suporte necessário para garantir o bem estar e a segurança dos trabalhadores.
Estes profissionais devem receber treinamento especializado, onde, todas as atividades realizadas juntamente com os trabalhadores devem ser documentadas e devidamente arquivadas, caso venham a ser solicitadas como elemento probatório.
Assim explicita a Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 157, caput:
Art. 157 - Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (BRASIL, 1943, p. 898)
As empresas devem oferecer treinamento especializado aos trabalhadores, onde o técnico de segurança que ministra este treinamento, baseado nas normas de segurança. O uso correto de equipamentos de proteção individual e coletivo, quando como proceder em caso de incêndio, até treinamento em primeiros socorros alguns técnicos ministram aos trabalhadores.
Sérgio Pinto Martins, em analogia ao artigo 158 da Consolidação das Leis do Trabalho, ensina:
Os empregados deverão observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções ou ordens de serviços quanto às precauções no local de trabalho, de modo a evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Devem, também, colaborar com a empresa na aplicação das normas de medicina e segurança do trabalho. Considera-se falta grave do empregado quando este não observa as instruções expedidas pelo empregador, assim como não usa os equipamentos de proteção individual que lhe são fornecidos pela empresa (art. 158 da CLT). A falta grave do empregado dependerá da gravidade do ato praticado ou de sua reiteração, sendo passível, antes, de advertência ou suspensão, se o ato não foi considerado grave o bastante para rescindir o contrato de trabalho. (2000, p. 493)
O empregador deve seguir as normas de segurança e saúde do trabalho, para sua própria segurança e manutenção no cargo empregatício, sendo  considerado a falta grave o não uso de equipamentos de proteção. Muitos acidentes acontecem devido à imprudência, imperícia ou negligência do empregado.
O empregado que trabalha com eletricidade, por exemplo, não deve utilizar, quando da manutenção de redes elétricas de alta ou baixa tensão, objetos de metal, como pulseiras, anéis, correntes que são condutores de energia, colocando a vida do trabalhador em risco. O uso e o manuseio dos equipamentos de segurança são de extrema importância para a diminuição da periculosidade de serviços em eletricidade.
Existem trabalhadores que não utilizam os equipamentos de segurança, com o argumento que causa transtorno na hora da realização da manutenção. Muitos acidentes ocorrem devido a isso. O manuseio de uma corrente elétrica sem luvas de proteção, por exemplo, podem causar um choque elétrico e causar a morte ao trabalhador.
Os equipamentos de proteção individual ou coletivo são de uso obrigatório, sendo passível de demissão por justa causa, caso o trabalhador se recuse a utilizar os equipamentos de proteção disponibilizados pela empresa.
Conforme caput da NR 01, que trata das Disposições Gerais, apresentado no item 1.8, alínea a, b, empregado deve utilizar o EPI fornecido pelo empregador e este deve cobrar o uso do EPI pelo empregado:
1.8: Cabe ao empregado:
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;
b) usar o EPI fornecido pelo empregador. (2015, p.02)
Doravante, se a recusa do empregado para o não uso do EPI for injustificada, é passível de demissão por justa causa, como previsto em lei.
6 CONCLUSÃO
Neste trabalho foram abordados os aspectos gerais sobre a Segurança do Trabalho, que é uma matéria de suma importância para o Direito do Trabalho Brasileiro. A importância da compreensão das Normas de Segurança do Trabalho, pelo profissional do Direito do Trabalho, que deve ter o conhecimento dessas normas, para poder aplicá-las ao caso prático.
A instituição da Segurança do Trabalho teve seu ápice em 1977 com o advento da legislação das Normas de Segurança e Medicina do Trabalho.
As Normas Regulamentadoras estão dispostas em número de 36 (trinta e seis) e cada uma possui sua fundamental importância. Uma de fundamental importância é a NR 06 que trata sobre o EPI Equipamento de Proteção Individual.
Se a utilização do equipamento de proteção individual ou coletivo, o trabalhador fica exposto a riscos inerentes ao desenvolvimento de sua profissão, seja em ambiente insalubre ou periculoso.
Há também os fatores de risco, que determinam o grau de insalubridade ou periculosidade. Estes riscos estão classificados de acordo com a atividade desempenhada pelo trabalhador, que são: riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais.
O Direito do Trabalho conjuntamente com a Segurança do Trabalho visa assegurar melhores condições de trabalho aos empregados, através de medidas protetoras, que estão previstas na própria legislação trabalhista.
Que a Segurança do Trabalho seja colocada em prática, eficazmente, para a preservação da saúde do trabalhador, pois quem mais sofre com os fatores de risco é o próprio empregado. Que haja a conscientização por parte do empregador, que deixe que ter apenas a visão de lucratividade, de pensar em quanto pode ganhar na economia na compra de equipamentos de proteção individual de baixa qualidade, deixando assim de proteger com eficácia a vida do trabalhador.
ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE
A Segurança do Trabalho possibilita a realização de um trabalho mais organizado. Isso leva não somente a evitar acidentes, mas, leva também ao aumento da produção, pois, tornado o ambiente mais agradável os funcionários produzirão mais e com melhor qualidade.
A Segurança do Trabalho proporciona também melhoria nas relações entre patrões e funcionários. Quando o funcionário percebe melhorias no ambientede trabalho passará a ter mais carinho a respeito com a direção da empresa. O resultado pode aparecer em produtos de mais qualidade.
EVITAR ACIDENTES DE TRABALHO
É o ponto alto da Segurança do Trabalho. Através das ações de prevenção desenvolvidas na empresa podemos evitar o aparecimento de acidentes de trabalho e às doenças ocupacionais.
EM QUAIS SEGMENTOS SE APLICAM A SEGURANÇA DO TRABALHO
A Segurança do Trabalho se aplica a todos os segmentos. Evidentemente cada segmento tem suas características e riscos específicos, e exatamente por isso, cada ambiente precisa ser “cuidado” com um olhar particular.
OS RISCOS DO AMBIENTE
É importante que o profissional de Segurança do Trabalho tenha capacidade técnica necessária para avaliar desde os riscos grandes até os pequenos. O risco pequeno de hoje pode se tornar grande amanha.
Acidentes são acidentes, todos são desagradáveis.
O QUE A EMPRESA GANHA INVESTINDO EM SEGURANÇA DO TRABALHO?
Alguns empresários ainda acreditam que investir em Segurança do Trabalho é gasto, esse é um erro grave! De uma forma bem superficial podemos dizer que cada centavo investido em Segurança economiza:
– Gastos com acidentes;
– Gastos com transporte do acidentado;
– Gastos com afastamentos causados por doenças ocupacionais;
Os primeiros quinze dias de afastamento do acidentado do trabalho são pagos pela empresa.
– Gastos com contratação de mão de obra temporária ou permanente para ocupar o lugar deixado pelo trabalhador acidentado;
– Prejuízos materiais: É comum que em casos de acidentes maquinários e produtos se percam, sejam danificados e inutilizados.
– Gastos com reabilitação do trabalhador: A volta de um funcionário que sofreu acidente de trabalho às vezes é problemática. Logo que o funcionário retorna do período de afastamento causado por acidente de trabalho, é provável leve um tempo até conseguir retomar a sua capacidade laborativa habitual, ou seja, no começo ele irá produzir menos. Nesse período ele está blindado pela estabilidade de um ano concedida pela Lei nº 8.213/91, art. 118.  O empregador terá que o engolir!
– Gastos com indenizações e com ações na justiça trabalhista civil: Qualquer acidente que envolva alguma perda pode gerar ações na justiça. O único jeito de evitar é construindo um ambiente de trabalho mais seguro.
– Desgaste da imagem da empresa: É notório que hoje ninguém quer fazer negócios ou adquirir produtos que tenham marcas de sangue ou sofrimento de funcionários. A chamada Responsabilidade Social está em toda parte, as empresas e os consumidores estão cada vez mais atentos a isso.
Outro favor que tem sido muito observado, são itens de Selo Verde. Hoje as empresas que agridem o meio ambiente também ter perdido espaço para as que investem em ações de preservação.
Quem não se enquadra no na Responsabilidade Social com certeza cedo ou tarde irá perder dinheiro.
QUAIS PROFISSIONAIS FAZEM PARTE DA EQUIPE DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA EMPRESA?
A quantidade de profissionais do SESMT presentes na empresa é determinada pelo dimensionamento do SESMT através da NR 4. Os profissionais que fazem parte do SESMT são:
– Médico do Trabalho;
– Engenheiro de Segurança do Trabalho;
– Enfermeiro do Trabalho;
– Técnico de Segurança do Trabalho;
– Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
Em algumas empresas após efetuarem o dimensionamento da NR 4 perceberão que não é necessário a contratação de nenhum profissional do SESMT, nesse caso, o empregador deverá contratar uma consultoria para fazer o que trabalho de segurança na empresa.
Existem  outros profissionais prevencionistas “ainda” não fazem parte do SESMT, são eles:
– Odontólogo do Trabalho;
– Psicólogo do Trabalho;
– Tecnólogo de Segurança do Trabalho.
POSSO CONTRATAR UM TECNÓLOGO PARA O LUGAR DE UM TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO?
Não pode. Devemos cumprir as normas a risca. Se na NR 4 está obrigando a contratação de um Técnico de Segurança do Trabalho, não adianta contratar nenhum outro profissional para o lugar dele.
Quem inventa fica sem amparo legal e corre o risco de sofrer as penalidades previstas em lei.
QUAIS AS FERRAMENTAS PODEM SER USADAS PARA EVITAR ACIDENTES DE TRABALHO?
São várias as ferramentas que podem ser utilizadas. As mais comuns são:
– PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): É usado para identificar os riscos do ambiente e através dessa identificação são adotadas as medidas preventivas e corretivas adequadas.
– PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção): É obrigatório em construções com 20 ou mais funcionários. A única diferença entre PCMAT e o PPRA é que ele tem que prever os riscos e medidas preventivas em todas as fases da obra.
 – PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional): É o programa que dita os exames a serem realizados pelos funcionários. Esse programa anda lado a lado com o PPRA.
– CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): São um grupo de trabalhadores que atuam na prevenção de acidentes de trabalho. Metade deles são eleitos pelos funcionários e metade indicada pelo empregador.
– DDS (Diálogo Diário de Segurança): São palestras curtas que tratam de Segurança do Trabalho e assuntos relacionados. Normalmente as palestram não passam de 10 minutos.
– Treinamento de Integração: É o treinamento ministrado ao recém-contratado. A fim de familiarizá-lo com os procedimentos de trabalho, nesse item se incluem os cuidados referentes à Segurança do Trabalho.
– Ordem de Serviço: Documento que visa informar o funcionário dos riscos da sua função e das medidas preventivas que deverão ser adotadas por ele.
Através da Ordem de Serviço o funcionário se compromete a seguir as normas de segurança e medicina do trabalho da empresa.
Como dissemos acima, esses são apenas alguns dos mais comuns. Dependendo do segmento ao ramo de atividade da empresa surgirá a necessidade de outros, que inclusive poderão substituir alguns dos que estão na lista acima.
E POR FIM, POR QUE INVESTIR EM SEGURANÇA DO TRABALHO?
Quando a empresa investe em Segurança do Trabalho o ambiente fica mais leve, mais harmonioso, seguro e agradável. E com isso o próprio funcionário se sente mais valorizado e tende a ficar mais satisfeito e motivado no trabalho.
Funcionário satisfeito é funcionário motivado, e rende mais no desempenho da função.
A importância da segurança do trabalho é imensurável, e felizmente a implantação de práticas seguras no trabalho vem crescendo bastante ultimamente.
Hoje é difícil encontrar um funcionário que “nunca” tenha passado por pelo menos uma palestra sobre prevenção de acidentes de trabalho, uso do EPI, integração, etc.
Nesse texto abordaremos as principais vantagens de investir na segurança dos funcionários.
 gestão de riscos e impactos ambientais”
coNTEÚDO – (Unidades e subunidades) 1 - Conceitos fundamentais: Conceitos de impacto ambiental; Diferenças entre poluição e impacto ambiental; Impactos ambientais no Brasil e no mundo; Tipos de riscos ambientais; Diagrama de Vem Triplo – Componentes de risco; Avaliação de risco. 2 - Evolução das metodologias de avaliação de impactos ambientais: Função das metodologias de avaliação de impactos ambientais; Histórico da evolução das metodologias. 3 - Metodologias para identificação, descrição, qualificação e quantificação de impactos ambientais: Metodologias de avaliação de impactos ambientais; Exemplos de avaliação de impactos ambientais. 4 - Estudos de Impactos Ambientais - EIA e Relatórios de Impactos Ambientais – RIMA: Conceitos EIA/RIMA; EIA no Brasil; Objetivos do EIA; Atividades sujeitas a licenciamento com apresentação de EIA/RIMA; Alternativas ao projeto; Diretrizes para a elaboração do EIA/RIMA; Exemplos de EIA/RIMA. 5 - Classificação e delineamento das ações mitigadoras e potencializadoras de impactos ambientais: Conceitos; Classificação das ações mitigadoras e potencializadoras de impactos ambientais; O delineamento das ações de mitigação e potencialização de impactos ambientais; Relações com o monitoramento e gestão ambiental; Estudode casos com exercícios de fixação. 6 - Risco Ambiental: Conceitos riscos ambientais; Riscos de acidentes; Tipos e classificação dos riscos; Sistema de riscos e bacia de risco; Mapa de risco; Riscos e percepção ambiental; Conceitos básicos de gerenciamento de risco; Risco para pessoas e medidas de proteção; Riscos ambientais e medidas de proteção. 7 - Risco e Perigo: Conceitos e diferença de risco e perigo; Controle dos riscos; Fundamento básico da gestão de riscos: Ciclo PDCA proposto por Deming (melhoria contínua); Informações sobre exposição; Comunicação de perigos e de riscos. 8 - Técnicas de análise de riscos ambientais e avaliação de riscos de empreendimentos impactantes: Considerações iniciais; Técnicas de análise de riscos; Técnica série de risco; Técnica de incidentes críticos; Técnicas de identificação de perigos; Técnicas de avaliação dos riscos; Análise preliminar de riscos; Análise de modos de falha e efeitos; Análise de árvore de falhas; Análise de operabilidade de perigos. 9 - Acidentes Ambientais, por Causas Naturais: Conceitos acidentes ambientais por causas naturais; Tipos e caracterizações dos acidentes; Causas dos acidentes ambientais naturais; Principais acidentes e consequências. 10 - Acidentes Tecnológicos: Conceitos acidentes tecnológicos; Acidentes industriais; Transporte de matérias perigosas; Ameaças químicas e radiológicas; Incêndios industriais; Setor armazenagem; Segurança no trabalho; Riscos e prevenções. 11 - Planos de Contingência e de Atendimento a Emergências Ambientais: Conceitos fundamentais; Objetivo; Documentos de referência; Aplicação; Metodologia; Descrição e arranjo do empreendimento; Descrição dos recursos disponíveis para controle de emergências; Caracterização dos cenários de emergências e procedimentos de emergência; Estrutura organizacional para atendimento à emergência; Procedimentos emergenciais; Kit de emergência para acidentes ambientais; Coordenação do plano de contingência de emergência; 12 - Custo dos Acidentes Ambientais: Custos versus riscos; Consequências dos acidentes ambientais; Desastres; Custos da prevenção de perdas; Efeitos do stress no ecossistema; Custos econômicos e sociais; Cálculo dos custos dos acidentes ambientais.

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