Buscar

SEGURANÇA NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE Livro-Texto - Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autores: Prof. Claudio Scheidt Guimarães
 Prof. Ricardo Calasans
Colaboradores: Prof. Fabio Ricardo Brandão dos Santos
 Profa. Tânia Sandroni
Segurança do Trabalho, 
Saúde e Meio Ambiente
Professores conteudistas: Claudio Scheidt Guimarães / Ricardo Calasans
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G963s Guimarães, Claudio Scheidt.
Segurança do Trabalho, Saúde e Meio Ambiente / Claudio 
Scheidt Guimarães, Ricardo Calasans. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
164 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Legislação. 2. Estrutura. 3. Segurança. I. Guimarães, Claudio 
Scheidt. II. Calasans, Ricardo. III. Título.
CDU 658.382.3
U511.11 – 21
Claudio Scheidt Guimarães
Consultor ambiental e hospitalar pela GeoScheidt Científica em Gestão, Certificações Hospitalares e Ambientais, 
mestre em engenharia de produção. Orientador do Projeto de Engenharia Conic (Congresso de Iniciação Científica) em 
2013, 2015, 2018 e 2019 – sustentabilidade, resíduos hospitalares, construção civil e indústria 4.0. Docente da Universidade 
Paulista (UNIP).
Ricardo Calasans
Bacharel em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), em 
Direito e Medicina Veterinária pela UNIP. Pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, Informática 
e em Formação em Educação a Distância pela UNIP. Mestrado profissional em Engenharia de Produção pela UNIP. 
Docente titular da Unidade Paulista (UNIP).
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi 
 Vitor Andrade
Sumário
Segurança do Trabalho, Saúde e Meio Ambiente
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 DESENVOLVIMENTO DA SEGURANÇA DO TRABALHO E RESPECTIVA LEGISLAÇÃO ................9
1.1 Histórico da segurança do trabalho no Brasil e no mundo ...................................................9
1.2 Legislação acidentária ........................................................................................................................ 21
2 NORMAS DE SEGURANÇA E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES ........................................................ 27
2.1 Apresentação das NRs – Lei n. 6.514/1977; Portaria n. 3.214/1978 ............................... 27
2.2 Investigação das causas de acidentes do trabalho................................................................. 33
Unidade II
3 ESTRUTURA DE GESTÃO DE SEGURANÇA PREVISTA NAS 
NORMAS REGULAMENTADORAS .................................................................................................................. 45
3.1 Programa de prevenção de riscos ambientais – NR 9 (PPRA)............................................ 45
3.2 Organização e constituição da comissão interna de prevenção de 
acidentes (Cipa) – NR 5 ............................................................................................................................. 47
3.3 Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO) – NR 7 ........................ 56
4 SEGURANÇA NOS AMBIENTES DE TRABALHO .................................................................................... 58
4.1 Higiene no trabalho ............................................................................................................................. 58
4.2 Proteção contra incêndios (NR 23) ............................................................................................... 61
Unidade III
5 HISTÓRICO DA QUESTÃO AMBIENTAL .................................................................................................... 84
5.1 Princípios da Gestão Ambiental na Câmara Internacional de Comércio (ICC) ........... 91
6 ESTRUTURA DA ÁREA DE GESTÃO AMBIENTAL .................................................................................. 93
6.1 Planos de ação e estratégias ecológicas ..................................................................................... 97
Unidade IV
7 ESTUDOS E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) ....................................................105
8 AUDITORIA AMBIENTAL ..............................................................................................................................107
8.1 Leis dos crimes ambientais .............................................................................................................112
7
APRESENTAÇÃO
Este livro-texto busca apresentar os principais conceitos e conhecimentos necessários sobre o tema 
segurança do trabalho e meio ambiente a fim de permitir que os profissionais da área tenham uma visão 
dos principais tópicos desse assunto e possam, dentro das suas competências profissionais, exercer suas 
atividades com excelência.
A segurança do trabalho abrange todas as atividades econômicas e busca garantir a proteção dos 
trabalhadores nas suas mais diversas atividades, permitindo que desenvolvam suas tarefas diárias sem 
que isso afete a sua saúde ou sua integridade física.
Para um gestor, é fundamental poder ter essa visão de forma a adequar os ambientes e as atividades 
profissionais na rotina do trabalho a ser executado, atendendo à legislação pertinente e também focando 
a saúde e segurança dos seus funcionários.
A atividade de segurança patrimonial também pode se enquadrar em atividade periculosa, conforme 
a Norma Regulamentadora (NR) 16, necessitando do conhecimento sobre periculosidade e atividade de 
risco acentuado para compreensão do tema e boa gestão das tarefas.
INTRODUÇÃO
Este livro-texto busca apresentar os conceitos fundamentais da segurança do trabalho e sua 
gestão, bem como as principais NRs, importantes para o conhecimento do profissional a fim de poder 
melhor desempenhar as funções da atividade. Apresentaremos os conceitos de acidente do trabalho e a 
legislação que trata desse assunto.
Inicialmente, serão abordadas a história e a evolução da segurança do trabalho no mundo e no Brasil. 
Entender o passado é vital para ter uma boa compreensão do presente e também para fazer projeções. 
Na questão da segurança do trabalho, é frequente a necessidade de analisar demandas futuras, assim, 
reforça-se ainda mais a importância do conhecimento do desenvolvimento dos sistemas de gestão, dos 
conceitos e da legislação voltados à segurança do trabalho.
A legislação é um ponto essencial, uma vez que a segurança do trabalho está fortemente ligada 
a leis e normas técnicas. Por isso, veremos as principais NRs, que formam uma base para a gestão 
de segurança do trabalho em todas as empresas. Da mesma forma que as empresas são dinâmicas e 
passam constantemente por mudanças, as NRs passam por revisões e atualizações e devem ser sempre 
consultadas na sua últimaversão quando forem aplicadas.
A investigação de acidentes mostra-se de grande relevância para que possamos ter compreensão 
da forma pela qual ocorrem e onde as barreiras de proteção estão falhando para corrigi-las no que 
for necessário a fim de evitar que situações semelhantes aconteçam e, principalmente, prevenir danos 
à saúde ou à integridade física do trabalhador. Assim sendo, a investigação de acidentes torna-se 
fundamental para a correta compreensão das causas reais e das medidas a serem adotadas a fim de 
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
8
impedir que esses acidentes se repitam, controlando riscos e melhorando os protocolos de segurança a 
serem adotados.
Um dos principais programas que as empresas devem desenvolver e aplicar se encontra na NR 9, o 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que envolve a necessidade de antever os riscos, 
identificá-los, priorizá-los e determinar as medidas de controle quando não for possível eliminá-los 
do processo. Os procedimentos adotados terão a sua eficácia comprovada quando o médico do 
trabalho desenvolver o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSC), previsto na NR 7, 
fortemente embasado no PPRA.
Outra estrutura importante, quando bem desenvolvida, para a constante melhoria dos ambientes 
de trabalho na ótica da segurança do trabalho, é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a 
Cipa. Composta por funcionários da empresa que formarão um canal de comunicação do “chão de 
fábrica” com a administração, agilizando a tomada de decisões a fim de resolver questões apresentadas 
nas reuniões da Cipa ou também no acompanhamento da investigação dos acidentes e na busca 
das medidas de proteção necessárias para evitá-los.
Mencionando ambientes de trabalho, torna-se fundamental falar de higiene do trabalho, que trata 
de qualificar os riscos, entre físicos, químicos e biológicos, quantificá-los para que se possa analisar os 
limites de tolerância a que estão expostos e, quando necessário, determinar as proteções adequadas 
para garantir a saúde e integridade física do trabalhador.
Também aprenderemos sobre o histórico das questões ambientais, a importância das auditorias, 
da legislação ambiental, os princípios da Câmara Internacional de Comércio (ICC), as principais áreas 
subsequentes da administração agroecológica, consecutivamente, o conceito de sustentabilidade, as 
estratégias ambientais e organizacionais, além de realizar uma análise crítica do principal modelo de 
planejamento estratégico existente no cenário atual.
As análises mostraram que os modelos de planejamento estratégico existentes são baseados 
principalmente em fatores econômicos e competitivos, abordando os fatores ambientais e sociais 
de forma sistêmica. Além disso, a aplicação proativa de estratégias ambientais e sociais pode levar 
as empresas a melhorar sua competitividade. Com base nas deficiências dos modelos existentes em 
função das novas necessidades de desenvolvimento empresarial sustentável, foi desenvolvido um novo 
planejamento estratégico que leva em consideração as mudanças do ambiente e a responsabilidade 
social na gestão.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
9
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Unidade I
1 DESENVOLVIMENTO DA SEGURANÇA DO TRABALHO E RESPECTIVA LEGISLAÇÃO
1.1 Histórico da segurança do trabalho no Brasil e no mundo
Quando queremos entender o presente, é importante conhecer o passado. Vamos, assim, analisar a 
origem da palavra “trabalho” na nossa língua.
Sua origem ocorre da palavra tripaliu, um termo em latim que significava “instrumento formado por 
três paus” (tri-paliu), utilizado por agricultores para bater o trigo ou outros produtos da lavoura pelo 
qual eles poderiam esfiapá-los ou mesmo rasá-los. Porém o tripaluim é lembrado como um instrumento 
usado para torturar, se ligando ao verbo em latim tripaliare, que significa “torturar”, ou seja, essa palavra 
era associada a castigo ou sofrimento, sempre uma interpretação negativa.
Nas referências de Aristóteles, ele mencionava a necessidade de que os escravos, os executores 
do trabalho na época, fizessem-no para que seus donos pudessem ter uma vida dedicada à perfeição. 
Assim, o trabalho era associado a um desvalor, já que o ócio era valorizado e permitiria ao homem 
aperfeiçoar-se, tendo uma vida contemplativa.
Esse significado se manteve até o início do século XV, tendo evoluído depois para o significado de 
“laborar” ou “obrar”. Dessa forma, a palavra começou a ser utilizada para representar uma atividade na 
qual se colocam forças, corporais ou espirituais, focadas em uma finalidade específica que resulta em 
um produto ou uma mudança de situação ou estado. Por isso, toda vez que falamos em “trabalho”, 
supomos uma atividade ou esforço para uma finalidade específica.
 Saiba mais
Para aprofundar seu conhecimento sobre trabalho, você poderá acessar 
o link do livro de Suazane Albornoz:
ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1994. v. 171. 
(Coleção Primeiros Passos). Disponível em: https://brito964.files.wordpress.
com/2013/06/o-que-c3a9-trabalho-suzana-albornoz.pdf. Acesso em: 
14 jan. 2021.
Com a mudança na interpretação do conceito de trabalho, adquirindo uma conotação positiva, ele 
começou a ser compreendido como um valor do homem e da sociedade, uma manifestação da cultura.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
10
Unidade I
Mas mesmo na Antiguidade, em que o trabalho era executado por escravos, já se observava a 
sua relação com a saúde ou as doenças, porém, como havia abundância de mão de obra (escravos), 
não era uma preocupação buscar formas para cuidar da saúde deles. Mesmo assim, Hipócrates 
(460-375 a.C.) estudou determinada ocorrência na qual observava escravos que trabalhavam na 
mineração, descrevendo o que seria a intoxicação gerada pelo contato com chumbo: o saturnismo.
Mais tarde, temos referências a Plínio (23-79 d.C.), que, em seu tratado Naturalis Historia, registrou 
essa mesma ocorrência em relação aos escravos que trabalhavam em contato com poeiras e chumbo e 
fez o que se tem como a primeira descrição de um equipamento de proteção individual: o uso de panos 
ou membranas de bexiga de animais cobrindo o rosto para minimizar a inalação das poeiras nocivas 
à saúde. Ele também relatou moléstias que afetavam o pulmão e situações de intoxicação para quem 
manuseava ou tinha contato com enxofre e zinco, resultando em envenenamento.
Em torno de 1550, no livro publicado por George Bauer, um pesquisador alemão, intitulado 
De re metallica, são narradas doenças nos mineradores que lidavam com fundição de metais, em especial, 
ouro e prata, descrevendo a chamada “asma dos mineiros”, conhecida hoje como silicose, considerada 
uma das doenças ocupacionais entre as mais antigas relatadas. Pela inalação de partículas de sílica, 
são causadas lesões nos tecidos do pulmão que, ao cicatrizarem, perdem sua função de troca gasosa e 
tornam a respiração cada vez mais difícil.
Bernardino Ramazzini, médico italiano que morava em Modena, na Itália, publicou em 1700 a sua 
obra De mordis artificum diatriba, ou seja, As doenças dos trabalhadores. Uma grande façanha atribuída 
a Ramazzini foi ele ter relacionado o trabalho com riscos à saúde, como o contato do trabalhador 
com poeiras, metais, produtos químicos, entre outros, considerando que sua ocupação poderia trazer 
danos. Com a análise da ocupação do trabalhador, observando seu ambiente de trabalho e sua atividade, 
Ramazzini foi reconhecido como o pai da medicina ocupacional. Ele orientava seus colegas médicos a 
sempreperguntarem ao paciente qual era a sua atividade, sendo que essa constatação lhes permitiria 
saber quais os agentes de risco aos quais o paciente estava exposto.
Dessa forma, vários médicos, bem como higienistas, começaram a fazer a análise qualitativa dos 
agentes de risco, o que possibilitou o desenvolvimento do conhecimento em várias áreas exercidas 
pelos trabalhadores, por exemplo, as observações do médico Patissier, francês, que, ao aprofundar seus 
estudos nas atividades dos ourives, recomendava-lhes que de tempos em tempos levantassem a cabeça 
e olhassem para o horizonte distante, buscando, assim, evitar a fatiga visual. Recentemente, na década 
de 1990, observamos um problema correspondente para quem trabalha muito tempo com o foco visual de 
curta distância: a síndrome da visão de computador (SVC), em que o estresse visual causado por manter 
o foco por muito tempo entre tela do computador, teclado, documentos, em distâncias entre 30 a 40 cm, 
geralmente, causa distúrbios visuais.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
11
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
 Observação
A SVC também é conhecida como CVS, que, em inglês, significa computer 
vision syndrome. Refere-se a uma situação temporária na qual a pessoa 
mantém o foco dos olhos em um monitor de vídeo por tempo prolongado 
gerando um estresse visual tanto pela contração necessária para o foco em 
curta distância, como agravado pela diminuição da frequência das piscadas, 
que produz o ressecamento da córnea com diversas consequências: visão 
embaçada, frequentes dores de cabeça, olhos secos, entre outras.
Entre 1760 e 1840, tivemos a Revolução Industrial. Nesse período, ocorreu um enorme desenvolvimento 
tecnológico com a invenção de muitas máquinas e dispositivos que aumentaram a capacidade de 
produção ao longo do tempo, mas, principalmente, ocorreu a mudança do método artesanal de produção 
para a produção por máquinas. Assim, o ambiente de trabalho, que antes era a oficina do artesão, tornou-se 
os galpões das indústrias, que enfileiravam suas máquinas para a produção de tecido, produtos 
químicos, ferro, entre outros, utilizando-se da recente invenção da máquina a vapor para gerar a 
energia mecânica necessária a fim de movimentar as máquinas da indústria. Isso também mudou a relação 
de trabalho entre o aprendiz e o artesão para o empregado da indústria, que executava suas atividades 
por longas jornadas de trabalho e em condições quase sempre insalubres e/ou perigosas.
A massa trabalhadora começou a unir-se e lutar por melhores condições de trabalho, gerando tensão social 
nos países que vivenciavam a Revolução Industrial. Essa situação tornou-se tão influente que, em 1891, o Papa 
Leão XIII escreveu em sua carta encíclica, “Rerum Novarum”, sobre as questões relacionadas às relações de 
trabalho, na qual apoiava o direito dos trabalhadores de se organizarem em sindicatos, porém ele era contra os 
conceitos tanto do socialismo como do capitalismo e também dissertava sobre o respeito necessário ao direito 
da propriedade, pois alguns movimentos de trabalhadores da época pretendiam invadir fábricas e tomar as 
máquinas. O Papa Leão XIII colocou em discussão as relações entre os governos, o trabalho, os negócios e a Igreja.
 Observação
Vale ressaltar que na época da Revolução Industrial a Igreja tinha grande 
influência sobre os governos e a sociedade, além de passar por atualizações 
no pensamento social católico e de sua hierarquia.
 Saiba mais
Caso deseje aprofundar seu conhecimento sobre a carta encíclica 
“Rerum Novarum” do Papa Leão XIII, poderá acessá-la através do link:
LA SANTA SEDE. “Rerum novarum”. [S.l.], [s.d.]. Disponível em: http://
www.vatican.va/content/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_
enc_15051891_rerum-novarum.html. Acesso em: 14 jan. 2021.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
12
Unidade I
Sem dúvida, a Revolução Industrial foi além de novas tecnologias e processos produtivos que surgiram 
com o uso da máquina a vapor e novos maquinários, pois alterou a relação do homem com o trabalho, 
bem como do empregador com o empregado. Se forem pesquisadas imagens das áreas produtivas das 
indústrias dessa época, vão ser encontrados homens, mulheres e também crianças trabalhando em 
jornadas longas e exaustivas, que chegavam facilmente entre quatorze a dezesseis horas por dia, e 
em condições penosas e ambientes insalubres na maioria das vezes.
Essas condições de trabalho, sobrecarga excessiva e a baixa remuneração, bem como o adoecimento 
devido aos ambientes insalubres, entre outras situações, levaram os trabalhadores a se organizarem 
cada vez mais através de associações ou sindicatos e a lutarem por condições melhores, mas cada grupo 
que se formava seguia lideranças e ideologias distintas. Como cada um agia de forma diferente, isso 
enfraquecia a luta dos trabalhadores.
Um marco da legislação internacional voltada à proteção do trabalho, conhecida como Leis das 
Fábricas (Factory Law), foi aprovado pelo parlamento britânico em 1802. Tinha o objetivo de proteger as 
crianças e as mulheres dentro dos ambientes industriais, bem como de jornadas prolongadas. Foi aplicada 
inicialmente na indústria têxtil e, em 1872, começou a ser aplicada em todas as demais indústrias.
Em 1864, nasce a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), também conhecida como 
Internacional. Uma reunião da AIT em Londres concentrou aproximadamente 2 mil trabalhadores e 
diversos delegados de organizações operárias de vários países da Europa, conseguindo até mesmo 
superar os limites geográficos do continente europeu, reunindo não somente países europeus, mas 
também os Estados Unidos, além de agregar os trabalhadores que faziam parte das mais diversas 
correntes ideológicas já existentes, conforme observou Hobsbawm (1977).
A AIT, ao longo da sua história, contribuiu com o desenvolvimento do movimento operário e dava 
apoio às greves, aos sindicatos e às sociedades que faziam resistência ao modelo. Apoiou o primeiro 
governo operário da história, conhecido como Comuna de Paris, da qual vários de seus membros faziam 
parte. A Comuna foi criada em 1871 em Paris durante a atividade de resistência do povo frente à invasão 
do Reino da Prússia.
Figura 1 – Barricada erguida para defender a cidade, na esquina da rua Voltaire com Richard-Lenoir, 
em 1871, tomada pelo exército regular e cujo final foi a revolta suprimida
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
13
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Segundo Musto (2014), estima-se que as filiações à AIT, entre 1870 e 1872, tenham ultrapassado a 
cifra de 150 mil membros. Foram realizados cinco congressos gerais nos quais eram discutidas questões 
relacionadas, entre outros interesses da classe trabalhadora, a condições de trabalho. A solidariedade 
também surgiu entre os trabalhadores de toda a Europa, desenvolvendo a colaboração entre eles a fim 
de fortalecer suas lutas: redução da jornada de trabalho para oito horas com melhores condições de 
trabalho, principalmente, para as crianças e mulheres.
A seguir, a ficha de filiação da AIT.
Figura 2 – Carta de filiação à AIT
Conforme o principal estudioso da AIT na época, Testut (apud TAITHE, 2001), na Europa, a AIT tinha 
mais de 800 mil membros. Após a derrota em Paris, conforme publicou o jornal The Times, estimou-se 
em torno de 2,5 milhões de membros, mas Testut dizia que eram em torno de 5 milhões (apud MUSTO, 
2014). Isso mostra a importância e a forçaque a classe proletária estava conseguindo reunir na luta 
por condições melhores de trabalho em todos os países; mesmo suas reivindicações sendo consideradas 
ilegais na maioria deles e agindo de forma clandestina, a AIT mostrava-se uma força relevante entre a 
classe operária e com grande capacidade de agregar os mais diversos movimentos operários espalhados 
pela Europa.
Cesar
Destacar
14
Unidade I
 Observação
Entre os membros do conselho geral que dirigia a AIT, encontrava-se Karl 
Marx, conhecido revolucionário socialista, foi quem redigiu os estatutos 
gerais da organização, pois ele era o único membro capaz de escrever em 
francês, bem como em alemão e inglês.
Porém, após divergências entre pensamentos políticos e ideologias presentes dentro da cúpula da 
AIT e do seu último congresso internacional, que ocorreu na Bélgica na cidade de Verviers, considerado 
um fracasso, já que não foi capaz de mobilizar um amplo apoio entre as classes trabalhadoras, a AIT 
finalizou suas atividades, deixando seu legado para a história das lutas sociais.
Criada em 1889, conhecida como a Segunda Internacional, se apresentava como a continuidade da 
AIT, também chamada de Internacional Socialista (IS).
Existia, nesse período, um forte movimento operário de massas, tanto na Europa quanto nos 
Estados Unidos. A IS rapidamente se tornou reconhecida e ganhou força. Dentro da IS, existiam 
correntes diferentes de pensamentos que vinham da sua formação inicial, feita por partidos socialistas 
democráticos e reformistas.
A Europa passava por grandes disputas políticas e pelo desenvolvimento de modelos teóricos e 
filosóficos sobre o marxismo, sendo que muitas linhas de pensamentos diferentes causavam divisões 
entre as classes operárias e seus representantes, enquanto, por outro lado, o capitalismo se mantinha 
forte entre as principais nações. Os principais dirigentes operários esperavam conseguir representação 
política para gradualmente e de forma pacífica superar e reformar o capitalismo.
Cabe citar que foi através do primeiro congresso da IS que foi adotada a resolução definindo o dia 
1º de maio para celebrar o dia internacional do trabalho como forma de manifestar a solidariedade 
entre os trabalhadores de todos os países. A IS também discutia e lutava em seus congressos por maneiras 
de combater o militarismo e impedir a guerra que se anunciava, sem sucesso.
A Primeira Guerra Mundial eclodiu em 1914, envolvendo as grandes potências mundiais e suas 
políticas imperialistas. Esse evento teve proporções globais, pois os conflitos se espalharam pelas colônias. 
A Guerra mobilizou milhões de militares e europeus e também investimentos no desenvolvimento 
tecnológico para a fabricação de armas com maior letalidade. Após o término da Guerra em 1919, 
ocorreu a Conferência de Paz de Paris, impondo uma série de tratados, entre eles, o Tratado de Versalhes, 
que oficialmente finalizou a Primeira Guerra Mundial.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
15
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Figura 3 – Tratado de Paz assinado em Versalhes em 1919
 Saiba mais
A promulgação do Tratado de Paz pode ser vista no link:
BRASIL. Decreto n. 13.990, de 12 de janeiro de 1920. Promulga o 
Tratado de Paz entre os países aliados, associados e o Brasil de um lado 
e de outro a Alemanha, assinado em Versailles em 28 de junho de 1919. 
Rio de Janeiro, 1920. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1910-1929/D13990.htm. Acesso em: 20 jan. 2021.
Após a assinatura do Tratado de Paz, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), havendo o 
consenso de que para haver paz, era necessário que o mundo tivesse justiça social. A questão do trabalho está 
diretamente ligada a isso, sendo a dignidade do trabalho um dos pontos principais da organização.
Depois de discutir o custo humano da Revolução Industrial, a legislação trabalhista internacional 
tornou-se mais próxima de acontecer com a criação da OIT.
Uma característica importante da OIT é a sua estrutura tripartite, ou seja, ela é formada por três 
elementos fundamentais que debatem a questão do trabalho: governo, empregados e empregadores. 
Na sede da OIT, em Genebra, na Suíça, o portão da entrada possui uma fechadura que precisa de 
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
16
Unidade I
três chaves para ser aberto, representando, assim, a necessidade de sempre estarem presentes esses 
personagens. Em 1946, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada, a OIT passou a fazer 
parte da sua estrutura.
 Observação
O Brasil faz parte dos países fundadores da OIT, participando desde a 
primeira conferência internacional, que ocorre todos os anos em Genebra, 
na Suíça. Dela, resultam as recomendações e as convenções da OIT.
O Brasil, como país membro da OIT, deve buscar ratificar em lei nacional as convenções que resultam 
das suas conferências internacionais, promovendo as normas internacionais do trabalho e do emprego, 
bem como as melhorias nas condições de trabalho e nas questões relativas à proteção social, caracterizada 
pela promoção de trabalho decente, que abrange outros temas, como combate ao trabalho infantil, ao 
trabalho escravo, tráfico de pessoas, entre outros.
Também em 1919, Lênin (Vladimir IIyich Ulianov) criou a Terceira Internacional, ou também conhecida 
por Comintern, que teve o objetivo de reunir os partidos comunistas de todo o mundo e lutar contra 
o capitalismo para implantar o socialismo. Após a morte de Lênin, Josef Stalin tomou o governo da 
União Soviética. Como tinha desconfianças das ações do Comintern, buscou transformá-lo em um 
instrumento de política externa.
No final de 1922, surge a nova Associação Internacional dos Trabalhadores, que existe até hoje, com 
ideologia anarcossindicalista e buscando retomar o legado da AIT original em relação aos princípios do 
sindicalismo revolucionário.
A Segunda Guerra Mundial iniciou-se em 1939 e, nesse período, a Associação passava por conflitos 
internos devido a correntes ideológicas diferentes. Em 1940, sofreu uma ruptura: em torno de 40% dos 
seus membros se desligaram, estes fundaram, então, o Partido dos Trabalhadores.
Mas vamos focar agora nas questões trabalhistas do Brasil. Como apresentado, o Brasil é um dos 
estados membros da OIT e desde a década de 1950 possui uma representação nesse órgão. Esse fato 
é importante para a evolução da nossa legislação trabalhista, pois, ao ratificar as convenções da OIT, 
elaboramos leis que foram alterando as relações de trabalho do Brasil ao longo da história.
Considerado uma das primeiras referências legais voltada à proteção do trabalhador, o 
Decreto n. 1.313, publicado em 1891, tratava de regularizar o trabalho dos menores de idade nas fábricas 
da capital federal.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
17
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
 Saiba mais
O Decreto n. 1.313 pode ser consultado no seu texto original pelo link:
BRASIL. Decreto n. 1.313, de 17 de janeiro de 1891. Estabelece 
providências para regularizar o trabalho dos menores empregados nas 
fábricas da Capital Federal. Brasil, 1891. Disponível em: https://www2.
camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1313-17-janeiro-
1891-498588-publicacaooriginal-1-pe.html#:~:text=Estabelece%20
providencias%20para%20regularisar%20o,nas%20fabricas%20da%20
Capital%20Federal. Acesso em: 20 jan. 2021.
Em seguida, cabe destacar a Lei n. 3.724, de 1919, que regulamentou as obrigações decorrentes de 
um acidente no trabalho. No seu primeiro artigo, essa lei define o que seria considerado acidente 
de trabalho:
 
Art. 1º Consideram-se acidentes no trabalho,para os fins da presente 
lei: I a) o produzido por uma causa súbita, violenta, externa e involuntária 
no exercício do trabalho, determinando lesões corporais ou perturbações 
funcionais, que constituam a causa única da morte ou perda total, ou parcial, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho; I b) a moléstia 
contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho, quando este for de 
natureza a só por si causá-la, e desde que determine a morte do operário, 
ou perda total, ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho (BRASIL, 1919).
Pode-se observar que já está mencionada a questão das doenças decorrentes da atividade laboral, 
que ainda hoje é um problema que causa sofrimento para os trabalhadores acometidos pelas doenças 
laborais e custos para toda a sociedade.
Outro marco importante no nosso país foi a entrada, em 1943, ainda em vigor, da Consolidação das 
Leis Trabalhistas, a CLT, resultado de um apanhado de todas as legislações criadas nos entes federativos 
e reunida de forma a atender todo o Brasil.
O Brasil era essencialmente rural nessa época. Na década de 1960 para 1970, a distribuição da 
população foi alterada, pois ela se mudara para os grandes centros urbanos em busca de empregos e 
melhores condições de vida, sendo acolhida, em sua grande parte, pela indústria da construção civil, que 
não parava de se expandir. Ao mesmo tempo, o número registrado de acidentes de trabalho crescia, até 
que, no início da década de 1970, conhecida como a era industrial do Brasil, pois foi o período de maior 
crescimento da indústria, chegou-se a atingir 1.800.000 acidentes de trabalho, fazendo com que o país 
fosse cobrado por medidas de controle para mudar esse cenário. Com isso, em 1977, a Lei n. 6.514 foi 
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
18
Unidade I
publicada, que fez alterações na CLT, abordando questões relativas à segurança e medicina do trabalho. 
Em 1978, foi publicada a Portaria n. 3.214, que aprovou vinte e oito NRs.
Conforme os dados de acidentes de trabalho no Brasil, apresentados nos anuários estatísticos de 
acidentes do trabalho e previdência (KIECKBUSCH, [s.d.], p. 14; BRASIL, 2018, p. 7), podemos ver que o 
país ainda tem um alto número de acidentes, como segue:
• 1998 – 414.341
• 1999 – 387.820
• 2000 – 363.868
• 2003 – 399.077
• 2004 – 465.700
• 2005 – 499.680
• 2006 – 512.232
• 2007 – 659.523
• 2008 – 755.980
• 2009 – 733.365
• 2010 - 709.474
• 2011 – 720.629
• 2012 – 713.984
• 2013 – 725.664
• 2014 – 704.136
• 2015 – 622.379
• 2016 – 585.626
• 2017 – 549.405
Cesar
Destacar
19
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Ao analisar esses números, considerar a situação econômica pela qual o país estava em cada 
momento, pois, em tempos de crises, o número de desempregados aumenta, e os dados apresentados 
nesse anuário se referem apenas aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada. O trabalhador 
informal não entra nessas estatísticas.
A nossa realidade coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de acidentes do trabalho, 
sendo que um acidente ocorre a cada 48 segundos e uma morte a cada 3h38, conforme a Associação 
Nacional de Medicina do Trabalho – ANAMT (2017).
 Saiba mais
Para consultar dados a respeito de acidentes do trabalho, afastamentos, 
mortes, entre outros, você poderá acessar o Observatório de Segurança do 
Trabalho pelo link:
Plataforma SmartLab. Disponível em: https://smartlabbr.org/. Acesso em: 
15 mar. 2021.
Além do padecimento humano de quem sofre um acidente, ou da família que perde um 
parente em um acidente fatal, ou mesmo daquela que passa a cuidar de quem era responsável pelo 
sustento do lar e adquiriu uma doença ocupacional que deixou o trabalhador inapto para exercer 
sua função, necessitando de tratamento e auxílio, há os altos custos para a sociedade devido ao 
uso dos serviços de saúde, dos afastamentos que passam de 15 dias, das aposentadorias especiais, 
entre outros serviços públicos demandados, gerando uma despesa para o país em torno de 4% 
do nosso PIB. Estima-se que os gastos com acidente do trabalho no Brasil sejam em torno de 
R$ 70 bilhões anualmente. Quando investimos em segurança do trabalho, estamos contribuindo 
não somente com a segurança e saúde do trabalhador, mas com a economia do país.
Podemos dizer que existem duas causas básicas de acidentes do trabalho. A primeira está relacionada 
às condições ambientais; a manutenção dos equipamentos, a organização e limpeza do ambiente, entre 
outras ações, podem resolver essa questão. É responsabilidade da empresa proporcionar ambientes 
seguros e adequados para o trabalhador poder executar suas atividades sem riscos a sua saúde ou 
integridade física.
A segunda causa de acidentes está relacionada com a falha humana, também conhecida como 
ato inseguro, termo mal utilizado, buscando “transmitir” a responsabilidade do acidente ocorrido ao 
trabalhador, mas, na verdade, a única certeza é que ocorreu uma falha humana, sendo que esta tem 
várias origens, como veremos a seguir:
• Falta de treinamento ou capacitação.
• Falta de conhecimento sobre os riscos da atividade.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
20
Unidade I
• Perturbação emocional, comportamental ou mental.
• Consumo de drogas ou bebidas alcoólicas.
• Sobrecarga ou jornadas prolongadas.
• Comportamento inadequado.
Assim, são causas que residem exclusivamente no fator humano. Quando analisamos os acidentes, 
devemos buscar compreender as suas causas, e não buscar culpados. A responsabilidade sobre o acidente 
será papel da justiça determinar, quando for o caso.
Fazer uma gestão de riscos é importante em todas as atividades que desenvolvemos, uma vez que 
sempre encontramos riscos que podem ter grande potencial de dano humano, patrimonial e ambiental. 
Mas para fazer uma gestão de riscos, devemos entender alguns conceitos fundamentais na segurança 
do trabalho.
O primeiro é definir o que se considera perigo. Perigo é a fonte que causa um dano, ou um prejuízo, 
ou mesmo uma situação que tenha o potencial para causar prejuízo ou algum tipo de dano.
É importante identificarmos as fontes de perigo, pois, quando possivel, se eliminarmos essa fonte do 
ambiente, eliminamos os riscos que ela oferece às pessoas que se encontram nesse local. Mas, na maioria 
das vezes, essa fonte de perigo faz parte do processo e, se for eliminada, torna-se impossível executá-lo.
Vamos para um exemplo prático: muito provavelmente, nesse momento em que você está lendo este 
livro-texto, há, próximo de você, uma fonte de energia elétrica. Sabemos que a energia elétrica é uma 
causa de perigo, pois ela pode, quando utilizada incorretamente ou com instalação inadequada, iniciar 
um incêndio, causar uma eletrocussão, entre outros incidentes. Então, por que não eliminamos essa 
fonte de perigo? Porque a eletricidade se faz necessária para o funcionamento do seu computador, para 
carregar o seu celular, para iluminar o local e tem muitas outras utilidades. Se a eletricidade do nosso 
ambiente fosse eliminada, deixaríamos de executar a maioria das atividades que estamos fazendo ou da 
forma pela qual estamos fazendo.
Outra questão a ser bem compreendida diz respeito ao risco. O risco é um indicador composto 
pela probabilidade de ocorrência e o potencial de dano que pode causar. Podemos também dizer que 
risco é a probabilidade de perigo. Seguindo o exemplo que demos, analisando a instalação elétrica, 
determinaremos se há um alto risco de sofremos uma eletrocussão; ou, se a instalação estiver adequada e 
em ordem, um baixo risco de isso acontecer. Da mesma forma analisaremos a voltagem dessa instalação, 
se o potencial de dano é maior ou menor. Caso seja com baixa voltagem, dificilmentecausará algum 
dano à pessoa, mas a partir de certa tensão, já haverá potencial de causar uma queimadura ou mesmo 
uma parada respiratória ou cardíaca, podendo resultar em morte.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Máquina de escrever
RISCO É A RELAÇÃO ENTRE A PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA E O POTENCIAL DE DANO!
21
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
O que fazemos na segurança do trabalho é gerenciar os riscos para mantê-los sob controle e evitar 
que eles causem danos ou acidentes.
1.2 Legislação acidentária
A questão da legislação acidentária no Brasil deve ser analisada ao longo da evolução histórica 
brasileira e da própria legislação, nas quais vamos averiguar como a seguridade social nacional se 
desenvolveu. Para tanto, é necessário lembrar-se do desenvolvimento das condições sociais do Brasil, 
cuja desigualdade é um problema que persiste até os dias atuais.
Quando se analisa a origem da seguridade social no resto do mundo, pode-se observar que ela está 
ligada à dignidade da pessoa humana, buscando dar as garantias dos direitos fundamentais que fazem 
parte do âmago do cidadão, chamados de “direitos naturais”. Uma característica da essência humana é 
a busca por proteger e promover o sustento próprio e o da sua família.
Ao longo da evolução humana, pode-se observar como o homem foi se adaptando a situações 
e ações adversas que a vida lhe impunha, como doença, fome, envelhecimento, e, nas relações de 
trabalho, o desemprego.
Dessa forma, a preocupação do homem em manter o sustento de sua família frente a tantas 
situações adversas e a busca por sempre garantir obter o mínimo para a sua existência explicam a 
primeira etapa da proteção social, que está embasada na caridade, muitas vezes, conduzida pela Igreja. 
Assim, quem enfrentava necessidades era socorrido pela caridade dos membros da sua comunidade, o 
que possibilitava obter alimentos, garantindo as condições de vida para si e para a sua família: esse é o 
pilar principal que norteia a proteção social.
Durante o reinado da rainha Isabel na Inglaterra, quando o Estado era absolutista, surgiu a primeira 
lei que tratava da questão da assistência social: a Lei dos Pobres (Law of Poor), no ano de 1601. Essa lei 
determinava que as autoridades tinham a obrigação de proporcionar auxílio ao necessitado que, devido 
a uma situação de incapacidade para o trabalho, doença ou desemprego, não estava apto a manter o 
seu próprio sustento. Nesse mesmo período, surgiu a obrigatoriedade das contribuições para fins sociais.
Conforme Santos (2017, p. 29), “A desvinculação entre o auxílio ao necessitado e a caridade começou 
na Inglaterra, em 1601, quando Isabel I editou o Acyt of Relief of the Poor – Lei dos Pobres”.
Com a Revolução Industrial, a proteção social ganha força e começa-se a pensar em manter o 
sustento imediato com uma estrutura que se tornou conhecida nos tempos atuais como previdência 
social, através da ideia de caixa de socorro de natureza mutualista.
A Revolução Industrial criava ambientes com situações que desafiavam a dignidade da pessoa 
humana. Dessa forma, a seguridade social, que na época era chamada de “seguro social”, era uma 
prática que existia entre os trabalhadores devido à realidade severa dos ambientes de trabalho, muitas 
vezes, sub-humana.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
22
Unidade I
Com a Revolução Francesa, que começou em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão foi publicada. Esse documento determinava que todos tinham o direito à seguridade social, e 
também todos deveriam contribuir, dentro das suas possibilidades, para essas ações públicas, criando, 
assim, uma forma de organização de seguros que se utilizava de um cadastro nacional dos beneficiários 
do seguro social, buscando extinguir a mendicância.
Na Alemanha, originou-se a proteção social oferecida pelo Estado, tendo sido aprovada em 1883 
pelo projeto do chanceler Otto von Bismarck (estadista prussiano e o primeiro chanceler do Império 
Alemão), estabelecendo-a através da Lei do Seguro-Doença, que se tornou a primeira legislação mundial 
de uma previdência social.
 Lembrete
Em 1883, na Alemanha, foi promulgada a primeira lei previdenciária do 
mundo, obra de Bismarck.
A Lei do Seguro-Doença evolui e, após sofrer alterações, passa, em 1884, a tratar do seguro contra 
acidentes de trabalho; e, em 1889, do seguro de invalidez e velhice. O que financiava esses seguros eram 
as contribuições dos empregados, dos empregadores e do Estado.
Com a Segunda Guerra Mundial, esse seguro social passou a ser obrigatório, e não apenas aos 
empregados, também em relação à indústria, aumentando a abrangência para os riscos relativos a 
acidentes, doenças, invalidez, desemprego, velhice e viuvez, segundo Santos (2017).
 Lembrete
A Constituição de 1919 da Alemanha se tornou a primeira a garantir os 
direitos fundamentais sociais por meio do assistencialismo custeado pela 
representante estatal, pelas empresas e pelos trabalhadores, que deveriam 
contribuir para esses seguros de forma equalitária.
Já, aqui, no Brasil, a questão sobre o direito de aposentadoria surgiu na época do Império, suas 
primeiras manifestações foram a criação de montepios e montes de socorro. Dessa forma, esse 
direito era garantido aos funcionários públicos e a suas famílias. O interessado em fazer parte de um 
montepio deveria pagar uma taxa de adesão e assumir a prestação das anuidades, podendo escolher, 
ao assinar o contrato, se o valor das contribuições efetuado ao longo da sua vida retornaria como 
pensão ou aposentadoria.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
23
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Figura 4 – Anúncio do Montepio Geral dos Servidores alerta de que há pensões à espera de saque em 1855
Contudo, foi apenas em 1923, com o Decreto Legislativo n. 4.682, que foram definidas as regras de 
previdência social que, segundo Alencar (2018), ficaram conhecidas como Lei Eloy Chaves, tornando-se 
o marco da previdência social no Brasil.
Essa lei determinava que se criassem as caixas de aposentadoria e pensão (CAP) para todos os 
empregados que trabalhavam nas ferrovias, sendo que essas caixas eram administradas pelos próprios 
contribuintes sem que o Estado tivesse interferência. Assim, os trabalhadores das estradas de ferro 
conquistaram a aposentadoria ordinária ou por tempo de serviço, a assistência médica e a pensão por 
morte, bem como a aposentadoria por invalidez.
Com isso, a expansão das CAPs se deu para diversas outras categorias assalariadas e, dessa forma, foi 
sedimentada a efetivação de uma nova era assistencial no Brasil.
A evolução da proteção social no Brasil passou por três etapas: a assistência pública, o seguro social 
e a seguridade social.
A assistência pública estava apoiada no conceito da caridade praticada pela Igreja e, posteriormente, 
assumida por instituições públicas.
Em se tratando de assistência pública no Brasil, já se encontrava definida pela Constituição de 
1824, em seu art. 179, XXXI, a garantia dos socorros públicos, conforme podemos observar no texto 
original a seguir:
 
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos 
Brasileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, 
e a propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela 
maneira seguinte.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
24
Unidade I
[...]
XXXI. A Constituição também garante os socorros públicos.
(texto extraído na íntegra) (BRASIL,1824).Assim, com a promulgação da primeira Constituição Brasileira em 1824, o Estado passou a garantir 
o amparo assistencial, tornando-se o responsável institucional pelos socorros públicos.
Figura 5 – Constituição de 1824 do Império do Brasil
 Saiba mais
“Em 25 de março de 1824 o Brasil teve sua primeira constituição.
[...]
Mesmo sendo uma constituição outorgada, imposta pelo governante, 
sua vigência foi de 65 anos, sendo extinta apenas com a Proclamação da 
República em 15 de novembro de 1889, que depôs o imperador D. Pedro II.
Vários historiadores, como Luiz Felipe de Alencastro, explicam que a base 
econômica e política do Império do Brasil era a escravidão. E com a abolição 
da escravatura em 1888, a base da monarquia caiu um ano mais tarde”.
BRESCIANINI, C. P. Senadores lembram entrada em vigor da primeira 
Constituição brasileira. Senado Notícias, Brasília, 25 mar. 2019. Disponível em: 
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/03/25/senadores-
lembram-entrada-em-vigor-da-primeira-constituicao-brasileira. 
Acesso em: 20 jan. 2021.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
25
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Assim, o seguro social se origina por uma criação legislativa, uma vez que apenas a caridade das 
pessoas da comunidade não era suficiente para garantir condições mínimas de sobrevivência aos 
necessitados. Para isso, foi necessário estabelecer empresas seguradoras que possuíam fins lucrativos, 
a sua administração era embasada em critérios econômicos. Porém, com a Primeira Guerra Mundial, 
que resultou em muitos órfãos, viúvas e feridos de guerra, a estrutura do seguro social sucumbiu à 
tamanha demanda de beneficiários. Segundo Santos (2017), em 1919, foi assinado o Tratado de Paz, 
conhecido como Tratado de Versalhes, que assumiu o compromisso de implantar um regime universal 
de justiça social.
O Brasil, ao longo da sua evolução histórica, política e legislativa passou por inúmeras legislações 
conforme novas constituições eram promulgadas. Mas com a promulgação da última Constituição 
Federal do Brasil, a de 1988, permitiu-se estabelecer o sistema de seguridade social, que abrange três 
áreas fundamentais: previdência social, saúde e assistência social.
Assim, conforme a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de todos e dever do Estado, 
devendo ele desenvolver políticas sociais econômicas com o objetivo de reduzir os riscos de doenças e 
garantir o acesso universal igualitário aos serviços que promovem a proteção da saúde do cidadão e a 
sua recuperação. Encontramos assim os seguintes princípios:
 
I – Acesso universal e igualitário;
II – Provimento das ações e serviços mediante rede regionalizada e 
hierarquizada, integrados em sistema único;
III – Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
IV – Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas;
V – Participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento 
das ações e serviços de saúde; e
VI – Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, em obediência 
aos preceitos constitucionais (BRASIL, 1988).
É importante entender que a assistência social, independentemente de contribuição à seguridade 
social, oferece atendimento às necessidades básicas para a proteção da família, da maternidade, da 
infância, adolescência, velhice e das pessoas portadoras de deficiência.
 
A organização da assistência social obedecerá às seguintes diretrizes:
I – Descentralização político-administrativa;
II – Participação da população na formulação e controle das ações em 
todos os níveis;
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
26
Unidade I
III – Proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
IV – Amparo às crianças e adolescentes carentes;
V – A promoção da integração ao mercado de trabalho;
VI – A habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; e
VII – A garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou tê-la provida por sua família, conforme dispuser a Lei 
(BRASIL, 1988).
Esses benefícios assistenciais podem ser feitos de forma eventual ou contínua: o pagamento de 
um salário mínimo para o portador de uma deficiência; a um idoso que não consegue garantir a sua 
existência mesmo auxiliado por parentes; também são feitos no auxílio-natalidade ou por morte. 
Além de outros benefícios que poderão ser estabelecidos visando suprir as necessidades durante uma 
situação de vulnerabilidade temporária, priorizando a criança, a família, o idoso (acima de 65 anos), a 
gestante, a pessoa portadora de deficiência, a nutriz, bem como nos casos de calamidade pública. Esses 
direitos estão regulamentados pela Lei n. 8.742, de 1993, (Lei Orgânica da Assistência Social), bem como 
pelo Decreto n. 6.214, de 2007.
Em relação à previdência social, é necessário ser contribuinte para poder, assim, tornar-se um 
segurado, enquanto a seguridade social abrange todos os cidadãos. Dessa forma, a criação do Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS) fez com que o Estado deixasse de cuidar apenas do trabalhador e 
amparasse, através da seguridade social, o desamparado, o menor, entre outros. Podemos citar como 
exemplo a concessão pelo Ministério da Cidadania da pensão especial vitalícia às crianças com 
microcefalia oriunda do vírus Zika, que nasceram entre 2015 e 2018.
Para o nosso estudo, vamos abordar a seguridade social na qual deve haver uma contribuição a fim 
de fazer jus aos benefícios, a previdência que, em seu regime geral, atende aos trabalhadores urbanos 
e rurais. Os servidores públicos também a possuem dentro de regimes próprios. Vamos tratar também 
do regime complementar, formado pela previdência privada. Atualmente, a responsabilidade dessas 
questões é tratada pela Secretaria da Previdência Social e do Trabalho, que faz parte do Ministério 
da Economia.
No regime geral, a filiação é obrigatória e por caráter contributivo, atendendo a situações como 
doenças, invalidez, morte e idade avançada; bem como a proteção à maternidade e a proteção ao 
trabalhador em situação de desemprego involuntário; também compreende o salário-família e 
salário-reclusão para os segurados de baixa renda; e a pensão por morte do segurado ao seu cônjuge 
ou companheiro e dependentes.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
27
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Portanto, quando afirmamos que a previdência social tem filiação obrigatória praticamente a partir 
do momento que se começa a contribuição, significa que a filiação já se faz quase que instantaneamente. 
Ela é obrigatória, uma vez que ao trabalhar, produz-se renda, e, assim, a contribuição à previdência 
social deve ser feita independentemente de registro na carteira, pois o autônomo, mesmo sem registro, 
deve contribuir obrigatoriamente. Sendo assim, a partir da primeira contribuição, o trabalhador já será 
considerado como um segurado da previdência social, conforme art. 201 da Constituição Federal de 
1988 (BRASIL, 1988).
Já o art. 194 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) normatiza os princípios específicos da seguridade 
social, os quais podem ser citados como sendo:
• O princípio da universalidade da cobertura é do atendimento.
• O princípio da uniformidade corresponde à equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais.
• A seletividade corresponde à distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
• A irredutibilidade do valor dos benefícios.
• A equidade na forma de participação no custeio.
• A diversidade na base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para 
cada área as receitas e as despesas vinculadasa ações de saúde, previdência e assistência social, 
preservando o caráter contributivo da previdência social.
• O caráter democrático é descentralizado da administração mediante gestão quadripartite com 
participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do governo nos órgãos colegiados.
 Lembrete
A gestão quadripartite é formada por representantes dos trabalhadores, 
empregadores, aposentados e do Poder Público. A participação de cada 
um deles se dá através de órgãos colegiados de deliberação chamados 
“conselhos de assistência social”, “conselho nacional de saúde” e “conselho 
nacional da previdência social”.
2 NORMAS DE SEGURANÇA E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
2.1 Apresentação das NRs – Lei n. 6.514/1977; Portaria n. 3.214/1978
Ao abordar o histórico da segurança do trabalho no Brasil e no mundo, mostramos a evolução das 
relações de trabalho e os movimentos sociais que surgiram ao longo da História. Ao mencionarmos a 
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
28
Unidade I
evolução desses conceitos no Brasil, comentamos as mudanças socioeconômicas que o país vivenciou 
na década de 1970, com grandes deslocamentos de trabalhadores rurais para as áreas urbanas e 
aumento da mão de obra na indústria da construção civil. Sem dúvida, a falta de conhecimento, 
treinamento e capacitação dessa mão de obra justificam, em parte, o elevado número de acidentes nesse 
tipo de atividade econômica, porém a legislação necessitava evoluir e adaptar-se aos novos tempos.
Dessa forma, em 22 de dezembro de 1977, foi publicada a Lei n. 6.514, que alterou o capítulo 5 da CLT, 
tratando das questões de segurança e medicina do trabalho. Essa lei abordou pontos importantes, como:
• Inspeção prévia, embargo ou interdição.
• Órgãos de segurança e medicina do trabalho nas empresas.
• Equipamentos de proteção individual.
• Medidas preventivas de medicina do trabalho.
• Edificações.
• Iluminação.
• Conforto térmico.
• Instalações elétricas.
• Movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
• Máquinas e equipamentos.
• Caldeiras, fornos e recipientes sob pressão.
• Atividades insalubres ou perigosas.
• Prevenção da fadiga.
• Medidas especiais de proteção e penalidades.
Dessa forma, a legislação a respeito da segurança do trabalho passou para outro nível. Em 8 de junho 
de 1978, a Portaria n. 3.214 aprovou e regulamentou as NRs de segurança e saúde no trabalho, sendo 
inicialmente 28 NRs; atualmente, temos 37.
Essas normas passam por atualização através das comissões tripartites paritárias permanentes (CTPP). 
As novas atualizações estariam previstas para entrar em vigor a partir de março de 2021, mas foram 
adiadas para agosto de 2021. Vamos agora descrever rapidamente cada uma delas (BRASIL, [s.d.]b):
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
29
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
• NR 1 – Disposições Gerais: o novo texto atualizou para “Disposições Gerais e Gerenciamento 
de Riscos Ocupacionais”. Com a atualização dessa norma, ela passou a ter um papel ainda mais 
importante sobre as demais, pois ela trata agora da gestão de riscos ocupacionais (GRO). Torna-se, 
assim, o pilar para as demais normas e os sistemas de gestão de segurança do trabalho.
• NR 2 – Inspeção Prévia: com a revisão das normas, essa NR foi revogada pela Portaria SEPRT 
n. 915, de 30 de julho de 2019. Nunca teve um efeito prático real, mas poderia ter sido atualizada 
para definir um sistema de fiscalização dos ambientes de trabalho, infelizmente, só a revogaram.
• NR 3 – Embargo ou Interdição: dispõe sobre o embargo ou interdição de obras, máquinas ou 
equipamentos, quando caracterizado risco grave ou iminente toda a condição ou situação de 
trabalho que possa causar acidente ou doença com lesão grave ao trabalhador. Depende de uma 
fiscalização, que sabemos ser precária em nosso país. Mas devido a denúncias, a fiscalização se 
torna necessária.
• NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho 
(SESMT): dispõe sobre a obrigatoriedade de manter serviços especializados em engenharia de 
segurança e em medicina do trabalho, os quais têm a finalidade de promover a saúde e proteger 
a integridade do trabalhador no local de trabalho. Também orienta sobre o dimensionamento 
do SESMT. Na prática, pelo dimensionamento do SESMT, são poucas as empresas que realmente 
devem constituí-lo.
• NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa): define o objetivo da Cipa, a forma 
que deve ser constituída, organizada, as suas atribuições, o seu funcionamento, o treinamento 
do cipeiros, o processo eleitoral, as contratantes e contratadas, entre outros. Falaremos sobre a 
Cipa adiante, mas cabe registrar aqui que quando realmente temos uma Cipa participativa e bem 
orientada, os benefícios são para todos, empresas e empregados.
• NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI): define os equipamentos de proteção individual, 
equipamentos julgados de proteção individual, sobre as responsabilidades do empregador, do 
empregado, do fabricante, de quem os comercializa, os importa e de quem os fiscaliza. Essa norma 
também possui no seu final um anexo com a descrição de todos os equipamentos individuais.
• NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): determina como 
deve ser elaborado o programa de controle médico de saúde ocupacional, os exames que devem 
constar nesse programa, sendo que também passou por atualização que entraria em vigor em 
9 de março de 2020, adiada para agosto de 2021, até o momento.
• NR 8 – Edificações: encontramos os requisitos técnicos mínimos a serem seguidos de forma a 
garantir segurança e conforto aos trabalhadores. A atividade da indústria da construção é a que 
mais gera acidentes de trabalho, tendo um ambiente em constante mudança e os mais diversos 
riscos a serem gerenciados. Com certeza, é um dos grandes desafios na segurança do trabalho.
Cesar
Destacar
Cesar
Máquina de escrever
REVOGADA
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
30
Unidade I
• NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais: norma atualizada para “Avaliação e 
Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos”, conforme o novo 
texto, que deveria entrar em vigor em 10 de março de 2021, data que também foi adiada para 
agosto de 2021.
• NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: determina os requisitos e 
as condições mínimas para a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos em 
instalações de serviços com eletricidade, visando garantir a proteção dos trabalhadores que atuam 
nesse segmento.
• NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: apresenta 
normas de segurança para utilização de equipamentos de transporte e movimentação de materiais 
nas mais diversas situações, buscando mostrar os procedimentos que devem ser adotados para 
garantir a segurança dos trabalhadores.
• NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: determina os critérios e 
dispositivos de segurança que devem ser observados na fabricação de máquinas, instalação 
e operação, de forma a garantir a segurança ao seu operador. Cabe lembrar que os acidentes 
com máquinas e equipamentos costumam deixar sequelas permanentes quando não retiram a 
vida do trabalhador. Portanto o que se apresenta nessa norma deve ser o mínimo a se exigir em 
busca da garantia da segurança dos trabalhadores.
• NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações e Tanques Metálicos de Armazenamento: 
estabelece os requisitos mínimos que devem ser observados para fazer a correta gestão da 
integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas tubulações de interligação e 
tanques metálicos de armazenamento.
• NR 14 – Fornos: apresenta os requisitos a serem seguidos para o uso correto e seguro de fornos 
no ambiente de trabalho. Toda fonte de energia sempre gera riscos; a energia térmica afetao 
trabalho de diversas formas, portanto deve-se fazer uma análise em conjunto com outras NRs.
• NR 15 – Atividades e Operações Insalubres: relacionada aos riscos físicos, químicos e biológicos 
existentes no ambiente de trabalho e que, por sua vez, ultrapassam os limites de tolerância, criando 
um ambiente insalubre, o que irá causar prejuízos à saúde do trabalhador. Assim se encontra nessa 
norma uma relação de limites de tolerância e/ou exposição ao qual o trabalhador pode ficar 
exposto sem causar danos a sua saúde. Caso esses limites sejam ultrapassados, a norma determina 
o pagamento de adicional insalubridade conforme o grau do agente de risco.
• NR 16 – Atividades e Operações Perigosas: descreve as atividades que se enquadram em 
condições de periculosidade para os trabalhadores que as executam, assim tendo o direito à 
percepção do adicional periculosidade. A segurança privada está inclusa nas atividades periculosas 
e, portanto, recomendamos uma leitura mais detalhada dessa norma.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
31
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
• NR 17 – Ergonomia: encontramos os parâmetros para adaptar as condições de trabalho às 
características psicofisiológicas dos trabalhadores, buscando oferecer ambientes seguros com o 
máximo de conforto para que possam ter um desempenho eficiente nas suas atividades. Ela se 
aplica em todas as atividades, mas na segurança privada ela tem uma importância muito grande 
para a qualidade dos ambientes de trabalho, os procedimentos e cuidados para preservar a saúde 
dos trabalhadores nesse setor em especial.
• NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: com o novo 
texto apresentado em sua atualização, que entrou em vigor no dia 10 de fevereiro de 2020, o 
título foi alterado para “Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção”.
• NR 19 – Explosivos: define o que é considerado tecnicamente como explosivo, questões 
relacionadas à sua fabricação, ao seu armazenamento e ao seu transporte.
• NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis: apresenta os 
requisitos mínimos para gestão de segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco 
de acidentes oriundos das atividades relacionadas com a extração, produção, armazenamento, 
transferência, manuseio em manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.
• NR 21 – Trabalhos a Céu Aberto: apresenta as medidas de proteção necessárias para os 
trabalhadores que atuam a céu aberto e ficam expostos à insolação excessiva, ao calor, ao frio, à 
umidade e aos ventos inconvenientes.
• NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: dispõe sobre os requisitos mínimos 
necessários para organizar a segurança nesses ambientes e em quem atua nesse ramo de atividade, 
visando garantir a segurança e saúde dos trabalhadores.
• NR 23 – Proteção contra Incêndios: atualizada em 2011, reduzindo significativamente as suas 
orientações, transferindo a responsabilidade para a legislação estadual e às normas técnicas 
aplicáveis, ou seja, às instruções técnicas (IT) dos respectivos corpos de bombeiros de cada estado.
• NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: apresenta as 
condições mínimas de higiene e conforto que devem ser observadas pelas empresas, como bom 
dimensionamento e projeto das instalações sanitárias, dos vestiários, dos refeitórios e das cozinhas, 
dos alojamentos, das vestimentas de trabalho.
• NR 25 – Resíduos Industriais: apresenta os conceitos de resíduos líquidos sólidos e gasosos e 
da forma como eles devem ser tratados para garantir a proteção do meio ambiente de trabalho.
• NR 26 – Sinalização de Segurança: apresenta os padrões a serem seguidos para a utilização de 
cores, para sinalizar ações luminosas, sonoras, verbais, gestuais e demais formas que transmitam 
as informações necessárias para que o trabalhador aja de maneira segura em cada situação 
informada de risco.
Cesar
Destacar
32
Unidade I
• NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho: revogada.
• NR 28 – Fiscalização e Penalidades: determina a forma pela qual se devem executar as 
fiscalizações do trabalho, bem como o grau da infração que vai constar no livro de inspeção e alto 
de atuação nos casos previstos em lei.
• NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: a partir 
dessa norma, desenvolveram-se as normas específicas para determinadas áreas de atividades 
econômicas que oferecem riscos próprios característicos e não previstos nas 28 primeiras NRs 
criadas pela Portaria n. 3.214, de 1978. Essa norma foi criada em 2014, descreve as atividades 
portuárias e determina os procedimentos de segurança a serem adotados.
• NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: busca apresentar os procedimentos de 
proteção e regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.
• NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração 
Florestal e Aquicultura: estabelece os preceitos que devem ser seguidos para as empresas que 
atuam nesse ramo econômico.
• NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços da Saúde: estabelece as diretrizes 
básicas para a implementação de medidas de proteção e segurança à saúde dos trabalhadores dos 
serviços da saúde.
• NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados: define o que é espaço 
confinado e apresenta os riscos que devem ser controlados para garantir que as operações em 
espaços confinados não ofereçam riscos aos trabalhadores que devem adentrá-los.
• NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, Reparação 
e Desmonte Naval: apresenta os requisitos mínimos que devem ser observados para garantir a 
segurança dos trabalhadores que atuam nesse segmento.
• NR 35 – Trabalho em Altura: determina os procedimentos, equipamentos, treinamentos, entre 
outros, que devem ser observados para garantir a segurança dos trabalhadores nas atividades 
classificadas como “trabalho em altura”.
• NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de 
Carnes e Derivados: estabelece os requisitos mínimos para avaliação, controle e monitoramento 
dos riscos existentes nesse ramo de atividade, visando à proteção e segurança permanentes no 
trabalho duro, garantindo saúde e qualidade de vida.
• NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo: estabelece os requisitos mínimos 
de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em 
operações nas águas jurisdicionais brasileiras (AJB).
Cesar
Máquina de escrever
REVOGADA
33
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Assim encerramos essa passagem breve por cada uma das NRs. Quando bem aplicadas, criam um 
sistema de gestão de segurança do trabalho a fim de que as organizações possam garantir a integridade 
física e psicológica do trabalhador nas mais diversas atividades laborais.
 Lembrete
As CTPPs buscam garantir as atualizações das NRs de forma que elas 
possam estar alinhadas às reais necessidades da sociedade, assegurando, 
assim, as condições mínimas de segurança e higiene do trabalho para todos 
os trabalhadores.
2.2 Investigação das causas de acidentes do trabalho
Para abordar a investigação das causas de acidentes de trabalho, é importante mencionar Herbert 
William Heinrich, que, em 1931, lançou um livro sobre prevenção de acidentes na indústria com 
abordagem científica: Industrial accident prevention: a scientific approach.
Heirinch era engenheiro de riscos de uma grande empresa de seguros. Ele começou a observar 
os vários acidentes que seus clientes sofriam, com isso, fez uma relação entre eles, chegando a uma 
proporção de 1 acidente incapacitante para cada 29 acidentes não incapacitantes e 300 acidentes sem 
lesão (HEINRICH, 1931).
Analisando em torno de 75 mil acidentes, ele criou uma pirâmide a fim de representar a relação entre 
eles; o acidente incapacitante estavano topo dessa pirâmide e, na sua base, os acidentes sem lesão.
Ele observou quais eram as causas predominantes dos acidentes, como segue:
• Personalidade do trabalhador: o perfil do trabalhador resultava em posturas no ambiente de 
trabalho que causavam acidentes.
• Falha humana no exercício do trabalho: motivos relacionados à falta de capacitação, de 
concentração na tarefa, de análise adequada dos riscos, entre outros relacionados ao homem, 
eram os responsáveis pelos acidentes.
• Prática de atos inseguros: o trabalhador se expunha deliberadamente a situações de risco que 
acabavam se materializando em acidentes.
• Condições inseguras do local de trabalho: a falta de organização, a limpeza do ambiente, as 
instalações precárias, entre outros motivos relacionados ao próprio ambiente de trabalho, eram os 
responsáveis pelos acidentes.
O trabalho desenvolvido por Heirinch foi o início dos estudos de outro engenheiro chamado Frank 
Bird Jr., que atuava na empresa de siderurgia Lukens Steel. Buscando implantar um programa para 
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
34
Unidade I
reduzir as perdas decorrentes de danos materiais e controlar os danos à propriedade, no período de 
1959 até 1966, analisou em torno de 90 mil acidentes de trabalho a fim de aperfeiçoar o controle 
de danos. Dessa forma, constatou outra relação entre os tipos de acidentes, sendo que para cada um 
acidente com lesão (topo da pirâmide) incapacitante, ocorriam cem acidentes com lesão não incapacitante 
e quinhentos acidentes que provocavam danos ao patrimônio (base da pirâmide) (BIRD, 1966).
Frank era engenheiro e trabalhava como gestor de programas de segurança de empresas 
norte-americanas em uma grande empresa de seguros. Após esse primeiro estudo, conseguiu elaborar, 
em 1969, uma nova pirâmide, que ficou mundialmente conhecida como “pirâmide de Bird”. Nessa época, 
ele publicou sua obra Damage control, ou Controle de danos. Para chegar nessa nova pirâmide, ele e 
sua equipe continuaram a colher informações sobre mais acidentes, chegando a totalizar 1,7 milhão 
de ocorrências analisadas, em 297 empresas estudadas que representavam 21 ramos de empresas 
diferentes. Um ponto relevante nesse estudo foi que, ao contrário de Heirinch, Bird considerou na sua 
análise os acidentes envolvendo perdas de patrimônio e danos ao meio ambiente, não ficando apenas 
nos acidentes envolvendo lesões nas pessoas. No final do seu estudo, já havia dados que representavam 
aproximadamente 3 bilhões de homens-hora em exposição ao risco (BIRD, 1966).
Cabe destacar que na sua obra sobre controle de danos, ele considerou quatro aspectos que deveriam 
ser observados para conseguir efetivamente o controle de perdas e danos, sendo eles (BIRD, 1966):
• informação;
• investigação;
• análise;
• revisão do processo.
A famosa pirâmide de Bird está apresentada a seguir:
1
100
500
Lesão incapacitante
Lesões não incapacitantes
Acidentes com danos à propriedade
Figura 6 – Pirâmide de Bird
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Máquina de escrever
IPC!
35
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
O trabalho feito por Bird mostrava informações com dados e projeções estatísticas e financeiras 
das perdas pessoais e materiais sofridas pela empresa. Ele buscou mostrar que com a nova forma 
apresentada para fazer a segurança, combatendo todo e qualquer tipo de acidente, seria possível liberar 
mais recursos para a segurança.
Como Bird considerou todos os acidentes que resultavam em perdas, ele pôde desenvolver o seu 
programa de controle de danos, que necessitava que fossem identificados, registrados e investigados 
todos os danos à propriedade e os custos gerados para a empresa, além do que tal controle requeria que 
ações preventivas fossem tomadas ao final dessa análise.
Dessa forma, ele alterou a regra nas investigações de acidentes que orientavam a comunicação 
do acidente para um superior apenas quando houvesse lesão pessoal e orientou que fossem relatados 
também os que geravam dano à propriedade, mesmo que fosse de pequena importância.
Assim, o programa de controle de danos, para ser incorporado em uma empresa, necessitava de três 
passos básicos:
• verificações iniciais;
• informações dos centros de controle;
• exame analítico.
A primeira etapa, de verificações iniciais, se refere ao conhecimento dos sistemas de controle de danos 
já existentes na empresa e a presença do departamento de manutenção. Fazendo essas verificações 
iniciais, falhas ou vulnerabilidades existentes no programa da empresa poderão ser observadas.
Na segunda etapa, em que efetivamente se faz a manutenção para reparar os danos, é onde devem 
ocorrer os registros de todos os danos à propriedade. Esses registros formam a base dos dados para a 
análise das ocorrências e as suas características.
Na última etapa, voltada ao exame analítico, é que se faz a interpretação dos dados gerados 
na etapa anterior, buscando implantar as medidas de controle adequadas aos tipos de falhas e 
ocorrências identificadas.
Dando continuidade a todo o trabalho desenvolvido por Bird, em 1969, a Insurance of North 
America (Inca) analisou os dados levantados junto a 297 empresas que empregavam em torno de 
1.750.000 pessoas e onde foram registradas 1.753.498 ocorrências (apud CYRINO, 2017). Esse estudo, 
com uma base amostral muito maior, permitiu que se desenvolvesse uma relação mais precisa do que 
a apresentada por Bird e Heinrich, além disso, introduziu o conceito de incidente ou quase acidente. 
Ao incluir os incidentes, revela-se potencial de ocorrer um acidente, além do risco potencial em cada 
um desses incidentes. Dessa forma, surge a pirâmide da Inca ou a pirâmide 641, conforme podemos 
ver a seguir.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Máquina de escrever
INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Cesar
Máquina de escrever
REGISTROS DE TODOS OS DANOS, REPARO.
Cesar
Máquina de escrever
CONHECIMENTO, DEPTO DE MANUTENÇÃO
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
36
Unidade I
1
10
30
600
Acidente grave ou fatal
Acidentes leves sem afastamento
Acidentes com perda material
Atos e condições inseguras
Figura 7 – Pirâmide da Inca ou Pirâmide 641
Em 1970, John A. Fletcher junto com H. M. Douglas aprofundaram os estudos de Bird e propuseram 
um programa de controle total de perdas, no qual, além de aplicar os princípios do controle de danos 
desenvolvidos por Bird, consideravam as instalações, o meio ambiente, as máquinas de equipamentos e 
todo o patrimônio da empresa, sem deixar de aplicar as ações de prevenção de lesões.
Esse controle total de perdas apresentado por Fletcher é o que mais se aproxima dos programas 
atuais, cobrindo os seguintes pontos:
• proteção do trabalhador com foco na prevenção de lesões;
• controle total de acidentes, evitando danos à propriedade, às máquinas e aos equipamentos;
• prevenção de incêndios, uma vez que causam grandes perdas materiais e, por vezes, humanas;
• segurança patrimonial, protegendo os bens da organização;
• preocupação com a higiene e saúde industrial;
• controle do dano ambiental através da contaminação do ar, água e solo;
• responsabilidade pelo produto.
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
Cesar
Destacar
37
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
 Saiba mais
Para aprofundar-se mais na questão de prevenção e controle de perdas, 
acesse o link:
FIGUEIREDO JR., J. V. Prevenção e controle de perdas: abordagem integrada. 
Natal: IFRN, 2009. Disponível em: https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/
handle/1044/1081/Prevencao%20e%20controle%20de%20perdas%20-%20

Continue navegando