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de má-‐fé, responderão por perdas e danos. Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-‐fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao comprador o preço recebido. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que assumir a administração dos bens, devem providenciar de imediato a restituição da coisa. Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-‐la, recolhê-‐la-‐á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário. 60 A restituição deve ser feita no local convencionado. Não havendo convenção, o lugar será onde tiver a coisa guardada. Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-‐se no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do depositante. O depositário que recebeu a coisa em favor de terceiro, não pode, sem autorização deste, restituí-‐la ao depositante. Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-‐se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele. Na hipótese de a coisa depositada se perder e houver sido reposta, o depositário deve restituir a segunda. Se, quanto a primeira, receber indenização (seguro, p. ex.), deve entregá-‐ la ao depositante, ou, se estiver incompleta, ceder as ações a que tiver direito. Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-‐lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira. 3.2. Depósito necessário (CC, arts. 647-‐652). É aquele que não depende da vontade das partes. É realizado por imposição legal ou por circunstâncias que não oportunizam ao depositante escolher o depositário. Divide-‐se em -‐ ou são exemplos -‐ depósito legal, depósito miserável ou depósito do hoteleiro. 61 a) Depósito legal É a lei que determina a realização do depósito. São exemplos: -‐ Entrega de coisa achada à autoridade (arts. 647, I, 1.233, § ún); -‐ Consignação, havendo litígio entre os credores (art. 345); -‐ Depósito público, pelo curador, se o depositário se tornar incapaz (art. 641) e -‐ Entrega do que sobrar ao devedor pelo credor pignoratício, no caso de venda amigável do bem (1.435, V). b) Depósito miserável É aquele que decorre da necessidade que tem o depositante de, para evitar o perecimento, entregar os seus bens a primeira pessoa que aceite guardá-‐los (Gonçalves). Ocorrem em casos de calamidade pública, como incêndio, inundação, terremoto, saque, guerra, naufrágio (CC, art. 647, II). c) Depósito do hoteleiro ou hospedeiro Este depósito necessário decorre do contrato de hospedagem (art. 649). O hospedeiro recebe em depósito a bagagem dos hóspedes. Abrangem, além dos hotéis e pousadas, os hospitais, colégios, internatos, e outros locais que forneçam leito e não apenas comida e bebida (Gonçalves). Os hospedeiros respondem pelo furto dos bens dos hóspedes. A cláusula de não indenizar, por ventura pactuada, é nula, por contrariar o Código de Defesa do Consumidor (arts. 51, I e IV). Todavia se isentam de responsabilidade se a perda ou deterioração dos bens depositados forem causadas por caso fortuito ou força maior (art. 650) ou por culpa exclusiva do hóspede. 62 c) Depósito irregular Depósito irregular é aquele que recai sobre bens fungíveis. Nesta espécie, o depositário, afirma Cunha Gonçalves, “pode utilizar e dispor da coisa depositada e restitui outra da mesma qualidade e quantidade”. É exemplo, conforme Silvio Rodrigues, o depósito de dinheiro nos bancos. Os contratos de depósito irregular e de mútuo parecem-‐se equiparados. Todavia, esclarece Carlos Roberto Gonçalves, não há, a rigor, entre esses contratos uma perfeita identificação. O depósito é realizado no interesse do depositante; o mútuo, no do depositário. 3.3. Regular ou ordinário Tem por objeto coisas infungíveis. O depositário restitui ao depositante a mesma coisa recebida. Se o depósito bancário de dinheiro, à ordem ou a prazo, é irregular, o do cofre de aluguel com joias e valores ou títulos de crédito é depósito regular. 3.4. Depósito judicial É aquele que decorre de