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CONTRATOS CIVIS - RESUMO

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89
CONTRATOS CIVIS
1. TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Origem: Direito Romano
- Poucas alterações foram realizadas até se chegar aos dias atuais
C -------------- D
Objeto
Prestação (contrato)
 Dar/fazer (+) Não fazer (-)
Linha do tempo 
426 a.c. (todos os contratos não cumpridos tinham como consequência a OBRIGAÇÃO PESSOAL)
Ex: esquartejamento
Após 426 a.c. (todos os contratos não cumpridos passam a ter como consequência a OBRIGAÇÃO PATRIMONIAL)
Obs: ainda existem obrigações pessoais 
	
Considerações:
- É ilícita a prisão de depositário infiel (súmula vinculante 25 do STF)
Ex: João deve um carro para Maria, entretanto esconde o veículo e não devolve. Podendo fazer, não faz.
Conceito de contrato
- O Código Civil de 2002 não cuidou de defini-lo
- É um ato jurídico em sentido amplo
- Em suma, e em uma visão clássica ou moderna, o contrato pode ser conceituado como sendo um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial
- É vedada a autocontratação, ou celebração de um contrato consigo mesmo. Todavia, conforme ensina art. 117 do CC, é possível a outorga de poderes para que a pessoa que representa outrem celebre um contrato consigo mesmo, no caso, um mandato em causa própria. Não estando presente essa autorização ou havendo proibição legal, o mandato em causa própria é anulável
a) é fonte de obrigações
b) é negócio jurídico BILATERAL
- Necessita de pelo menos 2 pessoas/declarações de vontade (FORMA)
- Necessita de CONSENTIMENTO (acordo comum de vontades)
Ex: Colocar o preço em algo que me pertence (proposta)
Se ninguém quiser comprar (aceitação), não haverá contrato
CUIDADO!
Quanto aos EFEITOS, o contrato pode ser:
Unilateral/gratuito/benéfico: 
- É aquele em que APENAS UM dos contratantes assume deveres em face de outro. Há duas vontades (a do doador e a do donatário), mas do concurso de vontades surgem deveres APENAS para o doador; o donatário apenas auferirá vantagens. 
- Percebe-se que nos contratos unilaterais, apesar da presença de duas vontades, apenas uma delas será devedora, não havendo contraprestação
Ex: Doação pura e simples de um livro (significa doação desinteressada, consiste em uma liberalidade). 
- Caso o livro apresente algum defeito (vício oculto), por óbvio, não poderá ser cobrado do doador.
Mútuo
Comodato
Lógica: empobrecimento + enriquecimento
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Bilateral/oneroso (reciprocidade):
- As partes têm direitos e deveres entre si
Ex: Compra/venda, locação, empreitada, doação com encargo 
João doa para Maria um livro. Em contrapartida, Maria deverá ser monitora de João (pagamento em serviços).
Divide-se em:
Aleatório: A prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração do negócio jurídico. Depende de sorte, da álea, existe risco. DEVE ESTAR EXPRESSO
Comutativo: não tem risco, é um contrato certo, as partes já sabem quais são as prestações. É A REGRA, NO SILÊNCIO DO CONTRATO, AUTOMATICAMENTE SERÁ COMUTATIVO.
Ex: compra/venda, locação
Plurilateral:
- Contratos os quais necessitam de um número “X” de pessoas. Traz direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção
Ex: consórcio
*O que caracteriza é a falta de conhecimento que as pessoas têm umas para com as outras
IMPORTANTE!
- Havendo defeito/vício, apenas contratos bilaterais e comutativos poderão ser revistos
- Os efeitos do contrato SÓ são aplicados perante as partes que se obrigam
DICA:
- Para facilitar a identificação quanto à bilateralidade ou unilateralidade de determinado contrato, faz-se a seguinte indagação: EXISTE RECIPROCIDADE?
Unilateral: Não existe
Bilateral: Existe
Ex: compra/venda, locação, empreitada
Obs:
Contrato de adesão: 
 É aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. DEVE SER INTERPRETADO DA FORMA MENOS ONEROSA PARA O ADERENTE  
c) as partes são vistas como parceiras
d) tem uma função social
- TODO o contrato possui uma função social
	
	ESTADO LIBERAL
	ESTADO SOCIAL
	Propriedade
	Absoluta
	Função social
	Família
	Patriarcal
	Poder familiar
	Contratos
	Autonomia de vontade absoluta
	Cláusulas gerais:
-Boa-fé objetiva
-Função social
-Supremacia da ordem pública
Boa fé:
Divide-se em:
Objetiva (contratos é SEMPRE objetiva)
- Importa conduta honesta/leal/correta
Ex: alimentos que possuem rótulos como: “não contém glúten”. Denota o dever de boa-fé da fornecedora
- É uma norma de comportamento e uma regra de conduta. Aproxima-se da forma de como as pessoas devem agir
- As partes devem ser honestas desde a tratativa até a execução
Obs: 
Boa-fé: PRESUME-SE!
Má-fé: COMPROVA-SE!
Artigos:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
“[...] assim na conclusão” => não é no sentido de extinguir, mas de formar o contrato. Assim, conclusão difere-se de extinção e execução
Ex: Estou vendendo água na rua. No momento em que alguém aceitar, tem-se a formação do contrato.
“[...] probidade e boa-fé” => função de reforço e não de distinção
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Subjetiva
- Relacionada ao estado íntimo
- Denota o estado de convencimento individual da parte ao agir em conformidade com o direito. É subjetiva justamente porque para a sua aplicação deve o intérprete analisar o estado psicológico/íntimo do agente
Ex: ações possessórias
Função social:
- Todo o contrato tem uma função social
- Interesse METAINDIVIDUAL (ultrapassar a singularidade)
- Interpretada no sentido de finalidade coletiva
- Leva-se em conta a realidade social que circunda as partes
- Determina que os interesses individuais das partes do contrato sejam exercidos em conformidade com os interesses sociais, sempre que estes se apresentem.
- Independe do querer das partes
- O contrato não pode ter finalidade antissocial (por exemplo, contrariar o meio ambiente)
e) é um acordo de vontades que tem por fim criar/modificar/adquirir/extinguir direitos
f) manifestação de vontade comum
- Deve haver um CONSENSO, sendo um elemento essencial para a formação do contrato
2. NATUREZA JURÍDICA
- Negócio jurídico BILATERAL
3. ELEMENTOS
Partes:
Contratante ---------------- Contratado
Objeto: prestação
CONSENTIMENTO
4. REQUISITOS
SUBJETIVOS:
1 – Capacidade genérica
- Agente capaz (ter 18 anos ou mais, estar em pleno gozo da capacidade civil)
2 – Capacidade específica
- É uma situação peculiar.
Ex: representar uma pessoa em determinado mandato (não basta ser capaz, deve-se possuir uma procuração, esta sendo permitida APENAS por ESCRITO.
Ex2: consentimento dos descendentes e do cônjuge do alienante (para a venda a outros descendentes)
3 – Manifestação de vontade comum ou consentimento
- Deve ser livre e espontâneo
- Pode ser expressa, quando a lei não exigir que seja tácita
*A vontade no contrato, tanto para a oferta quanto para a aceitação, há de ser manifestada, ou exteriorizada. A manifestação pode ser expressa, tácita ou, em situações especiais e restritas, pela inação ou silêncio (doação pura, venda a contento, praxe comercial)
OBJETIVOS:
1 – Objeto lícito
- Que não atenta contra a lei, a moral e os bons costumes
2 – Possibilidade:
Física: emana de leis físicas ou naturais
ex. venda de terrenos no céu (impossibilidade). É NULO
Jurídica: ex: bens de domínio público, herança de pessoa viva (impossibilidade). É NULO
3 – Determinação do objeto/determinável
- Deve ser certo
Gênero: ex. soja (não perece)
Quantidade: ex. 6 sacas
*A qualidade se observa na hora da entrega.
4) (DOUTRINA) O objeto do contratodeve ter algum valor econômico
FORMAIS OU QUANTO À FORMA:
Livre/consensual: É a REGRA GERAL
- A regra é a liberdade de forma, celebrando-se o contrato pelo livre consentimento das partes contratantes
Art. 107. A VALIDADE da declaração de vontade NÃO dependerá de forma especial, SENÃO quando a lei expressamente a exigir.
Solene/formal: É a EXCEÇÃO. Exigida pela lei como requisito de validade de determinados negócios jurídicos
Ex: mandato
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a ESCRITURA PÚBLICA é essencial à VALIDADE dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de DIREITOS REAIS sobre imóveis de valor SUPERIOR a TRINTA VEZES O MAIOR SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE NO PAÍS.
- Ilustrando, em havendo compra e venda de imóvel com valor superior a tal parâmetro, necessária a escritura pública (contrato solene e formal). Se o imóvel tiver valor inferior, dispensa-se a escritura, mas é fundamental a forma escrita, para o registro (contrato não solene, mas formal).
Contratual: É convencionada pelas partes, não se pode voltar atrás, salvo se ambas consentirem. Os contratantes podem, mediante convenção, determinar que o instrumento público torne-se necessário para a validação do negócio
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
Observações importantes:
 Art. 111. O SILÊNCIO importa ANUÊNCIA, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de VONTADE EXPRESSA.
Ex: doação para incapaz (presunção absoluta)
 Art. 425. É lícito às partes estipular contratos ATÍPICOS, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
- Contratos atípicos são contratos que não se encontram no Código Civil, mas sim em leis esparsas.
Ex: consórcio
 Art. 426. NÃO PODE ser objeto de contrato a HERANÇA DE PESSOA VIVA. 
“Pacto corvina”
“Abre-se a sucessão”. A partir daí, pode-se falar em herança, pois sucessão remete à pessoa falecida.
 TODO o contrato tem valor ECONÔMICO
1. PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DA FORMAÇÃO DO CONTRATO
1.1 Princípio da função social dos contratos – “meta-individual” 
- É um dos pilares da teoria contratual e possui como objetivo a realização de uma justiça comutativa, no intuito de diminuir as desigualdades substanciais entre os contratantes
- Limita a autonomia de vontade das partes contratantes, independentemente do seu querer
- Busca-se a distribuição de riqueza
- Não se deve mais interpretar os contratos somente de acordo com aquilo que foi assinado pelas partes, mas sim levando-se em conta a realidade social que os circunda.
Meta-individual:
a) Função interna
- Entre as partes. A X B
b) Função externa
A X B X INTERESSE PÚBLICO*
*Predomina
Artigos que versam sobre o tema:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 2.035.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
1.2 Princípio da autonomia de vontade
- Trata da liberalidade que as partes possuem de celebrar, ou não, contratos, sem interferência do Estado
- Serve de fundamento para a celebração de contratos atípicos
LIMITAÇÕES:
Ex: contratar com o Poder Público se não houver autorização para tanto
- Art. 497 CC – veda a compra e venda de bens confiados à administração em algumas situações
*De conteúdo 
Respeitar as cláusulas gerais
*Faculdade de escolha de contratos
Ex: contratos que precisam obedecer à licitação, às concessões
*Liberdade de escolha
Ex: serviços prestados sob a forma de concessão de monopólio (água, telefone). Não tenho escolha, pois só existe um.
 É anulável a venda de ascendente para descendente, não havendo autorização dos demais descendentes e do cônjuge (art. 496)
1.3 Princípio da supremacia da ordem pública
- A liberdade contratual encontrou sempre limitação na ideia de ordem pública, entendendo-se que o interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual
- São preceitos indispensáveis para a organização estatal, sem os quais a sociedade não existiria. Podem ser éticos, morais e/ou jurídico.
Ex: bons costumes, alimentos, casamento, herança, adoção, família
1.4 Princípio do consensualismo
- Diz respeito à forma de contrato pelo consenso entre as partes independentemente da entrega e do pagamento
	REGRA GERAL: sem formalidade
EXCEÇÃO: exigência de formalidade*
*Não se forma pelo consensualismo, mas sim por instrumento público
1.5 Princípio da relatividade dos contratos
- Relativo às partes contratantes (interpretado de acordo com a função social)
- Obrigações são assumidas apenas a quem se obrigou. Portanto, VIA DE REGRA, os efeitos são para quem se obriga.
- Funda-se na ideia de que os efeitos dos contratos só se produzem em relação àqueles que manifestaram sua vontade, sem afetar terceiros diretamente.
Ex: contrato de locação
EXCEÇÕES ao princípio da relatividade dos contratos:
Arts. 436 – 438 (Estipulação em favor de terceiro)
 Comum nos seguros de vida e nas separações judiciais consensuais e convenções coletivas de trabalho, por exemplo, em que os acordos feitos pelos sindicatos beneficiam toda uma categoria
 Os efeitos são de dentro para fora do contrato (exógenos)
Artigos:
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
 Este artigo cuida da relação contratual em que terceiro estranho ao pacto passa a ser o beneficiário por estipulação de vantagem de natureza patrimonial em seu proveito, sem ônus ou contraprestação por parte do favorecido. Como exemplo podemos citar os contratos de seguro de vida e as convenções coletivas de trabalho em que o acordo assinado entre os sindicatos beneficia a categoria dos trabalhadores. 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
Aula:
Ex: seguro de vida
	
 Fase 1 Fase 2
[Estipulante ------------ promitente] --------- [beneficiário]
 Quem procura Quem paga 
A B C
 
Fase 1: As duas partes fazem o contrato. Não é necessário que o beneficiário tenha conhecimento da existência deste. O “C” será beneficiado caso haja o sinistro, ou seja, o falecimento da pessoa que fez o seguro
- Necessário o cumprimento dos requisitos (objetivos, subjetivos e formais)
Fase 2: 
- Não se analisa os requisitos
- O único envolvimento do beneficiário diz respeito à ACEITAÇÃO. Ademais, esse pode ser incapaz ou até mesmo não saber do negócio jurídico.
- NÃO PODE TER CONTRAPRESTAÇÃO
- Efeito recai em um terceiro “nada a ver” com a história
- Caso fique incapaz, estipulante pode requerer o benefício 
- Caso me SEPARE, é possível SUBSTITUIR o beneficiário, a saber:
Intra vires: “entre vivos”, por contrato, deve ser por escrito
Causa mortis: é por testamento
Arts. 439/440 (Promessa de fato de terceiro)
 Os efeitos são de fora para dentro do contrato, ou endógenos, porque a conduta de um estranho ao contrato repercute para dentro deste
Artigos:
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado,e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Aula:
Ex: A professora anuncia que no dia 17/08/2016 trará o Stolze para dar aula. Desta forma, cobra uma taxa de cada aluno para custear a sua vinda. Contudo, no dia prometido, o jurista não aparece. Ressalta-se que este não tinha conhecimento do acordo entre a professora e os alunos.
 Neste caso, a professora deverá ressarcir os estudantes, com perdas e danos
Ex2: No caso de um terceiro ser contratado por uma empresa (MANDATÁRIO) e não comparecer será ele o responsável por eventuais ressarcimentos
*PORTANTO, SE NÃO É CASO DE MANDATO, O TERCEIRO NÃO TEM RESPONSABILIDADE
Art. 439, parágrafo único (Cônjuge promitente)
- A esposa de Leonardo, casada sob o regime de comunhão parcial de bens, divulga um show a ser realizado por este no dia 13/08/2016. Contudo, na data supracitada, o cantor não aparece.
 Neste caso, a esposa de Leonardo deverá ressarcir os valores eventualmente pagos. Todavia, as pessoas não terão direito a perdas e danos ou danos morais, uma vez que prejudicaria o seu cônjuge, pois atingiria o patrimônio de ambos.
Obs: caso fosse separação total de bens, seria possível pleitear danos morais, uma vez que atingiria somente o patrimônio da esposa.
ASSIM, A LÓGICA É QUE O QUE FOR COMUM AO CASAL, NÃO PODERÁ SER EXECUTADO
 Locação urbana (lei do inquilinato)
Daniela x proprietário
 Caso Daniela venha vim a falecer, o seu dependente se sub-roga nos seus direitos. Ressalta-se que este deve comunicar o proprietário e o fiador. Se o fiador não quiser mais participar do negócio jurídico, fica responsável por 120 dias.
Análise de artigos:
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
Art. 467 até 471 – “sui generis” – Contrato com pessoa a declarar – “pró amicu eligendo”
 No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se à faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Tal figura é muito comum no contrato preliminar
A ------------------------- B ------------------------- C 
Objeto da prestação: compra de um imóvel
- “A” e “B” firmam um prazo de 6 meses a reforma do imóvel (no silêncio do contrato, o prazo é de 5 dias). Ao final do prazo, B indica C para assumir as obrigações dele decorrentes. Caso C não aceitar, estiver insolvente ou incapaz, mantém-se o contrato firmado entre “A” e “B”
 Ressalta-se que não é um contrato de risco para o vendedor, no caso “A”
 Deve-se analisar os requisitos de todos (A, B, C), diferentemente dos casos previstos nos arts. 436 e 438.
Artigos:
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
1.6 Princípio da obrigatoriedade ou intangibilidade dos contratos
“pacta sunt servanda”
 Este princípio reflete a força que tem o contrato na vinculação das partes, que são obrigadas ao cumprimento do pacto. Embora o princípio da autonomia da vontade estabeleça que ninguém é obrigado a contratar, uma vez, entretanto, efetivado o acordo de vontades e sendo o contrato válido e eficaz, as partes são obrigadas a cumpri-lo. Este princípio decorre de dois pontos básicos: 
a) A segurança jurídica dos negócios que representa uma função social dos contratos. Se o descumprimento dos contratos fosse livre de qualquer coerção, as relações de negócios se transformariam em desordem e insegurança. 
b) A intangibilidade ou imutabilidade do contrato. O contrato faz lei entre as partes. A intangibilidade do contrato faz com que as partes sejam obrigadas a respeitá-lo,( pacta sunt servanda), não podendo ser alterado de forma unilateral. 
Aula:
- Significa a força vinculante das obrigações, que se baseia na necessidade de segurança e da intangibilidade do contrato
Segurança:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
EXCEÇÃO – escusa por caso fortuito ou força maior
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Previsibilidade: 
Certeza jurídica
1.7 Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva (teoria da imprevisão)
Cláusula “rebus sic stantibus” – presunção legal de todo contrato bilateral e comutativo, logo não se aplica aos contratos aleatórios. Pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se durante o lapso temporal não ocorrer nada, o contrato deverá ser cumprido.
- Com base nas cláusulas gerais sempre se poderá encontrar fundamento para a revisão ou extinção do contrato em razão de fato superveniente que desvirtue sua finalidade social, agrida as exigências da boa-fé e signifique o enriquecimento indevido para uma das partes, em detrimento da outra
- Por este princípio, diante de determinadas circunstâncias, um dos contratantes, através do Poder Judiciário, tem a possibilidade de alterar o contrato independente da vontade do outro. Assim, podemos dizer que o princípio da onerosidade excessiva se contrapõe ao princípio da obrigatoriedade dos contratos.
Artigos:
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
 A possibilidade da revisão dos contratos tem por objetivo manter o equilíbrio contratual de modo a permanecer efetivamente o acordo de vontade inicial das partes. 
Requisitos:
Bilateral
Exceção = art. 480 CC 
Comutativo
As partes devem ter ciência quanto às prestações
Prestação continuada ou diferida 
Não posso, por óbvio, revisar contrato de compra/venda com pagamento a vista
Continuada: o cumprimento ocorre repetidamente no tempo, de forma sucessiva. Ex: locação
Diferida: existe um lapso temporal entre a compra e o pagamento. 
Deve ainda gerar efeitos no tempo. Em regra, não é possível rever contrato instantâneo, já celebrado e aperfeiçoado.
Ex: compra/venda no cartão de crédito
Fato extraordinário + imprevisível
Imprevisível:não são mais enquadrados os fenômenos climáticos, pois com o avanço da tecnologia é possível prevê-los. Também, a variação entre receita/despesa e moeda estrangeira também são consideradas previsíveis, como também no caso do desemprego.
Causar desproporção
Situação desfavorável a uma das partes
Enriquecimento ilícito
 O CDC – não há qualquer menção a eventos imprevisíveis ou extraordinários. Portanto, não adotou a teoria da imprevisão, mas sim a teoria da base objetiva do negócio jurídico.
OPÇÕES PARA A PARTE PREJUDICADA:
1) Resolver (extinguir) o contrato
2) Revisar parcialmente
Artigos:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
 Arts. 479 e 480 = PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS CONTRATOS
1. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Interpretar ---------------------------------------------- buscar o sentido/alcance
 Objeto da hermenêutica
 Ciência que interpreta o Direito
 Intérprete direto (judiciário)/intérprete indireto (todos nós)
2. FORMAS DE INTERPRETAR OS CONTRATOS
Interpretação declaratória: “por essa forma o contrato é bastante em si”
 Não é necessário que o juiz realize a complementação. Este é capaz de descobrir a real intenção das partes tão somente pelo o que está exposto no contrato. Nesse sentido, fica adstrito a este, ou seja, simplesmente analisa o contrato e diz o Direito
 É autossuficiente
Interpretação construtiva: o contrato não basta!
 É necessário complementar o contrato com cláusulas gerais, doutrina, jurisprudência, usos, costumes, etc
 É por meio dela que as lacunas, a omissão ou a ambiguidade deixadas pelas partes serão resolvidas
Ex: Contrato de locação com prazo de 50 meses. Insere-se prazo de reajuste do IGPM. Todavia, 2 anos após a realização do contrato, o IGPM deixa de existir. Neste caso, o juiz precisaria complementar, pois há uma lacuna.
3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Pré-contratual:
 Manifestação/declaração de vontade
 Aqui, não se fala em inadimplemento, mas sim em ilícito civil, o qual depende de comprovação. Fala-se em inadimplemento somente após a declaração/manifestação de vontade.
Obs: não existe a dicotomia entre pré-contratual e contratual, utiliza-se esta separação apenas para fins didáticos.
Livro:
 Fase de debate/negociações preliminares
 Os Enunciados n. 25 e 170 do CJF/STJ reconhecem a aplicação da boa-fé objetiva em todas as fases do contrato. Por tal caminho, aquele que desrespeitá-la pode cometer abuso de direito (art. 187 CC), o que gera o seu dever de indenizar.
Contratual/contrato:
	(1) PROPOSTA/OFERTA
	(2)
ACEITAÇÃO
	(3) CONTRAPROPOSTA
NOVA PROPOSTA
	(4)
RETRATAÇÃO
REVOGAÇÃO
	 NEGÓCIO JURÍDICO UNILATERAL
 Solicitante: quem formula a proposta
 Solicitado: quem recebe a proposta
 Proposta: + individualizada
 Oferta: aberta ao público. Ex: panfletos distribuídos na frente da UNIFRA
 DÁ INÍCIO AO CONTRATO
 IMPULSO OFICIAL
 Art. 427 – “proposta vincula o proponente”. O que foi ofertado deve ser cumprido, com exceções.
 Em complemento, é possível revogar a oferta ao público, pela mesma via de divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada., isto é, desde que respeitado o dever de informar a outra parte.
	 NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL
 CONCLUSÃO DO CONTRATO (GERA DIREITOS E OBRIGAÇÕES)
 A concordância pode ser expressa ou tácita (se a lei não exigir)
 Caso haja descumprimento haverá inadimplemento contratual. É independente do pagamento e da entrega
 A desistência deve ser mútua
 Qualquer modificação ou aceitação fora do prazo induz uma contraproposta
	 Qualquer modificação e aceitação fora do prazo. Ex: alterar a quantidade ofertada
 Inversão de quem propõe e de quem aceita
 O ofertante da proposta inicial não é obrigado a aceitar a contraproposta
	 Pode ser para o proponente e para o aceitante
 É quando o proponente se arrepende da proposta feita ou o aceitante se arrepende da compra realizada
 DEPENDE DE PROVAS
Considerações sobre a retratação:
 O proponente não precisa se explicar, basta interceptar a proposta que já havia feito, por um meio mais rápido que o possível recebimento por parte do aceitante
Ex: Aceito uma proposta por meio de uma carta. Entretanto, arrependo-me. Neste caso, devo telefonar para o proponente e informá-lo da desistência da compra do produto. DEVO COMPROVAR QUE LIGUEI!
 Em relação ao aceitante, caso realize uma compra pela internet, por exemplo, e não gostar do produto, terá 7 dias para se retratar.
ART. 428. 
Presente: pessoalmente ou meio de comunicação que gere simultaneidade (tomar cuidado)
 A proposta ou oferta pode estipular ou não prazo para aceitação. Se não houver prazo, a aceitação deve ser manifestada imediatamente. Porém, se houver prazo, deverá ser pronunciada no termo concedido. Portanto, o contrato entre presentes é formado no momento em que o aceitante aceita a proposta
Ex: whats app, telefone
Ausente: distantes geograficamente
Ex: contrato epistolar
DEIXA DE SER OBRIGATÓRIA A PROPOSTA:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita (sem aceitação)
Ex: ofereço o livro do Gonçalves por 100 reais na aula. Após o término desta, deixa de ser obrigatória a proposta
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
Ex: Envio uma proposta pelo correio. Entre a postagem e o recebimento, passam-se 2 dias. Presume-se que o tempo para a resposta e consequente postagem por parte do suposto aceitante sejam os mesmos 2 dias. Portanto, depois de 2 dias, deixa de ser obrigatória a proposta
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado (com prazo);
- A aceitação fora do prazo induz nova proposta, como visto anteriormente
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente (cuidar que aqui se fala apenas em proponente)
Art. 429 – Oferta
A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
 A própria oferta poderá restringir o âmbito da produção de seus efeitos
Ex: “oferta válida apenas para os 10 primeiros”
Art. 430
Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Ex: greve nos correios
ART. 433
Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
CUIDAR!
ART. 434 = Contrato entre ausentes
 Na teoria, é formado pela simples EXPEDIÇÃO (TEORIA DA EXPEDIÇÃO)
Ex: colocou no correio, formou o contrato
 Na prática, tem-se adotado a TEORIA DO CONHECIMENTO/RECEBIMENTO
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Art. 435 – Lugar da formação dos contratos
 RG: Forma-se no local onde foi proposto
Questões internacionais:
Art. 9º LINDB:  Para qualificar e reger as obrigações aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 1o Destinando-se aobrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
Obs: Em se tratando de questões internacionais, o CDC permite que se realize no Brasil, contrariando a LINDB
EXERCÍCIOS DE PROPOSTA E ACEITAÇÃO 
1. “Frederico”, proprietário de uma loja de aparelhos eletrônicos, na cidade de Santa Maria- RS, objetivando aumentar suas vendas, através de processos mais eficientes, gestões menos complexas e tecnologia mais flexível, resolveu criar um site para deixar disponíveis encartes e propostas de venda de seus produtos a pessoas físicas e jurídicas, continuando, todavia a enviar proposta escrita a algumas empresas. Diante dessa situação, pergunta-se:
OBS.: Indique os dispositivos legais, se acaso houver, em todas as alternativas.
A) Caso pretenda Frederico vender pelo site um de seus produtos, este se configurará entre ausentes ou entre presentes? 
R: Entre ausentes, pois não há simultaneidade
B) Se ao invés do proponente ser brasileiro, ele fosse espanhol, e um brasileiro fizesse a aquisição de algum produto oferecido pela internet por essa empresa estrangeira, o contrato então celebrado se regeria por qual das leis? Do país do contratante (brasileiro)? Ou do país do proponente (espanhol)? 
R: Na teoria, o contrato celebrado se regeria pela lei estrangeira, em virtude de a LINDB, no art. 9º, parágrafo segundo, estabelecer que a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
Todavia, na prática, o CDC garante a regência pela lei brasileira
C) Se, Frederico, mandasse proposta escrita ao Grupo Santa Cruz S/A, localizada na cidade de Santa Cruz do Sul – RS, para fornecimento de 50 notebooks para esta dar a seus funcionários ao preço de R$ 1500,00 cada, com a validade da proposta prevista por 10 (dez) dias de sua veiculação. Pergunta-se: Caso pretenda o Grupo Santa Cruz S/A aceitar tal proposta, o que deverá fazer? 
R: Deverá aceita-la integralmente e dentro do prazo de 10 dias
D) Agora, considere que Frederico foi pessoalmente oferecer a proposta ao Grupo Santa Cruz e que houve a aceitação por parte da empresa nas condições estabelecidas na alínea anterior. Pergunta-se a partir de que momento o contrato começará a produzir efeitos jurídicos?
R: a partir da aceitação
E) Igualmente, considere que Frederico fez uma proposta aberta ao público, por meio de anúncios não só em seu site como também em folhetos. Diante disso, pergunta-se se essa proposta vincula o ofertante e o que este deve assegurar nessa situação; 
R: Vincula e deve assegurar o cumprimento das condições da proposta
Obs: Caso quisesse uma retratação, esta deveria estar prevista na proposta
F) No caso presente na alternativa C, qual o local de celebração do contrato?
R: Santa Maria
G) No caso presente na alternativa D, qual o local de celebração do contrato?
R: Santa Cruz
H) Agora, considere que o Grupo Santa Cruz S/A dentro do prazo estipulado (dez dias) tenha aceitado a proposta, todavia pretendendo o fornecimento de apenas 20 notebooks. Está Frederico obrigado a contratar pelos valores ofertados para os 50 notebooks? Por quê?
R: Não, pois é uma nova proposta/contraproposta
I) Tomando tal providência (aceite), mas passado 15 (quinze) dias da veiculação da proposta, estará Frederico obrigado a contratar? 
R: Não, pois induz a uma nova proposta
J) Malgrado o contrato se aperfeiçoe com a aceitação, o CC trata de duas hipóteses em que tal manifestação de vontade deixa ter força vinculante. Quais são elas?
R: Arts. 427, parte final e 428.
2. “Leonardo” é representante comercial de uma empresa de implementos agrícolas, cuja sede, é na cidade de Santa Maria-RS. Em visita a um agricultor na cidade de Agudo-RS, fez a proposta de venda de uma grade niveladora, modelo “X”, ao preço de R$ 12.000,00. O agricultor, após análise da proposta, manifestou aceitação, realizou o pagamento em cheque nominal a empresa, ficando no aguardo do recebimento do bem, previsto para 45 dias. Ocorre, no entanto, que no momento posterior Leonardo, entrou novamente em contato com o agricultor, para pedir um aumento no valor, pois tal implemento não estava mais sob o mesmo preço e ele não queria ficar sem a sua comissão. Diante dessa situação, responda:
OBS.: Indique os dispositivos legais, se acaso houver, em todas as alternativas.
A) A conduta de Leonardo está correta? O contrato se configurou entre presentes ou ausentes? Justifique.
R: Não está correta a conduta de Leonardo, pois viola os princípios da boa-fé, do consensualismo, da obrigatoriedade, entre outros.
B) Qual o local de celebração do contrato?
R: Agudo – RS (art. 435)
C) Se, considerando os dados do problema, Leonardo, mandasse proposta escrita ao agricultor, para fornecimento da grade niveladora, de uma plantadeira e de um pulverizador, com a validade da proposta prevista por 15 (quinze) dias de sua veiculação. Pergunta-se: Caso pretenda o agricultor aceitar tal proposta, o que deverá fazer? 
R: Aceitar integralmente e dentro do prazo de 15 dias
D) Agora, considere a situação da alínea C, dizendo o que se configura se o agricultor aceitar apenas a plantadeira? Estará Leonardo obrigado a contratar, neste caso? 
R: Configura uma nova proposta, não estando Leonardo obrigado a contratar (art. 431)
E) Igualmente, considere que Carlos Eduardo fez uma proposta aberta ao público, por meio de anúncios não só em seu site como também em folhetos. Diante disso, pergunta-se se essa proposta vincula o proponente e o que este deve assegurar nessa situação?
R: Sim, vincula (art. 429). “A proposta vincula o proponente”. Deve assegurar o cumprimento de todas as condições propostas.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 São vícios do OBJETO
 São vícios ou defeitos ocultos capazes de: tornar a coisa imprópria ou lhe diminuir o valor
 Circunstâncias em que a conduta é compatível/adequada para com o bom funcionamento do bem adquirido. 
Requisitos para o reconhecimento do vício redibitório:
a) Ter a coisa sido adquirida em contrato comutativo (sem riscos), oneroso (vantagens recíprocas) e bilateral (reciprocidade)
b) Ser o defeito anterior/contemporâneo à alienação (deve-se comprová-lo)
Não responde o alienante pelos defeitos supervenientes
c) Ter o adquirente a ignorância (desconhecimento do vício)
Caso conhecesse o vício, seria contrato aleatório
d) Ser o defeito oculto (que prejudique ou diminua)
A palavra “defeito grave” não precisa aparecer, pois não se exige que seja grave.
Obs:
 O vício redibitório também pode ser aplicado em doações onerosas (com encargo) – art. 441, parágrafo único e nas doações remuneratórios (ex: dar um presente para o professor orientador, como forma de agradecimento)
*Curiosidade: doações contemplativas = é quando um grupo de pessoas se reúne/promove uma ação para realizar determinada doação.
ORIGEM:
PRINCÍPIO DA GARANTIA: 
 Decorrente da relação alienante x alienatário
 É dever do alienante entregar a coisa em perfeito funcionamento, uma vez que é responsável pelo uso e gozo da coisa alienada
Possibilidades:
Em relação às garantias, as partes podem:
- Aumentar
- Diminuir
Ex: não haverá pagamento com perdas e danos
- Excluir
Ex: “vende-se no estado em que se encontra”
Obs: as garantias possuem limites (função social, boa-fé)
Responsabilidades:
Art. 443
Alienante + conhecimento do vício (MÁ-FÉ) = RESSARCIMENTO/EQUIVALENTE + PERDAS E DANOS
Alienante + desconhecimento do vício (BOA-FÉ) = RESSARCIMENTO/EQUIVALENTE + DESPESAS CONTRATUAIS
Art. 444
Alienante + perecimento do objeto em poder do alienatário = VIA DE REGRA, PRESISTE A RESPONSABILIDADE (APLICA-SE AS MESMAS REGRAS ACIMA), SALVO CASO FORTUITO/FORÇA MAIOR
AÇÕES EDILÍCIAS (ART. 442 CC): 
 São as ações que o adquirente pode se valer para reclamar o vício redibitório em face doalienante. 
 Ações edilícias é gênero que possui duas espécies: REDIBITÓRIA e ESTIMATÓRIA (QUANTI MINORIS). Elas são usadas conforme a perda do adquirente.
Ação redibitória: Quando o defeito gerar diminuição parcial do bem, nessa hipótese o adquirente pode optar pela devolução do bem com a restituição do valor pago, sem prejuízo de perdas e danos, voltando as partes ao status quo ante. Para pleitear as perdas e danos, deverá comprovar a má-fé do alienante (art. 443 CC). Com a devolução do valor pago e o ressarcimento das despesas contratuais, cabe mesmo se o alienante não tinha conhecimento do vício.
Ação estimatória ou quanti minoris: O alienatário pode optar por ficar com a coisa, exigindo, porém, um abatimento no preço proporcional a diminuição funcional da coisa. 
Obs:
 Em caso de perda total a ação cabível será sempre a redibitória por razões lógicas, afinal, não se pode reclamar por uma diminuição do bem quando ele se perde totalmente.
Prazos (art. 445)
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
	
Bens móveis (30 dias)
 ----------------- Contados da entrega/tradição efetiva
Bens imóveis (1 ano)
SE JÁ HOUVER POSSE:
 O problema deve informar expressamente
Ex: locatário que adquire o bem, havendo uma tradição ficta
	
Bens móveis (15 dias)
 ------------------ Contados da efetiva alienação
Bens imóveis (6 meses)
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
QUANDO O VÍCIO, POR SUA NATUREZA, SÓ PUDER SER CONHECIDO MAIS TARDE:
Entendimento do STJ:
	
6 meses para aparecer o problema (bens móveis) + prazo de 30 dias para pleitear a redibição.
 
1 ano para aparecer o problema (bens imóveis) + prazo de 1 ano para pleitear a redibição.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
 Os contratantes podem ampliar convencionalmente o prazo. Em síntese, haverá cumulação de prazos, fluindo o primeiro o da garantia convencional e, após, o da garantia legal. Se, no entanto, o vício surgir no curso do primeiro, o prazo para reclamar se esgota em trinta dias seguintes ao seu descobrimento. Significa dizer que, mesmo havendo ainda prazo para a garantia, o adquirente é obrigado a denunciar o defeito nos trinta dias seguintes, sob pena de decadência do direito.
EVICÇÃO (art. 447 – 457)
 É um vício de DIREITO
 É a perda da coisa em virtude de sentença judicial e, modernamente, de ato administrativo
A evicção é dividida em três partes:
EVICTOR ----------------------- ALIENANTE ----------------------- EVICTO
- Quem tem direito anterior à alienação - Quem transfere - Quem perde a ação/ 
 a coisa de forma onerosa coisa adquirida
Ex: Daniela realiza um contrato com Flóren. Esta lhe da como garantia um bem, mas acaba vendendo esse para Rafaela (3º de boa-fé). Transcorrido determinado tempo, Daniela cobra de Flóren o que esta lhe deve. Todavia, Flóren está inadimplente e neste caso não tem como adimplir o valor devido. Com isso, Daniela subtrai o bem que foi vendido à Rafaela, uma vez que esse era uma garantia. Ressalta-se, ainda, que Rafaela terá direito de regresso contra Flóren.
Obs:
 Não é mais necessário o evicto chamar o alienante para o processo (denunciação à lide)
 Pendendo a ação de evicção, não corre a prescrição
Origem:
Princípio da garantia:
 Presunção legal de sua aplicabilidade em contratos comutativos, onerosos e bilaterais.
 Sua função é proteger o 3º de boa-fé.
Porém! Art. 448
 Traz a possibilidade de aumentar, diminuir ou excluir a garantia
 Não é absoluto, devendo estar em conformidade com a função social e a boa-fé objetiva
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
 
Art. 447
 Persiste a garantia, AINDA QUE oriunda de hasta pública (leilão, arremate em praça pública, etc)
Obs:
O Código silencia quanto a hasta pública em relação aos vícios redibitórios
	ESQUEMA:
Cláusula expressa de exclusão de garantia + conhecimento do risco da evicção pelo evicto = isenção de toda e qualquer responsabilidade por parte do alienante
Cláusula expressa de exclusão de garantia – ciência específica desse risco por parte do adquirente = responsabilidade do alienante apenas pelo preço pago pelo adquirente pela coisa evicta
Cláusula expressa de exclusão de garantia, sem que o adquirente haja assumido o risco da evicção de que foi informado = direito deste de reaver o preço que desembolsou
Requisitos:
 Ter a coisa sido adquirida em virtude de contrato comutativo, oneroso e bilateral
 Haver a perda da coisa (total ou parcial)
 Versar o vício sobre posse, uso e/ou propriedade
 Ser a causa pré-existente à alienação
 Ter a adquirente a ignorância da coisa
Se tiver conhecimento e assumir o risco, será um contrato aleatório
**Antes do novo CPC, a denunciação à lide também era um requisito.
Ressarcimento nos casos de evicção total (art. 450):
 Restituição integral do preço pago + indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir + indenização pelas despesas resultantes da evicção + custas judiciais e honorários + benfeitorias úteis e/ou necessárias (não abonadas ao evicto pelo evictor – art. 453, CC. Porém, se as benfeitorias abonadas ao que sofreu evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor destas deverá ser levado em conta na restituição devida - art. 454, CC)
 Valor da época em que “se evenceu” (sofreu evicção)
Deve-se ressarcir pelo menos o valor pago + atualização
O que não pode é haver prejuízo ao terceiro de boa-fé. Neste sentido, caso fosse construído um shopping ao lado da propriedade, esse se beneficiaria.
Art. 453, 454
EVICTOR -------------------- ALIENANTE ------------------ EVICTO
 Caso o evicto fizer benfeitorias e o evictor não ressarcir, o alienante poderá ser cobrado. Caso o alienante também não tenha recebido do evictor, poderá cobrar deste.
Art. 451
 Subsiste essa garantia mesmo se a coisa for deteriorada, exceto se o adquirente agir com dolo (evicção total ou parcial)
Art. 1218 – O alienante é responsável pelo uso e gozo da coisa alienada
 Todavia, se o alienado soubesse do litígio, mesmo não havendo dolo, será responsável, já que seria um possuidor de má-fé.
A evicção poderá acarretar:
PERDA TOTAL – o ressarcimento é integral
PERDA PARCIAL (art. 455) – divide-se em:
Considerável
Não considerável
Considerável: 
 É quase a totalidade até prova em contrário (ex: tenho 10 hectares e perco 8)
 Poderá ocorrer a resolução (extinção) do contrato ou a restituição do valor, sendo esta proporcional ao desfalque sofrido
 Em regra, é a que supera a metade do valor do bem
Não considerável:
 Indenização do desfalque sofrido de modo proporcional, até prova em contrário
 Não pode extinguir o contrato (PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOSCONTRATOS)
Art. 449 c/c 457 = “não sabia ou dele informado não o assumiu”
Extinção dos contratos
Nascimento --------- Respeito aos princípios -------- Garantias //// Cumprimento de causas 
Requisitos: posteriores à formação 
Objetivos, subjetivos e formais 
 
 Resilição/Resolução/Rescisão -------- Morte
 Extinção: Adimplemento
 Cumprimento
 Pagamento = quitação 
 
 
RESILIÇÃO (art. 473)
 Relaciona-se à VONTADE, a qual pode ser:
Unilateral: uma das partes. É a exceção, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade
Bilateral, também denominada de distrato: ambas as partes
 Refere-se à vontade de uma ou ambas as partes de extinguir o contrato
 Não é sempre um ato potestativo (vontade) das partes
Unilateral (art. 473):
A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
EXCEÇÃO: Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Bilateral (distrato) – art. 472:
 O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato, sob pena de nulidade absoluta.
CUIDAR! 
Caso um contrato seja feito por escrito, poderá ser desfeito verbalmente. Todavia, caso tenha sido feito por instrumento público, deverá ser desfeito também por este.
 Ambas querem desfazer o negócio
RESOLUÇÃO – (art. 474 até 480)
 Relaciona-se ao INADIMPLEMENTO, este pode ser:
Culposo (involuntário – caso fortuito/força maior) – resolve-se o contrato
- Lembrar da mora e da previsão contratual no sentido de responsabilização por esses eventos
Doloso (voluntário) – resolve-se o contrato + perdas e danos
Pode ser por: inexecução voluntária, inexecução involuntária, onerosidade excessiva
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Da Exceção de Contrato não Cumprido
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Da Resolução por Onerosidade Excessiva
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Posicionamento do STJ:
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL (IMPORTANTE!)
 Não terá a parte contrária o direito de resolver o contrato em relação ao agente que pagou quase a totalidade das prestações. Neste caso, terá direito a cobrar as parcelas vincendas e vencidas oriundas da mora.
Ex: pagar 26 das 30 prestações de um automóvel.
 Entende-se que a teoria pode ser aplicada quando pelo menos 70% das prestações forem adimplidas
RESCISÃO:
 Relaciona-se à ESTADO DE PERIGO E LESÃO
 O efeito será “ex nunc”
EXERCÍCIOS DE REVISÃO
1. LUIZ FERNANDO ajuizou ação redibitória contra LEANDRO JOEL em 25/04/2011. Aduziu que contratou a compra e venda de um cavalo da raça “X”, reprodutor consagrado e premiado, pelo valor de R$ 20.000,00, para fins de procriação em 20/12/2010. O pagamento foi feito à vista e o animal entregue corretamente. Ocorre que passados alguns meses, LUIZ FERNANDO constatou que suas éguas não haviam emprenhado o que o levou a perquirir o motivo de tal situação, descobrindo que um acidente ocorrido após a entrega do animal em sua fazenda, causou sua esterilidade. Diante disso, LUIZ FERNANDO busca a redibição do contrato tendo em vista o fato de que tal vício inutilizou o uso do animal para o fim a que se destinava. Pergunta-se: a conduta de LUIZ FERNANDO está correta? Por quê? Fundamente, inclusive com dispositivos legais. 
R: A conduta de Luiz Fernando não está correta, haja vista que a esterilidade do cavalo foi posterior à alienação. Neste sentido, apenas lograria êxito caso o vício fosse anterior à alienação. Ademais, houve também uma violação do princípio da boa-fé objetiva.
2. Serginho foi contratado pela empresa Center Choque como colorista. Chega em casa muito feliz e anuncia à sua mãe que o salão é tão organizado que possui plano de saúde, odontológico e seguro de vida em grupo. Sua mãe fica imensamente feliz, mas, diz que não é para ser indicada como beneficiária do seguro de vida e sim a sobrinha Laura, menor impúbere. Em razão do comentário de sua mãe, resolve Serginho indicar como beneficiária sua pequena sobrinha de apenas dois anos de idade. Passados dois meses, Serginho falece e seu padrasto comenta no enterro que a menor, a sobrinha, não poderá receber o valor do seguro por não ser herdeira do mesmo e também porque não poderia figurar no contrato por ser incapaz. Diante disso responda: 
A) Que tipo de estipulação Serginho realizou? Fundamente, inclusive com dispositivos legais. 
R: Estipulação em favor de terceiro
B) Diga que tipo de contrato foi realizado por ele e, pelo viés da Seguradora. Classifique-os.
R: Bilateral, comutativo, oneroso, típico, nominado
Pelo viés da Seguradora: bilateral, aleatório, oneroso, típico, nominado
C) O fato de Laura ser absolutamente incapaz afeta a produção de efeitos do negócio jurídico celebrado? Justifique.
R: Não, pois é uma exceção ao princípio da relatividade
D) Agora considere, que sendo alertado por seu padrasto de que a menina era incapaz e que não poderia receber o prêmio do seguro, Serginho faz a substituição de Laura por sua mãe sem que ela saiba, mas com a devida retificação da apólice. Esta indicação estará apta à produção de seus efeitos? Poderá a mãe exigir o cumprimento de tal prêmio?
R: Sim para ambas as perguntas (art. 437 e 438)
3. Edson vendeu veículo de sua propriedade a Bruna, estipulando que o pagamento deveria ser feito a Tânia. Trinta dias depoisda aquisição, o motor do referido veículo fundiu. Edson, embora conhecesse o vício, não o informou a Bruna e, ainda, vendeu o veículo pelo preço de mercado. Desejando resolver a situação, Bruna, que depende do automóvel para o desenvolvimento de suas atividades comerciais, procurou auxílio de profissional da advocacia, para informar-se a respeito de seus direitos. Em face dessa situação hipotética, indique, justificadamente, a(s) medida(s) judicial(is) cabível(is) e a(s) pretensão(ões) que pode(m) ser(em) deduzida(s), a parte legítima para figurar no polo passivo da demanda e o prazo para ajuizamento, bem como o princípio garantidor da pretensão.
R:
4. A respeito da disciplina dos contratos, segundo o Código Civil, assinale a opção correta. 
A) Se resolverem estipular contrato atípico, as partes deverão redigir as cláusulas contratuais de comum acordo e não estarão obrigadas a observar as normas gerais fixadas pelo Código.
B) O alienante responde pela evicção nos contratos onerosos, mas essa garantia não subsiste caso a aquisição tenha sido realizada em hasta pública.
C) O contrato preliminar deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado, mesmo quanto à forma.
xD) A disciplina dos vícios redibitórios é aplicável às doações onerosas, de forma que poderá ser enjeitada a coisa recebida em doação em razão de vícios ou defeitos ocultos que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
CONTRATOS EM ESPÉCIE
COMPRA E VENDA
 Vendedor transfere o domínio da coisa mediante o pagamento do preço ou equivalente (cheque, cartão de crédito) pelo comprador
 Trata-se de um contrato translativo, mas que por si só não gera a transmissão da propriedade
OBJETO --------------- PREÇO ---------------- CONSENTIMENTO
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Classificação:
 Bilateral e oneroso (vantagens recíprocas)
 Comutativo (regra)
 Aleatório (exceção). Obs: não se presume contrato aleatório, isto é, quando assim for, os termos do contrato devem indicar
 Consensual (regra) – é um mero acordo de vontade das partes, não possui formalidade
 Solene (exceção) – exige formalidade, sob pena de nulidade. Atrelada à necessidade de instrumento público
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
 Típico (está dentro do CC)
 Nominado
 Paritário (regra) – relaciona-se à condição de igualdade entre as partes na relação jurídica
 Adesão (exceção) – ocorre muito nas relações de consumo, onde as partes não estão em condição de igualdade. É um contrato onde a pessoa somente assina, não se discute as cláusulas, a vulnerabilidade não é observada
 Translativo de domínio (Direito brasileiro)***
Serve de título hábil para o adquirente
A COMPRA E VENDA NÃO TRANSFERE AUTOMATICAMENTE A PROPRIEDADE!
A propriedade será transferida de acordo com o tipo de bem que está se vendendo:
Bens móveis: a transferência se dá pela tradição. Neste sentido, até a tradição, os riscos correm por conta do vendedor. Portanto, este só deixará de ser proprietário quando realizar a entrega definitiva do objeto
 Se não entregar, será inadimplente
Bens imóveis: a transferência se dá pelo registro no Cartório de Registro Imobiliário (CRI)
 Se não registrar, não é proprietário
Elementos da compra e venda
1) Objeto/coisa
2) Preço
3) Consentimento
* Em alguns casos, exige-se também a presença de um 4º elemento, a forma. Contudo, caso seja perguntado quais são os elementos que compõem a compra e venda, a ausência da forma não torna a questão incorreta, visto que os três elementos supracitados é que são considerados essenciais. Com isso, estará correta a questão que citar “somente” os três.
Análise dos elementos:
1) Objeto/coisa
 Atual ou futura
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
 Corpórea (objeto que se materializa: estojo, mesa...) ou incorpórea (marca, patente, direitos autorais)
Obs:
O contrato de cessão de direitos autorais pode ser oneroso ou gratuito!
 Estar disponível
 Poder ser transferida
Exemplos de coisas que não podem ser transferidas:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público
 Ser individuada
Deve-se determinar pelo menos o gênero e a quantidade. Isto é, a coisa não pode ser totalmente indeterminada
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Obs: via de regra, coisa incerta não perece
2) Preço = soma em R$
SERIEDADE + CERTEZA + PECUNIARIEDADE
 Deve ser certo e determinado e em moeda nacional corrente, pelo valor nominal. O preço, em regra, não pode ser fixado em moeda estrangeira, sob pena de nulidade absoluta do contrato.
Seriedade: guardar relação com o valor de mercado (não pode ser absurdamente caro e nem o contrário)
Certeza: deve haver um critério para determinar o preço. Este poderá ser definido desde logo ou posteriormente
Critérios: art. 485 a 489, CC
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais (frequentes) do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
 O termo médio está relacionado ao preço justo, ou seja, nem o mais alto e nem o mais baixo valor. Encontra-se em conformidade com o princípio da função social dos contratos
***Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
 Não se confunde com a ideia de autonomia da vontade
 Nulidade = não se convalida, não tem prazo para alegar, pode ser alegada por qualquer pessoa, inclusive de oficio pelo juiz.
Ex: no caso de uma venda com um preço a ser estabelecido no futuro, e um terceiro designado para estipular o valor não aceitar, é nulo o arbitramento por uma das partes
Pecuniariedade: preço é elemento vital. Na ausência deste, não existe compra e venda, mas sim meramente uma troca.
3) Consentimento
 deve ser livre e espontâneo
 Em havendo vício de consentimento (erro, dolo, coação moral, estado de perigo e lesão), o contrato de compra e venda é anulável
LIMITAÇÕES DA COMPRA E VENDA
 Lei 8069/90 – ECA
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
 Se os bens não forem entregues conforme o modelo,amostra ou protótipo, poderá o contrato de compra e venda ser desfeito
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
 Não é possível a venda de bens comuns. Em contrapartida, é lícita a venda dos bens excluídos da comunhão.
Ex: carro adquirido antes do casamento
 Pode ser aplicado por analogia à união estável
 Somente é possível a venda de bens excluídos da comunhão. Se um bem que já fizer parte da comunhão for vendido, a venda é nula, por impossibilidade do objeto
ESQUEMA:
	
É possível a venda entre cônjuges?
 No regime da comunhão parcial de bens? Sim, quanto aos bens particulares
 No regime da comunhão universal de bens? Sim, quanto aos bens incomunicáveis (art. 1668 CC)
*** Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
 Não se aplica por analogia aos casos de união estável
 Desse modo, para vender um imóvel para um filho, o pai necessita de autorização dos demais filhos e de sua mulher, sob pena de anulação da venda
 A autorização dos descendentes e do cônjuge não precisa ser no momento da compra e venda, permite-se a ratificação posteriormente
 Caso ultrapassar o prazo de 2 anos contados do registro, e não havendo consentimento, o ato se convalida, ou seja, torna-se válido
 A prescrição não corre para os menores de idade
PREOCUPAÇÃO COM A LEGÍTIMA (PARTE INDISPONÍVEL)
 A legítima, também denominada parte indisponível da herança, é resguardada por lei aos herdeiros necessários, a saber: descendentes (filho, neto, bisneto), ascendentes (pai, avô, bisavô) e cônjuge, necessariamente nesta ordem. Neste sentido, se houver filhos, os ascendentes não vão herdar e assim sucessivamente. Por isso, afirma-se que o grau + próximo exclui o grau + remoto.
 Caso o filho falecer, os netos poderão representa-lo. Em havendo ambos, apenas os filhos devem consentir.
 A viúva não influencia caso o regime seja o de separação total de bens
***Art. 500
Venda ad corpus (corpo certo/determinado) – é o todo
Venda ad mensuram (medida exata)
Caput. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
 Venda ad mensuram = medida exata
SE houver falta de área, cabe ao comprador:
- Exigir o complemento da área
- Resolver o contrato
- Solicitar abatimento proporcional ao preço
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
 Diferença de até 5% = ad corpus
Ex: Fazenda com 1000 hectares, compro 1000, se tiver 950, mesmo faltando 50 hectares, será ad corpus e nada poderá ser feito
Contudo, é possível comprovar que eu precisava necessariamente dos 1000 hectares
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
 Havendo excesso + prova de desconhecimento do vendedor, a ESCOLHA SOBRE O QUE FAZER SERÁ DO COMPRADOR (CUIDAR!!!). Este poderá completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
 Venda ad corpus. Não gera nenhuma consequência, sendo meramente enunciativa
ESQUEMA
	 Os riscos em relação à coisa correm por conta do vendedor.
 Os riscos pelo preço correm por conta do comprador, que tem os deveres dele decorrentes. 
 As despesas com transporte e tradição correm, em regra, por conta do vendedor
 As despesas com escritura e registro serão pagas pelo comprador
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
Prazo para venda ad corpus e ad mensuram
Art. 501
 1 ano (contado do registro). MAS, se houver atraso na imissão de posse atribuível ao alienante, o prazo fluirá a partir da posse efetiva.
Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Partes podem pleitear: abatimento; complemento; resolução
Art. 503
 O defeito oculto de uma coisa não autoriza a devolução/rejeição de todas. Há exceções
Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
Art. 504. 
Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
	A
	B
	C
	D
 Nenhum dos condôminos poderá vender sua parte a alguém de fora sem dar ciência aos demais. Neste sentido, dá-se a preferência entre os condôminos
 Aconselha-se que a notificação seja por escrito
 Não se pode estabelecer preços diferentes para terceiros (??)
 O condômino que não tiver ciência pode depositar o preço no prazo de 6 meses do registro e desfazer a venda realizada para o terceiro (“tanto por tanto”)
Ex:
Imóvel: valor = 200.000,00
A vende para E por 180.00,00.
Neste caso, D pode desfazer a venda (deposita o valor que foi registrado, ou seja, 180.000,00). “juris tantum”
Ex2: A oferece o imóvel por 200.00,00, todavia B, C, D não tem dinheiro para comprar. E acaba comprando parcelado. Neste caso, poderão se voltar contra a venda (???)
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
EFEITOS DA COMPRA E VENDA
Quanto ao pagamento (art. 491)
Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
À vista: paga-se o preço, recebe-se o objeto
À prazo: recebe-se o objeto, o pagamento é futuro
Quando tiver um comprador insolvente, pode-se exigir uma caução (art. 595)
Art. 495
Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
Quanto às despesas (art. 492)
Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
Até a tradição: correm por conta do vendedor
Após a tradição: correm por conta do comprador (escriturae registro)
Arts. 492 e 494
Tradição simbólica (art. 492, §1º)
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
 É quando há a individualização, ainda que não chegue ao proprietário. Ocorre desde o momento da referência. 
Ex: animal que quebra a pata subindo no caminhão
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
TROCA
 É uma obrigação que as partes assumem de dar uma coisa pela outra
 NÃO PODE HAVER O ELEMENTO PREÇO!!!
Art. 533
Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
 São rateadas
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
Classificação:
 Bilateral
 Oneroso (ainda que não tenha o elemento preço)
 Via de regra, a troca de imóveis será solene 
 Típico
 Nominado
 Translativo de domínio (assim como a compra e venda)
DOAÇÃO
(Art. 538 – 564)
 Via de regra, é pura e simples
 É uma vontade livre desinteressada
 É uma liberalidade – animus donandi – vontade de doar
 Doador transfere bens ou reais vantagens para o donatário. Este somente irá aceitar ou rejeitar
 Para ser válida, preciso somente do aceite da outra parte
 Não há a presença de qualquer remuneração
 Admite somente interpretação restritiva
Características:
 Consensual
 Comutativo
Formal e solene: Doação de imóvel com valor superior a 30 salários mínimos
Formal e não solene: Imóvel com valor inferior ou igual a 30 salários mínimos ou bens móveis 
 Não é necessária escritura pública, mas sim escrito particular, o que faz com o que o contrato seja formal. 
EXCEÇÃO: bens de pequeno valor dispensam a forma escrita
Classificação
 Unilateral, gratuito (regra). 
Doação pura e simples
 Bilateral, onerosa (exceção)
Doação com encargo. DEVE ESTAR EXPRESSO
 Formal (regra); consensual (exceção) – bens móveis de pequeno valor 
 Típico
 Nominado
 Translativo de domínio
Aceitação = eficácia
a) expressa
 Verbal, escrita
Ex: doação com encargo
b) tácita
 É quando a conduta demonstra que houve aceitação ou quando resultar do silêncio do interessado
 Doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa (art. 546). Nessa situação, a celebração do casamento gerará a presunção de aceitação, não podendo ser arguida a sua falta
c) presumida pela lei
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
 Aceitação pelo decurso do tempo. “quem cala, consente”. DESDE QUE PURA E SIMPLES
Art. 543. 
Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
 Essa dispensa protege o interesse do incapaz, pois a doação pura só pode beneficiá-lo
Art. 546. 
A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
 Pode os próprios cônjuges estabelecerem uma doação caso venham a se casar. Também, podem estabelecer também para os filhos que eventualmente se casem. É um evento futuro incerto.
Obs:
Nasce e morre = transfere a doação aos pais
Nasce morto (natimorto) = não transfere a doação aos pais
Classificação da doação
Art. 540. 
A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
a) Doação contemplativa ou meritória
 Quando há ligação com a pessoa
Ex: alguém doar vários livros a um professor famoso, pois aprecia o seu trabalho, constando esse motivo no instrumento contratual
b) Doação remuneratória
 Posso ou não ter ligação com a pessoa
 É feita em caráter de retribuição por um serviço prestado pelo donatário, mas cuja prestação não pode ser exigida pelo último. Em regra, não constitui ato de liberalidade, havendo remuneração por uma prestação de serviços executada pelo donatário
Art. 541 
A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal (ou manual) será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Art. 542. 
A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
 Transmitirá aos seus sucessores, em havendo morte
 Aceitação pelo representante legal + nascimento com vida (se a criança respirou)
**Art. 544 – doação de ascendentes a descendentes e doação entre cônjuges
A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
 Doação de ascendente a descendente = importa adiantamento de legítima
 Não precisa de autorização, pois ele estaria dando em vida o que teria direito após a morte
 O STJ concluiu ser nula a doação entre cônjuges no regime de comunhão universal, por impossibilidade do objeto
Obs:
Parte disponível: 
 doa para quem quiser
Parte indisponível:
 herança/legítima
Regra:
1) Deve-se analisar se a quantia que doou poderia ser exposta no testamento. Não pode ultrapassar, sob pena de nulidade.
Ex: Mãe, viúva, 2 filhos, patrimônio de 1 milhão de reais. Doa para um filho 600 mil reais
 Caso fosse fazer testamento, poderia dispor até a metade (500 mil). Portanto, o limite que ultrapassou (100 mil) é nulo não se convalida. Tal doação é denominada de INOFICIOSA.
 Neste caso, o outro filho poderia exigir os 100 mil reais. RESSALTA-SE, MAIS UMA VEZ, QUE É NULO APENAS O QUE ULTRAPASSOU DO VALOR QUE PODERIA SER DISPOSTO EM TESTAMENTO, OU SEJA, 100 MIL
Ex2: Mãe, viúva, 2 filhos, patrimônio de 1 milhão de reais. Doa para um filho 600 mil reais, com dispensa de colação 
 Doação com dispensa de colação = o filho não precisará prestar contas da doação. Neste caso, presume-se que saia da parte disponível. Se o problema nada mencionar, presume-se que saia da parte indisponível.
 Neste caso, o filho beneficiado ficaria com 250 mil (parte indisponível) + 500 mil (parte disponível). Portanto, ficaria com 75%. O outro filho receberia o restante, ou seja, 250 mil (25%)
Ex3: Josefina é casada com Afonso sob o regime de comunhão parcial de bens. O casal possui dois filhos, Pedro e João. Certo dia, voltando do trabalho, Afonso sofre uma parada cardíaca e acaba falecendo. Neste caso, sabe-se que Josefina tem a metade (50%) ideal do patrimônio comum do casal – meação. A outra metade (herança), em decorrência da lei, possui 25% de parte disponível e 25% de parte indisponível. Acontece que Josefina descobre que Afonso tem um filho proveniente de uma relação extraconjugal. Neste sentido, quer beneficiar Pedro e João com a herança.
 Para beneficiar os 2 filhos, Josefina poderia dar 12,5% da parte disponível para cada um de seus filhos
 Em relação a parte indisponível, esta teria que ser dividida entre os 3 filhos (8,33% para cada um)
Art. 545
Doação em forma de subvenção periódica
A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
Ex: Caso do

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