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Aula 5 – A Influencia do Culturalismo e do Historicismo: A Obra de Sérgio Buarque de Holanda
Nessa aula, vamos estudar a obra de SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (1902-1982). Sociólogo e historiador; nascido em São Paulo, cursou a Faculdade de Direito no Rio de Janeiro, onde exerceu a profissão de jornalista. Foi professor da Universidade do Distrito Federal (1936-1939), experiência pioneira de construção de uma universidade moderna no país, conduzida sob a liderança de Anísio Teixeira e impedida de funcionar pela repressão do Estado Novo. Posteriormente foi professor de História na USP (1958-1969); lecionou também na Universidade de Roma à época em que foi adido cultural em Roma (1954-1955) e estagiou, como professor visitante nas universidades americanas de Yale, Nova Iorque e Indiana.
Embora nunca tenha tido militância política, foi um dos fundadores da Esquerda Democrática (1946), do qual se originou o Partido Socialista, e do Partido dos Trabalhadores (PT). Entre suas principais obras, registram-se:
Raízes do Brasil (1936)
Primórdios da Expansão Paulista no Fim do Século XVI e Começo do Século XVII (1948)
Da Escravidão ao Trabalho Livre Brasil (1948)
Visão do Paraíso – Motivos Edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil (1959)
História Geral da Civilização Brasileira
Todo o seu trabalho é fundamentado na teoria social weberiana. Dando continuidade ao raciocínio acima, podemos até estabelecer um paralelo entre “Raízes do Brasil” e “A Ética Protestante e Espírito do Capitalismo” de Max Weber. Enquanto Weber pensa na ética do trabalho presente nas religiões protestantes como algo determinante para a constituição dos EUA e seu sucesso diante do sistema capitalista, do progresso e da industrialização, Sérgio Buarque de Holanda fala da ética do ócio, na influência da Antiguidade Clássica na vida do povo ibérico. Ele crítica o desleixo do português, sua preguiça, aponta a tradição da nobreza e da religião católica, fala da visão do trabalho de forma pejorativa, como determinantes da falta de coesão social e de organização política do Brasil.
Para Sérgio Buarque de Holanda: “A ausência da um projeto colonizador e de um empreendimento metódico, racional dos portugueses. É a única razão de todas as mazelas que a sociedade brasileira sofria, a falta de coesão social total deficiência na organização política.” O autor ainda aponta que apesar de seu desleixo ou do péssimo trabalho que fez, o português se esforçou ao máximo para conseguir este resultado.
“Raizes do Brasil”
Como vimos na introdução, o trabalho de Sérgio Buarque de Holanda se fundamentou na teoria social weberiana. Voltando ao paralelo que fizemos entre “Raízes do Brasil” e “A Ética Protestante e Espírito do Capitalismo” de Max Weber. Weber assinala a ética do trabalho presente nas religiões protestantes como elemento determinante para a fundamentação da civilização norte-americana e seu desenvolvimento no sistema capitalista, com destaque no progresso econômico e na industrialização. Sérgio Buarque de Holanda acerca do desenvolvimento da sociedade brasileira assinala a ética do ócio, sobrevivência da Antiguidade Clássica na formação cultural e social do povo ibérico.
Sérgio Buarque crítica a indolência do português, destaca a tradição da nobreza e da religião católica, explicita a visão do trabalho como sendo pejorativa e depreciada. Na obra Raízes do Brasil, o fator histórico é essencial para esclarecer o Brasil. Assim sendo, é um marco dos estudos históricos e sociológicos brasileiros, ao indicar para novos métodos analíticos e maneiras de se compreender a evolução social brasileira no decorrer de sua História, se afastando das teorias de diferenciação entre raças. Sua obra "Raízes do Brasil" propõe uma renovada interpretação dos estudos do Brasil colônia, pois remete à nossas origens históricas, sociais e culturais para elaborar uma síntese a respeito de como se estrutura a nossa sociedade hoje, bem como os desafios para se modernizar.
Na obra Raízes do Brasil, o fator histórico é essencial para esclarecer o Brasil. Assim sendo, é um marco dos estudos históricos e sociológicos brasileiros, ao indicar para novos métodos analíticos e maneiras de se compreender a evolução social brasileira no decorrer de sua História, se afastando das teorias de diferenciação entre raças.
Na obra “Raízes do Brasil”, são inequívocas as influências teóricas e metodológicas que Sérgio Buarque de Hollanda recebeu do historicismo alemão e em particular das obras de Weber e de Ranke.
Ranke ( Pode-se aproximar seu pensamento do de Ranke no que tange à busca pelo espírito do brasileiro e pela identidade nacional.
Webber ( De Webber provém a tipologia dos tipos sociais que nos auxiliam a compreender a cultura e seu funcionamento cotidiano.
A Formação do Estado Brasileiro
Sérgio Buarque sugere que os valores tradicionais e familiares predominam sobre a dimensão política. Sérgio Buarque tem, nesse ponto, uma interpretação que se afasta frontalmente da de Gilberto Freyre, que, por sua vez, é um defensor de que esse aspecto é o que há de mais belo na sociedade brasileira, ou seja, as relações íntimas, passionais, afetivas. A herança cultural portuguesa é o que Sérgio Buarque de Holanda quer superar enquanto essa herança portuguesa é o que Gilberto Freyre quer manter.
Para Sérgio Buarque é preciso que os brasileiros avaliem criticamente seu passado no que ele tem de pior... e, a partir daí, reformulem para a transformação do presente, permitindo a construção de um futuro calcado em uma identidade propriamente brasileira, e não neoportuguesa.
O tipo de neoportuguês é o que precisa ser superado e tudo que o envolve: o ser rural, familiar, desinteressado pela vida pública. Inclusive o “jeitinho brasileiro” em que se impõe e no qual é tão presente o afetivo e o irracional, é fruto dessa herança maldita da tradição portuguesa baseada na ética de fidalgos nobres, avessos ao trabalho.
Sérgio Buarque crítica o Estado brasileiro, no qual predomina o modelo da família patriarcal, sem a constituição de uma organização burocrática eficiente, mas composto de um corpo com despreparo técnico o que sabota a construção de um Estado moderno. O traço que melhor define esse neoportuguês seria a noção de “homem cordial”, oriundo de Portugal e que se consolidou como um traço definido do caráter do brasileiro.
Sérgio Buarque defende a ideia de que tais características nada têm de civilidade.  São na verdade traços de um paternalismo que só atrasa o desenvolvimento do Brasil. O Paternalismo se soma ao caráter aventureiro, ansioso por fortuna fácil e rápida.
Essa cordialidade, é preciso deixar claro, não se refere somente às práticas da boa educação no lidar com as pessoas ou demonstrar bondade. A cordialidade escamoteia a maldade ou privilegia uma pessoa em detrimento de outra, muitas vezes mais competente, mas com a qual não tenho laços cordiais, isso afeta o desenvolvimento da meritocracia no Brasil. Pode significar também falta de polidez e de princípios civis, fundamentais para a organização de um Estado, pois muitas das vezes implica em favorecimentos pessoais injustos não justificados racionalmente.
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